A farmacocinética estuda a absorção, distribuição, metabolismo e eliminação (ADME)
dos fármacos. Antes de um fármaco poder ser absorvido por um determinado sistema biológico, tem que ser libertado da sua forma de dosagem (por exemplo um comprimido) e dissolvido nos fluidos biológicos.
O primeiro dos processos é a absorção, considerada como a sua entrada do fármaco na
circulação sistêmica. A facilidade com que um fármaco atravessa as membranas celulares é determinante para definir a velocidade e extensão da absorção e distribuição do fármaco através de compartimentos múltiplos do organismo.
A distribuição de fármacos é o processo através do qual o fármaco deixa de uma forma
reversível a corrente sanguínea e entra no fluído extracelular e/ou nas células dos tecidos. A passagem de um fármaco para o interstício depende do fluxo sanguíneo, da permeabilidade dos capilares, do grau de ligação a proteínas plasmáticas e da hidrofobicidade relativa do fármaco.
A eliminação é o processo através do qual ocorre a perda irreversível de fármaco do
plasma. Os dois processos envolvidos na eliminação de fármaco são o metabolismo, através do qual o fármaco é convertido em outra espécie química e a excreção, na qual ocorre perda de fármaco na sua forma química não alterada. Os dois órgãos principais envolvidos na eliminação de fármacos são o fígado e o rim.
A farmacodinâmica estuda as ações farmacológicas e os seus mecanismos, ou seja, o que
o fármaco faz ao organismo. As respostas farmacológicas são iniciadas pelas interações moleculares dos fármacos com as células, tecidos ou outros constituintes do corpo. Um receptor de um fármaco é uma macromolécula alvo especializada, presente na superfície celular ou intracelularmente, que se liga ao fármaco e medeia a sua ação farmacológica. Os fármacos podem interagir com enzimas, ácidos nucleicos ou receptores de membrana. Em qualquer um dos casos, a formação de um complexo fármaco-receptor conduz à resposta biológica e a magnitude da resposta é proporcional ao número de complexos fármaco- receptores. Tendo como base as bulas dos medicamentos aciclovir, cloridrato de nortriptilina e cloridrato de amitriptilina (encaminhadas anexas à esta atividade), o texto base (acima, em azul) e utilizando outras fontes da literatura que achar necessárias responda às questões propostas:
1. Quanto à ligação a proteínas plasmáticas, qual dos fármacos se liga mais às
proteínas plasmáticas, o aciclovir ou o cloridrato de nortriptilina? 2. Qual dos fármacos permanece por menos tempo no corpo? 3. Quanto à absorção, qual dos fármacos é melhor absorvido no intestino, aciclovir ou cloridrato de amitriptilina? 4. Responda, em relação ao cloridrato de amitriptilina, a) Em qual local o fármaco é absorvido? b) O que significa dizer que o fármaco sofre intenso metabolismo de primeira passagem. O quanto este metabolismo interfere em sua biodisponibilidade? c) Este fármaco sofre metabolismo de Fase II? Comente sua resposta.
Respostas:
1- O cloridrato de nortripina tem ligação de 85% a 95%, enquanto o aciclovir se
liga de 9 a 33%. Dessa forma, conclui-se que o cloridrato de nortripina tem maior ligação com as proteínas plasmáticas. 2- Referindo-se a adultos a meia-vida plasmática do aciclovir é de aproximadamente 29 horas, já o cloridrato de amitriptina tem meia-vida de 9 á 25 horas, dessa forma entende-se que o aciclovir é o medicamento que permanece menos tempo no corpo. 3- A amitriptina. Pois é rapidamente absorvida pelo trato gastrointestinal, enquanto o aciclovir é parcialmente absorvido no intestino. 4- a) Absorvido no intestino b) Quando o fármaco é exposto primeiro ao fígado ele tem parte de sua concentração inativada antes de chegar na circulação sistêmica, interferindo dessa forma na sua biodisponibilidade dentro do organismo. c) Sim. O fármaco passa pela fase II do metabolismo pois tem altamente lipofílico precisando dessa forma ser conjulgado para tornar-se hidrofílico.