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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO SUDESTE DE MINAS


GERAIS

Disciplina: Sociologia da Profissão e Formação Docente

Professor: Helder Henrique Aluno: Geovane Souza 2º semestre – 2018

Tema motivador: “Como é a escola na qual sonho”

Sou professor da educação pública básica há, aproximadamente, 12


anos. Nesse tempo, que considero curto, já pude vivenciar inúmeras situações
que me fizeram refletir sobre a escola que temos e a escola que queremos.
São nítidos os problemas que a escola pública no Brasil enfrenta como a falta
de investimentos em infraestrutura e no incentivo à qualificação continuada dos
professores, o número excessivo de alunos por sala, o repasse incerto de
verbas para manutenção da escola, a remuneração irrisória para os
profissionais etc., mas o que mais me incomoda atualmente na educação é a
sobrecarga de trabalhos burocráticos a qual o professor é submetido.
Diferentemente da maioria das profissões, a função docente obriga que o
profissional leve trabalho para casa como provas, testes e atividades para
corrigir, além da elaboração de aulas, planejamentos semanais, mensais,
bimestrais e anuais. Para alunos que apresentam alguma necessidade especial
ou dificuldade clinicamente identificada surge o preenchimento dos Planos de
Desenvolvimento Individuais e as avaliações adaptadas. Os professores ainda
têm por atribuições a escrituração de relatórios de desenvolvimento de alunos,
assinatura de ponto, entrega de roteiros bimestrais, além do famigerado diário
(que agora é eletrônico, mas continua trabalhoso).

Para o professor quase não sobra tempo para o que realmente interessa
na educação que é a elaboração de uma boa aula que contemple a diversidade
de uma sala de aula, ou ainda, tempo para um atendimento mais pessoal para
acompanhar os alunos em suas dificuldades e avanços.
A escola que eu sonho, obviamente, precisa resolver todos os
problemas já popularmente reconhecidos e citados no início deste texto, mas
também precisa passar por um amplo e profundo processo de
desburocratização do trabalho docente. Essa filosofia atualmente implantada
onera e sobrecarrega os professores, engessa a criatividade, retira ânimo e
furor e contribuí para o fracasso da educação atual.

As políticas públicas de educação, os gestores e as diretrizes devem


compreender que o trabalho real que o professor executa sempre supera o
trabalho prescrito, então deve-se selecionar o que de fato contribui para uma
educação libertadora e cidadã e eliminar aquilo que apenas desmotiva
docentes e produz peso em gavetas de escrivaninhas e armários escolares.

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