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Superior Tribunal de Justiça

AgInt no RECURSO ESPECIAL Nº 1.690.890 - MG (2017/0207978-7)


RELATOR : MINISTRO FELIX FISCHER
AGRAVANTE : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS
AGRAVADO : JORGE HENRIQUE ASSUNCAO FERNANDES
ADVOGADO : ENEDIR EVANGELISTA DE CARVALHO E OUTRO(S) -
MG057871N

EMENTA
AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. TRÁFICO DE
DROGAS. PLEITO MINISTERIAL. AUSÊNCIA DE LAUDO
TOXICOLÓGICO DEFINITIVO. ABSOLVIÇÃO.
I - A jurisprudência desta Corte recentemente pacificou o entendimento
no sentido de ser imprescindível a juntada do laudo toxicológico definitivo para
a configuração do delito de tráfico, sob pena de absolvição por ausência de
comprovação de materialidade delitiva.
II - "Somente em situação excepcional poderá a materialidade do crime
de drogas ser suportada por laudo de constatação, quando permita grau de
certeza idêntico ao do laudo definitivo, pois elaborado por perito oficial, em
procedimento e com conclusões equivalentes" (HC n. 350.996/RJ, Terceira
Seção, Rel. Min. Nefi Cordeiro, DJe de 29/8/2016).
III - In casu, o eg. Tribunal a quo, ao analisar a materialidade do delito
sob exame, entendeu pela absolvição do recorrido, nos termos do art. 386, inciso
VII, do Código de Processo Penal, face à inexistência de laudo toxicológico
definitivo. Ademais, ressaltou que só houve juntada do laudo após a prolação e
publicação da sentença condenatória, sem que tenha havido oportunidade de a
defesa se manifestar quanto a ele.
Agravo regimental desprovido.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima


indicadas, acordam os Ministros da Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça,
por unanimidade, negar provimento ao agravo regimental.
Os Srs. Ministros Jorge Mussi, Reynaldo Soares da Fonseca, Ribeiro
Dantas e Joel Ilan Paciornik votaram com o Sr. Ministro Relator.

Brasília (DF), 27 de fevereiro de 2018 (Data do Julgamento).

Ministro Felix Fischer


Relator

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AgInt no RECURSO ESPECIAL Nº 1.690.890 - MG (2017/0207978-7)

AGRAVANTE : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS


AGRAVADO : JORGE HENRIQUE ASSUNCAO FERNANDES
ADVOGADO : ENEDIR EVANGELISTA DE CARVALHO E OUTRO(S) -
MG057871N

RELATÓRIO

O EXMO. SR. MINISTRO FELIX FISCHER: Trata-se de agravo


regimental interposto pelo MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS
GERAIS, contra a decisão de fls. 440-444 que negou provimento ao recurso especial,
cuja ementa é a seguinte:

"PENAL. RECURSO ESPECIAL. PLEITO MINISTERIAL


PELA CONDENAÇÃO POR TRÁFICO DE DROGAS. AUSÊNCIA DE
LAUDO TOXICOLÓGICO DEFINITIVO. ABSOLVIÇÃO QUE SE
IMPÕE. PRECEDENTES. RECURSO ESPECIAL NÃO PROVIDO."

Consta dos autos que o recorrido Jorge Henrique Assunção Fernandes


foi condenado pelo juízo de primeiro grau como incurso no delito previsto no artigo 33
da Lei n. 11.343/2006, à pena de 5 (cinco) anos de reclusão, no regime semiaberto,
e 500 (quinhentos) dias-multa (fls. 256-261).

Irresignada, a defesa interpôs apelação, com vistas à reforma da sentença


condenatória. No Tribunal de origem, o recurso foi provido para absolver o recorrido,
na forma do artigo 386, inciso VII, do Código de Processo Penal (fls. 335-344).

Os embargos de declaração opostos pela acusação foram rejeitados (fls.


378-386).

No recurso especial do MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE


MINAS GERAIS, interposto com fulcro nas alíneas a do permissivo constitucional, a
defesa alega ofensa aos artigos 155, 158 e 386, inciso VII, do Código de Processo
Penal; e artigo 33 da Lei n. 11.343/2006, aos argumentos de que:

(i) “a Turma Julgadora ao subestimar as robustas provas colhidas na


instrução processual, para atribuir valor probatório única e exclusivamente ao laudo

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definitivo original, mormente quando foi realizado exame preliminar da substância
apreendida, e juntada, posteriormente, a cópia autenticada do laudo toxicológico
definitivo, concluindo-se pela natureza entorpecente desta” (fl. 400);

(ii) “o art. 50, § 1°, da Lei n.° 11.343/06, não prevê a obrigatoriedade
da realização do laudo toxicológico definitivo, mas apenas dispõe sobre a
comprovação da materialidade quando da lavratura do auto de prisão em flagrante
delito” (fl. 400);

(iii) "o fundamento trazido no acórdão, no sentido de que o laudo


provisório é insuficiente para a comprovação da materialidade delitiva não merece
prosperar" (fl. 400).

Nas do presente agravo regimental, o MINISTÉRIO PÚBLICO DO


ESTADO DE MINAS GERAIS repisa os argumentos esposados no recurso especial
e pugna, ao final, pela apresentação do recurso ao colegiado.

É o relatório.

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RELATOR : MINISTRO FELIX FISCHER


AGRAVANTE : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS
AGRAVADO : JORGE HENRIQUE ASSUNCAO FERNANDES
ADVOGADO : ENEDIR EVANGELISTA DE CARVALHO E OUTRO(S) -
MG057871N

EMENTA

AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO


ESPECIAL. TRÁFICO DE DROGAS. PLEITO
MINISTERIAL. AUSÊNCIA DE LAUDO
TOXICOLÓGICO DEFINITIVO. ABSOLVIÇÃO.
I - A jurisprudência desta Corte recentemente
pacificou o entendimento no sentido de ser
imprescindível a juntada do laudo toxicológico
definitivo para a configuração do delito de tráfico,
sob pena de absolvição por ausência de
comprovação de materialidade delitiva.
II - "Somente em situação excepcional
poderá a materialidade do crime de drogas ser
suportada por laudo de constatação, quando
permita grau de certeza idêntico ao do laudo
definitivo, pois elaborado por perito oficial, em
procedimento e com conclusões equivalentes" (HC
n. 350.996/RJ, Terceira Seção, Rel. Min. Nefi
Cordeiro, DJe de 29/8/2016).
III - In casu, o eg. Tribunal a quo, ao
analisar a materialidade do delito sob exame,
entendeu pela absolvição do recorrido, nos termos
do art. 386, inciso VII, do Código de Processo
Penal, face à inexistência de laudo toxicológico
definitivo. Ademais, ressaltou que só houve
juntada do laudo após a prolação e publicação da
sentença condenatória, sem que tenha havido
oportunidade de a defesa se manifestar quanto a
ele.
Agravo regimental desprovido.

VOTO
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O EXMO. SR. MINISTRO FELIX FISCHER: O presente agravo não


merece prosperar, devendo ser mantida a decisão recorrida por seus próprios
fundamentos.

A jurisprudência desta Corte recentemente pacificou o entendimento no


sentido de ser imprescindível a juntada do laudo toxicológico definitivo para a
configuração do delito de tráfico, sob pena de absolvição por ausência de
comprovação de materialidade delitiva.

Insta colacionar, a propósito, v. acórdão oriundo da 3ª Seção, que


sedimentou a tese ora referida. verbis:

"PROCESSUAL PENAL E PENAL. HABEAS CORPUS


SUBSTITUTIVO DE RECURSO. NÃO CABIMENTO. TRÁFICO DE
ENTORPECENTES. AUSÊNCIA DE LAUDO TOXICOLÓGICO
DEFINITIVO. ABSOLVIÇÃO QUE SE IMPÕE. HABEAS CORPUS
NÃO CONHECIDO. ORDEM CONCEDIDA DE OFÍCIO.
1. Ressalvada pessoal compreensão diversa, uniformizou
o Superior Tribunal de Justiça ser inadequado o writ em substituição a
recursos especial e ordinário, ou de revisão criminal, admitindo-se,
de ofício, a concessão da ordem ante a constatação de ilegalidade
flagrante, abuso de poder ou teratologia.
2. É imprescindível, para a condenação pelo crime de
tráfico de drogas, que seja anexado o laudo toxicológico definitivo,
concluindo que a falta desse laudo conduz à absolvição do acusado por
falta de materialidade delitiva. Precedentes.
3. Somente em situação excepcional poderá a
materialidade do crime de drogas ser suportada por laudo de
constatação, quando permita grau de certeza idêntico ao do laudo
definitivo, pois elaborado por perito oficial, em procedimento e com
conclusões equivalentes.
4. A prova testemunhal não tem o condão de suprir a
ausência do laudo definitivo, na medida em que somente tem relevância
no que diz respeito à autoria e não à materialidade do delito, daí
a imprescindibilidade.
5. Habeas corpus não conhecido, mas concedida a
ordem, de ofício, para absolver o paciente dos delitos previstos nos
arts. 33 e 35 da Lei n. 11.343/2006, a ele imputados na Ação Penal n.
0005247-21.2014.8.19.0016" (HC 350.996/RJ, Terceira Seção, Rel.
Min. Nefi Cordeiro, DJe 29/08/2016, grifei).

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In casu, o eg. Tribunal a quo, ao analisar a materialidade do delito sob
exame, entendeu pela absolvição do recorrido, nos termos do art. 386, inciso VII do
Código de Processo Penal, face à inexistência de laudo toxicológico definitivo.

No ponto, colhe-se do v. acórdão guerreado, verbis:

"De início, verifico que não é preciso adentrar na discussão referente à


pena aplicada ao apelante, vez que está ausente a materialidade do crime.
Com efeito, observa-se que o laudo toxicológico definitivo (aliás, a
cópia autenticada do laudo definitivo) só foi acostado aos autos após a prolação da
sentença (fl. 190), sem que as partes tenham tido oportunidade de contestar as
provas da materialidade do delito, o que viola os princípios constitucionais do
contraditório e da ampla defesa .
E embora a defesa não tenha se insurgido contra as cópias do laudo
toxicológico definitivo juntadas às fls. 168 e 173, a lei determina que o laudo
toxicológico definitivo é peça imprescindível para que seja apurada a materialidade
do delito, não podendo a sentença apoiar-se apenas no laudo de constatação para
subsidiar a condenação.
Observa-se que tanto o art. 22, § 1°, quanto o art. 25 da antiga Lei de
Tóxicos (6.368/76) faziam segura a necessidade de se produzir laudo de exame
toxicológico do material incriminador. O primeiro dispositivo condicionava o
oferecimento da denúncia, e até a prisão em flagrante, a verificação preliminar da
natureza da droga. Determinava a outra norma que o laudo definitivo deveria ser
anexado ao processo até a audiência da instrução e julgamento, tendo sido aceito que
o laudo fosse juntado até as alegações finais.
O exame, portanto, é assumido pela lei como elemento indispensável
para apurar a identidade do material, com vistas a determinar a adequação do
comportamento do acusado ao tipo legal correspondente .
Há que se salientar que também na nova Lei de Tóxicos (Lei 11.343/06)
o laudo toxicológico definitivo continua sendo imprescindível para subsidiar um
decreto condenatório, conforme se extrai do disposto no art. 58, §2° da referida lei,
de modo que o laudo de constatação é suficiente apenas para efeito da lavratura do
APFD (art. 50, § 1° da Lei 11.343/06).
Cumpre destacar que a exigência é também aplicável ao delito de uso de
entorpecentes (art. 28 da Lei n° 11.343/06), apesar de este ser considerado de
pequeno potencial lesivo e da competência dos Juizados Especiais Criminais.
Portanto, mesmo após encaminhado o 'termo circunstanciado', a autoridade poderá
realizar novas diligências, sendo obrigatória a realização do laudo toxicológico
definitivo, sem o qual o juiz não poderá realizara audiência para transação, nos
termos previsto na Lei n° 9.099/95.
[...]
De fato, vejo que o laudo toxicológico definitivo (aliás, a cópia
autenticada do laudo definitivo) só foi acostado aos autos à fl. 190, após a
apresentação das alegações finais pelas partes e prolação da r. sentença
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condenatória, de modo que a instrução já se encontrava finda. Dessa forma, vê-se a
sentença foi proferida sem a indispensável presença do laudo definitivo, em
flagrante violação ao contraditório e à ampla defesa, sendo que não foi dado vista
às partes para que pudessem se manifestar acerca do referido laudo pericial .
Cumpre salientar que nos crimes de tráfico de drogas, o laudo
toxicológico definitivo é assumido pela lei como elemento indispensável para apurar a
identidade do material apreendido, com vistas a determinar a adequação do
comportamento do acusado ao tipo legal correspondente.
Portanto, como já dito, nos termos do art. 50, § 1° da Lei 11.343/06 o
laudo de constatação é suficiente apenas para efeito da lavratura do Auto de Prisão
em Flagrante.
[...]
No caso em tela, o laudo toxicológico definitivo somente foi juntado
aos autos após a prolação e publicação da sentença, ocasião em que as partes não
tiveram acesso a eles, ofendendo flagrantemente os princípios do contraditório e da
ampla defesa .
A meu ver, a questão reveste-se de nulidade absoluta, pois o réu não
pode se manifestar sobre o referido laudo, o qual, conforme salientado, é a prova
definitiva da materialidade do crime, e indispensável para a prolação de uma
sentença condenatória.
Destarte, entende-se que o laudo toxicológico, apto a comprovar a
materialidade, não pode ser suprido por nenhum outro meio de prova, inclusive pela
confissão do acusado, sendo, portanto, imprescindível.
Assim, em que pese a cópia autenticada do laudo toxicológico definitivo
estar nos autos, verifico que sua juntada se deu após a prolação da sentença, não
tendo as partes oportunidade de impugnar tal prova.
Dessa forma, entendo que a absolvição do acusado deve ser decretada,
evitando-se assim, ofensa ao contraditório e à ampla defesa.
A respeito da necessidade de manifestação das partes sobre o laudo
definitivo, transcrevo a seguir julgados do Superior Tribunal de Justiça:
[...]
Faltando na espécie o competente laudo destinado à aferição do teor
tóxico da substância supostamente apreendida em poder do acusado, conclui-se pela
ausência de prova material do delito, razão pela qual deve ser decretada sua
absolvição .
Dessa forma, não havendo prova de materialidade, data máxima venia,,
DOU PROVIMENTO AO RECURSO DA DEFESA, para, de oficio, absolver o
acusado Jorge Henrique Assunção Fernandes, nos termos do art. 386, VII do CPP”
(fls. 337-343 – grifei).

Com efeito, extrai-se do v. acórdão de relatoria do e. Min Nefi Cordeiro


que "somente em situação excepcional poderá a materialidade do crime de drogas
ser suportada por laudo de constatação, quando permita grau de certeza idêntico ao

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do laudo definitivo, pois elaborado por perito oficial, em procedimento e com
conclusões equivalentes."

Dessarte, e ante a ausência da juntada a contento de laudo definitivo, o


eg. Tribunal a quo houve por bem em absolver o recorrido, ao invés de reconhecer a
nulidade, na linha da jurisprudência sedimentada desta Corte Superior.

Nesse toar, vale colacionar também os seguintes precedentes:

"AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL.


TRÁFICO DE DROGAS. AUSÊNCIA DE LAUDO TOXICOLÓGICO
DEFINITIVO. ABSOLVIÇÃO.
I - A jurisprudência desta Corte recentemente pacificou o
entendimento no sentido de ser imprescindível a juntada do laudo
toxicológico definitivo para a configuração do delito de tráfico, sob
pena de absolvição por ausência de comprovação de materialidade
delitiva.
II - "Somente em situação excepcional poderá a
materialidade do crime de drogas ser suportada por laudo de
constatação, quando permita grau de certeza idêntico ao do laudo
definitivo, pois elaborado por perito oficial, em procedimento e com
conclusões equivalentes" (HC n. 350.996/RJ, Terceira Seção, Rel. Min.
Nefi Cordeiro, DJe de 29/8/2016).
III - In casu, a ressalva não se enquadra na hipótese
vertente, porquanto não há informação, no v. acórdão recorrido, de que
o laudo preliminar detinha os caracteres de definitivo, notadamente no
sentido de atestar a qualificação acadêmica dos profissionais que o
elaboraram e a natureza do material apreendido.
Agravo regimental desprovido" (AgRg no REsp
1.584.209/MG, Quinta Turma, de minha relatoria, DJe 30/11/2016 -
grifei).

"AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO


ESPECIAL. TRÁFICO DE DROGAS. RESTABELECIMENTO DA
SENTENÇA CONDENATÓRIA. IMPOSSIBILIDADE. AUSÊNCIA DE
LAUDO TOXICOLÓGICO DEFINITIVO. CONCLUSÃO PELA
INSUFICIÊNCIA DAS PROVAS AMEALHADAS AOS AUTOS.
AGRAVO REGIMENTAL NÃO PROVIDO.
1. Como já registrado na decisão agravada, o acórdão
recorrido foi claro ao ressaltar que o laudo toxicológico definitivo não
havia sido juntado aos autos. Além disso, o Tribunal a quo considerou
que os elementos informativos e as provas colhidas durante a instrução
processual eram insuficientes para justificar a condenação dos ora
agravados.
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2. A jurisprudência desta Corte Superior é firme em
assinalar que a falta da perícia toxicológica definitiva impõe a
absolvição do acusado, por ausência de provas acerca da materialidade
do delito, excepcionadas as hipóteses em que o laudo preliminar
permite a obtenção do mesmo grau de certeza acerca da natureza do
entorpecente.
3. Para alterar a conclusão manifestada no acórdão
prolatado pelo Tribunal a quo, acerca da insuficiência de elementos
aptos a justificar a condenação dos réus - entre os quais está inserido,
por certo, o laudo de constatação provisória -, seria necessário o
revolvimento do contexto fático-probatório amealhado aos autos.
Incidência da Súmula n. 7 do STJ.
4. Agravo regimental não provido" (AgRg no AREsp
547.888/BA, Sexta Turma, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, DJe
12/12/2017 - grifei).

Não fosse isso, o eg. Tribunal de origem ressaltou que só houve juntada
do laudo após a prolação e publicação da sentença condenatória, sem que tenha havido
oportunidade de a defesa se manifestar quanto a ele.

Assim, deve ser mantida a decisão ora agravada.

Ante o exposto, nego provimento ao agravo regimental.

É o voto.

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CERTIDÃO DE JULGAMENTO
QUINTA TURMA

AgInt no
Número Registro: 2017/0207978-7 PROCESSO ELETRÔNICO REsp 1.690.890 / MG
MATÉRIA CRIMINAL

Números Origem: 0245151667590 10245151667590 10245151667590001 10245151667590002


10245151667590003 1647014932015 16470149320158130245 1667590102015
16675901020158130245 245151667590
EM MESA JULGADO: 27/02/2018

Relator
Exmo. Sr. Ministro FELIX FISCHER
Presidente da Sessão
Exmo. Sr. Ministro REYNALDO SOARES DA FONSECA
Subprocuradora-Geral da República
Exma. Sra. Dra. MÔNICA NICIDA GARCIA
Secretário
Me. MARCELO PEREIRA CRUVINEL
AUTUAÇÃO
RECORRENTE : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS
RECORRIDO : JORGE HENRIQUE ASSUNCAO FERNANDES
ADVOGADO : ENEDIR EVANGELISTA DE CARVALHO E OUTRO(S) - MG057871N
CORRÉU : ELISANGELA ELCE ASSUNCAO
ASSUNTO: DIREITO PENAL - Crimes Previstos na Legislação Extravagante - Crimes de Tráfico Ilícito e
Uso Indevido de Drogas - Tráfico de Drogas e Condutas Afins

AGRAVO INTERNO
AGRAVANTE : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS
AGRAVADO : JORGE HENRIQUE ASSUNCAO FERNANDES
ADVOGADO : ENEDIR EVANGELISTA DE CARVALHO E OUTRO(S) - MG057871N

CERTIDÃO
Certifico que a egrégia QUINTA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na sessão
realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:
"A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental."
Os Srs. Ministros Jorge Mussi, Reynaldo Soares da Fonseca, Ribeiro Dantas e Joel Ilan
Paciornik votaram com o Sr. Ministro Relator.

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