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1) 4º Café Filosófico – 27/06/2012


Tema: “Adoniran Barbosa e a cidade de São Paulo”
Local: Sala 326 (Laboratório de Especialização em Proeja)
Período: 13:15 às 14:30
Antes da apresentação do tema tivemos no saguão, das 12:30 às 13:15, a
apresentação musical do professor Vinicius Veneziani dos Santos, professor de literatura
Brasileira e Portuguesa do Campus São Paulo (IFSP). Acompanhando no violão cantou
várias músicas de Adoniran Barbosa situando-as no contexto urbano da cidade de São
Paulo.
A apresentação do tema a partir das 13h15min foi feita pelo mesmo
professor.
RESUMO: Adoniran Barbosa, grande compositor brasileiro, começa a compor sua
vivência de São Paulo numa metrópole que se expande como expressão de uma
modernidade que não se constitui mais como suporte do passado e das lembranças. A
cidade de São Paulo moderna se volta agora para o futuro, para o progresso, num contínuo
processo de transformação que gera e reforça a exclusão social.
Adoniran, nascido em 1910 e vivendo em São Paulo até 1982, ano de sua
morte, nos faz descobrir através de suas músicas os traços de uma cidade que adentra
freneticamente no contexto da modernidade. As suas composições podem ser vistas como
expressão de resistência a esta modernidade que despreza o passado e que, no seu voltar
frenético para o futuro, reforça as desigualdades sociais. As suas músicas subvertem a
ordem imposta pela modernização na medida em que suas narrativas musicadas são feitas
através do olhar dos excluídos que tem as suas histórias resgatadas.
Conforme ressaltado pelo apresentador,
Na realidade, dentro do seu humor revelava-se uma dor. A cidade que
amava crescia, mudava, acarretando a dissolução dos antigos laços de
solidariedade, a quebra dos tradicionais compromissos entre vizinhos e
amigos e a destruição de espaços urbanos que possibilitavam encontros e
festas. Por essa via, não podia desvencilhar-se de uma contradição muito
rica que lhe deu asas para prosseguir em seu percurso: quanto mais se
envolvia com a cidade, mais ela fugia do seu controle. Daí a sua busca na
tentativa de reter em sua voz e em seus gestos os rostos e vozes da cidade,
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sabendo que a dissolução das relações tradicionais era um fato


irreversível1.

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KRAUSCHE, Valter. Adoniran Barbosa: Pelas ruas da cidade. Coleção Encanto Radical. São Paulo:
Brasiliense, 1985, p.33.
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