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/UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA


DEPARTAMENTO DE QUÍMICA
QUÍMICA ORGÂNICA EXPERIMENTAL I - 3320 - TURMA 04

REAÇÃO DE SUBSTITUIÇÃO NUCLEOFÍLICA

PROFESSORA: Debora Cristina Baldoqui


ALUNOS: Cesar Henrique de Souza R.A.: 109395
Maria Clara Mazócoli R.A.: 117567
Mariana Vidotto Donadon R.A.: 116328

Maringá, 04 de outubro de 2022


INTRODUÇÃO TEÓRICA

Reações de substituição nucleofílica são um dos tipos de reações orgânicas


fundamentais. Nelas, ocorre a substituição de um grupo abandonador por um
nucleófilo, na molécula que sofre substituição (substrato). Uma representação geral
é mostrada na Figura 1. O nucleófilo sempre é uma base de lewis e pode ser neutro
ou negativamente carregado. O grupo abandonador é uma espécie que carrega par
de elétrons ao sair da molécula. [1]

Figura 1 - Representação geral de substituição nucleofílica. [1]

Há a doação de um par de elétrons do nucleófilo para o substrato, que tem a


ligação entre o carbono e o grupo abandonador quebrada, ficando este com os
elétrons da ligação. O nucleófilo, então, utiliza seu par de elétrons restante para
formar uma nova ligação covalente com o substrato, dando origem ao produto. [1]

Exemplos comuns possuem haletos de alquila como substratos e um ânion


haleto como grupo abandonador, como mostram exemplos na Figura 2. [1]

Figura 2 - exemplos de substituição nucleofílica com substratos haletos. [1]

Quando há haletos de hidrogênio como substrato e o nucleófilo é uma


substância com grupo álcool, tem-se a conversão deste em haletos de alquila.
Exemplos:
Além disso, álcoois secundários e terciários reagem pelo mecanismo SN1
(Figura 3) e álcoois primários reagem pelo mecanismo SN2 (Figura 4). [2]

Figura 3 - Síntese de haleto de alquila por álcool terciário, por mecanismo SN1. [2]

Figura 4 - Síntese de haleto de alquila por álcool primário, por mecanismo SN2. [2]

Também pode haver a adição de reagentes haletos de ácidos inorgânicos a


fim de substituir o grupo de partida ruim (OH-) por outros melhores (Br2PO- e SO2,
exemplos mostrados nas Figuras 5 e 6). [2]

Figura 5 - reação com reagente PBr3. [2]

Figura 6 - reação com reagente SOCl2. [2]


Em reações de substituição nucleofílica de primeira ordem (SN1), a
velocidade da reação independe da concentração do hidróxido e depende da
concentração do haleto de alquila, e é aumentada pela presença de grupos
volumosos no haleto. Sendo assim, conclui-se que os íons hidróxido não participam
do estado de transição da etapa determinante da velocidade. Por isso as reações
SN1 são chamadas de unimoleculares na etapa determinante da velocidade. [1 - 3]

Se em uma reação há várias etapas e uma delas é especificamente mais


lenta, a velocidade da reação global será a mesma desta etapa, chamada de
limitante da velocidade da reação. No exemplo genérico mostrado na Figura 7, a
etapa 1 é a determinante da velocidade. [1]

Figura 7 - Exemplo de reação de várias etapas. [1]

Através do exemplo de reação do cloreto terc-butila com a água (Figura 8),


pode-se analisar o mecanismo de reação SN1.

Figura 8 - reação do cloreto terc-butila com a água. [1]

O mecanismo é descrito em 3 etapas. Na Etapa 1 - protonação (Figura 9), a


mais lenta, com a ajuda de um solvente polar, o cloro sai da molécula com o par de
elétrons da ligação com o carbono, produzindo o carbocátion 3° intermediário e um
íon cloreto, que estão solvatados e estabilizados pelas moléculas de água. [1]

Figura 9 - Etapa 1 do mecanismo. [1]


Na Etapa 2 - formação do carbocátion (Figura 10), uma molécula de água
atua como base de Lewis, doando um par de elétrons para o carbocátion (ácido de
Lewis). O produto é o íon terc-butiloxônio. [1]

Figura 10 - Etapa 2 do mecanismo. [1]

Na Etapa 3 - ataque do carbocátion (Figura 11), uma molécula de água age


como base de Bronsted-Lowry e aceita um próton proveniente do íon
terc-butiloxônio, produzindo o álcool terc-butílico e um íon hidrônio. [1]

Figura 11 - Etapa 3 do mecanismo. [1]

As reações de eliminação nos haletos de alquila competem com as reações


de substituição. Nesse tipo de reação, conforme Figura 12, os fragmentos de
alguma molécula (YZ) são eliminados a partir de átomos adjacentes do reagente,
levando à formação de uma ligação múltipla. [1]

Figura 12 - Esquema de reação de eliminação. [1]

Dois tipos de reações de eliminação chamados E1 (unimolecular na etapa


determinante da velocidade) e E2 (bimolecular na etapa determinante da
velocidade), competem com as reações SN1 e SN2.
Para haletos terciários, não ocorrem reações do tipo SN2, apenas SN1/E1/E2.
Reações E1 são favorecidas pelo uso de bases fracas e solventes polares. Em
baixas temperaturas, geralmente reações SN1 são favorecidas sobre E1 e o
aumento da temperatura favorece E1 à custa de SN1. Além disso, se um produto de
eliminação é desejado a partir de um substrato terciário, utilizar uma base forte para
forçar um mecanismo E2 é mais conveniente do que os mecanismos competitivos
E1 e SN1. [1]

Na Tabela 1 é possível observar um resumo das reações E1, E2, SN1 e SN2.

Tabela 1 - Resumo das condições de acontecimento de E1, E2, SN1 e SN2. [1]

PROPRIEDADES FÍSICAS E TOXICIDADE

Ácido clorídrico

Figura 13 - Ácido clorídrico

Aparência: Líquido incolor

Fórmula molecular: HCl


Massa molar: 36,46 g/mol

Densidade: 1,19 g/cm3

Ponto de fusão: -30 °C

Ponto de ebulição: 50,5 °C

Solubilidade em água (20 °C): 720 g/L

Riscos associados: Corrosivo; vapor irritante aos olhos, nariz e garganta; Se


inalado causa tosse ou dificuldade respiratória; Causa queimaduras em contato com
a pele; Prejudicial se ingerido.

Álcool terc-butílico

Figura 14 - Álcool terc-butílico

Aparência: Líquido incolor com odor semelhante ao de álcool

Fórmula molecular: C4H9OH

Massa molar: 74,12 g/mol

Densidade: 0,78 g/com3

Ponto de fusão: 25 °C

Ponto de ebulição: 82,6 °C

Solubilidade em água: miscível


Riscos associados: Vapor irritante aos olhos, nariz e garganta; Se inalado causa
tontura e dificuldade respiratória; O líquido pode ser irritante para a pele e para os
olhos; Prejudicial se ingerido.

Nitrato de prata

Figura 15 - Nitrato de prata

Aparência: Quando puro e cristalizado é um sólido incolor. Na ´presença de


impurezas tem coloração branco-acinzentado

Fórmula molecular: AgNO3

Massa molar: 169,87 g/mol

Densidade: 4,35 g/cm3

Ponto de fusão: 212 °C

Ponto de ebulição: 440 °C (se decompõe)

Solubilidade em água: 2400 g/L

Riscos associados: Corrosivo e irritante à pele e aos olhos. Prejudicial se ingerido.


Bicarbonato de sódio

Figura 16 - Bicarbonato de sódio

Aparência: Sólido branco e cristalino

Fórmula molecular: NaHCO3

Massa molar: 84,0 g/mol

Densidade: 2,159 g/cm3

Ponto de fusão: 270 °C

Solubilidade em água: 78 g/L

Riscos associados: Irritante

Sulfato de sódio anidro

Figura 17 - Sulfato de sódio

Aparência: Sólido cristalino branco

Fórmula molecular: Na2SO4

Massa molar: 142,04 g/mol


Densidade: 2,68 g/cm3

Ponto de fusão: 884 °C

Solubilidade em água: 170 g/L

Riscos associados: Irritante

Cloreto de terc-butila

Figura 18 - Cloreto de terc-butila

Aparência: Líquido incolor

Fórmula molecular: C4H9Cl

Massa molar: 92,57 g/mol

Densidade: 0,851 g/cm3

Ponto de fusão: -26 °C

Ponto de ebulição: 51 °C

Solubilidade em água: Pouco solúvel

Riscos associados: Inflamável

OBJETIVOS

Realizar a síntese do cloreto de terc-butila a partir de uma reação de


substituição nucleofílica e observar o efeito do solvente na hidrólise.
PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

Parte I - PREPARAÇÃO DO CLORETO DE t-BUTILA

Em um erlenmeyer colocar 10 mL de álcool t-butílico e resfriar em banho de


gelo a 50 ° C. Adicionar vagarosamente com agitação constante 28 mL de ácido
clorídrico concentrado. Transferir cuidadosamente a mistura reacional para funil de
separação. Tampe o funil e inverta-o cuidadosamente. Agitar vagarosamente a
mistura do funil de separação. Durante a agitação do funil, abra a torneira para
liberar a pressão. Agite o funil durante dois a três minutos, abrindo-a
ocasionalmente (para escape). Deixe o funil em repouso (30 minutos) até completa
separação das fases. Separe as duas fases. Descarte a fase ácida (inferior). Lavar a
fase orgânica com 4 mL de bicarbonato de sódio a 5% e a seguir com 4mL água,
descartando a fase aquosa. Transfira a fase orgânica para um béquer pequeno seco
e adicione sulfato de sódio. Decante o material límpido para um frasco seco.
Transferir para balão de fundo redondo de micro-destilação, adicionar pedras de
porcelana e destilar o cloreto de terc-butila usando banho-maria. Colete a fração
entre 49-51°C, contendo o haleto de alquila, em um recipiente com banho de gelo.

Obs.: Não aquecer demais, pois a destilação é rápida!

Teste de Confirmação:

Agitar em um tubo de ensaio, 0,1 mL de halogeneto com duas gotas de


solução alcoólica de nitrato de prata ( se necessário aquecer em banho Maria). O
aparecimento do precipitado branco indica a presença do cloreto de t-butila.

Parte II - EFEITO DO SOLVENTE NA HIDRÓLISE DE CLORETO DE


T-BUTILA

A) Efeito do solvente água/2-propanol (1:1) na hidrólise do cloreto de t-butila

1- Preparar em um Erlenmeyer de 50 mL, uma solução com 25 mL de água e 25 mL


de 2-propanol. Em seguida adicione 0,5 mL de cloreto de t-butila (Este será o tempo
zero) e deixar reagir por 1 hora.
2- Após o período de 1 hora, colete uma alíquota de 10,0 mL da mistura reacional e
adicione ao Erlenmeyer contendo 10 mL de acetona e 3-4 gotas de fenolftaleína e
titule com solução de NaOH 0,05 M.

B) Efeito do solvente água/2-propanol (7:3) na hidrólise do cloreto de t-butila

1-Preparar em um Erlenmeyer de 50 mL, uma solução com 35 mL de água e 15 mL


de 2-propanol. Em seguida adicione 0,5 mL de cloreto de t-butila (Este será o tempo
zero) e deixar reagir por 1 hora.

2-Após o período de 1 hora, colete uma alíquota de 10,0 mL da mistura reacional e


adicione ao Erlenmeyer contendo 10 mL de 2-acetona e 3-4 gotas de fenolftaleína e
titule com solução de NaOH 0,05 M.

C) Efeito do solvente água/acetona (1:1) na hidrólise do cloreto de t-butila

1-Preparar em um Erlenmeyer de 50 mL, uma solução com 25 mL de água e 25 mL


de acetona. Em seguida adicione 0,5 mL de cloreto de t-butila (Este será o tempo
zero) e deixar reagir por 1 hora.

2-Após o período de 1 hora, colete uma alíquota de 10,0 mL da mistura reacional e


adicione ao Erlenmeyer contendo 10 mL de acetona e 3-4 gotas de fenolftaleína e
titule com solução de NaOH 0,05 M.

D) Efeito do solvente água/acetona (3:7) na hidrólise do cloreto de t-butila

1-Preparar em um Erlenmeyer de 50 mL, uma solução com 15 mL de água e 35 mL


de acetona. Em seguida adicione 0,5 mL de cloreto de t-butila (Este será o tempo
zero) e deixe reagir por 1 hora.

2-Após o período de 1 hora, colete uma alíquota de 10,0 mL da mistura reacional e


adicione ao Erlenmeyer contendo 10 mL de acetona e 3-4 gotas de fenolftaleína e
titule com solução de NaOH 0,05 M.

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