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Língua Portuguesa para Técnico do INSS (Teoria e Exercícios)

Aula 0 (Demonstrativa) – Ortografia e Acentuação Gráfica


Prof. Albert Iglésia

ligação + ada = gurizada

1 A Constituição Federal, em seu artigo 5.º, que trata


dos direitos e deveres individuais e coletivos, estabelece o
direito à proteção das criações intelectuais. [...]
Constituição da República Federativa do Brasil, 1988.
In: Internet: <www.planalto.gov.br> (com adaptações).

2. (Cespe/INPI/Todos os Cargos/2013) A grafia correta da forma verbal


derivada do nome “individuais” (l.2) é individualizar.

Comentário – Entendeu como a regrinha funciona? O verbo individualizar se


forma a partir de um nome que não traz a letra s no seu radical:
individual + izar. A letra “s” no final da palavra “individuais” foi empregada
apenas para marcar a pluralização do nome. É diferente, por exemplo, de
pesquisar, que deriva do nome pesquisa. Nela, a letra s deve ser mantida
por já integrar a palavra que dá origem ao verbo, dispensando o uso da letra
z. Faça outras comparações: utilizar = útil + izar; avisar = aviso + ar.
Resposta – Item certo.

3. (Cespe/2013/FUB/Auxiliar de Administração) Julgue o fragmento de texto


apresentado no seguinte item com relação à grafia das palavras.

Uma pesquiza mostrou que a maioria dos educadores não relaciona o


déficit de aprendizagem ao própio trabalho ou às condições da escola.

Comentário – Conforme já foi explicado, pesquisa recebe s em vez de “z”. O


vocábulo próprio grafa-se com mais um r. Interessante, contudo, é o que
ocorre com a palavra “défict” (deficit, em latim). Mesmo aportuguesada em
nossos dicionários, ainda não está oficialmente registrada no Vocabulário
Ortográfico da Língua Portuguesa da Academia Brasileira de Letras. Portanto
deve surgir no texto em itálico ou entre aspas.
Resposta – Item errado.

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b) Quero saber por que você não veio. (a única diferença é que a frase
interrogativa é indireta)

c) Você não veio por quê? (agora a expressão aparece no final da frase, e
o “que” é tônico)

d) Quero saber o motivo por que você não veio. (preposição + pronome
relativo, usado no início da oração, equivale-se a pelo qual)

ATENÇÃO! Note a colocação no final da frase ou no final de oração,


antes de pausa, com sentido de motivo, razão pela qual, sendo tônico.
Ex.: O cantor estava inquieto, sem saber por quê. (Sem saber por quê, o
cantor estava inquieto.
Advertido pelo presidente da Mesa, o deputado quis saber por quê.
Ninguém lhe dava atenção. Por quê?

• PORQUE x PORQUÊ

a) Não vim porque estava cansado. (conjunção subordinativa adverbial,


indica circunstância de causa)

b) Fique quieto, porque você está incomodando. (conjunção coordenativa


explicativa)

[...]
16 crítica. Quanto mais for levado a refletir sobre sua
situacionalidade, sobre seu enraizamento espaçotemporal, mais
“emergirá” dela conscientemente “carregado” de compromisso
19 com sua realidade, da qual, porque é sujeito, não deve ser
simples espectador, mas na qual deve intervir cada vez mais.

Paulo Freire. Educação e mudança. 2.ª ed. Rio de


Janeiro: Paz e Terra, 1979, p. 61 (com adaptações).

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4. (Cespe/2014/MEC/Nível Superior) O termo “porque” (l.19) poderia, sem


prejuízo para a correção gramatical e o sentido do texto, ser substituído
por por que.

Comentário – Você não precisar ir ao texto. Basta ter a convicção de que as


formas junta e separada não são permutáveis. No primeiro caso, a expressão
expressa a causa ou a explicação de outra declaração feita. Já a forma
separada é usada em interrogações direta ou indireta. No texto, o termo
“porque” esclarece o fato de alguém não ser mero espectador da própria
realidade: “porque é sujeito” [dela].
Resposta – Item errado.

1 Robustecer os orçamentos da educação e da saúde


constitui sonho acalentado por brasileiros, independentemente
de opção partidária ou credo religioso. As duas áreas — os
4 mais dolorosos problemas que dificultam a marcha do país
rumo ao desenvolvimento sustentável — clamam por
melhorias urgentes. Não é outra a razão por que milhares de
7 pessoas ocuparam as ruas das mais importantes unidades da
Federação exigindo escolas e hospitais padrão FIFA.
Correio Braziliense, 18/8/2013 (com adaptações).

5. (Cespe/2013/FUB/Auxiliar de Administração) Mantém-se a correção


gramatical do período ao se substituir a expressão “por que” (l.6) pela
palavra porque.

Comentário – A banca é insistente e quer nos fazer substituir uma forma


separada por outra junta. Ainda que você não tenha aprendido a diferenciar o
uso de uma e de outra, admita uma só coisa: essas formas não são
permutáveis! Sempre haverá problema nessa substituição.
Resposta – Item errado.

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c) Quero saber o porquê da sua falta. (vem precedido de artigo, é


substantivo, equivale-se a motivo, razão, causa)

ATENÇÃO! Sempre que estiver diante de uma pergunta (direta ou indireta),


use a expressão separada.
• SENÃO x SE NÃO

a) Estudem, senão ficarão reprovados. (pode ser substituído por ou, indica
alternância de ideias que se excluem mutuamente)

b) Não fazia coisa alguma, senão criticar. (equivale-se a mas sim, porém,
a não ser)

c) Essa pessoa só tem um senão. (significa defeito, mácula, mancha; é


substantivo)

d) Se não houver dedicação, ficarão reprovados. (“Se” = conjunção


subordinativa adverbial condicional; “não” = advérbio de negação)

ATENÇÃO! É muito útil perceber que a expressão será separada apenas


quando introduzir uma oração subordinada adverbial condicional.

• ACERCA DE x A CERCA DE x HÁ CERCA DE

a) Hoje falaremos acerca dos pronomes. (locução prepositiva – “dos” = de


+ os –, equivale-se a sobre, a respeito de)

b) Os primeiros colonizadores surgiram há cerca de quinhentos anos.


(refere-se a acontecimento passado)

c) Estamos a cerca de quatro meses da prova. (equivale-se a


aproximadamente)

• AFIM x A FIM DE

a) Temos ideias afins. (adjetivo, refere-se a um substantivo, varia em


número para com ele concordar)

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b) Estudou muito, a fim de tirar o primeiro lugar. (locução prepositiva,


denota finalidade, objetivo, intenção)

6. (Cespe/Polícia Federal/Escrivão/2013) Não haveria prejuízo para a


correção gramatical do texto nem para seu sentido caso o trecho “A fim
de solucionar o litígio” (l.1) fosse substituído por Afim de dar solução à
demanda e o trecho “tomem conhecimento dos atos acontecidos no
correr do procedimento” (l.4-5) fosse, por sua vez, substituído por
conheçam os atos havidos no transcurso do acontecimento.

Comentário – As expressões afim e a fim de não são permutáveis. A


primeira é um adjetivo que expressa afinidade, semelhança. A segunda é uma
locução que indica finalidade, propósito.
Resposta – Item errado.

• ONDE x DONDE x AONDE

a) Onde você está? (usa-se onde com verbo estático que pede a
preposição em, na língua portuguesa não existe a suposta contração nonde,
indicada por em + onde; é errada sua utilização para substituir nomes que
não indicam lugar: Na reunião onde estávamos, houve muita discussão.
Nesse caso, prefira a locução em que.)

b) Donde você vem? (usa-se com verbo de movimento que peça, em


razão sua regência, a preposição de, caso do verbo “vem”: “Donde” = de +
onde)

c) Aonde você vai? (usa-se com verbo de movimento que exige, também
por causa de sua regência, a preposição a, caso da forma verbal “vai”:
“Aonde” = a + onde)

• HÁ x A

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a) Lamentavelmente, ainda há preconceito racial. (forma do verbo


impessoal haver que corresponde ao sentido de existir, ocorrer, acontecer;
mantém-se flexionado na 3ª pessoa do singular)

a) Ele chegou da Europa há dois anos. (forma do verbo haver que


expressa acontecimento passado, anterior à declaração)

b) Ela voltará daqui a um ano. (preposição usada para indicar a realização


de algo posterior ao momento da própria fala)

[...]
um veículo parado na estrada. O triângulo de sinalização deve
13 ser posicionado a alguns metros do automóvel acidentado, para
permitir que os demais usuários da via se antecipem e saibam
que existe um problema à frente.
Internet: <www.brasil.gov.br> (com adaptações).

7. (Cespe/PRF/Agente Administrativo/2012) A correção gramatical do texto


seria mantida se, no trecho “posicionado a alguns metros” (L.13), o termo
“a” fosse substituído por há.

Comentário – Como visto acima, não existe correspondência entre a


preposição a e a forma verbal há.
Resposta – Item errado.

[...]
a mesma pergunta: “Mas você vai ser professor?” A pergunta,
4 embora bem-intencionada, não era feita como quem soubesse
que há, na área, muitas ramificações e profissões possíveis
[...]
André da Cunha. Mas você vai ser professor? In: Revista Língua
Portuguesa, n.º 39, Escala Educacional, 2012 (com adaptações).

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8. (Cespe/SEGER-ES/Analista Executivo/2013) Mantém-se a correção


gramatical do texto ao se substituir “há” (l.5) por existe.

Comentário – Muito cuidado! Embora o verbo haver tenha o sentido de


existir, isso não quer dizer que a substituição possa ser feita sem qualquer
outro tipo de alteração no texto.
O verbo haver é impessoal e se mantém na terceira pessoa
do singular, como surgiu no texto. O termo “muitas ramificações e profissões
possíveis” é seu objeto.
Mas o verbo existir é pessoal e se flexiona para concordar
com o sujeito. Observe: que existem, na área, muitas ramificações e
profissões possíveis. Agora, o termo sublinhado funciona como sujeito.
Resposta – Item errado.

• DE ENCONTRO A x AO ENCONTRO DE

a) O ônibus foi de encontro ao carro, causando a morte de duas pessoas.


(indica posição contrária, colisão, confronto)

A proposta da diretoria foi de encontro aos anseios dos funcionários.

b) O filho foi ao encontro do pai, abraçando-o. (sugere posição favorável,


concordância)

[...]
7 para o crescimento. De acordo com a organização não
governamental Transparência Internacional, o país ocupa a 73.ª
posição no quesito corrupção, entre 182 países. [...]
Correio Braziliense, 19/9/2012, p. 6 (com adaptações).

9. (Cespe/TCE-ES/Auditor de Controle Externo/2012) Se o numeral ordinal


“73.ª” (l.8) fosse escrito por extenso, a forma correta seria:
seteptuagésima terceira.

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coerdeiro, coabitar,
reabilitar, reeditar,
reeleição.
Quando a palavra
Em todos os demais
seguinte começa com h
Hiper, inter, super casos: hiperinflação,
ou com r: super-homem,
supersônico
inter-regional
Quando a palavra
seguinte começa com b, Em todos os demais
Sub, sob, ob, ab h ou r: sub-base, sub- casos: subsecretário,
-reino, sub-humano (ou subeditor
subumano)
Sempre: vice-rei, vice-presidente, além-mar,
além-túmulo, aquém-mar, ex-aluno, ex-diretor,
Vice, ex, sem, além, aquém, ex-hospedeiro, ex-prefeito, ex-presidente,
recém, pós, pré, pró pós-graduação, pré-história, pré-vestibular,
pró-europeu, recém-casado, recém-nascido,
sem-terra
Quando a palavra
seguinte começa com h, Em todos os demais
Pan, circum, mal m, n ou vogais: pan- casos: pansexual,
americano, circum- circuncisão
hospitalar

Quero enfatizar o seguinte:

1 – Com prefixos, usa-se o hífen diante de palavra iniciada por h.


Exemplos: anti-higiênico, anti-histórico, macro-história, mini-hotel,
proto-história, sobre-humano, super-homem, ultra-humano.

2 – Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal diferente da vogal


com que se inicia o segundo elemento.

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Comentário – Não! Essas palavras são acentuadas porque são paroxítonas


terminadas em ditongo (in-di-ví-duos; pre-cá-rias). O detalhe é que as
terminações em ditongo crescente também podem ser separáveis. Isso torna
possível considerar essas palavras como proparoxítonas (in-di-ví-du-os;
pre-cá-ri-as). Mas geralmente elas são tratadas como paroxítonas mesmo.
Resposta – Item errado.

11. (Cespe/Ancine/Técnico Administrativo/2012) Os vocábulos “indivíduo”,


“diária” e “paciência” recebem acento gráfico com base na mesma regra
de acentuação gráfica.

Comentário – Sim, essas palavras são acentuadas porque são paroxítonas


terminadas em ditongo oral.
Resposta – Item certo.

12. (Cespe/PRF/Policial Rodoviário Federal/2013) O emprego do acento nas


palavras “ciência” e “transitório” justifica-se com base na mesma regra de
acentuação.

Comentário – Sim, as duas palavras também são acentuadas por serem


paroxítonas terminadas em ditongo oral.
Resposta – Item certo.

13. (Cespe/DPF/Agente/2014) Os termos “série” e “história” acentuam-se em


conformidade com a mesma regra ortográfica.

Comentário – Sim, as duas palavras também são acentuadas por serem


paroxítonas terminadas em ditongo oral.
Resposta – Item certo.

14. (Cespe/Anatel/Nível Médio/2014) O emprego do acento gráfico em


“indústria” e “rádio” justifica-se com base na mesma regra de acentuação.

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Comentário – Sim, os dois vocábulos são paroxítonos terminados em ditongo


oral. Perceba como o examinador vem apresentando reiteradamente este tipo
de cobrança.
Resposta – Item certo.

15. (Cespe/2015/MPU/Técnico Administrativo) A palavra “cível" recebe acento


gráfico em decorrência da mesma regra que determina o emprego de
acento em amável e útil.

Comentário – Todos os acentos foram empregados porque as palavras são


paroxítonas terminadas em L.
Resposta – Item certo.

4 – PROPAROXÍTONOS (a sílaba tônica é a antepenúltima) todos são


acentuados.
Ex.: histórico, cântico, lâmpada, hífenes, pólenes.

16. (Cespe/MPE-PI/Cargos de Nível Superior/2012) De acordo com a


ortografia oficial vigente, o vocábulo “órgãos” (L.20) segue a mesma regra
de acentuação que o vocábulo “últimos” (L.12).

Comentário – A primeira palavra enquadra-se na regra da paroxítona


terminada em ÃO(S); a segunda recebe acento por ser proparoxítona.
Resposta – Item errado.

17. (Cespe/TJ-RR/Nível Médio/2012) Os vocábulos “jurídicas” (L.4),


“econômicas” (L.4) e “físico” (L.5) recebem acento gráfico com base em
regras gramaticais diferentes.

Comentário – Agora todos os vocábulos recebem acento por serem


proparoxítonos.
Resposta – Item errado.

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18. (Cespe/TJ-AL/Analista Judiciário/Área Judiciária/2012) O emprego do


acento gráfico nos vocábulos “análise” (L.4), “Aristóteles” (L.8) e
‘cadáveres’ (L.11) justifica-se pela mesma regra de acentuação.

Comentário – Sim, a regra é a mesma: acentuam-se todos os vocábulos


proparoxítonos.
Resposta – Item certo.

19. (Cespe/2014/CEF/Nível Superior) O emprego do acento gráfico nas


palavras “metálica”, “acúmulo” e “imóveis” justifica-se com base na
mesma regra de acentuação.

Comentário – Não. As duas primeiras palavras são proparoxítonas, mas a


última é paroxítona terminada em ditongo.
Resposta – Item errado.

20. (Cespe/2014/MDIC/Agente Administrativo) O emprego do acento gráfico


nos vocábulos “índice” e “período” justifica-se com base na mesma regra
de acentuação gráfica.

Comentário – Sim. As duas palavras são proparoxítonas.


Resposta – Item certo.

21. (Cespe/2015/FUB/NívelMédio) Os acentos gráficos das palavras


“bioestatística" e “específicos" têm a mesma justificativa gramatical.

Comentário – Sim. As duas palavras são proparoxítonas. Observe que os


anos passam, mas as questões continuam sendo semelhantes.
Resposta – Item certo.

22. (Cespe/2015/TCU/AFCE) As palavras “líquida”, “público”, “órgãos” e


“episódicas” obedecem à mesma regra de acentuação gráfica.

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Comentário – Não. A palavra “órgão” se enquadra na regra da paroxítonas


terminadas em “ão(s)”. As demais, sim, são proparoxítonas.
Resposta – Item errado.

REGRAS ESPECIAIS DE ACENTUAÇÃO GRÁFICA (note as mudanças


introduzidas pelas novas regras)

1 – HIATOS
a) Não se acentua mais a primeira vogal dos hiatos OO, EE.
Ex.: voo, enjoos, creem, deem, leem, veem. (3ª pessoa do plural dos verbos
crer, dar, ler e ver)

b) Acentuam-se as vogais I(S) e U(S), quando formam a sílaba tônica e


ocupam a segunda posição do hiato, sozinhas ou acompanhadas de S.
Ex.: saída, juízes, saúde, país, baús, incluí-lo.

Compare com mia, via, lua, nua. Nessas palavras, as vogais I e U não ocupam
a segunda posição do hiato, ainda que constituam a sílaba tônica.

23. (Cespe/CNJ/Analista Judiciário/2013) A mesma regra de acentuação


gráfica justifica o emprego de acento gráfico nas palavras “construída” e
“possíveis”.

Comentário – É verdade que as duas palavras são paroxítonas, mas o acento


nelas é empregado por motivos diferentes. Em “construída”, o fundamento é a
regra do hiato que acabamos de ver acima. Repare: cons-tru-í-da. Já em
“possíveis”, a palavra é acentuada porque termina em ditongo oral.
Resposta – Item errado.

24. (Cespe/TRT-10ª Região (DF e TO)/Analista Judiciário/2013) As palavras


“países”, “famílias” e “níveis” são acentuadas de acordo com a mesma
regra de acentuação gráfica.

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Comentário – As regras são diferentes. Em pa-í-ses, o fundamento mais uma


vez é a regra do hiato. Em ní-veis, temos uma paroxítona terminada em
ditongo oral. Em relação à palavra “família”, existe quem a considere acentua
por se tratar de uma proparoxítona: fa-mí-li-a; e há quem a considere uma
paroxítona terminada em ditongo oral também: fa-mí-lia. De qualquer forma,
os motivos são realmente distintos.
Resposta – Item errado.

25. (Cespe/CNJ/Analista Judiciário/2013) A mesma regra de acentuação


gráfica justifica o emprego de acento gráfico nas palavras “construída” e
“possíveis”.

Comentário – É verdade que as duas palavras são paroxítonas, mas o acento


nelas é empregado por motivos diferentes. Em “construída”, o fundamento é a
regra do hiato que acabamos de ver acima. Repare: cons-tru-í-da. Já em
“possíveis”, a palavra é acentuada porque termina em ditongo oral.
Resposta – Item errado.

26. (Cespe/TRT-10ª Região (DF e TO)/Analista Judiciário/2013) As palavras


“países”, “famílias” e “níveis” são acentuadas de acordo com a mesma
regra de acentuação gráfica.

Comentário – As regras são diferentes. Em pa-í-ses, o fundamento mais uma


vez é a regra do hiato. Em ní-veis, temos uma paroxítona terminada em
ditongo oral. Em relação à palavra “família”, existe quem a considere acentua
por se tratar de uma proparoxítona: fa-mí-li-a; e há quem a considere uma
paroxítona terminada em ditongo oral também: fa-mí-lia. De qualquer forma,
os motivos são realmente distintos.
Resposta – Item errado.

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27. (Cespe/ANS/Analista Administrativo/2013) Os acentos gráficos


empregados em “Agência” e em “Saúde” têm a mesma justificativa.

Comentário – É verdade que as duas palavras podem ser classificadas como


paroxítonas, mas elas são acentuadas por razões diferentes. “Agência” recebe
acento porque é paroxítona terminada em ditongo oral. Já a palavra “Saúde”
recebe acento porque a letra “u” representa a segunda vogal do hiato,
constitui a sílaba tônica da palavra e está sozinha, conforme já mencionamos
acima.
Resposta – Item errado.

28. (Cespe/MPOG/Todos os Cargos/2013) Pela mesma regra de acentuação


gráfica, justifica-se o acento gráfico nos vocábulos “países”, “possível” e
“difícil”.

Comentário – Este tipo de questão vem se repetindo nas últimas provas, e


você não pode mais errar a resposta. De fato, as três palavras são
paroxítonas, mas o motivo do acento em “países” tem a ver com a regra dos
hiatos. Acentuam-se as vogais I(S) e U(S), quando formam a sílaba tônica e
ocupam a segunda posição do hiato, sozinhas ou acompanhadas de S: saída,
saúde, país, baús, incluí-lo.
Resposta – Item errado.

29. (Cespe/CPRM/Analista em Geociências/2013) A ocorrência de hiato


justifica o emprego do acento agudo nas vogais i e u nas palavras
“construída” e “conteúdos”.

Comentário – Sim, é a aplicação direta da regra que venho demonstrando


acima. Repare que este tipo de questão tem sido frequente nas provas do
Cespe.
Resposta – Item certo.

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30. (Cespe/2014/TJ-CE/Analista Judiciário) O emprego do acento gráfico nos


vocábulos “reúnem” e “fenômeno” justifica-se com base na mesma regra
de acentuação.

Comentário – Não. O acento em “reúnem” se justifica com a regra do hiato:


a letra u representa a segunda vogal dele, é tônica e está sozinha na sílaba. Já
em “fenômeno”, o acento foi empregado porque a palavra é proparoxítona.
Resposta – Item errado.

31. (Cespe/2014/CEF/Médico do Trabalho) O emprego do acento gráfico em


“incluíram” e “número” justifica-se com base na mesma regra de
acentuação.

Comentário – Não. O acento em “incluíram” se justifica com a regra do


hiato. Já em “número”, o acento foi empregado porque a palavra é
proparoxítona.
Resposta – Item errado.

32. (Cespe/TRT-17ª Região (ES)/Técnico Judiciário/2013) Os vocábulos


“juízes” e “país” são acentuados de acordo com regras de acentuação
gráfica distintas.

Comentário – Mantenha a calma e analise com cuidado o que diz o


examinador. A primeira palavra é paroxítona, porque a sílaba tônica dela é
penúltima. A segunda é oxítona, já que sua sílaba forte é a última. Todavia
ambas as palavras são acentuadas com base na regra especial dos hiatos. A
letra I representa a segunda vogal do hiato, constitui a sílaba tônica e, na
separação de sílabas, permanece sozinha ou seguida de S: ju-í-zes; pa-ís.
Resposta – Item errado.

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[...]

A coisa é mais complicada na modernidade, em que


10 os cidadãos comuns (como você e eu) são a fonte de toda
autoridade jurídica e moral. [...]

34. (Cespe/PF/Agente/2012) Suprimindo-se o emprego de termos


característicos da linguagem informal, como o da palavra “coisa” (l.9) e o
do trecho “(como você e eu)” (l.10), o primeiro período do segundo
parágrafo poderia ser reescrito, com correção gramatical, da seguinte
forma: Essa prática social apresenta-se mais complexa na
modernidade, onde a autoridade jurídica e moral submete-se à
opinião pública.

Comentário – O que pretendo demonstrar com esta questão é o uso


inadequado do vocábulo onde. Ele deve ser empregado para substituir termo
que designe lugar, não uma situação, um conceito etc. Observe que na
reescritura o termo substituído é “modernidade”, que não expressão sentido de
lugar.
Resposta – Item errado.

35. (Cespe/TJ-AL/Cargos de Nível Superior/2012) O emprego do acento


gráfico nos vocábulos “análise” (L.4), “Aristóteles” (L.8) e ‘cadáveres’
(L.11) justifica-se pela mesma regra de acentuação.

Comentário – Nós não precisamos do texto para saber que todas as palavras
indicadas são proparoxítonas (a-ná-li-se, A-ris-tó-te-les, ca-dá-ve-res) e
devem ser acentuadas por isso.
Resposta – Item certo.

[...]

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“emergirá” dela conscientemente “carregado” de compromisso


19 com sua realidade, da qual, porque é sujeito, não deve ser
simples espectador, mas na qual deve intervir cada vez mais.

Paulo Freire. Educação e mudança. 2.ª ed. Rio de


Janeiro: Paz e Terra, 1979, p. 61 (com adaptações).

4. (Cespe/2014/MEC/Nível Superior) O termo “porque” (l.19) poderia, sem


prejuízo para a correção gramatical e o sentido do texto, ser substituído
por por que.

1 Robustecer os orçamentos da educação e da saúde


constitui sonho acalentado por brasileiros, independentemente
de opção partidária ou credo religioso. As duas áreas — os
4 mais dolorosos problemas que dificultam a marcha do país
rumo ao desenvolvimento sustentável — clamam por
melhorias urgentes. Não é outra a razão por que milhares de
7 pessoas ocuparam as ruas das mais importantes unidades da
Federação exigindo escolas e hospitais padrão FIFA.
Correio Braziliense, 18/8/2013 (com adaptações).

5. (Cespe/2013/FUB/Auxiliar de Administração) Mantém-se a correção


gramatical do período ao se substituir a expressão “por que” (l.6) pela
palavra porque.

6. (Cespe/Polícia Federal/Escrivão/2013) Não haveria prejuízo para a


correção gramatical do texto nem para seu sentido caso o trecho “A fim
de solucionar o litígio” (l.1) fosse substituído por Afim de dar solução à
demanda e o trecho “tomem conhecimento dos atos acontecidos no
correr do procedimento” (l.4-5) fosse, por sua vez, substituído por
conheçam os atos havidos no transcurso do acontecimento.

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[...]
um veículo parado na estrada. O triângulo de sinalização deve
13 ser posicionado a alguns metros do automóvel acidentado, para
permitir que os demais usuários da via se antecipem e saibam
que existe um problema à frente.
Internet: <www.brasil.gov.br> (com adaptações).

7. (Cespe/PRF/Agente Administrativo/2012) A correção gramatical do texto


seria mantida se, no trecho “posicionado a alguns metros” (L.13), o termo
“a” fosse substituído por há.

[...]
a mesma pergunta: “Mas você vai ser professor?” A pergunta,
4 embora bem-intencionada, não era feita como quem soubesse
que há, na área, muitas ramificações e profissões possíveis
[...]
André da Cunha. Mas você vai ser professor? In: Revista Língua
Portuguesa, n.º 39, Escala Educacional, 2012 (com adaptações).

8. (Cespe/SEGER-ES/Analista Executivo/2013) Mantém-se a correção


gramatical do texto ao se substituir “há” (l.5) por existe.

[...]
7 para o crescimento. De acordo com a organização não
governamental Transparência Internacional, o país ocupa a 73.ª
posição no quesito corrupção, entre 182 países. [...]

Correio Braziliense, 19/9/2012, p. 6 (com adaptações).

9. (Cespe/TCE-ES/Auditor de Controle Externo/2012) Se o numeral ordinal


“73.ª” (l.8) fosse escrito por extenso, a forma correta seria:
seteptuagésima terceira.

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10. (Cespe/2015/Depen/Agente e Técnico) As palavras “indivíduos” e


“precárias” recebem acento gráfico com base em justificativas gramaticais
diferentes.

11. (Cespe/Ancine/Técnico Administrativo/2012) Os vocábulos “indivíduo”,


“diária” e “paciência” recebem acento gráfico com base na mesma regra
de acentuação gráfica.

12. (Cespe/PRF/Policial Rodoviário Federal/213) O emprego do acento nas


palavras “ciência” e “transitório” justifica-se com base na mesma regra de
acentuação.

13. (Cespe/DPF/Agente/2014) Os termos “série” e “história” acentuam-se em


conformidade com a mesma regra ortográfica.

14. (Cespe/Anatel/Nível Médio/2014) O emprego do acento gráfico em


“indústria” e “rádio” justifica-se com base na mesma regra de acentuação.

15. (Cespe/2015/MPU/Técnico Administrativo) A palavra “cível" recebe acento


gráfico em decorrência da mesma regra que determina o emprego de
acento em amável e útil.

16. (Cespe/MPE-PI/Cargos de Nível Superior/2012) De acordo com a


ortografia oficial vigente, o vocábulo “órgãos” (L.20) segue a mesma regra
de acentuação que o vocábulo “últimos” (L.12).

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17. (Cespe/TJ-RR/Nível Médio/2012) Os vocábulos “jurídicas” (L.4),


“econômicas” (L.4) e “físico” (L.5) recebem acento gráfico com base em
regras gramaticais diferentes.

18. (Cespe/TJ-AL/Analista Judiciário/Área Judiciária/2012) O emprego do


acento gráfico nos vocábulos “análise” (L.4), “Aristóteles” (L.8) e
‘cadáveres’ (L.11) justifica-se pela mesma regra de acentuação.

19. (Cespe/2014/CEF/Nível Superior) O emprego do acento gráfico nas


palavras “metálica”, “acúmulo” e “imóveis” justifica-se com base na
mesma regra de acentuação.

20. (Cespe/2014/MDIC/Agente Administrativo) O emprego do acento gráfico


nos vocábulos “índice” e “período” justifica-se com base na mesma regra
de acentuação gráfica.

21. (Cespe/2015/FUB/NívelMédio) Os acentos gráficos das palavras


“bioestatística" e “específicos" têm a mesma justificativa gramatical.

22. (Cespe/2015/TCU/AFCE) As palavras “líquida”, “público”, “órgãos” e


“episódicas” obedecem à mesma regra de acentuação gráfica.

23. (Cespe/CNJ/Analista Judiciário/2013) A mesma regra de acentuação


gráfica justifica o emprego de acento gráfico nas palavras “construída” e
“possíveis”.

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24. (Cespe/TRT-10ª Região (DF e TO)/Analista Judiciário/2013) As palavras


“países”, “famílias” e “níveis” são acentuadas de acordo com a mesma
regra de acentuação gráfica.

25. (Cespe/CNJ/Analista Judiciário/2013) A mesma regra de acentuação


gráfica justifica o emprego de acento gráfico nas palavras “construída” e
“possíveis”.

26. (Cespe/TRT-10ª Região (DF e TO)/Analista Judiciário/2013) As palavras


“países”, “famílias” e “níveis” são acentuadas de acordo com a mesma
regra de acentuação gráfica.

27. (Cespe/ANS/Analista Administrativo/213) Os acentos gráficos empregados


em “Agência” e em “Saúde” têm a mesma justificativa.

28. (Cespe/MPOG/Todos os Cargos/213) Pela mesma regra de acentuação


gráfica, justifica-se o acento gráfico nos vocábulos “países”, “possível” e
“difícil”.

29. (Cespe/CPRM/Analista em Geociências/2013) A ocorrência de hiato


justifica o emprego do acento agudo nas vogais i e u nas palavras
“construída” e “conteúdos”.

30. (Cespe/2014/TJ-CE/Analista Judiciário) O emprego do acento gráfico nos


vocábulos “reúnem” e “fenômeno” justifica-se com base na mesma regra
de acentuação.

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31. (Cespe/2014/CEF/Médico do Trabalho) O emprego do acento gráfico em


“incluíram” e “número” justifica-se com base na mesma regra de
acentuação.

32. (Cespe/TRT-17ª Região (ES)/Técnico Judiciário/2013) Os vocábulos


“juízes” e “país” são acentuados de acordo com regras de acentuação
gráfica distintas.

1 Mais verbas têm de se traduzir em mão de obra


qualificada, instalações de excelência e equipamentos de ponta.
[...]
Correio Braziliense, 18/8/2013 (com adaptações).

33. (Cespe/2013/FUB/Auxiliar de Administração) A forma verbal “têm” (l.1)


recebe acento gráfico para indicar o plural.

[...]

A coisa é mais complicada na modernidade, em que


10 os cidadãos comuns (como você e eu) são a fonte de toda
autoridade jurídica e moral. [...]

34. (Cespe/PF/Agente/2012) Suprimindo-se o emprego de termos


característicos da linguagem informal, como o da palavra “coisa” (l.9) e o
do trecho “(como você e eu)” (l.10), o primeiro período do segundo
parágrafo poderia ser reescrito, com correção gramatical, da seguinte
forma: Essa prática social apresenta-se mais complexa na
modernidade, onde a autoridade jurídica e moral submete-se à
opinião pública.

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Aula 0 (Demonstrativa) – Ortografia e Acentuação Gráfica
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35. (Cespe/TJ-AL/Cargos de Nível Superior/2012) O emprego do acento


gráfico nos vocábulos “análise” (L.4), “Aristóteles” (L.8) e ‘cadáveres’
(L.11) justifica-se pela mesma regra de acentuação.

[...]

[...]

36. (Cespe/TC-DF/Auditor de Controle Externo/2012) Na linha 13, a


substituição do vocábulo “senão” por se não, embora gramaticalmente
correta, prejudicaria o sentido do texto.

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Aula 1 – Emprego e Colocação de Classes Gramaticais

Olá, prezado aluno!


Chegou a hora de avançarmos. Hoje o assunto é emprego e
colocação de classes de palavras, tema importante nas provas do Cespe.
Portanto estude a matéria com muito empenho.
Veja o que nos aguarda:

Sumário

Definição .............................................................................................. 2
Emprego de substantivos ..................................................................... 6
Emprego de artigos .............................................................................. 8
Emprego de pronomes ........................................................................ 11
Diferença quanto ao emprego dos pronomes pessoais ..............................11
Pronomes de tratamento ......................................................................13
Pronomes possessivos .........................................................................14
Pronomes demonstrativos ....................................................................14
Pronomes relativos ..............................................................................17
Colocação dos pronomes oblíquos átonos ........................................... 21
Casos de próclise ................................................................................22
Casos de mesóclise..............................................................................22
Casos de ênclise ..................................................................................22
Advérbios ............................................................................................ 27
Preposições ......................................................................................... 29
Conjunções ......................................................................................... 31
Conjunções coordenativas ....................................................................32
Conjunções subordinativas ...................................................................34
Verbos................................................................................................. 42
Flexões verbais ...................................................................................42
Voz .................................................................................................42
Número e pessoa..............................................................................47
Modo e tempo ..................................................................................48
Emprego dos modos verbais .................................................................50

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Aula 1 – Emprego e Colocação de Classes Gramaticais

diferente daquele expresso pelo substantivo normal: caixão, cartilha, folhinha


(calendário), película, portão, flautim, calção etc.

[...]

1. (Cespe/STJ/Técnico Judiciário/Telecomunicações e Eletricidade/2012) Na


construção do sentido do texto, destaca-se a ambiguidade do vocábulo
“militar”, que, no contexto em que aparece, pode ser classificado ora
como substantivo, ora como verbo.

Comentário – Como substantivo, o vocábulo “militar” significa integrante de


uma das Forças Armadas. Como verbo, significa seguir uma carreira, ou atuar
em um partido, uma organização etc. Portanto é possível entender que o
jornalista aproveitou a oportunidade para reclamar da intromissão das Forças
Armadas na liberdade de imprensa ou para, a exemplo do coronel, desabafar
sobre as dificuldades da sua própria atividade profissional.
Resposta – Item certo.

2. (Cespe/TC-DF/Auditor de Controle Externo/2014) Dado que, na expressão


“o vácuo interrogante do porvir” (l.2), os termos “interrogante” e “do
porvir” especificam o mesmo núcleo nominal, o sentido da expressão seria
mantido caso a posição desses elementos fosse a seguinte: o vácuo do
porvir interrogante.

Comentário – No trecho original, os adjetivos especificam o substantivo


“vácuo”. Na expressão transformada, apenas a locução “do porvir” qualifica o
substantivo “vácuo”. Já o adjetivo “interrogante” especifica o “porvir”. Isso
muda o sentido da expressão original.
Resposta – Item errado.

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Aula 1 – Emprego e Colocação de Classes Gramaticais

Emprego de artigos

1) Todos
Usa-se o artigo entre o pronome indefinido todos e o elemento
posterior, caso este admita o seu uso.
Ex.: Todos os atletas foram declarados vencedores.
Todas as leis devem ser cumpridas.
Todos vocês estão suspensos.

2) Todo
Diante do pronome indefinido todo, usa-se o artigo para indicar
integralidade do que é considerado, totalidade daquilo que é
mencionado; não se usa para indicar generalização.

Ex.: Todo o país participou da greve. (O país todo, inteiro, totalmente.)


Todo país sofre por algum motivo. (Qualquer país
indiscriminadamente.)

ATENÇÃO! É possível surgirem questões que abordam a diferença entre os


sentidos desses tipos de enunciados. Normalmente, é perguntado se o
emprego ou a retirada do artigo preserva ou altera a informação original.
Perceba que há alteração de sentido. Tomando o segundo exemplo como ponto
de partida, a construção Todos os países (no plural mesmo) sofrem por
algum motivo conserva o significado inicial.

[...]
No Brasil, só é considerado eleitor quem preencher os
requisitos da nacionalidade, idade e capacidade, além do
25 requisito formal do alistamento eleitoral. Todos requisitos
legítimos e que não tornam inapropriado o uso do adjetivo
universal.
Internet: <http://jus.com.br> (com adaptações).

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Aula 1 – Emprego e Colocação de Classes Gramaticais

3. (Cespe/TRE-MS/Técnico Judiciário/2013) O artigo masculino plural os


poderia ser corretamente inserido após “Todos”, em “Todos requisitos”
(L.25).

Comentário – A expressão Todos os requisitos legítimos abrangeria


requisitos diferentes daqueles mencionados no texto. Bastaria que fossem
legítimos para que diversos requisitos estivessem subentendidos na expressão
em negrito. Essa não é a ideia original. O pronome “Todos” sintetiza e retoma
especificamente os requisitos listados no trecho anterior: “requisitos da
nacionalidade, idade e capacidade, além do requisito formal do alistamento
eleitoral”. A ideia originalmente expressa pelo enunciador é que os requisitos
mencionados são todos legítimos.
Perceba também que o emprego do artigo os prejudicaria a
coesão entre os elementos do texto, pois sugeriria que a expressão Todos os
requisito legítimos seria um suposto sujeito sem um verbo que lhe servisse
de base para compor uma oração. Analise: Todos os requisito legítimos
(???) e que não tornam inapropriado o uso do adjetivo universal. Assim, a
passagem tem sua coerência e sua coesão prejudicadas.
Resposta – Item errado.

[...]
Para um número crescente de pessoas em todo o
mundo, a vida deixou de ser vivida como destino — como
28 relativamente fixa e determinada. [...]

Anthony Giddens. Democracia. In: Mundo em descontrole.


Rio de Janeiro: Record, 2005, p. 78-82 (com adaptações).

4. (Cespe/TRE-MS/Analista Judiciário/2013) A interpretação da expressão


“todo o mundo” (L.26-27), em “Para um número crescente de pessoas em
todo o mundo”, é ambígua, assim como a da expressão todo mundo em
Em todo mundo há esperança.

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Aula 1 – Emprego e Colocação de Classes Gramaticais

Comentário – Não existe essa tal ambiguidade. O que existe é a ideia de


integralidade no primeiro caso e de generalização no segundo. Na frase “todo o
mundo”, considera-se totalmente o mundo, isto é, todas as partes dele, não
ficando nada de fora, conforme o próprio contexto. Na frase Em todo mundo
há esperança, a ideia é que existe esperança em qualquer pessoa,
indiscriminadamente.
Resposta – Item errado.

[...]

5. (Cespe/PC-CE/Inspetor/2012) Os substantivos “velhice” (L.1) e “tese”


(L.11) estão empregados no texto de forma indefinida e com sentido
genérico.

Comentário – Para resolver acertadamente esta questão, você precisa notar o


que vem antes desses substantivos. Em “à velhice”, tem-se a fusão da
preposição a com o artigo definido a. Os artigos definidos (o, os, a, as) são
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antepostos aos substantivos para dar aos seres um sentido determinado.


Semelhantemente, é isso que também ocorre em “à tese”.
Resposta – Item errado.

Emprego de pronomes

Diferença quanto ao emprego dos pronomes pessoais

a) Ele virou ela.

Na função de sujeito e de predicativo, o pronome pessoal utilizado será,


via de regra, do caso reto.

b) Quero falar com ele.


Sou útil a ele.
Vi-o na rua.
Serão empregados os do caso oblíquo nas demais funções sintáticas
(complemento verbal, complemento nominal etc.)

1 Especialmente no que comunica o papel da justiça


eleitoral ao princípio da autenticidade eleitoral, cabe a ela
garantir que prevaleça a vontade do eleitor. Entenda-se: não lhe
4 é cabível exigir ou orientar escolhas melhores, ou escolhas
ideais, apenas fazer valer a escolha expressada legitimamente
pelo eleitor no resultado das urnas. [...]
Paola Biaggi Alves de Alencar. A concretização do direito eleitoral
a partir dos princípios constitucionais estruturantes. In: Revista
de Julgados/Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso, vol. 1, 2002,
Cuiabá: TRE/MT, 2002/6 v, p. 99 (com adaptações).

6. (Cespe/TRE-MS/Analista Judiciário/2013) O pronome “lhe” (L.3) exerce a


função de complemento verbal indireto na oração em que se insere.

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Aula 1 – Emprego e Colocação de Classes Gramaticais

Comentário – O pronome oblíquo átono “lhe” complementa o sentido do


adjetivo “cabível”, portanto não funciona como complemento indireto de verbo.
A função do pronome é de complemento nominal.
Resposta – Item errado.

c) Eu contei a ti o que acontecera.


Você terá de viajar com nós dois.
Você terá de viajar conosco.

Os pronomes oblíquos tônicos são precedidos de preposição.


Usa-se com nós ou com vós quando tais expressões vierem
acompanhadas de elementos de realce, numeral, pronome ou oração
adjetiva.

CUIDADO! Não vá sem eu saber.


Todos saíram, exceto eu.

Mesmo diante de preposição, o pronome pessoal do caso reto


será empregado quando for sujeito de verbo, ainda que este
esteja elíptico.

d) Maria fez aniversário. Pedro deu-lhe um presente.


Maria fez aniversário. Pedro a presenteou.

Como complementos verbais, o(s), a(s) desempenham função de objeto


direto; lhe(s), de objeto indireto.

e) Mandei-o sair da sala.


Fiz-lhes ver que estavam errados.

LHE(S) só poderá ser sujeito de verbo infinitivo transitivo direto.


Mandei-lhe sair da sala seria uma construção errada, já que “sair”
tem regência intransitiva.

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[...]
16 o triunfo de uma moral tecida de perplexidade. As execuções
acontecem em lugares fechados, diante de poucas testemunhas:
há uma espécie de vergonha. Essa discrição é apresentada como
19 um progresso: os povos civilizados não executam seus
condenados nas praças. Mas o dito progresso é, de fato, um
corolário da incerteza ética de nossa cultura.
[...]

8. (Cespe/DPF/Papiloscopista/2012) O termo “Essa discrição” (l.18)


refere-se apenas ao que está expresso na primeira oração do período
que o antecede.

Comentário – Este é um caso típico em que o pronome demonstrativo foi


usado como elemento de coesão anafórica. A tal “discrição” é a maneira como
as mencionadas execuções são feitas: “em lugares fechados, diante de poucas
testemunhas”.
Resposta – Item certo.

1 Como o ar, a água, as praças e a ordem democrática,


a moeda é um dos bens públicos e a sua preservação é uma das
obrigações mais importantes dos poderes políticos.
4 Cumprir essa obrigação é também proteger os pobres,
os mais indefesos diante da alta de preços. Em tempos de
inflação elevada, o reajuste de seus ganhos é normalmente mais
7 lento que a alta do custo de vida. Além disso, eles são menos
capazes de poupar e de buscar proteção em aplicações
financeiras.
O Estado de S.Paulo, 27/2/2014.

9. (Cespe/2014/TJ-CE/Nível Médio) No texto acima, o pronome “eles” (l.7) é


termo coesivo que retoma o antecedente

a) “poderes políticos” (l.3).

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b) “os pobres” (l.4).


c) “seus ganhos” (l.6).
d) “o ar, a água, as praças e a ordem democrática” (l.1).
e) “bens públicos” (l.2).

Comentário – Depreende-se da leitura do texto que o termo retomado pelo


pronome “eles” é “os pobres”, outro exemplo de coesão anafórica.
Resposta – B

Pronomes relativos

a) Eis os velhos amigos de que lhe falhei.

Eis o instrumento de que lhe falei.

O pronome relativo QUE pode ser empregado tanto para substituir


coisa quanto para representar pessoa. Rejeita preposições com duas ou mais
sílabas e dispensa sem e sob
Lembre-se de que para ser conjunção integrante, esse vocábulo
deve unir uma oração subordinada de valor substantivo (objeto direto, objeto
indireto, complemento nominal, sujeito, predicativo, aposto) à sua principal.
Considere este fragmento: “...eles explicam que tipo de rodovia cada uma é.”,
em que a oração sublinhada é objeto direto da forma verbal “explicam” e o
“que” não é pronome relativo.

b) A casa onde morei era muito antiga. (certo)

A reunião onde estávamos acabou tarde. (errado)

ONDE é usado restritivamente em referência a lugar.

A escola onde estudo foi fechada.


A escola aonde vais é muito longe.
A escola donde vens é muito longe.

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ONDE é pronome relativo quando substitui um termo antecedente,


como no primeiro exemplo (onde = escola). Não deve ser confundido com
onde = advérbio interrogativo: “Onde você estuda?”. Observe que agora o
vocábulo onde não substitui nenhum termo anterior, apenas introduz uma
pergunta que exprime a ideia de lugar.
Usaremos aonde (contração de a + onde) quando o verbo que
surgir após esse pronome relativo exprimir ideia de movimento e exigir a
preposição “a”. Se o verbo indicativo de movimento reger preposição “de”,
usaremos “donde” (contração de de + onde – a contração não é obrigatória).
Ressalto que o verbo seguinte deve indicar movimento e não
permanência (como no primeiro exemplo). Com verbos estáticos, que
exprimem permanência, a preposição empregada será “em”. Na Língua
Portuguesa não existe nonde, isto é, a contração de em + onde. Nesse
caso, a preposição desaparece.

1 O que tanta gente foi fazer do lado de fora do tribunal


onde foi julgado um dos mais famosos casais acusados de
assassinato no país? Torcer pela justiça, sim: as evidências
4 permitiam uma forte convicção sobre os culpados, muito antes
do encerramento das investigações. Contudo, para torcer pela
justiça, não era necessário acampar na porta do tribunal, de
7 onde ninguém podia pressionar os jurados. [...]
Maria Rita Khel. A morte do sentido. Internet:
<www.mariaritakehl.psc.br> (com adaptações).

10. (Cespe/PF/Escrivão/2013) O emprego dos elementos “onde” (l.2) e “de


onde” (l.6-7), no texto, é próprio da linguagem oral informal, razão por
que devem ser substituídos, respectivamente, por no qual e da qual, em
textos que requerem o emprego da norma padrão escrita.

Comentário – Isso não faz sentido. O elemento “onde” foi utilizado como
pronome relativo nas duas ocorrências. No primeiro caso, substitui o nome
“tribunal” (o lugar do julgamento); no segundo, o termo “porta do tribunal”
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(lugar de onde partia a pressão). Em ambos os casos, a ideia de lugar está


muito clara. Tudo está de acordo com a norma padrão escrita da Língua
Portuguesa. Observe estas construções: No tribunal foi julgado um dos mais
famosos casais acusados de assassinato no país e Da porta do tribunal
ninguém podia pressionar os jurados.
Resposta – Item errado.

c) Ele participou da reunião, a qual deu origem ao atual grupo de trabalho.

O relativo o qual (e variações) é útil para desfazer ambiguidades.


Perceba que, se fosse empregado o relativo QUE, haveria margem para a
seguinte dúvida: a reunião ou ele deu origem ao atual grupo de trabalho?

A fim de solucionar o litígio, atos sucessivos e


concatenados são praticados pelo escrivão. Entre eles, estão os
atos de comunicação, os quais são indispensáveis para que os
4 sujeitos do processo tomem conhecimento dos atos acontecidos
no correr do procedimento e se habilitem a exercer os direitos
que lhes cabem e a suportar os ônus que a lei lhes impõe.
Internet: <http://jus.com.br> (com adaptações).

11. (Cespe/Polícia Federal/Escrivão/2013) Na linha 3, a correção gramatical


do texto seria mantida caso a expressão “os quais” fosse substituída por
que ou fosse suprimida, desde que, nesse último caso, fosse suprimida
também a forma verbal “são”.

Comentário – Caso você não esteja seguro, sugiro que faça a reescritura
durante a prova. Perca um minuto, mas ganhe o precioso ponto.
– Entre eles, estão os atos de comunicação, que são
indispensáveis... (os relativos que e o qual são equivalentes, podendo haver a
substituição proposta pelo examinador).

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– Entre eles, estão os atos de comunicação, indispensáveis...


(a ausência do pronome relativo e do verbo não prejudica a correção
gramatical, apenas faz desaparecer a oração adjetiva).
Resposta – Item certo.

d) É uma pessoa com cujas opiniões não podemos concordar.

O pronome relativo CUJO(S)/CUJA(S) estabelece uma relação de


posse/dependência entre os termos antecedente e consequente. Concorda em
gênero e número com a “coisa” possuída.
Muito cuidado quando a banca lhe propuser a substituição dele
por outro relativo (que, a/o qual, quem), a pretexto de que serão mantidas a
correção gramatical e a coerência argumentativa. ISSO NÃO É VERDADE.
NÃO É POSSÍVEL FAZER TAL SUBSTITUIÇÃO. Não confunda o caso
anterior (correspondência entre que e o/a qual) com este.
Observe esta construção: O professor cujo o filho nasceu está feliz.
O que acha dela? Certa ou errada? ERRADA. A norma gramatical não abona o
emprego de artigo antes (...o cujo...) ou depois (...cujo o...) do relativo CUJO,
daí o motivo de não se empregar o acento indicativo de crase diante dele.

1 A China já entendeu que sua passagem de emergente


para desenvolvida não pode prescindir da qualificação de seus
trabalhadores. Os chineses têm investido pesadamente no
4 ensino superior, cujo número de matrículas foi multiplicado por
seis nos últimos dez anos. [...]
Editorial, O Estado de S. Paulo, 19/7/2012.

12. (Cespe/TRE-RJ/Técnico Judiciário/2012) Mantém-se a correção gramatical


do período ao se substituir “cujo” (L.4) por qual.

Comentário – Se você leu atentamente o que eu acabei de escrever, não


deve ter perdido tempo com esta questão. Não é possível substituir cujo por
qual. O pronome relativo cujo estabelece relação de
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posse/dependência/pertencimento entre o antecedente e o consequente


(número de matrículas do ensino superior).
Resposta – Item errado.

e) Esta é a pessoa a quem prezo como amigo.

O pronome relativo QUEM é utilizado em referência a pessoas e se


faz acompanhar de preposição. Eu disse PREPOSIÇÃO e não artigo. Portanto,
se perguntarem a você qual a classe gramatical daquele “a” em negrito, NADA
DE DIZER “ARTIGO”.

f) Esqueci tudo quanto foi dito.


Podemos confiar em todos quantos estão presentes.
Podemos confiar em todas quantas estão presentes.

QUANTO (e variações) será pronome relativo quando estiver


acompanhado de tudo (e variações).

g) Essa é a hora quando as garças levantam vôo.


Não entendi a maneira como ela se dirigiu a mim.

QUANDO e COMO são pronomes relativos sempre que se referirem a um


termo antecedente (“a hora” e “a maneira”, nessa ordem). O primeiro tem
valor semântico de tempo; o segundo, de modo.

Colocação dos Pronomes Oblíquos Átonos

Antes de apresentar os casos de colocação pronominal – assunto


que não é muito explorado pelo Cespe –, cabe lembrar que próclise é a
ocorrência do pronome antes do verbo (Fingiu que não o reconheceu.).
Quando acontece o inverso, ou seja, o pronome surge após o verbo, temos um
caso de ênclise, que na escrita é marcada pela presença do hífen (Dá-me sua
ajuda.). A mesóclise, que só ocorre com verbos no futuro do presente e no

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portuguesa recai Aqui, fazem-se chaves.


sobre o uso da
ênclise. Portanto, se
não ocorrer qualquer
um dos casos
mencionados
anteriormente,
usaremos a ênclise.

13. (Cespe/2014/TJ-SE/Técnico Judiciário) No segmento “isso então nem se


fala” (l.8), a posição do pronome “se” justifica-se pela presença de
palavra de sentido negativo.

Comentário – Sim, este é um caso obrigatório de próclise e tem a ver com o


que foi exposto na alínea “a” do referido assunto. A palavra de sentido
negativo é “nem”. De vez em quando, este tipo de questão aparece.
Resposta – Item certo.

14. (Cespe/2014/ICMBio/Nível Médio) Na oração “ele se destacou entre os


colegas” (l.11), é obrigatório o uso do pronome “se” em posição
pré-verbal, devido ao fator atrativo exercido pelo elemento que o
antecede.

Comentário – Estar “em posição pré-verbal” é estar numa posição proclítica


ou, simplesmente, antes do verbo. Esse é o caso do pronome oblíquo átono
“se”. Mas não se trata de um caso obrigatório de próclise, conforme mencionou
o examinador. Observe no quadro acima. O pronome pessoal do caso reto
“ele” não atrai o pronome oblíquo átono. Portanto o pronome também poderia
surgir depois do verbo, isto é, numa posição enclítica: “ele destacou-se entre
os colegas”.
Resposta – Item errado.

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[...]
Evidencia-se, portanto, que é justamente na fase do
25 inquérito policial que serão coletadas as informações e as
[...]
Hálinna Regina de Lira Rolim. A possibilidade de investigação do
Ministério Público na fase pré-processual penal. Artigo científico. Rio
de Janeiro: Escola de Magistratura do Estado do Rio de Janeiro, 2010, p. 4.
Internet: <www.emerj.tjrj.jus.br>. (com adaptações).

15. (Cespe/2015/MPU/Analista) Em “Evidencia-se” (l.24), o pronome “se”


pode, facultativa e corretamente, ser tanto posposto — como aí foi
empregado — quanto anteposto à forma verbal — Se evidencia.

Comentário – A substituição proposta faria com que a oração começasse com


pronome oblíquo átono, o que não é permitido pela gramática normativa.
Resposta – Item errado.

Alguns pontos precisam ser ressaltados neste momento:

1 – O particípio não admite ênclise.

Dada-me a resposta, calei-me. (errado)


Dada a mim a resposta, calei-me. (certo)

2 – O futuro do presente e o futuro do pretérito também não admitem ênclise.

Direi-te a verdade. (errado)


Dir-te-ei a verdade (certo)

3 – O numeral ambos, quando sujeito, também atrai o pronome oblíquo átono.

Ambos se casarão amanhã.

4 – É licita a próclise ou a ênclise quando o infinitivo estiver precedido de


preposição ou palavra negativa.

Estou aqui para te servir (ou servir-te).


Meu desejo era não o incomodar (ou incomodá-lo).

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5 – Quando o infinitivo vier precedido pela preposição a, a próclise não será


possível se o pronome for o ou a.

Estamos a contemplá-la.
Se soubesse, não continuaria a lê-lo.
Começou a lhe ensinar português (ou ensinar-lhe).

Até agora, a posição do pronome oblíquo átono levou em conta a


existência de apenas um verbo. Veja a seguir como empregá-los em relação a
uma locução verbal (verbo auxiliar + verbo principal).

a) Verbo auxiliar + infinitivo


Ex.: Eu devo-lhe fazer um favor. (ênclise do verbo auxiliar)
Eu devo fazer-lhe um favor. (ênclise do verbo principal)
Eu não lhe devo fazer um favor. (próclise do verbo auxiliar; a palavra
atrativa impede a ênclise)
Eu não devo fazer-lhe um favor. (ênclise do verbo principal; o advérbio
“não” é insuficiente para impedi-la)

b) Verbo auxiliar + preposição + infinitivo


Ex.: Os jovens deixaram de se falar. (próclise do principal)
Os jovens deixaram de falar-se. (ênclise do principal)

c) Verbo auxiliar + gerúndio


Ex.: Estou-lhe obedecendo. (ênclise do auxiliar)
Estou obedecendo-lhe. (ênclise do principal)
Não lhe estou obedecendo. (próclise do auxiliar, em virtude da palavra
atrativa, que impede a ênclise)
Não estou obedecendo-lhe. (ênclise do principal; distante, o advérbio
perde sua força atrativa)

d) Verbo auxiliar + particípio

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Ex.: Havia-me levado ao cinema. (ênclise do auxiliar; não é possível a ênclise


do verbo principal por estar ele no particípio)
Não me havia levado ao cinema. (próclise do auxiliar, em virtude do
advérbio de negação)

Devo esclarecer ainda que, na fala brasileira (diferentemente do


que ocorre na tradição lusitana), os pronomes oblíquos átonos tendem a ficar
“solto” entre o verbo auxiliar e o principal, formando a próclise deste, como
atestam os exemplos abaixo, extraídos de excelentes escritores modernos.

a) “Mas agora já sabemos nos defender” (Guimarães Rosa)


b) “Meus olhos iam se enchendo de água.” (Raquel de Queirós)
c) “A conversa na mesa teria lhe dado suficiente prestígio para isso?” (Jorge
Amado)

16. (Cespe/TRE-MS/Analista Judiciário/2013) No trecho “o de que não se trata


de norma penal” (l.13-14), o emprego da próclise em vez da ênclise —
não trata-se — justifica-se pela presença de palavra negativa
antecedendo a forma verbal.

Comentário – Temos aqui um caso obrigatório de próclise, por causa da


presença do advérbio negativo não.
Resposta – Item certo.

1 A vida do Brasil colonial era regida pelas Ordenações


Filipinas, um código legal que se aplicava a Portugal e seus
territórios ultramarinos. Com todas as letras, as Ordenações
4 Filipinas asseguravam ao marido o direito de matar a mulher
caso a apanhasse em adultério. Também podia matá-la por
[...]
Ricardo Westin e Cintia Sasse. Dormindo com o inimigo. In: Jornal do Senado.
Brasília, 4/jul./2013, p. 4-5. Internet: <www.senado.gov.br> (com adaptações).

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17. (Cespe/2014/TJ-SE/Nível Superior) Não haveria prejuízo para a correção


gramatical do texto caso os pronomes “se” (l. 2) e “a” (l. 5) fossem
deslocados para imediatamente após as formas verbais “aplicava” (l. 2) e
“apanhasse” (l. 5), escrevendo-se que aplicava-se e caso apanhasse-
a, respectivamente.

Comentário – No texto, a próclise dos pronomes destacados é obrigatória,


pois o pronome relativo “que” e a conjunção subordinativa “caso” os atrai. A
formação da ênclise, como sugere o examinador, traria prejuízo à correção
gramatical.
Resposta – Item errado.

Advérbios
Referem-se a um verbo, um advérbio ou a um adjetivo,
acrescentando-lhes informações circunstanciais, acessórias.
Ex.: Ele chegou cedo. (refere-se à forma verbal “chegou” e indica
quando a ação verbal se realizou)
Você agiu bastante mal. (refere-se ao advérbio “mal”,
intensificando o modo indicado pelo advérbio)
Essa é a atitude menos correta. (refere-se ao adjetivo “correta”,
adicionando-lhe valor semântico intensificador)

Em alguns casos, os advérbios podem se referir a uma oração


inteira. Nesse caso, normalmente transmitem a avaliação de quem fala ou
escreve sobre o conteúdo da oração.
Ex.: Infelizmente, os deputados aprovaram as emendas.
As providências foram infrutíferas, lamentavelmente.

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[...]
7 Oficialmente, o presidente Nazarbayev justificou a mudança
alegando o risco permanente de terremoto em Almaty e a falta
de espaço para crescimento. Contudo, também queria integrar
[...]
Brasília asiática. In: Planeta, fev./2014 (com adaptações).

18. (Cespe/Câmara dos Deputados/ Analista Legislativo/2014) Os vocábulos


“Oficialmente” (L.7) e “permanente” (L.8) pertencem à mesma classe
gramatical.

Comentário – Não, não é verdade. O primeiro vocábulo é advérbio que se


refere à ação do presidente de justificar a mudança. O segundo é adjetivo que
qualifica o substantivo “risco”.
Resposta – Item errado.

Observamos que os advérbios bem e mal, quando juntos a


adjetivos (ou a particípios), são empregados na forma analítica para indicar o
grau comparativo de superioridade.
Ex.: O quarto está mais bem pintado (do) que a sala.
Joaquim é mais mal educado (do) que Pedro.

Alguns advérbios podem assumir formas diminutivas (e passam a


ter valor superlativo) para indicar linguagem afetiva.
Ex.: Chegaram agorinha.
Terminei a prova rapidinho.

Ocorrendo o emprego sequencial de advérbios terminados em


mente, a terminação pode ser usada apenas no último advérbio ou em todos
eles.
Ex.: Calma e silenciosamente, a aluna repassava os ensinamentos.
Calmamente e silenciosamente, a aluna repassava os
ensinamentos.

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ATENÇÃO! É possível que alguns adjetivos sejam empregados com advérbios.


Nesse caso, ficam invariáveis.

Ex.: Não falem alto!


As aulas de português não custam caro.

Preposições
Conecta (liga) palavras e orações, estabelecendo uma relação de
subordinação do consequente ao antecedente.
Ex.: O caderno de português ficou na escola. (a preposição estabeleceu
vínculo entre as palavras “caderno” e “português”, pertencentes à
mesma oração)
O medo de fracassar atormentava-o dia e noite. (agora, a
preposição promoveu o vínculo entre o substantivo “medo” e a
oração completiva nominal “fracassar”.
Usualmente, as preposições são desprovidas de valor semântico.
Porém, às vezes indicam noções fundamentais à compreensão da frase.
Ex.: Estou com você. (associação, a favor)
Estou contra você. (posição contrária)
Pus sob a mesa. (posição inferior)
Pus sobre a mesa (posição superior)
Às noites, jogava dominó. (tempo habitual, periodicidade)
Dei pirulitos para as crianças, uma a uma. (distribuição)
Veio de casa. (origem)

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[...]

19. (Cespe/STJ/Analista Judiciário/Área Judiciária/2012) A preposição “para”,


em “para a discussão” (L.3) e em “para colecionar livros” (L.23), introduz
expressão que exprime finalidade.

Comentário – Apesar de alguns protestos por parte de alguns estudantes, não


vejo problemas em considerar certo este item. Na linha 3, a preposição “para”
introduz uma finalidade da biblioteca de Alexandria: servir de epígrafe para a
discussão sobre a materialidade da comunicação. Na linha 23, a mesma
preposição introduz a finalidade da procura por uma biblioteca estruturada:
colecionar livros.
Resposta – Item certo.

[...]
classe social e econômica ou mesmo de idade. Questão de
10 relevância na discussão dos efeitos adversos do uso indevido
de drogas é a associação do tráfico de drogas ilícitas e dos

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crimes conexos — geralmente de caráter transnacional — com


13 a criminalidade e a violência. Esses fatores ameaçam a
[...]

Internet: <www.direitoshumanos.usp.br>

20. (Cespe/DPF/Agente/2014) Nas linhas 12 e 13, o emprego da preposição


“com”, em “com a criminalidade e a violência”, deve-se à regência do
vocábulo “conexos”.

Comentário – As aparências enganam! Os crimes não são conexos com a


criminalidade e a violência – isso nem faria muito sentido. É preciso retomar a
leitura de um ponto anterior: “...é a associação do tráfico de drogas ilícitas e
dos crimes conexos [...] com a criminalidade e a violência...”. Ou seja, é a
associação disso e daquilo com a criminalidade e a violência.
Resposta – Item errado.

Conjunções
Unem orações ou termos de uma oração. No desempenho desse
papel, a conjunção pode relacionar termos e orações sintaticamente
equivalentes (as chamadas orações coordenadas) ou relacionar uma oração
principal a uma oração que lhe é subordinada.
Note que as preposições, ao conectarem termos de uma mesma
oração, estabelecem entre eles um vínculo de subordinação. Já as conjunções,
um vínculo de coordenação.

Ex.: Pedro e Paulo saíram. (os vocábulos “Pedro” e “Paulo” mantêm


entre si uma relação de equivalência sintática)
Pedro foi ao cinema, e Paulo foi ao teatro. (as orações “Pedro foi ao
cinema” e “e Paulo foi ao teatro” também estão em um vínculo de
coordenação)

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22. (Cespe/2014/Antaq/Nível Médio) Mantêm-se a correção gramatical do


texto e suas informações originais ao se substituir “Portanto” (L.13) por
qualquer um dos seguintes termos: Por isso, Logo, Por conseguinte.

Comentário – As conjunções apresentadas pelo examinador expressam ideia


de conclusão, portanto a substituição proposta mantém a correção gramatical
do texto e suas informações originais (o texto aqui também é dispensável).
Resposta – Item certo.

[...]
A invenção e a difusão da técnica da escritura,
somadas à compilação de costumes tradicionais,
25 proporcionaram os primeiros códigos da Antiguidade, como o
de Hamurábi, o de Manu, o de Sólon e a Lei das XII Tábuas.
Constata-se, destarte, que os textos legislados e escritos eram
28 melhores depositários do direito e meios mais eficazes para
conservá-lo que a memória de certo número de pessoas, por
mais força que tivessem em função de seu constante exercício.
31 Esse direito antigo, tanto no Oriente quanto no Ocidente, não
diferenciava, na essência, prescrições civis, religiosas e morais.
Somente em tempos mais avançados da civilização é que se
34 começou a distinguir o direito da moral e a religião do direito.
Certamente, de todos os povos antigos, foi com os romanos que
o direito avançou para uma autonomia diante da religião e da
37 moral.
Antônio C. Walker. O direito nas sociedades primitivas. In:
Antônio C. Walker (Org.) Fundamentos de história do direito.
Belo Horizonte: Del Rey, 2006, p. 19-20 (com adaptações)

23. (Cespe/2015/TCU/TFCE) Sem prejuízo do sentido do texto, o termo


“destarte” (l.27) poderia ser substituído por contudo ou todavia.

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(não)

finais para que, a fim de que, que (= para que), de modo que

à proporção que, à medida que, ao passo que, quanto


mais... (tanto mais), quanto mais... (tanto menos),
proporcionais
quanto menos... (tanto mais), quanto mais... (mais),
(tanto)... quanto

Quando, enquanto, logo que, mal (= logo que), sempre


temporais que, assim que, desde que, antes que, depois que, até
que, agora que, ao mesmo tempo que, toda vez que

1 Em linhas gerais, o texto da Lei da Ficha Limpa prevê


que, para ficar impedido de concorrer a um cargo público
eletivo, basta que o candidato tenha sido condenado por um
4 órgão colegiado, ainda que ele esteja com recursos em
tramitação, caso muito comum, por exemplo, em condenações
de tribunais eleitorais.
[...]
Andeson de Oliveira Alarcon. As inovações eleitorais, a fichalimpa
e as eleições 2012. In: Escola Judiciária Eleitoral da Paraíba.
Internet: <www.tre-pb.gov.br> (com adaptações).

24. (Cespe/TRE-MS/Analista Judiciário/2013) No texto, a expressão “ainda


que” (L.4) tem sentido equivalente ao da expressão desde que.

Comentário – A locução conjuntiva “ainda que” transmite valor concessivo à


informação e pode se substituída, por exemplo, pela conjunção embora. A
locução desde que transmitira ao leitor um sentido de condição.
Resposta – Item errado.

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25. (Cespe/Correios/Agente de Correios/Atendente Comercial/2011 –


adaptada) A respeito de aspectos linguísticos do texto, julgue os itens
abaixo.

I. No pedido de desculpa pelos erros (v.3), o autor da carta comete o


seguinte erro: emprego da forma verbal “desculpes”, em vez de desculpe.
II. Os termos “Porque” (v.2) e “Porém” (v.7) estabelecem, nos respectivos
trechos, semelhantes relações de sentido.
III. No verso 5, os vocábulos “Talvez” e “até” expressam circunstâncias de
tempo.

Comentário – Item I: errado. O verbo desculpar corretamente flexionado na


segunda pessoa do singular do presente do subjuntivo. Quanto ao número e à
pessoa, a referência é o pronome TU, representante da pessoa com quem o
enunciador fala. Quanto ao tempo e modo verbal, o subjuntivo traduz a ideia
de possibilidade presente nas palavras do poema.
Item II: errado. A conjunção “Porque” apresenta o motivo pelo
qual o autor escreve a carta; a conjunção “Porém”, como conjunção
adversativa que é, introduz ideia de ressalva, contraste.
Item III: errado. “Talvez” exprime circunstância de dúvida;
“até” denota ideia de inclusão.
Resposta – Itens errados.

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[...]

[...]

[...]

26. (Cespe/TJ-ES/Analista Judiciário/2011) Nos trechos “que de fato


desprezava” (L.7) e “que ensinamentos tirei da leitura” (L.22), o elemento
“que” recebe a mesma classificação morfossintática.

Comentário – Na linha 7, o vocábulo classifica-se como pronome relativo,


substitui o antecedente “mulheres” e introduz oração subordinada adjetiva
restritiva.
Na linha 22, o “que” é conjunção integrante, introduz oração
subordinada substantiva objetiva direta.
Resposta – Item errado.

[...]

[...]

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27. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2012) Mantendo-se a correção gramatical e a


coerência do texto, a oração “se alguém é executado” (l.12), que expressa
uma hipótese, poderia ser escrita como caso se execute alguém, mas
não como se caso alguém se execute.

Comentário – Além de expressar uma hipótese por causa da conjunção


subordinativa “se”, a estrutura original transmite noção de passividade do
termo “alguém”: ele sofre a ação de ser executado.
A primeira proposta de substituição preserva tanto a correção
gramatical quanto a coerência do texto. A conjunção se foi substituída pela
também conjunção condicional caso. É digna de nota a flexão do verbo
executar, obrigatoriamente conjugado no subjuntivo (execute) por causa da
conjunção caso.
Mas a segunda proposta apresenta problemas. Com respeito
à correção gramatical, a justaposição das conjunções condicionais se caso fere
a normatividade da língua. Parece que o examinador quis confundir os
candidatos aproximando tal construção de outra bem semelhante: se acaso.
Nesta estrutura, não temos duas conjunções condicionais, mas uma conjunção
e um advérbio (= eventualmente). Em relação à coerência textual, segunda
proposta transmite noção reflexiva. Alguém executa a si mesmo? Pratica e
sofre a ação ao mesmo tempo? Não, não é essa a ideia original.
Resposta – Item certo.

[...]

[...]

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28. (Cespe/PC-CE/Inspetor/2012) O conector “pois” (L.18) introduz ideia de


consequência no trecho em que ocorre.

Comentário – A conjunção “pois” introduz uma explicação ou justificativa


para o progresso do cientista político Phillippe Schmitter. Eis alguns conectivos
que transmitem a ideia de consequência alegada pelo examinador: que
(precedido dos termos intensivos tal, tão, tanto, tamanho, às vezes
subentendidos), de sorte que, de modo que, de forma que, de maneira
que.
Resposta – Item errado.

29. (Cespe/CEF/Médico do Trabalho/2014) No trecho “Eu, se retorquisse


dizendo-lhe bem do tempo que se perde” (16-17), a partícula “se” recebe
classificação distinta em cada ocorrência.

Comentário – Sim, é verdade. Na primeira ocorrência, o “se” é conjunção


subordinativa condicional. Observe que ele pode ser substituído por caso,
outra conjunção condicional. Já na segunda, o “se” é pronome apassivador e,
ao lado do verbo transitivo direto “perde”, forma a voz passiva sintética (ou
pronominal). Observe que a estrutura pode ser transformada: “...do tempo
que é perdido” (voz passiva analítica ou verbal).
Resposta – Item certo.

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30. Mantêm-se a correção gramatical e as informações originais do período ao


se substituir o conectivo “pois” (L.1) por já que, uma vez que,
porquanto, visto que ou porque.

Comentário – Perceba que existe uma relação de causa e efeito entre as


orações ligadas por meio da conjunção “pois”, a qual introduz a oração
subordinada causal. Releia, portanto, o quadro das conjunções subordinativas
adverbiais causais para confirmar que todas as conjunções apresentadas pelo
examinador podem expressar noção de causa.
Resposta – Item certo.

1 Especialmente no que comunica o papel da justiça


eleitoral ao princípio da autenticidade eleitoral, cabe a ela
garantir que prevaleça a vontade do eleitor. Entenda-se: não lhe
4 é cabível exigir ou orientar escolhas melhores, ou escolhas
ideais, apenas fazer valer a escolha expressada legitimamente
pelo eleitor no resultado das urnas. Assim, embora louvável o

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7 esforço, não lhe cabe primar por “votos de qualidade”, apenas


pelos votos legitimamente conquistados.
[...]
Sabe-se que, no Brasil, o eleitor geralmente escolhe
seus candidatos em função de sua imagem social, pelo que os
19 meios de comunicação de massa lhe vendem, ou por aquilo que
é produzido e maquiado no grande mecanismo de promoção
pessoal que é a propaganda eleitoral. No entanto, uma
22 característica essencial da liberdade em nosso processo
democrático é que o eleitor brasileiro não precisa (e não deve)
justificar as suas escolhas. [...]
Paola Biaggi Alves de Alencar. A concretização do direito eleitoral
a partir dos princípios constitucionais estruturantes. In: Revista
de Julgados/Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso, vol. 1, 2002,
Cuiabá: TRE/MT, 2002/6 v, p. 99 (com adaptações).

31. (Cespe/TRE-MS/Analista Judiciário/2013) Os elementos “Assim” (L.6) e


“No entanto” (L.21) expressam ideias equivalentes.

Comentário – Na linha 6, o elemento “Assim” serve para expressar uma ideia


conclusiva em relação à atuação da justiça eleitoral. O conectivo “Assim”
equivale-se a portanto, logo, por conseguinte. Já o elemento “No entanto”,
na linha 21, expressa ideia distinta, pois estabelece uma ressalva à declaração
feita sobre o voto do eleitor brasileiro. A locução “No entanto” equivale-se a
porém, contudo, entretanto.
Resposta – Item errado.

[...]
outros na manutenção do status quo. É crucial, pois, que as
ações afirmativas, mecanismo jurídico concebido com vistas a
13 quebrar essa dinâmica perversa, sofram o influxo dessas forças
contrapostas e atraiam considerável resistência, sobretudo da

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parte dos que historicamente se beneficiaram da exclusão dos


16 grupos socialmente fragilizados.
Joaquim Barbosa B. Gomes. As ações afirmativas e os processos de
promoção da igualdade efetiva. In: AJUFE (Org.). Seminário internacional: as
minorias e o direito. 1.ª ed. 2003, p. 91-2 (com adaptações).

32. (Cespe/CNJ/Analista Judiciário/2013) Na linha 11, o vocábulo “pois” está


empregado com valor conclusivo, equivalendo a portanto.

Comentário – Este é um caso clássico da preposição pois com sentido


conclusivo: após o verbo da oração e isolada por meio de vírgulas. Veja
novamente: “É crucial, pois, que as ações afirmativas...”.
Resposta – Item certo.

Verbos

FLEXÕES VERBAIS

Voz

1. ATIVA  indica que o processo verbal foi praticado pelo sujeito do verbo.
Ex.: Cabral descobriu o Brasil.

2. PASSIVA  indica que o processo verbal foi sofrido pelo sujeito do verbo.
Ex.: O Brasil foi descoberto por Cabral.

ATENÇÃO! 1 – Observe, de acordo com os exemplos anteriores, que o


SUJEITO da voz ativa (Cabral) torna-se AGENTE DA PASSIVA, assim como o
OBJETO DIRETO da voz ativa (o Brasil) torna-se SUJEITO da voz passiva.
2 – Entretanto, quando o SUJEITO da voz ativa for
INDETERMINADO, na voz passiva não haverá AGENTE DA PASSIVA.
Ex.: Resolveram as questões. – voz ativa com sujeito indeterminado.
As questões foram resolvidas. (ou Resolveram-se as questões.) – voz
passiva sem agente da passiva.

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proposta, apenas mudaria a voz passiva sintética em analítica (ou verbal).


Observe que até a concordância entre o particípio iniciada e o substantivo
“sistematização” (núcleo do sujeito paciente) seria respeitada. Portanto não
haveria prejuízo algum.
Resposta – Item errado.

Há ainda alguns cuidados a respeito das vozes passiva e ativa:


a) Ficou-se feliz com o resultado. – verbo de LIGAÇÂO + SE =
sujeito indeterminado
b) Vive-se bem neste lugar. – verbo INTRASITIVO + SE =
sujeito indeterminado
c) Precisa-se de professores. – verbo TRANSITVO INDIRETO +
SE = sujeito indeterminado
d) Ama-se a Deus. Verbo TRANSITIVO DIRETO + SE + OBJETO
DIRETO PREPOSICIONADO = sujeito indeterminado

3. REFLEXIVA  indica que o processo verbal é praticado e sofrido pelo


sujeito ao mesmo tempo.
Ex.: Não me considero tão importante.
Reservamo-nos o direito de ficar calado.
Ele se deu um presente.

ATENÇÃO! 1 – Observe, de acordo com os exemplos anteriores, que o verbo


vem acompanhado de um pronome oblíquo que lhe serve de objeto e
representa a mesma pessoa do sujeito.

2 – Na prática, identifica-se a voz reflexiva acrescentando,


conforme a pessoa, as expressões a mim mesmo, a ti mesmo, a si mesmo,
etc.
Ex.: Feri-me a mim mesmo.
Julgai-vos a vós mesmos.

3 – No plural, a voz reflexiva pode indicar reciprocidade.

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Ex.: Os amigos se cumprimentaram.


Amavam-se um ao outro.

[...]
10 A declaração não previu que o desenvolvimento
capitalista chegasse à sua atual etapa de globalização e de
capitais voláteis, especulativos, que, sem controle, entram e
13 saem de diferentes países, gerando instabilidade permanente
nas economias periféricas. Talvez fosse o caso de se afirmar,
[...]
Francisco Alencar. Para humanizar o bicho homem. In: Francisco Alencar (Org.).
Direitos mais humanos. Brasília: Garamond, 2006. p. 17-31 (com adaptações).

34. (Cespe/TRT 21ª Região/Analista Judiciário/2011) A oração “A declaração


não previu” (l. 10) poderia ser corretamente reescrita da seguinte forma:
Na declaração, não se previu.

Comentário – A banca resolveu explorar a mudança de voz verbal, que veio


acompanhada por outras modificações. Em vez de transformar o sujeito (“A
declaração”) em agente da passiva, a banca tornou-o adjunto adverbial
(antecipado, o que justifica o uso da vírgula): Na declaração. Até aqui, tudo
bem. Não podemos dizer que a nova redação está errada só por causa disso.
Também não há incorreção na formação da voz passiva sintética (formada pela
combinação de verbo transitivo direto com pronome apassivador): se previu,
nem na posição proclítica do tal pronome, atraído pelo advérbio não. Com a
nova redação, a forma verbal previu passou a concordar com o sujeito
oracional que o desenvolvimento capitalista chegasse...
Resposta – Item certo.

[...]
que fragiliza e subordina economias nacionais. Não é
admissível que grupos privados transnacionais — não mais do

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19 que três centenas —, com negócios que vão do setor produtivo


industrial ao setor financeiro, passando pela publicidade e pelas
comunicações, sejam, na verdade, o verdadeiro governo do
22 mundo, hegemonizando governos e nações, derrubando
restrições alfandegárias, impondo seus interesses particulares.
[...]
Francisco Alencar. Para humanizar o bicho homem. In: Francisco Alencar (Org.).
Direitos mais humanos. Brasília: Garamond, 2006. p. 17-31 (com adaptações).

35. (Cespe/TRT 21ª Região/Analista Judiciário/2011) A correção gramatical do


texto seria mantida caso o trecho “Não é admissível” (l. 17-18) fosse
substituído por Não se admitem.

Comentário – Na redação original, o verbo ser está na voz ativa e concorda


na terceira pessoa do singular com o sujeito oracional “que grupos privados
transacionais... sejam... o verdadeiro governo do mundo”. Na redação
proposta, o sujeito continua o mesmo, embora o verbo admitir se flexione na
voz passiva sintética. Portanto não há razão para que o verbo admitir se
flexione na terceira pessoa do plural.
Resposta – Item errado.

1 No século XIX, enfatizou-se, nos mais diversos


domínios, a busca de explicações sobre as origens — dos
homens, das sociedades, das nações. Foi dentro desse quadro
[...]
Márcia Regina Capelar Naxara. Cientificismo e sensibilidade romântica.
Brasília: Ed. Universidade de Brasília, 2004, p. 24-35 (com adaptações).

36. (Cespe/TRT 21ª Região/Analista Judiciário/2011) Atenderia à prescrição


gramatical o emprego, na linha 1, da forma verbal foi enfatizada, em
vez de “enfatizou-se”.

Comentário – Sim. O sujeito continuaria sendo a expressão “a busca de


explicações sobre as origens”; o verbo continuaria na voz passiva (apenas

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passaria de passiva sintética para passiva analítica). O gênero feminino do


vocábulo enfatizada justifica-se pela concordância do particípio com o
substantivo “busca”.
Resposta – Item certo.

Número e Pessoa
1ª 2ª 3ª
singular eu tu ele/ela
plural nós vós eles/elas

[...]

37. (Cespe/Câmara dos Deputados/Analista/Técnico em Material e


Patrimônio/2012) A flexão de singular na forma verbal “importava” (L.26)
justifica-se por ser o sujeito da oração indeterminado, de interpretação
genérica.

Comentário – O verbo “importava” está na terceira pessoa do singular porque


concorda com o sujeito oracional “descobrir e estudar” (l. 27). Basta fazer a
boa e velha pergunta ao verbo: “O que importava?” A resposta é o sujeito:
“Descobrir e estudar”. Entenda assim, para melhor compreensão: descobrir e
estudar importava. Como se percebe, o sujeito está bem determinado na
passagem. Na aula sobre concordância verbal, veremos que o verbo se
flexiona na terceira pessoa do singular quando o sujeito, mesmo sendo
composto, é oracional (apresenta verbo em sua estrutura).
Resposta – Item errado.

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ATENÇÃO! 1. O quadro acima é uma síntese da formação dos tempos


compostos da voz ativa. Eles são formados pelos verbos auxiliares ter ou
haver, seguidos do particípio do verbo principal.
Ex.: Temos estudado muito.
Tinha posto a televisão na sala.
Havíamos chegado tarde.

2. Note que não há tempos compostos relativos ao


presente e ao pretérito imperfeito. Eles são usados para formar,
respectivamente, o pretérito perfeito composto e o pretérito mais-que-perfeito
composto. Também não há tempo composto relativo ao modo imperativo.

3. O tempo composto da voz passiva é formado com o


emprego simultâneo dos auxiliares ter ou haver e ser, seguidos do particípio
do verbo principal.
Ex.: Temos sido ensinados pelo professor.
O casal havia sido visto no restaurante.

[...]
Pedi a um dos homens ao lado da parede que me contasse
13 como tinha sido sua viagem. Ele objetou. Membros do
[...]
James Kynge. A China sacode o mundo. São Paulo: Globo, 2007 (com adaptações).

38. (Cespe/2014/Polícia Federal/Agente) A correção gramatical do texto seria


preservada caso se substituísse a locução “tinha sido” (L.13) pela forma
verbal fora.

Comentário – Vamos aprender a usar a tabela acima a partir desta questão.


A locução “tinha sido” constitui o tempo composto do verbo
ser. Repare que o verbo auxiliar é o ter e o verbo principal está no particípio.
Em que tempo e modo está conjugado o verbo auxiliar? Ele, sozinho, está
conjugado no pretérito imperfeito do indicativo. Como se trata de tempo
composto, dizemos que o verbo auxiliar foi usado para formar o pretérito

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mais-que-perfeito composto do verbo ser. Saiba, então, que o PI (pretérito


imperfeito simples) da origem ao PMP (pretérito mais-que-perfeito composto).
Se a locução representa o pretérito mais-que-perfeito
(composto) do verbo ser, a sua forma simples correspondente é fora, que
está no mesmo tempo e modo.
Resposta – Item certo.

EMPREGO DOS MODOS VERBAIS


– Indicativo: é associado a ações presentes, pretéritas (ou
passadas) ou futuras que consideramos de ocorrência certa.
– Subjuntivo: também é associado a acontecimentos presentes,
pretéritos ou futuros; mas com ocorrência provável, hipotética, duvidosa.
– Imperativo: associado a ordens, pedidos, súplicas que
desejamos.
Atenção! Quanto às formas nominais do verbo, o infinitivo indica a ação
verbal em si mesma; o gerúndio indica a ação em processo; o particípio
indica uma ação em curso ou um adjunto de um substantivo.

EMPREGO DOS TEMPOS VERBAIS

O presente do indicativo pode indicar valores semânticos tais


como:
1. fato que se realiza no momento do discurso.
Ex.: A turma toda estuda agora.

2. fato permanente
Ex.: O sol aquece a Terra.

3. fato habitual.
Ex.: Aquele atleta levanta cedo, alimenta-se bem e treina
intensamente.

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4. presente histórico, ou seja, substitui o pretérito para enfatizar


a descrição do fato, conferir mais vivacidade a ele.
Ex.: Antes de subir aos céus, Jesus diz a seus discípulos: “Eu sou o
caminho, a verdade, e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim” (João
14:6).
5. certeza do fato a que nos referimos e que acontecerá
brevemente, substituindo o futuro do presente.
Ex.: O artilheiro disse que joga amanhã. linguagem
jornalística
Presidente americano chega amanhã ao Brasil.

ATENÇÃO! Esses dois últmos casos têm surgido com frequência em provas.
Mais à frente, resolveremos uma qustão semelhante. Recomendo bastante
atenção a eles.

O pretérito perfeito do indicativo indica que o fato foi


perfeitamente concluído.
Ex.: O réu recorreu da decisão do juiz.

Também é recorrente em provas a discussão sobre os aspectos


indicados pelo pretérito imperfeito do indicativo. Fique atento aos valores
semânticos desse tempo verbal:
1. indica fato que ocorria habitualmente.
Ex.: Joãozinho era o primeiro a terminar as provas.

[...]
No passado, os escravos eram capturados e vendidos
como mercadoria. Hoje, a pobreza que torna populações
10 vulneráveis garante oferta de mão de obra para o tráfico — ao
passo que a demanda por essa força de trabalho sustenta o
comércio de pessoas. [...]
Leonardo Sakamoto. O tráfico de seres humanos hoje.
In: História viva. Internet: (com adaptações).

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39. (Cespe/2014/Polícia Federal/Agente) O sentido original do texto seria


preservado caso a forma verbal “eram capturados” (L.8) fosse substituída
por foram capturados.

Comentário – A forma verbal “eram” (pretérito imperfeito do indicativo)


transmite a ideia de que o fato ocorria habitualmente. Mas a forma foram
exprime que o mesmo fato foi perfeitamente concluído, sem noção de
continuidade. Portanto o sentido original seria alterado.
Resposta – Item errado.

2. seu uso em substituição ao presente traduz cortesia e atenua


uma afirmação ou um pedido.
Ex.: Eu queria saber se o diretor já chegou.

3. indica simultaneidade entre dois fatos passados.


Ex.: Os alunos estudavam para o concurso quando o edital foi
publicado.

4. denota uma consequência de um fato hipotético; substitui,


nesses casos, o futuro do pretérito.
Ex.: Houvesse estudado mais, passava (passaria) em primeiro
lugar.

1 A vida do Brasil colonial era regida pelas Ordenações


Filipinas, um código legal que se aplicava a Portugal e seus
territórios ultramarinos. Com todas as letras, as Ordenações
4 Filipinas asseguravam ao marido o direito de matar a mulher
caso a apanhasse em adultério. Também podia matá-la por
meramente suspeitar de traição. Previa-se um único caso de
7 punição: sendo o marido traído um “peão” e o amante de sua
mulher uma “pessoa de maior qualidade”, o assassino poderia
ser condenado a três anos de desterro na África.
[...]

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Ricardo Westin e Cintia Sasse. Dormindo com o inimigo. In: Jornal do Senado.
Brasília, 4/jul./2013, p. 4-5. Internet: <www.senado.gov.br> (com adaptações).

40. (Cespe/2014/TJ-SE/Nível Superior) O emprego do futuro do pretérito em


“poderia” (l. 8) indica que a situação apresentada na oração é não factual,
ou seja, é hipotética.

Comentário – Sim, é isso mesmo. O trecho transmite uma hipótese ou


possibilidade de ocorrência de um fato (a condenação mencionada). Esse é
mais um aspecto característico do futuro do pretérito.
Resposta – Item certo.

O pretérito mais-que-perfeito do indicativo indica um fato


passado e anterior a outro também passado.
Ex.: Quando o candidato chegou ao local do concurso, o portão já
se fechara.

Pode também surgir em frases optativas:


Ex.: Quem me dera casar com ela...

O futuro do presente do indicativo pode, além de indicar um


fato que ainda vai acontecer, sugerir valor semântico de imperativo:
Ex.: Nas férias, viajaremos para Caldas Novas.
“Não adulterarás” (Êxodo 20:13)

Entre os valores semânticos do futuro do pretérito do


indicativo, destaco:
1. o que indica ação futura expressa no passado.
Ex.: Em virtude dos acontecimentos, decidiram que ficariam em
casa.
2. aquele que indica um fato cuja realização depende de uma
condição que não se concretizou no passado e que,
provavelmente, não se realizará.

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Ex.: Se estudássemos mais, obteríamos a classificação.

CUIDADO! Empregando-se a forma verbal da primeira oração no presente ou


no futuro do subjuntivo (estudemos ou estudarmos), com as devidas
modificações, a condição expressa por ela será tomada como uma hipótese
que poderá ocorrer, ou não.
Caso estudemos mais, obteremos a classificação.
Se estudarmos mais, obteremos a classificação.

Em relação ao subjuntivo, note que ele pode indicar hipótese,


condição, vontade do indivíduo que fala enunciadas no presente, no pretérito
ou no futuro.
Ex.: Meu desejo é que todos sejam aprovados. (presente do
subjuntivo)
Paula talvez lhe telefonasse à noite. (pretérito imperfeito
do subjuntivo)
Se estudares, terás bom resultado. (futuro do subjuntivo)

Também é digno de nota o emprego do pretérito imperfeito do


subjuntivo como condição para a ocorrência de outra ação verbal.
Ex.: Se estudássemos mais, obteríamos a classificação.
CORRELAÇÃO VERBAL

Preciso falar com você sobre correlação verbal – coerência que,


em uma frase ou sequência de frases, deve haver entre as formas verbais
utilizadas. Ou seja, é preciso que haja articulação temporal entre os verbos,
que eles se correspondam, de maneira a expressar as ideias com lógica.
Tempos e modos verbais devem, portanto, combinar entre si. Veja este
exemplo:

Seu eu dormisse durante as aulas, jamais aprenderia a lição.

O verbo dormir está no pretérito imperfeito do subjuntivo.


Sabemos que o subjuntivo expressa dúvida, incerteza, possibilidade,

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eventualidade. Assim, em que tempo o verbo aprender deve estar, de


maneira a garantir que o período tenha lógica?
Na frase, aprender é usado no futuro do pretérito (aprenderia),
um tempo que expressa, dentre outras ideias, uma afirmação condicionada
(que depende de algo), quando esta se refere a fatos que não se realizaram e
que, provavelmente, não se realizarão. O período, portanto, está coerente, já
que a ideia transmitida por dormisse é exatamente a de uma dúvida, a de
uma possibilidade que não temos certeza se ocorrerá.
Veja o mesmo exemplo, mas sem correlação verbal:

Se eu dormisse durante as aulas, jamais aprenderei a lição.

Temos dormir no subjuntivo, novamente. Mas aprender está


conjugado no futuro do presente, um tempo verbal que expressa, dentre
outras ideias, fatos certos ou prováveis. Nesse caso, não podemos dizer que
jamais aprenderemos a lição, pois o ato de aprender está condicionado não a
uma certeza, mas apenas à hipótese (transmitida pelo pretérito imperfeito do
subjuntivo) de dormir.
A seguir, veja alguns casos em que os tempos verbais são
concordantes:
I. presente do indicativo + presente do subjuntivo:
Exijo que você faça o dever.

II. pretérito perfeito do indicativo + pretérito imperfeito do subjuntivo:


Exigi que ele fizesse o dever.

III. presente do indicativo + pretérito perfeito composto do subjuntivo:


Espero que ele tenha feito o dever.

IV. pretérito imperfeito do indicativo + mais-que-perfeito composto do


subjuntivo:
Queria que ele tivesse feito o dever.

V. futuro do subjuntivo + futuro do presente do indicativo:


Se você fizer o dever, eu ficarei feliz.

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VI. pretérito imperfeito do subjuntivo + futuro do pretérito do indicativo:


Se você fizesse o dever, eu leria suas respostas.

VII. pretérito mais-que-perfeito composto do subjuntivo + futuro do pretérito


composto do indicativo:
Se você tivesse feito o dever, eu teria lido suas respostas.

VIII. futuro do subjuntivo + futuro do presente do indicativo:


Quando você fizer o dever, dormirei.

IX. futuro do subjuntivo + futuro do presente composto do indicativo:


Quando você fizer o dever, já terei dormido.

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41. (Cespe/AL-ES/Cargos de Nível Médio/2011) Com relação à estrutura


gramatical do primeiro parágrafo do texto, assinale a opção correta.

(A) O vocábulo “se” (L.3) indica, no texto, uma condição para o trabalho;
nesse caso específico, essa condição é deixar de ver o filho nascer ou
crescer.
(B) Na oração “Outro aspecto aterrador aparece” (L.5), a palavra “Outro”
indica que um aspecto considerado aterrador — o fato de as pessoas
acharem que é importante fazer alguma coisa — já foi mencionado
anteriormente.
(C) Na linha 6, o vocábulo “para”, em ambas as ocorrências, pertence à
mesma classe de palavras.
(D) Seriam mantidos a correção gramatical do texto e o seu sentido original
se o trecho “tanto no nível pessoal como no profissional” (L.12-13) fosse
reescrito como tanto a nível de pessoa como a nível de trabalho.
(E) No final do primeiro parágrafo, está implícita a palavra nível antes do
termo “profissional”.

Comentário – Alternativa A: errada. O “se” não exprime condição, pois não é


conjunção condicional. Ele é pronome apassivador. Talvez isso seja mais bem
percebido se você colocar a estrutura na voz passiva analítica: ...nem que para
isso deixe de ser visto o filho nascer ou crescer.
Alternativa B: errada. O que é aterrador e surge
anteriormente é o fato de o trabalho e a produção terem prioridade sobre o
acompanhamento do nascimento e crescimento dos filhos.
Alternativa C: errada. Aqui o examinador explorou as novas
regras ortográficas. O primeiro “para” é verbo (eu paro, tu paras, ele para
etc.), que perdeu o acento diferencial (até 31/12/2012, o uso é facultativo). O
segundo “para” é preposição que indica finalidade.
Alternativa D: errada. A nível de é uma locução inadequada
do ponto de vista da gramática normativa. Caso a intenção seja transmitir o
sentido de “em relação a”, “em termos de”, use “em nível (de)”: Em nível (de)
internacional, nossa educação é uma das piores do mundo. Caso a intenção

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seja transmitir o sentido de “a mesma altura”, use “ao nível de”: Não se
rebaixe ao nível dele.
Alternativa E: certa. É fácil perceber o que o examinador
afirma: ...tanto no nível pessoal como no nível profissional.
Resposta – E

42. (Cespe/IRB/Diplomata/2012) Da combinação inusitada do verbo morrer,


flexionado no pretérito perfeito do indicativo, com a expressão adverbial
“desde pequena” (L.8) infere-se uma compreensão da morte diferente da
que estaria implícita caso tivesse sido empregada a locução verbal Venho
morrendo.

Comentário – A forma verbal “Morri”, no pretérito perfeito do indicativo,


exprime um fato começado e totalmente concluído. A locução verbal Venho

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morrendo, com o verbo principal no gerúndio, indica que o fato começou e


não foi totalmente concluído ainda; ele está em desenvolvimento.
Resposta – Item certo.

43. (Cespe/Serpro/Analista/2013) A correção gramatical do texto seria


preservada caso o verbo permitir, no segmento “o que exige o
desenvolvimento de um novo quadro conceitual e analítico que permita
captar” (L.9-10), fosse flexionado no pretérito imperfeito do mesmo modo
verbal (subjuntivo): permitisse.

Comentário – Você não precisa do texto. Basta observar que não existe
harmonia entre as ideias expressas pelas formas verbais “exige” e permitisse.
O presente do indicativo expressa um fato real cuja realização é averiguada no
momento do discurso. Porém o pretérito imperfeito do subjuntivo expressa um
fato hipotético cuja realização, verificada no passado, depende de outro fato
que não se realizou. Eis uma proposta de correção que respeita a correlação
verbal: “o que exigiria (futuro do pretérito do indicativo) o desenvolvimento
de um novo quadro conceitual e analítico que permitisse (pretérito imperfeito
do subjuntivo) captar”
Vale a pena atentar para as formas verbais correlatas abaixo:
I. presente do indicativo + presente do subjuntivo:
Exijo que você faça o dever.

II. pretérito perfeito do indicativo + pretérito imperfeito do subjuntivo:


Exigi que ele fizesse o dever.

III. presente do indicativo + pretérito perfeito composto do subjuntivo:


Espero que ele tenha feito o dever.

IV. pretérito imperfeito do indicativo + mais-que-perfeito composto do


subjuntivo:
Queria que ele tivesse feito o dever.

V. futuro do subjuntivo + futuro do presente do indicativo:

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Se você fizer o dever, eu ficarei feliz.

VI. pretérito imperfeito do subjuntivo + futuro do pretérito do indicativo:


Se você fizesse o dever, eu leria suas respostas.

VII. pretérito mais-que-perfeito composto do subjuntivo + futuro do pretérito


composto do indicativo:
Se você tivesse feito o dever, eu teria lido suas respostas.

VIII. futuro do subjuntivo + futuro do presente do indicativo:


Quando você fizer o dever, dormirei.

IX. futuro do subjuntivo + futuro do presente composto do indicativo:


Quando você fizer o dever, já terei dormido.
Resposta – Item errado.

[...]
O encontro terá a participação de ministros de
10 tribunais superiores, desembargadores, juízes, promotores,
advogados, delegados, diretores de tribunais e professores
universitários. Entre as palestras, painéis e mesas-redondas
13 estão programados temas a respeito de gestão, informatização,
correição virtual, paradigmas, meio ambiente, conciliação,
comunicação, todos eles relacionados à justiça.
Internet: <www.trt10.jus.br> (com adaptações).

44. (Cespe/TRT-10ª Região (DF e TO)/Técnico Judiciário/2013) Como o texto


trata de um evento que ocorrerá no futuro, o emprego do presente do
indicativo em “estão” (L.13) está em desacordo com as exigências
gramaticais de correlação entre os tempos e modos verbais.

Comentário – Como disse acima, a correlação verbal deve contribuir com a


expressão de ideias lógicas, coerentes entre si. Assim sendo, não se percebe
problema no emprego do presente do indicativo em “estão” (l. 13). Note que a
forma verbal faz parte de uma locução que traz o particípio do verbo

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programar (= traçar planos para a realização de algo posterior, planejar). Tal


valor semântico exprime a ideia de que os temas das palestras, dos painéis e
das mesas-redondas futuras estão previamente estabelecidos. Nisso não há
incoerência.
Resposta – Item errado.

Até o próximo encontro!

Albert Iglésia

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Lista das Questões Comentadas

[...]

1. (Cespe/STJ/Técnico Judiciário/Telecomunicações e Eletricidade/2012) Na


construção do sentido do texto, destaca-se a ambiguidade do vocábulo
“militar”, que, no contexto em que aparece, pode ser classificado ora
como substantivo, ora como verbo.

2. (Cespe/TC-DF/Auditor de Controle Externo/2014) Dado que, na expressão


“o vácuo interrogante do porvir” (l.2), os termos “interrogante” e “do
porvir” especificam o mesmo núcleo nominal, o sentido da expressão seria
mantido caso a posição desses elementos fosse a seguinte: o vácuo do
porvir interrogante.

[...]
No Brasil, só é considerado eleitor quem preencher os
requisitos da nacionalidade, idade e capacidade, além do
25 requisito formal do alistamento eleitoral. Todos requisitos
legítimos e que não tornam inapropriado o uso do adjetivo
universal.

Internet: <http://jus.com.br> (com adaptações).

3. (Cespe/TRE-MS/Técnico Judiciário/2013) O artigo masculino plural os


poderia ser corretamente inserido após “Todos”, em “Todos requisitos”
(L.25).

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[...]
Para um número crescente de pessoas em todo o
mundo, a vida deixou de ser vivida como destino — como
28 relativamente fixa e determinada. [...]
Anthony Giddens. Democracia. In: Mundo em descontrole.
Rio de Janeiro: Record, 2005, p. 78-82 (com adaptações).

4. (Cespe/TRE-MS/Analista Judiciário/2013) A interpretação da expressão


“todo o mundo” (L.26-27), em “Para um número crescente de pessoas em
todo o mundo”, é ambígua, assim como a da expressão todo mundo em
Em todo mundo há esperança.

[...]

5. (Cespe/PC-CE/Inspetor/2012) Os substantivos “velhice” (L.1) e “tese”


(L.11) estão empregados no texto de forma indefinida e com sentido
genérico.

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1 Especialmente no que comunica o papel da justiça


eleitoral ao princípio da autenticidade eleitoral, cabe a ela
garantir que prevaleça a vontade do eleitor. Entenda-se: não lhe
4 é cabível exigir ou orientar escolhas melhores, ou escolhas
ideais, apenas fazer valer a escolha expressada legitimamente
pelo eleitor no resultado das urnas. [...]

Paola Biaggi Alves de Alencar. A concretização do direito eleitoral


a partir dos princípios constitucionais estruturantes. In: Revista
de Julgados/Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso, vol. 1, 2002,
Cuiabá: TRE/MT, 2002/6 v, p. 99 (com adaptações).

6. (Cespe/TRE-MS/Analista Judiciário/2013) O pronome “lhe” (L.3) exerce a


função de complemento verbal indireto na oração em que se insere.

1 Um dos principais desafios para o Brasil é conhecer


a Amazônia. Sua vocação eminentemente hídrica impõe, ao
longo dos séculos, a necessidade do deslocamento de seus
4 habitantes através dos rios. Muito antes da chegada dos
[...]
Domingos Savio Almeida Nogueira. In: Internet:
<www.portosenavios.com.br/artigos> (com adaptações).

7. (Cespe/2014/Antaq/Conhecimentos Básicos/Nível Médio) Na linha 2, o


pronome “Sua” refere-se ao antecedente “Amazônia”.

[...]
16 o triunfo de uma moral tecida de perplexidade. As execuções
acontecem em lugares fechados, diante de poucas testemunhas:
há uma espécie de vergonha. Essa discrição é apresentada como
19 um progresso: os povos civilizados não executam seus
condenados nas praças. Mas o dito progresso é, de fato, um
corolário da incerteza ética de nossa cultura.
[...]

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8. (Cespe/DPF/Papiloscopista/2012) O termo “Essa discrição” (l.18)


refere-se apenas ao que está expresso na primeira oração do período que
o antecede.

1 Como o ar, a água, as praças e a ordem democrática,


a moeda é um dos bens públicos e a sua preservação é uma das
obrigações mais importantes dos poderes políticos.
4 Cumprir essa obrigação é também proteger os pobres,
os mais indefesos diante da alta de preços. Em tempos de
inflação elevada, o reajuste de seus ganhos é normalmente mais
7 lento que a alta do custo de vida. Além disso, eles são menos
capazes de poupar e de buscar proteção em aplicações
financeiras.
O Estado de S.Paulo, 27/2/2014.

9. (Cespe/2014/TJ-CE/Nível Médio) No texto acima, o pronome “eles” (l.7) é


termo coesivo que retoma o antecedente

a) “poderes políticos” (l.3).


b) “os pobres” (l.4).
c) “seus ganhos” (l.6).
d) “o ar, a água, as praças e a ordem democrática” (l.1).
e) “bens públicos” (l.2).

1 O que tanta gente foi fazer do lado de fora do tribunal


onde foi julgado um dos mais famosos casais acusados de
assassinato no país? Torcer pela justiça, sim: as evidências
4 permitiam uma forte convicção sobre os culpados, muito antes
do encerramento das investigações. Contudo, para torcer pela
justiça, não era necessário acampar na porta do tribunal, de
7 onde ninguém podia pressionar os jurados. [...]

Maria Rita Khel. A morte do sentido. Internet:

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<www.mariaritakehl.psc.br> (com adaptações).

10. (Cespe/PF/Escrivão/2013) O emprego dos elementos “onde” (l.2) e “de


onde” (l.6-7), no texto, é próprio da linguagem oral informal, razão por
que devem ser substituídos, respectivamente, por no qual e da qual, em
textos que requerem o emprego da norma padrão escrita.

A fim de solucionar o litígio, atos sucessivos e


concatenados são praticados pelo escrivão. Entre eles, estão os
atos de comunicação, os quais são indispensáveis para que os
4 sujeitos do processo tomem conhecimento dos atos acontecidos
no correr do procedimento e se habilitem a exercer os direitos
que lhes cabem e a suportar os ônus que a lei lhes impõe.

Internet: <http://jus.com.br> (com adaptações).

11. (Cespe/Polícia Federal/Escrivão/2013) Na linha 3, a correção gramatical


do texto seria mantida caso a expressão “os quais” fosse substituída por
que ou fosse suprimida, desde que, nesse último caso, fosse suprimida
também a forma verbal “são”.

1 A China já entendeu que sua passagem de emergente


para desenvolvida não pode prescindir da qualificação de seus
trabalhadores. Os chineses têm investido pesadamente no
4 ensino superior, cujo número de matrículas foi multiplicado por
seis nos últimos dez anos. [...]
Editorial, O Estado de S. Paulo, 19/7/2012.

12. (Cespe/TRE-RJ/Técnico Judiciário/2012) Mantém-se a correção gramatical


do período ao se substituir “cujo” (L.4) por qual.

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13. (Cespe/2014/TJ-SE/Técnico Judiciário) No segmento “isso então nem se


fala” (l.8), a posição do pronome “se” justifica-se pela presença de
palavra de sentido negativo.

14. (Cespe/2014/ICMBio/Nível Médio) Na oração “ele se destacou entre os


colegas” (l.11), é obrigatório o uso do pronome “se” em posição
pré-verbal, devido ao fator atrativo exercido pelo elemento que o
antecede.

[...]
Evidencia-se, portanto, que é justamente na fase do
25 inquérito policial que serão coletadas as informações e as
[...]
Hálinna Regina de Lira Rolim. A possibilidade de investigação do
Ministério Público na fase pré-processual penal. Artigo científico. Rio
de Janeiro: Escola de Magistratura do Estado do Rio de Janeiro, 2010, p. 4.
Internet: <www.emerj.tjrj.jus.br>. (com adaptações).

15. (Cespe/2015/MPU/Analista) Em “Evidencia-se” (l.24), o pronome “se”


pode, facultativa e corretamente, ser tanto posposto — como aí foi
empregado — quanto anteposto à forma verbal — Se evidencia.

16. (Cespe/TRE-MS/Analista Judiciário/2013) No trecho “o de que não se trata


de norma penal” (l.13-14), o emprego da próclise em vez da ênclise —
não trata-se — justifica-se pela presença de palavra negativa
antecedendo a forma verbal.

1 A vida do Brasil colonial era regida pelas Ordenações


Filipinas, um código legal que se aplicava a Portugal e seus
territórios ultramarinos. Com todas as letras, as Ordenações
4 Filipinas asseguravam ao marido o direito de matar a mulher

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caso a apanhasse em adultério. Também podia matá-la por


[...]
Ricardo Westin e Cintia Sasse. Dormindo com o inimigo. In: Jornal do Senado.
Brasília, 4/jul./2013, p. 4-5. Internet: <www.senado.gov.br> (com adaptações).

17. (Cespe/2014/TJ-SE/Nível Superior) Não haveria prejuízo para a correção


gramatical do texto caso os pronomes “se” (l. 2) e “a” (l. 5) fossem
deslocados para imediatamente após as formas verbais “aplicava” (l. 2) e
“apanhasse” (l. 5), escrevendo-se que aplicava-se e caso apanhasse-
a, respectivamente.

[...]
7 Oficialmente, o presidente Nazarbayev justificou a mudança
alegando o risco permanente de terremoto em Almaty e a falta
de espaço para crescimento. Contudo, também queria integrar
[...]
Brasília asiática. In: Planeta, fev./2014 (com adaptações).

18. (Cespe/Câmara dos Deputados/ Analista Legislativo/2014) Os vocábulos


“Oficialmente” (L.7) e “permanente” (L.8) pertencem à mesma classe
gramatical.

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[...]

19. (Cespe/STJ/Analista Judiciário/Área Judiciária/2012) A preposição “para”,


em “para a discussão” (L.3) e em “para colecionar livros” (L.23), introduz
expressão que exprime finalidade.

[...]
classe social e econômica ou mesmo de idade. Questão de
10 relevância na discussão dos efeitos adversos do uso indevido
de drogas é a associação do tráfico de drogas ilícitas e dos
crimes conexos — geralmente de caráter transnacional — com
13 a criminalidade e a violência. Esses fatores ameaçam a
[...]
Internet: <www.direitoshumanos.usp.br>

20. (Cespe/DPF/Agente/2014) Nas linhas 12 e 13, o emprego da preposição


“com”, em “com a criminalidade e a violência”, deve-se à regência do
vocábulo “conexos”.

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21. (Cespe/TCE-RS/Oficial de Controle Externo/2013) Mantêm-se as relações


sintáticas originais ao se substituir o termo “Entretanto” (l.11) por
qualquer um dos seguintes: Porém, Contudo, Todavia, No entanto.

22. (Cespe/2014/Antaq/Nível Médio) Mantêm-se a correção gramatical do


texto e suas informações originais ao se substituir “Portanto” (L.13) por
qualquer um dos seguintes termos: Por isso, Logo, Por conseguinte.

[...]
A invenção e a difusão da técnica da escritura,
somadas à compilação de costumes tradicionais,
25 proporcionaram os primeiros códigos da Antiguidade, como o
de Hamurábi, o de Manu, o de Sólon e a Lei das XII Tábuas.
Constata-se, destarte, que os textos legislados e escritos eram
28 melhores depositários do direito e meios mais eficazes para
conservá-lo que a memória de certo número de pessoas, por
mais força que tivessem em função de seu constante exercício.
31 Esse direito antigo, tanto no Oriente quanto no Ocidente, não
diferenciava, na essência, prescrições civis, religiosas e morais.
Somente em tempos mais avançados da civilização é que se
34 começou a distinguir o direito da moral e a religião do direito.
Certamente, de todos os povos antigos, foi com os romanos que
o direito avançou para uma autonomia diante da religião e da
37 moral.
Antônio C. Walker. O direito nas sociedades primitivas. In:
Antônio C. Walker (Org.) Fundamentos de história do direito.
Belo Horizonte: Del Rey, 2006, p. 19-20 (com adaptações)

23. (Cespe/2015/TCU/TFCE) Sem prejuízo do sentido do texto, o termo


“destarte” (l.27) poderia ser substituído por contudo ou todavia.

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1 Em linhas gerais, o texto da Lei da Ficha Limpa prevê


que, para ficar impedido de concorrer a um cargo público
eletivo, basta que o candidato tenha sido condenado por um
4 órgão colegiado, ainda que ele esteja com recursos em
tramitação, caso muito comum, por exemplo, em condenações
de tribunais eleitorais.
[...]
Andeson de Oliveira Alarcon. As inovações eleitorais, a fichalimpa
e as eleições 2012. In: Escola Judiciária Eleitoral da Paraíba.
Internet: <www.tre-pb.gov.br> (com adaptações).

24. (Cespe/TRE-MS/Analista Judiciário/2013) No texto, a expressão “ainda


que” (L.4) tem sentido equivalente ao da expressão desde que.

25. (Cespe/Correios/Agente de Correios/Atendente Comercial/2011 –


adaptada) A respeito de aspectos linguísticos do texto, julgue os itens
abaixo.

I. No pedido de desculpa pelos erros (v.3), o autor da carta comete o


seguinte erro: emprego da forma verbal “desculpes”, em vez de desculpe.
II. Os termos “Porque” (v.2) e “Porém” (v.7) estabelecem, nos respectivos
trechos, semelhantes relações de sentido.
III. No verso 5, os vocábulos “Talvez” e “até” expressam circunstâncias de
tempo.

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[...]

[...]

[...]

26. (Cespe/TJ-ES/Analista Judiciário/2011) Nos trechos “que de fato


desprezava” (L.7) e “que ensinamentos tirei da leitura” (L.22), o elemento
“que” recebe a mesma classificação morfossintática.

[...]

[...]

27. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2012) Mantendo-se a correção gramatical e a


coerência do texto, a oração “se alguém é executado” (l.12), que expressa
uma hipótese, poderia ser escrita como caso se execute alguém, mas
não como se caso alguém se execute.

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[...]

[...]

28. (Cespe/PCCE/Inspetor/2012) O conector “pois” (L.18) introduz ideia de


consequência no trecho em que ocorre.

29. (Cespe/CEF/Médico do Trabalho/2014) No trecho “Eu, se retorquisse


dizendo-lhe bem do tempo que se perde” (16-17), a partícula “se” recebe
classificação distinta em cada ocorrência.

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30. Mantêm-se a correção gramatical e as informações originais do período ao


se substituir o conectivo “pois” (L.1) por já que, uma vez que,
porquanto, visto que ou porque.

1 Especialmente no que comunica o papel da justiça


eleitoral ao princípio da autenticidade eleitoral, cabe a ela
garantir que prevaleça a vontade do eleitor. Entenda-se: não lhe
4 é cabível exigir ou orientar escolhas melhores, ou escolhas
ideais, apenas fazer valer a escolha expressada legitimamente
pelo eleitor no resultado das urnas. Assim, embora louvável o
7 esforço, não lhe cabe primar por “votos de qualidade”, apenas
pelos votos legitimamente conquistados.
[...]
Sabe-se que, no Brasil, o eleitor geralmente escolhe
seus candidatos em função de sua imagem social, pelo que os
19 meios de comunicação de massa lhe vendem, ou por aquilo que
é produzido e maquiado no grande mecanismo de promoção
pessoal que é a propaganda eleitoral. No entanto, uma
22 característica essencial da liberdade em nosso processo
democrático é que o eleitor brasileiro não precisa (e não deve)
justificar as suas escolhas. [...]
Paola Biaggi Alves de Alencar. A concretização do direito eleitoral
a partir dos princípios constitucionais estruturantes. In: Revista
de Julgados/Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso, vol. 1, 2002,
Cuiabá: TRE/MT, 2002/6 v, p. 99 (com adaptações).

31. (Cespe/TRE-MS/Analista Judiciário/2013) Os elementos “Assim” (L.6) e


“No entanto” (L.21) expressam ideias equivalentes.

[...]
outros na manutenção do status quo. É crucial, pois, que as
ações afirmativas, mecanismo jurídico concebido com vistas a

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13 quebrar essa dinâmica perversa, sofram o influxo dessas forças


contrapostas e atraiam considerável resistência, sobretudo da
parte dos que historicamente se beneficiaram da exclusão dos
16 grupos socialmente fragilizados.
Joaquim Barbosa B. Gomes. As ações afirmativas e os processos de
promoção da igualdade efetiva. In: AJUFE (Org.). Seminário internacional: as
minorias e o direito. 1.ª ed. 2003, p. 91-2 (com adaptações).

32. (Cespe/CNJ/Analista Judiciário/2013) Na linha 11, o vocábulo “pois” está


empregado com valor conclusivo, equivalendo a portanto.

[...]
13 Só no Império, em 1832, com o Código de Processo
Penal do Império, iniciou-se a sistematização das ações do
Ministério Público. Na República, o Decreto n.º 848/1890, ao
[...]
Internet: <www.mpu.mp.br> (com adaptações).

33. (Cespe/2015/MPU/Técnico) Caso se substituísse “iniciou-se” (l.14) por foi


iniciada, a correção gramatical do período seria prejudicada.

[...]
10 A declaração não previu que o desenvolvimento
capitalista chegasse à sua atual etapa de globalização e de
capitais voláteis, especulativos, que, sem controle, entram e
13 saem de diferentes países, gerando instabilidade permanente
nas economias periféricas. Talvez fosse o caso de se afirmar,
[...]

Francisco Alencar. Para humanizar o bicho homem. In: Francisco Alencar (Org.).
Direitos mais humanos. Brasília: Garamond, 2006. p. 17-31 (com adaptações).

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34. (Cespe/TRT 21ª Região/Analista Judiciário/2011) A oração “A declaração


não previu” (l. 10) poderia ser corretamente reescrita da seguinte forma:
Na declaração, não se previu.

[...]
que fragiliza e subordina economias nacionais. Não é
admissível que grupos privados transnacionais — não mais do
19 que três centenas —, com negócios que vão do setor produtivo
industrial ao setor financeiro, passando pela publicidade e pelas
comunicações, sejam, na verdade, o verdadeiro governo do
22 mundo, hegemonizando governos e nações, derrubando
restrições alfandegárias, impondo seus interesses particulares.
[...]
Francisco Alencar. Para humanizar o bicho homem. In: Francisco Alencar (Org.).
Direitos mais humanos. Brasília: Garamond, 2006. p. 17-31 (com adaptações).

35. (Cespe/TRT 21ª Região/Analista Judiciário/2011) A correção gramatical do


texto seria mantida caso o trecho “Não é admissível” (l. 17-18) fosse
substituído por Não se admitem.

1 No século XIX, enfatizou-se, nos mais diversos


domínios, a busca de explicações sobre as origens — dos
homens, das sociedades, das nações. Foi dentro desse quadro
[...]
Márcia Regina Capelar Naxara. Cientificismo e sensibilidade romântica.
Brasília: Ed. Universidade de Brasília, 2004, p. 24-35 (com adaptações).

36. (Cespe/TRT 21ª Região/Analista Judiciário/2011) Atenderia à prescrição


gramatical o emprego, na linha 1, da forma verbal foi enfatizada, em
vez de “enfatizou-se”.

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[...]

37. (Cespe/Câmara dos Deputados/Analista/Técnico em Material e


Patrimônio/2012) A flexão de singular na forma verbal “importava” (L.26)
justifica-se por ser o sujeito da oração indeterminado, de interpretação
genérica.

[...]
Pedi a um dos homens ao lado da parede que me 13 contasse
13 como tinha sido sua viagem. Ele objetou. Membros do
[...]
James Kynge. A China sacode o mundo. São Paulo: Globo, 2007 (com adaptações).

38. (Cespe/2014/Polícia Federal/Agente) A correção gramatical do texto seria


preservada caso se substituísse a locução “tinha sido” (L.13) pela forma
verbal fora.

[...]
No passado, os escravos eram capturados e vendidos
como mercadoria. Hoje, a pobreza que torna populações
10 vulneráveis garante oferta de mão de obra para o tráfico — ao
passo que a demanda por essa força de trabalho sustenta o
comércio de pessoas. [...]
Leonardo Sakamoto. O tráfico de seres humanos hoje.
In: História viva. Internet: (com adaptações).

39. (Cespe/2014/Polícia Federal/Agente) O sentido original do texto seria


preservado caso a forma verbal “eram capturados” (L.8) fosse substituída
por foram capturados.

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1 A vida do Brasil colonial era regida pelas Ordenações


Filipinas, um código legal que se aplicava a Portugal e seus
territórios ultramarinos. Com todas as letras, as Ordenações
4 Filipinas asseguravam ao marido o direito de matar a mulher
caso a apanhasse em adultério. Também podia matá-la por
meramente suspeitar de traição. Previa-se um único caso de
7 punição: sendo o marido traído um “peão” e o amante de sua
mulher uma “pessoa de maior qualidade”, o assassino poderia
ser condenado a três anos de desterro na África.
[...]
Ricardo Westin e Cintia Sasse. Dormindo com o inimigo. In: Jornal do Senado.
Brasília, 4/jul./2013, p. 4-5. Internet: <www.senado.gov.br> (com adaptações).

40. (Cespe/2014/TJ-SE/Nível Superior) O emprego do futuro do pretérito em


“poderia” (l. 8) indica que a situação apresentada na oração é não factual,
ou seja, é hipotética.

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41. (Cespe/AL-ES/Cargos de Nível Médio/2011) Com relação à estrutura


gramatical do primeiro parágrafo do texto, assinale a opção correta.

(A) O vocábulo “se” (L.3) indica, no texto, uma condição para o trabalho;
nesse caso específico, essa condição é deixar de ver o filho nascer ou
crescer.
(B) Na oração “Outro aspecto aterrador aparece” (L.5), a palavra “Outro”
indica que um aspecto considerado aterrador — o fato de as pessoas
acharem que é importante fazer alguma coisa — já foi mencionado
anteriormente.
(C) Na linha 6, o vocábulo “para”, em ambas as ocorrências, pertence à
mesma classe de palavras.
(D) Seriam mantidos a correção gramatical do texto e o seu sentido original
se o trecho “tanto no nível pessoal como no profissional” (L.12-13) fosse
reescrito como tanto a nível de pessoa como a nível de trabalho.
(E) No final do primeiro parágrafo, está implícita a palavra nível antes do
termo “profissional”.

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42. (Cespe/IRB/Diplomata/2012) Da combinação inusitada do verbo morrer,


flexionado no pretérito perfeito do indicativo, com a expressão adverbial
“desde pequena” (L.8) infere-se uma compreensão da morte diferente da
que estaria implícita caso tivesse sido empregada a locução verbal Venho
morrendo.

43. (Cespe/Serpro/Analista/2013) A correção gramatical do texto seria


preservada caso o verbo permitir, no segmento “o que exige o
desenvolvimento de um novo quadro conceitual e analítico que permita
captar” (L.9-10), fosse flexionado no pretérito imperfeito do mesmo modo
verbal (subjuntivo): permitisse.

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Aula 1 – Emprego e Colocação de Classes Gramaticais

[...]
O encontro terá a participação de ministros de
10 tribunais superiores, desembargadores, juízes, promotores,
advogados, delegados, diretores de tribunais e professores
universitários. Entre as palestras, painéis e mesas-redondas
13 estão programados temas a respeito de gestão, informatização,
correição virtual, paradigmas, meio ambiente, conciliação,
comunicação, todos eles relacionados à justiça.
Internet: <www.trt10.jus.br> (com adaptações).

44. (Cespe/TRT-10ª Região (DF e TO)/Técnico Judiciário/2013) Como o texto


trata de um evento que ocorrerá no futuro, o emprego do presente do
indicativo em “estão” (L.13) está em desacordo com as exigências
gramaticais de correlação entre os tempos e modos verbais.

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Aula 1 – Emprego e Colocação de Classes Gramaticais

Gabarito das Questões Comentadas

1. Item certo 31. Item errado


2. Item errado 32. Item certo
3. Item errado 33. Item errado
4. Item errado 34. Item certo
5. Item errado 35. Item errado
6. Item errado 36. Item certo
7. Item certo 37. Item errado
8. Item certo 38. Item certo
9. B 39. Item errado
10. Item errado 40. Item certo
11. Item certo 41. E
12. Item errado 42. Item certo
13. Item certo 43. Item errado
14. Item errado 44. Item errado
15. Item errado
16. Item certo
17. Item errado
18. Item errado
19. Item certo
20. Item errado
21. Item certo
22. Item certo
23. Item errado
24. Item errado
25. Itens errados
26. Item errado
27. Item certo
28. Item errado
29. Item certo
30. Item certo

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Aula 2 – Regência e Crase

Seja bem-vindo!
Na aula de hoje, estudaremos a regência de alguns nomes e
verbos, além de casos de ocorrência (ou não) da crase.
Em relação à regência, digo “de alguns nomes e verbos” porque a
grande quantidade deles no léxico da nossa Língua não nos permite estudar o
assunto em sua inteireza.
Ficaremos, então, com o estudo da regência de um grupo de
nomes e verbos cujo conhecimento não pode faltar a você.

Regência Nominal

Regência nominal é a relação entre um substantivo, adjetivo ou


advérbio transitivo e seu respectivo complemento nominal. Essa relação é
intermediada por uma preposição. Vejamos três exemplos do que acabei de
falar:
(1) Os cursos do Ponto têm sido úteis a muitos candidatos.
ADJ. COMP. NOMINAL

PREP.

(2) A maioria votou favoravelmente ao projeto.


ADV. COMP. NOMINAL

PREP. (de + a)

(3) Todos vocês têm capacidade de passar no concurso!


SUBST. COMP. NOMINAL

PREP.

É importante você notar que muitos nomes seguem o mesmo


regime dos verbos correspondentes. Conhecer o regime de um verbo significa,
nesses casos, conhecer o regime dos nomes cognatos.
Abaixo está uma relação de nomes e suas regências que merecem
sua atenção, já que o emprego deles é frequente em concursos das mais
diversas bancas examinadoras:

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Aula 2 – Regência e Crase

Resposta – Item certo.

1 Os 68.544 vereadores que serão eleitos, em 7 de


outubro, por 138.242.323 eleitores, nos mais de 5.500
municípios brasileiros, terão a tarefa de fiscalizar as
4 prefeituras, além de criar e modificar leis restritas às cidades.
[...]
Editorial, Estado de Minas, 19/7/2012

2. (Cespe/TRE-RJ/Técnico Judiciário/2012) O sinal indicativo de crase em


“restritivas às cidades” (L.4) justifica-se porque a palavra “restritas” exige
complemento regido pela preposição a e a palavra “cidades” vem
antecedida por artigo definido feminino, no plural.

Comentário – Esta questão confirma o que expliquei. A palavra “restritas” é


adjetivo que rege seu complemento (“as cidades”) por meio da preposição “a”.
Trata-se, portanto, de mais um caso de regência nominal. Sabemos que
a + as = às.
Resposta – Item certo.

1 As operadoras de planos de saúde deverão criar


ouvidorias vinculadas às suas estruturas organizacionais.
[...]
Internet: <www.ans.gov.br> (com adaptações).

3. (Cespe/ANS/Técnico Administrativo/2013) Na linha 2, o emprego do sinal


indicativo de crase em “às suas” justifica-se porque o termo “vinculadas”
exige complemento regido pela preposição a e o pronome possessivo
“suas” vem antecedido por artigo definido feminino plural.

Comentário – Se ainda resta dúvida, sugiro que você troque o substantivo


feminino “estruturas” por um de gênero masculino. Isso fará sobressair o
emprego do artigo antes do pronome possessivo. Veja: ouvidorias vinculadas

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Aula 2 – Regência e Crase

aos seus estatutos (pode ser qualquer substantivo masculino). Então, diante
do substantivo feminino “estruturas”, existe realmente a preposição a e o
artigo as: vinculadas a as estruturas = vinculadas às estruturas.
Resposta – Item certo.

[...]
4 Sul (TCE/RS). O Tribunal enviou ofício aos
gestores municipais, alertando que o envio de dados
e documentos relacionados às inativações na esfera
7 municipal passará a ser realizado pela Internet, o que
[...]
Internet: <www1.tce.rs.gov.br/portal> (com adaptações).

4. (Cespe/TCE-RS/Oficial de Controle Externo/2013) O emprego do sinal


indicativo de crase em “às inativações” (l.6) justifica-se pela regência do
termo “envio” (l.5), que exige complemento regido da preposição “a”, e
pela presença do artigo definido feminino plural que determina o
substantivo “inativações” (l.6).

Comentário – Se você foi com muita sede ao pote, deve ter errado esta
questão. Nela está quase tudo certo, menos a referência ao nome “envio”. Na
realidade, a preposição é exigida pela forma nominal “relacionados” (linha 6).
Resposta – Item errado.

1 O uso indevido de drogas constitui, na atualidade,


séria e persistente ameaça à humanidade e à estabilidade das
estruturas e valores políticos, econômicos, sociais e culturais de
4 todos os Estados e sociedades. [...]
Internet: <www.direitoshumanos.usp.br>.

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5. (Cespe/DPF/Agente/2014) O acento indicativo de crase em “à humanidade


e à estabilidade” (L.2) é de uso facultativo, razão por que sua supressão
não prejudicaria a correção gramatical do texto.

Comentário – Este é mais um caso em que o nome exige preposição para


reger seu complemento. No caso, a preposição a, que se contraiu com o artigo
a que acompanha o substantivo feminino. Portanto a crase é obrigatória.
Resposta – Item errado.

[...]

direito à liberdade de expressão. O tribunal considerou que a


liberdade de expressão não se pode traduzir em desrespeito às
22 diferentes manifestações dessa mesma liberdade, pois ela
encontra limites no próprio exercício de outros direitos
fundamentais.
Internet: <http://ibde.org.br> (com adaptações).

6. (Cespe/2015/MPU/Técnico)Nas linhas 21 e 22, o emprego do sinal


indicativo de crase em “às diferentes” justifica-se pela regência de
“desrespeito”, que exige complemento antecedido da preposição a, e pela
presença de artigo feminino plural antes de “diferentes”.

Comentário – É isso mesmo! O substantivo “desrespeito” requer a preposição


a para reger seu complemento (desrespeito a quê?). Essa preposição se
contrai com o artigo as que acompanha o substantivo feminino
“manifestações” e seu adjetivo “diferentes”. Portanto a crase é obrigatória (a
+ as = às). Na dúvida, utilize um substantivo masculino para evidenciar a
presença de artigo e preposição: desrespeito aos diferentes manifestantes.
Resposta – Item certo.

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Aula 2 – Regência e Crase

[...]
10 básica, isto é, exatamente aquelas que mantêm, em meio a
todas as dificuldades, um grau elevado de independência em
relação às injunções imediatas do mercado.
Franklin Leopoldo e Silva. Internet: <www.scielo.br> (com adaptações).

7. (Cespe/2015/FUB/Nível Médio) O acento indicativo de crase em “às


injunções” ( l.12) justifica-se pela regência de “independência” ( l.11),
que exige complemento regido pela preposição “a”, e pela presença de
artigo definido feminino plural antes de “injunções”.

Comentário – Está quase tudo certo. Quase! O problema está na referência


ao termo “independência” como regente. Na verdade, a expressão “em
relação” é que rege o complemento.
Resposta – Item errado.

A seleção de uma ou outra preposição para acompanhar o nome


regente parece não ter critérios bem definidos. Em consulta feita ao Dicionário
de regimes substantivos e adjetivos1, de Francisco Fernandes, observam-se,
por exemplo, variadas construções possíveis para satisfazer a regência do
substantivo dificuldade(s), entre elas estão:
(4) "Com pouco mais estaria o Dr. Luís em dificuldades com
fornecedores."
(5) "O ar carbonifica-se duma espessura ácida, que pelas
dificuldades de o respirar propende à sonolência."
(6) "Eu não tive dificuldade em mostrar que Felisbelo procurava
apenas uma achega."
(7) "Nunca encontrou dificuldade na realização de seus
projetos."

1
FERNANDES, Francisco, 1980, Dicionário de regimes substantivos e adjetivos, Porto Alegre, Editora Globo.

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Resposta – Item errado

[...]
cidadania e do respeito mútuo. “Fazemos a aproximação por
7 meio de elementos do contexto onde as crianças estão
inseridas. As atividades de leitura, interpretação e escrita
[...]
João Campos. O ABC do cerrado. In: Revista Darcy, jun./2012 (com adaptações).

9. (Cespe/2014/ICMBio/Nível Superior) Na linha 7, a substituição do


vocábulo ‘onde’ pela expressão no qual não comprometeria nem a
sintaxe nem a significação do período de que o referido vocábulo faz
parte.

Comentário – A banca tem razão. Quero que você observe a presença da


preposição “em” contraída com a letra “o” que integra a forma pronominal: no
qual. A preposição é requerida pela forma nominal “inseridas” (quem está
inserido está inserido em...). Diante do vocábulo “onde”, essa preposição
desaparece, mas fica evidenciada perante outro pronome.
Resposta – Item certo.

Como você está indo até agora? Caso não tenha entendido alguma
explicação, sugiro que volte a ela imediatamente. Não prossiga sem que as
dúvidas tenham sido esclarecidas. Ao entrarmos no tópico sobre regência
verbal (faremos isso nas próximas linhas), é recomendável que você esteja
seguro em relação ao que acabamos de estudar. Outras informações serão
acrescentadas. Não deixe que as dúvidas se acumulem.
Regência Verbal

Comecemos este tópico trazendo à memória conceitos de


transitividade verbal. Você se lembra disso? Não é nenhum “bicho de sete
cabeças”! Quer ver?

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Verbos cujos complementos (objetos diretos ou objetos


indiretos) lhes integram os sentidos são classificados como transitivos.
Estão divididos em:
a) transitivos diretos: seus complementos (objetos diretos) não
são introduzidos obrigatoriamente por preposição;
(8) Quero água.
VTD OD

(9) A médico, confessor e letrado nunca enganes.


ODP VTD

Em (9), a preposição “A” é empregada simplesmente por motivo


de ênfase, e não pela exigência da transitividade do verbo. Nesse caso, o
complemento vem preposicionado; contudo permanece como objeto direto.

[...]
16 de dois mil reais por mês. Bisa rema quase sete horas para
chegar até a altura da Ermida Dom Bosco e, às vezes, dorme na
mata e retorna para casa só na manhã seguinte. “É uma vida de
19 muito trabalho, mas necessidade eu nunca passei”, diz o
pescador.
Lilian Tahan. Vivendo de pescaria. In: Veja Brasília, 2/10/2013 (com adaptações).

10. (Cespe/ICMBio/Nível Médio/2014) O complemento da forma verbal


‘passei’ (l.19) não está explicitamente expresso no texto, devendo ser
inferido pelo leitor.

Comentário – O complemento do verbo está, sim, expresso. É o termo


necessidade, que surgiu antecipado (mas eu nunca passei necessidade).
Repare que, quanto à regência, o verbo passei é transitivo direto e seu
complemento é um objeto direto.
Resposta – Item errado.

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b) transitivos indiretos: seus complementos (objetos indiretos)


são necessariamente introduzidos por uma preposição, exceto quando
empregado um pronome oblíquo átono (me, te, se, nos, vos, lhe);

(10) Gosto de água.


VTI OI

(11) Custou-me entender o assunto.


VTI OI

c) transitivos diretos e indiretos: reúnem, ao mesmo tempo,


objetos diretos e indiretos;

(12) Deram-lhe um presente.


VTD OI OD

Há também verbos considerados de sentidos completos, por não


exigirem complementos que lhes integrem os significados. São conhecidos
como intransitivos.
(13) Infelizmente, a vítima do acidente morreu.
VI

Todos esses verbos são considerados nocionais (possuem valor


semântico, denotam acontecimento, fenômeno natural, desejo, atividade
mental).
Existe ainda uma categoria de verbos que precisa ser mencionada
aqui. É a dos verbos de ligação, também considerados não nocionais ou
copulativos. Esses verbos, de significados indefinidos (ou predicações
incompletas), unem (ligam, servem de “ponte”) o sujeito da oração a seu
predicativo (função esta desempenhada por adjetivos, substantivos ou
pronomes).

(14) Maria é feliz.


Suj. VL Pred.

Verbos de ligação denotam situação permanente, situação


transitória, mudança de situação.

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(15) João é estudioso. (situação permanente)


(16) João está cansado. (situação transitória)
(17) João ficou alegre. (mudança de situação)

Estaria tudo muito bom se as coisas fossem tão certinhas assim,


não é mesmo? O fato é que a classificação de um verbo em transitivo direto,
transitivo indireto, transitivo direto e indireto, intransitivo ou de
ligação dependerá das relações semântico-sintáticas entre os termos da
oração.
(18) João anda cansado.
(19) João anda depressa.

Em (18), o verbo (“anda”) denota o estado de “João” no momento


da fala e liga o sujeito da oração (“João”) ao seu predicativo (“cansado”). É,
pois, verbo de ligação (copulativo, não nocional).
Em (19), o mesmo verbo agora indica a ação exercida pelo sujeito.
É, pois, verbo nocional. Notem que o vocábulo “depressa” não integra o
significado do verbo, mas indica a circunstância (de modo) em que a ação é
desenvolvida.
Uma vez entendido o porquê da classificação de um verbo em
transitivo (direto; indireto; direto e indireto), intransitivo ou de ligação, já
estamos aptos a tratar especificamente da regência de alguns verbos. Diga-se
ainda que “a regência verbal pretende estabelecer os diversos regimes com
que um verbo pode ser empregado”, como nos ensina o eminente professor
Décio Sena.

1 O Departamento Penitenciário Nacional


(DEPEN) informa que o crescimento da população
carcerária tem sofrido retração nos últimos quatro anos.
4 Segundo análise do DEPEN, essa redução do
encarceramento decorre de muitos fatores. [...]
Internet: <www.mj.gov.br> (com adaptações).

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11. (Cespe/Depen/Agente Penitenciário/2013) Mantêm-se a correção


gramatical e as informações originais do período ao se substituir “decorre
de” (L.5) por decorre em.

Comentário – Não é possível fazer essa substituição sem prejudicar o texto


original. Com sentido de ter origem em, ser consequência de e derivar, o verbo
derivar é transitivo indireto e requer a preposição de para reger seu
complemento.
Resposta – Item errado.

[...]

A regra da igualdade não consiste senão em quinhoar


10 desigualmente aos desiguais na medida em que se desigualam.

[...]

Ruy Barbosa. Oração aos moços. Internet: <http://home.comcast.net> (com adaptações).

12. (Cespe/MPU/Analista Administrativo/2013) A oração “quinhoar


desigualmente aos desiguais na medida em que se desigualam” (l.9-10)
exerce a função de complemento indireto da forma verbal “consiste” (l.9).

Comentário – Essa oração complementa o sentido do verbo consistir (ter


como fundamento, basear-se), o qual é transitivo indireto e pede a preposição
em para reger seu complemento.
Resposta – Item certo.

[...]

4 estrutura discursos de dominação. Assim, não basta proteger


o cidadão do poder com o simples contraditório processual e
a ampla defesa, abstratamente assegurados na Constituição.
[...]
Newton de Oliveira Lima. Um valor discursivo e político. In: Revista
Jus Vigilantibus. Internet: <http://jusvi.com> (com adaptações).

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13. (Cespe/CNJ/Analista Judiciário/2013) Na linha 5, o termo “do poder”


relaciona-se sintaticamente com o termo “o cidadão”, modificando-o.

Comentário – Não, não é isso. O termo “do poder” subordina-se, por meio da
preposição, ao verbo “proteger” (l. 4), o qual é bitransitivo. Eis a ideia:
proteger o cidadão (objeto direto) de quê? Protegê-lo do poder (objeto
indireto).
Resposta – Item errado.

[...]
atribuindo-lhes o papel de fiscalizar a lei e de promover
10 a acusação criminal. Existiam ainda o cargo de procurador dos
[...]
Internet: <www.mpu.mp.br> (com adaptações).

14. (Cespe/2015/MPU/Técnico) A correção gramatical do texto seria


preservada caso se substituísse a expressão “a acusação” (l.10) por à
acusação, pois, nesse caso, o emprego do sinal indicativo de crase é
opcional.

Comentário – Não é possível empregar o acendo grave. O verbo promover é


transitivo direto; seu complemento não é regido por preposição; o “a” é
simples artigo que acompanha o substantivo “acusação”.
Resposta – Item errado.

Precisamos ainda conhecer a regência de mais alguns verbos.

ASPIRAR
a) VTD = sorver, respirar: Gosto de aspirar o ar puro do campo.
b) VTI (prep. A) = desejar, almejar: O escriturário aspira ao cargo de
gerente.

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Aula 2 – Regência e Crase

CHAMAR
a) VTD = convocar, solicitar a presença: Chamei o professor.
b) VTI (prep. POR) = invocar, pedir ajuda: Chamei por Deus.
c) VTD ou VTI = qualificar, nomear, apelidar: Chamei-o patriota (de
patriota) // Chamei-lhe patriota (de patriota). – a preposição que
acompanha o predicativo do objeto é facultativa.

[...]

15. (Cespe/EBC/Cargos de Nível Superior/Advocacia/2011) Em “que ele


chama metafísica dos costumes” (L.1-2), o trecho em itálico, que exerce,
na oração, a função de complemento verbal, deveria estar precedido da
preposição de.

Comentário – Existem dois problemas aqui, apesar de muitos candidatos


terem percebido apenas um deles. Começarei explicando o mais notável para a
maioria.
O primeiro problema foi o examinador ter dito que a
preposição de é obrigatória. Na verdade, ela é facultativa quando o verbo
chamar tem sentido de qualificar, nomear, apelidar. Nesse caso, ele é
transitivo direto ou transitivo indireto, tanto faz. Portanto a construção está
correta e correta também estaria se fosse assim: que ele chama de metafísica
dos costumes.
Agora vem o que muitos não viram. O trecho em itálico não
exerce função de complemento verbal (objeto direto e objeto indireto). Essa
função é desempenhada pelo pronome relativo “que”, o qual substitui o
antecedente “ética”. Veja a oração adjetiva reescrita de outra forma: ele
chama a ética (de) metafísica dos costumes. O termo “ética” funciona
como complemento verbal (objeto direto); o trecho destacado pelo examinador
(“metafísica dos costumes”) funciona como predicativo desse objeto, quer com
preposição, quer sem.
Resposta – Item errado.
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Aula 2 – Regência e Crase

CUSTAR
a) VTI (conjugado na 3ª pessoa) = ser difícil, ser penoso: Custou-me
entender este assunto.
b) VTDI = acarretar: A imprudência custou-lhe lágrimas amargas.
c) VI = estabelecer preço: Este rádio custou vinte reais.

IMPLICAR
a) VTD = acarretar, trazer conseqüência: Teu nervosismo implicou a tua
reprovação.
b) VTI (prep. COM) = contender: Ela implica muito com o seu irmão.
c) VTI (prep. EM) = pronominal: Implicou-se em situações delicadas.

INFORMAR/AVISAR/CIENTIFICAR/NOTIFICAR
a) VTDI: Informei a prova ao aluno. Informei o aluno da (de + a) prova.

PREFERIR
a) VTDI (seu complemento indireto é regido pela preposição A): Prefiro
cinema a televisão. Prefiro o cinema à (a + a) televisão. (CERTO). Prefiro
mais cinema do (de + o) que televisão. (ERRADO).
Obs.: O significado de PREFERIR não admite gradações (mais... que; menos...
que; tanto... quanto). Além disso, a preposição que rege seu complemento
indireto é, obrigatoriamente, A.

VISAR
a) VTD = mirar, ver: O caçador visou o tigre.
b) VTD = rubricar, dar visto: O gerente visou o cheque.
c) VTI (prep. A)= almejar, ter como objetivo: Visamos ao bom ensino da
linguagem.

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MORAR/RESIDIR/SITUAR
a) VI (prep. EM): Ela reside na (em + a) rua Dr. Nilo Peçanha. (CERTO) / Ela
reside à (a + a) rua Dr. Nilo Peçanha. (ERRADO)

OBEDECER/DESOBEDECER
a) VTI (prep. A): Obedeço a meu pai. Não desobedeça a seus pais.

Crase

Vamos agora estudar os casos de ocorrência (ou não) de


crase, um fenômeno linguístico que consiste na pronúncia de vogais idênticas
e sequenciais em uma mesma sílaba. Observe como isso se dá nos versos do
poeta Casemiro de Abreu:

“Teu pensamento é como o Sol que morre


Há de cismando mergulhar-se em mágoas
Durante a noite quando o orvalho desce.”

Entretanto, o que nos interessa nesta aula são apenas os casos de


crase envolvendo a preposição A e a vogal A, que recebem notação gráfica
específica (acento grave): À.

(20) Fomos à (a + a) festa de aniversário do nosso vizinho.

Como regra geral, toda vez que um termo regente (seja nome,
seja verbo) exigir preposição A e o termo regido vier determinado pelo artigo
feminino A(S), a crase surgirá e deverá ser indicada pelo acento grave (`),
como no exemplo acima. Analise estas questões de prova:

16. (Cespe/TJ-ES/Cargos de Nível Superior/2011) Nos trechos “chegou à sala


de aula” (L.7) e “uma referência à xepa” (L.8), o emprego do sinal
indicativo de crase, opcional em ambos os casos, justifica-se pela
regência, respectivamente, da forma verbal “chegou” e do substantivo
“referência”.

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Comentário – O texto aqui é desnecessário. Tanto o verbo “chegou” como o


nome “referência” requerem a preposição para regerem seus respectivos
complementos (chegou a onde?; referência a que?). Mas isso é só um lado da
história. A ocorrência da crase depende ainda do que vem depois. Como os
termos seguintes são femininos e estão acompanhados pelo artigo definido
“a”, a crase ocorre. Portanto, dizer que a crase se justifica pela regência da
forma verbal “chegou” e do substantivo “referência” é o mesmo que
desconsiderar a segunda condição, que é essencial.
O outro problema é dizer que a crase é facultativa.
Experimente, por exemplo, substituir os termos femininos “a sala de aula” e “a
xepa” por outros masculinos (não precisa haver relação semântica entre os
termos substitutos e substituídos): “chegou ao auditório”; “referência ao
mercado”. Eis a regrinha de ouro: se usamos ao(s) para o masculino, usamos
à(s) para o gênero feminino.
Resposta – Item errado.

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17. (Cespe/2014/TJ-SE/Nível Superior) É obrigatório o emprego do sinal


indicativo de crase em “à Internet” (l. 4) e “à criação” (l. 16).

Comentário – Vamos aplicar aqui a tal regrinha que ensinei: “conectados ao


provedor” e “que levaram ao criador das leis”.
Resposta – Item certo.

18. (Cespe/BRB/Analista de Tecnologia da Informação /2011) No trecho “essa


propensão tenderá à aceleração” (L.25), o uso do sinal indicativo de crase
não é obrigatório, haja vista que o verbo tender, com o sentido
empregado no texto, pode ter complementação direta ou indireta, isto é,
com ou sem preposição.

Comentário – A história pode até ter comovido você, mas não expressa a
verdade. O verbo é transitivo indireto e requer a preposição A para reger seu
objeto indireto: tenderá a + a aceleração. Basta trocar o substantivo feminino
“aceleração” por um masculino para comprovar o uso do artigo: tenderá ao
aumento.
Pessoalmente, acredito que a banca quis confundir os
candidatos com a regência do verbo atender. Este pode ser usado como
transitivo direto ou indireto: atendeu aos/os anseios dos alunos. Nesse caso,
crase seria facultativa.
Resposta – Item errado.

[...]

[...]

19. (Cespe/MJ-DPF/Papiloscopista/2012) Na linha 24, considerando-se a dupla


regência do verbo impor e a presença do pronome “mesmas”, seria

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facultado o emprego do acento indicativo de crase na palavra “as” da


expressão “as mesmas renúncias”.

Comentário – O verbo impor é transitivo direto e indireto. Pense assim:


quem impõe impõe algo a alguém. A coisa imposta (“as mesmas renúncias”) é
o objeto direto; portanto “as” é somente artigo, não existe aí preposição. A
pessoa a quem se impõe algo é o objeto indireto, representado pelo pronome
reflexivo “se”, que faz alusão ao termo “aqueles”. Como o pronome “se” é
átono, a preposição é desnecessária. Caso estivéssemos diante de um
pronome tônico, a preposição seria evidenciada: ...pela prisão daqueles que
não impõem as mesmas renúncias a si mesmos. Concluímos, pois, que o
emprego do acento indicativo de crase na palavra “as” da expressão “as
mesmas renúncias” é proibido.
Resposta – Item errado.

20. (Cespe/MPE-TO/Promotor de Justiça/2012) O emprego do sinal indicativo


de crase em “à lei” (L.5) é facultativo, razão por que sua retirada não
prejudicaria a correção gramatical do texto.

Comentário – O verbo “devem” é bitransitivo. Seu objeto direto é o termo


“obediência” e seu objeto indireto, introduzido pela preposição a é o termo “a
lei” (substantivo feminino que surgiu acompanhado do artigo a).

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22. (Cespe/INPI/Todos os Cargos/2013) Na linha 6, se a expressão “uso da


terra” fosse substituída por utilização da terra, o vocábulo “ao”, que a
antecede, deveria também ser substituído por à.

Comentário – Depois do que foi dito acima, não é difícil entender que o
examinador está certo. Na troca do substantivo masculino “uso” pelo
substantivo feminino utilização, a crase deve ocorrer. Lembre-se disto: se
usamos ao para o masculino, devemos usar à para o feminino.
Resposta – Item certo.

23. (Cespe/2014/TJ-SE/Técnico Judiciário) No trecho “envio de astronaves à


Lua e a Marte” (l.6), a ausência do acento grave indicativo de crase em “a
Marte” justifica-se pela presença do conectivo “e”, empregado para ligar
duas expressões de mesma função.

Comentário – A banca usou um tremendo “blá-blá-blá”. O certo é que alguns


nomes de lugar repelem o uso do artigo, que é outra condição para a
ocorrência da crase. Se surge apenas a preposição, a crase não existe. Você
pode usar o seguinte artifício: “Se vou a e volta da, crase há. Se vou a e volto
de, crase pra quê?”. Vamos aplicar isso na frase apresentada pelo
examinador: vou à Lua e volto da Lua (há crase); vou a Marte e volto de
Marte (não há crase).
Resposta – Item errado.

Também merecem destaque os casos de crase que surgem do


encontro da preposição A com a letra A que inicia os pronomes demonstrativos
AQUELA(S), AQUELE(S) e AQUILO, bem como com o A (= aquela) pronome
demonstrativo.

(21) O aluno referia-se àquela questão anulada da prova.


(22) O prêmio foi dado à que chegou primeiro.

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Em (23), a forma verbal “referia-se” (“se” é parte integrante do


verbo) é transitivo indireto. Seu complemento é regido pela preposição A, que
se une ao A inicial do pronome demonstrativo “aquela”.
Em (24), o complemento indireto de “dado” é regido também pela
preposição A, que se funde com o pronome demonstrativo A (= aquela).

Vejamos outras questões de prova:

[...]
do país. Já existia o Patronato Agrícola, ligado à Secretaria de
7 Agricultura, o qual se ocupava de tais questões. À época,
[...]
Internet: <www.trt10.jus.br> (com adaptações).

24. (Cespe/TRT-10ª Região (DF e TO)/Técnico Judiciário/2013) O emprego do


sinal indicativo de crase em “ligado à Secretaria de Agricultura” (L.6-7)
justifica-se porque o verbo ligar exige complemento regido pela
preposição a, e a palavra “Secretaria” (L.6) é antecedida pelo artigo
definido feminino singular a.

Comentário – É isso mesmo! O termo regente “ligado” exige preposição a e o


termo regido “Secretaria de Agricultura” surge acompanhado do artigo a. As
duas condições para o surgimento da crase foram satisfeitas.
Resposta – Item certo.

[...]
país. Para reverter esse quadro, a Federação Brasileira de
Bancos tenta convencer o Congresso Nacional a criar uma
22 legislação específica para punir os delitos eletrônicos,
semelhante àquela adotada há nove anos pela União Europeia.
André Vargas. Assalto.com.br. In: Veja, 24/11/2010 (com adaptações).

25. (Cespe/PC-ES/Perito Criminal Especial/2011) O uso do acento grave no


pronome “àquela” (L.23) é obrigatório.

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Comentário – Você reparou que antes do pronome demonstrativo existe o


adjetivo “semelhante”, que exige a preposição “a” (semelhante a quê?) para
reger seu complemento? Portanto a fusão da preposição “a” com a letra inicial
do demonstrativo “aquela” faz surgir obrigatoriamente “àquela”.
Resposta – Item certo.
Passarei à explicação de outros casos obrigatórios de emprego
do acento grave indicativo de crase.

1. Nas locuções adverbiais femininas


(23) Sairás às pressas.
(24) Todos, à uma, aplaudiram a decisão do professor.

26. (Cespe/TC-DF/Técnico de Administração Pública/2014) Mantêm-se o


sentido e a correção gramatical do texto caso se suprima o acento grave
no trecho “fez sentar à mesma mesa” (l.6-7).

Comentário – O texto aqui também não é importante. Pense, por exemplo, na


seguinte frase hipotética: Fez o filho sentar à mesma mesa. Fica claro que
a expressão “à mesma mesa” é uma locução adverbial feminina que indica
lugar. O emprego do acento grave é obrigatório. Caso ele fosse suprimido do
trecho original, o sentido seria alterado e a correção gramatical seria
prejudicada. Observe: Fez sentar a mesma mesa. A mesa que sentou
(estranho!)? Não seria mais adequado pensar que alguém se sentou à frente
dela?
Resposta – Item errado.

2. Nas locuções prepositivas femininas


(25) Vivia às expensas do (de + o) tio.
(26) A polícia saiu à procura da (de + a) quadrilha.

Observação: a crase será de rigor quando uma locução


prepositiva terminada por a estiver diante de artigo feminino que acompanha
substantivo.

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1 A participação e o lugar da mulher na história foram


negligenciados pelos historiadores e, por muito tempo, elas
ficaram à sombra de um mundo dominado pelo gênero
4 masculino. Ao pensarmos o mundo medieval e o papel dessa
[...]
Patrícia Barboza da Silva. Colunista do Brasil Escola. (com adaptações).

27. (Cespe/Antaq/Nível Superior/2014) O acento indicativo de crase em “à


sombra” (l.3) poderia ser omitido sem prejuízo da correção gramatical do
texto, visto que seu emprego é opcional no contexto em questão.

Comentário – O emprego do acento grave indicativo de crase é sempre


obrigatório diante de locuções femininas adverbiais, prepositivas e conjuntivas.
Resposta – Item errado.

1 Na organização do poder político no Estado moderno,


à luz da tradição iluminista, o direito tem por função a
preservação da liberdade humana, de maneira a coibir a
[...]
Fernanda Leão de Almeida. A garantia institucional do Ministério Público em
função da proteção dos direitos humanos. Tese de doutorado. São Paulo: USP,
2010, p. 18-9. Internet: <www.teses.usp.br> (com adaptações).

28. (Cespe/2015/MPU/Analista) O emprego do sinal indicativo de crase em “à


luz da tradição iluminista” (l.2) é facultativo, ou seja, a sua retirada não
prejudicaria a correção gramatical nem o sentido original do texto.

Comentário – Torna a repetir: o emprego do acento grave indicativo de crase


é sempre obrigatório diante de locuções femininas adverbiais, prepositivas e
conjuntivas.
Resposta – Item errado.

3. Nas locuções conjuntivas femininas


(27) À medida que estudo, mais aprendo.

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(28) À proporção que vocês estudam, mais se aproximam da


aprovação.

4. Antes de pronome possessivo feminino substantivo (retorne à aula


sobre classes gramaticais, se você tiver dúvida quanto ao que seja
pronome substantivo)
(29) Sou favorável à proposta dele e não à sua.
(30) Refiro-me a sua proposta e à minha.

5. Antes de nomes masculinos quando possamos subentender as


palavras MODA, MANEIRA
(31) Cortou cabelo à (maneira de) príncipe Danilo.
(32) Usava sapatos à (moda) Luís XV.
Há construções em que o fenômeno da crase pode ou não ocorrer.

São casos facultativos de emprego do acento grave.


1. Antes de nome próprio feminino (se for personagem histórica, o uso é
proibido)
(33) Refiro-me a (à) Joana.
(34) Refiro-me a Joana d’Arc.

2. Antes de pronome possessivo feminino adjetivo.


(35) Dedico a (à) minha irmã todo o meu trabalho.

Convém ressaltar que o emprego facultativo do acento deriva da


possibilidade de se omitir o artigo feminino A que antecede pronomes
possessivos femininos que acompanham substantivos.

29. (Cespe/2014/TJ-SE/Técnico Judiciário) No trecho “deu início à sua


caminhada cósmica” (l.16 e 17), o emprego do acento grave indicativo de
crase é obrigatório.

Comentário – O texto não é importante agora. Basta observar que “sua” é


pronome possessivo adjetivo e indica gênero feminino. Como eu já disse, a
crase é facultativa.
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Resposta – Item errado.

30. (Cespe/2015/CGE-PU/Auditor Governamental) No trecho “Chama-lhe à


minha vida uma casa” (l.7), é facultativo o emprego do sinal indicativo de
crase.

Comentário – Você não precisa do texto em questões como esta. Basta


observar que “minha” é pronome possessivo adjetivo feminino (surge ao lado
do substantivo). Como eu já disse, a crase é sempre facultativa diante dele.
Resposta – Item certo.

3. Quando o A (artigo) vem precedido pela preposição ATÉ.


(36) Correu até a (à) árvore.

Se pensarmos na frase Correu até o poste, por exemplo,


perceberemos que a preposição A (“...até ao poste”) não foi empregada
concomitantemente à preposição “até”. Daí vem a alegação de que o emprego
da preposição A é facultativo em casos semelhantes.

E há ainda os casos de crase proibida.

1. Antes de nomes masculinos


(37) Comprou a prazo.

(38) Dei aquela calça a este homem.

2. Antes de verbo.
(39) Começou a chover.

[...]
praia. E quanto a corrigir quem fala errado? É claro que os pais
devem ensinar seus filhos a se expressar corretamente, e o
34 professor deve corrigir o aluno, mas será que temos o direito de
advertir o balconista que nos cobra “dois real” pelo cafezinho?
Língua Portuguesa. Internet: <www.revistalingua.uol.com.br> (com adaptações)

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31. (Cespe/2015/FUB/Nível Médio) De acordo com o contexto, estaria


também correto o emprego do sinal indicativo de crase em “quanto a”
(l.32).

Comentário – A crase não ocorre diante de verbo porque ele não admite
artigo. O “a” é só preposição.
Resposta – Item errado.

3. Antes de pronome de tratamento (exceções: SENHORA, SENHORITA)

(40) Referiu-se a Vossa Excelência.

4. Antes de pronomes oblíquos


(41) Dedico o meu trabalho a ela.

[...]
comarcas e nos distritos. O Tribunal Superior — de justiça
eleitoral — com jurisdição em todo o território nacional,
10 compunha-se de oito membros efetivos e oito substitutos, e era
presidido pelo vice-presidente do Supremo Tribunal Federal
(STF). A ele se somavam dois membros efetivos e dois
13 substitutos, sorteados dentre os ministros do STF, além de dois
[...]
As formas de composição do TSE: de 1932 aos dias atuais.
Brasília: Tribunal Superior Eleitoral, Secretaria de Gestão da Informação,
2008, p. 11. Internet: <www.tse.jus.br> (com adaptações).

32. (Cespe/2015/TRE-GO/Técnico Judiciário) O emprego de acento indicativo


de crase na expressão “A ele" (l.12) — À ele — prejudicaria a correção
gramatical do texto

Comentário – O pronome “ele” é pessoal do caso oblíquo. Você já saber que a


crase não ocorre antes de pronomes desse tipo.
Resposta – Item certo.

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5. Antes de pronomes indefinidos


(42) Ofereci um presente a alguém desta sala.

[...]
19 pessoais. Segundo José Afonso da Silva, considera-se, pois,
universal o sufrágio quando se outorga o direito de votar a
todos os nacionais de um país, sem restrições derivadas de
22 condições de nascimento, de fortuna ou de capacidade especial.
[...]
Internet: <http://jus.com.br> (com adaptações).

33. (Cespe/TRE-MS/Técnico Judiciário/2013) Na linha 21, caso o trecho “todos


os nacionais de um país” fosse substituído por todas as pessoas de um
país, a partícula “a” empregada imediatamente após “votar” (L.20)
deveria receber acento indicativo de crase.

Comentário – O melhor jeito de resolver a questão é reescrevendo o trecho


como propõe o examinador: ...quando se outorga o direito de votar à todas
as pessoas de um país, sem restrições derivadas...

Já sabemos que a crase não ocorre antes de palara de


sentindo indiefinido.
Resposta – Item errado.

[...]
climáticas, escassez de mão de obra, inovação — essas são as
palavras-chaves que compõem o vocabulário das mudanças
4 pelas quais passa o mundo e que, inevitavelmente, impõem a
cada um de nós a busca por um novo modelo de vida no
[...]
Internet: <www.techoje.com.br> (com adaptações).

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35. (Cespe/Previc/Técnico Administrativo/2011) Na linha 21, a supressão do


termo ‘essas’, em ‘a essas intervenções externas’, provocaria a
necessidade do uso do acento indicativo de crase em ‘a’.

Comentário – Se você está sentindo falta do texto, digo que ele não é
necessário aqui. Acabei de dizer que a crase não ocorre antes do
demonstrativo essa(s). Mas vamos retirar esse pronome do trecho indicado,
conforme sugere a banca: a intervenções externas. Então, você acha mesmo
que a mudança provocaria a necessidade do uso do acento indicativo de crase?
É claro que não! A crase não ocorre na estrutura SINGULAR + PLURAL
(a intervenções).
Resposta – Item errado.

36. (Cespe/TC-DF/ACE/2012) No trecho “Exceção a essa regra” (L.22), é


opcional o emprego do sinal indicativo de crase no “a”.

Comentário – Questão fácil, fácil, não é mesmo? Você nem precisa do texto,
certo? Lembre-se da regra: antes dos pronomes demonstrativos ESTA(S),
ESSA(S), é proibido o uso do acento indicativo de crase.
Resposta – Item errado.

37. (Cespe/2015/TRE-GO/Analista Judiciário) No trecho “Em meio a esse


cenário" (L.23), a inserção de sinal indicativo de crase no “a" acarretaria
prejuízo à correção gramatical do texto.

Comentário – O acento grave indicativo de crase é proibido antes dos


pronomes demonstrativos ESTE(S), ESTA(S), ESSE(S), ESSA(S), ISSO e ISTO.
Resposta – Item certo.

14. Quando se atribui ao nome valor semântico indefinido


(56) Cristo não fazia jus a morte tão humilhante. (o “a” é apenas
preposição)

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[...]
16 informação. “Tudo o que eu aprendo está sujeito à imediata
erosão”, afirma. Isso provoca o que o autor chama de “liquidez
[...]
Mao Barros e Victor Guy. A Internet e a mente. In:
Época Negócios, abr./2010, p. 82 (com adaptações).

38. (Cespe/FUB/Médico/2011) O uso do sinal indicativo de crase em ‘à


imediata erosão’ (L.16-17) é obrigatório.

Comentário – Belíssima questão, apesar de algumas controvérsias por parte


de alguns candidatos. O nome “sujeito” rege preposição “a”; mas o seu
complemento pode ser usado sem o outro “a”, ou seja, sem a outra condição
para que ocorra a crase. Em outras palavras, a expressão “imediata erosão”
pode ser usada em sentido genérico. Compare com os exemplos abaixo:

– Ele está sujeito a multa. (que tipo de multa?)


– Ele está sujeito à (a + a) multa prevista no regulamento.
(está claro que se trata de uma multa específica)

O eminente gramático Cegalla (2008:277-8) nos ensina


claramente que não há crase diante de nomes femininos “usados em sentido
geral e indeterminado”. Entre os vários exemplos que ele nos fornece, estão
estes que lemos a seguir:

– Depois comprara um cone de papel com pipocas recendentes


a gordura vegetal. (Érico Veríssimo)

– O exército dos invasores, semelhante a serpe monstruosa...


(Alexandre Herculano)

Resposta – Item errado.

[...]
Deparamo-nos com situações de risco que ninguém
teve de enfrentar na história passada — das quais o

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28 aquecimento global é apenas uma. Muitos de novos riscos e


incertezas nos afetam onde quer que vivamos, não importa
quão privilegiados ou carentes sejamos. Eles estão
31 inextricavelmente ligados à globalização. A ciência e a
tecnologia tornaram-se elas próprias globalizadas.
Anthony Giddens. Mundo em descontrole. Rio de
Janeiro: Record, 2005, p. 13-4 (com adaptações).

39. (Cespe/MPE-PI/Cargos de Nível Médio/2012) O emprego do sinal


indicativo de crase em “ligados à globalização” (L.31) é facultativo, pois o
termo “globalização” poderia ser empregado, nesse contexto, de forma
indeterminada, indefinida e, consequentemente, sem o artigo definido.

Comentário – Bem, eu acredito que agora não há dificuldade para responder


a esta questão. Comparando o enunciado com as explicações anteriores,
concluímos que o examinador tem razão.
Resposta – Item certo.

15. Antes da palavra DISTÂNCIA usada sem qualquer especificação


(57) A vítima reconheceu o ladrão a distância.
Considerando que os fragmentos apresentados nos próximos dois itens
constituem partes sucessivas de um texto de Jamil Chade (O Estado de
S. Paulo, 18/12/2008), julgue-os quanto à correção gramatical.

Por hoje é só. Espero suas dúvidas e sugestões no fórum.


Fique com Deus e bons estudos!

Albert Iglésia

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exige complemento regido pela preposição a e o pronome possessivo


“suas” vem antecedido por artigo definido feminino plural.

[...]
4 Sul (TCE/RS). O Tribunal enviou ofício aos
gestores municipais, alertando que o envio de dados
e documentos relacionados às inativações na esfera
7 municipal passará a ser realizado pela Internet, o que
[...]

Internet: <www1.tce.rs.gov.br/portal> (com adaptações).

4. (Cespe/TCE-RS/Oficial de Controle Externo/2013) O emprego do sinal


indicativo de crase em “às inativações” (l.6) justifica-se pela regência do
termo “envio” (l.5), que exige complemento regido da preposição “a”, e
pela presença do artigo definido feminino plural que determina o
substantivo “inativações” (l.6).

1 O uso indevido de drogas constitui, na atualidade,


séria e persistente ameaça à humanidade e à estabilidade das
estruturas e valores políticos, econômicos, sociais e culturais de
4 todos os Estados e sociedades. [...]
Internet: <www.direitoshumanos.usp.br>.

5. (Cespe/DPF/Agente/2014) O acento indicativo de crase em “à humanidade


e à estabilidade” (L.2) é de uso facultativo, razão por que sua supressão
não prejudicaria a correção gramatical do texto.

[...]

direito à liberdade de expressão. O tribunal considerou que a


liberdade de expressão não se pode traduzir em desrespeito às

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22 diferentes manifestações dessa mesma liberdade, pois ela


encontra limites no próprio exercício de outros direitos
fundamentais.

Internet: <http://ibde.org.br> (com adaptações).

6. (Cespe/2015/MPU/Técnico)Nas linhas 21 e 22, o emprego do sinal


indicativo de crase em “às diferentes” justifica-se pela regência de
“desrespeito”, que exige complemento antecedido da preposição a, e pela
presença de artigo feminino plural antes de “diferentes”.

[...]
10 básica, isto é, exatamente aquelas que mantêm, em meio a
todas as dificuldades, um grau elevado de independência em
relação às injunções imediatas do mercado.
Franklin Leopoldo e Silva. Internet: <www.scielo.br> (com adaptações).

7. (Cespe/2015/FUB/Nível Médio) O acento indicativo de crase em “às


injunções” ( l.12) justifica-se pela regência de “independência” ( l.11),
que exige complemento regido pela preposição “a”, e pela presença de
artigo definido feminino plural antes de “injunções”.

[...]

8. (Cespe/Banco da Amazônia/Técnico Científico/2012) Na linha 8, o


emprego da preposição em ‘do qual’ é exigido pela presença da palavra
‘sistema’.

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[...]
cidadania e do respeito mútuo. “Fazemos a aproximação por
7 meio de elementos do contexto onde as crianças estão
inseridas. As atividades de leitura, interpretação e escrita
[...]
João Campos. O ABC do cerrado. In: Revista Darcy, jun./2012 (com adaptações).

9. (Cespe/2014/ICMBio/Nível Superior) Na linha 7, a substituição do


vocábulo ‘onde’ pela expressão no qual não comprometeria nem a
sintaxe nem a significação do período de que o referido vocábulo faz
parte.

[...]
16 de dois mil reais por mês. Bisa rema quase sete horas para
chegar até a altura da Ermida Dom Bosco e, às vezes, dorme na
mata e retorna para casa só na manhã seguinte. “É uma vida de
19 muito trabalho, mas necessidade eu nunca passei”, diz o
pescador.
Lilian Tahan. Vivendo de pescaria. In: Veja Brasília, 2/10/2013 (com adaptações).

10. (Cespe/ICMBio/Nível Médio/2014) O complemento da forma verbal


‘passei’ (l.19) não está explicitamente expresso no texto, devendo ser
inferido pelo leitor.

1 O Departamento Penitenciário Nacional


(DEPEN) informa que o crescimento da população
carcerária tem sofrido retração nos últimos quatro anos.
4 Segundo análise do DEPEN, essa redução do
encarceramento decorre de muitos fatores. [...]
Internet: <www.mj.gov.br> (com adaptações).

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11. (Cespe/Depen/Agente Penitenciário/2013) Mantêm-se a correção


gramatical e as informações originais do período ao se substituir “decorre
de” (L.5) por decorre em.

[...]

A regra da igualdade não consiste senão em quinhoar


10 desigualmente aos desiguais na medida em que se desigualam.

[...]
Ruy Barbosa. Oração aos moços. Internet: <http://home.comcast.net> (com adaptações).

12. (Cespe/MPU/Analista Administrativo/2013) A oração “quinhoar


desigualmente aos desiguais na medida em que se desigualam” (l.9-10)
exerce a função de complemento indireto da forma verbal “consiste” (l.9).

[...]

4 estrutura discursos de dominação. Assim, não basta proteger


o cidadão do poder com o simples contraditório processual e
a ampla defesa, abstratamente assegurados na Constituição.
[...]
Newton de Oliveira Lima. Um valor discursivo e político. In: Revista
Jus Vigilantibus. Internet: <http://jusvi.com> (com adaptações).

13. (Cespe/CNJ/Analista Judiciário/2013) Na linha 5, o termo “do poder”


relaciona-se sintaticamente com o termo “o cidadão”, modificando-o.

[...]
atribuindo-lhes o papel de fiscalizar a lei e de promover
10 a acusação criminal. Existiam ainda o cargo de procurador dos
[...]
Internet: <www.mpu.mp.br> (com adaptações).

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14. (Cespe/2015/MPU/Técnico) A correção gramatical do texto seria


preservada caso se substituísse a expressão “a acusação” (l.10) por à
acusação, pois, nesse caso, o emprego do sinal indicativo de crase é
opcional.

[...]

15. (Cespe/EBC/Cargos de Nível Superior/Advocacia/2011) Em “que ele


chama metafísica dos costumes” (L.1-2), o trecho em itálico, que exerce,
na oração, a função de complemento verbal, deveria estar precedido da
preposição de.

16. (Cespe/TJ-ES/Cargos de Nível Superior/2011) Nos trechos “chegou à sala


de aula” (L.7) e “uma referência à xepa” (L.8), o emprego do sinal
indicativo de crase, opcional em ambos os casos, justifica-se pela
regência, respectivamente, da forma verbal “chegou” e do substantivo
“referência”.

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17. (Cespe/2014/TJ-SE/Nível Superior) É obrigatório o emprego do sinal


indicativo de crase em “à Internet” (l. 4) e “à criação” (l. 16).

18. (Cespe/BRB/Analista de Tecnologia da Informação /2011) No trecho “essa


propensão tenderá à aceleração” (L.25), o uso do sinal indicativo de crase
não é obrigatório, haja vista que o verbo tender, com o sentido
empregado no texto, pode ter complementação direta ou indireta, isto é,
com ou sem preposição.

[...]

[...]

19. (Cespe/MJ-DPF/Papiloscopista/2012) Na linha 24, considerando-se a dupla


regência do verbo impor e a presença do pronome “mesmas”, seria
facultado o emprego do acento indicativo de crase na palavra “as” da
expressão “as mesmas renúncias”.

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20. (Cespe/MPE-TO/Promotor de Justiça/2012) O emprego do sinal indicativo


de crase em “à lei” (L.5) é facultativo, razão por que sua retirada não
prejudicaria a correção gramatical do texto.

[...]
do país. Já existia o Patronato Agrícola, ligado à Secretaria de
7 Agricultura, o qual se ocupava de tais questões. À época,
[...]
Internet: <www.trt10.jus.br> (com adaptações).

21. (Cespe/TRT-10ª Região (DF e TO)/Técnico Judiciário/2013) O emprego do


sinal indicativo de crase em “ligado à Secretaria de Agricultura” (L.6-7)
justifica-se porque o verbo ligar exige complemento regido pela
preposição a, e a palavra “Secretaria” (L.6) é antecedida pelo artigo
definido feminino singular a.

[...]
4 sobre mudança do clima. Isso é particularmente relevante,
uma vez que 75% das emissões de gases de efeito estufa
(GEE) no Brasil são relacionadas ao uso da terra. [...]

Mudança do clima: uma contribuição da indústria brasileira. Brasília: CNI, 2009.


Internet: <http://arquivos.portaldaindustria.com.br>. (com adaptações).

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22. (Cespe/INPI/Todos os Cargos/2013) Na linha 6, se a expressão “uso da


terra” fosse substituída por utilização da terra, o vocábulo “ao”, que a
antecede, deveria também ser substituído por à.

23. (Cespe/2014/TJ-SE/Técnico Judiciário) No trecho “envio de astronaves à


Lua e a Marte” (l.6), a ausência do acento grave indicativo de crase em “a
Marte” justifica-se pela presença do conectivo “e”, empregado para ligar
duas expressões de mesma função.

[...]
do país. Já existia o Patronato Agrícola, ligado à Secretaria de
7 Agricultura, o qual se ocupava de tais questões. À época,
[...]

Internet: <www.trt10.jus.br> (com adaptações).

24. (Cespe/TRT-10ª Região (DF e TO)/Técnico Judiciário/2013) O emprego do


sinal indicativo de crase em “ligado à Secretaria de Agricultura” (L.6-7)
justifica-se porque o verbo ligar exige complemento regido pela
preposição a, e a palavra “Secretaria” (L.6) é antecedida pelo artigo
definido feminino singular a.

[...]
país. Para reverter esse quadro, a Federação Brasileira de
Bancos tenta convencer o Congresso Nacional a criar uma
22 legislação específica para punir os delitos eletrônicos,
semelhante àquela adotada há nove anos pela União Europeia.

André Vargas. Assalto.com.br. In: Veja, 24/11/2010 (com adaptações).

25. (Cespe/PC-ES/Perito Criminal Especial/2011) O uso do acento grave no


pronome “àquela” (L.23) é obrigatório.

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26. (Cespe/TC-DF/Técnico de Administração Pública/2014) Mantêm-se o


sentido e a correção gramatical do texto caso se suprima o acento grave
no trecho “fez sentar à mesma mesa” (l.6-7)

1 A participação e o lugar da mulher na história foram


negligenciados pelos historiadores e, por muito tempo, elas
ficaram à sombra de um mundo dominado pelo gênero
4 masculino. Ao pensarmos o mundo medieval e o papel dessa
[...]

Patrícia Barboza da Silva. Colunista do Brasil Escola. (com adaptações).

27. (Cespe/Antaq/Nível Superior/2014) O acento indicativo de crase em “à


sombra” (l.3) poderia ser omitido sem prejuízo da correção gramatical do
texto, visto que seu emprego é opcional no contexto em questão.

1 Na organização do poder político no Estado moderno,


à luz da tradição iluminista, o direito tem por função a
preservação da liberdade humana, de maneira a coibir a
[...]
Fernanda Leão de Almeida. A garantia institucional do Ministério Público em
função da proteção dos direitos humanos. Tese de doutorado. São Paulo: USP,
2010, p. 18-9. Internet: <www.teses.usp.br> (com adaptações).

28. (Cespe/2015/MPU/Analista) O emprego do sinal indicativo de crase em “à


luz da tradição iluminista” (l.2) é facultativo, ou seja, a sua retirada não
prejudicaria a correção gramatical nem o sentido original do texto.

29. (Cespe/2014/TJ-SE/Técnico Judiciário) No trecho “deu início à sua


caminhada cósmica” (l.16 e 17), o emprego do acento grave indicativo de
crase é obrigatório.

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30. (Cespe/2015/CGE-PU/Auditor Governamental) No trecho “Chama-lhe à


minha vida uma casa” (l.7), é facultativo o emprego do sinal indicativo de
crase.

[...]
praia. E quanto a corrigir quem fala errado? É claro que os pais
devem ensinar seus filhos a se expressar corretamente, e o
34 professor deve corrigir o aluno, mas será que temos o direito de
advertir o balconista que nos cobra “dois real” pelo cafezinho?
Língua Portuguesa. Internet: <www.revistalingua.uol.com.br> (com adaptações)

31. (Cespe/2015/FUB/Nível Médio) De acordo com o contexto, estaria


também correto o emprego do sinal indicativo de crase em “quanto a”
(l.32).

[...]
comarcas e nos distritos. O Tribunal Superior — de justiça
eleitoral — com jurisdição em todo o território nacional,
10 compunha-se de oito membros efetivos e oito substitutos, e era
presidido pelo vice-presidente do Supremo Tribunal Federal
(STF). A ele se somavam dois membros efetivos e dois
13 substitutos, sorteados dentre os ministros do STF, além de dois
[...]

As formas de composição do TSE: de 1932 aos dias atuais.


Brasília: Tribunal Superior Eleitoral, Secretaria de Gestão da Informação,
2008, p. 11. Internet: <www.tse.jus.br> (com adaptações).

32. (Cespe/2015/TRE-GO/Técnico Judiciário) O emprego de acento indicativo


de crase na expressão “A ele" (l.12) — À ele — prejudicaria a correção
gramatical do texto

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Aula 2 – Regência e Crase

[...]
19 pessoais. Segundo José Afonso da Silva, considera-se, pois,
universal o sufrágio quando se outorga o direito de votar a
todos os nacionais de um país, sem restrições derivadas de
22 condições de nascimento, de fortuna ou de capacidade especial.
[...]

Internet: <http://jus.com.br> (com adaptações).

33. (Cespe/TRE-MS/Técnico Judiciário/2013) Na linha 21, caso o trecho “todos


os nacionais de um país” fosse substituído por todas as pessoas de um
país, a partícula “a” empregada imediatamente após “votar” (L.20)
deveria receber acento indicativo de crase.

[...]
climáticas, escassez de mão de obra, inovação — essas são as
palavras-chaves que compõem o vocabulário das mudanças
4 pelas quais passa o mundo e que, inevitavelmente, impõem a
cada um de nós a busca por um novo modelo de vida no
[...]
Internet: <www.techoje.com.br> (com adaptações).

34. (Cespe/2015/FUB/Nível Médio) Estaria também correto o emprego de


sinal indicativo de crase em “a cada” (l. 4 e 5).

35. (Cespe/Previc/Técnico Administrativo/2011) Na linha 21, a supressão do


termo ‘essas’, em ‘a essas intervenções externas’, provocaria a
necessidade do uso do acento indicativo de crase em ‘a’.

36. (Cespe/TC-DF/ACE/2012) No trecho “Exceção a essa regra” (L.22), é


opcional o emprego do sinal indicativo de crase no “a”.

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37. (Cespe/2015/TRE-GO/Analista Judiciário) No trecho “Em meio a esse


cenário" (L.23), a inserção de sinal indicativo de crase no “a" acarretaria
prejuízo à correção gramatical do texto.

[...]
16 informação. “Tudo o que eu aprendo está sujeito à imediata
erosão”, afirma. Isso provoca o que o autor chama de “liquidez
[...]
Mao Barros e Victor Guy. A Internet e a mente. In:
Época Negócios, abr./2010, p. 82 (com adaptações).

38. (Cespe/FUB/Médico/2011) O uso do sinal indicativo de crase em ‘à


imediata erosão’ (L.16-17) é obrigatório.

[...]
Deparamo-nos com situações de risco que ninguém
teve de enfrentar na história passada — das quais o
28 aquecimento global é apenas uma. Muitos de novos riscos e
incertezas nos afetam onde quer que vivamos, não importa
quão privilegiados ou carentes sejamos. Eles estão
31 inextricavelmente ligados à globalização. A ciência e a
tecnologia tornaram-se elas próprias globalizadas.

Anthony Giddens. Mundo em descontrole. Rio de


Janeiro: Record, 2005, p. 13-4 (com adaptações).

39. (Cespe/MPE-PI/Cargos de Nível Médio/2012) O emprego do sinal


indicativo de crase em “ligados à globalização” (L.31) é facultativo, pois o
termo “globalização” poderia ser empregado, nesse contexto, de forma
indeterminada, indefinida e, consequentemente, sem o artigo definido.

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Aula 3 – Morfossintaxe dos Termos da Oração

Olá! Espero que você esteja aí bem disposto para estudar, pois
ainda temos que aprender muita coisa importante.
Nesta aula, trataremos da sintaxe dos termos da oração. Na
aula seguinte, estudaremos as relações entre as orações do período.
E por falar em oração e período, você sabe identificá-los? Sabe
também diferenciar oração de frase? Veja os exemplos seguintes e responda
ao que se pede.

a) – Bom dia, senhor Miguel! Como vai?


b) – Eu vou bem, obrigado.

Então, quantas frases, orações e períodos existem no diálogo


acima? Se você respondeu: “três frases, duas orações e dois períodos”
acertou. Se respondeu algo diferente disso, precisa entender que: frase é
todo enunciado que possui sentido completo, capaz de transmitir uma
informação satisfatória para a situação em que é utilizado.
Assim sendo, na fala da primeira personagem existem duas frases:
a primeira é encerrada pelo ponto de exclamação; a segunda, pelo ponto de
interrogação. Na fala do senhor Miguel, existe apenas um enunciado, isto é,
uma frase, que é delimitada pelo ponto.
O conceito de frase é, portanto, bastante abrangente, incluindo
desde estruturas linguísticas muito simples até estruturas complexas:

– Ai!
– Durante algum tempo, vivi no Rio de Janeiro.

As frases de maior complexidade normalmente se organizam a


partir de um ou mais verbos (locuções verbais). À frase que se organiza ao
redor de um verbo ou locução verbal damos o nome de oração (frase
verbal). Portanto o primeiro enunciado não caracteriza uma oração, já que
nele não há verbo (é uma frase nominal). Na sequência, ainda na fala da
primeira personagem, surge a primeira oração: “Como vai?”. A segunda fala,
observe, se organiza em torno da forma verbal “vou” e constitui a segunda
oração do diálogo.

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Aula 3 – Morfossintaxe dos Termos da Oração

A frase organizada em orações constitui o período, que pode


ser simples (formado apenas por uma oração) ou composto (formado por
mais de uma oração). Atente para o fato de que o final do período é marcado
por ponto, ponto de exclamação, ponto de interrogação (e mais rarametne por
reticências), e não por vírgula ou ponto e vírgula. Veja os exemplos:

Vive-se um momento social delicado. (período simples, uma


oração).
Ele estuda, trabalha e pratica esporte. (período composto, três
orações).

Guarde esses conceitos, principalmente o de período, pois na aula


4, ao estudarmos detalhadamente as orações, estabeleceremos distinção entre
período composto por coordenação, por subordinação e período misto.
Por enquanto, limitemo-nos aos termos da oração. E só faz sentido falar deles
quando estivermos diante de uma oração.
O organograma abaixo é uma apresentação sistemática e resumida
do que entendemos por termos da oração.

Termos da Oração

Essenciais Integrantes Acessórios


1 – Sujeito 1 – Complemento verbal 1 – Adjunto adverbial
2 – Predicado 2 – Complemento nominal 2 – Adjunto adnominal
3 – Agente da passiva 3 – Aposto

Eis os termos da oração! Sentiu a falta do vocativo? É que ele, na


verdade, não faz parte desse grupo, isto é, não faz parte da oração, é um
termo independente dela. Não fique espantado. Os livros somente o
apresentam na mesma seção em que tratam dos termos da oração por uma
questão meramente didática. É isso que também farei aqui, principalmente
porque, em prova, é comum as bancas examinadoras induzirem os
candidatos a confundi-lo com o sujeito da oração.

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Termos Essenciais da Oração

1. Sujeito  é o termo do qual, geralmente, se declara alguma


coisa; concorda em número e pessoa com o verbo da oração (concordância
verbal). Frise-se que só faz sentido falar em sujeito quando estamos lidando
com orações, ou seja, quando é possível perceber uma relação entre um
determinado termo de uma oração e o verbo dessa mesma oração.

Nós estudamos muito.


José e Maria estudam muito.

Sujeito é uma função substantiva da oração, ou seja, são os


substantivos e as palavras de valor substantivo que atuam como
núcleos dessa função nas orações da Língua Portuguesa. Observe:

Os cidadãos
Todos
manifestaram sua insatisfação.
Ambos
Os covardes

Na sequência, temos: substantivo, pronome substantivo, numeral


substantivo e adjetivo substantivado exercendo a função de núcleo do sujeito.
Também é possível que o sujeito seja representado por uma oração inteira.

Era forçoso que fosse assim.

[...]
e não dizia mais nada. Ficava no canto da maloca, trepado no
jirau de paxiúba, espiando o trabalho dos outros e
principalmente os dois manos que tinha, Maanape já velhinho
e Jiguê na força do homem.

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Aula 3 – Morfossintaxe dos Termos da Oração

1. (Cespe/IRBr/Diplomata/2012) Na linha 12 do fragmento I, a oração “que


tinha”, sintática e semanticamente dispensável para o texto, caracteriza-
se por ter um pronome relativo como sujeito sintático.

Comentário – Primeiro erro: dizer que a oração “que tinha” é dispensável.


Trata-se de uma oração subordinada adjetiva restritiva (observe que ela não é
separada por vírgula do substantivo “manos”). As adjetivas explicativas
(separadas por vírgula do substantivo) são dispensáveis; mas as restritivas
não. Segundo erro: atribuir ao pronome relativo “que” a função de sujeito.
Para verificar a real função sintática dele, você deve substituí-lo pelo
antecedente a que ele se refere e reorganizar a oração adjetiva: [ele] tinha
manos. Perceba que o sujeito está oculto e o termo manos completa o
sentido do verbo transitivo direto tinha.
Resposta – Item errado.

2. (Cespe/IRBr/Diplomata/2012) Admite-se como forma alternativa de


reescrita da expressão coloquial “o diabo do homem só faltou me chamar
de” (L.4-5) a estrutura só faltou o diabo do homem me chamar de, na
qual o verbo faltar é empregado como impessoal e, portanto, integra
uma oração sem sujeito.

Comentário – No original, o sujeito do verbo faltar é a expressão “o diabo do


homem” (sujeito simples). Observe que o verbo, conjugado na terceira pessoa
do singular, tem que variar para concordar com o sujeito. Exemplo: Ele só
faltou me chamar de; Eles só faltaram me chamar de.
Na reescritura, o sujeito passa a ser a oração sublinhada: só
faltou o diabo do homem me chamar de. Faça a clássica pergunta ao verbo: “O
que faltou?” Resposta: “Isso” (pronome que representa a oração sublinhada).
A dificuldade, para alguns, está no fato de o sujeito ter surgido
depois do verbo, numa posição que geralmente é ocupada pelo objeto.
Resposta – Item errado.

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[...]
O consumismo é um processo eticamente condenável,
pois faz que as pessoas comprem mais coisas do que realmente
7 necessitam. Com sistemas complexos de propaganda, que
envolvem sutilezas psicológicas e recursos espetaculares,
industriais e produtores em geral convencem a população a
10 adquirir sempre os novos modelos de carros, geladeiras,
relógios, calculadoras e outras utilidades, levando-a a lançar
fora o que já possui. [...]

Samuel M. Branco. O meio ambiente em debate. São


Paulo: Moderna, 1988, p. 42-3 (com adaptações).

3. (Cespe/Ibama/Técnico Administrativo/2012) O referente do sujeito da


forma verbal “levando” (L.11) é a expressão “industriais e produtores em
geral” (L.9), que exerce a função de sujeito da forma verbal “convencem”
(L.9).

Comentário – O examinador tem razão. Uma simples análise sintática


comprova essa relação entre os termos envolvidos. Ressalto apenas que, na
linha 9, o sujeito do verbo “convencem” está explicito; na linha 11, o sujeito
do verbo “levando” está oculto na oração, mas o referente textual dele é, de
fato, a expressão “industriais e produtores em geral”.
Resposta – Item certo.

[...]
7 corresponde à realização de ao menos uma operação de
natureza monetária junto a um intermediário financeiro, em
regra, um banco comercial que recebe um depósito, paga um
10 cheque, desconta um título ou antecipa a realização de um
crédito futuro. [...]
Atuação do Banco Central na sua função de zelar pela
estabilidade do Sistema Financeiro Nacional.
Internet: <www.bcb.gov.br> (com adaptações).

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4. (Cespe/Bacen/Técnico/2013) Os sujeitos das formas verbais “recebe”


(l.9), “paga” (l.9), “desconta” (l.10) e “antecipa” (l.10) têm um mesmo
referente: “um banco comercial” (l.9).

Comentário – Cuidado! Sujeito é um termo sintático. Referente tem a ver


com o aspecto semântico. O sujeito das formas verbais destacadas é o
pronome relativo “que” (l. 9). Como esse pronome substitui o antecedente “um
banco comercial”, dizemos que este é, de fato, o referente do pronome relativo
(ou do sujeito). Portanto a banca tem razão.
Resposta – Item certo.

[...]
no assunto, dizer que o brasileiro não sabe português é um dos
4 mitos que compõem o preconceito mais presente na cultura
brasileira: o linguístico”.
[...]
Língua Portuguesa, 1/2015. Internet: <www.revistalingua.uol.com.br> (com adaptações).

5. (Cespe/2015/FUB/Nível Médio) O termo “o brasileiro” (l.3) exerce a


função de sujeito da oração em que se insere.

Comentário – Para alguns, a análise tornou-se difícil porque o enunciado


apresenta três verbos que podem confundir a resposta. Observe:
I. Em relação ao verbo “dizer”, a oração “que o brasileiro
não sabe português” funciona como seu objeto direto.
II. Em relação ao verbo “é”, o segmento “dizer que o
brasileiro não sabe português” funciona como sujeito.
III. Em relação ao verbo “sabe” (é isso que nos interessa!),
o termo “o brasileiro” funciona como sujeito.
Resposta – Item certo.

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 TIPOS DE SUJEITO
1.1 Simples  possui apenas um núcleo e está materialmente
expresso na oração.

Todos aqueles estudantes participaram da manifestação.

[...]
degradação intensiva das torrentes. De sorte que, saindo das
10 insolações demoradas para as inundações subitâneas, a terra,
mal protegida por uma vegetação decídua, que as primeiras
requeimam e as segundas erradicam, se deixa, a pouco e pouco,
13 invadir pelo regime francamente desértico.
[...]
Euclides da Cunha. Os Sertões (Campanha de Canudos).
São Paulo: Martin Claret, 2007, p. 95-6 (com adaptações).

6. (Cespe/Câmara dos Deputados/Analista Legislativo/2012) Os sujeitos das


formas verbais “requeimam” e “erradicam”, ambas na linha 12, são “as
primeiras” (l.11) e “as segundas” (l.12), nessa ordem, elementos esses
que se referem, respectivamente, às expressões “insolações demoradas” e
“inundações subitâneas”, ambas na linha 10.

Comentário – A análise está perfeita. Basta um pouquinho de atenção para


perceber isso.
Resposta – Item certo.

[...]
19 requisitos de notável saber jurídico e idoneidade moral. Dentre
seus membros, elegia o Tribunal Superior, em escrutínio
secreto, por meio de cédulas com o nome do juiz e a
22 designação do cargo, um vice-presidente e um procurador para
exercer as funções do Ministério Público, tendo este último a

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denominação de procurador-geral da justiça eleitoral. Em


[...]
As formas de composição do TSE: de 1932 aos dias atuais.
Brasília: Tribunal Superior Eleitoral, Secretaria de Gestão da Informação,
2008, p. 11. Internet: <www.tse.jus.br> (com adaptações).

7. (Cespe/2015/TRE-GO/Técnico Judiciário) Na linha 20, o sujeito da forma


verbal “elegia" é o termo “o Tribunal Superior".

Comentário – Sim, é isso mesmo! Cuidado apenas com o fato de o sujeito às


vezes surgir posposto ao verbo, no lugar que naturalmente é ocupado pelo
objeto.
Resposta – Item certo.

1.2 Oculto, elíptico, implícito, desinencial  é aquele que não está


materialmente expresso na oração, mas pode ser identificado pela desinência
verbal ou pelo contexto.

Ficamos algum tempo sem falar. (o sujeito da oração é “nós”,


indicado pela desinência de primeira pessoa do plural “mos”).

“Soropita ali viera; na véspera, lá dormira”. (o contexto nos


permite afirmar que o sujeito da forma verbal “dormira” tem sua referência em
“Soropita”).

Hoje estudei muito. (o sujeito agora é representado pelo pronome


de primeira pessoa do singular “eu”).

“Guilhermina bocejou. Iria adormecer?” (outra vez, o contexto nos


auxilia na identificação do sujeito, que tem como referência o termo
“Guilhermina”)

1 Denomina-se política ambiental o conjunto de


decisões e ações estratégicas que visam promover a
conservação e o uso sustentável dos recursos naturais. A
[...]

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Adriana Ramos. Política ambiental. In: Almanaque Brasil


socioambiental. São Paulo: ISA, 2008 (com adaptações).

8. (Cespe/Ibama/Analista Ambiental/2013) A expressão “política ambiental”


(L.1) exerce a função de sujeito da oração em que se insere.

Comentário – Belíssima questão! Muitos comentários sobre ela foram


publicados nos fóruns, mas alguns analisavam erroneamente a função sintática
do termo “política ambiental”.
Para começo de conversa, é preciso reordenar os termos, o
que nos facilitará a perceber o verdadeiro sujeito da forma verbal
“denomina-se”:
O conjunto de decisões e ações estratégicas que visam
promover a conservação e o uso sustentável dos
recursos naturais denomina-se política ambiental.

Agora, já podemos garantir que o item está errado! Mas qual


é a função sintática do termo “política ambiental”? Nossa resposta depende de
outras análises. Note que temos um caso de voz passiva sintética formada por
verbo transitivo direto e pronome apassivador: “denomina-se”. Se você
preferir, transforme-a em voz passiva analítica:
O conjunto de decisões e ações estratégicas que visam
promover a conservação e o uso sustentável dos
recursos naturais é denominado política ambiental.

A expressão “política ambiental” claramente qualifica o


sujeito, portanto funciona como predicativo dele. Simples, não é verdade?
Então, por que muitos estudantes disseram que o termo funciona como
predicativo do objeto? Eis abaixo a explicação.
Sabe-se que o sujeito da voz passiva funciona como objeto
direto na voz ativa. Veja a transformação:
Denominam política ambiental o conjunto de decisões e
ações estratégicas que visam promover a conservação
e o uso sustentável dos recursos naturais.

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Agora, o sujeito é indeterminado. O que está em negrito


passou a funcionar como objeto direto da forma verbal “Denominam”. A
expressão “política ambiental” continua qualificando o mesmo termo; mas este
agora funciona sintaticamente como objeto direto, e não como sujeito.
Concluímos, portanto, que o erro de alguns comentaristas foi
analisar o termo “política ambiental” como se ele estivesse inserido numa
oração na voz ativa. Na verdade, a oração apresentada no texto da prova está
na voz passiva, o que deveria ter sido levado em conta.
Resposta – Item errado.

[...]
13 a criminalidade e a violência. Esses fatores ameaçam a
soberania nacional e afetam a estrutura social e econômica
interna, devendo o governo adotar uma postura firme de
16 combate ao tráfico de drogas, articulando-se internamente e
com a sociedade, de forma a aperfeiçoar e otimizar seus
mecanismos de prevenção e repressão e garantir o
19 envolvimento e a aprovação dos cidadãos.
Internet: <www.direitoshumanos.usp.br>.

9. (Cespe/DPF/Agente/2014) O referente do sujeito da oração


“articulando-se internamente e com a sociedade” (L. 16 e 17), que está
elíptico no texto, é “o governo” (L.15).

Comentário – Embora esteja oculto no segmento destacado, as relações entre


os elementos do texto deixam claro que o sujeito do verbo articular é mesmo
o “governo”.
Resposta – Item certo.

1.3 Composto  possui mais de um núcleo.

O professor, a diretora e eu saímos cedo.


O lazer e o esporte conduzem à saúde mental e física.

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[...]

Em 1985, foi criado o Ministério do Desenvolvimento


Urbano e Meio Ambiente e, em 1989, o Instituto Brasileiro
25 do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
(IBAMA), originado da fusão da SEMA com a
[...]

Adriana Ramos. Política ambiental. In: Almanaque Brasil


socioambiental. São Paulo: ISA, 2008 (com adaptações).

10. (Cespe/Ibama/Analista Ambiental/2013) A locução verbal “foi criado”


(L.23), empregada no singular para concordar com o núcleo do sujeito
mais próximo a ela — “o Ministério do Desenvolvimento Urbano e Meio
Ambiente” (L.23-24) —, poderia ser corretamente substituída por foram
criados, caso em que passaria a concordar com ambos os núcleos do
sujeito composto da oração.

Comentário – Muito cuidado aqui! Esta questão é perigosíssima!


Na verdade, não existe o tal sujeito composto mencionado pela
banca. O que temos, primeiramente, é uma oração com sujeito simples e
núcleo no singular (em negrito): “Em 1985, foi criado o Ministério do
Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente”.
Em seguida, surge o que muitos candidatos não perceberam
durante a prova: a existência de outra oração com a locução verbal oculta,
com sujeito simples e núcleo (em negrito) no singular. Observe: “e, em 1989,
[foi criado] o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis (IBAMA)”.
Recebe o nome de zeugma a figura de linguagem que se
caracteriza por apagar um termo facilmente subentendido e já mencionado
anteriormente.
Portanto não é possível a pluralização da locução verbal sob a
alegação de “que passaria a concordar com ambos os núcleos do sujeito
composto da oração”.
Resposta – Item errado.

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1.4 Indeterminado  é aquele que não se pode ou não se quer


determinar, podendo ocorrer de duas maneiras basicamente:
a) colocando-se o verbo na terceira pessoa do plural, sem que
haja referência a outro termo anteriormente identificado.

Telefonaram para você.


Gritaram muito.

b) colocando o pronome oblíquo se junto a verbos de ligação,


intransitivos, transitivos indiretos ou transitivos diretos cujos objetos
diretos estejam preposicionados; os verbos ficam sempre na terceira
pessoa do singular:

Ficou-se feliz.
Vive-se bem.
Gosta-se de você.
Bebeu-se do vinho. (caso a preposição fosse retirada
– bebeu-se o vinho –, teríamos uma voz passiva sintética com
sujeito representado pelo termo “o vinho”).

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11. (Cespe/Banco da Amazônia/Técnico Científico/2012) O sujeito da forma


verbal “destacou” (L.5), cujo referente é “o vice-presidente executivo da
FEBRABAN” (L.4), é indeterminado.

Comentário – Observe a inexistência das condições básicas para a


indeterminação do sujeito: I) verbo na terceira pessoa do plural, sem que haja
referência a outro termo anteriormente identificado (o verbo “destacou” está
na terceira pessoa do singular e o referente está corretamente indicado pela
banca); II) pronome oblíquo se junto a verbos de ligação, intransitivos,
transitivos indiretos ou transitivos diretos cujos objetos diretos estejam
preposicionados.
Na verdade, o sujeito da forma verbal “destacou” é o
pronome relativo “que”, o qual retoma a expressão “o vice-presidente
executivo da FEBRABAN”.
Resposta – Item errado.

[...]
governo. A democracia representativa pressupõe um conjunto
de instituições que disciplinam a participação popular no
13 processo político, que formam os direitos políticos que
qualificam a cidadania, como, por exemplo, as eleições, o
sistema eleitoral, os partidos políticos; enfim, mecanismos
16 disciplinadores para a escolha dos representantes do povo. Na
[...]

Internet: <www.planalto.gov.br> (com adaptações).

12. (Cespe/TRE-MS/Técnico Judiciário/2013) O sujeito da oração cujo núcleo


do predicado é a forma verbal “formam” (L.13) é

a) a expressão “os direitos políticos” (L.13).


b) o pronome “que” imediatamente antecedente.
c) oculto.
d) indeterminado.

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e) a expressão “um conjunto de instituições” (L.11-12).

Comentário – A oração referida pelo examinador é “que formam os direitos


políticos”. Nela existe o pronome relativo “que”, muito bem expresso no trecho
e substituto do termo antecedente “instituições” (l. 12). Repare o trecho já
com a substituição feita: instituições formam os direitos políticos.
Portanto concluímos que o pronome relativo “que” é o sujeito do verbo
“formam”.
Resposta – B

[...]
empresas de conteúdo. Pela Internet são compradas passagens
10 aéreas, entradas de cinema e pizzas; acompanham-se as notícias
do dia, as ações do governo, os gols e os capítulos das novelas;
e são postadas as fotos da última viagem, além de serem
13 comentados os últimos acontecimentos do grupo de amigos.
[...]

Internet: <www.camara.leg.br> (com adaptações).

13. (Cespe/2014/TJ-SE/Nível Superior) No último período do primeiro


parágrafo do texto, construído de acordo com o princípio do paralelismo
sintático, o sujeito das orações classifica-se como indeterminado.

Comentário – Você já conhece os casos que caracterizam sujeito


indeterminado. Então, sabe que o examinador está errado. Vejamos como são
classificados os sujeitos das respectivas formas verbais:
“são compradas passagens aéreas, entradas de cinema e
pizzas”: sujeito composto (observe que o verbo está flexionado na voz passiva
analítica e o sujeito está posposto a ele);
“acompanham-se as notícias do dia, as ações do governo,
os gols e os capítulos das novelas”: sujeito composto (observe que agora a voz
passiva é sintética);

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“e são postadas as fotos da última viagem”: sujeito


simples;
“além de serem comentados os últimos acontecimentos do
grupo de amigos”: sujeito simples.
Resposta – Item errado.

1.5 Inexistente ou oração sem sujeito  ocorre quando o fato expresso


na oração não pode ser atribuído a nenhum ser, surgindo um dos chamados
verbos impessoais, os quais ficam sempre na terceira pessoa do singular
(com raríssimas exceções). Observe os seguintes casos:
a) verbos que exprimem fenômenos da natureza: chover, nevar,
gear, amanhecer, entardecer etc.

Está amanhecendo.
Trovejou violentamente.

ATENÇÃO! Choveram flores sobre os noivos.  o verbo foi empregado com


sentido figurado (conotativo), por isso possui sujeito (simples).

b) utilizando-se o verbo haver no sentido de existir, acontecer,


ou indicando tempo decorrido.

Aqui há alunos estudiosos.


Houve muitas brigas depois do jogo.
Há meses não o via.

ATENÇÃO! O verbo ter, de acordo com a norma culta, só pode ser empregado
na oração quando indicar posse e possuir sujeito. Caso contrário, será
substituído pelo verbo haver no sentido de existir.
O aluno não teve aula. – correto
Não tem aula. – errado / Não há aula. – correto

1 Dependerá da adesão dos demais ministros o êxito de


um apelo feito pelo presidente do Supremo Tribunal Federal

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(STF), para que seja extinta a prática de esconder os nomes de


4 investigados em inquéritos criminais na mais alta corte do país.
[...]

Zero Hora, 8/4/2013.

14. (Cespe/MPU/Técnico Administrativo/2013) Na linha 1, a expressão “o


êxito” exerce função sintática de complemento direto da forma verbal
“Dependerá”.

Comentário – O que foi que eu disse? Pois é, o Cespe gosta de trabalhar


questões com sujeito posposto ao verbo, porque sabe que os candidatos o
confundem com o objeto. Não caia nessa armadilha.
O substantivo “êxito” integra o sujeito do verbo “Dependerá”,
sendo o seu núcleo. Basta reorganizar os termos, que surgiram originalmente
na ordem verbo-objeto-sujeito: O êxito de um apelo feito pelo
presidente do Supremo Tribunal Federal dependerá da adesão dos
demais ministros... Agora, a ordem é a seguinte: sujeito-verbo-objeto
(indireto).
Resposta – Item errado.

c) utilizando-se o verbo fazer exprimindo fenômeno da


natureza ou tempo decorrido.

Faz muito calor aqui.


Faz anos que não o vejo.

ATENÇÃO! Fazem dois dias de vida os bebês.  nesse exemplo, o fato


expresso na oração foi atribuído ao termo “os bebês”; sendo ele, pois, o
sujeito.

d) utilizando-se o verbo ir exprimindo tempo decorrido.

Vai para uns quinze anos escrevi uma crônica do Curvelo.

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e) utilizando-se o verbo ser indicando distância ou tempo


decorrido.

Da minha casa à tua são dez quilômetros.


É uma hora e trinta minutos. // São duas horas.
Hoje são oito de maio. // Hoje é dia oito de maio.

Observe que a verbo SER concorda com a expressão que indica a


distância ou o tempo decorrido.

[...]
em ombros de gigantes do passado. A Internet
representa um poderoso agente de transformação do nosso
modus vivendi et operandi.
31 É um marco histórico, um dos maiores fenômenos de
comunicação e uma das mais democráticas formas de acesso ao
saber e à pesquisa. Mas, como toda inovação, a Internet tem
34 potencial cuja dimensão não deve ser superdimensionada. Seu
conteúdo é fragmentado, desordenado e, além disso, cerca de
metade de seus bites é descartável.

Jacir J. Venturi. Internet: <www.geometriaanalitica.com.br> (com adaptações).

15. (Cespe/Antaq/Nível Superor/2014) O último parágrafo do texto inicia-se


com oração sem sujeito.

Comentário – Já deu para notar que o caso aqui é bem diferente de todos os
que constituem oração sem sujeito. Trata-se, na verdade, de sujeito oculto! É
preciso perceber que o enunciador está se referindo à “Internet” (l. 28). Termo
que é recuperado na linha 33.
Resposta – Item errado.

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[...]
interessados em trabalhar no Brasil. Esse incentivo torna-se
10 imperativo no início do século XXI, devido à extrema
velocidade com que ciência e tecnologia se desenvolvem. Há
décadas, países como China e Índia têm enviado estudantes
[...]

Isaac Roitman. Brasil sem fronteiras. In: Revista DARCY.


Brasília: UnB, n.º 11, jun.-jul./2012, p. 7 (com adaptações).

16. (Cespe/2014/TC-DF/A forma verbal “Há” (l.11) poderia ser corretamente


substituída por Fazem.

Comentário – O verbo haver foi usado para exprimir tempo decorrido.


Portanto ele se flexiona na terceira pessoa do singular o sujeito é inexistente.
Igualmente ocorreria com o verbo fazer. Por isso este não pode ser flexionado
no plural, como sugeriu o examinador.
Resposta – Item errado.

2. Predicado  é tudo aquilo que se declara a respeito do sujeito;


em termos práticos, equivale a tudo que é diferente do sujeito e do vocativo,
quando este ocorre.

À noite, a temperatura diminuiu.


sujeito
predicado

Atenção! Em todo predicado necessariamente existe um verbo, que é o que


de fato caracteriza uma oração, já que pode haver oração sem sujeito, como
você já perceberá.

 TIPOS DE PREDICADO
2.1 Verbal  possui como núcleo um verbo nocional (ou uma locução
verbal), isto é, um verbo que exprime ação, acontecimento, fenômeno natural,
desejo, atividade mental (são mais conhecidos como verbos transitivos e
verbos intransitivos)

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Ele está correndo.


Eu amo minha esposa.
Precisa-se de professores.
Dei um presente a ela.

2.2 Nominal  possui como núcleo um nome (adjetivo, substantivo ou


outra palavra com valor substantivo), que desempenha a função de predicativo
do sujeito (termo que caracteriza o sujeito, tendo como intermediário um
verbo); seu verbo é não-nocional (mais conhecido como verbo de ligação).

Ele está cansado.


Você parece um monstro.
A vida é um constante retomar. (note que aqui o verbo “retomar”
foi substantivado pela presença do artigo indefinido “um”).
ATENÇÃO! Verbos podem variar de regime de acordo com o sentido que
possuem na oração. Esse é o caso, por exemplo, do verbo ESTAR. Em “Ele está
correndo”, o verbo “está” é auxiliar e integra uma locução verbal indicativa de
um processo, uma ação. Diferente é o seu emprego em “Ele está cansado”,
frase em que o mesmo verbo agora é tomado como não nocional, ou de
ligação. Na primeira frase, tem-se predicado verbal; na segunda, nominal.
Variação semelhante pode ser observada também nos seguintes
exemplos: “A correnteza virou a canoa” e “A lagarta virou borboleta”. No
primeiro caso, o verbo “virou” indica uma ação; é, pois, nocional e núcleo do
predicado verbal. Já no segundo, seu valor semântico indica uma mudança
de estado; sendo, portanto, não nocional e integrante de predicado nominal
cujo núcleo é o termo “borboleta”.

[...]
Vinicius, por exemplo, era leve, tão leve que chegava a ser
4 leviano na gravidade de suas paixões. Tom Jobim era leve. Vinicius
e Jobim eram leves e engraçados. Ser leve e engraçado era uma
característica daquela geração. [...]

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Affonso Romano de Sant’Anna. Tempo de


delicadeza. p. 73-75 (com adaptações).

17. (Cespe/2012/PC-AL/Escrivão de Polícia) O termo “leves e engraçados”


(L.5) desempenha, na oração em que se insere, a mesma função sintática
que “mais fácil e mais leve” na oração “tudo ficava mais fácil e mais leve”
(L.16-17).

Comentário – O termo “leves e engraçados” funciona como predicativo do


sujeito composto “Vinícius e Jobim” (l. 4 e 5). Observe o verbo de ligação
“eram” (l. 5). A mesma função sintática é desempenhada pelo termo “mais
fácil e mais leve”, pois expressa um atributo do sujeito “tudo” por meio do
verbo de ligação “ficava”.
Resposta – Item certo.

2.3 Verbo-Nominal  apresenta dois núcleos: um verbo (que será


sempre nocional) e um nome (que funcionará como predicativo do sujeito ou
do objeto).

Os excursionistas voltaram exaustos da caminhada.

O ato foi acusado de ilegal.

Consideramos inaceitável a proposta apresentada.

Termos Integrantes da Oração

1. Complemento Verbal  termo que completa o sentido dos


verbos transitivos.

1.1 Objeto Direto (OD)  completa o sentido de um verbo transitivo


direto e, normalmente, aparece sem preposição (a preposição não é
obrigatória).

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Quero glória e fama.


Os jornais nada publicaram.

ATENÇÃO! Em alguns casos, o OD vem representado por uma oração (a qual


chamamos de oração subordinada substantiva objetiva direta).

Não quero que fiques triste.

Os pronomes oblíquos também representam complementos


verbais, porém os pronomes o, a, os, as só funcionam como OD.

Comprei-o hoje.
Puseram-na de joelhos.
Irei levar-te de carro.

Às vezes, pode o objeto direto vir regido por preposição (objeto


direto preposicionado). São casos especiais de ocorrência. Seja como for,
esteja certo de que é a regência do verbo (e não a preposição) que
determinará se o complemento é ou não objeto direto. Tome nota dos casos
mais frequentes:

a) Com verbos que exprimem sentimentos:


Amamos a Deus.
Não amo a ninguém.

b) Para evitar ambiguidade:


Ama-se aos pais.
Notadamente aos mais desfavorecidos atingem essas medidas.

c) Por motivo de ênfase:


A médico, confessor e letrado nunca enganes.
Cumpri com a minha palavra.

d) Diante de pronome oblíquo tônico:


“Rubião esqueceu a sala, a mulher e a si”.
O novo horário incomoda a mim.

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Também pode o OD vir representado, repetidamente, por um


pronome oblíquo átono ou tônico. É o que chamamos de objeto direto
pleonástico (ODP)

Árvore, filho e livro, queria-os perfeitos.


OD ODP

Encontrou-nos a nós.
OD ODP

[...]
fazendo leis, administrando e julgando. É, pois, aquela em que
7 o povo exerce de modo imediato as funções públicas. Na
democracia indireta ou representativa, o povo não exerce seu
poder de modo imediato, mas por meio de seus representantes,
10 eleitos periodicamente, a quem são delegadas as funções de
governo. [...]

Internet: <www.planalto.gov.br> (com adaptações).

18. (Cespe/TRE-MS/Técnico Judiciário/2013) Na linha 10, a expressão “a


quem” exerce a função de complemento indireto da locução verbal “são
delegadas” e o trecho “as funções de governo” (L.10-11), a função de
complemento direto dessa locução.

Comentário – Cuidado! A primeira parte da assertiva está correta. O pronome


“quem” substitui “seus representantes eleitos periodicamente”. Mas é
importante notar que estamos diante de uma estrutura verbal flexionada na
voz passiva analítica ou verbal. Na voz passiva, o que era objeto direto é
transformado em sujeito paciente. Vejamos o trecho na ordem direta
(sujeito-verbo-completmento): as funções de governo [sujeito paciente]
são delegadas [voz passiva analítica] a quem (= aos seus representantes
eleitos periodicamente) [objeto indireto].
Resposta – Item errado.

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19. (Cespe/Serpro/Analista/2013) No trecho “O setor de tecnologias da


informação e comunicação (TICs) impulsiona um conjunto de inovações
(...) institucionais” (L.1-3), o termo “conjunto” exerce a função de núcleo
do complemento direto da forma verbal “impulsiona”.

Comentário – O examinador tem razão, e não precisamos do texto para


admitir isso. O verbo “impulsiona” é transitivo direto (TD). Faça-se a seguinte
pergunta: “Impulsiona o quê?”. Perceba que o complemento requerido pelo
verbo não necessita de uma preposição para regê-lo: “impulsiona um conjunto
de inovações (...) institucionais”. Ele se liga diretamente ao verbo, ou seja,
sem a intermediação de qualquer preposição. Já o núcleo desse complemento
direto (ou simplesmente objeto direto) é o substantivo “conjunto”. Lembre-se
de que a função de objeto direto é desempenhada por um substantivo, ou uma
expressão substantivada cujo núcleo é um termo com valor de substantivo.
Resposta – Item certo.

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20. (Cespe/TJ-AL/Analista Judiciário/Área Judiciária/2012) Assinale a opção


correta a respeito da estrutura linguística e dos sentidos do texto
apresentado.

A) A expressão “alguma coisa da sua frescura e novidade” (L.7-8)


complementa o sentido da forma verbal “trasladam” (L.7).

B) A expressão “Esses escritos” (L.11) exerce a função de sujeito da oração


cujo núcleo é “são tidos” (L.13)

Comentário – Alternativa A: certa. Em outras palavras, o examinador está


dizendo que o termo “alguma coisa da sua frescura e novidade” funciona como
objeto do verbo “trasladam”. Isso é verdade. O verbo é transitivo direto
(trasladam o quê?).
Alternativa B: errada. A expressão “Esses escritos” funciona
como sujeito do verbo “têm”. Observe atentamente a seguinte oração: “Esses
escritos, pois, têm certo valor permanente do ponto de vista literário”. Notou
a concordância de número e pessoa entre eles? Estão na terceira pessoa do
plural.
Resposta – A

[...]

suas ruas. Não apenas a lentidão irritante do tráfego urbano,


10 a par da escassez de vagas, provoca desperdício de petróleo,
um recurso natural não renovável, e aumento na quantidade de
horas de trabalho perdidas no trânsito, como a poluição
13 decorrente desses fatos causa um número cada vez maior de
casos de doenças respiratórias, sem falar nos problemas
[...]
Carlos Gabaglia Penna. Transporte e meio ambiente.
Internet: <http://www.oeco.org.br> (com adaptações).

21. (Cespe/2013/ANTT/Analista Administrativo) Os termos “desperdício de


petróleo” (L.10), “aumento na quantidade de horas de trabalho perdidas
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no trânsito” (L.11-12) e “a poluição decorrente desses fatos” (L.12-13)


exercem a mesma função na oração de que fazem parte, visto que
complementam a forma verbal “provoca” (L.10).

Comentário – Cuidado! Os dois primeiros termos destacados realmente


funcionam como objeto direto do verbo “provoca”. Mas o último é sujeito da
forma verbal “causa”.
Resposta – Item errado.

1 Em vinte e poucos anos, a Internet deixou de ser um


ambiente virtual restrito e transformou-se em fenômeno
mundial. Atualmente, há tantos computadores e dispositivos
4 conectados à Internet que os mais de quatro bilhões de
endereços disponíveis estão praticamente esgotados. Por essa
[...]
Internet: <www.camara.leg.br> (com adaptações).

22. (Cespe/2014/TJ-SE/Nível Superior) Seriam mantidos o sentido e a


correção gramatical do texto, se a forma verbal “há” (l.3) fosse
substituída por existe.

Comentário – Com a substituição, o termo “tantos computadores e


dispositivos conectados à Internet” deixaria de exercer a função de objeto
direto e passaria a desempenhar a função de sujeito. Isso obrigaria a forma
verbal existe a se flexionar no plural (“existem tantos computadores...”), em
respeito às normas de concordância. Você tem que entender isto: o termo que
funciona como objeto direto do verbo haver funcionará como sujeito do verbo
existir.
Resposta – Item errado.

1.2 Objeto Indireto (OI)  completa o sentido de um verbo transitivo


indireto e, normalmente, aparece preposicionado.

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Preciso de ajuda.
Duvidava da riqueza da terra.

ATENÇÃO! Em alguns casos, o OI vem representado por uma oração (a qual


chamamos de oração subordinada substantiva objetiva indireta).

Preciso de que me ajude.

Já vimos que os pronomes oblíquos podem representar


complementos verbais, porém os pronomes lhe e lhes só funcionam como OI:

Dei-lhe o livro.
As noites não lhes trouxeram repouso.
Não me pertencem os seus óculos.

Semelhantemente ao que acontece com o objeto direto, o objeto


indireto pode também ser representado, repetidamente, por um pronome
oblíquo átono ou tônico ou por pronome de tratamento (objeto indireto
pleonástico):
A mim, ensinou-me tudo.
Aos meus escritores, não lhes dava importância.
Quem lhe disse a você que estavam no palheiro?

23. (Cespe/Correios/Agente de Correios/2011 – adaptada) A respeito de


aspectos linguísticos do texto, assinale a opção correta.

(A) No primeiro verso, a expressão “estas mal traçadas linhas” é um dos


complementos da forma verbal “Escrevo”.

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(B) As expressões “meu amor” (v.1) e “por favor” (v.3) exercem a função de
aposto.
(C) No pedido de desculpa pelos erros (v.3), o autor da carta comete o
seguinte erro: emprego da forma verbal “desculpes”, em vez de desculpe.
(D) No verso 5, os vocábulos “Talvez” e “até” expressam circunstâncias de
tempo.

Comentário – Lembre-se de que complemento verbal é outra forma de se


referir a objeto direto e objeto indireto. O verbo “Escrevo” é bitransitivo
(escrevo algo a alguém). Os termos “te” e “estas mal traçadas linhas”
constituem, respectivamente, seu objeto indireto e objeto direto. Portanto a
letra A está correta. A respeito do complemento indireto, a preposição é
desnecessária porque o pronome oblíquo é átono.
Por eliminação, podemos descartar a letra B, já que o termo
“meu amor” é vocativo (termo que serve para interpelar, invocar o
interlocutor). Também é possível eliminar a letra C, pois não há erro. A forma
verbal “desculpes” (presente do subjuntivo) está adequada porque o
interlocutor está representado pela segunda pessoa do singular (leia as linha 1,
4 e 7 novamente). Finalmente, a letra D também deve ser desconsiderada:
“Talvez” indica dúvida.
Resposta – A

2. Complemento Nominal (CN)  termo que integra ou limita o


sentido de um advérbio, adjetivo ou substantivo abstrato; aparece sempre
preposicionado e indica o alvo ou o paciente da declaração.

Agiu favoravelmente a ambos. (o termo em destaque


complementa o sentido do advérbio “favoravelmente”).

O fumo é prejudicial à saúde. (o termo em destaque complementa


o significado do adjetivo “prejudicial”).

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Tenho confiança em ti. (agora, é o substantivo abstrato


“confiança” que tem seu valor semântico complementado pelo termo em
negrito).

A função de CN é representada por um substantivo ou por qualquer


palavra substantivada, conforme se depreende dos exemplos anteriores. Isso
quer dizer que essa função sintática também pode ser exercida por uma
oração (subordinada substantiva completiva nominal):

Estou com vontade de suprimir este capítulo.

[...]

No entanto, junto com esse crescimento do mundo


virtual, aumentaram também o cometimento de crimes e outros
16 desconfortos que levaram à criação de leis que criminalizam
determinadas práticas no uso da Internet, tais como invasão a
sítios e roubo de senhas.

19 Devido ao aumento dos problemas motivados pela


digitalização das relações pessoais, comerciais e
governamentais, surgiu a necessidade de se regulamentar o uso
22 da Internet.
Internet: <www.camara.leg.br> (com adaptações).

24. (Cespe/2014/TJ-SE/Nível Superior) O termo “de senhas” (l.18) e a oração


“de se regulamentar o uso da Internet” (l.21 e 22) complementam o
sentido de nomes substantivos.

Comentário – O primeiro termo complementa o sentido do substantivo


abstrato “roubo”. Observe que ele se subordina ao nome por meio da
preposição “de” e assume um aspecto passivo ou de alvo da ação de roubar
(senhas são roubadas). A oração (observe a presença do verbo
“regulamentar”) destacada completa o significado de “necessidade” (outro
substantivo abstrato) por meio da preposição “de”.

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Aula 3 – Morfossintaxe dos Termos da Oração

Resposta – Item certo.

A fim de que você se sinta seguro na hora de identificar o CN e não


o confundir com o adjunto adnominal (ADJ. ADN.), eis algumas dicas
importantes:

I. Todo termo preposicionado que depende de advérbio ou


adjetivo é CN.
Ela mora perto do curso. (CN)

II. Substantivo concreto não admite CN.


Comprei o livro de Machado de Assis. (ADJ. ADN.)

III. Todo termo que depende de substantivo abstrato será CN se


a preposição não for de.
A alegria na paz é infinita. (CN)

IV. Caso a preposição seja de, o termo preposicionado será CN


quando sofrer a ação (termo paciente) ou for o alvo dela; e será ADJ. ADN.
quando praticar a ação (termo agente) ou for a origem dela – e ainda
quando transmitir a ideia de posse.

A descoberta da vacina foi benéfica. (CN – note que a expressão


“da vacina” indica o que foi descoberto).

A descoberta do cientista foi benéfica. (ADJ. ADN. – agora, o


termo “do cientista” expressa o agente da ação de descobrir).

[...]
liberdade política, aos Estados democráticos. Um e outro
13 reconhecimento são a mais alta expressão do espírito laico que
caracterizou o nascimento da Europa moderna, entendendo-se
esse espírito laico como o modo de pensar que confia o destino
16 do regnum hominis (reino do homem) mais à razão crítica que

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Aula 3 – Morfossintaxe dos Termos da Oração

aos impulsos da fé, ainda que sem desconhecer o valor de uma


[...]
Norberto Bobbio. Elogio da serenidade e outros escritos morais.
São Paulo: Editora UNESP, 2002, p. 149 (com adaptações).

25. (Cespe/TJ-ES/Analista Judiciário/Taquigrafia/2011) As expressões “do


espírito laico” (L.13) e “da fé” (L.17) complementam, respectivamente, os
vocábulos “expressão” e “impulsos”.

Comentário – Repare que as expressões limitam o significado dos vocábulos


“expressão” e “impulsos”, caracterizando-os. Observe ainda que “espírito laico”
e “fé” servem como agentes desencadeadores das respectivas ações: o espírito
laico expressa...; a fé impulsiona...Também está presente nos dois casos a
ideia de posse/pertença: a expressão é dele, ou seja, do espírito laico; os
impulsos são dela, ou seja, da fé. Portanto as expressões destacadas são
adjuntos adnominais, e não complementos nominais.
Resposta – Item errado.

3. Agente da Passiva  termo que, na voz passiva, pratica a ação


expressa pelo verbo, a qual é sofrida pelo sujeito.

As ruas foram lavadas pelas chuvas.


Mariana era apreciada por todos quantos iam a nossa casa.

A voz passiva, como regra geral, é uma flexão pertinente aos


verbos transitivos diretos.
O termo que funciona como “agente da passiva” vem sempre
introduzido por preposição (por, per, de).
A voz passiva sempre apresenta sujeito, o qual é o paciente da
ação expressa pelo verbo;
A voz passiva analítica (ou verbal) pode apresentar agente da
passiva, mas a voz passiva sintética (ou pronominal) – como regra geral – não
apresentará agente da passiva.

O aluno leu o livro. (voz ativa com sujeito simples: “O aluno”).

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O livro foi lido pelo aluno. (voz passiva analítica; o termo


destacado é o agente).
Vendem flores. (voz ativa com sujeito indeterminado).
Flores são vendidas. (voz passiva analítica sem agente da passiva).
Vendem-se flores. (voz passiva sintética sem agente da passiva).

Contudo, às vezes somos contrariados pela dinâmica da Língua,


que nem sempre se ajusta à rigidez gramatical. Gramáticos como Cegalla
(2008:356), por exemplo, são bem contundentes quando tratam desse
assunto. Ele diz que “Na passiva pronominal [ou sintética] não se declara o
agente”. Veja três exemplos que o eminente professor apresenta em sua obra:

Nas ruas assobiavam-se as canções dele pelos pedestres. (errado)


Nas ruas eram assobiadas as canções dele pelos pedestres. (certo)
Assobiavam-se as canções dele nas ruas. (certo)

[...]

26. (Cespe/PC-CE/Inspetor de Polícia/2012) Na linha 3, a expressão “pelas


redes transnacionais de poder” indica o agente da ação verbal de
ultrapassar.

Comentário – A questão nada mais abordou do que conceitos sobre voz


passiva e, consequentemente, sobre agente da passiva. Observe a locução
verbal “foi ultrapassada”, com verbo auxiliar ser e verbo principal ultrapassar
no particípio. Note que o sujeito “sua soberania” sofre a ação de ser
ultrapassada. Isso caracteriza voz passiva verbal ou analítica. Agora perceba
que o termo preposicionado “pelas redes transacionais de poder” o responsável
pela ação de ultrapassar.
Resposta – Item certo.

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Bem, já estamos na metade desta aula. É compreensível que você


esteja meio cansado. Tenho consciência de que é muita informação ao mesmo
tempo. Mas, sinceramente, julgo importantes esses conceitos sobre os termos
da oração. Se você não conseguir compreender a relação estabelecida entre
eles, terá dificuldades de responder corretamente às questões de prova. Logo,
avance mais um pouquinho. Vamos lá!

Termos Acessórios da Oração

1. Adjunto Adnominal  é termo de valor adjetivo que serve para


especificar ou delimitar o significado do substantivo, podendo ser expresso
por:
a) adjetivo: Compareceram pessoas interessadas.
b) locução adjetiva: Era um homem de consciência.
c) artigo: O mar era um lago sereno e azul.
d) pronome adjetivo: Minha camisa é igual à sua.
e) numeral adjetivo: Casara-se havia duas semanas.
f) oração adjetiva: Os cabelos, que eram fartos e lisos,
caíram-lhe pelo rosto.

ATENÇÃO! o mesmo substantivo pode vir acompanhado por mais de um


adjunto adnominal: As nossas primeiras experiências científicas
fracassaram.

Cuidado para você não confundir adjunto adnominal com


predicativo do objeto, e vice-versa. Abaixo, separei algumas dicas para facilitá-
lo(a) a distinguir um e outro.
Assim como o complemento nominal, o adjunto adnominal
também é parte efetiva do mesmo termo que tem o substantivo como
núcleo. Basta substituir esse termo por um pronome substantivo e perceber
que o adjunto adnominal também desaparece:

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O novo método facilitou os alunos despreparados.

AA AA Núc. do Suj. AA Núc. do OD AA

Ele facilitou-os.

Suj. OD

A mesma substituição não pode ser feita para o predicativo do


objeto:

Sua atitude deixou seus amigos perplexos.

AA Núc. do Suj. AA Núc. do OD POD

Ela deixou-os perplexos.

Suj. OD POD

2. Adjunto Adverbial  é termo de valor adverbial que denota as


circunstâncias em que se desenvolve o processo verbal, ou intensifica o
sentido deste, de um adjetivo ou de um advérbio, podendo ser expresso por:

a) advérbio: Aqui não fica ninguém reprovado.


b) locução ou expressão adverbial: Lá embaixo, nós
começamos a dançar sob o sol do meio-dia.
c) oração subordinada adverbial: Quando acordou, não havia
mais ninguém por perto.

Os adjuntos adverbiais recebem diversas classificações, todas de


acordo com a circunstância que indicam. A seguir, apresento apenas uma
pequena relação:

a) causa: Por que lhes daria tanta dor?


b) companhia: Vivia com Daniela.
c) condição: Sem estudar, não passará.
d) concessão: Apesar de tudo, estudamos muito.

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e) dúvida: Acaso fizeste mesmo isso?


f) fim: Há homens para tudo.
g) instrumento: Bati-lhe com o chicote.
h) intensidade: Gosto muito de ti.
i) lugar: Veja aonde vai.
j) matéria: Esta é feita de barro.
k) meio: Voltamos de bote.
l) modo: Vagarosamente ela recolheu o fio.
m) negação: Não desanimem.
n) preço: O curso custa cem reais.
o) tempo: Estudaremos até as duas horas.

ATENÇÃO! Às vezes não é possível precisar a circunstância expressa pelo


adjunto adverbial. Neste exemplo, é difícil distinguir se o adjunto adverbial é
de modo ou de intensidade: Entreguei-me calorosamente àquela causa.

27. (Cespe/Correios/Analista de Correios/Letras/2011) Se os versos do


fragmento fossem reescritos na ordem sujeito-verbo-complemento verbal-
adjunto adverbial, a versão correta seria: No palácio da
Cachoeira/Joaquim Silvério começa/ a redigir sua carta/ com
pena bem aparada.

Comentário – Temos a impressão de que, 2011, a banca “brincou” com a


ordem dos termos da oração. Vejamos o que temos aqui:
- sujeito: Joaquim Silvério;
- verbo: começa a redigir (locução, que veio intercalada);
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- complemento verbal: sua carta (objeto direto);


- adjunto adverbial: No palácio da Cachoeira (lugar); e
com pena bem aparada (instrumento).
Reorganizando tudo conforme sugere o examinador: Joaquim
Silvério começa a redigir sua carta no palácio da Cachoeira, com pena bem
aparada.
Resposta – Item errado.
1 Em 2012, o CNJ promoveu, em parcerias com órgãos
do Executivo e do Judiciário, campanhas importantes para
promover o bem-estar do cidadão, como a da aplicação da Lei
[...]
Internet: <www.cnj.jus.br/q2rc> (com adaptações).

28. (Cespe/CNJ/Técnico Judiciário/2013) O trecho “em parcerias com órgãos


do Executivo e do Judiciário” (L.1-2) está entre vírgulas porque exerce
função de adjunto adverbial intercalado na oração principal, estando
deslocado em relação à ordem direta.

Comentário – Tudo o que a banca disse é verdade. O trecho é um adjunto


adverbial de companhia e está intercalado. Por isso as duas vírgulas foram
bem empregadas, como se verá com mais detalhes na aula sobre pontuação.
Resposta – Item certo.

Romance LXXXI ou Dos Ilustres Assassinos


1 Ó grandes oportunistas, que profundas sepulturas
sobre o papel debruçados, nascidas de vossas penas,
que calculais mundo e vida de vossas assinaturas!
em contos, doblas, cruzados,
5 que traçais vastas rubricas 25 Considerai no mistério
e sinais entrelaçados, dos humanos desatinos,
com altas penas esguias e no polo sempre incerto
embebidas em pecados! dos homens e dos destinos!
Por sentenças, por decretos,
Ó personagens solenes 30 pareceríeis divinos:
10 que arrastais os apelidos e hoje sois, no tempo eterno,
como pavões auriverdes como ilustres assassinos.

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seus rutilantes vestidos,


— todo esse poder que tendes Ó soberbos titulares,
confunde os vossos sentidos: tão desdenhosos e altivos!
15 a glória, que amais, é desses 35 Por fictícia autoridade,
que por vós são perseguidos. vãs razões, falsos motivos,
Levantai-vos dessas mesas, inutilmente matastes:
saí de vossas molduras, — vossos mortos são mais vivos;
vede que masmorras negras, e, sobre vós, de longe, abrem
que fortalezas seguras, 40 grandes olhos pensativos.
20 que duro peso de algemas, Cecília Meireles. Romanceiro da Inconfidência. Rio
de Janeiro: Nova Fronteira, 1989, p. 267-8.

29. (Cespe/PF/Papiloscopista/2012) Os trechos “Por sentenças, por decretos”


(v.29) e “Por fictícia autoridade, vãs razões, falsos motivos” (v.35-36)
exercem função adverbial nas orações a que pertencem e ambos denotam
o meio empregado na ação representada pelo verbo a que se referem.

Comentário – O trecho “Por sentenças, por decretos” exprime o meio


empregado para se parecer divino. Funciona, pois, como adjunto adverbial de
meio. Entretanto as locuções “Por fictícia autoridade, vãs razões, falsos
motivos” indicam os motivos inúteis que levam alguém a matar. Funcionam,
portanto, como adjuntos adverbiais de causa.
Resposta – Item errado.

[...]

Se, em uma área de pântano, por exemplo, vai funcionar


uma empresa, e este local é drenado e seco, ecossistemas
vitais serão destruídos, havendo emissão, no meio ambiente,
de gases do efeito estufa. [...]
Ministério do Meio Ambiente. Manual de gestão da
biodiversidade pelas empresas: guia prático de implementação.
Internet: <http://arquivos.portaldaindustria.com.br> (com adaptações).

30. (Cespe/INPI/Todos os Cargos/2013) O sujeito da forma oracional “vai


funcionar” (l.11) é a expressão “uma área de pântano” (l.11), e o termo
que completa seu sentido é “uma empresa” (l.12).

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Comentário – Você precisa notar que os termos não estão na ordem natural:
S V O (sujeito, verbo e objeto) ou S V C (sujeito, verbo e complemento).
Sempre que isso ocorre, é comum o aluno ter dificuldades ao proceder à
análise sintática.
O sujeito da locução verbal “vai funcionar” é o termo posposto
“uma empresa” (o que vai funcionar? – a resposta é o sujeito do verbo).
Perceba também que o verbo principal, “funcionar”, é intransitivo. Sendo
assim, a expressão “em uma área de pântano” funciona sintaticamente como
adjunto adverbial e denota ideia de lugar (onde a empresa vai funcionar?).
Resposta – Item errado.

3. Aposto  é termo de caráter nominal que se refere a um


substantivo, ou a qualquer palavra substantivada, para explicá-lo,
especificá-lo, esclarecê-lo, desenvolvê-lo ou resumi-lo, classificando-se em:

a) explicativo: O professor, um homem muito estudioso,


escreveu vários livros.

b) especificativo: A cidade de Paracambi é linda.

c) enumerativo: Ele reivindicava três coisas: melhor salário,


assistência médica e redução da carga horária.

d) distributivo: Havia várias pessoas: umas tristes, outras


alegres.

e) resumitivo ou recapitulativo: Amor, alegria, saudade, tudo


era paixão.

[...]
No total, foram 16.227.736 páginas acessadas, o que
10 representa um aumento de 244,59% em relação ao número obtido
em janeiro de 2012, que foi de 4.709.335 páginas acessadas.
Outro indicador importante, o número de visitantes únicos, obteve

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13 um significativo crescimento no período: 80,13%. Foram


[...]
Internet: <www.cnj.jus.br/noticias/cnj/> (com adaptações).

31. (Cespe/CNJ/Técnico Judiciário/2013) O trecho “o número de visitantes


únicos” (L.12) está entre vírgulas porque se classifica como aposto
explicativo.

Comentário – Sim, é isso mesmo. O trecho apontado se refere ao “indicador”,


explicando-lhe o significado. Não confunda este tipo de aposto com o restritivo,
que não é separado por meio da pontuação.
Resposta – Item certo.

1 Um dos principais desafios para o Brasil é conhecer


a Amazônia. Sua vocação eminentemente hídrica impõe, ao
longo dos séculos, a necessidade do deslocamento de seus
4 habitantes através dos rios. Muito antes da chegada dos
[...]
Domingos Savio Almeida Nogueira. In: Internet:
<www.portosenavios.com.br/artigos> (com adaptações).

32. (Cespe/Antaq/Nível Médio/2014) No segundo período do texto, as vírgulas


isolam segmento — “ao longo dos séculos” — com função de aposto
explicativo.

Comentário – Está claro que o termo apontado não é um aposto explicativo,


apesar de ter sido isolado pelas vírgulas. Trata-se de um adjunto adverbial
de tempo. Por estar intercalado, realmente deve ser isolado pelas vírgulas.
Resposta – Item errado.

[...]
7 insolação. Um estudo da Faculdade de Saúde Pública de
Harvard (EUA), o maior a respeito do tema feito até o

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momento, mostrou que as temperaturas altas aumentam


[...]
Internet: <www.correioweb.com.br> (com adaptações).

33. (Cespe/2015/FUB/Nível Médio) O emprego da vírgula após “momento"


(l.9) explica-se por isolar o adjunto adverbial, que está anteposto ao
verbo, ou seja, deslocado de sua posição padrão.

Comentário – Agora a banca inverteu as classificações. Ela chamou de


adjunto adverbial o que, na verdade, é aposto. Por ter natureza explicativa,
este vem entre vírgulas.
Resposta – Item errado.

O aposto também pode vir representado por uma oração (oração


subordinada substantiva apositiva).

Só quero uma coisa: que vocês estudem.

O aposto equivale ao termo a que se refere (sujeito, predicativo,


complemento verbal, complemento nominal, agente da passiva, etc.).

Ela, Dora, foi muitíssimo discreta.


Suj.

As escrituras eram duas: a da hipoteca e a da venda das


propriedades.
Pred. do Suj.

O aposto especificativo não vem marcado por sinais de pontuação


(dois-pontos, vírgulas, travessões). Esse tipo de aposto é, normalmente, um
substantivo próprio que individualiza um substantivo comum, prendendo-se a
ele diretamente ou por meio de preposição.

A cidade de Lisboa é linda.


O cantor Caetano Veloso foi premiado novamente.
O mês de maio é o mês das noivas.

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[...]
1 “O preconceito linguístico é um equívoco, e tão
nocivo quanto os outros. Segundo Marcos Bagno, especialista
no assunto, dizer que o brasileiro não sabe português é um dos
4 mitos que compõem o preconceito mais presente na cultura
brasileira: o linguístico”.
A redação acima poderia ter sido extraída do editorial
7 de uma revista, mas é parte do texto O oxente e o ok, primeiro
lugar na categoria opinião da 4.ª Olimpíada de Língua
Portuguesa Escrevendo o Futuro, realizada pelo Ministério da
10 Educação em parceria com a Fundação Itaú Social e o Centro
de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação
Comunitária (CENPEC).
[...]
Língua Portuguesa, 1/2015. Internet: <www.revistalingua.uol.com.br> (com adaptações)

34. (Cespe/2015/FUB/Nível Médio) Os trechos ‘especialista no assunto’ (l. 2 e


3), ‘o linguístico’ (l.5) e “primeiro lugar na categoria opinião da 4.ª
Olimpíada de Língua Portuguesa Escrevendo o Futuro” (l. 7 a 9) exercem
a mesma função sintática, a de aposto.

Comentário – Sim, todos funcionam como aposto, retomando “Marcos


Bagno”, “o preconceito mais presente na cultura brasileira” e o “texto O
oxente e o ok”, respectivamente.
Resposta – Item certo

Por fim, quero apresentar-lhe o vocativo. Ele é um termo isolado,


não faz parte dos termos essenciais, dos termos integrantes nem dos termos
acessórios. A função do vocativo é chamar ou interpelar a pessoa a
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quem nos dirigimos. Vem marcado por pontuação, admite a anteposição de


interjeição e não deve ser confundido com o sujeito da oração.

Meu amigo, que horas são? (sujeito inexistente)

A ordem, meus amigos, é a base do governo. (sujeito: “A


ordem”)

Ó minha amada, que olhos os teus! (frase nominal).

Romance LXXXI ou Dos Ilustres Assassinos

1 Ó grandes oportunistas, que profundas sepulturas


sobre o papel debruçados, nascidas de vossas penas,
que calculais mundo e vida de vossas assinaturas!
em contos, doblas, cruzados,
5 que traçais vastas rubricas 25 Considerai no mistério
e sinais entrelaçados, dos humanos desatinos,
com altas penas esguias e no polo sempre incerto
embebidas em pecados! dos homens e dos destinos!
Por sentenças, por decretos,
Ó personagens solenes 30 pareceríeis divinos:
10 que arrastais os apelidos e hoje sois, no tempo eterno,
como pavões auriverdes como ilustres assassinos.
seus rutilantes vestidos,
— todo esse poder que tendes Ó soberbos titulares,
confunde os vossos sentidos: tão desdenhosos e altivos!
15 a glória, que amais, é desses 35 Por fictícia autoridade,
que por vós são perseguidos. vãs razões, falsos motivos,
inutilmente matastes:
Levantai-vos dessas mesas, — vossos mortos são mais vivos;
saí de vossas molduras, e, sobre vós, de longe, abrem
vede que masmorras negras, 40 grandes olhos pensativos.
20 que fortalezas seguras, Cecília Meireles. Romanceiro da Inconfidência. Rio
que duro peso de algemas, de Janeiro: Nova Fronteira, 1989, p. 267-8.

35. (Cespe/PF/Papiloscopista/2012) No poema, que apresenta uma denúncia


de atos de abuso de poder, foram utilizados os seguintes recursos que
permitem que a poeta se dirija diretamente a um interlocutor: emprego
de vocativo nos versos 1, 9 e 33 e de verbos na segunda pessoa do plural,
todos no imperativo afirmativo.

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Comentário – Realmente, as expressões “Ó grandes oportunistas” (verso 1),


“Ó personagens solenes” (verso 9) e “Ó soberbos titulares” (verso 33) são
vocativos usados para interpelar o interlocutor do poeta, ou seja, aquele(a)
com quem se fala, a quem se dirige a palavra. Contudo nem todos os verbos
foram conjugados no imperativo afirmativo. Veja, por exemplo, as seguintes
formas verbais: “calculais” (verso 3), no presente do indicativo; “traçais”
(verso 5), no presente do indicativo; e “arrastais” (verso 10), no presente do
indicativo.
Resposta – Item errado.

36. (Cespe/2014/TJ-SE/Técnico Judiciário) No trecho ‘todos nós, para eles,


somos macaquitos’ (l.16 e 17) as vírgulas isolam termo vocativo, que
ressalta, no texto, o objeto da ‘nossa vingança’ (l.15).

Comentário – O texto é dispensável. É perfeitamente possível resolver a


questão sem ele. Possivelmente, você já percebeu que o termo isolado pelas
vírgulas não configura nenhuma espécie de chamamento ou interpelação. Isso,
portanto, é suficiente para dizer que o examinador está errado. Na verdade, o
termo “para ele” é adjunto adverbial de opinião.
Resposta – Item errado.

Fique com Deus e até a próxima aula!

Albert Iglésia

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Lista das Questões Comentadas

[...]
e não dizia mais nada. Ficava no canto da maloca, trepado no
jirau de paxiúba, espiando o trabalho dos outros e
principalmente os dois manos que tinha, Maanape já velhinho
e Jiguê na força do homem.

1. (Cespe/IRBr/Diplomata/2012) Na linha 12 do fragmento I, a oração “que


tinha”, sintática e semanticamente dispensável para o texto, caracteriza-
se por ter um pronome relativo como sujeito sintático.

2. (Cespe/IRBr/Diplomata/2012) Admite-se como forma alternativa de


reescrita da expressão coloquial “o diabo do homem só faltou me chamar
de” (L.4-5) a estrutura só faltou o diabo do homem me chamar de, na
qual o verbo faltar é empregado co impessoal e, portanto, integra uma
oração sem sujeito.

[...]
O consumismo é um processo eticamente condenável,
pois faz que as pessoas comprem mais coisas do que realmente
7 necessitam. Com sistemas complexos de propaganda, que
envolvem sutilezas psicológicas e recursos espetaculares,
industriais e produtores em geral convencem a população a
10 adquirir sempre os novos modelos de carros, geladeiras,
relógios, calculadoras e outras utilidades, levando-a a lançar
fora o que já possui. [...]
Samuel M. Branco. O meio ambiente em debate. São
Paulo: Moderna, 1988, p. 42-3 (com adaptações).

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3. (Cespe/Ibama/Técnico Administrativo/2012) O referente do sujeito da


forma verbal “levando” (L.11) é a expressão “industriais e produtores em
geral” (L.9), que exerce a função de sujeito da forma verbal “convencem”
(L.9).

[...]
7 corresponde à realização de ao menos uma operação de
natureza monetária junto a um intermediário financeiro, em
regra, um banco comercial que recebe um depósito, paga um
10 cheque, desconta um título ou antecipa a realização de um
crédito futuro. [...]
Atuação do Banco Central na sua função de zelar pela
estabilidade do Sistema Financeiro Nacional.
Internet: <www.bcb.gov.br> (com adaptações).

4. (Cespe/Bacen/Técnico/2013) Os sujeitos das formas verbais “recebe”


(l.9), “paga” (l.9), “desconta” (l.10) e “antecipa” (l.10) têm um mesmo
referente: “um banco comercial” (l.9).

[...]
no assunto, dizer que o brasileiro não sabe português é um dos
4 mitos que compõem o preconceito mais presente na cultura
brasileira: o linguístico”.
[...]
Língua Portuguesa, 1/2015. Internet: <www.revistalingua.uol.com.br> (com adaptações).

5. (Cespe/2015/FUB/Nível Médio) O termo “o brasileiro” (l.3) exerce a


função de sujeito da oração em que se insere.

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[...]
degradação intensiva das torrentes. De sorte que, saindo das
10 insolações demoradas para as inundações subitâneas, a terra,
mal protegida por uma vegetação decídua, que as primeiras
requeimam e as segundas erradicam, se deixa, a pouco e pouco,
13 invadir pelo regime francamente desértico.
[...]
Euclides da Cunha. Os Sertões (Campanha de Canudos).
São Paulo: Martin Claret, 2007, p. 95-6 (com adaptações).

6. (Cespe/Câmara dos Deputados/Analista Legislativo/2012) Os sujeitos das


formas verbais “requeimam” e “erradicam”, ambas na linha 12, são “as
primeiras” (l.11) e “as segundas” (l.12), nessa ordem, elementos esses
que se referem, respectivamente, às expressões “insolações demoradas” e
“inundações subitâneas”, ambas na linha 10.

[...]
19 requisitos de notável saber jurídico e idoneidade moral. Dentre
seus membros, elegia o Tribunal Superior, em escrutínio
secreto, por meio de cédulas com o nome do juiz e a
22 designação do cargo, um vice-presidente e um procurador para
exercer as funções do Ministério Público, tendo este último a
denominação de procurador-geral da justiça eleitoral. Em
[...]
As formas de composição do TSE: de 1932 aos dias atuais.
Brasília: Tribunal Superior Eleitoral, Secretaria de Gestão da Informação,
2008, p. 11. Internet: <www.tse.jus.br> (com adaptações).

7. (Cespe/2015/TRE-GO/Técnico Judiciário) Na linha 20, o sujeito da forma


verbal “elegia" é o termo “o Tribunal Superior".

1 Denomina-se política ambiental o conjunto de


decisões e ações estratégicas que visam promover a

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conservação e o uso sustentável dos recursos naturais. A


[...]
Adriana Ramos. Política ambiental. In: Almanaque Brasil
socioambiental. São Paulo: ISA, 2008 (com adaptações).

8. (Cespe/Ibama/Analista Ambiental/2013) A expressão “política ambiental”


(L.1) exerce a função de sujeito da oração em que se insere.

[...]
13 a criminalidade e a violência. Esses fatores ameaçam a
soberania nacional e afetam a estrutura social e econômica
interna, devendo o governo adotar uma postura firme de
16 combate ao tráfico de drogas, articulando-se internamente e
com a sociedade, de forma a aperfeiçoar e otimizar seus
mecanismos de prevenção e repressão e garantir o
19 envolvimento e a aprovação dos cidadãos.
Internet: <www.direitoshumanos.usp.br>.

9. (Cespe/DPF/Agente/2014) O referente do sujeito da oração


“articulando-se internamente e com a sociedade” (L. 16 e 17), que está
elíptico no texto, é “o governo” (L.15).

[...]

Em 1985, foi criado o Ministério do Desenvolvimento


Urbano e Meio Ambiente e, em 1989, o Instituto Brasileiro
25 do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
(IBAMA), originado da fusão da SEMA com a
[...]
Adriana Ramos. Política ambiental. In: Almanaque Brasil
socioambiental. São Paulo: ISA, 2008 (com adaptações).

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10. (Cespe/Ibama/Analista Ambiental/2013) A locução verbal “foi criado”


(L.23), empregada no singular para concordar com o núcleo do sujeito
mais próximo a ela — “o Ministério do Desenvolvimento Urbano e Meio
Ambiente” (L.23-24) —, poderia ser corretamente substituída por foram
criados, caso em que passaria a concordar com ambos os núcleos do
sujeito composto da oração.

11. (Cespe/Banco da Amazônia/Técnico Científico/2012) O sujeito da forma


verbal “destacou” (L.5), cujo referente é “o vice-presidente executivo da
FEBRABAN” (L.4), é indeterminado.

[...]
governo. A democracia representativa pressupõe um conjunto
de instituições que disciplinam a participação popular no
13 processo político, que formam os direitos políticos que
qualificam a cidadania, como, por exemplo, as eleições, o
sistema eleitoral, os partidos políticos; enfim, mecanismos
16 disciplinadores para a escolha dos representantes do povo. Na
[...]

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Internet: <www.planalto.gov.br> (com adaptações).

12. (Cespe/TRE-MS/Técnico Judiciário/2013) O sujeito da oração cujo núcleo


do predicado é a forma verbal “formam” (L.13) é

a) a expressão “os direitos políticos” (L.13).


b) o pronome “que” imediatamente antecedente.
c) oculto.
d) indeterminado.
e) a expressão “um conjunto de instituições” (L.11-12).

[...]
empresas de conteúdo. Pela Internet são compradas passagens
10 aéreas, entradas de cinema e pizzas; acompanham-se as notícias
do dia, as ações do governo, os gols e os capítulos das novelas;
e são postadas as fotos da última viagem, além de serem
13 comentados os últimos acontecimentos do grupo de amigos.
[...]
Internet: <www.camara.leg.br> (com adaptações).

13. (Cespe/2014/TJ-SE/Nível Superior) No último período do primeiro


parágrafo do texto, construído de acordo com o princípio do paralelismo
sintático, o sujeito das orações classifica-se como indeterminado.

1 Dependerá da adesão dos demais ministros o êxito de


um apelo feito pelo presidente do Supremo Tribunal Federal
(STF), para que seja extinta a prática de esconder os nomes de
4 investigados em inquéritos criminais na mais alta corte do país.
[...]
Zero Hora, 8/4/2013.

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14. (Cespe/MPU/Técnico Administrativo/2013) Na linha 1, a expressão “o


êxito” exerce função sintática de complemento direto da forma verbal
“Dependerá”.

[...]
em ombros de gigantes do passado. A Internet
representa um poderoso agente de transformação do nosso
modus vivendi et operandi.
31 É um marco histórico, um dos maiores fenômenos de
comunicação e uma das mais democráticas formas de acesso ao
saber e à pesquisa. Mas, como toda inovação, a Internet tem
34 potencial cuja dimensão não deve ser superdimensionada. Seu
conteúdo é fragmentado, desordenado e, além disso, cerca de
metade de seus bites é descartável.

Jacir J. Venturi. Internet: <www.geometriaanalitica.com.br> (com adaptações).

15. (Cespe/Antaq/Nível Superor/2014) O último parágrafo do texto inicia-se


com oração sem sujeito.

[...]
interessados em trabalhar no Brasil. Esse incentivo torna-se
10 imperativo no início do século XXI, devido à extrema
velocidade com que ciência e tecnologia se desenvolvem. Há
décadas, países como China e Índia têm enviado estudantes
[...]
Isaac Roitman. Brasil sem fronteiras. In: Revista DARCY.
Brasília: UnB, n.º 11, jun.-jul./2012, p. 7 (com adaptações).

16. (Cespe/2014/TC-DF/A forma verbal “Há” (l.11) poderia ser corretamente


substituída por Fazem.

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[...]
Vinicius, por exemplo, era leve, tão leve que chegava a ser
4 leviano na gravidade de suas paixões. Tom Jobim era leve. Vinicius
e Jobim eram leves e engraçados. Ser leve e engraçado era uma
característica daquela geração. [...]
Affonso Romano de Sant’Anna. Tempo de
delicadeza. p. 73-75 (com adaptações).

17. (Cespe/2012/PC-AL/Escrivão de Polícia) O termo “leves e engraçados”


(L.5) desempenha, na oração em que se insere, a mesma função sintática
que “mais fácil e mais leve” na oração “tudo ficava mais fácil e mais leve”
(L.16-17).

[...]
fazendo leis, administrando e julgando. É, pois, aquela em que
7 o povo exerce de modo imediato as funções públicas. Na
democracia indireta ou representativa, o povo não exerce seu
poder de modo imediato, mas por meio de seus representantes,
10 eleitos periodicamente, a quem são delegadas as funções de
governo. [...]
Internet: <www.planalto.gov.br> (com adaptações).

18. (Cespe/TRE-MS/Técnico Judiciário/2013) Na linha 10, a expressão “a


quem” exerce a função de complemento indireto da locução verbal “são
delegadas” e o trecho “as funções de governo” (L.10-11), a função de
complemento direto dessa locução.

19. (Cespe/Serpro/Analista/2013) No trecho “O setor de tecnologias da


informação e comunicação (TICs) impulsiona um conjunto de inovações
(...) institucionais” (L.1-3), o termo “conjunto” exerce a função de núcleo
do complemento direto da forma verbal “impulsiona”.

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20. (Cespe/TJ-AL/Analista Judiciário/Área Judiciária/2012) Assinale a opção


correta a respeito da estrutura linguística e dos sentidos do texto
apresentado.

A) A expressão “alguma coisa da sua frescura e novidade” (L.7-8)


complementa o sentido da forma verbal “trasladam” (L.7).

B) A expressão “Esses escritos” (L.11) exerce a função de sujeito da oração


cujo núcleo é “são tidos” (L.13)

[...]

suas ruas. Não apenas a lentidão irritante do tráfego urbano,


10 a par da escassez de vagas, provoca desperdício de petróleo,
um recurso natural não renovável, e aumento na quantidade de
horas de trabalho perdidas no trânsito, como a poluição
13 decorrente desses fatos causa um número cada vez maior de

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casos de doenças respiratórias, sem falar nos problemas


[...]
Carlos Gabaglia Penna. Transporte e meio ambiente.
Internet: <http://www.oeco.org.br> (com adaptações).

21. (Cespe/2013/ANTT/Analista Administrativo) Os termos “desperdício de


petróleo” (L.10), “aumento na quantidade de horas de trabalho perdidas
no trânsito” (L.11-12) e “a poluição decorrente desses fatos” (L.12-13)
exercem a mesma função na oração de que fazem parte, visto que
complementam a forma verbal “provoca” (L.10).

1 Em vinte e poucos anos, a Internet deixou de ser um


ambiente virtual restrito e transformou-se em fenômeno
mundial. Atualmente, há tantos computadores e dispositivos
4 conectados à Internet que os mais de quatro bilhões de
endereços disponíveis estão praticamente esgotados. Por essa
[...]
Internet: <www.camara.leg.br> (com adaptações).

22. (Cespe/2014/TJ-SE/Nível Superior) Seriam mantidos o sentido e a


correção gramatical do texto, se a forma verbal “há” (l.3) fosse
substituída por existe.

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23. (Cespe/Correios/Agente de Correios/2011 – adaptada) A respeito de


aspectos linguísticos do texto, assinale a opção correta.

(A) No primeiro verso, a expressão “estas mal traçadas linhas” é um dos


complementos da forma verbal “Escrevo”.
(B) As expressões “meu amor” (v.1) e “por favor” (v.3) exercem a função de
aposto.
(C) No pedido de desculpa pelos erros (v.3), o autor da carta comete o
seguinte erro: emprego da forma verbal “desculpes”, em vez de desculpe.
(D) No verso 5, os vocábulos “Talvez” e “até” expressam circunstâncias de
tempo.

[...]

No entanto, junto com esse crescimento do mundo


virtual, aumentaram também o cometimento de crimes e outros
16 desconfortos que levaram à criação de leis que criminalizam
determinadas práticas no uso da Internet, tais como invasão a
sítios e roubo de senhas.

19 Devido ao aumento dos problemas motivados pela


digitalização das relações pessoais, comerciais e
governamentais, surgiu a necessidade de se regulamentar o uso
22 da Internet.
Internet: <www.camara.leg.br> (com adaptações).

24. (Cespe/2014/TJ-SE/Nível Superior) O termo “de senhas” (l.18) e a oração


“de se regulamentar o uso da Internet” (l.21 e 22) complementam o
sentido de nomes substantivos.

[...]
liberdade política, aos Estados democráticos. Um e outro
13 reconhecimento são a mais alta expressão do espírito laico que

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caracterizou o nascimento da Europa moderna, entendendo-se


esse espírito laico como o modo de pensar que confia o destino
16 do regnum hominis (reino do homem) mais à razão crítica que
aos impulsos da fé, ainda que sem desconhecer o valor de uma
[...]
Norberto Bobbio. Elogio da serenidade e outros escritos morais.
São Paulo: Editora UNESP, 2002, p. 149 (com adaptações).

25. (Cespe/TJ-ES/Analista Judiciário/Taquigrafia/2011) As expressões “do


espírito laico” (L.13) e “da fé” (L.17) complementam, respectivamente, os
vocábulos “expressão” e “impulsos”.

[...]

26. (Cespe/PC-CE/Inspetor de Polícia/2012) Na linha 3, a expressão “pelas


redes transnacionais de poder” indica o agente da ação verbal de
ultrapassar.

27. (Cespe/Correios/Analista de Correios/Letras/2011) Se os versos do


fragmento fossem reescritos na ordem sujeito-verbo-complemento verbal-
adjunto adverbial, a versão correta seria: No palácio da

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Cachoeira/Joaquim Silvério começa/ a redigir sua carta/ com


pena bem aparada.

1 Em 2012, o CNJ promoveu, em parcerias com órgãos


do Executivo e do Judiciário, campanhas importantes para
promover o bem-estar do cidadão, como a da aplicação da Lei
[...]
Internet: <www.cnj.jus.br/q2rc> (com adaptações).

28. (Cespe/CNJ/Técnico Judiciário/2013) O trecho “em parcerias com órgãos


do Executivo e do Judiciário” (L.1-2) está entre vírgulas porque exerce
função de adjunto adverbial intercalado na oração principal, estando
deslocado em relação à ordem direta.

Romance LXXXI ou Dos Ilustres Assassinos


1 Ó grandes oportunistas, que profundas sepulturas
sobre o papel debruçados, nascidas de vossas penas,
que calculais mundo e vida de vossas assinaturas!
em contos, doblas, cruzados,
5 que traçais vastas rubricas 25 Considerai no mistério
e sinais entrelaçados, dos humanos desatinos,
com altas penas esguias e no polo sempre incerto
embebidas em pecados! dos homens e dos destinos!
Por sentenças, por decretos,
Ó personagens solenes 30 pareceríeis divinos:
10 que arrastais os apelidos e hoje sois, no tempo eterno,
como pavões auriverdes como ilustres assassinos.
seus rutilantes vestidos,
— todo esse poder que tendes Ó soberbos titulares,
confunde os vossos sentidos: tão desdenhosos e altivos!
15 a glória, que amais, é desses 35 Por fictícia autoridade,
que por vós são perseguidos. vãs razões, falsos motivos,
Levantai-vos dessas mesas, inutilmente matastes:
saí de vossas molduras, — vossos mortos são mais vivos;
vede que masmorras negras, e, sobre vós, de longe, abrem
que fortalezas seguras, 40 grandes olhos pensativos.
20 que duro peso de algemas, Cecília Meireles. Romanceiro da Inconfidência. Rio
de Janeiro: Nova Fronteira, 1989, p. 267-8.

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29. (Cespe/PF/Papiloscopista/2012) Os trechos “Por sentenças, por decretos”


(v.29) e “Por fictícia autoridade, vãs razões, falsos motivos” (v.35-36)
exercem função adverbial nas orações a que pertencem e ambos denotam
o meio empregado na ação representada pelo verbo a que se referem.

[...]

Se, em uma área de pântano, por exemplo, vai funcionar


uma empresa, e este local é drenado e seco, ecossistemas
vitais serão destruídos, havendo emissão, no meio ambiente,
de gases do efeito estufa. [...]
Ministério do Meio Ambiente. Manual de gestão da
biodiversidade pelas empresas: guia prático de implementação.
Internet: <http://arquivos.portaldaindustria.com.br> (com adaptações).

30. (Cespe/INPI/Todos os Cargos/2013) O sujeito da forma oracional “vai


funcionar” (l.11) é a expressão “uma área de pântano” (l.11), e o termo
que completa seu sentido é “uma empresa” (l.12).

[...]
No total, foram 16.227.736 páginas acessadas, o que
10 representa um aumento de 244,59% em relação ao número obtido
em janeiro de 2012, que foi de 4.709.335 páginas acessadas.
Outro indicador importante, o número de visitantes únicos, obteve
13 um significativo crescimento no período: 80,13%. Foram
[...]

Internet: <www.cnj.jus.br/noticias/cnj/> (com adaptações).

31. (Cespe/CNJ/Técnico Judiciário/2013) O trecho “o número de visitantes


únicos” (L.12) está entre vírgulas porque se classifica como aposto
explicativo.

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1 Um dos principais desafios para o Brasil é conhecer


a Amazônia. Sua vocação eminentemente hídrica impõe, ao
longo dos séculos, a necessidade do deslocamento de seus
4 habitantes através dos rios. Muito antes da chegada dos
[...]
Domingos Savio Almeida Nogueira. In: Internet:
<www.portosenavios.com.br/artigos> (com adaptações).

32. (Cespe/Antaq/Nível Médio/2014) No segundo período do texto, as vírgulas


isolam segmento — “ao longo dos séculos” — com função de aposto
explicativo.

[...]
7 insolação. Um estudo da Faculdade de Saúde Pública de
Harvard (EUA), o maior a respeito do tema feito até o
momento, mostrou que as temperaturas altas aumentam
[...]
Internet: <www.correioweb.com.br> (com adaptações).

33. (Cespe/2015/FUB/Nível Médio) O emprego da vírgula após “momento"


(l.9) explica-se por isolar o adjunto adverbial, que está anteposto ao
verbo, ou seja, deslocado de sua posição padrão.

[...]
1 “O preconceito linguístico é um equívoco, e tão
nocivo quanto os outros. Segundo Marcos Bagno, especialista
no assunto, dizer que o brasileiro não sabe português é um dos
4 mitos que compõem o preconceito mais presente na cultura
brasileira: o linguístico”.
A redação acima poderia ter sido extraída do editorial
7 de uma revista, mas é parte do texto O oxente e o ok, primeiro
lugar na categoria opinião da 4.ª Olimpíada de Língua

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Portuguesa Escrevendo o Futuro, realizada pelo Ministério da


10 Educação em parceria com a Fundação Itaú Social e o Centro
de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação
Comunitária (CENPEC).
[...]
Língua Portuguesa, 1/2015. Internet: <www.revistalingua.uol.com.br> (com adaptações)

34. (Cespe/2015/FUB/Nível Médio) Os trechos ‘especialista no assunto’ (l. 2 e


3), ‘o linguístico’ (l.5) e “primeiro lugar na categoria opinião da 4.ª
Olimpíada de Língua Portuguesa Escrevendo o Futuro” (l. 7 a 9) exercem
a mesma função sintática, a de aposto.

Romance LXXXI ou Dos Ilustres Assassinos

1 Ó grandes oportunistas, que profundas sepulturas


sobre o papel debruçados, nascidas de vossas penas,
que calculais mundo e vida de vossas assinaturas!
em contos, doblas, cruzados,
5 que traçais vastas rubricas 25 Considerai no mistério
e sinais entrelaçados, dos humanos desatinos,
com altas penas esguias e no polo sempre incerto
embebidas em pecados! dos homens e dos destinos!
Por sentenças, por decretos,
Ó personagens solenes 30 pareceríeis divinos:
10 que arrastais os apelidos e hoje sois, no tempo eterno,
como pavões auriverdes como ilustres assassinos.
seus rutilantes vestidos,
— todo esse poder que tendes Ó soberbos titulares,
confunde os vossos sentidos: tão desdenhosos e altivos!
15 a glória, que amais, é desses 35 Por fictícia autoridade,
que por vós são perseguidos. vãs razões, falsos motivos,
inutilmente matastes:
Levantai-vos dessas mesas, — vossos mortos são mais vivos;
saí de vossas molduras, e, sobre vós, de longe, abrem
vede que masmorras negras, 40 grandes olhos pensativos.
20 que fortalezas seguras, Cecília Meireles. Romanceiro da Inconfidência. Rio
que duro peso de algemas, de Janeiro: Nova Fronteira, 1989, p. 267-8.

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35. (Cespe/PF/Papiloscopista/2012) No poema, que apresenta uma denúncia


de atos de abuso de poder, foram utilizados os seguintes recursos que
permitem que a poeta se dirija diretamente a um interlocutor: emprego
de vocativo nos versos 1, 9 e 33 e de verbos na segunda pessoa do plural,
todos no imperativo afirmativo.

36. (Cespe/2014/TJ-SE/Técnico Judiciário) No trecho ‘todos nós, para eles,


somos macaquitos’ (l.16 e 17) as vírgulas isolam termo vocativo, que
ressalta, no texto, o objeto da ‘nossa vingança’ (l.15).

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Gabarito das Questões Comentadas

1. Item errado 31. Item certo


2. Item errado 32. Item errado
3. Item certo 33. Item errado
4. Item certo 34. Item certo
5. Item certo 35. Item errado
6. Item certo 36. Item errado
7. Item certo
8. Item errado
9. Item certo
10. Item errado
11. Item errado
12. B
13. Item errado
14. Item errado
15. Item errado
16. Item errado
17. Item certo
18. Item errado
19. Item certo
20. A
21. Item errado
22. Item errado
23. A
24. Item certo
25. Item errado
26. Item certo
27. Item errado
28. Item certo
29. Item errado
30. Item errado

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Aula 4 – Sintaxe das Orações do Período

Condicional. .....................................................................................19
Concessiva. .....................................................................................20
Comparativa. ...................................................................................20
Conformativa. ..................................................................................22
Proporcional .....................................................................................22
Final ...............................................................................................23
Temporal .........................................................................................23
Principais Conjunções Subordinativas ..................................................24
Orações Subordinadas Adjetivas............................................................29
Orações Adjetivas Restritivas e Explicativas .........................................29
Lista das Questões Comentadas .......................................................... 42
Gabarito das Questões Comentadas .................................................... 55

Introdução

De início, você deve observar que as orações surgem organizadas


em períodos. Um período pode ser classificado em simples ou composto.
Será simples quando contiver apenas uma oração (um verbo ou uma locução
verbal), caso em que a oração será dita oração absoluta.

Vive-se um momento social delicado.


Os alunos continuam estudando.

Será composto quando nele houver mais de uma oração, caso em


que as orações estarão articuladas em uma relação de igualdade
(coordenação) ou dependência (subordinação) sintáticas.

Eu vou à escola; você, à praia.

A primeira observação a ser feita sobre o exemplo acima é que o


verbo da segunda oração – “você, à praia” – foi substituído pela vírgula, já que
esta é uma das funções desse sinal de pontuação. A segunda, perceba, é que
as orações se equivalem sintaticamente, o que caracteriza a coordenação
entre elas. Note que na palavra “coordenação” existe o elemento “co”, que
traduz a ideia de igualdade, nivelamento. Em outras palavras, não há o
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Aula 4 – Sintaxe das Orações do Período

exercício de uma função sintática (sujeito, objeto, adjunto adnominal etc.) por
qualquer das orações do período.

É necessário que vocês estudem.

A respeito da frase anterior, podemos dividi-la em duas orações: “É


necessário” e “que vocês estudem”. Alguém já deve ter percebido que o a
primeira oração é constituída por um verbo de ligação (SER) e por um termo
(“necessário”) que confere um atributo ao sujeito desse verbo. Mas onde está
o sujeito dele? Se você percebeu que o sujeito é a segunda oração (“que vocês
estudem”) está de parabéns! Caso contrário, sugiro que coloque a frase na
ordem direta:

Que vocês estudem é necessário.

Ficou melhor? Não?! Tente usar um velho e bom artifício: substitua


a oração “Que vocês estudem” pelo pronome ISSO, assim:

Isso é necessário.

Notou agora a função sintática de sujeito sendo exercida pela


oração “Que vocês estudem”? Pois é, quando uma oração desempenha alguma
função sintática na outra, dizemos que a relação entre elas é de
subordinação. Note que no vocábulo “subordinação” existe o prefixo “sub”,
tradutor da noção de posição abaixo, dependência.
Às vezes, em um mesmo período, as orações que o compõem
articulam-se de forma coordenada e, também, subordinada.

Eu disse que trabalho e estudo.

As duas últimas orações (“que trabalho e estudo”)


subordinam-se sintaticamente à primeira (“Eu disse”), complementando o
significado do verbo “disse” (o quê?), exercendo a função sintática de objeto
direto (isso). Não obstante, entre si mesmas, as duas últimas orações
estabelecem uma relação sintática coordenada. A terceira oração soma-se à
segunda para, juntas, indicarem o que foi dito. Logo, o período é misto, ou
seja, composto por subordinação e coordenação ao mesmo tempo.

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Bem, já que falamos na relação coordenada entre orações,


precisamos agora estudar as classificações e os valores semânticos de cada
uma delas. Além disso, devemos notar se essa articulação coordenada se dá
por meio de um conectivo ou não. Sendo a resposta afirmativa, teremos uma
coordenação sindética (o vocábulo síndeto significa conjunção) entre
orações. Caso a resposta seja negativa, estaremos de uma coordenação
assindética (sem conjunção).
Antes de averiguarmos detalhadamente tudo isso, quero propor um
teste a você. Tudo bem?

[...]
São pessoas de uma só família, que a obrigação do pai fez
7 sentar à mesma mesa.
Quanto ao gênero deles, não sei que diga que não seja
inútil. O livro está nas mãos do leitor. Direi somente que se há
[...]
Machado de Assis. Obra completa. Vol. II, Rio de Janeiro:
Nova Aguilar, 1994, p. 236. (com adaptações).

1. (Cespe/2014/TC-DF/Técnico em Administração) No trecho “Quanto ao


gênero deles, não sei que diga que não seja inútil” (l.8-9) a vírgula separa
orações coordenadas.

Comentário – Antes de qualquer coisa, prezado aluno, observe atentamente a


ausência de um verbo no segmento “Quanto ao gênero deles”. Então, é
descabido falar que “a vírgula separa orações”, sejam elas quais forem. Pronto,
acabou!
Resposta – Item errado.

Orações Coordenadas Assindéticas e Sindéticas

As orações coordenadas que se ligam uma às outras sem


conjunção são chamadas assindéticas. Diferentemente, as orações

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coordenadas sindéticas são conectadas por uma conjunção que recebe nome
semelhante ao da oração.

Lá estava, lá fiquei. (coordenada assindética, sem conjunção)


Sentou e olhou ao redor. (coordenada sindética, com conjunção)
Estudou, mas não passou. (coordenada sindética, com conjunção)

ATENÇÃO! 1 – Costuma-se chamar coordenada inicial a primeira oração de


um período composto por coordenação.
2 – O mesmo período pode ser composto por orações coordenadas
assindéticas e sindéticas.
“Vi, vim e venci.” (a segunda oração – “vim” – coordena-se à
primeira sem conjunção; a terceira – “e venci” – articula-se por meio da
conjunção “e”).

• Classificação das Orações Coordenadas Sindéticas

a) Aditivas – indicam fatos sequenciais, dando a ideia de soma.


Ela falava, e eu ouvia.
Nossas crianças não fumam nem bebem.
Ele não só passou no concurso, mas também tirou o primeiro
lugar. (esta é uma estrutura aditiva enfática)

b) Adversativas – exprimem fatos opostos ao que se declara na


oração coordenada anterior; ideia de contraste.
Apressou-se, contudo não chegou a tempo.

Principais conjunções e locuções: mas, porém, todavia, entretanto, no


entanto, não obstante. Cuidado: senão, ao passo que, antes, em todo
caso (conforme Cegalla, 2008, pág. 290).

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[...]
7 Augusto Comte, teria a seguinte redação: “Ordem e um Novo
Progresso”. Essa renovação de ideias, entretanto, precisa do
apoio das novas gerações, pois o cenário mundial atual, e do
10 Brasil em particular, é muito diferente do registrado há duas
décadas, por exemplo. Na configuração geopolítica do século
[...]
João Campos. Uma nova educação para um novo
progresso. In: Revista Darcy, jun./2012 (com adaptações).

2. (Cespe/2014/ICMBio/Nível Médio) Sem prejuízo da correção gramatical do


texto, o termo “entretanto” (l.8) e o trecho “e do Brasil em particular”
(l.9-10), bem como as vírgulas que os isolam, poderiam ser excluídos do
período a que pertencem.

Comentário – Cabe ressaltar que a conjunção adversativa “entretanto” só


apareceu entre vírgulas por estar deslocada. Sua posição natural é no início da
oração. Já a expressão “e do Brasil em particular” tem natureza explicativa e
por isso também surgiu corretamente separada pelas vírgulas. No mais, fique
atento para o que disse o examinador: “Sem prejuízo da correção gramatical”.
Ele nada disse sobre alteração de sentido, certo? Portanto ele tem razão.
Observe o trecho reescrito já com as mudanças propostas: Essa renovação
de ideias precisa do apoio das novas gerações, pois o cenário mundial
atual é muito diferente do registrado há duas décadas, por exemplo.
Resposta – Item certo.

3. (Cespe/2014/ICMBio/Nível Superior) A expressão “no entanto” (l.20)


poderia ser substituída pelo vocábulo entretanto, sem que houvesse
prejuízo à correção gramatical e ao sentido do texto

Comentário – Agora a situação é outra. As conjunções destacadas são


permutáveis, por expressarem a mesma ideia adversativa. Não precisamos do
texto para saber isso.

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Resposta – Item certo.

[...]
A redação acima poderia ter sido extraída do editorial
7 de uma revista, mas é parte do texto O oxente e o ok, primeiro
lugar na categoria opinião da 4.ª Olimpíada de Língua
[...]
Língua Portuguesa, 1/2015. Internet: <www.revistalingua.uol.com.br> (com adaptações).

4. (Cespe/2015/FUB/Nível Médio) O elemento coesivo “mas” (l.7) inicia uma


oração coordenada que exprime a ideia de concessão em uma sequência
de fatos.

Comentário – A conjunção “mas” exprime ideia adversa ao que foi declarado


anteriormente.
Resposta – Item errado.

c) Alternativas – exprimem fatos que se alternam ou se excluem


mutuamente.

Ora respondia, ora ficava mudo.


Estarei lá, quer você permita, quer você não permita.

Principais conjunções: ou... ou...; ora... ora...; já... já...; quer... quer...;
seja... seja...

d) Conclusivas – expressam uma conclusão lógica que é obtida a


partir dos fatos expressos na oração anterior.

Ele estuda; passará, pois.


ATENÇÃO! A conjunção pois tem valor semântico conclusivo quando aparecer
após o verbo da oração em que surge. Antes dele, porém, ela integrará oração
de cunho explicativo.

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Principais conjunções e locuções: logo, pois, portanto, por conseguinte, por


isso, de modo que, em vista disso.

e) Explicativa – expressam a justificativa de uma ordem, suposição


ou sugestão.
Fique calmo, pois ele já vem.
Choveu durante a noite, porque as ruas estão molhadas.

ATENÇÃO! Não devemos confundir explicação com causa, isto é, orações


coordenadas sindéticas explicativas com orações subordinadas adverbiais
causais. Uma explicação é sempre posterior ao fato que a gerou; uma causa é
sempre anterior à consequência gerada. Além disso, as orações explicativas
normalmente aparecem após frases imperativas ou optativas.
Principais conjunções: que, porque, porquanto, pois (antes do verbo da oração
explicativa)

OBSERVAÇÕES: 1 – “Não se deve classificar uma oração considerando


apenas a conjunção que a introduz.

Pediu-lhe a filha em casamento, e logo se arrependeu.

Apesar da conjunção ‘e’ ser normalmente aditiva, percebe-se que a segunda


oração é coordenada sindética adversativa; pois, nesse contexto, a conjunção
‘e’ apresenta valor de contraste, de oposição.” (João Domingues Maia)
2 – “Para a Nomenclatura Gramatical Brasileira, no entanto,
vale a forma. A conjunção ‘e’ é aditiva e fim. [...] felizmente, essa visão
limitada já está fora de moda. A classificação leva em conta o sentido efetivo.”
(Ulisses Infante e Pasquale Cipro Neto)
3 – “Há orações coordenadas assindéticas que possuem
claramente valor de sindéticas, porque apresentam um conectivo
subentendido.

Fiz o possível para prevenir-lhe o perigo; ninguém me ouviu.


Fale baixo: não sou surdo.

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A terceira oração do primeiro período (‘ninguém me ouviu’) e a segunda do


segundo período (‘não sou surdo’), apesar de formalmente assindéticas, já que
não apresentam conjunção, têm sentidos bem marcados: a primeira tem valor
semântico adversativo (equivale a ‘mas ninguém me ouviu’); a segunda,
explicativo (equivale a ‘pois não sou surdo’).
Por isso convém insistir em que você se preocupe mais com o
uso efetivo das estruturas linguísticas do que com discussões às vezes
intermináveis sobre questões de mera nomenclatura.” (Ulisses Infante e
Pasquale Cipro Neto, com adaptações).
Antes de passar adiante e tratar das orações subordinadas, quero
exemplificar o que foi dito anteriormente com uma questão de concurso
público.
Marque a alternativa em que se observa a mesma relação de sentido de adição
que se verifica entre as orações coordenadas em “Não nos deixeis cair em
tentação, mas livrai-nos do mal”.

a) Tem olhos, e não vê.


Tem boca, e não fala.
b) — Você pode viajar sozinha, mas apenas por uma semana.
c) Qualquer passo em falso, e você colocará tudo a perder!
d) A nova secretária era competente, mas principalmente responsável.

Comentário – Na alternativa A, as orações coordenadas introduzidas pela


conjunção “e” possuem claro valor semântico adversativo. Em B, a oração
“mas apenas por uma semana” expressa a condição para que o fato
mencionado anteriormente seja levado a efeito. A terceira alternativa
apresenta oração coordenada que traduz a consequência imediata da
realização do fato mencionado antes. Finalmente, é na última alternativa em
que encontramos oração coordenada (“mas principalmente responsável”) com
a mesma relação de sentido aditivo existente também na oração “mas livrai-
nos do mal”, no comando da questão.
Resposta – D

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Como você pode perceber, não devemos nos limitar à análise fria e
tradicional das conjunções durante o processo de classificação das orações. É
fundamental, antes, perceber a relação semântica existente entre elas.
A partir de agora, trataremos das orações subordinadas, que
podem exercer funções típicas de substantivos, advérbios e adjetivos.
Antes de estudarmos suas características e valores semânticos, apresentarei
um quadro-resumo delas.

Orações Subordinadas

Substantivas Adverbiais Adjetivas


1 – Subjetiva 1 – Causal 1 – Explicativa
2 – Predicativa 2 – Consecutiva 2 – Restritiva
3 – Objetiva Direta 3 – Condicional
4 – Objetiva Indireta 4 – Concessiva
5 – Completiva Nominal 5 – Comparativa
6 - Apositiva 6 – Conformativa
7 – Temporal
8 – Proporcional
9 – Final

Orações Subordinadas Substantivas

São aquelas que desempenham funções típicas de substantivos no


período simples. Elas podem surgir em duas formas:

1. desenvolvidas ligam-se à oração principal por meio das conjunções


subordinativas integrantes que e se, ou ainda por meio de um pronome
ou advérbio interrogativo.

É importante que estudemos com afinco. (conjunção integrante)


Perguntamos se voltará hoje. (conjunção integrante)
Ele quer saber que horas são. (pronome interrogativo)
Ele indagou quando será a prova. (advérbio interrogativo)

2. reduzidas apresentam verbo no infinitivo e podem ser introduzidas


por preposição.

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É importante estudar com afinco.


Pensou em omitir o fato, mas se arrependeu.

Subjetiva (equivale-se ao sujeito da oração principal)


É fundamental a sua opinião sobre o assunto.
É fundamental que você opine sobre o assunto.
É fundamental você opinar sobre o assunto.
O primeiro exemplo constitui-se de período simples. Nele há
apenas uma oração (um só verbo), cujo sujeito é a expressão a sua opinião
sobre o assunto. Colocando-se a frase na ordem direta, é mais fácil perceber
isso: A sua opinião sobre o assunto é fundamental.
Nos dois últimos exemplos, há períodos compostos, pois a
expressão inicial foi transformada em duas orações: uma na forma
desenvolvida (com a conjunção integrante que); outra na forma reduzida
(verbo opinar no infinitivo).

ATENÇÃO! Quando ocorre oração subordinada substantiva subjetiva, o verbo


da oração principal sempre fica na terceira pessoa do singular.

Estruturas típicas da oração principal nesse caso são:

1. verbo de ligação + predicativo é bom...; é conveniente...; é claro...;


está comprovado...; parece certo ...; fica evidente... etc.

É preciso que se adotem providências eficazes..


Parece estar provado que soluções mágicas não funcionam..

2. verbo na voz passiva sintética ou analítica sabe-se...; soube-se...;


comenta-se...; dir-se-ia...; foi anunciando...; foi dito... etc.

Sabe-se que a prova está próxima.


Foi dito que a prova será adiada.

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3. verbos como cumprir, convir, acontecer, importar, ocorrer, suceder,


parecer, constar, urgir etc. conjugados na terceira pessoa do singular.

Convém estarmos aqui.


Urge que tomemos uma decisão.

5. (Cespe/PC-CE/Inspetor de Polícia/2012) No trecho “É verdade que a CE


vem desenvolvendo novas formas políticas” (L.21-22), o emprego da
forma verbal singular “É” justifica-se pelo fato de essa forma verbal não
ter sujeito explícito.

Comentário – Deve chamar sua atenção a estrutura verbo de ligação +


predicativo (“É verdade”), como explicado no item 1 acima. Agora, uma
preciosa dica para classificar adequadamente as orações subordinadas
substantivas: substitua a oração “que a CE vem desenvolvendo novas formas
políticas” pelo pronome demonstrativo ISSO: É verdade ISSO. Se preferir,
reorganize tudo: ISSO é verdade. Ficou fácil identificar o sujeito da forma
verbal “É”, certo? Pois é, trata-se de um sujeito oracional e de uma oração
subordinada substantiva subjetiva.
Resposta – Item errado.

6. (Cespe/MP/Analista de Infraestrutura/2012) Seria mantida a correção


gramatical do período “É fato que os números absolutos impressionam”
(L.11-12), caso a preposição de fosse inserida imediatamente antes da
conjunção “que”.

Comentário – Estamos diante de uma estrutura típica de ORAÇÃO PRINCIPAL


(“É fato”: verbo de ligação + predicativo do sujeito) seguida de ORAÇÃO
SUBORDINADA SUBSTANTIVA SUBJETIVA (“que os números absolutos
impressionam”). Portanto não faz sentido empregar a preposição de antes da
conjunção integrante “que”. Não convém preposicionar o sujeito desse modo;
nem sequer existe algum verbo ou nome requerendo tal preposição.
Resposta – Item errado.

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[...]
Em 1808, os ventos começaram a mudar. A vinda
7 da Corte e a presença inédita de um soberano em terras
americanas motivaram novas esperanças entre a elite intelectual
luso-brasileira. Àquela altura, ninguém vislumbrava a ideia de
10 uma separação, mas se esperava ao menos que a metrópole
deixasse de ser tão centralizadora em suas políticas. [...]
Lucia Bastos Pereira das Neves. Independência: o grito que não foi ouvido. In: Revista
de História da Biblioteca Nacional, n.º 48, set./2009, p. 19-21 (com adaptações)

7. (Cespe/ANAC/Especialista em Regulação de Aviação Civil - Área 5/2012) A


oração “que a metrópole deixasse de ser tão centralizadora em suas
políticas” (L.10-11) exerce a função de complemento direto da forma
verbal “esperava” (L.10).

Comentário – Observe atentamente que estamos diante de uma estrutura


típica de voz passiva sintética (ou pronominal), com pronome apassivador “se”
e verbo transitivo direto “esperava”. Compare com o que eu disse no item 2
das “Estruturas típicas da oração principal”. Portanto a oração “que a
metrópole deixasse de ser tão centralizadora em suas políticas” (L.10-11)
funciona como sujeito (paciente) do verbo “esperava”.
Preliminarmente, a banca considerou o item certo, ou seja,
como objeto direto mesmo. Mas depois retrocedeu e mudou o gabarito.
Resposta – Item errado.

Objetiva Direta
Complementa o valor semântico do verbo transitivo direto da
oração principal, articulando-se com ela sem o intermédio de preposição
obrigatória.
Ressalte-se que, nas frases interrogativas indiretas, as orações
subordinadas substantivas objetivas diretas podem ser introduzidas pelas
conjunções subordinativas integrantes se ou que e, ainda, por pronomes
ou advérbios interrogativos.

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Tome cuidado porque as bancas examinadoras podem perguntar,


por exemplo, se “as palavras em destaque nos trechos abaixo possuem a
mesma classificação gramatical” e sublinhar, maliciosamente, dois vocábulos
introdutores de orações subordinadas substantivas objetivas diretas. Partindo
da ideia comum de que elas são iniciadas por conjunções integrantes, é
possível que algum candidato mais afoito diga “sim”, sem se dar conta de que
pode estar diante de uma conjunção integrante e um pronome interrogativo.

Todos sabemos que ele aceitará o convite.


como as coisas funcionam aqui.
onde fica a farmácia.
quanto custa o remédio.
quando acabam as aulas.
qual é a matéria da prova.

ATENÇÃO! Com os verbos deixar, mandar fazer (causativos), ver, sentir e


ouvir (sensitivos), ocorre um tipo especial de oração subordinada
substantiva objetiva direta:

Ouvi-os bater.
Deixe-me entrar.

As orações em destaque são reduzidas de infinitivo. E o mais interessante é


que os pronomes oblíquos átonos os e me são os sujeitos dos verbos no
infinitivo. Na Língua Portuguesa, esse é o único caso em que tais pronomes
desempenham tal função sintática.

8. (Cespe/IRBr/Diplomata/2012) No período “Que Demócrito não risse, eu o


provo” (L.20), o verbo provar complementa-se com uma estrutura em
forma de objeto direto pleonástico, com uma oração servindo de referente
para um pronome.

Comentário – A oração “Que Demócrito não resiste” (iniciada por uma


conjunção integrante) é subordinada substantiva objetiva direta. Por estar

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completiva nominal, o emprego da preposição suscita dúvidas. Há quem


defenda a obrigatoriedade do emprego da preposição. A Esaf, por exemplo, já
se manifestou a respeito no passado. Veja o item da prova de AFT/2003:

Na América Latina, por exemplo, “a integração global


aumentou ainda mais as desigualdades salariais”, e há uma
preocupação generalizada que o processo esteja levando uma
maior desigualdade no próprio interior dos países. Essa
desigualdade já alcançou os Estados em suas relações
assimétricas.

O item foi considerado errado também por causa da falta da preposição “de”:
...preocupação generalizada de que o processo... Mas não podemos ignorar a
argumentação daqueles que defendem a possibilidade de omissão da
preposição. O eminente Celso Pedro Luft, por exemplo, diz que “é viável a
elipse da preposição” (Dicionário Prático de Regência Nominal). O Cespe já
trilhou essa mesma linha. Analise atentamente o item seguinte
(TJ-BA/Oficial de Justiça/2005), que foi considerado correto pelo examinador.

“Não há dúvida de que, no início do século XXI, os EUA


chegaram mais perto do que nunca da possibilidade de
constituição de um império mundial”. Como na sequência há
um complemento oracional, a omissão da preposição "de" "não
há dúvida de que" também estaria de acordo com as
exigências da norma escrita culta.

Cegalla (2008:386) diz que “As completivas nominais são regidas de


preposição, a qual em certos casos pode ser omitida” (observe a contundência
da afirmação na primeira parte da frase). Ele não esclarece quais são os casos,
apenas dá um exemplo e nada mais: “Zé Grande tinha a impressão [de] que
estava voltando a ser criança”. Segundo Evanildo Bechara (2009:483-4),
“pode-se prescindir da preposição que inicia uma oração objetiva indireta ou
completiva nominal”. Ele apresenta dois exemplos: a) “ ‘...em que o avisava
[de] que em conselho se decidirá que o fossem cercar...’ ”; b) “...tive medo

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[de que] fosse ouvida...” (note que agora o conectivo também foi omitido).
Como se percebe, tudo depende do ponto de vista dos examinadores, até que
uma bibliografia seja definida no edital. Enquanto isso não acontece, devemos
analisar cuidadosamente todas as opções e marcar a melhor resposta.

Predicativa
Funciona como um predicativo do sujeito da oração principal; seu
valor semântico caracteriza, especifica, determina o sujeito dela. É de se notar
também a presença de um verbo de ligação na oração principal.
Nosso desejo era encontrares o teu caminho.
O triste é que não era uma planta qualquer.

Apositiva
Atua como aposto de um termo da oração principal e é marcada
pela pontuação (vírgula, dois-pontos). Seu significado amplia, explica,
desenvolve, resume o conteúdo da oração principal.

O boato, de que o presidente renunciaria, espalhou-se


rapidamente.
Só resta uma alternativa: encontrar o culpado.

Orações Subordinadas Adverbiais

Características
I. Têm valor semântico de advérbio (causa, tempo, condição,
finalidade etc.) e exercem função de adjunto adverbial em relação à oração
principal;

II. Desenvolvidas: possuem verbo no modo indicativo ou subjuntivo e


são introduzidas por conjunção;

III. Reduzidas: possuem verbo na forma nominal (infinitivo, gerúndio,


particípio).

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1 Empossado na prefeitura carioca, Negrão de Lima


arregalou os olhos quando os técnicos em urbanismo
informaram-lhe que havia oito milhões de ratos na cidade.
4 Perguntou: “Como é que vocês contaram?”

[...]
Carlos Heitor Cony. Folha de S.Paulo, 4/8/2013 (com adaptações).

9. (Cespe/TC-DF/Auditor de Controle Externo/2014) Uma forma correta de


reescrita do trecho iniciado pela conjunção temporal “quando” (l.2) é a
seguinte: ao ser informado pelos técnicos em urbanismo que
existia oito milhões de ratos na cidade do Rio de Janeiro.

Comentário – Cuidado! O examinador tentou desviar seu olhar para o erro


contido na reescritura. A conjunção “quando” inicia uma oração subordinada
adverbial temporal desenvolvida (observe, além da própria conjunção, o verbo
“informaram”, que está conjugado no modo indicativo). A proposta da banca
substitui essa oração desenvolvida por uma reduzida de infinitivo: “ao ser
informado...” (observe a ausência da conjunção e o verbo “ser” no infinitivo).
Até aqui, tudo bem!
O erro surge sutilmente no emprego da forma verbal “existia”.
O verbo existir é pessoal, possui sujeito. Este é representado pelo termo “oito
milhões de ratos”. Portanto o verbo deveria ser flexionado no plural
(existiam) para concordar em número como o sujeito da oração.
Resposta – Item errado.

Classificações

Causal: expressa a causa do que se diz na oração principal.

Como não haviam combinado, uns cantavam em inglês e outros em


português. (Clarice Lispector)

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Consecutiva: apresenta a consequência do que se diz na oração principal.

Fiquei tão alegre com esta ideia que ainda agora me treme a pena na
mão. (Machado de Assis)

[...]
cadastros em lojas online. Lidamos com tantas combinações
10 desse tipo, que já se fala de uma nova categoria de estresse: a
“fadiga de senhas”. A solução para driblar o problema é o
[...]
Renata Valério de Mesquita. Você é a sua senha. In: Planeta, fev./2014 (com adaptações).

10. (Cespe/Câmara dos Deputados/Analista Legislativo/2014) A oração


introduzida pela conjunção “que” (L.10) expressa ideia de consequência
em relação à oração anterior, à qual se subordina.

Comentário – Sim, é isso mesmo. A conjunção “que” é integrante (não


desempenha função sintática). Cuidado para não confundi-la com pronome
relativo (que introduz oração adjetiva e desempenha uma função sintática).
Resposta – Item certo.

Condicional: estabelece uma condição para que o fato expresso na oração


principal se realize.

Eu cantarei, se as Musas me ajudarem, a verdadeira história de


Elpenor. (Augusto Meyer)

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11. (Cespe/2014/Câmara dos Deputados/Técnico Legislativo) No segundo


quadrinho, a fala de Calvin é introduzida por uma oração condicional,
ponto de partida para o raciocínio de Calvin, que pode ser assim
esquematizado: Se A, então B.

Comentário – Sim, é isso mesmo. A primeira oração (“Se os ignorantes é que


são felizes” – “é que” é expressão de realce) constitui a condição para a
realização do que foi declarado na oração seguinte.
Resposta – Item certo.

Concessiva: expressa um fato que deveria impedir o acontecimento do que se


declara na oração principal.

[...] descobri-me, embora estivessem muitas pessoas na sala.


(Graciliano Ramos)

Comparativa: indica o segundo elemento de uma comparação.


Ele saiu da vida como quem sai de uma festa. (Cassiano Ricardo)

ATENÇÃO! Muitas vezes, o verbo da oração subordinada adverbial


comparativa está oculto.

As ideias marinhavam-lhe no cérebro, como em hora de temporal


[...]. (Machado de Assis)

Além disso, a oração à qual se subordina a oração comparativa pode


apresentar expressões como: mais, menos, pior, tal, tanto.

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12. (Cespe/TJ-RO/Analista Judiciário/Análise de Sistemas/2012) No que se


refere a aspectos morfossintáticos e semânticos do texto, assinale a opção
correta.

a) Na oração “que o governo popular” (L.8), que expressa uma


consequência, há elipse da forma verbal “exige” (L.7).
b) Os elementos “menos” (L.8) e “outras” (L.8) são modificadores de
intensidade relacionados ao núcleo nominal “virtudes” (L.8).
c) Sem contrariar o sentido original do texto e mantendo-se a correção
gramatical, a expressão “perante a autoridade da experiência” (L.2)
poderia ser reescrita da seguinte forma: perante ao reconhecimento
da autoridade dos mais experientes.
d) Na oração “a terceira é o pior de todos os governos” (L.7), o verbo
poderia ser suprimido e a vírgula, empregada no lugar dele, para indicar a
elipse.
e) Na linha 7, “se exige” corresponde a é exigido.

Comentário – Alternativa A: errada. A oração destacada é comparativa. O


autor do texto compara a exigência de virtudes feita pela aristocracia com a
que é feita pelo governo popular. O verbo realmente está elíptico: “que o
governo popular [exige]”. Mas isso não impede que a sentença esteja errada.
Alternativa B: errada. A ideia transmitida pelo elemento
“outras” é qualitativa, e não quantitativa.

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Alternativa C: errada. Perante já é preposição e, por isso,


dispensa outra preposição ao seu lado. Em “perante a autoridade”, o “a” é
artigo definido. Então, não é correta a sintaxe perante ao reconhecimento.
O a está sobrando no trecho.
Alternativa D: certa. A elipse do verbo pode muito bem ser
indicada por meio da vírgula. A compreensão da frase é facilitada pela
evidência do mesmo verbo na oração anterior. Veja: ...a segunda, a
aristocracia propriamente dita, é o melhor governo; a terceira, o pior de todos
os governos. A vírgula que substitui normalmente o verbo é chamada de
vírgula vicária.
Alternativa E: errada. Não confunda a estrutura “se exige”
com a flexão do verbo em voz passiva sintética. O “se” não é pronome
apassivador; é conjunção condicional. Veja o trecho com outra organização:
Contudo, se a aristocracia exige menos virtudes que o governo popular
[exige]... Outra dica legal é trocar o “se” por caso (com as devidas
adaptações): Contudo, caso exija a aristocracia menos virtudes que o governo
popular...
Resposta – D

Conformativa: a ideia expressa nela está de acordo com a que é dita na


oração principal.
Conforme nos mandara o sargento, ficamos passando um pelo outro.
(Mário Donato)

Proporcional: expressa um fato que se realiza proporcionalmente ao que se


diz na oração principal.

Quanto mais uma civilização é artista, mais ela se afasta da natureza.


(Graça Aranha)

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Final: indica a finalidade do que se diz na oração principal.

O fuzil foi passado de mão em mão, para que todos aprendessem os


quatro movimentos.

[...]
7 Todavia, as discussões sobre essa matéria ainda
aguardam decisão do Supremo Tribunal Federal, cujas teses se
dividem basicamente em duas: uma que defende a
10 inconstitucionalidade da lei, invocando o princípio de que
norma penalizadora mais dura não pode retroagir para
prejudicar o réu e ferir suposto direito adquirido [...]

Andeson de Oliveira Alarcon. As inovações eleitorais, a fichalimpa


e as eleições 2012. In: Escola Judiciária Eleitoral da Paraíba.
Internet: <www.tre-pb.gov.br> (com adaptações).

13. (Cespe/TRE-MS/Analista Judiciário/2013) Nas linhas 11 e 12, os verbos


“retroagir”, “prejudicar” e “ferir” estão coordenados entre si e
subordinados à forma auxiliar “pode”.

Comentário – As relações não são bem essas que o examinador indicou. As


orações constituídas pelos verbos “prejudicar” e “ferir”, de fato, estão
coordenadas entre si por meio da conjunção aditiva “e”: “prejudicar o réu e
ferir suposto direito adquirido”. No entanto, tais orações mostram-se
subordinadas à oração constituída pela locução verbal “pode retroagir” e
funcionam como adjunto adverbial de finalidade. Observe ainda que, na
locução verbal, o primeiro verbo (“pode”) é o auxiliar; o segundo (“retroagir”),
o principal.
Resposta – Item errado.

Temporal: expressa o tempo em que ocorre o que se diz na oração principal.


Quando o semáforo abriu, ele tentou arrancar na bicicleta [...].
(Lourenço Diaféria)

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14. (Cespe/TRE-RJ/Técnico Judiciário/2012) As relações sintáticas do período


não seriam prejudicadas caso se substituísse “enquanto” (L.7) por ao
passo que.

Comentário – Considero esta questão difícil, pois não aprendemos isso


durante os muitos anos de estudo na escola nem em alguns cursos
preparatórios. O examinador deve ter se fundamentado na Nova gramática do
português contemporâneo (CUNHA & CINTRA, 2008, pág. 604). Leia com
atenção o que os gramáticos ensinam:

As [conjunções] PROPORCIONAIS iniciam uma oração


subordinada em que se menciona um fato realizado ou para
realizar-se simultaneamente com o da oração principal. São as
conjunções à medida que, ao passo que, à proporção que,
enquanto, quanto mais... mais , quanto mais... tanto mais,
quanto mais... menos, quanto mais... tanto menos, quanto

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menos... menos, quanto menos... tanto menos, quanto menos...


mais, quanto menos... tanto mais (...). [grifos meus]

Na página 623, existem os seguintes exemplos de orações


proporcionais:

a) “Choviam os ditos / ao passo que ela seguia pelas


mesas. /” e
b) “Duas ou três funcionárias aproximaram-se, / enquanto o
servidor / que fizera a pergunta / ia dando o fora. /”.

Esclareço que não encontrei a conjunção enquanto


classificada como adversativa nas gramáticas de Bechara, Cegalla e Celso
Cunha. Já a locução conjuntiva ao passo que consta em Cegalla (2008, pág.
290) também como adversativa.
Resposta – Item certo.

1 Em 2013, a oferta de emprego nas cidades do interior


de nove estados (São Paulo, Rio, Minas Gerais, Pernambuco,
Bahia, Paraná, Rio Grande do Sul, Ceará e Pará) superou
4 expressivamente a das áreas metropolitanas desses estados, de
acordo com os dados do Cadastro Geral de Empregados e
Desempregados, do Ministério do Trabalho e Emprego. E não
7 é fato episódico, mas uma nova tendência ou processo, pois,
desde 2010, cresce o peso do interior na contratação de mão de
obra formal, enquanto se reduz o peso das grandes capitais.
10 Há vários aspectos importantes nessa mudança do
vetor do emprego. Ela é registrada nos serviços, no comércio,
na construção civil e, ainda mais, na indústria. Neste segmento,
13 reforça-se a convicção de que o interior oferece não só melhor
condição de instalação de novas fábricas, como de contratação
do pessoal, que pode trabalhar perto da casa e da família, com

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16 menor custo de transporte e menor perda de tempo no


deslocamento entre a casa e o trabalho.
O Estado de S.Paulo, 6/3/2014 (com adaptações).

15. (Cespe/TJ-CE/Nível Médio/2014) Assinale a opção correta em relação às


estruturas linguísticas do texto acima.
a) A vírgula logo após “pessoal” (l.15) isola oração subsequente, que tem
natureza restritiva.
b) No trecho “a das áreas” (l.4) há elipse da palavra “cidade” logo após o
termo “a”.
c) Prejudicam-se a correção gramatical do período e suas relações sintáticas
ao se substituir “pois” (l.7) por qualquer um dos termos a seguir:
porquanto, já que, porque, visto que.
d) Alteram-se as relações sintáticas originais do período ao se substituir
“enquanto” (l.9) por ao passo que.
e) A palavra “vetor” (l.11) está sendo utilizada no sentido de direção,
orientação, sentido.

Comentário – Alternativa A: errada. A oração “que pode trabalhar perto da


casa e da família” tem natureza explicativa. Orações restritivas não podem ser
isoladas do termo a que se referem por meio da pontuação.
Alternativa B: errada. Logo após o termo “a” há elipse da
seguinte expressão: “oferta de emprego nas cidades”.
Alternativa C: errada. Não há prejuízo. Todos os conectivos
podem expressar o mesmo sentido de causa. Basta reler atentamente o
quadro acima.
Alternativa D: errada. Não há alteração. No texto, a conjunção
“enquanto” expressa proporcionalidade. A locução conjuntiva ao passo que
também pode indicar o mesmo sentido.
Resposta – E

Dizem que se conselho fosse bom ninguém daria, mesmo assim


eu arrisco um: não confunda as locuções conjuntivas à medida que e na
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Orações Subordinadas Adjetivas

As orações subordinadas adjetivas podem equivaler-se,


semanticamente, a adjetivos, ou seja, caracterizar um substantivo,
atribuindo-lhe qualidade, estado ou modo de ser. Sintaticamente, podem
exercer a função de adjunto adnominal de um termo da oração principal.
Observem:

Deve-se investir em soluções definitivas.


Deve-se investir em soluções que resolvam definitivamente os
problemas.

Comparando os dois exemplos acima, é fácil perceber que, no


segundo, a oração “que resolvam definitivamente os problemas”
discrimina o substantivo “soluções” e restringe o seu alcance semântico. Além
disso, exerce função idêntica à do adjetivo “definitivas” no primeiro exemplo:
ambas as expressões são adjuntos adnominais do substantivo “soluções”,
que é núcleo do objeto indireto.

ORAÇÕES ADJETIVAS RESTRITIVAS E EXPLICATIVAS

Na relação que estabelecem com o termo a que se referem, as


orações subordinadas adjetivas podem atuar de duas maneiras distintas:
restringindo e individualizando esse termo ou simplesmente explicando,
realçando, amplificando uma informação sobre ele.

O jovem que estuda passa.


Oraç. Subord. Adj. Restritivas
O homem que luta vence.
O homem, que é mortal, almeja a vida eterna.
Oraç. Subord.
Cristo, que é filho de Deus, morreu por nós. Adj. Explicativas

No primeiro caso, as orações adjetivas equiparam-se a verdadeiros


adjetivos restritivos (aqueles cujos valores semânticos não constituem um
atributo inerente a todo e qualquer ser de mesma natureza): nem todo jovem
passa (apenas o que estuda); nem todo homem vence (somente o que luta).

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Elas funcionam como adjuntos adnominais e não podem ser separadas do


substantivo por vírgulas.
No segundo caso, as orações adjetivas têm valor semântico
explicativo, pois expressam uma característica intrínseca, essencial ao termo a
que se referem: todo homem é mortal; Cristo é filho de Deus. Por não
influenciarem o significado do termo a que se referem, podem ser retiradas da
frase ou ficar separadas do substantivo pela pontuação sem implicar alteração
semântica. Sendo assim, elas se assemelham a um aposto explicativo.

[...]
A crescente e constante ampliação da escolaridade feminina
tem contribuído para ampliar o espaço de atuação das
mulheres no mercado de trabalho também em profissões
16 que, historicamente, têm sido consideradas como espaços
masculinos. As profissões científicas e tecnológicas inserem-se
nesse contexto. Essas carreiras estão associadas a
19 conhecimentos de ciência e tecnologia cuja construção
histórica e social foi marcada por exclusões de gênero que
resultaram em campos com predominância masculina, seja pelo
22 perfil de gênero dos seus profissionais, seja pela forma como
seus conhecimentos se desenvolveram, estruturaram-se ou se
organizaram. A baixa participação feminina, nesse universo,
25 ainda é uma realidade, particularmente na Engenharia. A
reduzida presença de mulheres é um fenômeno que pode ser
visto como corolário da baixa presença feminina em cursos
28 superiores dessa área.
Nanci Stancki Silva. Engenharias no Brasil: mudanças no perfil de
gênero? Internet: <www.fazendogenero.ufsc.br> (com adaptações).

16. (Cespe/Câmara dos Deputados/Analista Legislativo/2012) As orações


“que, historicamente, têm sido consideradas como espaços masculinos”
(l.16-17) e “que resultaram em campos com predominância masculina”

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(l.20-21) poderiam, mantendo-se a coerência do texto e a sua correção


gramatical, ser introduzidas por vírgulas, sendo, assim, interpretadas de
uma maneira não restritiva.

Comentário – As duas orações apontadas são adjetivas restritivas e,


portanto, possuem caráter restritivo. É importante notar que elas não são
separadas dos substantivos que especificam por meio de pontuação (vírgula,
por exemplo):
– “profissões que, historicamente, têm sido consideradas”;
– “exclusões de gênero que resultaram em campos”.

De fato, a inserção de vírgulas mudaria o caráter restritivo


delas para explicativo, porém afetaria o sentido original do texto.
Resposta – Item errado.

[...]

31 Então, sim, eu escolhi ser professor. É mesmo


comparável a colocar a cabeça dentro da boca de um leão ou
a qualquer outra coisa que os outros julgam louca, mas não
34 fazem ideia da emoção que causa. [...]
André da Cunha. Mas você vai ser professor? In: Revista Língua
Portuguesa, n.º 39, Escala Educacional, 2012 (com adaptações).

17. (Cespe/SEGER-ES/Analista Executivo/Direito/2013) O trecho “que os


outros julgam louca” (l.33) constitui uma oração coordenada.

Comentário – Na oração destacada pelo examinador, surge o pronome


relativo “que”. Se você tem dúvida da classe gramatical desse vocábulo, basta
substituí-lo pelo pronome relativo por excelência: o qual (com as devidas
variações de gênero e número) Se o teste der certo, então teremos realmente
um PR: ...É mesmo comparável a colocar a cabeça dentro da boca de um leão
ou a qualquer outra coisa a qual os outros julgam louca... Assim sendo, temos
uma oração subordinada adjetiva. Lembre-se de que o pronome relativo
introduz oração adjetiva e não coordenada.
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Resposta – Item errado.

1 Entre as iniciativas desenvolvidas pelo Ministério da


Integração Nacional (MI) por meio da Secretaria Nacional de
Irrigação está o programa Mais Irrigação, que prevê
4 investimentos de R$ 10 bilhões em recursos federais e em
parcerias com a iniciativa privada, para aumentar a eficiência
das áreas irrigáveis e incentivar a criação de polos de
7 desenvolvimento.

Internet: <www.integracao.gov.br> (com adaptações).

18. (Cespe/2013/MI/Assistente Técnico Administrativo) A oração subsequente


à expressão “Mais Irrigação” (l.3) tem natureza restritiva.

Comentário – Você observou a vírgula separando as orações? Ela tem um


papel importante, pois indica que a oração subsequente tem natureza
explicativa. Relendo atentamente a passagem, constata-se que essa oração
não influencia o significado do termo a que se refere (“o programa Mais
Irrigação”) e pode ser retirada da frase sem implicar alteração semântica.
Resposta – Item errado.

19. (Cespe/MTE/Contador/2014) No trecho “Não são poucos os chefes que


não sabem como tratar um tema que envolve seus subordinados” (l.3-4),
há duas orações de natureza restritiva, uma referente a “os chefes” e
outra a “um tema”.

Comentário – Sim, é verdade. Primeiramente, faça o seguinte teste:


substitua o “que” por “o qual” (e suas variações) para se certificar da
existência do pronome relativo. Veja: “Não são poucos os chefes os quais não
sabem como tratar um tema o qual envolve seus subordinados”. Agora
perceba que as orações introduzidas pelos pronomes relativos não estão
separadas por meio de vírgula.

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Resposta – Item certo.

1 As obras de dragagem objetivam remover os


sedimentos que se encontram no fundo do corpo d'água para
permitir a passagem das embarcações, garantindo o acesso ao
4 porto. [...]

Internet: <www.antaq.gov.br> (com adaptações).

20. (Cespe/Antaq/Nível Médio/2014) A oração “que se encontram no fundo do


corpo d'água” (L.2) tem função restritiva.

Comentário – Trata-se de uma informação que restringe o significado dos


sedimentos mencionados no texto. Portanto a oração é realmente (adjetiva)
restritiva.
Resposta – Item certo.

[...]
13 de comunicação. O histórico dos crimes cibernéticos, por sua
vez, remonta à década de 70, quando, pela primeira vez, foi
definido o termo hacker, como sendo aquele indivíduo que,
16 dotado de conhecimentos técnicos, promove a invasão de
sistemas operacionais privados e a difusão de pragas virtuais.
Artur Barbosa da Silveira. Os crimes cibernéticos e a Lei nº 12.737/2012.
In: Internet: <www.conteudojuridico.com.br> (com adaptações).

21. A oração “que, dotado (...) pragas virtuais” (l. de 15 a 17) é de natureza
restritiva.

Comentário – Cuidado, pois a questão é perigosa! As vírgulas que separam o


termo “dotado de conhecimentos técnicos” podem confundir você. Basta
retirá-lo para notar mais claramente o valor restritivo da oração iniciada pelo
pronome relativo “que”: “...como sendo aquele indivíduo que promove a

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antes, a exploração das relações semânticas estabelecidas entre as orações


que compõem um período. Portanto não se deixe influenciar simplesmente
pela conjunção empregada (ou não). Além dessa análise inicial, observe ainda
o sentido da frase.

[...]
Desenvolvimento Florestal (IBDF). Em 1973, foi criada a
16 Secretaria Especial do Meio Ambiente (SEMA). Mas foi a Lei
da Política Nacional de Meio Ambiente, de 1981, que
estabeleceu a estrutura formal do Sistema Nacional do Meio
19 Ambiente (SISNAMA), integrado por órgãos federais,
[...]
Adriana Ramos. Política ambiental. In: Almanaque Brasil
socioambiental. São Paulo: ISA, 2008 (com adaptações).

22. (Cespe/Ibama/Analista Ambiental/2013) A oração “que estabeleceu a


estrutura formal do Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA)”
(L.17-19) classifica-se como adjetiva explicativa, o que justifica o fato de
estar empregada entre vírgulas.

Comentário – Esta é uma questão considerada difícil por muitos candidatos.


Muita gente ainda está sem entender o porquê do erro. Adianto a você que
estamos diante de uma locução de realce: “foi... que”. Esse “que” não
desempenha nenhuma função sintática. Logo não pode ser considerado
pronome relativo. Consequentemente, a oração não pode ser adjetiva (nem
restritiva, nem explicativa). Para entender melhor o caso, você precisa ler o
que dizem os gramáticos Cunha e Cintra:

“[A expressão ‘é que’] é uma construção fixa, que não deve


ser confundida com outra semelhante, mas móvel, em que o
verbo ser antecede o sujeito e passa, naturalmente, a
concordar com ele e a harmonizar-se com o tempo dos outros
verbos.

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Compare-se, por exemplo, ao anterior o seguinte exemplo:

‘José é que trabalhou, mas foram os irmãos que se


aproveitaram do seu esforço.’

Ou este:

‘Foi José que trabalhou, mas os irmãos é que se aproveitaram


do seu esforço.’.”

Agora, resta-nos reescrever a passagem do texto da prova


para constatarmos que a locução “foi... que” de fato é expletiva, podendo ser
retirada da frase sem ocasionar problema: Mas __ a Lei da Política Nacional de
Meio Ambiente, de 1981, __ estabeleceu a estrutura formal do Sistema
Nacional do Meio Ambiente... Notou as lacunas? Elas correspondem aos
elementos que compõem a locução “foi... que”.
Resposta – Item errado.

23. (Cespe/IFB/Cargos de Nível Médio/2011) Considerando-se apenas o


trecho “Viver em ambiente sem gravidade faz coisas curiosas com o
corpo” (L.1-2), não se pode determinar, do ponto de vista sintático, o
sujeito da forma verbal “faz”.

Comentário – Quando o examinador diz “do ponto de vista sintático”, ele não
está preocupado com o aspecto semântico, ou seja, não importa para ele a
identificação do ser responsável pela ação verbal. Nesse caso, vale mesmo é a
relação estabelecida entre os termos e as orações do período.
Assim sendo, é importante notar que a oração “Viver em
ambiente sem gravidade” funciona como sujeito (oracional) do verbo da
segunda oração: “faz” (repare a flexão em terceira pessoa do singular).
Resposta – Item errado.

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[...]

24. (Cespe/EBC/Cargos de Nível Médio/2011) Seria mantida a relação


sintático-semântica entre as orações que compõem o terceiro período do
texto ao se substituir “uma vez que” (L.9) por qualquer um dos termos a
seguir: porque, porquanto, já que, visto que, conquanto.

Comentário – A locução conjuntiva “já que” integra o rol das típicas


conjunções subordinativas adverbiais que exprimem valor semântico de causa.
Semelhantemente, as conjunções (ou locuções) porque, porquanto, já que e
visto que também. Mas a conjunção conquanto, diferentemente, integra o
conjunto das conjunções subordinativas adverbiais concessivas. Isso altera a
relação sintático-semântica apontada pelo examinador.
Resposta – Item errado.

No lugar de alta carga tributária e estrutura de impostos


inadequada, o país deve priorizar investimentos que expandam
16 a produção e contribuam simultaneamente para o aumento de
produtividade, como é o caso dos gastos com educação. É dessa
forma que são criadas boas oportunidades de trabalho,
19 geradoras de renda, de maneira sustentável.
O Globo, Editorial, 12/7/2010 (com adaptações).

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25. (Cespe/MPU/Técnico Administrativo/2010) A ausência de vírgula logo após


o termo “investimentos” (L.15) permite concluir que, segundo o autor do
texto, é necessário que, no Brasil, sejam priorizados investimentos
voltados para a expansão da produção e para o aumento da
produtividade.

Comentário – A ausência de vírgula faz surgir orações (subordinadas


adjetivas restritivas) que limitam e distinguem o alcance semântico do
substantivo “investimentos”. Caso uma vírgula fosse empregada, as orações
teriam natureza semântica explicativa.
Resposta – Item certo.

26. (Cespe/STM/Analista Judiciário/Execução de Mandados/2011) Entre as


orações que compõem o período “não é preciso trabalhar com esses
temas, ou sequer saber que existem” (L.14-15) estabelece-se uma
relação sintático- semântica de alternância.

Comentário – Que bela questão! Muitos candidatos erraram a resposta


porque se deixaram levar pela aparência. Em outras palavras, eles viram a
conjunção “ou” articulando as orações e prontamente concordaram com o
argumento do examinador, sem analisar a real relação existente entre os
segmentos.
A ideia é a seguinte: não é preciso trabalhar com esses
temas nem ao menos saber que eles existem. Ficou melhor assim? Deu para
perceber que a conjunção “ou”, no contexto, tem valor semântico de adição,
como a conjunção nem? Vou escrever de outra forma: não é preciso trabalhar
com esses temas e também não é preciso saber que eles existem. Então, o
que você me diz agora?
Resposta – Item errado.

Cinco curiosidades sobre Erasmo de Rotterdam (1467-1536)

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1 Nos primeiros anos como seminarista, em Bois le Due,


na Holanda, Erasmo dedicou-se mais à pintura e à música do
que à filosofia e à religião.
[...]
Filosofia, nº 28, Escala Educacional, 16
(com adaptações)

27. (Cespe/Correios/Analista de Correios/Letras/2011) Na construção “mais à


pintura e à musica do que à filosofia e à religião” (L.2-3), o vocábulo
“que” introduz oração restritiva com verbo elíptico.

Comentário – Vocábulo que introduz oração (adjetiva) restritiva é pronome


relativo. Na qualidade de pronome relativo, o que pode muito bem ser
substituído por o/a qual, o que não é possível na passagem apresentada:
...Erasmo dedicou-se mais à pintura e à música da qual à filosofia e à religião
(estranho, não é?). Na verdade, o que é uma conjunção subordinativa que
introduz oração adverbial com valor semântico de comparação. E é nas
orações comparativas que o verbo costuma vir oculto. Observe: ...Erasmo
dedicou-se mais à pintura e à música do que se dedicou à filosofia e à
religião.
Resposta – Item errado.

28. (Cespe/Correios/Agente de Correios/Carteiro/2011) Assinale a opção


correspondente ao trecho em que há mais de uma oração.

(A) “Aposto que ela vai adorar.”


(B) “Vou mandar um cartão de dia dos namorados para a Susi Derkins.”
(C) “Ela é uma gatinha.”
(D) “Eu fiz um coraçãozão vermelho.”
(E) “Agora vou botar renda em volta.”

Comentário – Para haver mais de uma oração, é necessário haver mais de


um verbo com sentido próprio (dois verbos, duas orações, três verbos, três
orações...) ou mais de uma locução adverbial.

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Alternativa A: “Aposto” = oração principal; “que ela vai


adorar” = oração subordinada substantiva objetiva direta. O conjunto “vai
adorar” é uma locução formada por verbo auxiliar + verbo principal. Note que
ela pode ser substituída por adorará.
Alternativa B: “Vou mandar” = locução verbal (Mandarei),
uma oração.
Alternativa C: “é” = um verbo, uma oração.
Alternativa D: “fiz” = um verbo, uma oração.
Alternativa E: “vou botar” = uma locução verbal (botarei),
uma oração.
Resposta – A

[...]
16 recolher. Não adiantou. Os protestos continuaram. A semana
terminou sem que estivesse claro o futuro político do maior
aliado dos Estados Unidos da América (EUA) no mundo árabe.
[...]
Juliano Machado e Letícia Sorg. O grito árabe
pela democracia. In: Época, 31/1/2011, p. 32 (com adaptações).

29. (Cespe/TJ-ES/Cargos de Nível Superior/2011) No desenvolvimento da


argumentação do texto, a oração “sem que estivesse claro o futuro
político do maior aliado dos Estados Unidos da América (EUA)” (L.17-18)
expressa circunstância de causa em relação à oração que a antecede.

Comentário – Não! A relação é de modo. Como a semana terminou? De


maneira isso aconteceu? Interessante é que a NGB não relaciona este tipo de
oração no rol das subordinadas adverbiais. Porém esclarecidos gramáticos –
como Bechara, Cegalla e Rocha Lima, por exemplo – percebem tal
circunstância. Veja dois exemplos colhidos em Bechara e Cegalla: Os
convidados saíram sem que fossem notados. Aqui viverás em paz, sem que
ninguém te incomode.

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Resposta – Item errado.

30. (Cespe/2014/Câmara dos Deputados/Analista Legislativo) As orações


“onde é muito frio” (L.4) e “que banha o litoral” (L.10) têm natureza
explicativa, o que justifica o fato de estarem isoladas por vírgulas.

Comentário – Onde é pronome relativo e não deve ser confundido com


advérbio, pois agora ele retoma um substantivo antecedente (“montanhas”). O
que também é pronome relativo, pois substitui o antecedente “mar Negro”.
Como as orações introduzidas por esses dois pronomes estão entre vírgulas,
fica evidente o caráter explicativo de ambas as orações.
Resposta – Item certo.

Fique com Deus e até a próxima aula!

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3. (Cespe/2014/ICMBio/Nível Superior) A expressão “no entanto” (l.20)


poderia ser substituída pelo vocábulo entretanto, sem que houvesse
prejuízo à correção gramatical e ao sentido do texto

[...]
A redação acima poderia ter sido extraída do editorial
7 de uma revista, mas é parte do texto O oxente e o ok, primeiro
lugar na categoria opinião da 4.ª Olimpíada de Língua
[...]

Língua Portuguesa, 1/2015. Internet: <www.revistalingua.uol.com.br> (com adaptações).

4. (Cespe/2015/FUB/Nível Médio) O elemento coesivo “mas” (l.7) inicia uma


oração coordenada que exprime a ideia de concessão em uma sequência
de fatos.

5. (Cespe/PC-CE/Inspetor de Polícia/2012) No trecho “É verdade que a CE


vem desenvolvendo novas formas políticas” (L.21-22), o emprego da
forma verbal singular “É” justifica-se pelo fato de essa forma verbal não
ter sujeito explícito.

6. (Cespe/MP/Analista de Infraestrutura/2012) Seria mantida a correção


gramatical do período “É fato que os números absolutos impressionam”
(L.11-12), caso a preposição de fosse inserida imediatamente antes da
conjunção “que”.

[...]
Em 1808, os ventos começaram a mudar. A vinda
7 da Corte e a presença inédita de um soberano em terras
americanas motivaram novas esperanças entre a elite intelectual

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luso-brasileira. Àquela altura, ninguém vislumbrava a ideia de


10 uma separação, mas se esperava ao menos que a metrópole
deixasse de ser tão centralizadora em suas políticas. [...]

Lucia Bastos Pereira das Neves. Independência: o grito que não foi ouvido. In: Revista
de História da Biblioteca Nacional, n.º 48, set./2009, p. 19-21 (com adaptações)

7. (Cespe/ANAC/Especialista em Regulação de Aviação Civil - Área 5/2012) A


oração “que a metrópole deixasse de ser tão centralizadora em suas
políticas” (L.10-11) exerce a função de complemento direto da forma
verbal “esperava” (L.10).

8. (Cespe/IRBr/Diplomata/2012) No período “Que Demócrito não risse, eu o


provo” (L.20), o verbo provar complementa-se com uma estrutura em
forma de objeto direto pleonástico, com uma oração servindo de referente
para um pronome.

1 Empossado na prefeitura carioca, Negrão de Lima


arregalou os olhos quando os técnicos em urbanismo
informaram-lhe que havia oito milhões de ratos na cidade.
4 Perguntou: “Como é que vocês contaram?”

[...]
Carlos Heitor Cony. Folha de S.Paulo, 4/8/2013 (com adaptações).

9. (Cespe/TC-DF/Auditor de Controle Externo/2014) Uma forma correta de


reescrita do trecho iniciado pela conjunção temporal “quando” (l.2) é a
seguinte: ao ser informado pelos técnicos em urbanismo que
existia oito milhões de ratos na cidade do Rio de Janeiro.

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[...]
cadastros em lojas online. Lidamos com tantas combinações
10 desse tipo, que já se fala de uma nova categoria de estresse: a
“fadiga de senhas”. A solução para driblar o problema é o
[...]
Renata Valério de Mesquita. Você é a sua senha. In: Planeta, fev./2014 (com adaptações).

10. (Cespe/Câmara dos Deputados/Analista Legislativo/2014) A oração


introduzida pela conjunção “que” (L.10) expressa ideia de consequência
em relação à oração anterior, à qual se subordina.

11. (Cespe/2014/Câmara dos Deputados/Técnico Legislativo) No segundo


quadrinho, a fala de Calvin é introduzida por uma oração condicional,
ponto de partida para o raciocínio de Calvin, que pode ser assim
esquematizado: Se A, então B.

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12. (Cespe/TJ-RO/Analista Judiciário/Análise de Sistemas/2012) No que se


refere a aspectos morfossintáticos e semânticos do texto, assinale a opção
correta.

a) Na oração “que o governo popular” (L.8), que expressa uma


consequência, há elipse da forma verbal “exige” (L.7).
b) Os elementos “menos” (L.8) e “outras” (L.8) são modificadores de
intensidade relacionados ao núcleo nominal “virtudes” (L.8).
c) Sem contrariar o sentido original do texto e mantendo-se a correção
gramatical, a expressão “perante a autoridade da experiência” (L.2)
poderia ser reescrita da seguinte forma: perante ao reconhecimento
da autoridade dos mais experientes.
d) Na oração “a terceira é o pior de todos os governos” (L.7), o verbo
poderia ser suprimido e a vírgula, empregada no lugar dele, para indicar a
elipse.
e) Na linha 7, “se exige” corresponde a é exigido.

[...]
7 Todavia, as discussões sobre essa matéria ainda
aguardam decisão do Supremo Tribunal Federal, cujas teses se
dividem basicamente em duas: uma que defende a
10 inconstitucionalidade da lei, invocando o princípio de que
norma penalizadora mais dura não pode retroagir para
prejudicar o réu e ferir suposto direito adquirido [...]

Andeson de Oliveira Alarcon. As inovações eleitorais, a fichalimpa


e as eleições 2012. In: Escola Judiciária Eleitoral da Paraíba.
Internet: <www.tre-pb.gov.br> (com adaptações).

13. (Cespe/TRE-MS/Analista Judiciário/2013) Nas linhas 11 e 12, os verbos


“retroagir”, “prejudicar” e “ferir” estão coordenados entre si e
subordinados à forma auxiliar “pode”.

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14. (Cespe/TRE-RJ/Técnico Judiciário/2012) As relações sintáticas do período


não seriam prejudicadas caso se substituísse “enquanto” (L.7) por ao
passo que.

1 Em 2013, a oferta de emprego nas cidades do interior


de nove estados (São Paulo, Rio, Minas Gerais, Pernambuco,
Bahia, Paraná, Rio Grande do Sul, Ceará e Pará) superou
4 expressivamente a das áreas metropolitanas desses estados, de
acordo com os dados do Cadastro Geral de Empregados e
Desempregados, do Ministério do Trabalho e Emprego. E não
7 é fato episódico, mas uma nova tendência ou processo, pois,
desde 2010, cresce o peso do interior na contratação de mão de
obra formal, enquanto se reduz o peso das grandes capitais.
10 Há vários aspectos importantes nessa mudança do
vetor do emprego. Ela é registrada nos serviços, no comércio,

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na construção civil e, ainda mais, na indústria. Neste segmento,


13 reforça-se a convicção de que o interior oferece não só melhor
condição de instalação de novas fábricas, como de contratação
do pessoal, que pode trabalhar perto da casa e da família, com
16 menor custo de transporte e menor perda de tempo no
deslocamento entre a casa e o trabalho.

O Estado de S.Paulo, 6/3/2014 (com adaptações).

15. (Cespe/2014/TJ-CE/Nível Médio) Assinale a opção correta em relação às


estruturas linguísticas do texto acima.
a) A vírgula logo após “pessoal” (l.15) isola oração subsequente, que tem
natureza restritiva.
b) No trecho “a das áreas” (l.4) há elipse da palavra “cidade” logo após o
termo “a”.
c) Prejudicam-se a correção gramatical do período e suas relações sintáticas
ao se substituir “pois” (l.7) por qualquer um dos termos a seguir:
porquanto, já que, porque, visto que.
d) Alteram-se as relações sintáticas originais do período ao se substituir
“enquanto” (l.9) por ao passo que.
e) A palavra “vetor” (l.11) está sendo utilizada no sentido de direção,
orientação, sentido.

[...]
A crescente e constante ampliação da escolaridade feminina
tem contribuído para ampliar o espaço de atuação das
mulheres no mercado de trabalho também em profissões
16 que, historicamente, têm sido consideradas como espaços
masculinos. As profissões científicas e tecnológicas inserem-se
nesse contexto. Essas carreiras estão associadas a
19 conhecimentos de ciência e tecnologia cuja construção
histórica e social foi marcada por exclusões de gênero que

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resultaram em campos com predominância masculina, seja pelo


22 perfil de gênero dos seus profissionais, seja pela forma como
seus conhecimentos se desenvolveram, estruturaram-se ou se
organizaram. A baixa participação feminina, nesse universo,
25 ainda é uma realidade, particularmente na Engenharia. A
reduzida presença de mulheres é um fenômeno que pode ser
visto como corolário da baixa presença feminina em cursos
28 superiores dessa área.
Nanci Stancki Silva. Engenharias no Brasil: mudanças no perfil de
gênero? Internet: <www.fazendogenero.ufsc.br> (com adaptações).

16. (Cespe/Câmara dos Deputados/Analista Legislativo/2012) As orações


“que, historicamente, têm sido consideradas como espaços masculinos”
(l.16-17) e “que resultaram em campos com predominância masculina”
(l.20-21) poderiam, mantendo-se a coerência do texto e a sua correção
gramatical, ser introduzidas por vírgulas, sendo, assim, interpretadas de
uma maneira não restritiva.

[...]

31 Então, sim, eu escolhi ser professor. É mesmo


comparável a colocar a cabeça dentro da boca de um leão ou
a qualquer outra coisa que os outros julgam louca, mas não
34 fazem ideia da emoção que causa. [...]
André da Cunha. Mas você vai ser professor? In: Revista Língua
Portuguesa, n.º 39, Escala Educacional, 2012 (com adaptações).

17. (Cespe/SEGER-ES/Analista Executivo/Direito/2013) O trecho “que os


outros julgam louca” (l.33) constitui uma oração coordenada.

1 Entre as iniciativas desenvolvidas pelo Ministério da


Integração Nacional (MI) por meio da Secretaria Nacional de
Irrigação está o programa Mais Irrigação, que prevê

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4 investimentos de R$ 10 bilhões em recursos federais e em


parcerias com a iniciativa privada, para aumentar a eficiência
das áreas irrigáveis e incentivar a criação de polos de
7 desenvolvimento.
Internet: <www.integracao.gov.br> (com adaptações).

18. (Cespe/2013/MI/Assistente Técnico Administrativo) A oração subsequente


à expressão “Mais Irrigação” (l.3) tem natureza restritiva.

19. (Cespe/2014/MTE/Contador) No trecho “Não são poucos os chefes que


não sabem como tratar um tema que envolve seus subordinados” (l.3-4),
há duas orações de natureza restritiva, uma referente a “os chefes” e
outra a “um tema”.

1 As obras de dragagem objetivam remover os


sedimentos que se encontram no fundo do corpo d'água para
permitir a passagem das embarcações, garantindo o acesso ao
4 porto. [...]
Internet: <www.antaq.gov.br> (com adaptações).

20. (Cespe/Antaq/Nível Médio/2014) A oração “que se encontram no fundo do


corpo d'água” (L.2) tem função restritiva.

[...]
13 de comunicação. O histórico dos crimes cibernéticos, por sua
vez, remonta à década de 70, quando, pela primeira vez, foi
definido o termo hacker, como sendo aquele indivíduo que,
16 dotado de conhecimentos técnicos, promove a invasão de
sistemas operacionais privados e a difusão de pragas virtuais.
Artur Barbosa da Silveira. Os crimes cibernéticos e a Lei nº 12.737/2012.
In: Internet: <www.conteudojuridico.com.br> (com adaptações).

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21. A oração “que, dotado (...) pragas virtuais” (l. de 15 a 17) é de natureza
restritiva.

[...]
Desenvolvimento Florestal (IBDF). Em 1973, foi criada a
16 Secretaria Especial do Meio Ambiente (SEMA). Mas foi a Lei
da Política Nacional de Meio Ambiente, de 1981, que
estabeleceu a estrutura formal do Sistema Nacional do Meio
19 Ambiente (SISNAMA), integrado por órgãos federais,
[...]
Adriana Ramos. Política ambiental. In: Almanaque Brasil
socioambiental. São Paulo: ISA, 2008 (com adaptações).

22. (Cespe/Ibama/Analista Ambiental/2013) A oração “que estabeleceu a


estrutura formal do Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA)”
(L.17-19) classifica-se como adjetiva explicativa, o que justifica o fato de
estar empregada entre vírgulas.

23. (Cespe/IFB/Cargos de Nível Médio/2011) Considerando-se apenas o


trecho “Viver em ambiente sem gravidade faz coisas curiosas com o
corpo” (L.1-2), não se pode determinar, do ponto de vista sintático, o
sujeito da forma verbal “faz”.

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[...]

24. (Cespe/EBC/Cargos de Nível Médio/2011) Seria mantida a relação


sintático-semântica entre as orações que compõem o terceiro período do
texto ao se substituir “uma vez que” (L.9) por qualquer um dos termos a
seguir: porque, porquanto, já que, visto que, conquanto.

No lugar de alta carga tributária e estrutura de impostos


inadequada, o país deve priorizar investimentos que expandam
16 a produção e contribuam simultaneamente para o aumento de
produtividade, como é o caso dos gastos com educação. É dessa
forma que são criadas boas oportunidades de trabalho,
19 geradoras de renda, de maneira sustentável.
O Globo, Editorial, 12/7/2010 (com adaptações).

25. (Cespe/MPU/Técnico Administrativo/2010) A ausência de vírgula logo após


o termo “investimentos” (L.15) permite concluir que, segundo o autor do
texto, é necessário que, no Brasil, sejam priorizados investimentos
voltados para a expansão da produção e para o aumento da
produtividade.

26. (Cespe/STM/Analista Judiciário/Execução de Mandados/2011) Entre as


orações que compõem o período “não é preciso trabalhar com esses

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temas, ou sequer saber que existem” (L.14-15) estabelece-se uma


relação sintático- semântica de alternância.

Cinco curiosidades sobre Erasmo de Rotterdam (1467-1536)

1 Nos primeiros anos como seminarista, em Bois le Due,


na Holanda, Erasmo dedicou-se mais à pintura e à música do
que à filosofia e à religião.
[...]
Filosofia, nº 28, Escala Educacional, 16
(com adaptações)

27. (Cespe/Correios/Analista de Correios/Letras/2011) Na construção “mais à


pintura e à musica do que à filosofia e à religião” (L.2-3), o vocábulo
“que” introduz oração restritiva com verbo elíptico.

28. (Cespe/Correios/Agente de Correios/Carteiro/2011) Assinale a opção


correspondente ao trecho em que há mais de uma oração.

(A) “Aposto que ela vai adorar.”


(B) “Vou mandar um cartão de dia dos namorados para a Susi Derkins.”
(C) “Ela é uma gatinha.”
(D) “Eu fiz um coraçãozão vermelho.”
(E) “Agora vou botar renda em volta.”

[...]
16 recolher. Não adiantou. Os protestos continuaram. A semana
terminou sem que estivesse claro o futuro político do maior
aliado dos Estados Unidos da América (EUA) no mundo árabe.
[...]
Juliano Machado e Letícia Sorg. O grito árabe
pela democracia. In: Época, 31/1/2011, p. 32 (com adaptações).

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Aula 4 – Sintaxe das Orações do Período

29. (Cespe/TJ-ES/Cargos de Nível Superior/2011) No desenvolvimento da


argumentação do texto, a oração “sem que estivesse claro o futuro
político do maior aliado dos Estados Unidos da América (EUA)” (L.17-18)
expressa circunstância de causa em relação à oração que a antecede.

30. (Cespe/2014/Câmara dos Deputados/Analista Legislativo) As orações


“onde é muito frio” (L.4) e “que banha o litoral” (L.10) têm natureza
explicativa, o que justifica o fato de estarem isoladas por vírgulas.

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Aula 5 – Pontuação

Então, vamos dar continuidade ao nosso curso e estudar, na aula


de hoje, o emprego dos sinais de pontuação? O uso adequado deles é
extremamente relevante para o significado de uma frase.
Quem acompanha as provas elaboradas pelo Cespe já deve ter
percebido o quanto essa banca examinadora explora esse assunto,
principalmente o que diz respeito ao uso da vírgula. É compreensível que seja
assim, pois o uso da vírgula requer atenção especial, em virtude de sua
variabilidade de aplicações e efeitos.
Para você ter apenas uma ideia do que isso significa, use a vírgula
para pontuar a frase abaixo.

SE O HOMEM SOUBESSE O VALOR QUE TEM A MULHER ANDARIA


DE QUATRO À SUA PROCURA.

Se você é mulher, certamente colocou a vírgula depois do


substantivo “MULHER”.

Se você é homem, colocou a vírgula depois do verbo “TEM”.

Entendeu a importância de sabermos pontuar adequadamente uma


frase?
Ainda que a vírgula seja o sinal de pontuação com a maior
frequência nas provas de concurso, convém estudarmos todos aqueles que são
alcançados pelo edital do seu concurso.

Sumário

VÍRGULA .............................................................................................. 2
Entre os termos da oração, serve para:................................................... 2
Entre orações, serve para: ...................................................................14
Não se usa vírgula ...............................................................................20
PONTO ................................................................................................ 23
Em relação ao mesmo parágrafo. ..........................................................23

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Em relação a parágrafos distintos. .........................................................23


PONTO DE INTERROGAÇÃO ................................................................. 23
Usado nas interrogações diretas. ...........................................................23
PONTO DE EXCLAMAÇÃO ..................................................................... 24
PONTO E VÍRGULA .............................................................................. 24
DOIS-PONTOS ..................................................................................... 26
Antes de uma citação...........................................................................26
Para introduzir a fala de uma personagem, no discurso direto. ..................26
Antes de uma enumeração. ..................................................................26
Para esclarecer, explicar ou concluir o que foi dito. ..................................27
Para separar uma oração subordinada substantiva apositiva. ....................28
RETICÊNCIAS ...................................................................................... 29
TRAVESSÃO ......................................................................................... 30
PARÊNTESES ....................................................................................... 32
ASPAS ................................................................................................. 34
LISTA DAS QUESTÕES COMENTADAS .................................................. 36
GABARITO DAS QUESTÕES COMENTADAS ........................................... 52

VÍRGULA (assinala uma pequena pausa)

I. Entre os termos da oração, serve para:


a) separar elementos coordenados entre si que possuem a
mesma função sintática:
Ex.: Os livros, os cadernos, os lápis e as borrachas estão sobre a
mesa. sujeito composto
núcleo núcleo núcleo núcleo

Obs.: havendo repetição da conjunção E para separar os


elementos de mesma função sintática, a vírgula pode se repetir.
Ex.: Comprou sapato, e bolsa, e meias.
objeto direto

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Aula 5 – Pontuação

1 A participação das mulheres no mercado de trabalho


tem-se ampliado nas últimas décadas, todavia elas ainda
enfrentam processos de segregação ocupacional horizontal e
4 vertical de gênero, marcados, entre outros aspectos, por
discriminação, precarização, desigualdades salariais e
desvalorização profissional. A divisão do trabalho doméstico,
7 a socialização de homens e mulheres e as relações de poder
entre os gêneros são aspectos que contribuem para a construção
[...]

Nanci Stancki Silva. Engenharias no Brasil: mudanças no perfil de


gênero? Internet: <www.fazendogenero.ufsc.br> (com adaptações).

1. (Cespe/Câmara dos Deputados/Analista/2012) No trecho “A divisão do


trabalho doméstico, a socialização de homens e mulheres e as relações de
poder entre os gêneros” (l.6-8), o emprego da vírgula no lugar do
conectivo “e”, em “homens e mulheres”, não alteraria a relação
semântico-sintática entre os termos da oração.

Comentário – A conjunção “e” conecta dois termos que, subordinados ao


substantivo “socialização” por meio da preposição “de”, funcionam como
complementos dele (“socialização de homens e mulheres”). Assim, os
substantivos “divisão”, “socialização” e “relações” constituem os núcleos do
sujeito composto da forma verbal “são”. Com a modificação proposta pela
banca, o termo “mulheres” deixa de ser um dos complementos do substantivo
“socialização” (deixa de ser subordinado a ele por meio da preposição “de”) e
se torna mais um dos núcleos do sujeito composto. Veja: A divisão do
trabalho doméstico, a socialização de homens, mulheres e as relações de
poder entre os gêneros são...
Resposta – Item errado.

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Aula 5 – Pontuação

[...]
O encontro terá a participação de ministros de
10 tribunais superiores, desembargadores, juízes, promotores,
advogados, delegados, diretores de tribunais e professores
universitários. Entre as palestras, painéis e mesas-redondas
13 estão programados temas a respeito de gestão, informatização,
correição virtual, paradigmas, meio ambiente, conciliação,
comunicação, todos eles relacionados à justiça.
Internet: <www.trt10.jus.br> (com adaptações).

2. (Cespe/TRT-10ª Região (DF e TO)/Técnico Judiciário/2013) No segundo


parágrafo, excetuada a última, todas as demais vírgulas têm a mesma
justificativa de uso.

Comentário – Com exceção da última vírgula, as demais separam elementos


coordenados entre si que compõem uma série enumerativa. A última vírgula
separa o aposto resumitivo dos temas enumerados anteriormente.
Resposta – Item certo.

1 As obras de dragagem objetivam remover os


sedimentos que se encontram no fundo do corpo d'água para
permitir a passagem das embarcações, garantindo o acesso ao
4 porto. Na maioria das vezes, a dragagem é necessária quando
da implantação do porto, para o aumento da profundidade
natural no canal de navegação, no cais de atracação e na bacia
7 de evolução. Também é necessária sua realização periódica
para o alcance das profundidades que atendam o calado das
embarcações.
Internet: <www.antaq.gov.br> (com adaptações)

3. (Cespe/Antaq/Nível Médio/2014) A vírgula empregada após “navegação”


(L.6) é utilizada para isolar elementos de mesma função sintática que
compõem uma enumeração.
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Aula 5 – Pontuação

Comentário – A vírgula separou os termos “no canal de navegação” e “no cais


de atracação”. Eles funcionam como adjuntos adverbiais, assim como o termo
“na bacia de evolução”. Eles estão numa sequência enumerativa, por isso o
emprego da vírgula entre os dois primeiros e da conjunção aditiva “e” antes do
último termo da série.
Resposta – Item certo.

b) assinalar a omissão do verbo (vírgula vicária):


Ex.: No mar há os peixes; no céu, as estrelas...
A vírgula substitui a forma verbal “há”

[...]
que fosse domiciliado. Candidatos a vereador e a juiz de paz
tinham apenas de comprovar residência no município e no
25 distrito por mais de dois anos; candidatos a deputado
provincial, dois anos na província; candidatos a deputado geral,
renda anual de 800 mil réis; e candidatos a senador deviam
28 comprovar, além da idade de quarenta anos, a percepção de
renda anual de um milhão e seiscentos mil réis.
[...]

Títulos eleitorais: 1881-2008. Brasília: Tribunal Superior


Eleitoral, Secretaria de Gestão da Informação, 2009,
p. 11-2. Internet: <www.tse.jus.br> (com adaptações).

4. (Cespe/2015/TRE-GO/Técnico Judiciário) Na linha 26, as vírgulas


empregadas após os vocábulos “provincial” e “geral” evitam a repetição
da expressão “tinham apenas de comprovar”, já expressa na linha 24.

Comentário – Esta questão trouxe um exemplo prático de emprego da vírgula


vicária.
Resposta – Item certo

c) separar adjuntos adverbiais intercalados e antecipados:


Ex.: Neste momento, o pelotão se pôs em fuga.

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Obs.: aqui, o aluno deve admitir certa flexibilidade, pois há muitos


gramáticos e escritores que não a empregam, principalmente quando a
expressão é de “pequeno corpo” (normalmente, até dois vocábulos – mas isso
não é uma regra absoluta).

[...]
4 o país planeja estar cada vez mais presente no cosmos. Os
próximos passos serão o lançamento de uma estação espacial
e o envio de astronaves à Lua e a Marte. Tecnologia para essa
7 empreitada os chineses têm. Dinheiro, também. E motivação
política, isso então nem se fala. A missão Shenzhou VII, por
[...]
Tatiana de Mello. A vez dos taikonautas. In: Istoé, 8/10/2008 (com adaptações).

5. (Cespe/2014/TJ-SE/Técnico Judiciário) Na linha 7, a vírgula empregada


após “Dinheiro” marca a elipse do verbo da oração.

Comentário – Sim, ela é a tal da vírgula “vicária”. Observe: “Tecnologia para


essa empreitada os chineses têm. Dinheiro têm também”.
Resposta – Item certo.

[...]

[...]

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6. (Cespe/TC-DF/Auditor de Controle Externo/2012) Justifica-se o emprego


da vírgula logo após “mas” (L.18) para enfatizar o sentido de contraste
introduzido por essa conjunção, razão por que a supressão desse sinal de
pontuação não acarretaria prejuízo gramatical ao texto.

Comentário – A vírgula não enfatiza nenhum sentido de contraste. Ela foi


empregada para ajudar a isolar o adjunto adverbial intercalado entre a
conjunção e o restante da oração: “...mas, do ponto de vista político,
assistiu-se...”. A retirada dela fragmentaria indevidamente a oração: “...mas
do ponto de vista político, assistiu-se...”.
Resposta – Item errado.

1 A expansão da telefonia celular, impulsionada pela


privatização do sistema TELEBRAS, em 1998, está entre as
maiores conquistas da economia brasileira nas últimas duas
4 décadas. [...]
Veja, 25/7/2012, p. 70-1 (com adaptações).

7. (Cespe/Anatel/Analista Administrativo/2012) Feitas as necessárias


adaptações na grafia das palavras, o adjunto adverbial “em 1998” (L.2)
poderia ser deslocado, seguido da vírgula, para o início do parágrafo, sem
que o sentido original e a correção gramatical do texto fossem
prejudicados.

Comentário – Gramaticalmente, não haveria problema. Deslocado para o


início do período, o adjunto adverbial é separado pela vírgula. Mas o sentido
original do texto estaria prejudicado. Observe: Em 1998, A expansão da
telefonia celular, impulsionada pela privatização do sistema TELEBRAS, em
1998, está entre as maiores conquistas da economia brasileira nas últimas
duas décadas. Dessa forma, a circunstância de tempo deixa de fazer referência
à época da “privatização do sistema TELEBRAS” para indicar quando se deu “A
expansão da telefonia celular”. Além disso, a incoerência surgiria entre a noção
pretérita do ocorrido (“Em 1998, A expansão da telefonia celular”) e a forma

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verbal indicativa de um acontecimento presente (“está”), quando deveria ser


flexionada também no passado (“esteve” ou “estava”).
Resposta – Item errado.

[...]
pelo eleitor no resultado das urnas. Assim, embora louvável o
7 esforço, não lhe cabe primar por “votos de qualidade”, apenas
pelos votos legitimamente conquistados.
[...]
de sua vontade. Embora por vezes seja atraente o discurso de
13 que uma das funções da justiça eleitoral seria incentivar o
eleitor a melhor escolher seus candidatos, a utilizar-se de
critérios objetivos e a não levar em conta elementos menores
16 que o interesse público, este não é o seu papel.
Paola Biaggi Alves de Alencar. A concretização do direito eleitoral
a partir dos princípios constitucionais estruturantes. In: Revista
de Julgados/Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso, vol. 1, 2002,
Cuiabá: TRE/MT, 2002/6 v, p. 99 (com adaptações).

8. (Cespe/TRE-MS/Analista Judiciário/2013) O mesmo motivo justifica o


emprego de vírgula logo depois de “esforço” (L.7) e de “candidatos”
(L.14).

Comentário – Não é bem isso. Na linha 4, a vírgula ajuda a isolar o adjunto


adverbial “embora louvável o esforço” intercalado. Observe atentamente que a
oração em negrito sofreu uma quebra na sua sequência natural: “Assim,
embora louvável o esforço, não lhe cabe”.
Na linha 14, a vírgula separa termos que desempenham a
mesma função sintática: objeto indireto do verbo “incentivar”. Repare que o
complemento direto desse verbo é o termo “o eleitor” e que os complementos
indiretos estão regidos pela preposição “a”:

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VTDI OD OI
a melhor escolher seus
candidatos, a utilizar-se
de critérios objetivos e a
incentivar o eleitor
não levar em conta
elementos menores
que o interesse público

Resposta – Item errado.

1 O Tribunal Regional do Trabalho da 10.ª Região


(TRT), após autorização da presidenta, efetuou a doação de
diversos equipamentos, chamados de “passíveis de
4 desfazimento” [...]
Internet: <www.trt10.jus.br> (com adaptações).

9. (Cespe/TRT-10ª Região (DF e TO)/Técnico Judiciário/2013) O trecho “após


autorização da presidenta” (L.2) está entre vírgulas porque se trata de
adjunto adverbial intercalado na oração principal, ou seja, deslocado em
relação à ordem direta.

Comentário – A história se repete! Observe o quadro abaixo e constate a


intercalação que houve entre sujeito e verbo.

ADJ. ADV. (TEMPO)


SUJEITO VERBO
INTERCALADO
O Tribunal Regional do após autorização da
efetuou
Trabalho da 10.ª Região presidenta

Resposta – Item certo.

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[...]
Isso ocorre desde os desdobramentos da Revolução
Industrial no século XIX, quando ciência e tecnologia
10 passaram a constituir um binômio, abreviadamente
expresso por C&T, no qual, cada vez mais, conhecimento
científico e técnica se entrelaçam. [...]

Raquel Folmer Corrêa. Tecnologia e sociedade: análise de tecnologias sociais


no Brasil contemporâneo. Porto Alegre: UFRGS, 2010. Dissertação de mestrado.
In: Internet: <http://www.lume.ufrgs.br> (com adaptações).

10. (Cespe/INPI/Todos os Cargos/2013) Na linha 11, a retirada da vírgula


logo após a expressão “no qual” acarretaria prejuízo gramatical ao texto.

Comentário – É muito útil reescrever o trecho sem a tal vírgula indicada pelo
examinador: “no qual cada vez mais, conhecimento científico e técnica se
entrelaçam”. Observe que tanto a expressão “no qual” (que substitui “binômio)
como a expressão “cada vez mais” funcionam na oração como adjuntos
adverbiais de lugar e de intensidade, respectivamente. A vírgula cuja retirada
o examinador propõe separa dois termos com a mesma função sintática, como
no seguinte exemplo bem simplório: Comprei maçã, banana, uva e abacaxi.
Portanto o emprego dela está perfeitamente adequado e sua retirada afetaria a
gramaticalidade do texto.
Resposta – Item certo.

1 Em 2012, o CNJ promoveu, em parcerias com órgãos


do Executivo e do Judiciário, campanhas importantes para
promover o bem-estar do cidadão, como a da aplicação da Lei
[...]
Internet: <www.cnj.jus.br/q2rc> (com adaptações).

11. (Cespe/2013/CNJ/Técnico Judiciário/Área Administrativa) Na linha 1, a


vírgula logo após “2012” poderia ser suprimida, sem prejuízo para a

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correção gramatical do texto, uma vez que a expressão “Em 2012”


classifica-se como um adjunto adverbial de pequena extensão.

Comentário – Esta questão é muito oportuna, pois sinaliza o posicionamento


do Cespe em relação ao assunto. Nota-se que a banca também admite a
possibilidade de o adjunto adverbial de pequeno corpo não ser separado pela
vírgula mesmo estando antecipado.
Resposta – Item certo.

d) separar o aposto explicativo:


Ex.: Jorge Amado, autor de “Jubiabá”, é um excelente romancista.

1 Estação do ano mais aguardada pelos brasileiros, o


verão não é sinônimo apenas de praia, corpos à mostra e pele
bronzeada. O calor extremo provocado por massas de ar quente
[...]
Internet: <www.correioweb.com.br> (com adaptações).

12. (Cespe/2015/FUB/Nível Médio) Seria mantida a correção gramatical do


período caso o fragmento “Estação do ano mais aguardada pelos brasileiros"
(l.1) fosse deslocado e inserido, entre vírgulas, após “verão" (l.2) feitos os
devidos ajustes de maiúsculas e minúsculas.

Comentário – Vejamos como ficaria a mudança: O verão, estação do ano


mais aguardada pelos brasileiros, não é sinônimo apenas de praia... Note
que o termo entre vírgulas funciona como aposto explicativo do substantivo
“verão”. Com as alterações indicadas pelo examinador, não haveria nenhum
problema para a correção gramatical.
Resposta – Item certo.

e) separar o vocativo:
Ex.: Não toque nesses doces, menino!

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f) separar datas de localidades:


Ex.: Brasília, 1º de março de 1985.

g) separar expressões de caráter explicativo, conclusivo, de


retificação, de realce (por exemplo; isto é; ou seja; a saber; ora etc.):
Ex.: Ele consegue, por exemplo, dirigir sozinho.

[...]

13. (Cespe/PC-CE/Inspetor de Polícia/2012) A vírgula após “Ora” (L.3) pode


ser suprimida sem prejuízo para a correção gramatical e para o sentido original
do texto.

Comentário – A palavra “Ora” é interjeição e serve para realçar os


sentimentos (de surpresa, admiração) do enunciador. A vírgula não deve ser
retirada, sob pena de prejudicar a pausa característica da entonação e de
possibilitar a compreensão desse vocábulo como sendo uma flexão do verbo
orar.
Resposta – Item errado.

[...]
sobreviveu nos tribunais. O Código Penal de 1890 livrava da
condenação quem matava “em estado de completa privação de
19 sentidos”. O atual Código Penal, de 1940, abrevia a pena dos
criminosos que agem “sob o domínio de violenta emoção”. Os
[...]

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Ricardo Westin e Cintia Sasse. Dormindo com o inimigo. In: Jornal do Senado.
Brasília, 4/jul./2013, p. 4-5. Internet: <www.senado.gov.br> (com adaptações).

14. (Cespe/2014/TJ-SE/Nível Superior) O emprego das vírgulas que isolam


“de 1940” (l. 19) é facultativo, de modo que a supressão dessas vírgulas não
prejudicaria o sentido original ou a correção gramatical do texto.

Comentário – Ao dizer “atual Código Penal” (grifo meu), o autor já sinalizou


que está se referindo ao código de 1940, pois ele é o mais recente e o que
está em vigor. Portanto a expressão “de 1940” tem caráter meramente
explicativo e deve permanecer entre vírgulas. A retirada delas tornaria a
expressão restritiva e daria a entender que existe outro código penal paralelo
ao de 1940.
Resposta – Item errado.

h) separar conjunções intercaladas:


Ex.: Ela virá; não se sabe, contudo, quando.

[...]
muita autonomia às unidades regionais. Os militares, por outro
10 lado, defendiam um Poder Executivo forte e se opunham à
autonomia buscada pelos civis. Isso sem mencionar as
acirradas disputas internas de cada grupo. Esse era um quadro
13 que demonstrava a grande instabilidade sentida pelos cidadãos
que viveram naqueles anos. Mas havia cidadãos?
[...]

Ane Ferrari Ramos Cajado, Thiago Dornelles e Amanda Camylla Pereira.


Eleições no Brasil: uma história de 500 anos. Brasília: Tribunal Superior
Eleitoral, 2014, p. 27-8. Internet: <www.tse.jus.br> (com adaptações).

15. (Cespe/2015/TRE-GO/Analista Judiciário) A inserção de vírgula logo após


“Mas" (L.14) não prejudicaria a correção gramatical do texto, pois, nesse caso,
a utilização da vírgula é de caráter facultativo.

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Comentário – Muito cuidado! Não há motivos para a inserção de uma vírgula


após a conjunção “Mas”. Os termos estão numa ordem direta, não existe
termo intercalado entre eles. A vírgula fragmentaria indevidamente o período.
Saiba ainda que a conjunção “Mas” não tem caráter adversativo nesse
contexto. Ela é uma palavra denotativa de situação e serve para dar
ocasião ao discurso, para motivar o início do enunciado.
Resposta – Item errado.
i) separar objetos pleonásticos:
Ex.: O relógio, guarda-o no bolso do paletó.
objeto direto objeto direto pleonástico

j) separar o predicativo do sujeito invertido ou intercalado:


Ex.: Decepcionado, o torcedor afastou-se lentamente.
O torcedor, decepcionado, afastou-se lentamente.

II. Entre orações, serve para:

a) separar orações coordenadas assindéticas


Ex.: Pare, olhe, siga.

b) separar as orações coordenadas sindéticas, exceto as


aditivas.
Ex.: Vá, mas volte sempre.

Obs.: usa-se a vírgula para separar orações coordenadas


sindéticas aditivas de sujeitos diferentes ou com repetição da conjunção.

Ex.: Ele foi ao Japão, e ela foi à Itália.

sujeito sujeito

E estuda, e trabalha, e dorme...

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Atenção! Há casos em que as típicas conjunções aditivas


introduzem orações adversativas; assim sendo, o emprego da vírgula é
obrigatório. Ex.: Estudou, e não passou. (semanticamente, a conjunção “e”
tem valor adversativo)

c) separar orações adverbiais antecipadas ou intercaladas


(quando vierem na ordem direta, o emprego será facultativo)
Ex.: Ao anoitecer, saíram.
Saíram ao anoitecer.
Saíram, ao anoitecer.

[...]

[...]

16. (Cespe/TJ-RR/Nível Superior/2012) A omissão da vírgula empregada após


a palavra “defesa” (L.7) acarretaria incorreção gramatical.

Comentário – Não há dúvida sobre isso. O segmento inicial “Quando se fala


em defesa” constitui uma oração (note a presença do verbo falar) que está
antecipada. A vírgula obrigatoriamente deve separar essa oração.

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Resposta – Item certo.

[...]
10 e harmonia nas sociedades estatais. A concentração do poder
em um só órgão ou pessoa viria sempre em detrimento do
exercício da liberdade. É que, como observou Montesquieu,
13 “todo homem que tem poder tende a abusar dele; ele vai até
onde encontra limites. Para que não se possa abusar do poder
[...]

Fernanda Leão de Almeida. A garantia institucional do Ministério Público em função da


proteção dos direitos humanos. Tese de doutorado. São Paulo: USP, 2010, p. 18-9.
Internet: <www.teses.usp.br> (com adaptações).

17. (Cespe/2015/MPU/Analista) A correção gramatical e a coerência do texto


seriam preservadas, caso a vírgula empregada logo após o vocábulo “que”
(l.12) fosse eliminada.

Comentário – Observe que o segmento entre vírgulas (“como observou


Montesquieu”) constitui uma oração subordinada adverbial conformativa. Como
ela surgiu intercalada, os sinais de pontuação são obrigatórios. A retirada de
uma vírgula ou das duas prejudica o texto.
Resposta – Item errado.

[...]
Naquela época, o voto não era universal: para
participar do processo eleitoral, requeriam-se 200 mil réis de
13 renda líquida anual comprovada. Havia, no entanto, a previsão
[...]
Títulos eleitorais: 1881-2008. Brasília: Tribunal Superior
Eleitoral, Secretaria de Gestão da Informação, 2009,
p. 11-2. Internet: <www.tse.jus.br> (com adaptações).

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18. (Cespe/2015/TRE-GO/Técnico Judiciário) Caso a vírgula que sucede o


vocábulo “eleitoral” (l.12) fosse suprimida, o sentido do texto seria
preservado, mas não a sua correção gramatical.

Comentário – O segmento “para participar do processo eleitoral” constitui


uma oração subordinada adverbial antecipada. Por isso o emprego da vírgula é
obrigatória. A retirada dela prejudicaria gramaticalmente o texto, embora o
sentido permanecesse inalterado.
Resposta – Item certo.

d) separar orações subordinadas adjetivas explicativas.


Ex.: Jesus Cristo, que também é Deus, ressuscitou.

Leis anticorrupção não andam


1 O Brasil é signatário de pelo menos quatro
convenções internacionais que tratam do combate à corrupção.
No entanto, segundo estudo da Fundação Getúlio Vargas,
4 desperdiça cerca de R$ 7 bilhões por ano com a perda de
produtividade provocada por fraudes públicas, além de figurar
entre os principais países onde a corrupção é um empecilho
7 para o crescimento. [...]
Correio Braziliense, 19/9/2012, p. 6 (com adaptações).

19. (Cespe/TCE-ES/ACE/2012) A inserção de vírgula imediatamente após a


palavra “internacionais” (L.2) manteria a correção gramatical e o sentido
original do texto e ainda conferiria ênfase à ideia expressa na oração
subsequente, ou seja, ao fato de as convenções internacionais versarem
sobre o combate à corrupção.

Comentário – A correção gramatical não seria prejudicada, pois a vírgula faria


surgir oração adjetiva explicativa e esta tem amparo na gramática. Mas o
sentido original do texto seria alterado, porque a oração “que tratam do
combate à corrupção” perderia seu caráter restritivo para assumir

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características de natureza explicativa. A ausência da vírgula serve para


expressar a existência de convenções que tratam do combate à corrupção e de
outras que não tratam do tema. Nosso país participa de pelo menos quatro
convenções que tratam desse combate. Mas, com a vírgula, indica-se que
todas as convenções internacionais, sem distinção, tratam do combate à
corrupção.
Resposta – Item errado.

[...]
10 as pessoas não torceram apenas pela condenação dos principais
suspeitos. Torceram também para que a versão que inculpou
o pai e a madrasta fosse verdadeira.
[...]

Maria Rita Khel. A morte do sentido. Internet:


<www.mariaritakehl.psc.br> (com adaptações).

20. (Cespe/Polícia Federal/Escrivão/213) Sem prejuízo da correção gramatical


e do sentido do texto, a oração “que inculpou o pai e a madrasta” (l.11-
12) poderia ser isolada por vírgulas, sendo a opção pelo emprego desse
sinal de pontuação uma questão de estilo apenas.

Comentário – Haveria prejuízo para o sentido do texto se a oração indicada


fosse isolada por vírgulas. Repare: Torceram também para que a versão, que
inculpou o pai e a madrasta, fosse verdadeira. Isolada, a oração adjetiva perde
sua característica restritiva e ganha caráter meramente explicativo. Ela deixa
de estabelecer distinção entre diferentes tipos de versões (versão “a”, versão
“b”, versão que inculpou o pai e a madrasta” etc.). Passa a considerar a
existência de apenas uma versão e evidencia um fato subentendido: que a tal
versão inculpou o pai e a madrasta.
No Cespe, este tipo de questão é muito recorrente. Você
precisa entender que a mudança de uma oração adjetiva restritiva em
explicativa (ou vice-versa) implica prejuízo semântico para a ideia original. Não

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se trata meramente de uma questão de estilo, conforme afirmou o


examinador.
Resposta – Item errado.
[...]
militares. Os civis, representados pelas elites das principais
7 províncias — São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio
Grande do Sul —, queriam uma república federativa que desse
muita autonomia às unidades regionais. Os militares, por outro
10 lado, defendiam um Poder Executivo forte e se opunham à
autonomia buscada pelos civis. Isso sem mencionar as
[...]
Ane Ferrari Ramos Cajado, Thiago Dornelles e Amanda Camylla Pereira.
Eleições no Brasil: uma história de 500 anos. Brasília: Tribunal Superior
Eleitoral, 2014, p. 27-8. Internet: <www.tse.jus.br> (com adaptações).

21. (Cespe/2015/TRE-GO/Analista Judiciário) Caso as vírgulas que isolam o


trecho “representados (...) do Sul —" (L. de 6 a 8) fossem suprimidas, a
correção gramatical do texto seria mantida, mas o seu sentido original
seria alterado.

Comentário – Repare que o examinador questiona dois aspectos: a correção


gramatical e o sentido original do texto. A retirada das duas vírgulas não
acarretaria prejuízo gramatical, mas alteraria o caráter explicativo do
segmento isolado para restritivo. De acordo com a mensagem original, todos
os civis eram representados pelas elites citadas e queriam a tal república
federativa. Sem as vírgulas, a ideia seria a seguinte: apenas os civis que eram
representados pelas elites citadas queriam a tal república federativa. Ou seja,
os civis passariam a ser divididos em dois grupos diferentes.
Resposta – Item certo.

e) separar as orações intercaladas:


Ex.: Creio, disse ele, que esse é um caso perdido.

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1 Enviar informações para um território de


8,514 milhões de km2, colocando em contato mais de
190 milhões de habitantes, e, além disso, gerar riqueza e
4 avanço social não são tarefa fácil. [...]
Internet: <www.ipea.gov.br> (com adaptações).

22. (Cespe/Anatel/Técnico Administrativo/2012) O emprego de vírgulas para


isolar o segmento “colocando em contato mais de 190 milhões de
habitantes” (L.2-3) justifica-se por isolar oração reduzida de gerúndio
intercalada.

Comentário – A questão vem contemplar a regrinha explicada acima. A


oração reduzida de gerúndio intercalou-se entre um dos segmentos que
compõe o sujeito composto e o verbo: Enviar informações... e... gerar riqueza
e avanço social não são tarefa fácil.
Resposta – Item certo.

f) separar as orações subordinadas substantivas apositivas:


Ex.: É imprescindível que o país adote duas diretrizes, distribuir
renda e reconstruir o ensino público.

III. Não se usa vírgula


a) entre sujeito e verbo (mesmo quando o sujeito é muito longo
ou vem depois do predicado):
Ex.: Os pequenos filhotes de vira-lata destruíram meu jardim.
sujeito predicado

Obs.: a intercalação de termos entre o sujeito e o verbo deve ser


marcada por vírgulas, uma antes e outra depois.
Ex.: Os deputados, ontem à tarde, decidiram aceitar o projeto do
sujeito predicado

presidente da República.
b) entre o verbo e seu complemento (OD ou OI):
Ex.: Entreguei o presente ao aniversariante.
verbo OD OI

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c) entre o nome e seu adjunto ou complemento:


Ex.: A todos os presentes informamos os novos valores
nome
dos produtos que vendemos.
adjunto adnominal
Não há necessidade de tanta estupidez.
nome complemento nominal

d) para isolar o agente da passiva


Ex.: As medidas econômicas foram aprovadas pelo presidente.

e) para separar as orações subordinadas substantivas (exceto a


apositiva) da sua principal.

Ex.: Duvido de que esse prefeito dê prioridade às questões sociais.


oração subordinada substantiva objetiva indireta

Veja como essa matéria já foi cobrada em prova.

[...]

23. (Cespe/PC-CE/Inspetor de Polícia/2012) Na linha 33, caso se insira, antes


de “caracterizado”, o segmento que é, será necessário, para a
manutenção da correção gramatical e do sentido do período, o emprego
de vírgula após “mundo”.

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Comentário – Observe a alteração proposta pela banca: E considerar outras


formas de soberania que respondam melhor a um mundo que é caracterizado
ao mesmo tempo pela desigualdade e pela diversidade.
Sem o segmento que é, o sentido do substantivo “mundo” já
figurava limitado, restrito, qualificado pela expressão “caracterizado ao mesmo
tempo pela desigualdade e pela diversidade”. O enunciador não se referia a um
mundo qualquer, mas a um mundo específico, caracterizado por aquilo que foi
explicitado no texto.
A inclusão do pronome relativo e do verbo (que é) apenas
ressaltaria, por meio da oração subordinada adjetiva restritiva desenvolvida, o
caráter particular, específico atribuído ao substantivo “mundo”. E por se tratar
de uma oração adjetiva restritiva, a vírgula não deve ser empregada.
Portanto a manutenção da correção gramatical e do sentido do
período fica preservada sem a necessidade de vírgula após “mundo”.
Resposta – Item errado.

[...]
10 A rigor, não há grande diferença entre o emprego
dessas duas palavras na psicanálise e no materialismo histórico.
[...]
Maria Rita Kehl. 18 crônicas e mais algumas.
São Paulo: Boitempo, 2011, p. 142 (com adaptações

24. (Cespe/PF/Agente/2012) Com correção gramatical, o período “A rigor (...)


histórico” (l.10-11) poderia, sem se contrariar a ideia original do texto, ser
assim reescrito: Caso se proceda com rigor, a análise desses conceitos,
verifica-se que não existe diferenças entre eles.

Comentário – Existe aqui uma série de erros. Vou me deter àquele que diz
respeito à pontuação. As vírgulas isolam a expressão “a análise desses
conceitos” erroneamente. Do modo como figura no enunciado, a expressão
desligada de um verbo não funciona nem como sujeito, nem como

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complemento dele. Parece que a intenção tem a ver com o último caso e
deveria funcionar como complemento indireto da forma verbal “proceda”. Este
verbo é transitivo indireto no sentido de levar a efeito, executar, realizar. Mas
isso nos levaria a apontar outros problemas de construção sintática, os quais
se distanciam do foco desta aula sobre pontuação. De qualquer forma, já dá
para notar que a reescritura proposta pelo examinador está truncada.
Resposta – Item errado.

PONTO

I. Em relação ao mesmo parágrafo, é empregado no final de


cada período, indicando uma pausa mais longa entre as frases.
Ex.: A menina abriu os olhos pasmada. Suavemente avisado, o
cachorro estacou diante Del. Sua língua vibrava. Ambos se olhavam. (Clarice
Lispector)
II. Em relação a parágrafos distintos, assinala a passagem de
um conjunto de ideias a outro de natureza diversa.
Ex.: A monarquia se enterrava. Revogou-se, portanto, o exílio dos
Braganças, trouxeram-me para cá os ossos do velho monarca e de sua esposa.
E recebeu-se a visita do Rei Alberto, a quem ofereceram festas magníficas.
As finanças do Brasil não iam mal, permitiam despesas de
vulto. Iniciaram-se então as obras contra a seca do Nordeste, que logo foram
interrompidas. (Graciliano Ramos)

PONTO DE INTERROGAÇÃO

I. Usado nas interrogações diretas.


Ex.: Fazer o quê? O vazamento se dava entre o soalho e o forro,
não havia acesso possível. Onde descobrir um bombeiro em Londres, num
sábado à noite? (Fernando Sabino)

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PONTO DE EXCLAMAÇÃO

I. Usa-se nos enunciados de entonação exclamativa, depois de


interjeições, vocativos, verbos no imperativo.

Ex.: Que linda manhã!


Ai! Essa doeu.
Filho! Vem aqui.
Avançar!
PONTO E VÍRGULA (pausa intermediária entre o ponto e a vírgula)

I. O emprego deste sinal de pontuação depende muito do


contexto. Em geral, podemos seguir as orientações abaixo quanto ao seu uso:

a) para separar, numa série coordenada, elementos que já


estão anteriormente separados por vírgula, a fim de ressaltar a hierarquia
das informações:
Ex.: Encontramos na reunião: José, o presidente; Pedro, o vice;
Carlos, o primeiro-secretário; Francisco, o tesoureiro; e outros convidados.

b) para separar enumeração após dois pontos:


Ex.: Os alunos devem respeitar a seguintes regras:
– não fumar dentro do colégio;
– não fazer algazarras durante o intervalo;
– respeitar os funcionários e os colegas;
– trazer sempre o material escolar.

c) para separar as orações coordenadas sindéticas com


conjunção intercalada:
Ex.: Apressou-se; não chegou, porém, a tempo.

Veja como esta matéria foi cobrada em prova.

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[...]

[...]

25. (Cespe/PC-CE/Inspetor de Polícia/2012) Sem que haja prejuízo para o


sentido original do texto, “Isso” (L.24) pode ser corretamente substituído
por o que, desde que se substitua o ponto que antecede esse pronome
por ponto e vírgula.

Comentário – Veja como ficaria o que o examinador afirma: Por outro, o fato
de o império absorver povos diferentes faz que alguns de seus componentes
desejem destacar-se do conjunto; o que explica por que os impérios
perduram, racham, reconfiguram-se e caem.
Ao que parece, a nova redação enfatiza o desejo de alguns
componentes do conjunto de se destacarem dele como explicação do fato de
os impérios perdurarem, racharem, reconfigurarem-se e caírem.
Antes, porém, a pausa mais intensa proporcionada pelo ponto e
a imediata iniciação de novo período com o pronome demonstrativo “Isso”
parece retomar toda a ideia anterior como explicação do fato de os impérios
perdurarem, racharem, reconfigurarem-se e caírem. Em outras palavras, tanto
a atitude do império absorvendo povos diferentes, quanto o desejo de alguns
componentes do conjunto de se destacarem dele servem de explicação.
Resposta – Item errado.

1 Em 2012, o CNJ promoveu, em parcerias com órgãos


do Executivo e do Judiciário, campanhas importantes para
promover o bem-estar do cidadão, como a da aplicação da Lei
4 Maria da Penha no âmbito dos tribunais; a do reconhecimento
da paternidade voluntária; a do fortalecimento da ideia de
conciliação no Judiciário; e a de valorização da vida.
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[...]
Internet: <www.cnj.jus.br/q2rc> (com adaptações).

26. (Cespe/CNJ/Técnico Judiciário/2013) Prejudica-se a correção gramatical


do período ao se substituir os sinais de ponto e vírgula por vírgulas no
trecho “como a da aplicação da Lei Maria da Penha (...) a de valorização
da vida” (L.3-6).

Comentário – Os sinais de ponto e vírgula separam elementos coordenados


de uma série enumerativa. Sem dúvida alguma, o sinal de ponto e vírgula
confere maior destaque a cada elemento da série, separando-o do seu
consequente imediato. Mas a vírgula também poderia ser empregada sem
acarretar prejuízo gramatical.
Resposta – Item errado.

DOIS-PONTOS

I. Antes de uma citação.


Ex.: Disse Jesus: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém
vem ao Pai senão por mim”. (João 14:6)

II. Para introduzir a fala de uma personagem, no discurso


direto.
Ex.: Sempre que o professor entra em sala ele diz:
– Essa moleza vai acabar.

III. Antes de uma enumeração.


Ex.: A dupla articulação da linguagem caracteriza-se: a) pela
combinação e b) pela comutação.

1 Uma casa tem muita vez as suas relíquias, lembranças


de um dia ou de outro, da tristeza que passou, da felicidade que
se perdeu. Supõe que o dono pense em as arejar e expor para
[...]

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Machado de Assis. Advertência. In: Relíquias da


casa velha. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1986.

27. (Cespe/2015/CGE-PI/Auditor Governamental) O emprego de dois-pontos


em substituição à vírgula logo após a expressão “suas relíquias” (l.1) não
geraria erro gramatical.

Comentário – O que vem após a vírgula constitui uma sequência enumerativa


em relação às “relíquias” contidas numa casa. Como o sinal de dois-pontos
também pode ser empregado antes de uma enumeração, a troca não geraria
erro gramatical.
Resposta – Item certo.

IV. Para esclarecer, explicar ou concluir o que foi dito.


Ex.: Todos já sabiam: ele não seria eleito.

[...]

28. (Cespe/PC-CE/Inspetor de Polícia/2012) Com os devidos ajustes de


maiúsculas e minúsculas, o ponto após “passados” (L.27) pode ser
substituído por dois-pontos sem que haja prejuízo para a correção
gramatical e o sentido original do texto.

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Comentário – O trecho ficaria assim: Pensar o império significa ressuscitá-lo


dos mundos passados: trata-se de considerar a multiplicidade de formas de
exercício do poder sobre um dado espaço. Note que a informação posterior aos
dois-pontos serve de esclarecimento ou conclusão do que foi dito antes.
Resposta – Item certo.

29. (Cespe/2015/MEC/Cargos de Nível Superior) Na linha 9, os dois-pontos


têm a função de introduzir uma explicação referente à informação
anterior.

Comentário – Sim, é verdade. A informação seguinte constitui um


esclarecimento sobre a mensagem otimista mencionada pelo enunciador.
Resposta – Item certo.

V. Para separar uma oração subordinada substantiva apositiva.


Ex.: Só espero uma coisa: que você estude.

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RETICÊNCIAS

I. Para indicar indecisão, dúvida, insegurança, hesitação,


surpresa na fala da personagem.

Ex.: Jacó! Diga-me... você... me traiu?


II. Para indicar que, em um diálogo, a fala de uma personagem
foi interrompida pela fala de outra.

Ex.: – Já que todos deram sua opinião...


– Um momento, seu presidente, ainda falta eu.

III. Para sugerir ao leitor que dê continuidade à ideia suspensa.

Ex.: Quem não se comunica...


IV. Para indicar, em uma transcrição, que alguns trechos foram
suprimidos.

Ex.: “Vou contar aos senhores [...], principiou Alexandre


amarrando o cigarro de palha.” (Graciliano Ramos)

30. (Cespe/STJ/Técnico Judiciário/Telecomunicações e Eletricidade/2012) O


ponto final empregado logo após “imprensa” poderia ser corretamente
substituído por reticências.

Comentário – É muito importante notar que o examinador focaliza a correção


gramatical, e não a alteração de sentido. Com o ponto final, a frase está
plenamente acabada, isto é, a ideia transmitida está completa. Com
reticências, a ideia torna-se suspensa (o pensamento é interrompido), e o
interlocutor é instigado a imaginar ou completar o sentido da informação. Mas
não existe erro.

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Resposta – Item certo.

TRAVESSÃO

I. Nos diálogos, marca a mudança de interlocutor.

Ex.: – Quais são os símbolos da pátria?


– Que pátria?
– Da nossa pátria, ora bolas! (Paulo Mendes Campos)

II. Serve para isolar/separar palavras, expressões e orações


explicativas, frases intercaladas.

Ex.: Mesmo com o tempo revoltoso – chovia, parava, chovia,


parava outra vez... – a claridade devia ser suficiente p’ra mulher ter avistado
mais alguma coisa. (Mário Palmério)

1 A economia solidária vem-se apresentando como uma


alternativa inovadora de geração de trabalho e renda e uma
resposta favorável às demandas de inclusão social no país. Ela
4 compreende uma diversidade de práticas econômicas e sociais
organizadas sob a forma de cooperativas, associações, clubes
de troca, empresas de autogestão e redes de cooperação — que
7 realizam atividades de produção de bens, prestação de serviços,
finanças, trocas, comércio justo e consumo solidário.
[...]

Internet: <http://portal.mte.gov.br/imprensa> (com adaptações).

31. (Cespe/TRT-10ª Região (DF e TO)/Analista Judiciário/2013) A supressão


do travessão empregado na linha 6 não afetaria a correção gramatical do
texto, mas alteraria o seu sentido original.

Comentário – O travessão separa uma oração adjetiva explicativa. A


supressão dele realmente manteria a correção gramatical do texto, mas

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afetaria o sentido original. A oração explicativa se tornaria restritiva. Esse tipo


de questionamento é comum nas provas do Cespe. Fique atento!
Resposta – Item certo.

[...]
Como nos três anos anteriores, vinte alunos foram vencedores
― cinco em cada gênero trabalhado pelo projeto. Além de
19 opinião (2.º e 3.º anos do ensino médio), a olimpíada destacou
[...]

Língua Portuguesa, 1/2015. Internet: <www.revistalingua.uol.com.br> (com adaptações).

32. (Cespe/2015/FUB/Nível Médio) Na linha 18, caso o travessão fosse


substituído por dois-pontos, não haveria prejuízo para a correção
gramatical do texto.

Comentário – O travessão separa adequadamente uma expressão que


funciona como aposto. Na verdade, ela retoma os “vinte alunos” e os distribui
em grupos de cinco pessoas, de acordo com os gêneros dos trabalhos. Com
esse papel, o travessão poderia muito vem ser substituído pelo sinal de
dois-pontos: Como nos três anos anteriores, vinte alunos foram vencedores:
cinco em cada gênero trabalhado pelo projeto.
Resposta – Item certo.
Atenção! Uso de travessões em vez de vírgulas

Muitas vezes, as vírgulas são substituídas por travessões. Isso


confere modernidade ao texto, além de deixá-lo mais claro. Veja:
1) E aquelas que ainda não tiveram a sua oportunidade – a sua
hora e sua vez, como diria mestre Rosa – ficam num desespero de "aparecer",
de "vencer", de "ser alguém". (Ser alguém, Rachel de Queiroz)
2) Hoje é dia de falar das sogras, essas santas senhoras tão mal
compreendidas neste mundo de Deus. Acredite em tudo o que você sempre
ouviu falar de mal delas, que são perigosas; a melhor política, já que não se
pode matá-la – ainda –, é a distância. (Danuza Leão. Sogra X Sogra)

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3) Como temos pouco poder e voz na arena internacional – e


temos cada vez menos –, os maus resultados por fazer a coisa certa de
maneira errada (para não dizer, errática, como no Mercosul, por exemplo)
permanecem restritos ao nosso território e pesam apenas sobre os nossos
próprios ombros. [...] E seu governo, em vez de fazer certa a coisa -
destravando os investimentos, para fazer a coisa certa, aumentar o
crescimento -, optou por um choque de demanda: [...]. (Marco Antonio Rocha.
O crescimento do Peru no pires. In: Estadão, 5/2/2007)

4) Ironia das ironias, o CMN (Conselho Monetário Nacional) decidiu,


alguns dias antes da semana do consumidor – comemora-se neste 15 de
março o Dia Internacional do Consumidor –, reduzir o rendimento das
cadernetas de poupança e, por tabela, do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo
de Serviço). (Maria Inês Dolci. Balas perdidas contra o consumido. In: Folha,
13/32007)
5) Primeiro, partindo do fato de que os êxitos da medicina estão
eliminando infecções que são das causas mais freqüentes de mortes – e com
isso alongam a vida média das pessoas –, coloca-se esta questão: a
contrapartida da vida mais longa costuma ser a convivência com doenças
crônicas, degenerativas e/ou desabilitantes; O que é mesmo a morte? E a
vida? (Washington Novaes. In: Estadão, 1/2/2008)
Você deve ter observado que, nos exemplos 3, 4 e 5, após o
travessão, há vírgula. Por quê? Experimente tirar o que está entre os
travessões. Você verá que a vírgula é obrigatória.

PARÊNTESES

I. Nas indicações bibliográficas.

Ex.: “Sede assim qualquer coisa serena, isenta, fiel.” (MEIRELLES,


Cecília. Flor de poemas. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1972, p. 109.)
II. Nas indicações cênicas dos textos teatrais.
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Ex.: – Mãos ao alto! (João automaticamente levanta as mãos, com


os olhos fora das órbitas. Amália se volta.) (G. Figueiredo)

III. Para isolar termos e orações intercaladas de natureza


semântica explicativa.

Ex.: “... e a jovem (ela tem dezenove anos) poderia mordê-lo,


morrendo de fome.” (Clarice Lispector)

Veja como a matéria foi cobrada em prova.

[...]
planos de saúde, bem como o equilíbrio do setor. O grupo
7 técnico — composto por representantes de operadoras,
beneficiários, órgãos de defesa do consumidor, entre outros —
estudou o tema e levou em consideração inúmeras publicações
10 disponíveis que dão suporte à proposta feita pela ANS. Além
[...]
Internet: <www.ans.gov.br> (com adaptações).

33. (Cespe/ANS/Técnico Administrativo/2013) Mantém-se a correção


gramatical do período ao se substituir os travessões (l.7 e 8) por vírgulas
ou parênteses.

Comentário – Os travessões foram empregados para isolar uma oração


reduzida de particípio de natureza explicativa. Temos visto até aqui que eles,
os parentes e as vírgulas podem isolar termos e orações dessa mesma
natureza que se intercalam entre a ordem natural dos termos. Veja como
ficaria já com as substituições:
a) O grupo técnico (composto por representantes de
operadoras, beneficiários, órgãos de defesa do
consumidor, entre outros) estudou o tema...

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b) O grupo técnico, composto por representantes de


operadoras, beneficiários, órgãos de defesa do
consumidor, entre outros, estudou o tema...
Devemos reconhecer que, no segundo caso, como já há
outras vírgulas internas na oração intercalada, o emprego de mais duas
vírgulas poluiria o texto, sendo recomendável mesmo a utilização dos
travessões ou dos parênteses para ressaltar a hierarquia entre os constituintes
sintáticos do trecho. Mas o uso das vírgulas em nada prejudicaria a correção
gramatical do período.
Resposta – Item certo.

ASPAS

I. Para indicar citações textuais (palavra, expressão, frase ou


trecho).

Ex.: “Viver é lutar”, disse Gonçalves Dias.


II. Para assinalar neologismos, estrangeirismos, gírias etc.

Ex.: Havia um “play-ground” excelente.


Ele era o que mais “colava” na prova.
III. Citar títulos de obras artísticas ou científicas (livros, revistas,
jornais, filmes).

Ex.: “Vidas Secas” ganhou vários prêmios.

IV. Para indicar ironia.

Ex.: Com um “amigo” desses... ninguém precisa de inimigo!

V. Também as aspas são usadas para ressaltar conceitos que se


deseja pôr em evidência.

Ex.: Desde os cinco anos merecera eu a alcunha de “menino


diabo”. (Machado de Assis)

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Veja como esta matéria já foi cobrada em prova.

1 O Tribunal Regional do Trabalho da 10.ª Região


(TRT), após autorização da presidenta, efetuou a doação de
diversos equipamentos, chamados de “passíveis de
4 desfazimento” [...]
Internet: <www.trt10.jus.br> (com adaptações).

34. (Cespe/TRT-10ª Região (DF e TO)/Técnico Judiciário/2013) O emprego de


aspas em ‘passíveis de desfazimento’ (L.3-4) justifica-se porque
‘desfazimento’ é expressão não dicionarizada que constitui neologismo.

Comentário – Não se trata de um neologismo, pois o vocábulo desfazimento


encontra-se elencado nos mais diversos dicionários (Aulete, Michaelis) e no
próprio Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP).
As aspas foram utilizadas para ressaltar um conceito bem
conhecido no ambiente administrativo e contábil.
Resposta – Item errado.

Fique com Deus e até o próximo encontro!

Albert Iglésia

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Lista das Questões Comentadas

1 A participação das mulheres no mercado de trabalho


tem-se ampliado nas últimas décadas, todavia elas ainda
enfrentam processos de segregação ocupacional horizontal e
4 vertical de gênero, marcados, entre outros aspectos, por
discriminação, precarização, desigualdades salariais e
desvalorização profissional. A divisão do trabalho doméstico,
7 a socialização de homens e mulheres e as relações de poder
entre os gêneros são aspectos que contribuem para a construção
[...]

Nanci Stancki Silva. Engenharias no Brasil: mudanças no perfil de


gênero? Internet: <www.fazendogenero.ufsc.br> (com adaptações).

1. (Cespe/Câmara dos Deputados/Analista/2012) No trecho “A divisão do


trabalho doméstico, a socialização de homens e mulheres e as relações de
poder entre os gêneros” (l.6-8), o emprego da vírgula no lugar do
conectivo “e”, em “homens e mulheres”, não alteraria a relação
semântico-sintática entre os termos da oração.

[...]
O encontro terá a participação de ministros de
10 tribunais superiores, desembargadores, juízes, promotores,
advogados, delegados, diretores de tribunais e professores
universitários. Entre as palestras, painéis e mesas-redondas
13 estão programados temas a respeito de gestão, informatização,
correição virtual, paradigmas, meio ambiente, conciliação,
comunicação, todos eles relacionados à justiça.
Internet: <www.trt10.jus.br> (com adaptações).

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2. (Cespe/TRT-10ª Região (DF e TO)/Técnico Judiciário/2013) No segundo


parágrafo, excetuada a última, todas as demais vírgulas têm a mesma
justificativa de uso.

1 As obras de dragagem objetivam remover os


sedimentos que se encontram no fundo do corpo d'água para
permitir a passagem das embarcações, garantindo o acesso ao
4 porto. Na maioria das vezes, a dragagem é necessária quando
da implantação do porto, para o aumento da profundidade
natural no canal de navegação, no cais de atracação e na bacia
7 de evolução. Também é necessária sua realização periódica
para o alcance das profundidades que atendam o calado das
embarcações.

Internet: <www.antaq.gov.br> (com adaptações)

3. (Cespe/Antaq/Nível Médio/2014) A vírgula empregada após “navegação”


(L.6) é utilizada para isolar elementos de mesma função sintática que
compõem uma enumeração.

[...]
que fosse domiciliado. Candidatos a vereador e a juiz de paz
tinham apenas de comprovar residência no município e no
25 distrito por mais de dois anos; candidatos a deputado
provincial, dois anos na província; candidatos a deputado geral,
renda anual de 800 mil réis; e candidatos a senador deviam
28 comprovar, além da idade de quarenta anos, a percepção de
renda anual de um milhão e seiscentos mil réis.
[...]
Títulos eleitorais: 1881-2008. Brasília: Tribunal Superior
Eleitoral, Secretaria de Gestão da Informação, 2009,
p. 11-2. Internet: <www.tse.jus.br> (com adaptações).

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4. (Cespe/2015/TRE-GO/Técnico Judiciário) Na linha 26, as vírgulas


empregadas após os vocábulos “provincial” e “geral” evitam a repetição
da expressão “tinham apenas de comprovar”, já expressa na linha 24.

[...]
4 o país planeja estar cada vez mais presente no cosmos. Os
próximos passos serão o lançamento de uma estação espacial
e o envio de astronaves à Lua e a Marte. Tecnologia para essa
7 empreitada os chineses têm. Dinheiro, também. E motivação
política, isso então nem se fala. A missão Shenzhou VII, por
[...]
Tatiana de Mello. A vez dos taikonautas. In: Istoé, 8/10/2008 (com adaptações).

5. (Cespe/2014/TJ-SE/Técnico Judiciário) Na linha 7, a vírgula empregada


após “Dinheiro” marca a elipse do verbo da oração.

[...]

[...]

6. (Cespe/TC-DF/Auditor de Controle Externo/2012) Justifica-se o emprego


da vírgula logo após “mas” (L.18) para enfatizar o sentido de contraste
introduzido por essa conjunção, razão por que a supressão desse sinal de
pontuação não acarretaria prejuízo gramatical ao texto.

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1 A expansão da telefonia celular, impulsionada pela


privatização do sistema TELEBRAS, em 1998, está entre as
maiores conquistas da economia brasileira nas últimas duas
4 décadas. [...]
Veja, 25/7/2012, p. 70-1 (com adaptações).

7. (Cespe/Anatel/Analista Administrativo/2012) Feitas as necessárias


adaptações na grafia das palavras, o adjunto adverbial “em 1998” (L.2)
poderia ser deslocado, seguido da vírgula, para o início do parágrafo, sem
que o sentido original e a correção gramatical do texto fossem
prejudicados.

[...]
pelo eleitor no resultado das urnas. Assim, embora louvável o
7 esforço, não lhe cabe primar por “votos de qualidade”, apenas
pelos votos legitimamente conquistados.
[...]
de sua vontade. Embora por vezes seja atraente o discurso de
13 que uma das funções da justiça eleitoral seria incentivar o
eleitor a melhor escolher seus candidatos, a utilizar-se de
critérios objetivos e a não levar em conta elementos menores
16 que o interesse público, este não é o seu papel.
Paola Biaggi Alves de Alencar. A concretização do direito eleitoral
a partir dos princípios constitucionais estruturantes. In: Revista
de Julgados/Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso, vol. 1, 2002,
Cuiabá: TRE/MT, 2002/6 v, p. 99 (com adaptações).

8. (Cespe/TRE-MS/Analista Judiciário/2013) O mesmo motivo justifica o


emprego de vírgula logo depois de “esforço” (L.7) e de “candidatos”
(L.14).

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1 O Tribunal Regional do Trabalho da 10.ª Região


(TRT), após autorização da presidenta, efetuou a doação de
diversos equipamentos, chamados de “passíveis de
4 desfazimento” [...]
Internet: <www.trt10.jus.br> (com adaptações).

9. (Cespe/TRT-10ª Região (DF e TO)/Técnico Judiciário/2013) O trecho “após


autorização da presidenta” (L.2) está entre vírgulas porque se trata de
adjunto adverbial intercalado na oração principal, ou seja, deslocado em
relação à ordem direta.

[...]
Isso ocorre desde os desdobramentos da Revolução
Industrial no século XIX, quando ciência e tecnologia
10 passaram a constituir um binômio, abreviadamente
expresso por C&T, no qual, cada vez mais, conhecimento
científico e técnica se entrelaçam. [...]
Raquel Folmer Corrêa. Tecnologia e sociedade: análise de tecnologias sociais
no Brasil contemporâneo. Porto Alegre: UFRGS, 2010. Dissertação de mestrado.
In: Internet: <http://www.lume.ufrgs.br> (com adaptações).

10. (Cespe/INPI/Todos os Cargos/2013) Na linha 11, a retirada da vírgula


logo após a expressão “no qual” acarretaria prejuízo gramatical ao texto.

1 Em 2012, o CNJ promoveu, em parcerias com órgãos


do Executivo e do Judiciário, campanhas importantes para
promover o bem-estar do cidadão, como a da aplicação da Lei
[...]

Internet: <www.cnj.jus.br/q2rc> (com adaptações).

11. (Cespe/2013/CNJ/Técnico Judiciário/Área Administrativa) Na linha 1,


vírgula logo após “2012” poderia ser suprimida, sem prejuízo para a

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correção gramatical do texto, uma vez que a expressão “Em 2012”


classifica-se como um adjunto adverbial de pequena extensão.

1 Estação do ano mais aguardada pelos brasileiros, o


verão não é sinônimo apenas de praia, corpos à mostra e pele
bronzeada. O calor extremo provocado por massas de ar quente
[...]
Internet: <www.correioweb.com.br> (com adaptações).

12. (Cespe/2015/FUB/Nível Médio) Seria mantida a correção gramatical do


período caso o fragmento “Estação do ano mais aguardada pelos
brasileiros" (l.1) fosse deslocado e inserido, entre vírgulas, após “verão"
(l.2) feitos os devidos ajustes de maiúsculas e minúsculas.

[...]

13. (Cespe/PC-CE/Inspetor de Polícia/2012) A vírgula após “Ora” (L.3) pode


ser suprimida sem prejuízo para a correção gramatical e para o sentido
original do texto.

[...]
sobreviveu nos tribunais. O Código Penal de 1890 livrava da
condenação quem matava “em estado de completa privação de
19 sentidos”. O atual Código Penal, de 1940, abrevia a pena dos
criminosos que agem “sob o domínio de violenta emoção”. Os
[...]
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Ricardo Westin e Cintia Sasse. Dormindo com o inimigo. In: Jornal do Senado.
Brasília, 4/jul./2013, p. 4-5. Internet: <www.senado.gov.br> (com adaptações).

14. (Cespe/2014/TJ-SE/Nível Superior) O emprego das vírgulas que isolam


“de 1940” (l. 19) é facultativo, de modo que a supressão dessas vírgulas
não prejudicaria o sentido original ou a correção gramatical do texto.

[...]
muita autonomia às unidades regionais. Os militares, por outro
10 lado, defendiam um Poder Executivo forte e se opunham à
autonomia buscada pelos civis. Isso sem mencionar as
acirradas disputas internas de cada grupo. Esse era um quadro
13 que demonstrava a grande instabilidade sentida pelos cidadãos
que viveram naqueles anos. Mas havia cidadãos?
[...]

Ane Ferrari Ramos Cajado, Thiago Dornelles e Amanda Camylla Pereira.


Eleições no Brasil: uma história de 500 anos. Brasília: Tribunal Superior
Eleitoral, 2014, p. 27-8. Internet: <www.tse.jus.br> (com adaptações).

15. (Cespe/2015/TRE-GO/Analista Judiciário) A inserção de vírgula logo após


“Mas" (L.14) não prejudicaria a correção gramatical do texto, pois, nesse
caso, a utilização da vírgula é de caráter facultativo.

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Aula 5 – Pontuação

[...]

[...]

16. (Cespe/TJ-RR/Nível Superior/2012) A omissão da vírgula empregada após


a palavra “defesa” (L.7) acarretaria incorreção gramatical.

[...]
10 e harmonia nas sociedades estatais. A concentração do poder
em um só órgão ou pessoa viria sempre em detrimento do
exercício da liberdade. É que, como observou Montesquieu,
13 “todo homem que tem poder tende a abusar dele; ele vai até
onde encontra limites. Para que não se possa abusar do poder
[...]
Fernanda Leão de Almeida. A garantia institucional do Ministério Público em função da
proteção dos direitos humanos. Tese de doutorado. São Paulo: USP, 2010, p. 18-9.
Internet: <www.teses.usp.br> (com adaptações).

17. (Cespe/2015/MPU/Analista) A correção gramatical e a coerência do texto


seriam preservadas, caso a vírgula empregada logo após o vocábulo “que”
(l.12) fosse eliminada.

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[...]
Naquela época, o voto não era universal: para
participar do processo eleitoral, requeriam-se 200 mil réis de
13 renda líquida anual comprovada. Havia, no entanto, a previsão
[...]
Títulos eleitorais: 1881-2008. Brasília: Tribunal Superior
Eleitoral, Secretaria de Gestão da Informação, 2009,
p. 11-2. Internet: <www.tse.jus.br> (com adaptações).

18. (Cespe/2015/TRE-GO/Técnico Judiciário) Caso a vírgula que sucede o


vocábulo “eleitoral” (l.12) fosse suprimida, o sentido do texto seria
preservado, mas não a sua correção gramatical.

Leis anticorrupção não andam


1 O Brasil é signatário de pelo menos quatro
convenções internacionais que tratam do combate à corrupção.
No entanto, segundo estudo da Fundação Getúlio Vargas,
4 desperdiça cerca de R$ 7 bilhões por ano com a perda de
produtividade provocada por fraudes públicas, além de figurar
entre os principais países onde a corrupção é um empecilho
7 para o crescimento. [...]

Correio Braziliense, 19/9/2012, p. 6 (com adaptações).

19. (Cespe/TCE-ES/ACE/2012) A inserção de vírgula imediatamente após a


palavra “internacionais” (L.2) manteria a correção gramatical e o sentido
original do texto e ainda conferiria ênfase à ideia expressa na oração
subsequente, ou seja, ao fato de as convenções internacionais versarem
sobre o combate à corrupção.

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Aula 5 – Pontuação

[...]
10 as pessoas não torceram apenas pela condenação dos principais
suspeitos. Torceram também para que a versão que inculpou
o pai e a madrasta fosse verdadeira.
[...]
Maria Rita Khel. A morte do sentido. Internet:
<www.mariaritakehl.psc.br> (com adaptações).

20. (Cespe/Polícia Federal/Escrivão/2013) Sem prejuízo da correção


gramatical e do sentido do texto, a oração “que inculpou o pai e a
madrasta” (l.11-12) poderia ser isolada por vírgulas, sendo a opção pelo
emprego desse sinal de pontuação uma questão de estilo apenas.

[...]
militares. Os civis, representados pelas elites das principais
7 províncias — São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio
Grande do Sul —, queriam uma república federativa que desse
muita autonomia às unidades regionais. Os militares, por outro
10 lado, defendiam um Poder Executivo forte e se opunham à
autonomia buscada pelos civis. Isso sem mencionar as
[...]
Ane Ferrari Ramos Cajado, Thiago Dornelles e Amanda Camylla Pereira.
Eleições no Brasil: uma história de 500 anos. Brasília: Tribunal Superior
Eleitoral, 2014, p. 27-8. Internet: <www.tse.jus.br> (com adaptações).

21. (Cespe/2015/TRE-GO/Analista Judiciário) Caso as vírgulas que isolam o


trecho “representados (...) do Sul —" (L. de 6 a 8) fossem suprimidas, a
correção gramatical do texto seria mantida, mas o seu sentido original
seria alterado.

1 Enviar informações para um território de


8,514 milhões de km2, colocando em contato mais de
190 milhões de habitantes, e, além disso, gerar riqueza e
4 avanço social não são tarefa fácil. [...]
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Internet: <www.ipea.gov.br> (com adaptações).

22. (Cespe/Anatel/Técnico Administrativo/2012) O emprego de vírgulas para


isolar o segmento “colocando em contato mais de 190 milhões de
habitantes” (L.2-3) justifica-se por isolar oração reduzida de gerúndio
intercalada.

[...]

23. (Cespe/PC-CE/Inspetor de Polícia/2012) Na linha 33, caso se insira, antes


de “caracterizado”, o segmento que é, será necessário, para a
manutenção da correção gramatical e do sentido do período, o emprego
de vírgula após “mundo”.

[...]
10 A rigor, não há grande diferença entre o emprego
dessas duas palavras na psicanálise e no materialismo histórico.
[...]
Maria Rita Kehl. 18 crônicas e mais algumas.
São Paulo: Boitempo, 2011, p. 142 (com adaptações

24. (Cespe/PF/Agente/2012) Com correção gramatical, o período “A rigor (...)


histórico” (l.10-11) poderia, sem se contrariar a ideia original do texto, ser

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assim reescrito: Caso se proceda com rigor, a análise desses conceitos,


verifica-se que não existe diferenças entre eles.

[...]

[...]

25. (Cespe/PC-CE/Inspetor de Polícia/2012) Sem que haja prejuízo para o


sentido original do texto, “Isso” (L.24) pode ser corretamente substituído
por o que, desde que se substitua o ponto que antecede esse pronome
por ponto e vírgula.

1 Em 2012, o CNJ promoveu, em parcerias com órgãos


do Executivo e do Judiciário, campanhas importantes para
promover o bem-estar do cidadão, como a da aplicação da Lei
4 Maria da Penha no âmbito dos tribunais; a do reconhecimento
da paternidade voluntária; a do fortalecimento da ideia de
conciliação no Judiciário; e a de valorização da vida.
[...]
Internet: <www.cnj.jus.br/q2rc> (com adaptações).

26. (Cespe/CNJ/Técnico Judiciário/2013) Prejudica-se a correção gramatical


do período ao se substituir os sinais de ponto e vírgula por vírgulas no
trecho “como a da aplicação da Lei Maria da Penha (...) a de valorização
da vida” (L.3-6).

1 Uma casa tem muita vez as suas relíquias, lembranças


de um dia ou de outro, da tristeza que passou, da felicidade que

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se perdeu. Supõe que o dono pense em as arejar e expor para


[...]
Machado de Assis. Advertência. In: Relíquias da
casa velha. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1986.

27. (Cespe/2015/CGE-PI/Auditor Governamental) O emprego de dois-pontos


em substituição à vírgula logo após a expressão “suas relíquias” (l.1) não
geraria erro gramatical.

[...]

28. (Cespe/PC-CE/Inspetor de Polícia/2012) Com os devidos ajustes de


maiúsculas e minúsculas, o ponto após “passados” (L.27) pode ser
substituído por dois-pontos sem que haja prejuízo para a correção
gramatical e o sentido original do texto.

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Aula 5 – Pontuação

29. (Cespe/2015/MEC/Cargos de Nível Superior) Na linha 9, os dois-pontos


têm a função de introduzir uma explicação referente à informação
anterior.

30. (Cespe/STJ/Técnico Judiciário/Telecomunicações e Eletricidade/2012) O


ponto final empregado logo após “imprensa” poderia ser corretamente
substituído por reticências.

1 A economia solidária vem-se apresentando como uma


alternativa inovadora de geração de trabalho e renda e uma
resposta favorável às demandas de inclusão social no país. Ela
4 compreende uma diversidade de práticas econômicas e sociais

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Aula 5 – Pontuação

organizadas sob a forma de cooperativas, associações, clubes


de troca, empresas de autogestão e redes de cooperação — que
7 realizam atividades de produção de bens, prestação de serviços,
finanças, trocas, comércio justo e consumo solidário.
[...]
Internet: <http://portal.mte.gov.br/imprensa> (com adaptações).

31. (Cespe/TRT-10ª Região (DF e TO)/Analista Judiciário/2013) A supressão


do travessão empregado na linha 6 não afetaria a correção gramatical do
texto, mas alteraria o seu sentido original.

[...]
Como nos três anos anteriores, vinte alunos foram vencedores
― cinco em cada gênero trabalhado pelo projeto. Além de
19 opinião (2.º e 3.º anos do ensino médio), a olimpíada destacou
[...]

Língua Portuguesa, 1/2015. Internet: <www.revistalingua.uol.com.br> (com adaptações).

32. (Cespe/2015/FUB/Nível Médio) Na linha 18, caso o travessão fosse


substituído por dois-pontos, não haveria prejuízo para a correção
gramatical do texto.

[...]
planos de saúde, bem como o equilíbrio do setor. O grupo
7 técnico — composto por representantes de operadoras,
beneficiários, órgãos de defesa do consumidor, entre outros —
estudou o tema e levou em consideração inúmeras publicações
10 disponíveis que dão suporte à proposta feita pela ANS. Além
[...]
Internet: <www.ans.gov.br> (com adaptações).

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Aula 5 – Pontuação

33. (Cespe/ANS/Técnico Administrativo/2013) Mantém-se a correção


gramatical do período ao se substituir os travessões (l.7 e 8) por vírgulas
ou parênteses.

1 O Tribunal Regional do Trabalho da 10.ª Região


(TRT), após autorização da presidenta, efetuou a doação de
diversos equipamentos, chamados de “passíveis de
4 desfazimento” [...]
Internet: <www.trt10.jus.br> (com adaptações).

34. (Cespe/TRT-10ª Região (DF e TO)/Técnico Judiciário/2013) O emprego de


aspas em ‘passíveis de desfazimento’ (L.3-4) justifica-se porque
‘desfazimento’ é expressão não dicionarizada que constitui neologismo.

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Prof. Albert Iglésia
Aula 5 – Pontuação

Gabarito das Questões Comentadas

1. Item errado 30. Item certo


2. Item certo 31. Item certo
3. Item certo 32. Item certo
4. Item certo 33. Item certo
5. Item certo 34. Item errado
6. Item errado
7. Item errado
8. Item errado
9. Item certo
10. Item certo
11. Item certo
12. Item certo
13. Item errado
14. Item errado
15. Item errado
16. Item certo
17. Item errado
18. Item certo
19. Item errado
20. Item errado
21. Item certo
22. Item certo
23. Item errado
24. Item errado
25. Item errado
26. Item errado
27. Item certo
28. Item certo
29. Item certo

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Língua Portuguesa para o INSS (Teoria e Exercícios)
Aula 6 – Concordância Verbal e Nominal
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Olá! Como você passou a semana? Espero que esteja aí bem


disposto para mais uma aula de Língua Portuguesa.
Hoje vamos estudar sintaxe de concordância. Eis o que
veremos:

Sumário

Conceito ............................................................................................... 3
Casos gerais de concordância verbal.................................................... 4
Sujeito simples. ................................................................................... 4
Sujeito composto ................................................................................. 8
Casos particulares de concordância verbal.......................................... 10
Verbos impessoais. ..............................................................................10
Verbos unipessoais. .............................................................................11
Sujeito oracional .................................................................................12
Pronome apassivador e índice de indeterminação do sujeito .....................12
Coletivo .............................................................................................13
Expressão partitiva. .............................................................................13
Quantidade aproximada .......................................................................16
Pronome relativo que. ..........................................................................16
Pronome relativo quem. .......................................................................20
Um dos que ........................................................................................20
Pronome indefinido, interrogativo ou demonstrativo + de (dentre) nós, vós ou vocês. ...... 20

Cada um. ...........................................................................................21


Pronome de tratamento. ......................................................................21
Fração. ..............................................................................................21
Porcentagem. .....................................................................................21
Substantivos sinônimos e substantivos em gradação. ..............................22
Aposto resumitivo ...............................................................................22
Infinitivos antônimos ou determinados. ..................................................23
Um e outro. ........................................................................................24
Um ou outro; nem um nem outro ..........................................................24
Sujeitos ligados por ou ou nem. ............................................................25
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Língua Portuguesa para o INSS (Teoria e Exercícios)
Aula 6 – Concordância Verbal e Nominal
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Sujeitos ligados por com ......................................................................26


Haja vista ...........................................................................................26
Títulos de obras e nomes próprios de lugar. ............................................26
Verbo ser ...........................................................................................27
Expressão é que ..................................................................................28
Verbo parecer .....................................................................................28
Verbo no infinitivo. ..............................................................................29
Concordância nominal ......................................................................... 30
Regra geral. .......................................................................................34
Milhão, bilhão, trilhão ..........................................................................34
O adjetivo se refere a mais de um substantivo ........................................35
Substantivos do mesmo gênero ..........................................................35
Substantivos de gêneros diferentes ....................................................35
Substantivos antepostos ....................................................................37
Substantivos pospostos .....................................................................37
Cores .................................................................................................37
Lista das questões comentadas........................................................... 39
Gabarito das questões comentadas ..................................................... 52

Conceito

Concordância nada mais significa do que a relação estabelecida,


como regra geral, entre o verbo da oração e o sujeito dela; entre o artigo, o
adjetivo, o numeral adjetivo, o pronome adjetivo e o substantivo a que se
referem. O primeiro tipo de relação é mais conhecido nos manuais de
gramática e nas salas de aula como concordância verbal; o segundo, como
concordância nominal.
Existem muitas regras específicas, detalhes, exceções envolvendo
esse assunto. Aqui, tentarei abordar um número suficiente de casos.
Começarei pelos casos de concordância verbal. Vamos a eles!

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Língua Portuguesa para o INSS (Teoria e Exercícios)
Aula 6 – Concordância Verbal e Nominal
Prof. Albert Iglésia

Casos Gerais de Concordância Verbal

O verbo e o sujeito de uma oração concordam em número e


pessoa.

"O outono é mais estação da alma..." (C. D. A.)


"Todas estavam ainda verdes." (C. D. A.)

[...]

1. (Cespe/EBC/Cargos de Nível Médio/2011) Prejudica-se a correção


gramatical do período ao se substituir “têm sido” (L.2-3) por são.

Comentário – Você entendeu o que leu? Notou que a banca disse “correção
gramatical”? Então, nada de “viajar na maionese”! Analise apenas a correção
gramatical.
Qual o sujeito da locução verbal “têm sido”? É todo o trecho
“Meios de comunicação de massa financiados por dinheiro público e livres do
controle privado comercial”. Qual é o núcleo desse sujeito? O termo “Meios”,
no plural. É por isso que o verbo “têm” recebeu acento. Portanto a troca pela
forma verbal “são” – também no plural – está correta, respeita a concordância,
não prejudica a correção gramatical.
Resposta – Item errado.

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Língua Portuguesa para o INSS (Teoria e Exercícios)
Aula 6 – Concordância Verbal e Nominal
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[...]

2. (Cespe/PC-CE/Inspetor de Polícia/2012) Não haveria prejuízo para o


sentido do texto se a forma verbal “dizem” (L.2) fosse substituída por
dizemos.

Comentário – Questão muito interessante. Merece todo a nossa atenção.


A concordância da forma verbal “dizem” (terceira pessoa do
plural) leva em consideração o emprego do pronome indefinido substantivo
“Muitos” e a ideia transmitida por ele. Note que o verbo “acreditam” também
está flexionado na terceira pessoa do plural. Dessa forma, o enunciador,
intencionalmente, exclui-se do grupo daqueles que compartilham a mesma
opinião.
O uso da forma dizemos (primeira pessoa do plural) em vez
de “dizem” faz com que o enunciador compartilhe a tal opinião a respeito do
Estado.
Resposta – Item errado.

1 Há evidências de que a oferta de medicação domiciliar


pelas operadoras de planos de saúde traz efeito positivo aos
beneficiários: todas as normas da ANS primam pela pesquisa
[...]
Internet: <www.ans.gov.br> (com adaptações).

3. (Cespe/ANS/Técnico Administrativo/2013) A forma verbal “traz” (l.2) está


no singular porque concorda com o núcleo de seu sujeito: “a oferta” (l.1).

Comentário – Esta questão exige mais atenção do que conhecimento. A


concordância da forma verbal “traz” está corretíssima, pois o núcleo do sujeito
também está no singular. Mas qual é mesmo o núcleo do sujeito “a oferta de
medicação domiciliar pelas operadoras de planos de saúde”?. Seu núcleo é o
substantivo “oferta”. O “a” funciona como adjunto adnominal, um termo

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Aula 6 – Concordância Verbal e Nominal
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acessório, e não integra o núcleo. Todo cuidado é pouco em prova de


concurso!
Resposta – Item errado.

[...]
A fiscalização do cumprimento das garantias de
atendimento é uma forma eficaz de se certificar o beneficiário
10 da assistência por ele contratada, pois leva as operadoras a
ampliarem o credenciamento de prestadores e a melhorarem o
seu relacionamento com o cliente. [...]
Internet: <www.ans.gov.br> (com adaptações).

4. (Cespe/ANS/Técnico Administrativo/2013) Mantém-se a correção


gramatical do período ao se substituir “é” (l.9) por são, desde que
também se substitua “leva” (l.10) por levam.

Comentário – Depois de tudo que foi explicado até aqui, acredito que você já
tenha percebido que a concordância verbal deve levar em conta o núcleo do
sujeito. Fique atento, pois o examinador gosta de apresentar um sujeito
extenso e com um termo plural próximo ao verbo, para induzir o candidato a
concordar o verbo com esse termo, só porque ele está mais próximo do verbo.
Nesta questão, foi isso que aconteceu. O núcleo do sujeito “A
fiscalização do cumprimento das garantias de atendimento” é o substantivo
“fiscalização”, com o qual as formas verbais “é” e “leva” concordam
corretamente. Mas a banca propôs, sutilmente, a concordância com o termo
plural “garantias”.
Resposta – Item errado.

1 A informação virtual adquire, a cada dia, mais


importância. Os acessos às páginas que integram o portal do
CNJ na Internet (www.cnj.jus.br) alcançaram, em novembro de
4 2012, a marca de mais de 16 milhões. [...]
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Aula 6 – Concordância Verbal e Nominal
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Internet: <www.cnj.jus.br/noticias/cnj/> (com adaptações).

5. (Cespe/2013/CNJ/Técnico Judiciário) A forma verbal “alcançaram” (L.3)


está flexionada na 3.ª pessoa do plural porque concorda com “páginas”
(L.2).

Comentário – Todo cuidado é pouco! A concordância é feita com o núcleo do


sujeito: “acessos”. A dica aqui é lembrar que o núcleo do sujeito não surge
preposicionado (“às páginas” = a + as páginas).
prep.
Resposta – Item errado.

[...]
4 porto previsto na rota de navegação. Teoricamente, qualquer
organismo pequeno o suficiente para passar através do sistema
de água de lastro pode ser transferido entre diferentes áreas
[...]
Internet: <www.antaq.gov.br> (com adaptações).

6. (Cespe/2014/Antaq/Nível Médio) A forma verbal “pode” (L.6) está no


singular porque concorda com “sistema de água de lastro” (L. 5 e 6).

Comentário – Não, a concordância não é feita com a expressão indicada pela


banca. Na verdade, a concordância verbal é feita com o substantivo
“organismo”, núcleo do sujeito.
Resposta – Item errado.

[...]
É importante destacar que o art. 154-A do Código
10 Penal (Lei n.º 12.737/2012) trouxe para o ordenamento
jurídico o crime novo de “invasão de dispositivo informático”,
[...]
Artur Barbosa da Silveira. Os crimes cibernéticos e a Lei nº 12.737/2012. In: Internet:
<www.conteudojuridico.com.br> (com adaptações).o.com.br> (com adaptações).

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Aula 6 – Concordância Verbal e Nominal
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7. (Cespe/2015/MPU/Técnico) Na linha 10, a forma verbal “trouxe” está no


singular porque tem de concordar com “Lei”.

Comentário – Não, pois a concordância é feita com “art.”, núcleo do sujeito.


Resposta – Item errado.

[...]
Até Montesquieu, não eram identificadas com clareza
as esferas de abrangência dos poderes políticos: “só se
19 concebia sua união nas mãos de um só ou, então, sua
[...]
Fernanda Leão de Almeida. A garantia institucional do Ministério Público em
função da proteção dos direitos humanos. Tese de doutorado. São Paulo: USP,
2010, p. 18-9. Internet: <www.teses.usp.br> (com adaptações).

8. (Cespe/2015/MPU/Analista) A flexão plural em “eram identificadas” (l.17)


decorre da concordância com o sujeito dessa forma verbal: “as esferas de
abrangência dos poderes políticos” (l.18).

Comentário – Sim, agora está correta a afirmação da banca. Repare que este
é mais um caso de sujeito posposto ao verbo, em que o sujeito ocupa o lugar
em que geralmente aparece o complemento do verbo (seu objeto).
Resposta – Item certo.

Quando o sujeito é composto, isto é, possuir mais de um núcleo,


verifica-se o seguinte:
1. Representado por pessoas gramaticais diferentes  a primeira pessoa
(NÓS) prevalecerá sobre as demais, e a segunda (VÓS) terá preferência
sobre a terceira (ELES).

Eu, tu e os cidadãos (Nós) saímos.


Tu e os cidadãos (Vós) saístes. (norma culta)
Tu e os cidadãos (Vocês) saíram. (norma popular – ocorre que os
pronomes TU e VÓS, no falar do português do Brasil, são

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Aula 6 – Concordância Verbal e Nominal
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frequentemente substituídos por VOCÊ e VOCÊS, o que leva o


verbo para a terceira pessoa)

2. Anteposto ao verbo  o verbo ficará sempre no plural (concordância rígida


ou gramatical).

Pai e filho conversaram longamente.


As imagens e o som não estavam adequados.

[...]

[...]

9. (Cespe/TC-DF/Auditor de Controle Externo/2012) A forma verbal


“representaram” (L.17) está no plural para concordar com o sujeito
composto da oração, cujos núcleos são “fim” (L.15), “século” (L.15) e
“ressurgimento” (L.16).

Comentário – O sujeito realmente é composto, o que faz o verbo


representar flexionar-se no plural. Porém só existem dois núcleos: “fim” e
“ressurgimento”. O substantivo “século” é núcleo do adjunto adverbial “no
século XV”.
Resposta – Item errado.

3. Posposto ao verbo  o verbo poderá ficar no plural (concordância rígida ou


gramatical) ou concordará com o núcleo mais próximo (concordância
atrativa).

Caíram uma flor e duas folhas. (ou “Caiu”, para concordar apenas
com “uma flor”)

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Aula 6 – Concordância Verbal e Nominal
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Saiu o ancião e seus amigos. (ou “Saíram”, para concordar com


todos os núcleos)

Saíste tu e Pedro. (ou “Saístes”, para concordar com todos os


núcleos; ou “Saíram”, de acordo com a norma popular)
ATENÇÃO! Quando há reciprocidade, no entanto, a concordância deve ser
feita no plural.

Agrediram-se o deputado e o senador.


Ofenderam-se o jogador e o árbitro.

Casos Particulares de Concordância Verbal

1. Verbos impessoais  não possuem sujeito, ficando na terceira pessoa do


singular.

Choveu muito.
Verbos que indicam
Deve nevar muito naquelas regiões. fenômenos naturais

Aqui faz verões terríveis.

Deve fazer dez anos que eles chegaram.


Há anos não o vejo. Verbos que indicam
tempo decorrido
Ia para dez anos que não o via.
Já passava de dez horas.

Verbo “haver” com sentido


Poderá haver alunos reprovados. de “existir”, “acontecer”,
“ocorrer”.

[...]
A declaração, marcadamente humanista e sociopolítica, não
25 imaginou o neoliberalismo deste fim de século, com sua “des-
historicização” do tempo, com sua despolitização da vida, com
seu messianismo consumista, com a entronização da economia
28 de mercado como uma “fatalidade” natural, irreversível, fora da

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qual não há possibilidades, com um laissez faire que significa


exclusão.
Francisco Alencar. Para humanizar o bicho homem. In: Francisco Alencar (Org.).
Direitos mais humanos. Brasília: Garamond, 2006. p. 17-31 (com adaptações).

10. (Cespe/TRT-21ª Região/Analista Judiciário/2011) Atenderia à norma


gramatical a substituição da forma verbal “há” (l. 29) por existem.

Comentário – O verbo haver é impessoal na acepção de existir, por isso fica


invariavelmente na terceira pessoa do singular. O termo “possibilidades”
funciona como objeto direto. A preferência pelo uso de existir (verbo pessoal)
torna esse termo sujeito e obriga que entre ele e o verbo haja concordância
número-pessoal: existem possibilidades.
Resposta – Item certo.

[...]
Unidos. No Brasil, não há estudos específicos que associem as
ondas de calor a tipos de internações. “Não é só aí. No mundo
[...]
Internet: <www.correioweb.com.br> (com adaptações).

11. (Cespe/2015/FUB/Nível Médio) Mantêm-se a correção gramatical e o


sentido original do texto ao se substituir “há" (l.17) por existe.

Comentário – Mais uma questão envolvendo o emprego do verbo haver com


sentido de existir. O verbo haver é impessoal nessa acepção, por isso fica
invariavelmente na terceira pessoa do singular. O termo “estudos específicos”
funciona como objeto direto. O emprego de existir (verbo pessoal) torna esse
termo sujeito e obriga que entre ele e o novo verbo haja concordância
número-pessoal: existem estudos específicos.
Resposta – Item errado.

2. Verbos unipessoais  são os que possuem sujeito, ficando na terceira


pessoa do singular ou do plural; os principais são acontecer, bastar,

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caber, constar, convir, faltar, importar, interessar, ocorrer, parecer,


restar, urgir, etc.

Basta uma reflexão.


sujeito

Faltam apenas quatro linhas.


sujeito

3. Sujeito oracional  se o sujeito for oracional, o verbo da oração principal


ficará no singular.

Falta fazer quatro linhas.


sujeito

Urge que tomemos uma atitude radical.


sujeito

4. Pronome apassivador e índice de indeterminação do sujeito

Dá-se aula. (com verbos transitivos diretos ou transitivos diretos e


indiretos, o SE é pronome apassivador e o verbo da oração – “dá”
– deve concordar com o sujeito – “aula”)
Dão-se aulas. (pluralizando-se o sujeito – “aulas” –, o verbo deve
flexionar-se também no plural – “Dão”; e o “se” continua como
pronome apassivador)
Precisa-se de professores. (agora, o vocábulo “SE” acompanha
verbo transitivo indireto – “Precisa” – e, por isso, denomina-se
índice de indeterminação do sujeito, o que força o verbo a ficar na
terceira pessoa do singular, situação que se repete com verbos
intransitivos, de ligação e verbo transitivo direto + SE +
preposição)

[...]
que fragiliza e subordina economias nacionais. Não é
admissível que grupos privados transnacionais — não mais do
19 que três centenas —, com negócios que vão do setor produtivo

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industrial ao setor financeiro, passando pela publicidade e pelas


comunicações, sejam, na verdade, o verdadeiro governo do
22 mundo, hegemonizando governos e nações, derrubando
restrições alfandegárias, impondo seus interesses particulares.
[...]
Francisco Alencar. Para humanizar o bicho homem. In: Francisco Alencar (Org.).
Direitos mais humanos. Brasília: Garamond, 2006. p. 17-31 (com adaptações).

12. (Cespe/TRT-21ª Região/Analista Judiciário/2011) A correção gramatical do


texto seria mantida caso o trecho “Não é admissível” (l. 17-18) fosse
substituído por Não se admitem.

Comentário – Na redação original, o verbo ser está na voz ativa e concorda


na terceira pessoa do singular com o sujeito oracional “que grupos privados
transacionais... sejam... o verdadeiro governo do mundo”. Na redação
proposta, o sujeito continua o mesmo. Por ser oracional, ele faz com que o
novo verbo, admitir (na voz passiva sintética), também se flexione na terceira
pessoa do singular: Não se admite. Portanto não há razão para que o verbo
admitir se flexione na terceira pessoa do plural.
Resposta – Item errado.

5. Coletivo  O verbo concordará com o substantivo coletivo, estando


próximo a ele; mas, se estiver distante, o verbo poderá ficar no
singular ou no plural, conforme se queira destacar mais a ideia dos
indivíduos.

O povo não revelou nada.


O grupo se dividiu; mais adiante, porém, se reuniram (ou
reuniu).

6. Expressão partitiva  quando o sujeito é formado por uma expressão


partitiva (parte de..., metade de..., o grosso de..., a maioria de..., a maior

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parte de..., grande número de..., etc.) seguida de substantivo ou pronome


no plural, o verbo pode ficar no singular ou no plural.

A maioria das crianças não mente. (conc. rígida ou gramatical)

A maioria das crianças não mentem. (conc. com a ideia de plural)

[...]
Esse ato integra o rol de ações relacionadas à
responsabilidade social do tribunal, intensificado a cada gestão.
Internet: <www.trt10.jus.br> (com adaptações).

13. (Cespe/TRT-10ª Região (DF e TO)/Técnico Judiciário/2013) O termo


“intensificado” (L.15) está no singular porque concorda com “rol” (L.14),
mas estaria também correto se colocado no feminino plural —
intensificadas —, forma que concordaria com “ações” (L.14).

Comentário – Esta questão é muito boa, pois traz à luz mais uma expressão
(rol de...) que nos possibilita efetuar a concordância no singular ou no plural.
No texto, o particípio do verbo intensificar flexionou-se no masculino e no
singular por concordar com o núcleo da expressão: “rol”. Mas a flexão no
feminino e no plural para concordar com o termo “ações” seria igualmente
aceita.
Resposta – Item certo, conforme o gabarito preliminar; posteriormente ele foi
anulado pela banca.

O Poder Executivo tomou a correta decisão de vetar


na íntegra a lei que volta a relaxar os controles para a criação
de municípios devido ao efeito devastador que essa lei, caso
4 vigore, causará nas contas públicas, já abaladas.
Criar novas prefeituras significa aumentar a pressão
por aumento dos repasses de estados e da União. Ou seja, mais

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7 gastos públicos. O passado mostra que a maioria das mais de


mil novas cidades não consegue arcar com o custo dos
incontáveis empregos públicos e de estruturas surgidas do
10 nada, apenas devido à mudança de status do distrito para
município.
O Globo, 5/3/2014 (com adaptações).

14. (Cespe/2014/TJ-SE/Nível Médio) A correção gramatical e o sentido do


texto acima seriam preservados caso se substituísse.

a) “significa” (l.5) por significam.


b) “consegue” (l.8) por conseguem.
c) “à mudança” (l.10) por as mudanças.
d) “vetar” (l.1) por vetarem.
e) “causará” (l.4) por causarão.

Comentário – Alternativa A: errada. O sujeito do verbo “significa” é oracional:


“Criar novas prefeituras”. Portanto ele deve permanecer na terceira pessoa do
singular.
Alternativa B: certa. Quando o sujeito se constitui de uma
expressão partitiva, o verbo pode flexionar-se no singular (concordância
gramatical com o núcleo “maioria”) ou no plural (concordância com a ideia
transmitida pelas “mais de mil novas cidades”).
Alternativa C: errada. Em “devido à mudança”, estão presentes
o artigo a e a preposição a, o que justifica o emprego do acento grave
indicativo de crase. Em às mudanças, a diferença é que o artigo foi usado no
plural. Mas as condições para a ocorrência da crase permanecem: a + as =
às.
Alternativa D: errada. O verbo está no infinitivo impessoal,
denominando a ação de impedir, proibir. Para ele não há um sujeito no plural
com o qual deve concordar.
Alternativa E: errada. O verbo deve permanecer concordando
com “essa lei”. Não há outra possibilidade.

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Resposta – B

7. Quantidade aproximada  quando houver uma quantidade aproximada


(perto de..., cerca de..., coisa de..., mais de..., menos de..., etc.) seguida
de substantivo, o verbo obrigatoriamente concordará com o
substantivo.

Cerca de dois mil candidatos passaram no concurso. (concordância


rígida ou gramatical)
ATENÇÃO! Com a expressão mais de um, devemos ter mais cuidado. O
verbo só vai para o plural quando há ideia de reciprocidade ou quando a
expressão surge repetida.

Mais de uma máquina estava parada.


Mais de um casal se agrediram.
Mais de uma flor, mais de uma folha foram arrancadas.

8. Pronome relativo que  se o sujeito for o pronome relativo que, o verbo


concordará com o antecedente.

Fui eu que cheguei por último.

Foste tu que chegaste por último.

[...]

[...]

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15. (Cespe/TJ-ES/Analista Judiciário/Letras/2011) Na linha 7, é obrigatória a


flexão de plural em “englobam” porque o sujeito da oração, o pronome
relativo “que”, refere-se a “fontes”.

Comentário – Aplicação simples da regra. Quando o sujeito é o pronome


relativo que, a concordância é feita com o termo referente (ou substituído).
Resposta – Item certo.

16. (Cespe/TJ-RR/Nível Médio) A forma verbal “têm” em “têm esse originário


poder” (L.5) está empregada no plural porque faz parte de uma cadeia
coesiva cujos elementos se referem a “magistrados” (L.1).

Comentário – O forma verbal “têm” está flexionada corretamente no plural


(note o emprego do acento circunflexo). Isso ocorre porque o pronome relativo
“que” é, sintaticamente, o sujeito dele e se refere ao antecedente “os” (=
aqueles, pronome demonstrativo). Por sua vez, esse pronome demonstrativo

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não retoma o substantivo “magistrados”, mas faz menção aos verdadeiros


governantes da sociedade.
Resposta – Item errado.

17. (Cespe/TRE-MS/Técnico Judiciário/2013) Nas opções a seguir são


apresentados trechos adaptados de Os Novos Atores Políticos, de Vladimir
Safatle, texto publicado em Carta Capital. Assinale a opção em que o
trecho apresentado está gramaticalmente correto.

a) Que juízes se vejam como atores políticos, não deveria ser visto como um
problema.
b) A interpretação das leis não pode ser feita sem apelo a interpretação das
demandas políticas que circula no interior da vida social de um povo.
c) Interpretar uma lei é se perguntar sobre, o que os legisladores
procuravam realizar?
d) Um dos fatos mais relevantes de 2012 foram a transformação dos juízes
do Supremo Tribunal Federal em novos atores políticos.
e) Há algum tempo, a Suprema Corte virou protagonista de primeira
grandeza nos debates políticos nacionais.

Comentário – Alternativa A: errada. A virgular separou o sujeito (“Que juízes


se vejam como atores políticos”) do verbo (“não deveria ser visto...”).
Ressalte-se que a concordância entre esses termos está correta, pois o sujeito
é representado por uma oração – o que mantém o verbo flexionado na terceira
pessoa do singular.
Alternativa B: errada. Claramente se percebe a ausência
indevida do acento grave sobre o “a” após o substantivo “apelo”. Este nome
rege preposição a para introduzir seu complemento (“a interpretação...”). Tal
complemento, por sua vez, se faz acompanhar do artigo feminino a. Portanto a
junção de a (preposição) + a (artigo) = à. Se preferir, torque o substantivo
feminino “interpretação” por um substantivo masculino e confirme a presença
de um artigo: ...apelo ao intérprete... Agora surge um pequeno impasse. O

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pronome relativo “que” se refere a “demandas políticas” ou ao núcleo da


expressão: “interpretação”? No primeiro caso, o verbo “circula” deveria estar
flexionado no plural: circulam (demandas políticas circulam). No segundo, a
concordância está correta. Sinceramente, eu acredito que a referência é feita
com o antecedente “demandas políticas”. São essas demandas que circulam no
meio da vida social do povo. Uma interpretação das leis não pode desprezar a
interpretação dessas demandas.
Alternativa C: errada. Novamente surge um problema de
pontuação. A vírgula isolou indevidamente o complemento do verbo
“perguntar”. Não pode haver tal separação entre o verbo e o seu objeto.
Alternativa D: errada. Observe o trecho “Um dos fatos mais
relevantes de 2012 foram”. O núcleo do sujeito é o termo “Um”, que leva o
verbo para o singular: foi.
Alternativa E: certa. Não há problemas nela. Notamos a
perfeita concordância entre sujeito e verbo e entre substantivos e adjetivos.
Além disso, percebemos o adequado emprego da forma verbal “Há” na
indicação de tempo decorrido.
Resposta – E

[...]
LG – Temos limites nas nossas políticas econômicas,
além de disputas sociais e políticas que atrapalham a discussão
4 sobre a quantidade de recursos. Sabemos que um Sistema Único
[...]
Natalia Cuminale. Desafios brasileiros. Brasil precisa dobrar gasto em saúde, diz
especialista. Internet: <http://veja.abril.com.br> (com adaptações).

18. (Cespe/MS/Todos os Cargos/2013) A flexão no plural da forma verbal


“atrapalham” (l.3) deve-se ao emprego de “limites” (l.2).

Comentário – É importante notar a existência do pronome relativo “que”. Ele


é o sujeito da forma verbal “atrapalham” e está substituindo o antecedente

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“disputas sociais e políticas” (= elas). Diz a regra que o verbo concorda com o
antecedente do pronome relativo que quando este funciona como sujeito. Eis o
entendimento que você precisa ter para acertar a questão: disputas sociais e
políticas (= que) atrapalham a discussão.
Resposta – Item errado.

9. Pronome relativo quem  o verbo concordará com o antecedente ou


ficará na terceira pessoa do singular.

Fui eu quem cheguei por último.

Fui eu quem chegou por último.

10. Um dos que  o verbo ficará na terceira pessoa do singular,


concordando com um, ou na terceira pessoa do plural, concordando
com os (dos = de + os).

Você é um dos que fala/falam menos.


O Amazonas é um dos rios que corta/cortam a floresta equatorial.
ATENÇÃO! Quando houver idéia de exclusão necessária, o verbo ficará no
singular.

É uma das tragédias de Racine que se apresentará hoje no teatro.


Ela é uma das candidatas que preencherá a vaga.

11. Pronome indefinido, interrogativo ou demonstrativo + de (dentre) nós,


vós ou vocês  o verbo concorda com o pronome (sujeito); mas, se
este estiver no plural, o verbo poderá concordar com o pronome
pessoal.

Algum dentre vós sairá antes?

Quais de nós sairão (sairemos) antes?

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Falo com aqueles dentre vós que trabalham (trabalhais).

12. Cada um  o verbo ficará no singular.

Cada um de nós estudará para o concurso.


Cada um de vocês passará.

13. Pronome de tratamento  o verbo concordará sempre na terceira


pessoa do singular ou do plural.
Vossa Excelência é muito digno.
Vossas Senhorias são muito exigentes.

14. Fração  rigorosamente, o verbo concorda com o numerador; havendo


parte inteira, o verbo concordará com ela.

Um terço dos alunos foi embora.


Dois inteiros e um quarto dos alunos passaram.

ATENÇÃO! É possível ainda usar o verbo no plural quando o número


fracionário vier seguido de substantivo no plural. Essa posição é sustentada,
por exemplo, pelo mestre Cegalla (Novíssima gramática da Língua Portuguesa,
48ª edição, Companhia Editora Nacional, São Paulo, 2008, página 470)

“Um quinto dos homens eram de cor escura.”

Recomendo que você observe atentamente todas as opções


apresentadas pelo examinador.

15. Porcentagem  o verbo concorda, a rigor, com o numeral.

Um por cento dos alunos recusou-se a colaborar.


Vinte e cinco por cento dos candidatos faltaram.
Apenas 1,78% votou nesse candidato.

ATENÇÃO! Bechara (Moderna gramática portuguesa – 37ª edição revista,


ampliada e atualizada conforme o novo Acordo Ortográfico – Rio de Janeiro:
Nova Fronteira – 2009 – página 566) nos ensina que “Nas linguagens

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modernas em que entram expressões numéricas de porcentagem, a tendência


é fazer concordar o verbo com o termo preposicionado que especifica a
referência numérica”.

“Trinta por cento do Brasil assistiu à transmissão dos jogos da Copa.”

Trinta por cento dos brasileiros assistiram aos jogos da Copa.”

Aqui também recomendo que você observe atentamente todas as


opções apresentadas pelo examinador, que pode considerar corretas as duas
possibilidades de concordância.

19. (Cespe/2015/TRE-GO/Analista Judiciário) O trecho “votaram 2,2% da


população” (L. 20 e 21) poderia, sem prejuízo gramatical ou de sentido
para o texto, ser reescrito da seguinte forma: 2,2% da população
votou.

Comentário – Mesmo sem o texto, é possível responder à questão. Observe


como a banca aceitou os dois tipos de concordância (com o numeral e com a
expressão que especifica o numeral).
Resposta – Item certo.

16. Substantivos sinônimos (ou quase sinônimos) e substantivos em


gradação  o verbo concorda gramaticalmente com todos os núcleos
ou atrativamente com o mais próximo.

Medo e temor me assusta/assustam.

Uma palavra, um movimento, um simples gesto


causava/causavam-lhe medo.

17. Aposto resumitivo  se o sujeito composto for resumido por um aposto


(pronome indefinido), o verbo concordará com o aposto.

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Alunos, professores, diretores, ninguém chegava a um acordo.


sujeito composto aposto resumitivo

Pelé, Garrincha, Didi, todos foram campeões mundiais.


sujeito composto aposto
resumitivo

18. Infinitivos antônimos ou determinados  verbo no plural.

Discordar e apoiar são próprios da democracia.


O andar e o nadar fazem bem à saúde.

ATENÇÃO! Se os infinitivos não forem antônimos ou não estiverem


determinados, o verbo ficará no singular.

Andar e nadar faz bem a saúde.


Sujar a roupa de giz e passar a noite corrigindo prova nunca
desanimou os professores.

1 Imagine que um poder absoluto ou um texto sagrado


declarem que quem roubar ou assaltar será enforcado (ou terá
a mão cortada). Nesse caso, puxar a corda, afiar a faca ou
4 assistir à execução seria simples, pois a responsabilidade moral
do veredicto não estaria conosco. [...]
Contardo Calligaris. Terra de ninguém – 101 crônicas.
São Paulo: Publifolha, 2004, p. 94-6 (com adaptações).

20. (Cespe/PF/Agente/2012) No período “Nesse caso (...) estaria conosco”


(l.3-5), como o conector “ou” está empregado com sentido aditivo, e não,
de exclusão, a forma verbal do predicado “seria simples” poderia,
conforme faculta a prescrição gramatical, ter sido flexionada na terceira
pessoa do plural: seriam.

Comentário – Realmente a conjunção “ou” possui valor semântico aditivo,


pois não exclui a possibilidade de “assistir à execução”. Entretanto os
infinitivos não são antônimos nem estão determinados: “puxar a corda, afiar
a faca ou assistir à execução”. Portanto o verbo deve permanecer no singular.
Resposta – Item errado.
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[...]
22 engenharia, como entendida atualmente. Pode-se dizer que a
engenharia científica só teve início quando se chegou a um
consenso de que tudo aquilo que se fazia em bases empíricas
25 e intuitivas era, na realidade, regido por leis físicas e
matemáticas, que importava descobrir e estudar. Leonardo da
Vinci e Galileu, nos séculos XV e XVII, podem ser
28 considerados os precursores da engenharia científica.
Pedro Carlos da Silva Telles. História da engenharia no
Brasil. Internet: <www.ebah.com.br> (com adaptações).

21. (Cespe/Câmara dos Deputados/Analista Legislativo) A flexão de singular


na forma verbal “importava” (l.26) justifica-se por ser o sujeito da oração
indeterminado, de interpretação genérica.

Comentário – O sujeito do verbo “importava” é composto, determinado e


constituído pelos infinitivos verbais “descobrir e estudar”. Como esses
infinitivos não estão determinados nem são antônimos, o verbo “importava”
mantém-se na terceira pessoa do singular. A dificuldade de muitos candidatos
está no fato de o sujeito aparecer posposto ao verbo, na posição normalmente
ocupada pelo objeto. Conscientes disso, os examinadores exploram bastante
casos assim.
Resposta – Item errado.

19. Um e outro  verbo no singular ou no plural.


Um e outro jogador foi/foram expulsos.

ATENÇÃO! Havendo ideia de reciprocidade com a expressão um e outro, o


plural é obrigatório.

Um e outro insultaram-se.

20. Um ou outro; nem um nem outro  a corrente majoritária indica o


singular; todavia esses casos suscitam divergências entre consagrados
autores:

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Um ou outro jogador fez gols.


Nem um nem outro garoto brigou na rua.

a) Cunha e Cintra: “As expressões um ou outro e nem um nem


outro, empregadas como pronome substantivo ou como pronome adjetivo,
exigem normalmente o verbo no singular: Nem um nem outro havia idealizado
previamente este encontro.” Prosseguem os mestres: “Não é rara, porém, a
construção com o verbo no plural quando as expressões se empregam como
pronome substantivo: Nem um nem outro desejavam questionar.” (Nova
gramática do português contemporâneo, 5ª edição, Rio de Janeiro: Lexikon,
2008, página 527);

b) Pasquale e Ulisses: “Com as expressões um ou outro e nem


um nem outro, a concordância costuma ser feita no singular, embora o plural
também seja praticado. [...] Não há uniformidade no tratamento dado a essas
expressões por gramáticos e escritores.” (Gramática da língua portuguesa, São
Paulo: Scipione, 1998, página 486);

c) Bechara: “Com nem um nem outro é de rigor o singular para o


substantivo e verbo: Nem um nem outro livro merece ser lido.” (Moderna
gramática portuguesa, 37ª edição revista, ampliada e atualizada conforme o
novo Acordo Ortográfico, Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2009, página 548);

d) Cegalla: “O sujeito sendo uma dessas expressões [um e outro e


nem um nem outro], o verbo concorda, de preferência, no plural. Exemplos:
Nem uma nem outra foto prestavam [ou prestava]” (Novíssima gramática da
língua portuguesa, 48a. edição revista, São Paulo: Companhia Editora Nacional,
2008, páginas 556 e 557).

ATENÇÃO! Recomendo que você mantenha certa flexibilidade ao encarar


questões desse tipo.

21. Sujeitos ligados por ou ou nem  o verbo ficará, normalmente, no


plural; mas, se houver ideia de exclusão obrigatória ou sinonímia, o
verbo ficará no singular.

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Nem Paulo, nem Ana reclamaram do salário.


Pedro ou Paulo sairão mais cedo.
José ou Pedro casará com ela. (apesar de tudo, uma pessoa só
pode casar com outra, e não com outras ao mesmo tempo – risos)
Dida ou Júlio César será o goleiro titular. (somente um goleiro
pode ser titular em um jogo; o outro é o reserva)
“A Línguística ou Glotologia é a ciência que estuda a evolução da
linguagem humana.”
ATENÇÃO! Se houver idéia de retificação, o verbo concordará com o mais
próximo.
O ladrão ou os ladrões, não sei ao certo, assaltaram o banco.
Os ladrões ou o ladrão, não sei ao certo, assaltou o banco.

22. Sujeitos ligados por com  o verbo fica no plural, dando ênfase a todos
os sujeitos.

O professor com o aluno montaram o equipamento.


ATENÇÃO! Na oração “O professor, com o aluno, montou o equipamento”, a
expressão “com o aluno” é, na verdade, adjunto adverbial de companhia;
por isso o verbo fica no singular.

23. Haja vista  essa expressão, no singular, está sempre certa; porém
pode variar se o seu referente estiver no plural:

Haja vista o caso.


Haja(m) vista os casos.
Haja vista dos (aos) casos. (aqui, a preposição impede que a
expressão varie)

24. Títulos de obras e nomes próprios de lugar  a concordância é feita


levando-se em conta a presença ou a ausência de artigo.

Os Lusíadas pertencem a Camões.


Os Estados Unidos perderam muitos troféus.

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Dois quilos é pouco.


Vinte mil cruzeiros é demais.
Três metros é mais do que preciso.

f) Nas indicações de distância, horas e datas, o verbo SER concordará com


estas.
Da Tijuca à Barra são oito quilômetros.
Era uma hora e cinquenta e nove segundos.
Hoje são 21 de maio.

26. Concordância com a expressão é que  leia o que os ilustres gramáticos


Cunha e Cintra têm a nos dizer a esse respeito:

“A locução é que é invariável e vem sempre colocada entre o


sujeito da oração e o verbo a que ele se refere. Assim: ‘José é
que trabalhou, mas os irmãos é que se aproveitaram do seu
esforço.’”

Mas todo cuidado é pouco! Continue a ler as lições de Cunha e Cintra:

“[A expressão ‘é que’] é uma construção fixa, que não deve


ser confundida com outra semelhante, mas móvel, em que o
verbo ser antecede o sujeito e passa, naturalmente, a
concordar com ele e a harmonizar-se com o tempo dos outros
verbos.
Compare-se, por exemplo, ao anterior o seguinte exemplo:
‘José é que trabalhou, mas foram os irmãos que se
aproveitaram do seu esforço.’
Ou este:
‘Foi José que trabalhou, mas os irmãos é que se aproveitaram
do seu esforço.’.”

27. O verbo PARECER pode relacionar-se de duas maneiras distintas com o


infinitivo:

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Os dias parecem voar.  a forma verbal parecem é verbo auxiliar


de voar; Os dias é o sujeito da oração.

Os dias parece voarem.  aqui houve uma inversão da ordem dos


termos: Parece voarem os dias. Neste caso, o verbo parece é o
verbo da oração principal, cujo sujeito é a oração subordinada
substantiva subjetiva reduzida de infinitivo voarem os dias. Se
desenvolvermos essa oração, teremos: Parece que os dias
voam.
ATENÇÃO! Quando a construção for feita no singular, as duas análises são
possíveis.
O dia parece voar.  não sabemos se aqui o verbo parece é
auxiliar do verbo voar, ficando no singular por concordar com o sujeito O dia,
ou se a ordem está invertida: Parece o dia voar, sendo a oração o dia voar
sujeito do verbo Parece.

Para finalizar a parte de concordância verbal, proponho a questão


seguinte, que envolve verbo no infinitivo.

1 A ANS vai mudar a metodologia de análise de processos de


consumidores contra as operadoras de planos de saúde com o objetivo
de acelerar os trâmites das ações.
[...]
Valor Econômico, 22/3/2013

22. (Cespe/ANS/Analista Administrativo/2013) Prejudica-se a correção


gramatical do período ao se substituir “acelerar” (l.3) por acelerarem.

Comentário – Para admitir ser flexionado no plural, o infinitivo verbal


“acelerar” teria que ter como sujeito um termo representativo do plural. Mas
essa possibilidade está plenamente descartada. Mesmo que você pergunte:
“Quem é que vai acelerar os trâmites das ações?”, a resposta que surge é: “A
ANS”, um termo representativo do singular.

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Ao que parece, o enunciador apenas cogita (ou nomeia) a


ação, sem o intuito de pôr em evidência o agente do verbo. Sendo assim, o
infinitivo se reveste de substantivo, é impessoal e não se flexiona.
Portanto, qualquer que seja a análise feita, não há motivo
para a pluralização do verbo “acelerar”.
Resposta – Item certo.

A partir de agora, trataremos da concordância nominal. Admito


que não é fácil selecionar questões sobre esse assunto elaboradas
recentemente pelo Cespe. Ao que parece, essa banca examinadora privilegia
os casos de concordância verbal.
Por isso mesmo, o alcance aqui será menor, restrito aos casos
observados em provas anteriores. Meu intuito não é derramar sobre você uma
avalanche de informações “desnecessárias”, mas sim orientá-los quanto aos
prováveis questionamentos sobre concordância nominal feitos pelo Cespe.
Nesse sentido, partiremos das questões para a teoria. Quando for
conveniente, ampliarei a explicação para abranger outros casos de
concordância nominal.

[...]

[...]

23. (Cespe/BRB/Analista de Tecnologia da Informação/2011) Os vocábulos


“destinado” (L.21) e “destinados” (L.23) concordam, respectivamente,

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com os numerais indicativos de porcentagem que os antecedem: “0,05%”


e “8,76%”.

Comentário – Notou que as duas formas verbais são exemplos de particípio?


A primeira delas concorda com o substantivo “patamar” (no singular), núcleo
da expressão “o patamar de 0,05%”. A segunda forma verbal concorda com
“8,76%”, núcleo da expressão “8,76% da despesa” e tradutora de plural.
Resposta – Item errado.

24. (Cespe/PC-CE/Inspetor de Polícia/2012) Em cada um dos itens a seguir,


são apresentadas propostas de reescrita do trecho “No entanto, o estudo
dos impérios, antigos ou recentes, permite acessar as raízes do mundo
contemporâneo e aprofundar nossa compreensão das modalidades de
organização do poder político” (L.10-13). Julgue-os com relação à
correção gramatical

Porém, estudando-se os impérios, antigos ou recentes, permite-se que


seja acessado as raízes do mundo contemporâneo, e aprofundado, pela
nossa compreensão, os modos como está organizado o poder político.

Comentário – Você já deve ter percebido que eu selecionei apenas o item


interessante para esta aula sobre concordância, embora o enunciado da
questão mencione “itens”, certo?
Repare atentamente a falta de concordância que existe entre
os particípios “acessado” e “aprofundado” e os substantivos “raízes” e
“modos”, respectivamente. Além disso, observe também que o verbo ser está
flexionado indevidamente na terceira pessoa do singular: “seja”.
Farei a correção da passagem reorganizando os termos de
maneira que as devidas concordâncias sejam mais bem evidenciadas.
Normalmente, quando o sujeito surge posposto ao verbo, as relações sintáticas
ficam mais complicadas para o candidato.
Porém, estudando-se os impérios, antigos ou recentes,
permite-se que as raízes do mundo contemporâneo sejam

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acessadas, e os modos como o poder político está organizado


(sejam) aprofundados pela nossa compreensão.

Resposta – Item errado.

25. (Cespe/TRE-RJ/Cargos de Nível Superior/2012) Se a palavra “atendidas”


(L.12) fosse flexionada no masculino — atendidos —, estariam mantidos
a correção gramatical e o sentido original do texto.

Comentário – Você precisa levar em consideração dois aspectos: correção


gramatical e sentido original do texto. Com relação ao primeiro, é possível
argumentar que o examinador tem razão. Nesse caso, a palavra atendidos
estaria concordando em gênero e número com “cidadãos”. Mas, com respeito
ao sentido original do texto, há problema. O autor vinculou a forma nominal
“atendidas” a “necessidades” (no feminino plural). Portanto a substituição
proposta prejudicaria o sentido original do texto.
Resposta – Item errado.

[...]
4 Uma das novas medidas adotadas será a apreciação coletiva
de processos abertos a partir de queixas dos usuários. Os processos
serão julgados de forma conjunta, reunindo várias queixas,

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7 organizadas e agrupadas por temas e por operadora.


[...]

26. (Cespe/ANS/Analista/2013) Os vocábulos “organizadas” e “agrupadas”,


ambos na linha 7, estão no feminino plural porque concordam com
“queixas” (l.6).

Comentário – Sim, é isso mesmo. Este é mais um caso de concordância


envolvendo o particípio verbal revestido das propriedades de adjetivo. Assim
sendo, ele deve concordar em gênero e número com o substantivo a que se
refere.
Resposta – Item certo.

As principais consequências negativas da introdução


de espécies exóticas e nocivas são: o desequilíbrio ecológico
16 das áreas invadidas, com a possível perda de biodiversidade; os
prejuízos em atividades econômicas utilizadoras de recursos
naturais afetados e consequente desestabilização social de
19 comunidades tradicionais; e a disseminação de enfermidades
em populações costeiras, causadas pela introdução de
organismos patogênicos.

Internet: <www.antaq.gov.br>(com adaptações).

27. (Cespe/Antaq/Nível Médio/214) Se a forma “causadas” (L.20) estivesse no


singular — causada —, a correção gramatical do período ficaria
prejudicada.

Comentário – Não, não ficaria. Embora esteja concordando com o substantivo


“enfermidades”, no plural, também é possível a concordância com
“disseminação”, no singular. Razão pela qual a forma causada estaria correta
gramaticalmente.
Resposta – Item errado.

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Lembre-se também de que, conforme a regra geral de


concordância nominal, o artigo, o adjetivo, o pronome adjetivo e o numeral
adjetivo concordam com o substantivo a que se referem em gênero e número.

O aluno discreto não viu aquela moça com duas alianças.


Art. Adj. Pron. Num.
Adj. Adj.

[...]
28 De 2006 a 2012, 1,8 milhão de audiências de
conciliação foram realizadas em todo o país durante as
semanas nacionais de conciliação. [...]

Internet: <www.cnj.jus.br/q2rc> (com adaptações).

28. (Cespe/CNJ/Técnico Judiciário/2013) Mantém-se a correção gramatical do


período ao se substituir “milhão” (L.28) por milhões.

Comentário – Indicando a parte inteira do numeral uma quantidade menor


que dois, o substantivo milhão se mantém no singular. Exemplos: 1,9 milhão
(um milhão e novecentos mil); 8,1 milhões (oito milhões e cem mil).
É importante dizer também que milhão (bilhão, trilhão) é
substantivo masculino; por isso devem concordar no masculino os artigos,
numerais e pronomes que o precedem. Exemplos: Os dois milhões de pessoas;
uns três milhões de árvores, aqueles bilhões de criaturas.
Finalmente, consideremos agora a concordância verbal. Com
milhão (bilhão, trilhão) no singular, há possibilidade de plural se esses
substantivos numéricos estiverem seguidos de substantivo no plural: Um
milhão de fiéis agruparam-se em procissão.
Resposta – Item errado.

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[...]
16 que é um escândalo. Principalmente quando se sabe que a
mortandade reduziu a produção de leite em 72% e causou
prejuízos reais da ordem de R$ 1,5 bilhão.
Editorial. Jornal do Commercio (PE), 11/4/2013 (com adaptações)

29. (Cespe/MI/Assistente Técnico Administrativo/213) Na expressão “R$ 1,5


bilhão” (l.18), devido ao fato de “1,5” corresponder a mais de um inteiro,
seria gramaticalmente correto substituir “bilhão” por bilhões.

Comentário – Note que, em 2013, este conhecimento foi exigido pela banca
reiteradamente. Frise-se que, indicando a parte inteira do numeral uma
quantidade menor que dois, o substantivo milhão se mantém no singular.
Exemplos: 1,9 milhão (um milhão e novecentos mil); 8,1 milhões (oito milhões
e cem mil). Portanto não seria gramaticalmente correto substituir “bilhão” por
bilhões.
Resposta – Item errado.

Quando o adjetivo se refere a mais de um substantivo,


verifica-se o seguinte:

1. Substantivos do mesmo gênero  o adjetivo ficará neste gênero e no


plural; poderá, ainda, concordar com o núcleo mais próximo.

Caderno e livro bons. (ou bom)


Casa e cadeira lindas. (ou linda)

2. Substantivos de gêneros diferentes  o adjetivo ficará no masculino e no


plural; poderá, ainda, concordar com o núcleo mais próximo.

Caderno e casa bons. (ou boa)


Gravata e terno lindos. (ou lindo)

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Romance LXXXI ou Dos Ilustres Assassinos

[...]
Levantai-vos dessas mesas,
saí de vossas molduras,
19 vede que masmorras negras,
que fortalezas seguras,
que duro peso de algemas,
22 que profundas sepulturas
nascidas de vossas penas,
de vossas assinaturas!
[...]
Cecília Meireles. Romanceiro da Inconfidência.
Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1989, p. 267-8.

30. (Cespe/PF/Papiloscopista/2012) No verso 23, a forma verbal “nascidas”,


apesar de referir-se a todas as expressões nominais que a antecedem,
concorda apenas com a mais próxima, conforme faculta regra de
concordância nominal.

Comentário – O examinador disse “forma verbal” porque considerou o


particípio do verbo nascer. Por ter-se comportado como um adjetivo, concorda
em gênero e número com o substantivo a que se refere. Como a forma verbal
“nascidas” está posposta aos substantivos “masmorras”, “fortalezas”,
“algemas” (conforme o contexto) e “sepulturas”, não é possível afirmar
seguramente que ela concorda apenas com o mais próximo ou com os demais
também”. Todos os nomes estão no feminino plural. Além disso, as expressões
“mesas” e “molduras” também são nominais; porém não nos parecem,
conforme o contexto, retomadas pelo particípio “nascidas”. Isso também
enfraquece a afirmação da banca examinadora de que “todas as expressões
nominais” forma retomadas pelo particípio.
Resposta – Item errado.

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3. Substantivos antepostos  adjetivo no plural ou no singular, conforme


exemplos vistos até agora.

4. Substantivos pospostos  a concordância mais notável será a atrativa.

Tratava-se de inoportuno momento e lugar.


Tratava-se de inoportuna ocasião e lugar.
Como “seguro morreu de velho”, apresento agora algumas
expressões que merecem cuidado especial.

É bom, é necessário, é preciso, é permitido, é proibido 


quando o sujeito dessas expressões estiver determinado (por artigos,
pronomes ou numerais adjetivos), a concordância será feita normalmente; se,
entretanto, não existir determinante, a expressão ficará invariável.

É proibida a entrada.
É proibido entrada.
Água é bom para a saúde.
Esta água é boa para a saúde.

Todo = totalmente  poderá flexionar-se em gênero e número


para concordar com o (pronome) substantivo a que se refere.

Ele vinha todo de branco.


Elas vinham todas de branco.

CUIDADO! Eles são todo-poderosos.


Elas são todo-poderosas.
Essa expressão pode ter seu segundo elemento flexionado, mas
não o primeiro!

Ao tratarmos de cores, observaremos o seguinte:


a) se a cor é representada por adjetivo, varia;

sapato branco
camisas amarelas

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Lista das Questões Comentadas

[...]

1. (Cespe/EBC/Cargos de Nível Médio/2011) Prejudica-se a correção


gramatical do período ao se substituir “têm sido” (L.2-3) por são.

[...]

2. (Cespe/PC-CE/Inspetor de Polícia/2012) Não haveria prejuízo para o


sentido do texto se a forma verbal “dizem” (L.2) fosse substituída por
dizemos.

1 Há evidências de que a oferta de medicação domiciliar


pelas operadoras de planos de saúde traz efeito positivo aos
beneficiários: todas as normas da ANS primam pela pesquisa
[...]

Internet: <www.ans.gov.br> (com adaptações).

3. (Cespe/ANS/Técnico Administrativo/2013) A forma verbal “traz” (l.2) está


no singular porque concorda com o núcleo de seu sujeito: “a oferta” (l.1).

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[...]
A fiscalização do cumprimento das garantias de
atendimento é uma forma eficaz de se certificar o beneficiário
10 da assistência por ele contratada, pois leva as operadoras a
ampliarem o credenciamento de prestadores e a melhorarem o
seu relacionamento com o cliente. [...]

Internet: <www.ans.gov.br> (com adaptações).

4. (Cespe/ANS/Técnico Administrativo/2013) Mantém-se a correção


gramatical do período ao se substituir “é” (l.9) por são, desde que
também se substitua “leva” (l.10) por levam.

1 A informação virtual adquire, a cada dia, mais


importância. Os acessos às páginas que integram o portal do
CNJ na Internet (www.cnj.jus.br) alcançaram, em novembro de
4 2012, a marca de mais de 16 milhões. [...]
Internet: <www.cnj.jus.br/noticias/cnj/> (com adaptações).

5. (Cespe/2013/CNJ/Técnico Judiciário) A forma verbal “alcançaram” (L.3)


está flexionada na 3.ª pessoa do plural porque concorda com “páginas”
(L.2).

[...]
4 porto previsto na rota de navegação. Teoricamente, qualquer
organismo pequeno o suficiente para passar através do sistema
de água de lastro pode ser transferido entre diferentes áreas
[...]

Internet: <www.antaq.gov.br> (com adaptações).

6. (Cespe/2014/Antaq/Nível Médio) A forma verbal “pode” (L.6) está no


singular porque concorda com “sistema de água de lastro” (L. 5 e 6).

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[...]
É importante destacar que o art. 154-A do Código
10 Penal (Lei n.º 12.737/2012) trouxe para o ordenamento
jurídico o crime novo de “invasão de dispositivo informático”,
[...]
Artur Barbosa da Silveira. Os crimes cibernéticos e a Lei nº 12.737/2012. In: Internet:
<www.conteudojuridico.com.br> (com adaptações).o.com.br> (com adaptações).

7. (Cespe/2015/MPU/Técnico) Na linha 10, a forma verbal “trouxe” está no


singular porque tem de concordar com “Lei”.

[...]
Até Montesquieu, não eram identificadas com clareza
as esferas de abrangência dos poderes políticos: “só se
19 concebia sua união nas mãos de um só ou, então, sua
[...]
Fernanda Leão de Almeida. A garantia institucional do Ministério Público em
função da proteção dos direitos humanos. Tese de doutorado. São Paulo: USP,
2010, p. 18-9. Internet: <www.teses.usp.br> (com adaptações).

8. (Cespe/2015/MPU/Analista) A flexão plural em “eram identificadas” (l.17)


decorre da concordância com o sujeito dessa forma verbal: “as esferas de
abrangência dos poderes políticos” (l.18).

[...]

[...]

9. (Cespe/TC-DF/Auditor de Controle Externo/2012) A forma verbal


“representaram” (L.17) está no plural para concordar com o sujeito

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composto da oração, cujos núcleos são “fim” (L.15), “século” (L.15) e


“ressurgimento” (L.16).

[...]
A declaração, marcadamente humanista e sociopolítica, não
25 imaginou o neoliberalismo deste fim de século, com sua “des-
historicização” do tempo, com sua despolitização da vida, com
seu messianismo consumista, com a entronização da economia
28 de mercado como uma “fatalidade” natural, irreversível, fora da
qual não há possibilidades, com um laissez faire que significa
exclusão.
Francisco Alencar. Para humanizar o bicho homem. In: Francisco Alencar (Org.).
Direitos mais humanos. Brasília: Garamond, 2006. p. 17-31 (com adaptações).

10. (Cespe/TRT-21ª Região/Analista Judiciário/2011) Atenderia à norma


gramatical a substituição da forma verbal “há” (l. 29) por existem.

[...]
Unidos. No Brasil, não há estudos específicos que associem as
ondas de calor a tipos de internações. “Não é só aí. No mundo
[...]
Internet: <www.correioweb.com.br> (com adaptações).

11. (Cespe/2015/FUB/Nível Médio) Mantêm-se a correção gramatical e o


sentido original do texto ao se substituir “há" (l.17) por existe.

[...]
que fragiliza e subordina economias nacionais. Não é
admissível que grupos privados transnacionais — não mais do
19 que três centenas —, com negócios que vão do setor produtivo
industrial ao setor financeiro, passando pela publicidade e pelas
comunicações, sejam, na verdade, o verdadeiro governo do

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22 mundo, hegemonizando governos e nações, derrubando


restrições alfandegárias, impondo seus interesses particulares.
[...]

Francisco Alencar. Para humanizar o bicho homem. In: Francisco Alencar (Org.).
Direitos mais humanos. Brasília: Garamond, 2006. p. 17-31 (com adaptações).

12. (Cespe/TRT-21ª Região/Analista Judiciário/2011) A correção gramatical do


texto seria mantida caso o trecho “Não é admissível” (l. 17-18) fosse
substituído por Não se admitem.

[...]
Esse ato integra o rol de ações relacionadas à
responsabilidade social do tribunal, intensificado a cada gestão.
Internet: <www.trt10.jus.br> (com adaptações).

13. (Cespe/TRT-10ª Região (DF e TO)/Técnico Judiciário/2013) O termo


“intensificado” (L.15) está no singular porque concorda com “rol” (L.14),
mas estaria também correto se colocado no feminino plural —
intensificadas —, forma que concordaria com “ações” (L.14).

O Poder Executivo tomou a correta decisão de vetar


na íntegra a lei que volta a relaxar os controles para a criação
de municípios devido ao efeito devastador que essa lei, caso
4 vigore, causará nas contas públicas, já abaladas.
Criar novas prefeituras significa aumentar a pressão
por aumento dos repasses de estados e da União. Ou seja, mais
7 gastos públicos. O passado mostra que a maioria das mais de
mil novas cidades não consegue arcar com o custo dos
incontáveis empregos públicos e de estruturas surgidas do
10 nada, apenas devido à mudança de status do distrito para
município.

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O Globo, 5/3/2014 (com adaptações).

14. (Cespe/2014/TJ-SE/Nível Médio) A correção gramatical e o sentido do


texto acima seriam preservados caso se substituísse.

a) “significa” (l.5) por significam.


b) “consegue” (l.8) por conseguem.
c) “à mudança” (l.10) por as mudanças.
d) “vetar” (l.1) por vetarem.
e) “causará” (l.4) por causarão.

[...]

[...]

15. (Cespe/TJ-ES/Analista Judiciário/Letras/2011) Na linha 7, é obrigatória a


flexão de plural em “englobam” porque o sujeito da oração, o pronome
relativo “que”, refere-se a “fontes”.

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16. (Cespe/TJ-RR/Nível Médio) A forma verbal “têm” em “têm esse originário


poder” (L.5) está empregada no plural porque faz parte de uma cadeia
coesiva cujos elementos se referem a “magistrados” (L.1).

17. (Cespe/TRE-MS/Técnico Judiciário/2013) Nas opções a seguir são


apresentados trechos adaptados de Os Novos Atores Políticos, de Vladimir
Safatle, texto publicado em Carta Capital. Assinale a opção em que o
trecho apresentado está gramaticalmente correto.

a) Que juízes se vejam como atores políticos, não deveria ser visto como um
problema.
b) A interpretação das leis não pode ser feita sem apelo a interpretação das
demandas políticas que circula no interior da vida social de um povo.
c) Interpretar uma lei é se perguntar sobre, o que os legisladores
procuravam realizar?
d) Um dos fatos mais relevantes de 2012 foram a transformação dos juízes
do Supremo Tribunal Federal em novos atores políticos.
e) Há algum tempo, a Suprema Corte virou protagonista de primeira
grandeza nos debates políticos nacionais.

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[...]
LG – Temos limites nas nossas políticas econômicas,
além de disputas sociais e políticas que atrapalham a discussão
4 sobre a quantidade de recursos. Sabemos que um Sistema Único
[...]
Natalia Cuminale. Desafios brasileiros. Brasil precisa dobrar gasto em saúde, diz
especialista. Internet: <http://veja.abril.com.br> (com adaptações).

18. (Cespe/MS/Todos os Cargos/2013) A flexão no plural da forma verbal


“atrapalham” (l.3) deve-se ao emprego de “limites” (l.2).

19. (Cespe/2015/TRE-GO/Analista Judiciário) O trecho “votaram 2,2% da


população” (L. 20 e 21) poderia, sem prejuízo gramatical ou de sentido
para o texto, ser reescrito da seguinte forma: 2,2% da população
votou.

1 Imagine que um poder absoluto ou um texto sagrado


declarem que quem roubar ou assaltar será enforcado (ou terá
a mão cortada). Nesse caso, puxar a corda, afiar a faca ou
4 assistir à execução seria simples, pois a responsabilidade moral
do veredicto não estaria conosco. [...]
Contardo Calligaris. Terra de ninguém – 101 crônicas.
São Paulo: Publifolha, 2004, p. 94-6 (com adaptações).

20. (Cespe/PF/Agente/2012) No período “Nesse caso (...) estaria conosco”


(l.3-5), como o conector “ou” está empregado com sentido aditivo, e não,
de exclusão, a forma verbal do predicado “seria simples” poderia,
conforme faculta a prescrição gramatical, ter sido flexionada na terceira
pessoa do plural: seriam.

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[...]
22 engenharia, como entendida atualmente. Pode-se dizer que a
engenharia científica só teve início quando se chegou a um
consenso de que tudo aquilo que se fazia em bases empíricas
25 e intuitivas era, na realidade, regido por leis físicas e
matemáticas, que importava descobrir e estudar. Leonardo da
Vinci e Galileu, nos séculos XV e XVII, podem ser
28 considerados os precursores da engenharia científica.
Pedro Carlos da Silva Telles. História da engenharia no
Brasil. Internet: <www.ebah.com.br> (com adaptações).

21. (Cespe/Câmara dos Deputados/Analista Legislativo) A flexão de singular


na forma verbal “importava” (l.26) justifica-se por ser o sujeito da oração
indeterminado, de interpretação genérica.

1 A ANS vai mudar a metodologia de análise de processos de


consumidores contra as operadoras de planos de saúde com o objetivo
de acelerar os trâmites das ações.
[...]

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22. (Cespe/ANS/Analista Administrativo/2013) Prejudica-se a correção


gramatical do período ao se substituir “acelerar” (l.3) por acelerarem.

[...]

[...]

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23. (Cespe/BRB/Analista de Tecnologia da Informação/2011) Os vocábulos


“destinado” (L.21) e “destinados” (L.23) concordam, respectivamente,
com os numerais indicativos de porcentagem que os antecedem: “0,05%”
e “8,76%”.

24. (Cespe/PC-CE/Inspetor de Polícia/2012) Em cada um dos itens a seguir,


são apresentadas propostas de reescrita do trecho “No entanto, o estudo
dos impérios, antigos ou recentes, permite acessar as raízes do mundo
contemporâneo e aprofundar nossa compreensão das modalidades de
organização do poder político” (L.10-13). Julgue-os com relação à
correção gramatical

Porém, estudando-se os impérios, antigos ou recentes, permite-se que


seja acessado as raízes do mundo contemporâneo, e aprofundado, pela
nossa compreensão, os modos como está organizado o poder político.

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25. (Cespe/TRE-RJ/Cargos de Nível Superior/2012) Se a palavra “atendidas”


(L.12) fosse flexionada no masculino — atendidos —, estariam mantidos
a correção gramatical e o sentido original do texto.

[...]
4 Uma das novas medidas adotadas será a apreciação coletiva
de processos abertos a partir de queixas dos usuários. Os processos
serão julgados de forma conjunta, reunindo várias queixas,
7 organizadas e agrupadas por temas e por operadora.
[...]

26. (Cespe/ANS/Analista/2013) Os vocábulos “organizadas” e “agrupadas”,


ambos na linha 7, estão no feminino plural porque concordam com
“queixas” (l.6).

As principais consequências negativas da introdução


de espécies exóticas e nocivas são: o desequilíbrio ecológico
16 das áreas invadidas, com a possível perda de biodiversidade; os
prejuízos em atividades econômicas utilizadoras de recursos
naturais afetados e consequente desestabilização social de
19 comunidades tradicionais; e a disseminação de enfermidades
em populações costeiras, causadas pela introdução de
organismos patogênicos.
Internet: <www.antaq.gov.br>(com adaptações).

27. (Cespe/Antaq/Nível Médio/214) Se a forma “causadas” (L.20) estivesse no


singular — causada —, a correção gramatical do período ficaria
prejudicada.

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Língua Portuguesa para o INSS (Teoria e Exercícios)
Aula 6 – Concordância Verbal e Nominal
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[...]
28 De 2006 a 2012, 1,8 milhão de audiências de
conciliação foram realizadas em todo o país durante as
semanas nacionais de conciliação. [...]
Internet: <www.cnj.jus.br/q2rc> (com adaptações).

28. (Cespe/CNJ/Técnico Judiciário/2013) Mantém-se a correção gramatical do


período ao se substituir “milhão” (L.28) por milhões.

[...]
16 que é um escândalo. Principalmente quando se sabe que a
mortandade reduziu a produção de leite em 72% e causou
prejuízos reais da ordem de R$ 1,5 bilhão.

Editorial. Jornal do Commercio (PE), 11/4/2013 (com adaptações)

29. (Cespe/MI/Assistente Técnico Administrativo/213) Na expressão “R$ 1,5


bilhão” (l.18), devido ao fato de “1,5” corresponder a mais de um inteiro,
seria gramaticalmente correto substituir “bilhão” por bilhões.

Romance LXXXI ou Dos Ilustres Assassinos

[...]
Levantai-vos dessas mesas,
saí de vossas molduras,
19 vede que masmorras negras,
que fortalezas seguras,
que duro peso de algemas,
22 que profundas sepulturas
nascidas de vossas penas,
de vossas assinaturas!
[...]

Cecília Meireles. Romanceiro da Inconfidência.

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Aula 6 – Concordância Verbal e Nominal
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Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1989, p. 267-8.

30. (Cespe/PF/Papiloscopista/2012) No verso 23, a forma verbal “nascidas”,


apesar de referir-se a todas as expressões nominais que a antecedem,
concorda apenas com a mais próxima, conforme faculta regra de
concordância nominal.

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Língua Portuguesa para o INSS (Teoria e Exercícios)
Aula 6 – Concordância Verbal e Nominal
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Gabarito das Questões Comentadas

1. Item errado
2. Item errado
3. Item errado
4. Item errado
5. Item errado
6. Item errado
7. Item errado
8. Item certo
9. Item errado
10. Item certo
11. Item errado
12. Item errado
13. Item anulado (ler a ressalva)
14. B
15. Item certo
16. Item errado
17. E
18. Item errado
19. Item certo
20. Item errado
21. Item errado
22. Item certo
23. Item errado
24. Item errado
25. Item errado
26. Item certo
27. Item errado
28. Item errado
29. Item errado
30. Item errado

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Língua Portuguesa para o INSS (Teoria e Exercícios)
Aula 7 – Texto (Parte I)
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5) Descrição psicológica: está relacionada a aspectos do comportamento da


pessoa descrita: se é carinhosa, agressiva, calma, comunicativa, egoísta,
generosa etc.
6) Não há uma sucessão de acontecimentos ou fatos, mas sim a
apresentação pura e simples do estado a ser descrito em um
determinado momento.
7) Aqui, a matéria é o objeto.

1. (Cespe/2014/CEF/Nível Superior) No texto, predominantemente


descritivo, são utilizados trechos narrativos como recurso para defender
os argumentos elencados.

Comentário – Com um pouco de atenção, a questão torna-se muito fácil. Não


é possível um texto ser “predominantemente descritivo” e defender um ponto

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Língua Portuguesa para o INSS (Teoria e Exercícios)
Aula 7 – Texto (Parte I)
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Note as características do tipo narrativo:


1) O fato narrado pode ser real ou fictício.
2) A descrição pode inserir-se na narração, dada a importância de se
caracterizarem os personagens envolvidos na trama e o cenário em que
ela se desenvolve.
3) Narração em 1ª pessoa: ocorre quando o fato é contado por alguém
que se envolve nos acontecimentos (uso dos pronomes nós, eu).
4) Narração em 3ª pessoa: o narrador conta a ação do ponto de vista de
quem vê o fato acontecer na sua frente (narrador onisciente); ele não
participa da ação (uso dos pronomes ele(a), eles(as)).
5) Narração objetiva: o narrador apenas relata os fatos, sem se deixar
envolver emocionalmente com o que está noticiado. É de cunho
impessoal e direto.
6) Narração subjetiva: leva-se em conta as emoções, os sentimentos
envolvidos na história. São ressaltados os efeitos psicológicos que os
acontecimentos desencadeiam nos personagens.
7) A progressão temporal (exposição, complicação, clímax e desfecho) é
essencial para o desenvolvimento da trama.
8) O tempo predominante é o passado, cronológico (um minuto, uma hora,
uma semana, um ano etc.) ou psicológico (vivido por meio de flashback,
é a memória do narrador).

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Língua Portuguesa para o INSS (Teoria e Exercícios)
Aula 7 – Texto (Parte I)
Prof. Albert Iglésia

2. (Cespe/2014/TJ-CE/Nível Médio) O texto em apreço é,


predominantemente,

a) instrucional.
b) dialógico.
c) descritivo.
d) narrativo.
e) dissertativo.

Comentário – Calma! Às vezes, a banca complica um pouquinho a nossa vida.


Observe que, embora haja inicialmente o relato de um fato, no
desenvolvimento do texto o enunciador apresenta argumentos que defendem
uma opinião sobre o financiamento privado de pessoas jurídicas para
campanhas eleitorais. Já na primeira linha, fica evidente o juízo de valor a
respeito desse financiamento: “inaceitável”. Note que a última frase reafirma a
opinião contrária à interferência de empresas no processo eleitoral. Fica aqui a
minha dica para você: ainda que haja no texto elementos característicos da
descrição e da narração, o texto será classificado como dissertativo sempre
que houver um posicionamento sobre o assunto abordado (não existe texto
homogêneo!).
Resposta – E

1 Estação do ano mais aguardada pelos brasileiros, o


verão não é sinônimo apenas de praia, corpos à mostra e pele
bronzeada. O calor extremo provocado por massas de ar quente
4 ― fenômeno comum nessa época do ano, mas acentuado na
última década pelas mudanças climáticas ― traz desconfortos
e riscos à saúde. Não se trata somente de desidratação e
7 insolação. Um estudo da Faculdade de Saúde Pública de
Harvard (EUA), o maior a respeito do tema feito até o
momento, mostrou que as temperaturas altas aumentam
10 hospitalizações por falência renal, infecções do trato urinário e

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Língua Portuguesa para o INSS (Teoria e Exercícios)
Aula 7 – Texto (Parte I)
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A informalidade em excesso soma-se à


ausência do poder público e à cultura da corrupção

A imagem mais citada por testemunhas do desabamento de três


prédios na Rua Treze de Maio, na região da Cinelândia, era a queda das torres
do World Trade Center, em setembro de 2001, em Nova York. A nuvem de
poeira e detritos que varreu a rua e foi captada por uma câmera de vigilância
era, de fato, em escala bem menor, parecida com aquela, gigantesca, que
subiu de downtown pela ilha de Manhattan, no colapso das Torres Gêmeas.
[...]
Em outubro do ano passado, o restaurante Filé Carioca, instalado
no térreo de um prédio na Praça Tiradentes, também no Centro, explodiu.
Morreram três pessoas e 17 ficaram feridas. Assim como a tragédia de quarta
à noite poderia ter sido muito maior se houvesse ocorrido mais cedo, aquele
acidente seria mais dramático se não tivesse acontecido de manhã cedo.
[...]
No caso do restaurante, não há dúvida. Contra o bom-senso e as
próprias normas de segurança, a cozinha do Filé Carioca era abastecida por
cilindros de GLP abrigados no subsolo. Aconteceu o que poderia ter sido
previsto por um fiscal. Mesmo com uma cozinha convertida em paiol, o
estabelecimento funcionava com “alvará provisório”, renovado por cinco anos.
Ora, alvará para negócios que envolvam risco de vida não pode ser
“provisório”. E pior: jamais o Corpo de Bombeiros vistoriara o local.
[...]
Na quarta à noite, ficou mais uma vez evidente que o poder público
é ágil na emergência: não demorou muito para bombeiros, escavadeiras, etc.
chegarem ao local. O mesmo acontece nas enxurradas e enchentes. Nos dois
casos, faltam ações preventivas, não só para proteger a população, mas
também educá-la a cumprir as normas.
[...]

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Língua Portuguesa para o INSS (Teoria e Exercícios)
Aula 7 – Texto (Parte I)
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A informalidade em excesso soma-se à ausência do poder público e


à cultura da corrupção em repartições e cria situações cujo desdobramentos
costumam ser catastróficos
(Internet: http://oglobo.globo.com/opiniao/um-alerta-cidade-do-rio-3772513. Acesso em 27/1/2012)

4. (Cespe/2014/Antaq/Nível Médio) Predomina no texto a narração, já que


nele se identificam um cenário e uma ação.

Comentário – Sugiro que observe as frases iniciais de cada parágrafo,


primeiramente. Do ponto de vista do enunciador, é muito significativo que o
Brasil conheça a Amazônia. Para isso, o país precisa considerar a importância
estratégica dela. Em seguida, perceba que o autor nos apresenta argumentos
para nos convencer de que ele tem razão ao nos propor o tal desafio e a
maneira de superá-lo. Já caminhando para a conclusão do texto, Domingos
Sávio emite novo juízo de valor, associando a importância dos rios à Amazônia
para o desenvolvimento econômico e social. Por último, ele reforça sua opinião
sobre o papel dos rios no desenvolvimento sustentável da região. Assim sendo,
o texto é argumentativo.
Resposta – Item errado.

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Língua Portuguesa para o INSS (Teoria e Exercícios)
Aula 7 – Texto (Parte I)
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6. (Cespe/Correios/Analista de Correios/Letras/2011) No texto, que se


caracteriza como expositivo-argumentativo, identificam-se a combinação
de vocabulário abstrato com metáforas e o emprego de estruturas
sintáticas repetidas.

Comentário – A primeira parte da assertiva afirma que o texto é


expositivo-argumentativo. O que será que o Cespe quis dizer com isso? Texto
expositivo-argumentativo é simplesmente o que evidencia uma análise crítica e
pessoal sobre um assunto, apresentando dados, observações, argumentos que
a confirmem. No texto da prova, o autor discorre sobre a estruturação da
fenomenologia da memória. A partir da linha 18, Paul Ricouer apresenta-nos a
conclusão da tese que defende.
A segunda parte da assertiva afirma que podemos encontrar
“combinação de vocabulário abstrato com metáforas e o emprego de
estruturas sintáticas repetidas”. Será verdade? Veja os exemplos abaixo:
– “Essa abordagem ‘objetal’ levanta um problema específico
no plano da memória” (l. 8-9);
– “cuja tendência foi fazer prevalecer o lado egológico da
experiência mnemônica” (l. 13-15);
– “Se nos apressarmos a dizer que o sujeito da memória é o
eu,... a noção de memória coletiva poderá...” (l. 18-21);
– “Se não quisermos nos deixar confinar numa aporia inútil,
será preciso manter... (l. 22-24).
Resposta – Item certo.

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Aula 7 – Texto (Parte I)
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Cinco curiosidades sobre Erasmo de Rotterdam (1467-1536)

7. (Cespe/Correios/Analista de Correios/Letras/2011) O texto, de caráter


informativo, é exemplo do gênero biografia.

Comentário – Como o próprio título já anuncia, o texto é um informativo


sobre aspectos da vida de Erasmo de Rotterdam. A exposição de dados da vida
desse ilustre personagem caracteriza-se como uma biografia – gênero literário
em que, normalmente, se conta a vida de alguém depois de sua morte.
Resposta – Item certo.

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Língua Portuguesa para o INSS (Teoria e Exercícios)
Aula 7 – Texto (Parte I)
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8. (Cespe/Correios/Analista de Correios/Letras/2011) O trecho “uma série de


avanços [...] bens materiais e simbólicos” (L.6-9) constitui a tese que os
autores visam comprovar por meio da argumentação formulada no texto,
que pode ser classificado como dissertativo-argumentativo.

Comentário – De fato, o texto é dissertativo-argumentativo, mas a tese é


outra. Você notou isso? O que o texto sustenta é que “este é o período

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Aula 7 – Texto (Parte I)
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histórico no qual se opera a mais radical das revoluções já experimentadas


pela humanidade, tanto em amplitude quanto em profundidade” (l. 3-5).
Observe que, a partir da linha 16, a autora reafirma a singularidade do período
histórico: “...o que distingue a atual revolução de outros tantos definitivos
marcos históricos... é a tremenda rapidez, a agilidade e a amplitude das
mudanças e transformações”.
Resposta – Item errado.

9. (Cespe/TCU/AFCE/Auditoria de Obras Públicas/2011) O texto caracteriza-


-se como predominantemente dissertativo-argumentativo, e o autor utiliza
recursos discursivos diversos para construir sua argumentação, como, por
exemplo, linguagem figurada e repetições.

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Aula 7 – Texto (Parte I)
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Comentário – Note que a expressão “dissertativo-argumentativo” surge de


vez em quando nas provas. A tese que o autor defende gira em torno da
felicidade (primeiro período e segundo períodos). Note também que o autor
usa reiteradamente o vocábulo “felicidade”. As expressões “como uma deusa
da vitória”, “vida que é dor, avidez e privação” e “aquele que não sabe [...]
colocar-se de pé” são exemplos de linguagem figurada.
Resposta – Item certo.

10. (Cespe/EBC/Cargos de Nível Médio/2011) O trecho de citação da fala do


professor da Universidade de São Paulo é predominantemente narrativo.

Comentário – O trecho citado é marcado pelo emprego das aspas e


corresponde à fala do professor Leal Filho. Na opinião dele, o sistema de
comunicação deveria ser público. O professor tenta defender seu ponto de

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vista argumentando que o objetivo do sistema de comunicação é prestar um


serviço público. Leal Filho também sustenta sua tese dizendo que em alguns
países é assim que funciona. Portanto o discurso dele é predominantemente
dissertativo.
Resposta – Item errado.

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Aula 7 – Texto (Parte I)
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11. (Cespe/IRB/Diplomata/2012) Ambos os fragmentos apresentam a


estrutura textual típica da narrativa, recurso empregado pelo autor como
forma de manter a coerência dos fatos narrados.

Comentário – O fragmento II é típico de um texto descritivo. No caso, a


descrição é da cidade de São Paulo. Nele não há uma sucessão de

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Aula 7 – Texto (Parte I)
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acontecimentos ou fatos, mas sim a apresentação pura e simples do estado a


ser descrito em um determinado momento. Percebe-se que a matéria é o
objeto (ou o ambiente) e que o enunciador emite suas impressões sobre o que
tenta descrever.
Resposta – Item errado.

12. (Cespe/TRE-MS/Técnico Judiciário/2013) O texto é, essencialmente,

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Língua Portuguesa para o INSS (Teoria e Exercícios)
Aula 7 – Texto (Parte I)
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[...]
Eram trinta minutos do segundo tempo do jogo Villareal
versus Barcelona quando o brasileiro Daniel Alves, titular da
22 equipe azul e grená, se encaminhou para bater um escanteio. Uma
banana, então, foi atirada em sua direção. O lateral ― um baiano
[...]
28 Aquele era o oitavo caso de racismo nos gramados
espanhóis somente na atual temporada. Teria sido alvo de tímidos
protestos não fosse a reação irreverente do jogador brasileiro ― e
[...]

Rinaldo Gama. Como Daniel Alves derrotou o racismo.


Internet: <www.veja@abril.com.br> (com adaptações).

13. (Cespe/2014/TJ-SE/Técnico Judiciário) O trecho “Teria sido alvo de


tímidos protestos não fosse a reação irreverente do jogador brasileiro”
(l.29 e 30) poderia ser reescrito, sem prejuízo da coerência do texto, da
seguinte forma: O racismo teria sido alvo de grandes protestos, se
não fosse a reação irreverente do jogador brasileiro.

Comentário – Uma questão para ninguém tirar zero na prova! A substituição


do adjetivo “tímidos” (pouco expansivo nas relações sociais; acanhado;
retraído) por “grandes” (que tem dimensões avantajadas, amplo, extenso,
vasto) prejudica o sentido do texto.
Resposta – Item errado.

[...]
pelúcia. Na legenda, o ex-santista escreveu a hashtag
37 #somostodosmacacos em quatro idiomas: português, inglês,
espanhol e Catalão. Até a última quinta-feira, essa postagem havia
recebido quase 580.000 curtidas, enquanto uma legião de
40 celebridades ― dos esportes, das artes, da política etc. ― repetia
o gesto em apoio a Daniel Alves.
Rinaldo Gama. Como Daniel Alves derrotou o racismo.

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Língua Portuguesa para o INSS (Teoria e Exercícios)
Aula 7 – Texto (Parte I)
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Internet: <www.veja@abril.com.br> (com adaptações).

14. (Cespe/2014/TJ-SE/Técnico Judiciário) O trecho “Até a última quinta feira


(...) em apoio a Daniel Alves” (l.38 a 41) pode ser reescrito, sem prejuízo
da coerência e da correção gramatical do texto, da seguinte maneira: Até
a última quinta-feira, a postagem havia recebido quase 580.000
curtidas; ao mesmo tempo, uma legião de celebridades - dos
esportes, das artes, da política etc. - repetia o gesto em apoio a
Daniel Alves.

Comentário – Quero que você note a substituição do elemento coesivo


“enquanto” (conjunção adverbial de tempo) pela locução adverbial “ao mesmo
tempo”, que também expressa a mesma circunstância. O sinal de ponto e
vírgula antes dela foi empregado para acentuar a pausa entre os segmentos e
também para estabelecer uma melhor divisão entre os constituintes do
período, já que a locução “ao mesmo tempo”, por estar deslocada, deve ser
isolada por uma vírgula (exatamente como consta no texto).
Resposta – Item certo.

Observe o exemplo abaixo.

Comprei três laranjas e coloquei-as no freezer, pois tencionava


fazer uma salada de frutas bem geladinha com elas; mas, como fui à rua e
me demorei muito, não pude aproveitá-las na salada porque ficaram todas
congeladas.

Nesse pequeno texto, há vários elementos que estabelecem


ligação entre as partes dele, além do jogo verbal e da sequência de ações;
enfim, são elementos reconhecíveis e que formam os elos entre os termos.
Na próxima passagem, no entanto, há uma carência de elementos
sintáticos de ligação entre os períodos que compõem o texto.

Olhar fito no horizonte. Apenas o mar imenso. Nenhum sinal de


vida humana. Tentava recordar alguma coisa. Nada.

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Língua Portuguesa para o INSS (Teoria e Exercícios)
Aula 7 – Texto (Parte I)
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Como você pode perceber, o que permite dar um sentido ao texto


é a possibilidade de se estabelecer uma relação semântica (SENTIDO) ou
pragmática (INTERACIONAL) entre os elementos da sequência. Assim sendo, é
possível admitir que a coerência é mais relevante do que a coesão para a
construção de um texto, embora os dois fatores sejam características
importantes de todo bom texto.

Processos de Coesão Textual


Existem determinados vocábulos na língua que não devem ser
interpretados semanticamente por seu próprio sentido, mas sim em função da
referência que estabelecem com outros itens. Um item referencial tomado
isoladamente é vazio e significa apenas: procure a informação em outro lugar.
Observem o exemplo seguinte:

João é o maior empresário daqui. No Distrito Federal, não há


outro que o supere.

Repare que “João” é retomado no segundo período pelo pronome


“o”; enquanto o advérbio “aqui”, no primeiro período, antecipa a circunstância
de lugar indicada por “Distrito Federal”. No caso da retomada, temos uma
anáfora. No caso de sucessão, uma catáfora.
Observa-se na coesão a propriedade de unir termos e orações por
meio de conectivos. A escolha errada desses conectivos pode ocasionar a
deturpação do sentido do texto.

[...]
13 ensino do DF. “Ainda prevalece uma visão conservadora sobre
o que é educação”, conta a professora. “A natureza possui uma
dimensão formadora. Isso subverte a forma de se tratar a
16 relação entre o ser humano e o meio ambiente no cerne de um
processo educativo. Não se trata de educar o ser humano para
[...]

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Língua Portuguesa para o INSS (Teoria e Exercícios)
Aula 7 – Texto (Parte I)
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João Campos. O ABC do cerrado. In: Revista Darcy, jun./2012 (com adaptações).

15. (Cespe/2014/ICMBio/Nível Médio) O termo ‘Isso’ (l.15) refere-se à


expressão ‘visão conservadora’ (l.13).

Comentário – Temos um caso típico de coesão anafórica. Mas o elemento


coesivo “Isso” retoma a dimensão formadora que a natureza possui.
Resposta – Item errado.

Que tal treinar o emprego dos mecanismos de coesão a partir do


texto abaixo?

Oito pessoas morreram (cinco passageiros de uma mesma família e dois


tripulantes, além de uma mulher que teve ataque cardíaco) na queda de um
avião (1) bimotor Aero Commander, da empresa J. Caetano, da cidade de
Maringá (PR). O avião (1) prefixo PTI-EE caiu sobre quatro sobrados da Rua
Andaquara, no bairro de Jardim Marajoara, Zona Sul de São Paulo, por volta
das 21h40 de sábado. O impacto (2) ainda atingiu mais três residências.

Estavam no avião (1) o empresário Silvio Name Júnior (4), de 33 anos, que
foi candidato a prefeito de Maringá nas últimas eleições (leia reportagem nesta
página); o piloto (1) José Traspadini, de 64 anos; o co-piloto (1) Geraldo
Antônio da Silva Júnior, de 38; o sogro de Name Júnior (4), Márcio Artur
Lerro Ribeiro (5), de 57; seus (5) filhos Márcio Rocha Ribeiro Neto, de 28, e
Gabriela Gimenes Ribeiro (6), de 31; e o marido dela (6), João Izidoro de
Andrade (7), de 53 anos.

Izidoro Andrade (7) é conhecido na região (8) como um dos maiores


compradores de cabeças de gado do Sul (8) do país. Márcio Ribeiro (5) era
um dos sócios do Frigorífico Naviraí, empresa proprietária do bimotor (1).
Isidoro Andrade (7) havia alugado o avião (1) Rockwell Aero Commander
691, prefixo PTI-EE, para (7) vir a São Paulo assistir ao velório do filho (7)
Sérgio Ricardo de Andrade (8), de 32 anos, que (8) morreu ao reagir a um
assalto e ser baleado na noite de sexta-feira.

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Língua Portuguesa para o INSS (Teoria e Exercícios)
Aula 7 – Texto (Parte I)
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O avião (1) deixou Maringá às 7 horas de sábado e pousou no aeroporto de


Congonhas às 8h27. Na volta, o bimotor (1) decolou para Maringá às 21h20
e, minutos depois, caiu na altura do número 375 da Rua Andaquara, uma
espécie de vila fechada, próxima à avenida Nossa Senhora do Sabará, uma das
avenidas mais movimentadas da Zona Sul de São Paulo. Ainda não se
conhecem as causas do acidente (2). O avião (1) não tinha caixa preta e a
torre de controle também não tem informações. O laudo técnico demora no
mínimo 60 dias para ser concluído.

Segundo testemunhas, o bimotor (1) já estava em chamas antes de cair em


cima de quatro casas (9). Três pessoas (10) que estavam nas casas (9)
atingidas pelo avião (1) ficaram feridas. Elas (10) não sofreram ferimentos
graves. (10) Apenas escoriações e queimaduras. Elídia Fiorezzi, de 62 anos,
Natan Fiorezzi, de 6, e Josana Fiorezzi foram socorridos no Pronto Socorro de
Santa Cecília.

1. Repetição: o elemento (1) foi repetido diversas vezes durante o texto.


Observem que o vocábulo “avião” foi muito usado, principalmente por ter sido
o veículo envolvido no acidente, que é a notícia propriamente dita. A repetição
é um dos principais elementos de coesão do texto jornalístico, que, por sua
natureza, deve dispensar a releitura por parte do receptor (o leitor, no caso). A
repetição pode ser considerada a mais explícita ferramenta de coesão.

2. Repetição Parcial: na retomada de nomes de pessoas, a repetição


parcial é o mais comum mecanismo coesivo do texto jornalístico. Costuma-se,
uma vez citado o nome completo de um entrevistado - ou da vítima de um
acidente, como se observa com o elemento (7), na última linha do segundo
parágrafo e na primeira linha do terceiro -, repetir somente o(s) seu(s)
sobrenome(s). Quando os nomes em questão são de celebridades (políticos,
artistas, escritores, etc.), é de praxe, durante o texto, utilizar a nominalização
por meio da qual são conhecidas pelo público. Exemplos: Nedson (para o
prefeito de Londrina, Nedson Micheletti); Farage (para o candidato à
prefeitura de Londrina em 2000 Farage Khouri); etc. Nomes femininos

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Língua Portuguesa para o INSS (Teoria e Exercícios)
Aula 7 – Texto (Parte I)
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costumam ser retomados pelo primeiro nome, a não ser nos casos em que os
sobrenomes sejam, no contexto da matéria, mais relevantes e as identifiquem
com mais propriedade.

3. Elipse: é a omissão de um termo que pode ser facilmente deduzido pelo


contexto da matéria. Veja-se o seguinte exemplo: Estavam no avião (1) o
empresário Silvio Name Júnior (4), de 33 anos, que foi candidato a prefeito de
Maringá nas últimas eleições; o piloto (1) José Traspadini, de 64 anos; o co-
piloto (1) Geraldo Antônio da Silva Júnior, de 38. Perceba que não foi
necessário repetir-se a palavra “avião” logo após as palavras “piloto” e “co-
piloto”. Numa matéria que trata de um acidente de avião, obviamente o piloto
será de aviões; o leitor não poderia pensar que se tratasse de um piloto de
automóveis, por exemplo. No último parágrafo ocorre outro exemplo de elipse:
Três pessoas (10) que estavam nas casas (9) atingidas pelo avião (1)
ficaram feridas. Elas (10) não sofreram ferimentos graves. (10) Apenas
escoriações e queimaduras. Note que o (10) antes de “Apenas” é uma omissão
de um elemento já citado: Três pessoas. Na verdade, foi omitido, ainda, o
verbo: (As três pessoas sofreram) Apenas escoriações e queimaduras.

4. Substituições: uma das mais ricas maneiras de se retomar um


elemento já citado ou de se referir a outro que ainda vai ser mencionado é a
substituição, que é o mecanismo pelo qual se usa uma palavra (ou grupo de
palavras) no lugar de outra palavra (ou grupo de palavras). Confira os
principais elementos de substituição:

4.1 Pronomes: a função gramatical do pronome é justamente substituir ou


acompanhar um nome. Ele pode, ainda, retomar toda uma frase ou toda a
ideia contida em um parágrafo ou no texto todo. Na matéria-exemplo, são
nítidos alguns casos de substituição pronominal: o sogro de Name Júnior (4),
Márcio Artur Lerro Ribeiro (5), de 57; seus (5) filhos Márcio Rocha Ribeiro
Neto, de 28, e Gabriela Gimenes Ribeiro (6), de 31; e o marido dela (6),
João Izidoro de Andrade (7), de 53 anos. O pronome possessivo seus retoma
o sogro de Name Júnior (os filhos de Márcio Artur Lerro Ribeiro...); o pronome
pessoal ela, contraído com a preposição de na forma dela, retoma Gabriela
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Aula 7 – Texto (Parte I)
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Gimenes Ribeiro (e o marido de Gabriela...). No último parágrafo, o pronome


pessoal elas retoma as três pessoas que estavam nas casas atingidas pelo
avião: Elas (10) não sofreram ferimentos graves.

Vejamos outros casos de substituições indicadas por pronomes:

a) Muitos brasileiros estavam assistindo à corrida, mas isso não bastou para
que Rubinho vencesse a prova (o pronome demonstrativo isso retoma a ideia,
expressa anteriormente, de que muitos brasileiros estavam assistindo à
corrida);

b) Em época de fim de ano, as pessoas que trabalham com carteira assinada


recebem o 13º salário, o que aquece a economia do país (o pronome
demonstrativo o retoma o fato de as pessoas trabalharem com carteira
assinada);

c) [...] Sérgio Ricardo de Andrade (8), de 32 anos, que (8) morreu ao


reagir a um assalto e ser baleado na noite de sexta-feira (o pronome relativo
que retoma Sérgio Ricardo de Andrade - Sérgio Ricardo de Andrade morreu
ao reagir a um assalto...);

d) A Jonas Ricardo foram atribuídas atitudes violentas. Segundo sua esposa,


ele a agrediu na última segunda-feira... (o pronome pessoal ele retoma Jonas
Ricardo; o pronome pessoal a retoma sua esposa).

4.2 Epítetos: são palavras ou grupos de palavras que, ao mesmo tempo em


que se referem a um elemento do texto, qualificam-no. Essa qualificação pode
ser conhecida ou não pelo leitor. Caso não seja, deve ser introduzida de modo
que fique fácil a sua relação com o elemento qualificado.

a) [...] foram elogiadas pelo por Fernando Henrique Cardoso. O


presidente, que voltou há dois dias de Cuba, entregou-lhes um certificado...
(o epíteto presidente retoma Fernando Henrique Cardoso; poder-se-ia
usar, como exemplo, sociólogo);

b) Edson Arantes de Nascimento gostou do desempenho do Brasil. Para o


ex-Ministro dos Esportes, a seleção... (o epíteto ex-Ministro dos Esportes

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retoma Edson Arantes do Nascimento; poder-se-iam, por exemplo, usar as


formas: jogador do século, número um do mundo).

4.3 Sinônimos ou quase sinônimos: palavras com o mesmo sentido (ou


muito parecido) dos elementos a serem retomados. Exemplo: O prédio foi
demolido às 15h. Muitos curiosos se aglomeraram ao redor do edifício, para
conferir o espetáculo (edifício retoma prédio. Ambos são sinônimos).

4.4 Nomes deverbais: são derivados de verbos e retomam a ação expressa


por eles. Servem, ainda, como um resumo dos argumentos já utilizados.
Exemplos: Uma fila de centenas de veículos paralisou o trânsito da Avenida
Higienópolis, como sinal de protesto contra o aumento dos impostos. A
paralisação foi a maneira encontrada... (paralisação, que deriva de
paralisar, retoma a ação de centenas de veículos de paralisar o trânsito da
Avenida Higienópolis). O impacto (2) ainda atingiu mais três residências (o
nome impacto retoma e resume o acidente de avião noticiado na matéria-
exemplo).

4.5 Elementos classificadores e categorizadores: referem-se a um


elemento (palavra ou grupo de palavras) já mencionado ou não por meio de
uma classe ou categoria a que esse elemento pertença: Uma fila de centenas
de veículos paralisou o trânsito da Avenida Higienópolis. O protesto foi a
maneira encontrada... (protesto retoma toda a ideia anterior – da paralisação
–, categorizando-a como um protesto); Quatro cães foram encontrados ao
lado do corpo. Ao se aproximarem, os peritos enfrentaram a reação dos
animais (animais retoma cães, indicando uma das possíveis classificações
que se podem atribuir a eles).

4.6 Advérbios: palavras que exprimem circunstâncias, principalmente as de


lugar. Em São Paulo, não houve problemas. Lá, os operários não aderiram...
(o advérbio de lugar lá retoma São Paulo). Exemplos de advérbios que
comumente funcionam como elementos referenciais, isto é, como elementos
que se referem a outros do texto: aí, aqui, ali, onde, lá, etc.

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[...]
Unidos. No Brasil, não há estudos específicos que associem as
ondas de calor a tipos de internações. “Não é só aí. No mundo
19 todo, há pouquíssimas investigações a respeito dessa relação”,
afirma Domininci. “Precisamos que os colegas de outras partes
do planeta façam pesquisas semelhantes para compreendermos
22 melhor essa importante questão para a saúde pública”, observa.

Internet: <www.correioweb.com.br> (com adaptações).

16. (Cespe/2015/FUB/Nível Médio) O termo 'aí' (l.18) tem como referente


“Brasil" (l.17).

Comentário – Nota-se claramente que o advérbio de lugar aí retomou o


substantivo Brasil, que surgiu anteriormente. Esse tipo de coesão é conhecido
como anafórica.
Resposta – Item certo

1 Em 2012, o CNJ promoveu, em parcerias com órgãos


do Executivo e do Judiciário, campanhas importantes para
promover o bem-estar do cidadão, como a da aplicação da Lei
4 Maria da Penha no âmbito dos tribunais; a do reconhecimento
da paternidade voluntária; a do fortalecimento da ideia de
conciliação no Judiciário; e a de valorização da vida.
[...]

Internet: <www.cnj.jus.br/q2rc> (com adaptações).

17. (Cespe/CNJ/Técnico Judiciário/2013) No trecho “a do reconhecimento”


(L.4), há elipse do termo “aplicação” (L.3), anteriormente utilizado.

Comentário – Nesse processo de coesão textual conhecido como elipse, a


palavra subentendida na linha 4 é campanha, que foi mencionada pela
primeira vez na terceira linha (devidamente pluralizada no contexto). Repare:

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1 Em 2012, o CNJ promoveu, em parcerias com órgãos


do Executivo e do Judiciário, campanhas importantes para
promover o bem-estar do cidadão, como a [campanha] da aplicação da Lei
4 Maria da Penha no âmbito dos tribunais; a [campanha] do reconhecimento
da paternidade voluntária; a [campanha] do fortalecimento da ideia de
conciliação no Judiciário; e a [campanha] de valorização da vida.
[...]
Resposta – Item errado.

Ex-presidiário, condenado a mais de cem anos de prisão


por assalto à mão armada e homicídio, Luiz Alberto Mendes Júnior
teve uma vida que renderia um belo filme de ação. Mas o
4 protagonista decidiu tomar outro rumo: dedicou-se à literatura e hoje
é um autor de sucesso. Luiz Alberto Mendes Júnior cumpriu 31 anos
[...]
Internet: <www.bienalbrasildolivro.com.br> (com adaptações).

18. (Cespe/Depen/Agente Penitenciário/2013) A palavra “protagonista” (L.4)


retoma o antecedente “Luiz Alberto Mendes Júnior” (L.2).

Comentário – Sim, retoma. Este caso é um típico exemplo de coesão em que


o elemento anterior foi substituído por um epíteto.
Resposta – Item certo.

Voto facultativo, voto em branco e voto nulo são recursos


frequentemente mencionados por muitos brasileiros revoltados com a
corrupção na política. Esses apelos voltam a aparecer na véspera de
mais um processo eleitoral, especialmente em manifestações feitas pelas
redes sociais.
(...)
Mas é a crença na política, e não a descrença, que pode consertar
o que está errado.
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Zero Hora, 3/3/2014 (com adaptações).

19. (Cespe/2014/TJ-CE/Nível Médio) O fragmento de texto acima se tornaria


coeso e coerente caso a marca de supressão nele mostrada — (...) —
fosse substituída pelo segmento textual apresentado em uma das opções
abaixo. Assinale esta opção.

a) Portanto, eles não vêm de outro planeta. Saem dos setores organizados
da sociedade, chegam ao poder pela autorização explícita de contingentes
de eleitores numerosos o suficiente para diferenciá-los dos demais
postulantes de mandatos.
b) Essa indignação é legítima e acentua-se sempre que explode um
escândalo político ou que um julgamento do Supremo Tribunal Federal,
como a recente apreciação de recursos, não corresponde à expectativa da
nação.
c) Um tal grau responsabilidade não pode ser atribuído apenas aos políticos.
A pergunta que se impõe é: o que os cidadãos podem fazer para impedir a
deformação da política? Numa democracia, podem muito.
d) Ao contrário, é humano e compreensível que pessoas revoltadas com o
comportamento de seus representantes no poder resvalem para a
generalização, afirmando que todos os políticos são inconfiáveis.
e) Esta iniciativa legisladora, porém, carrega no seu bojo uma contradição:
os políticos, queiramos ou não, somos nós, os cidadãos que votamos e
elegemos nossos representantes.

Comentário – Esta questão pode ser considerada uma inovação nas provas do
Cespe. A banca não tinha o costume de cobrar dos candidatos a continuidade
coesa e coerente de um texto. Geralmente isso é comum nas provas da Esaf. É
bom ficar de olho daqui para frente!
Alternativa A: errada. A conjunção “Portanto” sugere uma
conclusão que não acontece; o texto continua sendo desenvolvido no parágrafo
seguinte. Outra: quem chega ao poder? Eles? Qual é a referência desse
pronome?

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Alternativa B: certa. O primeiro parágrafo menciona a revolta


de muitos brasileiros. A continuação, considerando a segunda opção, retoma
essa indignação, classifica-a de “legítima” e apresenta alguns motivos que a
tornam mais intensa.
Alternativa C: errada. O início do parágrafo já carece de
elemento de coesão entre seus termos: “Um tal grau [de]
responsabilidade...”. Isso já é suficiente para o desprezarmos.
Alternativa D: errada. “Ao contrário” de quê? A quarta opção
não contraria o que foi dito anteriormente. De certa forma, ela até tenta
corroborar a indignação do povo mencionada no início.
Alternativa E: errada. “Esta iniciativa legisladora”? Se é para
retomar algo que foi mencionado, melhor seria o emprego do pronome essa.
Resposta – B

1 A vida do Brasil colonial era regida pelas Ordenações


Filipinas, um código legal que se aplicava a Portugal e seus
territórios ultramarinos. Com todas as letras, as Ordenações
4 Filipinas asseguravam ao marido o direito de matar a mulher
caso a apanhasse em adultério. Também podia matá-la por
meramente suspeitar de traição. Previa-se um único caso de
7 punição: sendo o marido traído um “peão” e o amante de sua
mulher uma “pessoa de maior qualidade”, o assassino poderia
ser condenado a três anos de desterro na África.
[...]
Ricardo Westin e Cintia Sasse. Dormindo com o inimigo. In: Jornal do Senado.
Brasília, 4/jul./2013, p. 4-5. Internet: <www.senado.gov.br> (com adaptações).

20. (Cespe/2014/TJ-SE/Nível Superior) Depreende-se do texto que os termos


‘peão’ (l.7) e ‘pessoa de maior qualidade’ (l. 8) fazem referência à classe
social do marido traído e do amante, respectivamente.

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Comentário – Sim, é isso mesmo. Não há maiores dificuldades nesta questão.


Apenas recomendo uma leitura atenta deste e de qualquer outro texto.
Resposta – Item certo.

Depois de tudo isso, chegou a hora de resolver mais algumas


questões de prova. Você perceberá que são itens fáceis de serem respondidos,
mas todos exigem atenção.

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21. (Cespe/2014/TC-DF/Técnico de Administração) Os termos “Diderot” (l.16)


e “enciclopedista” (l.19) compartilham o mesmo referente.

Comentário – Sim, é verdade. Diderot (1713 – 1784) foi um eminente


escritor e filósofo francês. Sua obra áurea foi a Encyclopédie. No texto da
prova, a primeira menção a ele é feita na linha 13. Na linha 16, Machado de
Assis utiliza o processo de coesão textual conhecido como repetição. Na linha
19, ocorre a substituição do termo pelo epíteto “enciclopedista”.
Resposta – Item certo.

Romance LXXXI ou Dos Ilustres Assassinos

1 Ó grandes oportunistas,
sobre o papel debruçados,
que calculais mundo e vida
4 em contos, doblas, cruzados,
que traçais vastas rubricas
e sinais entrelaçados,

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7 com altas penas esguias


embebidas em pecados!
Ó personagens solenes
10 que arrastais os apelidos
como pavões auriverdes
seus rutilantes vestidos,
13 — todo esse poder que tendes
confunde os vossos sentidos:
a glória, que amais, é desses
16 que por vós são perseguidos.
[...]
Cecília Meireles. Romanceiro da Inconfidência.
Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1989, p. 267-8.

22. (Cespe/PF/Papiloscopista/2012) O emprego do pronome possessivo em


“seus rutilantes vestidos” (v.12) evidencia que essa expressão
corresponde à vestimenta usada por autoridades em eventos solenes.

Comentário – Nesse processo de coesão, o possessivo “seus” guarda relação


com “pavões auriverdes”. A ideia é de uma comparação entre os “personagens
solenes”, que arrastam “os apelidos”, e os “pavões auriverdes”, que arrastam
“seus rutilantes vestidos”. Observe que o verbo, no original, veio
subentendido: Ó personagens solenes / que arrastais os apelidos / como
pavões auriverdes / [arrastam] seus rutilantes vestidos. Caso a referência
fosse feita a personagens solenes, conforme sugere o examinador, o pronome
possessivo deveria ser de segunda pessoa do plural, para harmonizar-se à
linha discursiva do poema: “calculais”, “traçais”, “arrastais”.
Resposta – Item errado.

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23. (Cespe/TC-DF/Auditor de Controle Externo/2012) O pronome “o” (L.24)


retoma, por coesão, a expressão “o poder do rei” (L.23).

Comentário – Não é exatamente o que o examinador disse. Para constatar,


substitua o tal pronome pela expressão indicada (e reorganize a frase): ...que
obrigaram o poder do rei a pedir autorização a um conselho... Percebeu a
falta de coerência? O poder do rei não pede nada, o rei é quem pede alguma
coisa. Portanto o pronome “o” retoma, por coesão, o substantivo “rei”.
Resposta – Item errado.

1 A discriminação, como um componente indissociável


do relacionamento entre os seres humanos, reveste-se
inegavelmente de uma roupagem competitiva. Afinal,
4 discriminar nada mais é do que tentar reduzir as perspectivas
de uns em benefício de outros. [...]
Joaquim Barbosa B. Gomes. As ações afirmativas e os processos de

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promoção da igualdade efetiva. In: AJUFE (Org.). Semináriointernacional:
as minorias e o direito. 1.ª ed. 2003, p. 91-2 (com adaptações).

24. (Cespe/CNJ/Analista Judiciário/2013) Sem prejuízo para a coerência e a


correção gramatical, os dois primeiros períodos do texto poderiam ser
condensados no seguinte período: A discriminação, elemento
indissociável do relacionamento entre seres humanos, reveste-se
inegavelmente de uma roupagem competitiva, porquanto
corresponde a uma tentativa de se reduzirem as perspectivas de
uns em benefício de outros.

Comentário – Não se percebe nenhum problema de ordem gramatical


(pontuação, concordância, regência etc.) no novo período formado. Quanto à
coerência, muitos alunos discutiram a substituição da palavra denotativa
“Afinal” pela conjunção “porquanto”. No trecho original, O segundo período
expressa uma situação que motiva o revestimento da discriminação com uma
roupagem competitiva. Na reescritura, a conjunção “porquanto” contribui com
a união dos períodos iniciais e ressalta a exposição do mesmo motivo. A
passagem continua coerente mesmo com a modificação proposta.
Resposta – Item certo.

Nas formas de vida coletiva, podem assinalar-se dois


princípios que se combatem e regulam diversamente as
atividades dos homens. Esses dois princípios encarnam-se nos
4 tipos do aventureiro e do trabalhador. Já nas sociedades
rudimentares manifestam-se eles, segundo sua predominância,
na distinção fundamental entre os povos caçadores ou coletores
7 e os povos lavradores. Para uns, o objeto final, a mira de todo
esforço, o ponto de chegada, assume relevância tão capital, que
chega a dispensar, por secundários, quase supérfluos, todos os
10 processos intermediários. Seu ideal será colher o fruto sem
plantar a árvore. Esse tipo humano ignora as fronteiras. No
mundo, tudo se apresenta a ele em generosa amplitude e, onde

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2. (Cespe/2014/TJ-CE/Nível Médio) O texto em apreço é,


predominantemente,

a) instrucional.
b) dialógico.
c) descritivo.
d) narrativo.
e) dissertativo.

1 Estação do ano mais aguardada pelos brasileiros, o


verão não é sinônimo apenas de praia, corpos à mostra e pele
bronzeada. O calor extremo provocado por massas de ar quente
4 ― fenômeno comum nessa época do ano, mas acentuado na
última década pelas mudanças climáticas ― traz desconfortos
e riscos à saúde. Não se trata somente de desidratação e
7 insolação. Um estudo da Faculdade de Saúde Pública de
Harvard (EUA), o maior a respeito do tema feito até o
momento, mostrou que as temperaturas altas aumentam
10 hospitalizações por falência renal, infecções do trato urinário e
até mesmo sepse, entre outras enfermidades. “Embora tenhamos
feito o estudo apenas nos EUA, as ondas de calor são um
13 fenômeno mundial. Portanto, os resultados podem ser

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considerados universais”, diz Francesca Domininci, professora


de bioestatística da faculdade e principal autora do estudo,
16 publicado no jornal Jama, da Associação Médica dos Estados
Unidos. No Brasil, não há estudos específicos que associem as
ondas de calor a tipos de internações. “Não é só aí. No mundo
19 todo, há pouquíssimas investigações a respeito dessa relação”,
afirma Domininci. “Precisamos que os colegas de outras partes
do planeta façam pesquisas semelhantes para compreendermos
22 melhor essa importante questão para a saúde pública”, observa.
Internet: <www.correioweb.com.br> (com adaptações).

3. (Cespe/2015/FUB/Nível Médio) Elementos presentes no texto permitem


classificá-lo como narrativo.

4. (Cespe/2014/Antaq/Nível Médio) Predomina no texto a narração, já que


nele se identificam um cenário e uma ação.

Ex-presidiário, condenado a mais de cem anos de prisão


por assalto à mão armada e homicídio, Luiz Alberto Mendes Júnior
teve uma vida que renderia um belo filme de ação. Mas o
4 protagonista decidiu tomar outro rumo: dedicou-se à literatura e hoje
é um autor de sucesso. Luiz Alberto Mendes Júnior cumpriu 31 anos

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e 10 meses de prisão. Dentro da penitenciária, aprendeu a ler e a


7 escrever. Trabalhou na escola da penitenciária e alfabetizou mais de
500 presos. Fez vestibular para direito na PUC de São Paulo.
Passou. E mudou de vida. Hoje, conquistada a liberdade, Luiz
10 Alberto já lançou três livros e assina uma coluna na revista Trip,
além de fazer palestras pelo Brasil afora. É autor de Memórias de
um Sobrevivente (2001, um relato de seu tempo na cadeia), Tesão
13 e Prazer: Memórias Eróticas de um Prisioneiro (2004, também
autobiográfico) e Às Cegas (2005, que conta o período dos estudos
na PUC e as primeiras tentativas literárias). No esforço de
16 compreender os caminhos de sua vida, o escritor transforma a
matéria bruta da memória e cria narrativas que valem cada minuto
da atenção dos leitores. Em suas palestras, fala sobre “a literatura
19 como salvação pessoal”, conta um pouco da sua vida atrás das
grades e explica a mudança que o livro promoveu em sua vida.
Internet: <www.bienalbrasildolivro.com.br> (com adaptações).

5. (Cespe/Depen/Agente Penitenciário/2013) Trata-se de texto informativo


em que há trechos narrativos.

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6. (Cespe/Correios/Analista de Correios/Letras/2011) No texto, que se


caracteriza como expositivo-argumentativo, identificam-se a combinação
de vocabulário abstrato com metáforas e o emprego de estruturas
sintáticas repetidas.

Cinco curiosidades sobre Erasmo de Rotterdam (1467-1536)

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7. (Cespe/Correios/Analista de Correios/Letras/2011) O texto, de caráter


informativo, é exemplo do gênero biografia.

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8. (Cespe/Correios/Analista de Correios/Letras/2011) O trecho “uma série de


avanços [...] bens materiais e simbólicos” (L.6-9) constitui a tese que os
autores visam comprovar por meio da argumentação formulada no texto,
que pode ser classificado como dissertativo-argumentativo.

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9. (Cespe/TCU/AFCE/Auditoria de Obras Públicas/2011) O texto caracteriza-


-se como predominantemente dissertativo-argumentativo, e o autor utiliza
recursos discursivos diversos para construir sua argumentação, como, por
exemplo, linguagem figurada e repetições.

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10. (Cespe/EBC/Cargos de Nível Médio/2011) O trecho de citação da fala do


professor da Universidade de São Paulo é predominantemente narrativo.

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11. (Cespe/IRB/Diplomata/2012) Ambos os fragmentos apresentam a


estrutura textual típica da narrativa, recurso empregado pelo autor como
forma de manter a coerência dos fatos narrados.

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12. (Cespe/TRE-MS/Técnico Judiciário/2013) O texto é, essencialmente,

a) informativo.
b) prescritivo e normativo.
c) dissertativo-argumentativo.
d) narrativo.
e) descritivo.

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[...]
Eram trinta minutos do segundo tempo do jogo Villareal
versus Barcelona quando o brasileiro Daniel Alves, titular da
22 equipe azul e grená, se encaminhou para bater um escanteio. Uma
banana, então, foi atirada em sua direção. O lateral ― um baiano
[...]
28 Aquele era o oitavo caso de racismo nos gramados
espanhóis somente na atual temporada. Teria sido alvo de tímidos
protestos não fosse a reação irreverente do jogador brasileiro ― e
[...]

Rinaldo Gama. Como Daniel Alves derrotou o racismo.


Internet: <www.veja@abril.com.br> (com adaptações).

13. (Cespe/2014/TJ-SE/Técnico Judiciário) O trecho “Teria sido alvo de


tímidos protestos não fosse a reação irreverente do jogador brasileiro”
(l.29 e 30) poderia ser reescrito, sem prejuízo da coerência do texto, da
seguinte forma: O racismo teria sido alvo de grandes protestos, se
não fosse a reação irreverente do jogador brasileiro.

[...]
pelúcia. Na legenda, o ex-santista escreveu a hashtag
37 #somostodosmacacos em quatro idiomas: português, inglês,
espanhol e Catalão. Até a última quinta-feira, essa postagem havia
recebido quase 580.000 curtidas, enquanto uma legião de
40 celebridades ― dos esportes, das artes, da política etc. ― repetia
o gesto em apoio a Daniel Alves.
Rinaldo Gama. Como Daniel Alves derrotou o racismo.
Internet: <www.veja@abril.com.br> (com adaptações).

14. (Cespe/2014/TJ-SE/Técnico Judiciário) O trecho “Até a última quinta feira


(...) em apoio a Daniel Alves” (l.38 a 41) pode ser reescrito, sem prejuízo
da coerência e da correção gramatical do texto, da seguinte maneira: Até
a última quinta-feira, a postagem havia recebido quase 580.000

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Aula 7 – Texto (Parte I)
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curtidas; ao mesmo tempo, uma legião de celebridades - dos


esportes, das artes, da política etc. - repetia o gesto em apoio a
Daniel Alves.

[...]
13 ensino do DF. “Ainda prevalece uma visão conservadora sobre
o que é educação”, conta a professora. “A natureza possui uma
dimensão formadora. Isso subverte a forma de se tratar a
16 relação entre o ser humano e o meio ambiente no cerne de um
processo educativo. Não se trata de educar o ser humano para
[...]
João Campos. O ABC do cerrado. In: Revista Darcy, jun./2012 (com adaptações).

15. (Cespe/2014/ICMBio/Nível Médio) O termo ‘Isso’ (l.15) refere-se à


expressão ‘visão conservadora’ (l.13).

[...]
Unidos. No Brasil, não há estudos específicos que associem as
ondas de calor a tipos de internações. “Não é só aí. No mundo
19 todo, há pouquíssimas investigações a respeito dessa relação”,
afirma Domininci. “Precisamos que os colegas de outras partes
do planeta façam pesquisas semelhantes para compreendermos
22 melhor essa importante questão para a saúde pública”, observa.

Internet: <www.correioweb.com.br> (com adaptações).

16. (Cespe/2015/FUB/Nível Médio) O termo 'aí' (l.18) tem como referente


“Brasil" (l.17).

1 Em 2012, o CNJ promoveu, em parcerias com órgãos


do Executivo e do Judiciário, campanhas importantes para
promover o bem-estar do cidadão, como a da aplicação da Lei

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Língua Portuguesa para o INSS (Teoria e Exercícios)
Aula 7 – Texto (Parte I)
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4 Maria da Penha no âmbito dos tribunais; a do reconhecimento


da paternidade voluntária; a do fortalecimento da ideia de
conciliação no Judiciário; e a de valorização da vida.
[...]
Internet: <www.cnj.jus.br/q2rc> (com adaptações).

17. (Cespe/CNJ/Técnico Judiciário/2013) No trecho “a do reconhecimento”


(L.4), há elipse do termo “aplicação” (L.3), anteriormente utilizado.

Ex-presidiário, condenado a mais de cem anos de prisão


por assalto à mão armada e homicídio, Luiz Alberto Mendes Júnior
teve uma vida que renderia um belo filme de ação. Mas o
4 protagonista decidiu tomar outro rumo: dedicou-se à literatura e hoje
é um autor de sucesso. Luiz Alberto Mendes Júnior cumpriu 31 anos
[...]
Internet: <www.bienalbrasildolivro.com.br> (com adaptações).

18. (Cespe/Depen/Agente Penitenciário/2013) A palavra “protagonista” (L.4)


retoma o antecedente “Luiz Alberto Mendes Júnior” (L.2).

Voto facultativo, voto em branco e voto nulo são recursos


frequentemente mencionados por muitos brasileiros revoltados com a
corrupção na política. Esses apelos voltam a aparecer na véspera de
mais um processo eleitoral, especialmente em manifestações feitas pelas
redes sociais.
(...)
Mas é a crença na política, e não a descrença, que pode consertar
o que está errado.
Zero Hora, 3/3/2014 (com adaptações).

19. (Cespe/2014/TJ-CE/Nível Médio) O fragmento de texto acima se tornaria


coeso e coerente caso a marca de supressão nele mostrada — (...) —

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Aula 7 – Texto (Parte I)
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fosse substituída pelo segmento textual apresentado em uma das opções


abaixo. Assinale esta opção.

a) Portanto, eles não vêm de outro planeta. Saem dos setores organizados
da sociedade, chegam ao poder pela autorização explícita de contingentes
de eleitores numerosos o suficiente para diferenciá-los dos demais
postulantes de mandatos.
b) Essa indignação é legítima e acentua-se sempre que explode um
escândalo político ou que um julgamento do Supremo Tribunal Federal,
como a recente apreciação de recursos, não corresponde à expectativa da
nação.
c) Um tal grau responsabilidade não pode ser atribuído apenas aos políticos.
A pergunta que se impõe é: o que os cidadãos podem fazer para impedir a
deformação da política? Numa democracia, podem muito.
d) Ao contrário, é humano e compreensível que pessoas revoltadas com o
comportamento de seus representantes no poder resvalem para a
generalização, afirmando que todos os políticos são inconfiáveis.
e) Esta iniciativa legisladora, porém, carrega no seu bojo uma contradição:
os políticos, queiramos ou não, somos nós, os cidadãos que votamos e
elegemos nossos representantes.

1 A vida do Brasil colonial era regida pelas Ordenações


Filipinas, um código legal que se aplicava a Portugal e seus
territórios ultramarinos. Com todas as letras, as Ordenações
4 Filipinas asseguravam ao marido o direito de matar a mulher
caso a apanhasse em adultério. Também podia matá-la por
meramente suspeitar de traição. Previa-se um único caso de
7 punição: sendo o marido traído um “peão” e o amante de sua
mulher uma “pessoa de maior qualidade”, o assassino poderia
ser condenado a três anos de desterro na África.
[...]

Ricardo Westin e Cintia Sasse. Dormindo com o inimigo. In: Jornal do Senado.

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Aula 7 – Texto (Parte I)
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Brasília, 4/jul./2013, p. 4-5. Internet: <www.senado.gov.br> (com adaptações).

20. (Cespe/2014/TJ-SE/Nível Superior) Depreende-se do texto que os termos


‘peão’ (l.7) e ‘pessoa de maior qualidade’ (l. 8) fazem referência à classe
social do marido traído e do amante, respectivamente.

21. (Cespe/2014/TC-DF/Técnico de Administração) Os termos “Diderot” (l.16)


e “enciclopedista” (l.19) compartilham o mesmo referente.

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Romance LXXXI ou Dos Ilustres Assassinos

1 Ó grandes oportunistas,
sobre o papel debruçados,
que calculais mundo e vida
4 em contos, doblas, cruzados,
que traçais vastas rubricas
e sinais entrelaçados,
7 com altas penas esguias
embebidas em pecados!
Ó personagens solenes
10 que arrastais os apelidos
como pavões auriverdes
seus rutilantes vestidos,
13 — todo esse poder que tendes
confunde os vossos sentidos:
a glória, que amais, é desses
16 que por vós são perseguidos.
[...]
Cecília Meireles. Romanceiro da Inconfidência.
Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1989, p. 267-8.

22. (Cespe/PF/Papiloscopista/2012) O emprego do pronome possessivo em


“seus rutilantes vestidos” (v.12) evidencia que essa expressão
corresponde à vestimenta usada por autoridades em eventos solenes.

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Aula 7 – Texto (Parte I)
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23. (Cespe/TC-DF/Auditor de Controle Externo/2012) O pronome “o” (L.24)


retoma, por coesão, a expressão “o poder do rei” (L.23).

1 A discriminação, como um componente indissociável


do relacionamento entre os seres humanos, reveste-se
inegavelmente de uma roupagem competitiva. Afinal,
4 discriminar nada mais é do que tentar reduzir as perspectivas
de uns em benefício de outros. [...]
Joaquim Barbosa B. Gomes. As ações afirmativas e os processos de
promoção da igualdade efetiva. In: AJUFE (Org.). Semináriointernacional:
as minorias e o direito. 1.ª ed. 2003, p. 91-2 (com adaptações).

24. (Cespe/CNJ/Analista Judiciário/2013) Sem prejuízo para a coerência e a


correção gramatical, os dois primeiros períodos do texto poderiam ser
condensados no seguinte período: A discriminação, elemento
indissociável do relacionamento entre seres humanos, reveste-se
inegavelmente de uma roupagem competitiva, porquanto
corresponde a uma tentativa de se reduzirem as perspectivas de
uns em benefício de outros.

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Aula 7 – Texto (Parte I)
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Nas formas de vida coletiva, podem assinalar-se dois


princípios que se combatem e regulam diversamente as
atividades dos homens. Esses dois princípios encarnam-se nos
4 tipos do aventureiro e do trabalhador. Já nas sociedades
rudimentares manifestam-se eles, segundo sua predominância,
na distinção fundamental entre os povos caçadores ou coletores
7 e os povos lavradores. Para uns, o objeto final, a mira de todo
esforço, o ponto de chegada, assume relevância tão capital, que
chega a dispensar, por secundários, quase supérfluos, todos os
10 processos intermediários. Seu ideal será colher o fruto sem
plantar a árvore. Esse tipo humano ignora as fronteiras. No
mundo, tudo se apresenta a ele em generosa amplitude e, onde
13 quer que se erija um obstáculo a seus propósitos ambiciosos,
sabe transformar esse obstáculo em trampolim. Vive dos
espaços ilimitados, dos projetos vastos, dos horizontes
16 distantes.
O trabalhador, ao contrário, é aquele que enxerga
primeiro a dificuldade a vencer, não o triunfo a alcançar. O
19 esforço lento, pouco compensador e persistente, que, no
entanto, mede todas as possibilidades de esperdício e sabe tirar
o máximo proveito do insignificante, tem sentido bem nítido
22 para ele. Seu campo visual é naturalmente restrito. A parte
maior do que o todo.
[...]
Sérgio Buarque de Holanda. Raízes do Brasil. São
Paulo: Companhia das Letras, 1995.

25. (Cespe/2014/TC-DF/Técnico de Administração) As expressões “Para uns”


(l.7) e “Esse tipo humano” (l.11) remetem, respectivamente, aos
indivíduos aventureiros e aos indivíduos lavradores.

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Aula 8 – Texto (Parte II)
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Olá!
Nesta última parte da aula, vamos conversar sobre métodos
indutivo e dedutivo de compreensão e interpretação textual,
reescritura de frases e parágrafos e noções de semântica, assuntos que
o Cespe adora.

Sumário

Métodos de Interpretação ........................................................................ 2


Dedução.............................................................................................. 3
Indução .............................................................................................. 3
Reescritura de Texto .............................................................................. 13
Paráfrase ...........................................................................................13
Paródia ..............................................................................................14
Significação Contextual de Palavras .......................................................... 25
Semântica ..........................................................................................25
Antônimos .......................................................................................25
Sinônimos .......................................................................................26
Polissemia .......................................................................................32
Campo Semântico, Hiponímia e Hiperonímia ........................................33
Homônimos .....................................................................................34
Parônimos .......................................................................................34
Denotação .......................................................................................35
Conotação .......................................................................................36
Lista das Questões Comentadas ............................................................... 39
Gabarito das Questões Comentadas ......................................................... 58

Métodos de Interpretação

Observe que nas provas do Cespe/UnB é comum aparecerem


questões sobre interpretação de texto que exigem uma resposta do candidato
com base em argumentos dedutivos ou indutivos (“Infere-se...”). Às vezes, o
enunciado pode ser um pouco diferente, ou não tão claro como tentei

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Aula 8 – Texto (Parte II)
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Em todo argumento dedutivo, a O grande problema do processo


conclusão deve estar presente indutivo é seu caráter
nas premissas. probabilístico.
Os argumentos dedutivos são A indução pode ir além das
estéreis, não apresentam nenhum premissas — por oferecer novas
conhecimento novo. Assim como já informações que as premissas não
está contida nas premissas, a possuíam.
conclusão nunca vai além delas.

Agora você aplicará o que aprendeu.

[...]

1. (Cespe/TC-DF/Auditor de Controle Externo/2012) Infere-se da leitura do


texto, especialmente do trecho “O fim da Idade Média [...] aumentar os
impostos” (L.15-25), que a Inglaterra conseguiu limitar o poder dos reis
absolutistas bem antes dos demais países europeus.

Comentário – Sim, isso ocorreu na Inglaterra no século XIII (“já em 1215”).


Portanto esse país constituiu uma exceção à maior concentração do poder nas
mãos dos reis absolutistas que ocorreu no fim da Idade Média, no século XV.
Resposta – Item certo.

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Aula 8 – Texto (Parte II)
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1 Imagine que um poder absoluto ou um texto sagrado


declarem que quem roubar ou assaltar será enforcado (ou terá
a mão cortada). Nesse caso, puxar a corda, afiar a faca ou
4 assistir à execução seria simples, pois a responsabilidade moral
do veredicto não estaria conosco. Nas sociedades tradicionais,
em que a punição é decidida por uma autoridade superior a
7 todos, as execuções podem ser públicas: a coletividade festeja
o soberano que se encarregou da justiça — que alívio!
[...]
22 Reprimimos em nós desejos e fantasias que nos
parecem ameaçar o convívio social. Logo, frustrados, zelamos
pela prisão daqueles que não se impõem as mesmas renúncias.
25 Mas a coisa muda quando a pena é radical, pois há o risco de
que a morte do culpado sirva para nos dar a ilusão de liquidar,
com ela, o que há de pior em nós. Nesse caso, a execução do
28 condenado é usada para limpar nossa alma. Em geral, a justiça
sumária é isto: uma pressa em suprimir desejos inconfessáveis
de quem faz justiça. Como psicanalista, apenas gostaria que a
31 morte dos culpados não servisse para exorcizar nossas piores
fantasias — isso, sobretudo, porque o exorcismo seria ilusório.
Contudo é possível que haja crimes hediondos nos quais não
34 reconhecemos nada de nossos desejos reprimidos.
Contardo Calligaris. Terra de ninguém – 101 crônicas. São
Paulo: Publifolha, 2004, p. 94-6 (com adaptações).

2. (Cespe/PF/Papiloscopista/2012) De acordo com o texto, nas sociedades


tradicionais, os cidadãos sentem-se aliviados sempre que um soberano
decide infligir a pena de morte a um infrator porque se livram das
ameaças de quem desrespeita a moral que rege o convívio social, como
evidencia o emprego da interjeição “que alívio!” (l.8).

Comentário – O trecho “Nesse caso, puxar a corda, afiar a faca ou assistir à


execução seria simples, pois a responsabilidade moral do veredicto não estaria

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Aula 8 – Texto (Parte II)
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conosco” (segundo período) é fundamental aqui. Ele expõe o real motivo do


alívio dos cidadãos: a ausência de responsabilidade moral do veredito.
Resposta – Item errado.

3. (Cespe/PF/Papiloscopista/2012) Na condição de psicanalista, o autor do


texto adverte que a punição de infratores das leis é uma forma de os
indivíduos expurgarem seus desejos inconfessáveis, ressalvando, no
entanto, que, quando se trata de crime hediondo, tal não se aplica.

Comentário – Agora a nossa resposta deve levar em consideração a última


frase do texto: “Contudo é possível que haja crimes hediondos nos quais não
reconhecemos nada de nossos desejos reprimidos”. Note que o autor admite a
possibilidade de nossas piores fantasias ocorrerem em alguns casos de crimes
hediondos. Porém o examinador generalizou a sua assertiva (“quando se trata
de crime hediondo, tal não se aplica”).
Resposta – Item errado.

[...]
4 estrutura discursos de dominação. Assim, não basta proteger
o cidadão do poder com o simples contraditório processual e
a ampla defesa, abstratamente assegurados na Constituição.
7 Deve haver um tratamento crítico e uma posição política sobre
o discurso jurídico, com a possibilidade de revelar possíveis
contradições e complexidades das tábuas de valor que orientam
10 o direito.
[...]
Newton de Oliveira Lima. Um valor discursivo e político. In: Revista
Jus Vigilantibus. Internet: <http://jusvi.com> (com adaptações).

4. (Cespe/CNJ/Analista Judiciário/2013) Infere-se da leitura do texto que o


contraditório e a ampla defesa protegem o cidadão de forma simples e
prática.

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Comentário – Não podemos inferir isso, pois há elementos no texto que


apontam para a complexidade do direito e para a necessidade de
procedimentos que se contrapõem à segurança abstrata contida na
Constituição. Vejamos estes trechos: “não basta proteger o cidadão do poder
com o simples contraditório processual e a ampla defesa, abstratamente
assegurados na Constituição”; Deve haver um tratamento crítico e uma
posição política sobre o discurso jurídico, com a possibilidade de revelar
possíveis contradições e complexidades das tábuas de valor que orientam o
direito.
Resposta – Item errado.

Há 20 anos uma revolução sem armas e sem passeatas começou a


mudar a vida dos brasileiros, quando o presidente Itamar Franco assinou
a Medida Provisória 434 e criou a unidade real de valor, embrião de uma
nova moeda, o real. Naquele mês de fevereiro, os preços ao consumidor
subiram 40,27% e a alta acumulada em 12 meses chegou a 757,29%.
Em 2013, a inflação anual ficou em 5,91%. Há 20 anos, os preços de
bens e serviços aumentavam muito mais que isso em apenas uma
semana. Recebido o pagamento, os trabalhadores corriam ao
supermercado para abastecer a casa. A corrosão do salário em poucos
dias era muito maior do que foi em todo o ano passado.
O Estado de S.Paulo, 27/2/2014 (com adaptações).

5. (Cespe/2014/TJ-CE/Nível Médio) No texto acima, os argumentos contidos


no trecho “Em 2013 (...) ano passado” reforçam a ideia de que,

a) atualmente, a inflação corrói mais os salários que há vinte anos.


b) nos dias atuais, é necessário abastecer a casa rapidamente ao receber o
salário.
c) hoje, a população não enfrenta nível algum de inflação.
d) atualmente, a inflação não é um grande problema para a população.
e) há vinte anos, a população sofria menos com a inflação.

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Comentário – Você deve ter cuidado, principalmente, com última opção. Não
é possível sustentar que, há vinte anos, a população sofria menos com a
inflação. Naquela época, a inflação chegou a “40,27%” em fevereiro e a
“757,29%” ao ano, índices bem menores do que o atual: “5,91%” ao ano.
Portanto, ainda que haja inflação atualmente, ela está submetida a um
controle, está dentro de um limite que não gera grandes prejuízos à
população.
Resposta – D

6. (Cespe/2014/Antaq/Nível Médio) Infere-se das informações do texto que o


transporte por hidrovia ajuda a preservar o meio ambiente, dado o baixo
consumo de combustível, e reduz a dependência do transporte rodoviário.

Comentário – Nas linhas 5 e 6, lê-se que esse tipo de transporte é realizado


“com baixo consumo de combustível”. Nas linhas 7 e 8, o autor apresenta a
questão ambiental como uma fator positivo para a “ampliação do uso da
hidrovia” como “uma tendência mundial”. A partir da linha 14, é possível
entender que o transporte por hidrovia favorece a eliminação da dependência
do transporte “rodoviário”, representa uma alternativa de “integração nacional”
e reduz o trânsito “pesado” em importantes rodovias do país.
Resposta – Item certo.
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7. (Cespe/2014/Anatel/Nível Médio) Infere-se da leitura do texto que os


brasileiros, na maioria das vezes, usam a palavra “amanhã” em sentido
metafórico, e os alemães, em sentido literal.

Comentário – Segundo o autor, um alemão associa o significado da palavra


“amanhã” ao da palavra morgen (linhas 7-9) e um brasileiro usa o primeiro
vocábulo com sentidos diversos (linhas15-19). Ou seja, o alemão emprega a
palavra em sentido literal, enquanto o brasileiro a utiliza em sentido figurado.
Resposta – Item certo.

1 “O preconceito linguístico é um equívoco, e tão


nocivo quanto os outros. Segundo Marcos Bagno, especialista
no assunto, dizer que o brasileiro não sabe português é um dos
4 mitos que compõem o preconceito mais presente na cultura
brasileira: o linguístico”.

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A redação acima poderia ter sido extraída do editorial


7 de uma revista, mas é parte do texto O oxente e o ok, primeiro
lugar na categoria opinião da 4.ª Olimpíada de Língua
Portuguesa Escrevendo o Futuro, realizada pelo Ministério da
10 Educação em parceria com a Fundação Itaú Social e o Centro
de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação
Comunitária (CENPEC).
13 A autora do artigo é estudante do 2.º ano do ensino
médio em uma escola estadual do Ceará, e foi premiada ao lado
de outros dezenove alunos de escolas públicas brasileiras,
16 durante um evento em Brasília, no último mês de dezembro.
Como nos três anos anteriores, vinte alunos foram vencedores
― cinco em cada gênero trabalhado pelo projeto. Além de
19 opinião (2.º e 3.º anos do ensino médio), a olimpíada destacou
produções em crônica (9.º ano do ensino fundamental), poema
(5.º e 6.º anos) e memória (7.º e 8.º anos). Tudo regido por um
22 só tema: “O lugar em que vivo”.

Língua Portuguesa, 1/2015. Internet: <www.revistalingua.uol.com.br> (com adaptações).

8. (Cespe/2015/FUB/Nível Médio) De acordo com as informações constantes


do texto acima, a 4.ª Olimpíada de Língua Portuguesa Escrevendo o
Futuro contou com a participação de alunos da rede pública que
trabalharam com cinco gêneros textuais, tendo ficado em primeiro lugar
na categoria opinião o texto O oxente e o ok.

Comentário – Não, não foram cinco gêneros textuais. Foram quatro:


“opinião”, “crônica”, “poema” e “memória” (l. 19-21). Em cada um desses
gêneros, houve cinco alunos vencedores (l. 18).
Resposta – Item errado.

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9. (Cespe/2015/FUB/Nível Médio) De acordo com o primeiro parágrafo do


texto, para o especialista Marcos Bagno, o preconceito linguístico nasce da
ideia de que existe uma única língua portuguesa correta.

Comentário – Cuidado para não “embarcar numa canoa furada”! Ainda que o
linguista Marcos Bagno defenda a ideia de haver um preconceito linguístico,
não há elementos no primeiro parágrafo que sustentem o que o examinador
disse sobre o especialista. Bagno não diz nada sobre a existência de “uma
única língua portuguesa correta”. De acordo com o texto, o especialista apenas
diz que o preconceito é constituído pelo mito de que “o brasileiro não sabe
português”, independentemente de haver ou não mais de uma língua
portuguesa correta.
Resposta – Item errado.

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10. (Cespe/2015/TCE-RN/Assessor de Informática) Os registros contábeis


precedem historicamente o surgimento da escrita e também são
essenciais para o entendimento e a evolução dos sistemas de escrita.

Comentário – Parte da declaração é verdadeira, pois os registros contábeis


“antecederam o aparecimento da escrita” (l. 5-6). Mas não é verdade que eles
“para o entendimento e a evolução dos sistemas de escrita”, como disse o
examinador. Em primeiro lugar, as palavras “surgimento” (l. 7) e
“entendimento” (usada pela banca) não são sinônimas. Em segundo, subsidiar
não significa, necessariamente, ser essencial. O examinador extrapolou o
conteúdo da declaração original.
Resposta – Item errado.

11. (Cespe/2015/TCE-RN/Assessor de Informática) O texto descreve a


evolução da atividade contábil, ressaltando o papel que cada civilização do
mundo antigo desempenhou nessa história de evolução.

Comentário – Sim, é verdade. Observe que o enunciador traça a evolução da


atividade contábil desde a “Mesopotâmia” até as “civilizações modernas”,
passando por “escribas egípcios”, pela “Grécia”, por “Roma” e “todo o
Ocidente”.
Resposta – Item certo.

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12. (Cespe/2015/TCE-RN/Administrador) O montante das despesas totais da


cidade de Mossoró no período de 2009 a 2011 suplantou o montante das
suas receitas totais nesse período.

Comentário – Sim, basta somar os valores e compará-los para confirmar o


que o examinador disse. As receitas desse período somam 1.161. As despesas
somam 1.197. Considere, obviamente, a unidade de medida indicada no
próprio texto.
Resposta – Item certo.

Reescritura de Texto

Esclareço que toda vez que uma obra faz alusão à outra, ocorre a
intertextualidade. Isso se concretiza de várias formas. Aqui, abordarei
aquela que costuma aparecer em provas e que pode ser cobrada no concurso
que você fará, só que com uma outra “roupagem”: a paráfrase. Também farei
distinção entre ela e a paródia (outra forma de intertextualidade).
Inicialmente, exemplificarei cada uma dessas manifestações. Depois,
comentarei as características que as distinguem.

Texto Original
Minha terra tem palmeiras
Onde canta o sabiá,
As aves que aqui gorjeiam
Não gorjeiam como lá.
(Gonçalves Dias, “Canção do exílio”).

Paráfrase

Meus olhos brasileiros se fecham saudosos


Minha boca procura a ‘Canção do Exílio’.
Como era mesmo a ‘Canção do Exílio’?
Eu tão esquecido de minha terra...
Ai terra que tem palmeiras
Onde canta o sabiá!

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Aula 8 – Texto (Parte II)
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(Carlos Drummond de Andrade, “Europa, França e Bahia”).

Paródia

Minha terra tem palmares


onde gorjeia o mar
os passarinhos daqui
não cantam como os de lá.
(Oswald de Andrade, “Canto de regresso à pátria”).

Na paráfrase, as palavras são mudadas, porém a ideia do


texto original é confirmada pelo novo texto; a alusão ocorre para
atualizar, reafirmar os sentidos ou alguns sentidos do texto citado. É dizer
com outras palavras o que já foi dito. E não apenas com outras palavras,
mas também com outra estruturação sintática.
Normalmente, as bancas indagam se, nesse processo, a coesão
(correção gramatical) e a coerência (significado original do texto) foram
mantidas. É muito importante que esses dois aspectos sejam respeitados
na hora de parafrasear o texto original.
Na primeira reescritura (paráfrase) acima, note que não há
mudança do sentido principal do texto, que é a saudade da terra natal. Mas,
em relação à paródia, há uma mudança no significado da informação. O
nome “palmares”, escrito com letra minúscula, substitui a palavra palmeiras.
Há um contexto histórico, social e racial neste texto. Palmares é o quilombo
liderado por Zumbi, foi dizimado em 1695. Há uma inversão do sentido do
texto primitivo que foi substituído pela crítica à escravidão existente no Brasil.
Observe outros exemplos:

“A mente de Deus é como a Internet: ela pode ser acessada por


qualquer um, no mundo todo.” (Américo Barbosa, na Folha de São Paulo)

a) No mundo todo, qualquer um pode acessar a mente de Deus e a


internet. (PARÁFRASE)

b) Tanto a internet quanto a mente de Deus podem ser acessadas,


no mundo todo, por qualquer um. (PARÁFRASE)

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Aula 8 – Texto (Parte II)
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c) A mente de Deus pode acessar, como qualquer um, no mundo


todo, a internet. (NÃO É PARÁFRASE)

Outro exemplo de paródia é a propaganda que faz referência à


obra prima de Leonardo Da Vinci, Mona Lisa:

Passemos agora à análise de questões do Cespe/UnB que


envolvem esse assunto, o último desta aula.

1 A Declaração Universal dos Direitos Humanos, com


um preâmbulo de sete “considerandos” e com trinta artigos, é
um documento histórico, uma carta de intenções e também uma
4 denúncia de tudo o que, ao longo de milênios, a humanidade
deixou de fazer. [...]
10 A declaração não previu que o desenvolvimento
capitalista chegasse à sua atual etapa de globalização e de
capitais voláteis, especulativos, que, sem controle, entram e
13 saem de diferentes países, gerando instabilidade permanente
nas economias periféricas. Talvez fosse o caso de se afirmar,
agora, o direito das nações de regulamentarem os investimentos
16 externos e de se protegerem contra a especulação internacional,
que fragiliza e subordina economias nacionais. Não é
admissível que grupos privados transnacionais — não mais do
19 que três centenas —, com negócios que vão do setor produtivo
industrial ao setor financeiro, passando pela publicidade e pelas
comunicações, sejam, na verdade, o verdadeiro governo do

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22 mundo, hegemonizando governos e nações, derrubando


restrições alfandegárias, impondo seus interesses particulares.
[...]

Francisco Alencar. Para humanizar o bicho homem. In: Francisco Alencar (Org.).
Direitos mais humanos. Brasília: Garamond, 2006. p. 17-31 (com adaptações).

13. (Cespe/TRT-21ª Região/Analista Judiciário/2011) A oração “A declaração


não previu” (l. 10) poderia ser corretamente reescrita da seguinte forma:
Na declaração, não se previu.

Comentário – A banca resolveu explorar a mudança de voz verbal, que veio


acompanhada por outras modificações. Em vez de transformar o sujeito (“A
declaração”) em agente da passiva, a banca tornou-o adjunto adverbial
(antecipado, o que justifica o uso da vírgula): Na declaração. Até aqui, tudo
bem. Não podemos dizer que a nova redação está errada só por causa disso.
Também não há incorreção na formação da voz passiva sintética (formada pela
combinação de verbo transitivo direto com pronome apassivador): se previu,
nem na posição proclítica do tal pronome, atraído pelo advérbio não. Com a
nova redação, a forma verbal previu passou a concordar com o sujeito
oracional que o desenvolvimento capitalista chegasse...
Resposta – Item certo.

14. (Cespe/TRT-21ª Região/Analista Judiciário/2011) Preservam-se a correção


gramatical e o sentido original do texto ao se substituir “sem controle” (l.
12) por aleatoriamente.

Comentário – Não, pois aleatoriamente tem a ver com o acaso, com fatores
incertos ou acidentais; que ocorrem fortuita ou casualmente. Essa ideia
afasta-se do sentido original, que transmite a noção de uma situação
repetitiva, sistemática, mas sem sofrer qualquer tipo de controle ou gerência.
Resposta – Item errado.

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15. (Cespe/PC-CE/Inspetor de Polícia/2012) Em cada um dos itens a seguir,


são apresentadas propostas de reescrita do trecho “No entanto, o estudo
dos impérios, antigos ou recentes, permite acessar as raízes do mundo
contemporâneo e aprofundar nossa compreensão das modalidades de
organização do poder político” (L.10-13). Julgue-os com relação à
correção gramatical

O estudo dos impérios, porém, sejam eles antigos, sejam recentes,


permite chegarmos às raízes do mundo atual e tornarmos mais profunda
nossa compreensão das formas de organização do poder político.

Comentário – Neste item, a conjunção adversativa “No entanto” foi


substituída pela sua correspondente: porém. A intercalação dela fez surgirem
as vírgulas que a isolam. A conjunção “ou” foi trocada pelo par correlato
sejam... sejam..., que imprimiu ao trecho igual valor semântico. Merecem
nossa atenção também os sinônimos textuais “mundo contemporâneo” e
mundo atual, “modalidades de organização” e formas de organização.
Resposta – Item certo.

1 A beleza, ao longo de sua história, esteve atrelada ao


logos filosófico, à racionalidade como medida e regra. O feio,
seu oposto e seu negativo, é aquilo que escapa a essa medida
4 racionalmente forjada. Quando elevado ao nível de questão
teórica, o feio sempre disse respeito ao que deveria ser
devolvido às forças luminosas da beleza, à sua promessa de
7 reconciliação com a vida, a sociedade, a verdade ou o divino.
[...]
Marcia Tiburi. Toda beleza é difícil. Esboço de críticas sobre as relações entre
metafísica, estética e mulheres na filosofia. In: Marcia Tiburi et al. As mulheres
e a filosofia. São Leopoldo: Unisinos, 2002, p. 44-5 (com adaptações).

16. (Cespe/Câmara dos Deputados/Analista Legislativo/Técnica


Legislativa/2012) A oração iniciada por “Quando” (l.4) tem valor

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condicional e poderia ser reescrita como Caso discutido no nível


teórico, sem que se alterassem a correção e o sentido original do texto.

Comentário – A oração “Quando elevado ao nível de questão teórica” tem


valor temporal, exprime o(s) momento(s) de ocorrência do fato declarado na
oração principal (“o feio sempre disse respeito ao”). Observe que o sentido
original é de certeza quanto ao que se declara.
A oração Caso [fosse] discutido no nível teórico afetaria a
correção e o sentido original. A conjunção inicial expressa um fato hipotético,
possível; mas não garantido Ela exige uma conjugação verbal que corresponda
a esse sentido. Veja esta proposta: Caso [fosse] discutido no nível teórico,
o feio sempre diria respeito ao... O futuro do pretérito do indicativo é
empregado para exprimir um fato condicionado a outro e corroborar a noção
de probabilidade, ideia aproximada.
Resposta – Item errado.

1 Desde a instituição do casamento civil no Brasil, com


a promulgação da primeira constituição republicana, em 1891,
começou-se a discutir a constituição da família, os direitos das
4 mulheres casadas e dos filhos legítimos e ilegítimos e as
possibilidades de divórcio.
[...]
Keila Grinberg. Decisões atuais, origens históricas. Internet:
<http://cienciahoje.uol.com.br> (com adaptações).

17. (Cespe/TJ-PB/Juiz Leigo/2013) A correção gramatical e o sentido original


do texto seriam mantidos caso a expressão “começou-se a discutir” (l.3)
fosse substituída por começaram a ser discutidos.

Comentário – Esta é mais uma típica questão do Cespe sobre reescritura de


texto. Lembre-se de que é necessário que preservar a correção gramatical e o
sentido original.

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Inicialmente, você deve notar que a locução verbal começou-se


a discutir está flexionada na voz passiva sintética (ou pronominal). Começou é
verbo auxiliar; se é pronome apassivador; a é preposição que articula a
locução; discutir é verbo principal (quanto à regência, é transitivo direto). O
sujeito composto é constituído pela expressão a constituição da família, os
direitos das mulheres casadas e dos filhos legítimos e ilegítimos e as
possibilidades de divórcio (os termos sublinhados são os núcleos). O verbo
auxiliar começou foi mantido no singular porque concorda atrativamente com o
núcleo mais próximo: constituição.
A substituição proposta pelo examinador (começaram a ser
discutidos) muda a voz passiva sintética para analítica (ou verbal). O verbo
auxiliar (começaram) agora está flexionado no plural porque concorda
gramaticalmente com todos os núcleos do sujeito composto. O verbo principal
no particípio (discutidos) está no masculino plural porque, ao concordar em
gênero e número com todos os núcleos, o masculino tem proeminência sobre o
gênero feminino.
Resposta – Item certo.

A vida do Brasil colonial era regida pelas Ordenações


Filipinas, um código legal que se aplicava a Portugal e seus
territórios ultramarinos. Com todas as letras, as Ordenações
4 Filipinas asseguravam ao marido o direito de matar a mulher
caso a apanhasse em adultério. Também podia matá-la por
meramente suspeitar de traição. Previa-se um único caso de
7 punição: sendo o marido traído um “peão” e o amante de sua
mulher uma “pessoa de maior qualidade”, o assassino poderia
ser condenado a três anos de desterro na África.
[...]
Ricardo Westin e Cintia Sasse. Dormindo com o inimigo. In: Jornal do Senado.
Brasília, 4/jul./2013, p. 4-5. Internet: <www.senado.gov.br> (com adaptações).

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18. (Cespe/2014/TJ-SE/Nível Superior) Sem prejuízo da correção gramatical e


do sentido original do texto, o terceiro período do primeiro parágrafo
poderia ser reescrito da seguinte forma: Também era possível que o
marido matasse a esposa pela mera suspeita de traição da parte
dela.

Comentário – O trecho original é muito claro com relação a quem suspeita de


traição: o marido (ele suspeita que a mulher o traiu e por isso mata a esposa).
Na reescritura, a informação é ambígua, pois a construção deixa margem para
o entendimento de que a mulher suspeita do marido. Por prejudicar o sentido
original do texto, a sentença não deve ser redigida como o examinador propôs.
Resposta – Item errado.

[...]
Na semana que antecede o dia da votação,
representantes de partidos políticos são convocados pelos
13 TREs para preencherem certa quantidade de cédulas de
votação. Esses votos em cédulas são depositados em urnas de
lona lacradas.

Por dentro da urna. Brasília: Tribunal Superior Eleitoral, 2010, 2.a ed.,
rev. e atual., p. 15-16. Internet: <www.tse.jus.br> (com adaptações).

19. (Cespe/2015/TRE-GO/Técnico Judiciário) “Na semana (...) cédulas de


votação” (l. de 11 a 14): Na semana precedente ao dia do sufrágio,
os TREs convocam representantes de partidos políticos para
preencher determinada quantidade de cédulas de votação.

Comentário – Paráfrase perfeita. Anteceder é o mesmo que preceder,


acontecer ou existir antes. Portanto o adjetivo precedente foi bem
empregado, inclusive com a preposição a para reger seu complemento
nominal. A palavra sufrágio foi usada adequadamente como sinônimo de
“votação”. O que era voz passiva verbal (“são convocados”) transformou-se
em voz ativa, e o que era agente da passiva (“pelos TREs”) tornou-se sujeito

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do verbo (os TREs convocam). A flexão do infinitivo (“preencherem” ou


preencher), nesse caso, é facultativa.
Resposta – Item certo.

Vamos analisar outras questões que tratam do que estudamos até


aqui.

1 Refletir sobre as conexões entre local e universal é


comum na historiografia das ciências. Desde o século XIX, os
autores que analisaram as ciências no Brasil avaliaram o país
4 como “atrasado” em relação aos grandes centros. Os próprios
conceitos e palavras utilizados pelos historiadores expressavam
a opção interpretativa de tratar a ciência brasileira como
7 dependente daquela praticada nos centros de poder. Mencionar,
por exemplo, a “chegada” ou “difusão” da ciência moderna no
Brasil indicava, muitas vezes, a adoção de um conceito de
10 ciência como um conjunto de conteúdos estanque, criado sob
o ponto de vista europeu. Assim, a produção científica seria
considerada de boa qualidade se conseguisse reproduzir esses
13 conteúdos. Como as realidades são diferentes, por nem sempre
se adequarem aos padrões internacionais, as interpretações
falavam em cópias malfeitas, em empreendimentos mal
16 realizados, em promessas a se cumprir.
Para os historiadores contemporâneos, a questão se
coloca por outro ângulo. Em primeiro lugar, a própria
19 reavaliação do estatuto das ciências entende que o caminho
traçado não foi o mesmo para todos. O que se conhece por
ciência foi e é fruto de escolhas políticas, sociais e econômicas,
22 que se refazem a cada dia, formando possíveis horizontes
futuros. Em segundo lugar, os historiadores têm mostrado que
não se pode falar em uma periferia colonial passiva, modelada

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25 por um centro de atividade científica dinâmica. As ciências se


criam e se praticam com base em lógicas de exclusão, inclusão,
monopólio, grupos, escolhas. Cabe aos historiadores enfatizar
28 os aspectos negociados dessa relação, mostrando que os
centros e as periferias são heterogêneos e que as posições de
força não dependem tanto da nacionalidade, mas dos grupos e
31 do tipo de integração e movimentação das práticas científicas
locais.
Lorelai Kury. Nem centro nem periferia. In: Revista de História da
Biblioteca Nacional. Especial n.º 2, nov./2010, p. 106 (com adaptações).

20. (Cespe/Câmara dos Deputados/Analista Legislativo/2012) De acordo com


a argumentação desenvolvida pela autora, seria mais exato considerar o
universo científico como policêntrico do que como um sistema assentado
na dicotomia que enfatiza as diferenças entre nações centrais e nações
periféricas.

Comentário – Essa ideia já é anunciada no início do segundo parágrafo, pois a


autora já nos apresenta uma análise que se contrapõe à análise tradicional:
“Para os historiadores contemporâneos, a questão se coloca por outro ângulo”.
Em seguida, ela nos apresenta dois argumentos (a partir das linhas 20 e 23)
que consolidam o que está sendo defendido.
Resposta – Item certo.

21. (Cespe/Câmara dos Deputados/Analista Legislativo/2012) Depreende-se


do conteúdo do primeiro parágrafo do texto que há uma ligação estreita
entre as escolhas lexicais feitas por um historiador, ao fazer suas análises,
e sua opção acadêmica e intelectual.

Comentário – Devemos extrair do próprio texto passagens que sustentam o


que foi dito pelo examinador: “Os próprios conceitos e palavras utilizados pelos
historiadores expressavam a opção interpretativa [...]. Mencionar, por

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exemplo, a “chegada” ou “difusão” da ciência moderna no Brasil indicava,


muitas vezes, a adoção de um conceito de ciência [...]” (l. 4-11)
Resposta – Item certo.

22. (Cespe/Câmara dos Deputados/Analista Legislativo/2012) O período “Em


segundo (...) científica dinâmica” (l. 23-25) poderia ser reescrito,
mantendo-se o seu sentido original e a sua correção gramatical, da
seguinte forma: Em segundo lugar, os historiadores mostraram que não
podem falar sobre uma periferia nas colônias passivas e modeladas por
um centro científico com atividades dinâmicas.

Comentário – No texto original, o substantivo “periferia” é caracterizado por


três expressões com valor de adjetivo: “colonial”, “passiva” e “modelada”. Na
reescritura, o adjetivo “colonial” tornou-se substantivo (“colônias”) e passou a
ser caracterizado pelas expressões “passivas” e “modeladas”. Além disso, no
trecho “não se pode falar”, está indeterminado o agente que fala sobre “uma
periferia colonial passiva, modelada por um centro de atividade científica
dinâmica”. Na reescritura, são os próprios historiadores que falam sobre o
assunto. Repare: “os historiadores mostraram que [eles] não podem falar
sobre uma periferia...”.
Resposta – Item errado.

1 O problema da linguagem preocupou, desde o início,


os membros da Comissão Revisora e Elaboradora do Novo
Código Civil, lembrados de que, quando da elaboração do
4 Código de 1916, tais questões se traduziram em uma
preferência pela forma em detrimento da matéria jurídica.
Embora seja belo ideal a ser atingido — o da
7 composição dos valores formais com os da técnica jurídica —,
nem sempre será possível atendê-lo, não se podendo deixar de

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dar preferência, vez por outra, à linguagem do jurista, sempre


10 vinculada a exigências inamovíveis de certeza e segurança.
[...]
Com essa compreensão da linguagem jurídica,
ver-se-á que, apesar de nosso propósito de elaborar uma
22 legislação dotada de efetivo valor operacional, não
descuidamos da forma. Procuramos, em última análise,
preservar a beleza formal do Código de 1916, modelo
25 insuperável da vernaculidade, reconhecendo que uma lei bela
já é meio caminho andado para a comunicação da justiça.

Miguel Reale. O problema da linguagem. Exposição de Motivos do Supervisor da Comissão


Revisora e Elaboradora do Código Civil (1975). In: Novo Código Civil: Exposição de motivos
e texto sancionado. Brasília: Senado Federal, 2003, p. 35-3 (com adaptações).

23. (Cespe/Câmara dos Deputados/Analista Legislativo/Técnica


Legislativa/2012) Ao empregar pronome e formas verbais na terceira
pessoa do plural — em “nosso propósito” (l.21), “não descuidamos da
forma” (l.22-23) e “Procuramos (...) preservar” (l.24) —, o autor adota o
chamado plural de modéstia, com o que deseja fugir à responsabilidade
de ter elaborado o novo Código Civil.

Comentário – Antes de tudo, é bom perceber o equívoco que o examinador


cometeu. Ele disse “pronome e formas verbais na terceira pessoa do plural” e
fez alusão à primeira pessoa do plural. Isso já nos dá argumento para dizer
que o item está errado. Mas vamos continuar nossa análise. Plural de
modéstia, geralmente utilizado por escritores e oradores, evita o tom
personalista no discurso, enfraquece o modo individualista da argumentação e
transmite uma impressão de fala coletiva. Na verdade, o autor do texto sob
análise não utiliza esse recurso e não pretende fugir à responsabilidade. Ao
utilizar a forma correspondente à primeira pessoa do plural, ele se inclui entre
“os membros da Comissão Revisora e Elaboradora do Novo Código Civil” e
assume sua parcela de responsabilidade pela elaboração do Código.
Resposta – Item errado.

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Significação Contextual de Palavras

Para você compreender melhor a mensagem transmitida por meio


de um texto, às vezes não é suficiente conhecer o significado isolado das
palavras nele utilizadas. Há momentos em que a interpretação só é possível se
você considerar o contexto em que as palavras estão inseridas. Tenho
percebido que as bancas examinadoras também exploram esse fato em provas
de concursos públicos. Por isso é importante que você estude um pouco de
semântica na sua preparação.

Semântica

é a parte da linguística que estuda a significação das palavras, que


pode variar de acordo com o contexto. A palavra GATO, por exemplo,
apresenta diversos significados em um dicionário (considerada isoladamente):
animal mamífero da família dos felídeos; indivíduo esperto; erro, engano; etc.

Ex.: O cão correu atrás do gato.


O ladrão foi muito ligeiro, e a polícia não conseguiu pegar o gatuno.
A fiscalização flagrou um gato na instalação telefônica do prédio.

Trarei à sua memória alguns conceitos sobre semântica que,


acredite, serão muito úteis na hora de resolvermos questões de prova,
principalmente quando elas tratarem de interpretação de texto.

Antônimos

São palavras de sentido contrário. Assim como é difícil encontrar


um par perfeito de sinônimos, o mesmo ocorre com os antônimos. Em alguns
casos, é mais adequado falar em graus de antonímia.

Ex.: velho – novo / bom – mau

Um objeto velho, em princípio pode ser o oposto de um objeto


novo. Porém, dizer que um objeto é menos velho, em certos casos, pode ser
equivalente a dizer que ele é mais novo. O que torna relativa a antonímia entre
novo e velho. O mesmo ocorre com o par bom/mau.

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O par emigrante – imigrante, aparentemente são antônimos


perfeitos, já que a primeira palavra se refere àqueles que saem de
determinado lugar (cidade, estado, país); e a segunda, àqueles que entram.
Contudo, o emigrante, no momento em que chega a outro lugar, não passa a
ser também, obrigatoriamente, um imigrante?

Sinônimos

São palavras de sentidos idênticos ou aproximados, que podem ser


substituídas uma pela outra em diferentes contextos. Embora se fale em
palavras sinônimas, também existem frases e expressões sinônimas.

Ex.: Você já vacinou seu cão? / Você já vacinou seu cachorro.


Joana é a mulher de Marcelo. / Marcelo é o marido de Joana.

“O uso de palavras sinonímias pode ser de grande utilidade nos


processos de retomada de elementos que inter-relacionam as partes dos
textos.” (Cipro & Neto, 1999:565)

Ex.: Alguns segundos depois, apareceu um menino. Era um garoto magro, de


pernas compridas e finas. Um típico moleque.

[...]

24. (Cespe/TJ-AL/Cargos de Nível Superior/2012) A forma verbal


“contrastam” (L.3) está sendo empregada no texto como sinônimo de
assemelham.

Comentário – O verbo contrastar significa comparar, pôr (elementos


distintos) em contraste, verificando ou salientando as diferenças; confrontar;
contrapor; cotejar. Assemelhar é o mesmo que tornar parecido; ser

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semelhante. Portanto os significados desses dois vocábulos são antônimos


entre si.
Resposta – Item errado.

[...]
4 sociais. Em épocas de transformações tão radicais e
abrangentes como essa, caracterizada pela transição de uma era
industrial para uma baseada no conhecimento, aumenta-se o
7 grau de indefinições e incertezas. Há, portanto, que se fazer
esforço redobrado para identificar e compreender esses novos
processos — o que exige o desenvolvimento de um novo
[...]
Helena Maria Martins Lastres et al. Desafios e oportunidades da era do conhecimento.
In: São Paulo em Perspectiva, 16(3), 2002, p. 60-1 (com adaptações)

25. (Cespe/Serpro/Analista/213) O vocábulo “redobrado” (L.8) tem, no


contexto, sentido diferente do de reduplicado.

Comentário – Diante do aumento de indefinições e incertezas, surge a


necessidade de aumentar (ou redobrar) o esforço para identificar e
compreender os novos processos indicados no texto. Em diversos dicionários
conhecidos pelos estudantes, podemos conferir alguns significados para os
adjetivos redobrado e reduplicado. Leia, por exemplo, o que encontramos
no dicionário eletrônico Aulete (http://aulete.uol.com.br):

(re.do.bra.do)
a.
1. Que se redobrou, se manifestou em dobro; REDUPLICADO
2. Que se intensificou bastante (esforço redobrado, atenção
redobrada).
[F.: Part. de redobrar.]

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Fica claro, portanto, que o vocábulo “redobrado” (L.8) tem,


no contexto, sentido igual do de reduplicado.
Resposta – Item errado.

26. (Cespe/EBC/Gestor de Atividade Jornalística/2011) No texto 2, o vocábulo


“joça” poderia ser substituído por coisa, sem prejuízo para o sentido
original e para a correção gramatical do texto.

Comentário – Leia como o dicionário eletrônico Aulete apresenta um dos


significados da palavra “joça”: “Aquilo que não se consegue definir com
precisão, por desconhecimento ou por esquecimento momentâneo do seu
nome: Nunca soube para que servia aquela joça!”. O mesmo dicionário
apresenta um dos significados da palavra “coisa”: “objetos indeterminados ou
que se não querem especificar: Contou-me coisas e loisas. O negócio tem suas
coisas, é intricado, difícil.”. Portanto a substituição proposta mencionada pelo
examinador é adequada.
Resposta – Item certo.

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27. (Cespe/IRBr/Diplomata/2012) Na expressão “voz espúria” (l.10), o


adjetivo empregado tem, no contexto, sentido de não castiça.

Comentário – Vejamos alguns significados pertinentes para o adjetivo


espúrio: ilegítimo (comércio espúrio) [ Antôn.: legítimo]; bastardo; fora da
lei; diz-se de hábitos e costumes maus(comportamento espúrio); falsificado,
adulterado; corrompido etc.
Vejamos agora alguns significados plausíveis para o adjetivo
castiço: boa casta ou boa raça; puro, sem mistura, sem elementos
descaracterizadores; boa qualidade; correto; genuíno etc.
Portanto, por extensão, não castiço(a) significa o mesmo
que espúrio(a).
Resposta – Item certo.

1 Realmente, entre os agentes determinantes da seca se


intercalam, de modo apreciável, a estrutura e a conformação do

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solo. Qualquer que seja a intensidade das causas complexas e


4 mais remotas que anteriormente esboçamos, a influência
daquelas é manifesta desde que se considere que a capacidade
absorvente e emissiva dos terrenos expostos, a inclinação dos
7 estratos, que os retalham, e a rudeza dos relevos topográficos
agravam, do mesmo passo, a crestadura dos estios e a
degradação intensiva das torrentes. De sorte que, saindo das
10 insolações demoradas para as inundações subitâneas, a terra,
mal protegida por uma vegetação decídua, que as primeiras
requeimam e as segundas erradicam, se deixa, a pouco e pouco,
13 invadir pelo regime francamente desértico.
[...]
Euclides da Cunha. Os Sertões (Campanha de Canudos).
São Paulo: Martin Claret, 2007, p. 95-6 (com adaptações).

28. (Cespe/Câmara dos Deputados/Analista Legislativo/2012) As palavras


“subitâneas” (l.10) e “decídua” (l.11) poderiam ser substituídas,
respectivamente, por repentinas e caduca, sem prejuízo para a
coerência e a correção gramatical do texto.

Comentário – Esta questão foi para desestabilizar os candidatos. O adjetivo


“subitâneas” tem relação com súbito, que qualifica algo que ocorre sem
previsão (morte súbita); que é inesperado, repentino. Já o adjetivo “decídua”
expressa a característica de algo que cai ou se solta (dente decíduo); que é
cadivo (é mole ou quer mais!!!), caduco. Também pode indicar, como no caso
do texto analisado, um tipo de vegetação que cai em determinada época do
ano ou fase de desenvolvimento. Portanto as substituições não causam
prejuízo ao texto.
Resposta – Item certo.

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[...]
atribuições do engenheiro. Os construtores antigos, entretanto,
mesmo tendo realizado obras difíceis e audaciosas, se
16 baseavam, principalmente, em uma série de regras práticas e
empíricas, embora tivessem, evidentemente, em muitos casos,
exata noção de estabilidade, de equilíbrio de forças, de centro
19 de gravidade, entre outras. As obras que fizeram, muitas das
quais até hoje causam admiração, são muito mais fruto do
empirismo e da intuição do que de cálculo e de uma verdadeira
22 engenharia, como entendida atualmente. Pode-se dizer que a
engenharia científica só teve início quando se chegou a um
consenso de que tudo aquilo que se fazia em bases empíricas
25 e intuitivas era, na realidade, regido por leis físicas e
matemáticas, que importava descobrir e estudar. Leonardo da
Vinci e Galileu, nos séculos XV e XVII, podem ser
28 considerados os precursores da engenharia científica.
Pedro Carlos da Silva Telles. História da engenharia no
Brasil. Internet: <www.ebah.com.br> (com adaptações).

29. (Cespe/Câmara dos Deputados/Analista Legislativo/2012) A substituição


do trecho “como entendida atualmente” (l.22) por de acordo com o
nosso entendimento atual imprimiria um tom mais formal ao texto,
mantendo-se o sentido — codificado no valor semântico do conectivo e na
flexão do particípio — original do texto.

Comentário – A nova redação altera significativamente o sentido original do


texto. Note que o particípio “entendida” (l. 22) refere-se apenas à
“engenharia”, ajudando a caracterizá-la nos dias atuais e atribuir-lhe a
qualidade de “verdadeira”, em contraste com os métodos usados pelos
“construtores antigos”, que têm a ver com o empirismo e a intuição. Já a
expressão de acordo com o nosso entendimento atual indica um juízo de
valor do enunciador sobre os métodos de construção antigos e atuais. O uso
do pronome nosso é um recurso literário de persuasão do leitor, que é levado

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a compartilhar a mesma opinião do autor do texto. Portanto, toda a frase salta


do campo da constatação para o campo da opinião pessoal.
Resposta – Item errado.

Polissemia

É a propriedade de uma palavra apresentar vários sentidos.


Compare este par de enunciados:

a) Não consigo prender o fio de lã na agulha de tricô.


b) Enrosquei minha pipa no fio daquele poste.

Observe que, nas duas ocorrências da palavra fio, ela apresenta


sentidos diferentes: “fibra”, no primeiro enunciado, e “cabo de metal” no
segundo. Apesar disso, há um sentido comum entre elas: sequência, fiada,
eixo, alinhamento, encadeamento.

[...]
Ó soberbos titulares,
34 tão desdenhosos e altivos!
Por fictícia autoridade,
vãs razões, falsos motivos,
37 inutilmente matastes:
— vossos mortos são mais vivos;
e, sobre vós, de longe, abrem
40 grandes olhos pensativos.
Cecília Meireles. Romanceiro da Inconfidência.
Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1989, p. 267-8.

30. (Cespe/PF/Papiloscopista/2012) Considerando-se as relações entre os


termos da oração, verifica-se ambiguidade no emprego do adjetivo
“pensativos” (v. 40), visto que ele pode referir-se tanto ao termo “vossos
mortos” (v.38) quanto ao núcleo nominal “olhos” (v.40).

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Comentário – A pluralidade de significação é uma das características de um


poema. Isso ocorre normalmente por meio de frases ou expressões ambíguas,
palavras polissêmicas, usadas com sentido conotativo, figuras de linguagem
etc.
No caso sob análise, a associação entre as palavras “mortos” e
“vivos” gera um efeito semântico que nos permite interpretar que aqueles
personagens têm também alguma capacidade contemplativa, à semelhança
dos “vivos”.
Mas também é possível relacionar o adjetivo “pensativos” ao
termo “olhos”, concedendo a estes a capacidade de representar todo o ser
pensante, como se os próprios “olhos” expressassem alguma ideia ou
pensamento.
Resposta – Item certo.

Campo semântico, hiponímia e hiperonímia

Leia o enunciado abaixo:

Comprou um computador, um monitor, um teclado e uma


impressora para o escritório, pois, sem esse equipamento, não conseguiria dar
conta do trabalho.

Palavras como “computador”, “monitor”, “impressora” e “teclado”


apresentam certa familiaridade de sentido pelo fato de pertencerem ao mesmo
campo semântico, ou seja, ao universo da informática. Já a palavra
“equipamento” possui um sentido mais amplo, que engloba todas as outras.
Nesse caso, dizemos que “computador”, “monitor”, “impressora” e “teclado”
são hipônimos de “equipamento”. Por sua vez, “equipamento” é um
hiperônimo das outras palavras.

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Homônimos

São palavras diferentes no sentido, tendo a mesma escrita ou a


mesma pronúncia.

Ex.: são (verbo ser – eles são) / são (saudável) / são (santo); como (advérbio
interrogativo) / como (verbo)  homônimos perfeitos;
caçar (apanhar) / cassar (anular); concerto (harmonia) / conserto
(remendo)  homônimos homófonos
ele (pronome pessoal) / ele (substantivo, nome da letra L); almoço
(verbo) / almoço (substantivo); sede (vontade de beber) / sede (residência) 
homônimos homógrafos

Parônimos

São palavras diferentes no sentido, na escrita e na pronúncia,


apesar de se assemelharem nos dois últimos aspectos.

Ex.: flagrante (evidente) / fragrante (perfumado)


arrear (por arreios) / arriar (abaixar)
mandado (ordem judicial) / mandato (procuração)
inflação (alta dos preços) / infração (violação)
eminente (elevado) / iminente (prestes a ocorrer)
comprimento (extensão) / cumprimento (saudação)

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[...]
34 Cabe aqui acrescentar outras necessidades humanas
que têm sido sistematicamente relegadas a segundo plano. São
elas os valores culturais, que incluem os saberes, as paisagens
37 naturais, os costumes e as tradições populares. A urbanização
acelerada em todo o mundo foi a responsável pela perda da
qualidade de vida de muitos trabalhadores, apesar de
40 aparentemente ter criado melhores condições de vida para parte
da população.
Delze dos Santos Laureano. O meio ambiente e o
trabalho: a dignidade humana neste espaço. Internet:
<www.ecodebate.com.br> (com adaptações).

31. (Cespe/Ibama/Analista Administrativo/2013) O termo “relegadas” (l.35),


no texto, tem o mesmo sentido de renegadas.

Comentário – Cuidado com os parônimos! Eles não são sinônimos. No texto,


o vocábulo “relegadas” indica que “os valores culturais” tem sido desprezados
por causa da urbanização. Em outras palavras, a importância deles tem sido
diminuída. Já o vocábulo renegadas expressa a qualidade de algo que foi
banido, abandonado totalmente, rejeitado. Este sentido não é exatamente o
que consta no texto.
Resposta – Item errado.

Denotação

Em semântica, a denotação de um termo é o objeto ao qual o


mesmo se refere. A palavra tem valor referencial ou denotativo quando é
tomada no seu sentido usual ou literal, isto é, naquele que lhe atribuem os
dicionários; seu sentido é objetivo, explícito, constante. Ela designa ou denota
determinado objeto, referindo-se à realidade palpável.

Ex.: O papel foi rabiscado por todos. (papel: sentido próprio, literal)

A linguagem denotativa é basicamente informativa, ou seja, não


produz emoção ao leitor. É informação bruta com o único objetivo de informar.

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É a forma de linguagem que lemos em jornais, bulas de remédios, em um


manual de instruções etc.

Conotação

Além do sentido referencial, literal, cada palavra remete a


inúmeros outros sentidos, virtuais, conotativos, que são apenas sugeridos,
evocando outras ideias associadas, de ordem abstrata, subjetiva.
Conotação é, pois, o emprego de uma palavra tomada em um
sentido incomum, figurado, circunstancial, que depende sempre de contexto. A
linguagem conotativa não é exclusiva da literatura, ela é empregada em letras
de música, anúncios publicitários, conversas do dia-a-dia, etc.

Ex.: “Declarou-lhes, pois, Jesus: Eu sou o pão da vida; o que vem a mim
jamais terá fome; e o que crê em mim jamais terá sede”. (João 6:35)

1 Robustecer os orçamentos da educação e da saúde


constitui sonho acalentado por brasileiros, independentemente
de opção partidária ou credo religioso. As duas áreas — os
4 mais dolorosos problemas que dificultam a marcha do país
rumo ao desenvolvimento sustentável — clamam por
melhorias urgentes. Não é outra a razão por que milhares de
7 pessoas ocuparam as ruas das mais importantes unidades da
Federação exigindo escolas e hospitais padrão FIFA.
Correio Braziliense, 18/8/2013 (com adaptações).

32. (Cespe/FUB/2013/Auxiliar de Administração) A expressão “padrão FIFA”


(l.8) está sendo empregada com o sentido de qualidade excelente.

Comentário – Para que a próxima Copa do Mundo ocorra em nosso país, a


FIFA tem feito exigências rigorosas e vistorias periódicas em relação aos
estádios de futebol. O padrão de qualidade requerido pela FIFA tem sido tão
alto e tem gerado tanto investimento do governo, que os brasileiros
inconformados com a situação precária da educação e da saúde estão

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reivindicando a mesma qualidade excelente dos estádios para as escolas e os


hospitais públicos.
Resposta – Item certo.

33. (Cespe/2014/TJ-CE/Nível Médio) No texto acima, está sendo empregado


em sentido denotativo o termo

a) “brotaram” (l.9).
b) “indústria” (l.10).
c) “ventos” (l.3).
d) “miraculoso” (l.6).
e) “regionais” (l.7).

Comentário – Não confunda os conceitos: sentido denotativo é sentido


literal. Isso só ocorre com o termo “regionais” (l. 7), que designa os políticos
das localidades onde eram criadas prefeituras. Os outros termos expressam
ideias evocam outras ideias de ordem abstrata, subjetiva.
Resposta – E

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Lista das Questões Comentadas

[...]

1. (Cespe/TC-DF/Auditor de Controle Externo/2012) Infere-se da leitura do


texto, especialmente do trecho “O fim da Idade Média [...] aumentar os
impostos” (L.15-25), que a Inglaterra conseguiu limitar o poder dos reis
absolutistas bem antes dos demais países europeus.

1 Imagine que um poder absoluto ou um texto sagrado


declarem que quem roubar ou assaltar será enforcado (ou terá
a mão cortada). Nesse caso, puxar a corda, afiar a faca ou
4 assistir à execução seria simples, pois a responsabilidade moral
do veredicto não estaria conosco. Nas sociedades tradicionais,
em que a punição é decidida por uma autoridade superior a
7 todos, as execuções podem ser públicas: a coletividade festeja
o soberano que se encarregou da justiça — que alívio!
[...]
22 Reprimimos em nós desejos e fantasias que nos
parecem ameaçar o convívio social. Logo, frustrados, zelamos
pela prisão daqueles que não se impõem as mesmas renúncias.
25 Mas a coisa muda quando a pena é radical, pois há o risco de
que a morte do culpado sirva para nos dar a ilusão de liquidar,
com ela, o que há de pior em nós. Nesse caso, a execução do

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28 condenado é usada para limpar nossa alma. Em geral, a justiça


sumária é isto: uma pressa em suprimir desejos inconfessáveis
de quem faz justiça. Como psicanalista, apenas gostaria que a
31 morte dos culpados não servisse para exorcizar nossas piores
fantasias — isso, sobretudo, porque o exorcismo seria ilusório.
Contudo é possível que haja crimes hediondos nos quais não
34 reconhecemos nada de nossos desejos reprimidos.

Contardo Calligaris. Terra de ninguém – 101 crônicas. São


Paulo: Publifolha, 2004, p. 94-6 (com adaptações).

2. (Cespe/PF/Papiloscopista/2012) De acordo com o texto, nas sociedades


tradicionais, os cidadãos sentem-se aliviados sempre que um soberano
decide infligir a pena de morte a um infrator porque se livram das
ameaças de quem desrespeita a moral que rege o convívio social, como
evidencia o emprego da interjeição “que alívio!” (l.8).

3. (Cespe/PF/Papiloscopista/2012) Na condição de psicanalista, o autor do


texto adverte que a punição de infratores das leis é uma forma de os
indivíduos expurgarem seus desejos inconfessáveis, ressalvando, no
entanto, que, quando se trata de crime hediondo, tal não se aplica.

[...]
4 estrutura discursos de dominação. Assim, não basta proteger
o cidadão do poder com o simples contraditório processual e
a ampla defesa, abstratamente assegurados na Constituição.
7 Deve haver um tratamento crítico e uma posição política sobre
o discurso jurídico, com a possibilidade de revelar possíveis
contradições e complexidades das tábuas de valor que orientam
10 o direito.
[...]
Newton de Oliveira Lima. Um valor discursivo e político. In: Revista

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Jus Vigilantibus. Internet: <http://jusvi.com> (com adaptações).

4. (Cespe/CNJ/Analista Judiciário/2013) Infere-se da leitura do texto que o


contraditório e a ampla defesa protegem o cidadão de forma simples e
prática.

Há 20 anos uma revolução sem armas e sem passeatas começou a


mudar a vida dos brasileiros, quando o presidente Itamar Franco assinou
a Medida Provisória 434 e criou a unidade real de valor, embrião de uma
nova moeda, o real. Naquele mês de fevereiro, os preços ao consumidor
subiram 40,27% e a alta acumulada em 12 meses chegou a 757,29%.
Em 2013, a inflação anual ficou em 5,91%. Há 20 anos, os preços de
bens e serviços aumentavam muito mais que isso em apenas uma
semana. Recebido o pagamento, os trabalhadores corriam ao
supermercado para abastecer a casa. A corrosão do salário em poucos
dias era muito maior do que foi em todo o ano passado.
O Estado de S.Paulo, 27/2/2014 (com adaptações).

5. (Cespe/2014/TJ-CE/Nível Médio) No texto acima, os argumentos contidos


no trecho “Em 2013 (...) ano passado” reforçam a ideia de que,

a) atualmente, a inflação corrói mais os salários que há vinte anos.


b) nos dias atuais, é necessário abastecer a casa rapidamente ao receber o
salário.
c) hoje, a população não enfrenta nível algum de inflação.
d) atualmente, a inflação não é um grande problema para a população.
e) há vinte anos, a população sofria menos com a inflação.

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6. (Cespe/2014/Antaq/Nível Médio) Infere-se das informações do texto que o


transporte por hidrovia ajuda a preservar o meio ambiente, dado o baixo
consumo de combustível, e reduz a dependência do transporte rodoviário.

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7. (Cespe/2014/Anatel/Nível Médio) Infere-se da leitura do texto que os


brasileiros, na maioria das vezes, usam a palavra “amanhã” em sentido
metafórico, e os alemães, em sentido literal.

1 “O preconceito linguístico é um equívoco, e tão


nocivo quanto os outros. Segundo Marcos Bagno, especialista
no assunto, dizer que o brasileiro não sabe português é um dos
4 mitos que compõem o preconceito mais presente na cultura
brasileira: o linguístico”.
A redação acima poderia ter sido extraída do editorial
7 de uma revista, mas é parte do texto O oxente e o ok, primeiro
lugar na categoria opinião da 4.ª Olimpíada de Língua
Portuguesa Escrevendo o Futuro, realizada pelo Ministério da
10 Educação em parceria com a Fundação Itaú Social e o Centro
de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação
Comunitária (CENPEC).
13 A autora do artigo é estudante do 2.º ano do ensino
médio em uma escola estadual do Ceará, e foi premiada ao lado
de outros dezenove alunos de escolas públicas brasileiras,
16 durante um evento em Brasília, no último mês de dezembro.
Como nos três anos anteriores, vinte alunos foram vencedores
― cinco em cada gênero trabalhado pelo projeto. Além de
19 opinião (2.º e 3.º anos do ensino médio), a olimpíada destacou
produções em crônica (9.º ano do ensino fundamental), poema
(5.º e 6.º anos) e memória (7.º e 8.º anos). Tudo regido por um
22 só tema: “O lugar em que vivo”.
Língua Portuguesa, 1/2015. Internet: <www.revistalingua.uol.com.br> (com adaptações).

8. (Cespe/2015/FUB/Nível Médio) De acordo com as informações constantes


do texto acima, a 4.ª Olimpíada de Língua Portuguesa Escrevendo o
Futuro contou com a participação de alunos da rede pública que

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trabalharam com cinco gêneros textuais, tendo ficado em primeiro lugar


na categoria opinião o texto O oxente e o ok.

9. (Cespe/2015/FUB/Nível Médio) De acordo com o primeiro parágrafo do


texto, para o especialista Marcos Bagno, o preconceito linguístico nasce da
ideia de que existe uma única língua portuguesa correta.

10. (Cespe/2015/TCE-RN/Assessor de Informática) Os registros contábeis


precedem historicamente o surgimento da escrita e também são
essenciais para o entendimento e a evolução dos sistemas de escrita.

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11. (Cespe/2015/TCE-RN/Assessor de Informática) O texto descreve a


evolução da atividade contábil, ressaltando o papel que cada civilização do
mundo antigo desempenhou nessa história de evolução.

12. (Cespe/2015/TCE-RN/Administrador) O montante das despesas totais da


cidade de Mossoró no período de 2009 a 2011 suplantou o montante das
suas receitas totais nesse período.

1 A Declaração Universal dos Direitos Humanos, com


um preâmbulo de sete “considerandos” e com trinta artigos, é
um documento histórico, uma carta de intenções e também uma
4 denúncia de tudo o que, ao longo de milênios, a humanidade
deixou de fazer. [...]
10 A declaração não previu que o desenvolvimento
capitalista chegasse à sua atual etapa de globalização e de
capitais voláteis, especulativos, que, sem controle, entram e
13 saem de diferentes países, gerando instabilidade permanente
nas economias periféricas. Talvez fosse o caso de se afirmar,
agora, o direito das nações de regulamentarem os investimentos
16 externos e de se protegerem contra a especulação internacional,
que fragiliza e subordina economias nacionais. Não é

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admissível que grupos privados transnacionais — não mais do


19 que três centenas —, com negócios que vão do setor produtivo
industrial ao setor financeiro, passando pela publicidade e pelas
comunicações, sejam, na verdade, o verdadeiro governo do
22 mundo, hegemonizando governos e nações, derrubando
restrições alfandegárias, impondo seus interesses particulares.
[...]

Francisco Alencar. Para humanizar o bicho homem. In: Francisco Alencar (Org.).
Direitos mais humanos. Brasília: Garamond, 2006. p. 17-31 (com adaptações).

13. (Cespe/TRT-21ª Região/Analista Judiciário/2011) A oração “A declaração


não previu” (l. 10) poderia ser corretamente reescrita da seguinte forma:
Na declaração, não se previu.

14. (Cespe/TRT-21ª Região/Analista Judiciário/2011) Preservam-se a correção


gramatical e o sentido original do texto ao se substituir “sem controle” (l.
12) por aleatoriamente.

15. (Cespe/PC-CE/Inspetor de Polícia/2012) Em cada um dos itens a seguir,


são apresentadas propostas de reescrita do trecho “No entanto, o estudo
dos impérios, antigos ou recentes, permite acessar as raízes do mundo
contemporâneo e aprofundar nossa compreensão das modalidades de
organização do poder político” (L.10-13). Julgue-os com relação à
correção gramatical

O estudo dos impérios, porém, sejam eles antigos, sejam recentes,


permite chegarmos às raízes do mundo atual e tornarmos mais profunda
nossa compreensão das formas de organização do poder político.

1 A beleza, ao longo de sua história, esteve atrelada ao


logos filosófico, à racionalidade como medida e regra. O feio,

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seu oposto e seu negativo, é aquilo que escapa a essa medida


4 racionalmente forjada. Quando elevado ao nível de questão
teórica, o feio sempre disse respeito ao que deveria ser
devolvido às forças luminosas da beleza, à sua promessa de
7 reconciliação com a vida, a sociedade, a verdade ou o divino.
[...]
Marcia Tiburi. Toda beleza é difícil. Esboço de críticas sobre as relações entre
metafísica, estética e mulheres na filosofia. In: Marcia Tiburi et al. As mulheres
e a filosofia. São Leopoldo: Unisinos, 2002, p. 44-5 (com adaptações).

16. (Cespe/Câmara dos Deputados/Analista Legislativo/Técnica


Legislativa/2012) A oração iniciada por “Quando” (l.4) tem valor
condicional e poderia ser reescrita como Caso discutido no nível
teórico, sem que se alterassem a correção e o sentido original do texto.

1 Desde a instituição do casamento civil no Brasil, com


a promulgação da primeira constituição republicana, em 1891,
começou-se a discutir a constituição da família, os direitos das
4 mulheres casadas e dos filhos legítimos e ilegítimos e as
possibilidades de divórcio.
[...]
Keila Grinberg. Decisões atuais, origens históricas. Internet:
<http://cienciahoje.uol.com.br> (com adaptações).

17. (Cespe/TJ-PB/Juiz Leigo/2013) A correção gramatical e o sentido original


do texto seriam mantidos caso a expressão “começou-se a discutir” (l.3)
fosse substituída por começaram a ser discutidos.

A vida do Brasil colonial era regida pelas Ordenações


Filipinas, um código legal que se aplicava a Portugal e seus
territórios ultramarinos. Com todas as letras, as Ordenações
4 Filipinas asseguravam ao marido o direito de matar a mulher
caso a apanhasse em adultério. Também podia matá-la por
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meramente suspeitar de traição. Previa-se um único caso de


7 punição: sendo o marido traído um “peão” e o amante de sua
mulher uma “pessoa de maior qualidade”, o assassino poderia
ser condenado a três anos de desterro na África.
[...]
Ricardo Westin e Cintia Sasse. Dormindo com o inimigo. In: Jornal do Senado.
Brasília, 4/jul./2013, p. 4-5. Internet: <www.senado.gov.br> (com adaptações).

18. (Cespe/2014/TJ-SE/Nível Superior) Sem prejuízo da correção gramatical e


do sentido original do texto, o terceiro período do primeiro parágrafo
poderia ser reescrito da seguinte forma: Também era possível que o
marido matasse a esposa pela mera suspeita de traição da parte
dela.

[...]
Na semana que antecede o dia da votação,
representantes de partidos políticos são convocados pelos
13 TREs para preencherem certa quantidade de cédulas de
votação. Esses votos em cédulas são depositados em urnas de
lona lacradas.

Por dentro da urna. Brasília: Tribunal Superior Eleitoral, 2010, 2.a ed.,
rev. e atual., p. 15-16. Internet: <www.tse.jus.br> (com adaptações).

19. (Cespe/2015/TRE-GO/Técnico Judiciário) “Na semana (...) cédulas de


votação” (l. de 11 a 14): Na semana precedente ao dia do sufrágio,
os TREs convocam representantes de partidos políticos para
preencher determinada quantidade de cédulas de votação.

1 Refletir sobre as conexões entre local e universal é


comum na historiografia das ciências. Desde o século XIX, os
autores que analisaram as ciências no Brasil avaliaram o país
4 como “atrasado” em relação aos grandes centros. Os próprios

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conceitos e palavras utilizados pelos historiadores expressavam


a opção interpretativa de tratar a ciência brasileira como
7 dependente daquela praticada nos centros de poder. Mencionar,
por exemplo, a “chegada” ou “difusão” da ciência moderna no
Brasil indicava, muitas vezes, a adoção de um conceito de
10 ciência como um conjunto de conteúdos estanque, criado sob
o ponto de vista europeu. Assim, a produção científica seria
considerada de boa qualidade se conseguisse reproduzir esses
13 conteúdos. Como as realidades são diferentes, por nem sempre
se adequarem aos padrões internacionais, as interpretações
falavam em cópias malfeitas, em empreendimentos mal
16 realizados, em promessas a se cumprir.
Para os historiadores contemporâneos, a questão se
coloca por outro ângulo. Em primeiro lugar, a própria
19 reavaliação do estatuto das ciências entende que o caminho
traçado não foi o mesmo para todos. O que se conhece por
ciência foi e é fruto de escolhas políticas, sociais e econômicas,
22 que se refazem a cada dia, formando possíveis horizontes
futuros. Em segundo lugar, os historiadores têm mostrado que
não se pode falar em uma periferia colonial passiva, modelada
25 por um centro de atividade científica dinâmica. As ciências se
criam e se praticam com base em lógicas de exclusão, inclusão,
monopólio, grupos, escolhas. Cabe aos historiadores enfatizar
28 os aspectos negociados dessa relação, mostrando que os
centros e as periferias são heterogêneos e que as posições de
força não dependem tanto da nacionalidade, mas dos grupos e
31 do tipo de integração e movimentação das práticas científicas
locais.
Lorelai Kury. Nem centro nem periferia. In: Revista de História da
Biblioteca Nacional. Especial n.º 2, nov./2010, p. 106 (com adaptações).

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20. (Cespe/Câmara dos Deputados/Analista Legislativo/2012) De acordo com


a argumentação desenvolvida pela autora, seria mais exato considerar o
universo científico como policêntrico do que como um sistema assentado
na dicotomia que enfatiza as diferenças entre nações centrais e nações
periféricas.

21. (Cespe/Câmara dos Deputados/Analista Legislativo/2012) Depreende-se


do conteúdo do primeiro parágrafo do texto que há uma ligação estreita
entre as escolhas lexicais feitas por um historiador, ao fazer suas análises,
e sua opção acadêmica e intelectual.

22. (Cespe/Câmara dos Deputados/Analista Legislativo/2012) O período “Em


segundo (...) científica dinâmica” (l. 23-25) poderia ser reescrito,
mantendo-se o seu sentido original e a sua correção gramatical, da
seguinte forma: Em segundo lugar, os historiadores mostraram que não
podem falar sobre uma periferia nas colônias passivas e modeladas por
um centro científico com atividades dinâmicas.

1 O problema da linguagem preocupou, desde o início,


os membros da Comissão Revisora e Elaboradora do Novo
Código Civil, lembrados de que, quando da elaboração do
4 Código de 1916, tais questões se traduziram em uma
preferência pela forma em detrimento da matéria jurídica.
Embora seja belo ideal a ser atingido — o da
7 composição dos valores formais com os da técnica jurídica —,
nem sempre será possível atendê-lo, não se podendo deixar de
dar preferência, vez por outra, à linguagem do jurista, sempre
10 vinculada a exigências inamovíveis de certeza e segurança.
[...]

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Com essa compreensão da linguagem jurídica,


ver-se-á que, apesar de nosso propósito de elaborar uma
22 legislação dotada de efetivo valor operacional, não
descuidamos da forma. Procuramos, em última análise,
preservar a beleza formal do Código de 1916, modelo
25 insuperável da vernaculidade, reconhecendo que uma lei bela
já é meio caminho andado para a comunicação da justiça.

Miguel Reale. O problema da linguagem. Exposição de Motivos do Supervisor da Comissão


Revisora e Elaboradora do Código Civil (1975). In: Novo Código Civil: Exposição de motivos
e texto sancionado. Brasília: Senado Federal, 2003, p. 35-3 (com adaptações).

23. (Cespe/Câmara dos Deputados/Analista Legislativo/Técnica


Legislativa/2012) Ao empregar pronome e formas verbais na terceira
pessoa do plural — em “nosso propósito” (l.21), “não descuidamos da
forma” (l.22-23) e “Procuramos (...) preservar” (l.24) —, o autor adota o
chamado plural de modéstia, com o que deseja fugir à responsabilidade
de ter elaborado o novo Código Civil.

[...]

24. (Cespe/TJ-AL/Cargos de Nível Superior/2012) A forma verbal


“contrastam” (L.3) está sendo empregada no texto como sinônimo de
assemelham.

[...]
4 sociais. Em épocas de transformações tão radicais e
abrangentes como essa, caracterizada pela transição de uma era
industrial para uma baseada no conhecimento, aumenta-se o

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7 grau de indefinições e incertezas. Há, portanto, que se fazer


esforço redobrado para identificar e compreender esses novos
processos — o que exige o desenvolvimento de um novo
[...]
Helena Maria Martins Lastres et al. Desafios e oportunidades da era do conhecimento.
In: São Paulo em Perspectiva, 16(3), 2002, p. 60-1 (com adaptações)

25. (Cespe/Serpro/Analista/213) O vocábulo “redobrado” (L.8) tem, no


contexto, sentido diferente do de reduplicado.

26. (Cespe/EBC/Gestor de Atividade Jornalística/2011) No texto 2, o vocábulo


“joça” poderia ser substituído por coisa, sem prejuízo para o sentido
original e para a correção gramatical do texto.

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27. (Cespe/IRBr/Diplomata/2012) Na expressão “voz espúria” (l.10), o


adjetivo empregado tem, no contexto, sentido de não castiça.

1 Realmente, entre os agentes determinantes da seca se


intercalam, de modo apreciável, a estrutura e a conformação do
solo. Qualquer que seja a intensidade das causas complexas e
4 mais remotas que anteriormente esboçamos, a influência
daquelas é manifesta desde que se considere que a capacidade
absorvente e emissiva dos terrenos expostos, a inclinação dos
7 estratos, que os retalham, e a rudeza dos relevos topográficos
agravam, do mesmo passo, a crestadura dos estios e a
degradação intensiva das torrentes. De sorte que, saindo das
10 insolações demoradas para as inundações subitâneas, a terra,
mal protegida por uma vegetação decídua, que as primeiras

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requeimam e as segundas erradicam, se deixa, a pouco e pouco,


13 invadir pelo regime francamente desértico.
[...]

Euclides da Cunha. Os Sertões (Campanha de Canudos).


São Paulo: Martin Claret, 2007, p. 95-6 (com adaptações).

28. (Cespe/Câmara dos Deputados/Analista Legislativo/2012) As palavras


“subitâneas” (l.10) e “decídua” (l.11) poderiam ser substituídas,
respectivamente, por repentinas e caduca, sem prejuízo para a
coerência e a correção gramatical do texto.

[...]
atribuições do engenheiro. Os construtores antigos, entretanto,
mesmo tendo realizado obras difíceis e audaciosas, se
16 baseavam, principalmente, em uma série de regras práticas e
empíricas, embora tivessem, evidentemente, em muitos casos,
exata noção de estabilidade, de equilíbrio de forças, de centro
19 de gravidade, entre outras. As obras que fizeram, muitas das
quais até hoje causam admiração, são muito mais fruto do
empirismo e da intuição do que de cálculo e de uma verdadeira
22 engenharia, como entendida atualmente. Pode-se dizer que a
engenharia científica só teve início quando se chegou a um
consenso de que tudo aquilo que se fazia em bases empíricas
25 e intuitivas era, na realidade, regido por leis físicas e
matemáticas, que importava descobrir e estudar. Leonardo da
Vinci e Galileu, nos séculos XV e XVII, podem ser
28 considerados os precursores da engenharia científica.

Pedro Carlos da Silva Telles. História da engenharia no


Brasil. Internet: <www.ebah.com.br> (com adaptações).

29. (Cespe/Câmara dos Deputados/Analista Legislativo/2012) A substituição


do trecho “como entendida atualmente” (l.22) por de acordo com o
nosso entendimento atual imprimiria um tom mais formal ao texto,

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mantendo-se o sentido — codificado no valor semântico do conectivo e na


flexão do particípio — original do texto.

[...]
Ó soberbos titulares,
34 tão desdenhosos e altivos!
Por fictícia autoridade,
vãs razões, falsos motivos,
37 inutilmente matastes:
— vossos mortos são mais vivos;
e, sobre vós, de longe, abrem
40 grandes olhos pensativos.
Cecília Meireles. Romanceiro da Inconfidência.
Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1989, p. 267-8.

30. (Cespe/PF/Papiloscopista/2012) Considerando-se as relações entre os


termos da oração, verifica-se ambiguidade no emprego do adjetivo
“pensativos” (v. 40), visto que ele pode referir-se tanto ao termo “vossos
mortos” (v.38) quanto ao núcleo nominal “olhos” (v.40).

[...]
34 Cabe aqui acrescentar outras necessidades humanas
que têm sido sistematicamente relegadas a segundo plano. São
elas os valores culturais, que incluem os saberes, as paisagens
37 naturais, os costumes e as tradições populares. A urbanização
acelerada em todo o mundo foi a responsável pela perda da
qualidade de vida de muitos trabalhadores, apesar de
40 aparentemente ter criado melhores condições de vida para parte
da população.
Delze dos Santos Laureano. O meio ambiente e o
trabalho: a dignidade humana neste espaço. Internet:
<www.ecodebate.com.br> (com adaptações).

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31. (Cespe/Ibama/Analista Administrativo/2013) O termo “relegadas” (l.35),


no texto, tem o mesmo sentido de renegadas.

1 Robustecer os orçamentos da educação e da saúde


constitui sonho acalentado por brasileiros, independentemente
de opção partidária ou credo religioso. As duas áreas — os
4 mais dolorosos problemas que dificultam a marcha do país
rumo ao desenvolvimento sustentável — clamam por
melhorias urgentes. Não é outra a razão por que milhares de
7 pessoas ocuparam as ruas das mais importantes unidades da
Federação exigindo escolas e hospitais padrão FIFA.
Correio Braziliense, 18/8/2013 (com adaptações).

32. (Cespe/FUB/2013/Auxiliar de Administração) A expressão “padrão FIFA”


(l.8) está sendo empregada com o sentido de qualidade excelente.

33. (Cespe/2014/TJ-CE/Nível Médio) No texto acima, está sendo empregado


em sentido denotativo o termo

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a) “brotaram” (l.9).
b) “indústria” (l.10).
c) “ventos” (l.3).
d) “miraculoso” (l.6).
e) “regionais” (l.7).

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Gabarito das Questões Comentadas

1. Item certo 30. Item certo


2. Item errado 31. Item errado
3. Item errado 32. Item certo
4. Item errado 33. E
5. D
6. Item certo
7. Item certo
8. Item errado
9. Item errado
10. Item errado
11. Item certo
12. Item certo
13. Item certo
14. Item errado
15. Item certo
16. Item errado
17. Item certo
18. Item errado
19. Item certo
20. Item certo
21. Item certo
22. Item errado
23. Item errado
24. Item errado
25. Item errado
26. Item certo
27. Item certo
28. Item certo
29. Item errado

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