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São Paulo- SP
2022
GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA
São Paulo- SP
2022
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO.................................................................................................................................. 4
2. SURGIMENTO DO AUTISMO........................................................................................................ 5
2.1 Primeiro Caso De Autismo No Mundo................................................................................................... 5
2.2 Como Se Diagnostica O Tea (Transtornos Do Espectro Autista).................................................7
3. SURGIMENTO DO ESTUDO DE AUTISMO NO BRASIL...........................................................9
3.1. Implementaçã o De Políticas No Tea Infantil................................................................................... 10
3.2. Surgimento De Políticas E Leis Para Autistas No Brasil.............................................................11
4. A INCLUSÃO DE CRIANÇAS COM TEA EM ESCOLAS DO ENSINO REGULAR..................13
4.1. O Papel Da Escola No Processo De Inclusã o.................................................................................... 17
4.1 Professor De Apoio Escolar..................................................................................................................... 17
5. MÉTODOS DE INTERVENÇÕES EDUCACIONAIS....................................................................... 19
6. PROCESSO DE FORMAÇÃO DE ALUNOS NO ENSINO REGULAR COM TEA
(TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA)..................................................................................... 21
7. CONCLUSÃO....................................................................................................................................... 23
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................................................................... 24
1. INTRODUÇÃO
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2. SURGIMENTO DO AUTISMO
O autismo foi descrito pela primeira vez em 1943 pelo médico Leo Kanner,
em seu trabalho foram estudados 11 casos de pessoas que apresentavam certa
dificuldade de relacionar-se, essa dificuldade foi chamada de ‘’distúrbios
autisticos de contato afetivo’’. Já em 1944, o médico Hans Asperger realizou um
trabalho onde descrevia crianças semelhantes as descritas no trabalho feito por
Kanner, entretanto sua pesquisa demorou muito para ser conhecida. Nos dias
atuais, Kanner e Asperger são considerados os primeiros a identificarem o
autismo.
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Foi também em 1938 que os pais de Donald o levaram até o psiquiatra
Austríaco Leo Kanner, e ele veio se tornar o “caso 1” entre 11 crianças estudadas
pelo médico e diagnosticadas em uma nova condição ainda não relatadas em
livros, batizada na época de “autismo infantil”.
O apoio da família e até mesmo dos moradores da cidade de Forest
resultou na entrada de Donald em uma escola comum, durante a adolescência, e
suas duas graduações em francês e Matemática, com a soma de sua inteligência
e capacidade de aprendizado. Aos 82 anos, Donald é uma pessoa saudável e
independente, aprendeu a dirigir, viajou o mundo sozinho e já conhece grande
parte dos Estados Unidos.
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2.2 Como Se Diagnostica O Tea (Transtornos Do Espectro Autista)
Para diagnosticar o autismo, uma série de testes deve ser realizado, sendo
o diagnóstico basicamente clínico. O médico deverá avaliar o desenvolvimento,
as habilidades do paciente, a comunicação, entre outros fatores. Vale salientar
que cada pessoa autista apresenta uma dificuldade e uma habilidade diferente da
outra, portanto, é necessária uma análise por uma equipe multiprofissional.
Como dito anteriormente, o autista apresenta dificuldades e habilidades
que precisam ser exploradas. Uma equipe deverá atuar de maneira
interdisciplinar de modo a conseguir o melhor desenvolvimento do indivíduo.
Entre os profissionais que podem ajudar no acompanhamento do autista,
podemos citar o psicólogo, psiquiatra, pediatra, fonoaudiólogo, terapeuta
ocupacional e fisioterapeuta.
Um ponto importante no diagnóstico do autismo são os graus, sendo eles:
Grau 1, o considerado ‘’Autismo leve’’, a pessoa tem problemas para iniciar
interações sociais e demonstra pouco interesse nos relacionamentos, possui
comportamentos inflexíveis, o que dificulta das atividades cotidianas.
Já no grau 2, o autismo é considerado ‘’moderado’’, onde a pessoa possui
grande dificuldade verbal e não verbal, habilidades sociais mais estritas e maior
dificuldade nas atividades cotidianas, neste grau o autismo se trona mais
perceptível.
O grau 3, é considerado autismo ‘’severo’’, a pessoa possui um nível mais
grave na interação social, incluindo modos verbais e não verbais, retardo mental,
dificuldade com contato visual e possui movimentos estereotipados como por
exemplo, ficar balançando o corpo. Nesse nível a pessoa necessidade de suporte
constante nas tarefas básicas do dia a dia.
Ao longo dos anos, documentos como o DSM (Manual Diagnóstico e
Estatístico de Transtornos Mentais), da Associação Americana de Psiquiatria, e o
CID (Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas
Relacionados com a Saúde) sofreram diversas alterações, incluindo nas palavras
e termos usados para diagnosticar uma pessoa autista. Alguns deles foram:
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Autismo infantil
Síndrome de Asperger
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3. SURGIMENTO DO ESTUDO DE AUTISMO NO BRASIL
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internacionais (OLIVEIRA et al., 2016 p.3, apud MELLO, 2005; MELLO et al.,
2013).
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A Lei nº 12.764 que institui a Política Nacional de Proteção dos Direitos da
Pessoa com Transtorno do Espectro Autista”, foi sancionada em 27 de dezembro
de 2012 (BRASIL, 2012). Além de reconhecer a pessoa com transtorno do
espectro autista (TEA) como “pessoa com deficiência, para todos os efeitos
legais” (Lei nº 12.764, § 2o ), promovendo a atenção em diversos campos, como
na esfera assistencial, política, científica e educacional, assim como no âmbito
dos direitos básicos dos autistas. Essa Lei representou um marco histórico na luta
pelos direitos dos autistas, viabilizando politicamente o acesso a direitos previstos
na legislação já existente para pessoas com deficiência no país, como no
exemplo de benefícios financeiros, garantia à educação em escolas dedicadas ou
inclusivas, ingresso no mercado de trabalho, entre outros benefícios. Além disso,
essa lei promove também o acesso a atendimentos em serviços de saúde
especializados, em oposição aos ofertados pela rede de saúde mental. Nesse
contexto de socialização e definição de lei, Anache e Mitjáns Martinez enfatiza:
“[...] a deficiência é entendida como uma construção
social e o sujeito é considerado na sua singularidade.
Enfatizar o social no processo de construção da
deficiência não significa negá-la, mas entendê-la como
um fenômeno que precisa ser enfrentado por todos, já
que as funções psicológicas superiores se constituem por
intermédio das atividades humanas no contexto cultural.”
(Anache e Mitjáns Martinez, 2007, p. 44)
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4. A INCLUSÃO DE CRIANÇAS COM TEA EM ESCOLAS DO ENSINO
REGULAR
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tornar a escola um espaço onde os processos de ensino e
aprendizagem estão disponíveis e ao alcance de todos e onde
diferentes conhecimentos e culturas são mediados de formas
diversas por todos os integrantes da comunidade escolar,
tornando a escola um espaço compreensível e inclusivo.”
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acolhidas e atendidas em suas diferenças, jamais farão da escola espaços ricos
de formação e construção da cidadania e de uma sociedade mais justa.
A Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva Inclusiva traz em
termos claros o público-alvo da inclusão: pessoas com deficiência; pessoas com
transtornos globais do desenvolvimento e pessoas com altas
habilidades/superdotação. Nesse contexto, enquadra-se o autismo como um
transtorno global do desenvolvimento, caracterizado por alterações qualitativas
nas interações sociais significativas. Baptista e Bosa (2002), descrevendo a
percepção dos professores sobre a inclusão de alunos autistas, alertam para as
noções um tanto distorcidas sobre o que significa basicamente o termo autismo,
assim como o trabalho com essas pessoas. Dessa maneira podemos destacar as
seguintes dificuldades do trabalho com crianças autistas: dificuldades na
compreensão da linguagem autista, dificuldades em compreender o significado
dos rituais, ausência de domínio da agressividade expressa pelo aluno,
sentimento de insegurança por parte do educador, dúvidas com relação às
práticas pedagógicas que deverão ser empregadas e a falta de uma estrutura
devidamente preparada para lidar com esses alunos. Essa estrutura refere-se à
utilização de materiais didáticos, recursos audiovisuais, publicações científicas,
espaço físico e outros recursos que poderiam incrementar a qualidade do ensino.
A maior dificuldade dos educadores, entretanto, seria com relação à identificação
do aluno com autismo e, também com a falta de preparo e especialização.
Coll (1995) propõe que o tratamento mais eficaz e universal do autismo é a
educação. Esta atividade educativa tem, no final das contas os mesmos objetivos
que tem em relação a todas as crianças: desenvolver ao máximo suas
potencialidades e competências, favorecer um equilíbrio pessoal o mais
harmonioso possível, fomentar o bem estar emocional e aproximar as crianças
autistas do mundo humano de relações significativas.
No entanto, o professor não deve esquecer que nos casos de autismo, são
sempre necessários modelos educacionais que permitam abordar estes objetivos,
apesar das deficiências de interação, comunicação e linguagem e das
importantes alterações da atenção e da conduta que seus alunos podem
apresentar. Estes requerem, em geral, ambientes educacionais estruturados.
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Além de ambientes estruturados as crianças autistas têm um maior
aproveitamento, quando são educadas em grupos pequenos que possibilitem um
planejamento bastante personalizado dos objetivos e procedimentos
educacionais em um contexto de relação simples e, em grande parte bilaterais.
O ambiente deve facilitar a percepção e compreensão, por parte da criança
de relações contínuas entre suas próprias condutas e as contingências do meio,
ou seja, deve ser consistente em sua resposta às condutas. Além disso, o
educador deve estabelecer de forma clara seus objetivos e métodos de registro.
Quanto ao ensinar, de acordo com Vygotsky (1994), é necessário um
enfoque interacionista, que trata de compreender a atividade educacional como
um processo de relação, de interação comunicativa, de envolver o aluno em
experiências que lhes sejam significativas e promova uma atividade, realmente,
assimiladora, e não somente uma aprendizagem passiva.
No contexto educacional percebe-se, que muitos professores que atuam
no processo de escolarização junto às crianças com autismo, ainda demonstram
insegurança devido ao desconhecimento desta síndrome. Por este motivo, é
necessário que o educador repense a sua formação para que possa construir
uma nova concepção de ensino aprendizagem na mediação pedagógica.
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trabalhados com a criança autista é criar uma rotina escolar, para que ele se
encontre mais à vontade nesse espaço e dali possa desenvolver sua
aprendizagem, (SILVA, 2012, p.115.)
Portanto, é fundamental que o educador apresente uma base nos aspectos
teóricos e práticos, de modo, que tenham uma formação básica centrada numa
proposta inclusiva, para isso este profissional deve desenvolver atividades que
conduzam à criança a construção do conhecimento, oferecendo diferentes
possibilidades.
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O professor de apoio atua juntamente com a equipe pedagógica e com o
professor regular. Eles definem as estratégias que serão utilizadas para que o
estudante autista tenha acesso ao aprendizado das disciplinas e das formas de
avaliação que permitam que a aprendizagem seja efetiva.
Ele contribui para melhorar as habilidades de leitura, escrita, matemática,
compreensão e comunicação do autista. E, define uma rotina, ensina sobre
regras e comportamentos adequados na sala de aula.
Em alguns casos, esse profissional também pode auxiliar o aluno nos
momentos de higiene, alimentação e locomoção. A instituição de ensino deve
providenciar um professor de apoio especializado diretamente na secretaria de
educação à qual está vinculada. Lembrando que essa contratação é um dever da
instituição de ensino.
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5. MÉTODOS DE INTERVENÇÕES EDUCACIONAIS
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mudança comportamental tem mostrado grande aproveitamento na melhora das
crianças, principalmente em graus mais altos do autismo, o método ABA tem
como principal objetivo integrar a criança a comunidade com que ela faz parte,
com isso o método planejado e executado com cuidado abrangendo as atividades
das crianças em todos os lugares frequentados por ele: lazer, casa, escola etc.
Programas baseados em ABA são utilizados para apoiar as pessoas com
autismo em pelo menos seis maneiras: Para aumentar comportamentos (por
exemplo, procedimentos de reforço aumentar o comportamento on-tarefa, ou
interações sociais);Para ensinar novas habilidades (por exemplo, os
procedimentos de instrução e reforço sistemáticos ensinar habilidades
funcionais de vida, habilidades de comunicação e habilidades sociais);Para
manter comportamentos (por exemplo, o ensino de procedimentos de
autocontrole e auto-monitoramento para manter e generalizar as habilidades
sociais relacionadas com o trabalho);
Generalizar ou transferir o comportamento de uma situação ou resposta a
outra (por exemplo, de completar as tarefas em sala de recursos para um
desempenho tão bom na sala de aula regular);
Para restringir ou condições estreitas sob o qual ocorrem comportamentos
interferem (por exemplo, modificar o ambiente de aprendizagem); Para reduzir
comportamentos de interferência (por exemplo, auto-lesão ou estereotipias).
Dos métodos o mais usado em alunos com autismo é o PECS – sistema
de comunicação por troca de figuras e um sistema para ajudar pessoas de várias
idades que não conseguem se fazer entender através da fala, ou que tem uma
fala muito limitada. Desenvolvido nos Estados Unidos em 1985, o PECS foi
pensado para melhorar as capacidades físicas, cognitivas e de comunicação de
pessoas autistas, a ideia é fazer com que o autista crie independência na hora de
se comunicar e faça isso de forma mais funcional.
Por ser um método cuja principal matéria-prima é a imagem, ele é
aplicado, principalmente – mas não exclusivamente -, em autistas não verbais,
que são aqueles que não desenvolvem a capacidade de utilizar os códigos
linguísticos – muitas vezes, nem mesmo fazem gestos para compensar as
inconsistências da fala. Segundo o site da empresa que trouxe o PECS para o
Brasil, vários autistas que foram ensinados através desse método voltaram,
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inclusive, a falar, passando e autista não verbal para alguém com capacidade de
usar as palavras de modo mais lógico.
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precisam estar relacionados a essas duas áreas, a qual a criança está inserida,
conforme artigo de Galvão e Col.(2018) informa que:
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7. CONCLUSÃO
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
INEP. Censo Escolar 2021: Divulgação dos resultados, 2021. Disponível em:
https://download.inep.gov.br/censo_escolar/resultados/2021/apresentacao_coletiv
a.pdf Acesso em: 22 maio 2022
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nacional/saude/audio/2022-02/censo-tambem-vai-levantar-informacoes-sobre-
autismo#:~:text=No%20Brasil%2C%20estima%2Dse%20que,o%20autismo
%20no%20censo%20populacional > Acesso em 23 maio 2022
SILVA, Ana Beatriz Barbosa Silva. O que é o Autismo. Youtube. 30 nov. 2021.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=8uTHFYAQtnA> Acesso em
15 maio 2022
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