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INTENSIVO MODULAR

Direito Civil
Nelson Rosenvald
10/06/2014
Aula 28
SUMÁRIO

1. DIREITOS REAIS
1.2 EFEITOS DA POSSE

(i) REINTEGRAÇÃO DE POSSE

DESAFIOS
1º desafio: imagine que “d” (promitente comprador) faz promessa de compra e venda com “n”
(promitente vendedor) no valor de 60 prestações de mil reais. Ocorre que, quando “d” acaba
de pagar as parcelas ou está quase as integralizando, “n” faz dívidas com “y”, sendo este
credor de 100 mil a título de nota promissória. Como “n” não pagou a dívida, “y” ajuíza ação
de execução extrajudicial. Assim, “y” ao buscar bens para fins de penhora, encontra o
apartamento, objeto de promessa de compra e venda. Sem hesitar, “y” faz a penhora do
imóvel. Quando o oficial de justiça se dirige ao bem, encontra “d” morando no imóvel. Diante
dessa ameaça, “d” ajuíza ação de reintegração de posse, pois está prestes a ser esbulhado. Isso
está correto? NÃO, porque só ocorre esbulho quando há uma agressão injusta na posse (ex.:
atos de violência, clandestinidade ou precariedade).

Quando o juiz de direito ordena um sequestro, arresto ou penha (medidas constritivas) sobre o
bem, isso não caracteriza esbulho – não existe “esbulho judicial”. Portanto, essa medida
constritiva deve ser combatida por EMBARGOS DE TERCEIRO, nos termos do art. 1046, CPC.

CPC, art. 1.046. Quem, não sendo parte no


processo, sofrer turbação ou esbulho na posse de
seus bens por ato de apreensão judicial, em casos
como o de penhora, depósito, arresto, seqüestro,
alienação judicial, arrecadação, arrolamento,
inventário, partilha, poderá requerer Ihe sejam
manutenidos ou restituídos por meio de
embargos.

Mas o promitente comprador pode opor embargos de terceiros mesmo que não tenha
registrado a promessa de compra e venda? Sim, porque o registro só se faz fundamental para
discutir a titularidade - a discussão no exemplo acima é relacionada à posse do promitente
comprador (a posse não precisa ser registrada).

E ADMISSIVEL A OPOSIÇÃO DE EMBARGOS DE


TERCEIRO FUNDADOS EM ALEGAÇÃO DE POSSE
ADVINDA DO COMPROMISSO DE COMPRA E
VENDA DE IMOVEL, AINDA QUE DESPROVIDO DO
REGISTRO (S. 84, STJ).

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2º desafio: suponha que “d” seja proprietário de um imóvel e o oferece a “n”. Ocorre que “d”,
após a venda, pede para ficar no imóvel por 3 meses. Nesse caso, “d” se torna comodatário
pelo prazo de 3 meses. Expirado o prazo, “n” pode ajuizar ação de reintegração de posse caso
o comodatário resista a sair do imóvel? Sim, pode ajuizar ação de reintegração, porque quando
“n” se tornou proprietário, autorizando “d” a ficar por 3 meses no imóvel, já houve dentro do
contrato de compra e venda a inclusão da CLÁUSULA CONSTITUTI (constituto possessório).

CONSTITUTO POSSESSÓRIO é modo de aquisição da posse por via de uma TRADIÇÃO FICTA.

Assim, quando “n” aceitou “d” como comodatário do imóvel por 3 meses, neste momento “n”
assinou a cláusula constituti, resultando na tradição por ficção desse imóvel.

Obs.: modos de tradição:


a) real: adquire a posse e mora no imóvel.

b) simbólica: ex.: entrega das chaves do carro.

c) ficta: ocorre com o constituto possessório.

A tradição é ficta, porque não há a entrada real na posse - o novo possuidor não materializa a
posse (a cláusula contratual é uma ficção lhe que entrega a posse).

Portanto, “n” passou a ter posse indireta. Ao passo que “d” passou a ter posse direita e justa.
Passado o prazo de 3 meses, a posse que era justa passou a ser injusta pela precariedade (“d”
passa a esbulhar “n”).

CC, art. 1.204. Adquire-se a posse desde o


momento em que se torna possível o exercício, em
nome próprio, de qualquer dos poderes inerentes
à propriedade.

No instante em que houve o constituto possessório, o proprietário, mesmo sem nunca ter
contato com o bem, passou a exercer poderes de possuidor em nome próprio.

Estabelece o Enunciado 77, CJF - a posse das coisas móveis e imóveis também pode ser
transmitida pelo constituto possessório.

Agora suponha que “d” seja comodatário (por 4 anos) e “n” seja proprietário. “n” pode vender
esse imóvel na pendência de comodato para “y”? Sim, pois “n” é proprietário. Expirado o
prazo de 4 anos, “y” (agora proprietário) pode ajuizar ação de reintegração de posse? Sim, pois

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quando “n” vendeu o imóvel a “y”, houve a transferência da posse indireta. Assim, havendo
esbulho por “d”, o possuidor indireto (“y”) tem legitimidade para ajuizar ação possessória.

CC, art. 1267, parágrafo único. Subentende-se a


tradição quando o transmitente continua a possuir
pelo constituto possessório; quando cede ao
adquirente o direito à restituição da coisa, que se
encontra em poder de terceiro; ou quando o
adquirente já está na posse da coisa, por ocasião
do negócio jurídico.

Quando um imóvel for objeto de esbulho, é importante saber se o esbulhador estava de boa
ou má-fé? Em regra, NÃO, porque a qualificação da posse (boa ou má-fé) é indiferente para as
ações possessórias. Contudo, torna-se relevante essa avaliação para os FRUTOS, BENFEITORIAS
e USUCAPIÃO.

Ocorre que, há uma situação em que é necessário averiguar se aquele que tem posse na coisa,
mesmo que injusta, está de boa ou má-fé?

Imagine que “n” era possuidor de um imóvel e Zé Rainha o invade mediante violência. Além
deste esbulhar, falsifica o título, vendendo o imóvel como se fosse proprietário. Para terceiros,
Zé Rainha é o proprietário. Assim, caso terceiro compre o bem, a posse será de boa-fé, em
razão do justo título. Pergunta: quando o proprietário esbulhado ajuíza ação de reintegração
de posse, contra quem ajuizará? Zé Rainha ou terceiro adquirente? Contra terceiro adquirente,
pois se ajuíza contra está no poder fático sobre o bem.

Mas “n” pode ajuizar ação de reintegração contra terceiro, se este está de boa-fé? NÃO.

CC, art. 1.212. O possuidor pode intentar a ação


de esbulho, ou a de indenização, contra o terceiro,
que recebeu a coisa esbulhada sabendo que o era.

Portanto, só tem legitimidade passiva em ação possessória quando se trata de terceiro de MÁ-
FÉ (receptador da posse).

Então, o que o proprietário pode fazer se o terceiro é de boa-fé?


a) o proprietário pode promover ação de indenização contra o esbulhador (Zé Rainha).

b) se “n” é possuidor e proprietário, há a possibilidade de ajuizar ação reivindicatória contra o


terceiro de boa-fé.

Estabelece o Enunciado 80, CJF - é inadmissível o direcionamento de demanda possessória ou


ressarcitória contra terceiro possuidor de boa-fé, por ser parte passiva ilegítima diante do
disposto no art. 1.212 do novo Código Civil. Contra o terceiro de boa-fé, cabe tão-somente a
propositura de demanda de natureza real (petitória/reivindicatória).
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Atenção: se o terceiro é de boa-fé, mas sua aquisição ocorreu APÓS a citação do esbulhador na
ação possessória, pelo art. 42, CPC, a lide já se estabilizou e, nesse caso, os efeitos da sentença
atingirão terceiros que adquiriram o bem após a citação, ainda que de boa-fé.

Pergunta: qual a ação se ajuíza contra o inquilino? É a AÇÃO DE DESPEJO – o despejo é uma
ação possessória (art. 5º, Lei 8.245/91).

Art. 5º Seja qual for o fundamento do término da


locação, a ação do locador para reaver o imóvel é
a de despejo.

Obs.: contrato de alienação fiduciária – a instituição financeira para recuperar a posse (ex.:
veículo) moverá AÇÃO DE BUSCA E APREENSÃO (espécie de reintegração de posse).

(ii) MANUTENÇÃO DE POSSE


Quando alguém sofre turbação, ocorre a manutenção da posse.

O possuidor turbado é aquele perturbado na posse, incomodado, molestado, porém, não lhe é
retirada a posse.

Portanto, na TURBAÇÃO existem atos atuais de agressão à posse, que não chegam ao ponto de
privar o possuidor do poder fático sobre a coisa. Ex.: terceiro (turbador) corta a cerca da
fazenda alheia.

Logo, a CAUSA DE PEDIR da ação de manutenção de posse é a turbação, e o PEDIDO é


destinado para que o turbador cesse os atos de agressão.

CPC, art. 926. O possuidor tem direito a ser


mantido na posse em caso de turbação e
reintegrado no de esbulho.

Na classificação quinária das sentenças de Pontes de Miranda, além da condenatória,


declaratória e constitutiva, há a sentença executiva e mandamental.

A reintegração de posse gera uma SENTENÇA EXECUTIVA. Enquanto que a ação de


manutenção de posse propicia uma SENTENÇA MANDAMENTAL.

E qual é a diferença entre sentença executiva e mandamental?

Quando o juiz profere uma sentença e julga procedente a reintegração de posse, essa
sentença é executiva, porque detém a característica da SUB-ROGAÇÃO (qualquer sentença de
reintegração de posse se chama executiva, porque ela não apenas condena, ou seja, no bojo
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da própria sentença já existe a decisão quanto aos atos materiais que concretizarão a eficácia
dessa sentença, ou seja, ela é autoexecutiva, porque não há necessidade de um segundo
processo autônomo para concretizar a decisão proferida) – a sentença executiva é sincrética.
Ademais, a sentença executiva é sub-rogatória, porque se o réu não colaborar
voluntariamente, o juiz se sub-roga no lugar dele, e determina os atos materiais tendentes a
concretizá-la.

Por outro lado, a sentença mandamental NÃO tem eficácia executiva, mas persuasiva, porque
a sentença mandamental estipula contra o réu é uma coerção indireta – na sentença
mandamental o juiz não só condena, mas ordena. Ex.: juiz determina na sentença para que
terceiro não pratique atos de agressão (não-fazer), sendo a coerção indireta (persuasão) a
incidência de multa periódica (astreintes).

(iii) INTERDITO PROIBITÓRIO


Caso o agressor pratique ameaça de agressão à posse, estaremos diante do interdito
proibitório (resposta a ameaça de agressão iminente a posse).

O interdito proibitório é TUTELA PREVENTIVA (gênero) da posse (não é ação cautelar).

A possessória “interdito proibitório” é tutela preventiva INIBITÓRIA, e não cautelar, porque a


tutela preventiva inibitória do interdito proibitório se exaure em si mesmo (autonomia), ou
seja, ela não é preparatória de outra demanda possessória.

Assim, se o juiz entender que terceiro está praticando atos de ameaça, concederá uma
LIMINAR, dividida em duas partes:
a) VETO: abstenção de prosseguir com agressões (ameaça).

b) MULTA PERIÓDICA: astreintes.

Portanto, essa liminar, por si só, demonstra a autonomia da ação possessória – liminar de
natureza satisfativa.

Veja o Informativo 508, STJ de 14 de novembro de 2012:

DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. DISTANCIAMENTO MÍNIMO DE MOVIMENTO SOCIAL


DESTINADO À REFORMA AGRÁRIA DO IMÓVEL ANTERIORMENTE INVADIDO. INTOLERÁVEL
CONTINUIDADE DE ATOS DESTINADOS A TURBAR OU MOLESTAR POSSE LIMINARMENTE
RECONHECIDA.
É legal a decisão judicial que, objetivando viabilizar o exercício de posse reconhecida em sede
de liminar – ameaçada por atos destinados a turbá-la ou molestá-la –, determina o
distanciamento mínimo de movimento social destinado à reforma agrária do imóvel
anteriormente invadido. Considerando a inexistência de direito fundamental absoluto, deve-se
asseverar que a legítima pretensão à necessária reforma agrária, prevista constitucionalmente,
não confere ao correlato movimento social, ainda que sob a égide do direito fundamental de
locomoção, o uso arbitrário da força destinado a vilipendiar posse reputada legítima (assim
albergada por decisão judicial), que, inerente ao direito de propriedade, igualmente recebe
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proteção constitucional. Precedente citado: HC 94.983-RS, DJ 20/11/2007. HC 243.253-MS, Rel.
Min. Massami Uyeda, julgado em 13/11/2012.

Agora suponha que o “Zé Rainha” não respeite a liminar e esbulhe a propriedade. O
proprietário deverá ingressar com uma nova ação de reintegração de posse? Em que pese
haver no processo civil o princípio da congruência, a característica fundamental das ações
possessórias é a FUNGIBILIDADE (CONVERSIBILIDADE DOS INTERDITOS).

Obs.: no Processo Civil vige o princípio da congruência (adstrição ou correlação), nos termos
do art. 128 e 460 do CPC, que diz que quando o juiz proferir uma decisão, ela não pode ultra,
extra ou citra petita, isto é, a decisão deve ser congruente ao seu pedido e causa de pedir.

CPC, art. 920. A propositura de uma ação


possessória em vez de outra não obstará a que o
juiz conheça do pedido e outorgue a proteção
legal correspondente àquela, cujos requisitos
estejam provados.

Portanto, as ações possessórias NÃO se submetem ao princípio da congruência, porque elas


são VOLÁTEIS, ou seja, num único dia pode ocorrer ameaça, turbação ou esbulho. Diante disso,
o sistema jurídico admitiu que a ação possessória quando ajuizada possa ser convertida em
outra.

Assim, basta atravessar uma petição informando ao juiz da necessidade de conversão da


medida de proteção (ex.: de interdito proibitório para reintegração de posse).

Atenção: A FUNGIBILIDADE somente se aplica para as possessórias estrito senso (interdito


proibitório, manutenção e reintegração de posse). Assim, NÃO existe fungibilidade entre ação
possessória e petitória.

A fungibilidade da possessória também se aplica no caso de uma pessoa sofrer agressão. Ex.:
vítima de ameaça – em vez de ajuizar interdito proibitório, ajuíza ação de manutenção de
posse.

O ajuizamento de ação possessória (ex.: interdito proibitório) só é possível quando houver


uma agressão INJUSTA à posse. Portanto, NÃO se considera coação a ameaça de um exercício
regular de direito.

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CC, art. 153. Não se considera coação a ameaça
do exercício normal de um direito, nem o simples
temor reverencial.

Art. 932. O possuidor direto ou indireto, que tenha


justo receio de ser molestado na posse, poderá
impetrar ao juiz que o segure da turbação ou
esbulho iminente, mediante mandado proibitório,
em que se comine ao réu determinada pena
pecuniária, caso transgrida o preceito.

Imagine que o dono de um shopping esteja ciente que o movimento “rolezinho” acontecerá
em seu estabelecimento (ameaça iminente de agressão à posse). Ele então requer uma liminar
de interdito proibitório (ordem de distanciamento). O juiz deve concedê-la? Em SP foi
concedida. Ao revés, no RJ foi indeferida.

Para aqueles que não concederam a liminar, sustentam que tal movimento tem liberdade de
reunião e de manifestação de pensamento.

Por outro lado, aqueles que deferiram a liminar entendem que há uma colisão de direitos
fundamentais, pois há o direito de propriedade dos lojistas (art. 5º, XXII, CF), direito de
trabalho aos funcionários do shopping, direito de locomoção e psicofísica dos demais
frequentadores.

Imagine que o direito autoral de um famoso está sendo objeto de contrafação. Diante da
agressão iminente à posse, ele tem legitimidade ativa para ajuizar interdito proibitório na
proteção de direito imaterial (ex.: patente, direito autoral), porque a posse dos bens está na
iminência de ser vilipendiada? NÃO.

É inadmissível o interdito proibitório para a


proteção do direito autoral (S. 228, STJ)

Isso porque, a teoria possessória de Ihering preconiza que a posse é a visibilidade do domínio,
ou seja, a posse se restringe aos BENS CORPÓREOS, MATERIAIS e TANGÍVEIS.

Portanto, não há posse de bens intangíveis (ex.: patente, direito autoral, software). Nesse
caso, a proteção desses bens será pela via do art. 461, CPC (tutela específica da obrigação de
fazer).

Imagine que funcionários de uma instituição financeira façam greve, bem como impeçam a
circulação de clientes e de outros funcionários. O banco tem legitimidade para ajuizar interdito
proibitório? Sim, pois há ameaça de agressão iminente à posse (justo receio objetivo). Mas
qual justiça o banqueiro ajuizará essa ação?

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A Justiça do Trabalho é competente para
processar e julgar ação possessória ajuizada em
decorrência do exercício do direito de greve pelos
trabalhadores da iniciativa privada (S. V 23, STF).

Mas e se a greve for no serviço público? A justiça competente será a COMUM.

No Brasil, há uma dupla linha de defesa possessória:


(i) ações possessórias: já estudadas.

(ii) autodefesa/autotutela: meios céleres de proteção à posse.

Há três requisitos para que o uso da autodefesa possa ser legitimado pelo judiciário:
a) agressão injusta à posse.

b) agressão iminente ou atual à posse: a agressão está para acontecer, está acontecendo ou
acabou de acontecer.

c) defesa seja proporcional: razoabilidade nos meios de defesa.

CC, art. 1210, §1º. O possuidor turbado, ou


esbulhado, poderá manter-se ou restituir-se por
sua própria força, contanto que o faça logo; os
atos de defesa, ou de desforço, não podem ir além
do indispensável à manutenção, ou restituição da
posse.

Essa autodefesa se divide em duas espécies:


a) desforço imediato: é quando já houve o esbulho.

b) legítima defesa da posse: diz respeito a uma turbação.

Aduz o Enunciado 495, CJF - no desforço possessório, a expressão "contanto que o faça logo"
deve ser entendida restritivamente, apenas como a reação imediata ao fato do esbulho ou da
turbação, cabendo ao possuidor recorrer à via jurisdicional nas demais hipóteses.

Vale lembrar que detentor NÃO tem legitimidade para ajuizar ação possessória, porque ele
não exerce atos de posse em nome próprio, mas sim em nome alheio. Contudo, o detentor
pode praticar atos de autotutela, uma vez que ele é um longa manus da posse.

Diz o Enunciado 493, CFJ - o detentor (art. 1.198 do Código Civil) pode, no interesse do
possuidor, exercer a autodefesa do bem sob seu poder.

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Aspectos procedimentais e processuais das possessórias (dicotomia procedimental)
Força Nova: havendo uma agressão atual, cuja resposta é de MENOS de ano e dia para
ingressar em juízo, resulta-se em AÇÃO POSSESSÓRIA DE FORÇA NOVA – segue o RITO
ESPECIAL, com possibilidade de concessão de LIMINAR.

Força Velha: havendo uma agressão atual, cuja resposta é de MAIS de ano e dia para ingressar
em juízo, resulta-se em AÇÃO POSSESSÓRIA DE FORÇA VELHA – percorre o RITO ORDINÁRIO.

Perceba que o prazo decadencial de ano e dia só é importante para o aspecto procedimental,
ou seja, quanto ao fato das ações possessórias, seja a agressão antes ou depois de ano e dia,
não obsta o ajuizamento de ação possessória (o que muda é o rito).

CPC, art. 924. Regem o procedimento de


manutenção e de reintegração de posse as normas
da seção seguinte, quando intentado dentro de
ano e dia da turbação ou do esbulho; passado esse
prazo, será ordinário, não perdendo, contudo, o
caráter possessório.

Desse dispositivo podemos extrair que a distinção procedimental (rito especial e rito ordinário)
só incide nas ações de reintegração e manutenção da posse. Isso porque, todo interdito
proibitório requer URGÊNCIA (iminência de agressão) – seria inimaginável interdito proibitório
de força velha, pois todo interdito proibitório requer justo receio de agressão que está para
ocorrer. Portanto, interdito proibitório SEMPRE tem rito especial (liminar).

Quanto à liminar do rito especial, quando se inicia o prazo de ano e dia? O primeiro dia para
ajuizar ação possessória é o dia que CESSA o exercício da violência (posse injusta).

CC, art. 1.208. Não induzem posse os atos de mera


permissão ou tolerância assim como não
autorizam a sua aquisição os atos violentos, ou
clandestinos, senão depois de cessar a violência ou
a clandestinidade.

Essa liminar concedida no rito especial é de natureza CAUTELAR ou MATERIAL? É de natureza


MATERIAL.

As liminares cautelares não tem autonomia, pois visam garantir o resultado prático de outro
processo em andamento. Ao passo que as LIMINARES MATERIAIS (em sede de ação
possessória) tem conteúdo de ANTECIPAÇÃO DE TUTELA – é uma liminar SATISFATIVA, porque
o juiz antecipa a decisão de mérito em caráter provisório (revogável).

Para a obtenção dessa liminar dispensa-se a comprovação do requisito periculum in mora.


Portanto, para a concessão das liminares satisfativas (direito material) basta o fumus boni iuris.

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O que seria o fumus boni iures? O que deve ser provado? Diz o art. 927, CPC:

CPC, art. 927. Incumbe ao autor provar:

I - a sua posse;

Il - a turbação ou o esbulho praticado pelo réu;

III - a data da turbação ou do esbulho;

IV - a continuação da posse, embora turbada, na


ação de manutenção; a perda da posse, na ação
de reintegração.

Atenção: se ajuizada ação possessória e, ao final da demanda, o autor não prova tinha posse,
haverá extinção do processo COM resolução do mérito.

Veja o Informativo 535, STJ de 12 março de 2014:

DIREITO PROCESSUAL CIVIL. EXTINÇÃO DO PROCESSO EM AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE.


O processo deve ser extinto com resolução de mérito – e não sem resolução de mérito, por falta
de interesse processual ‑ caso o autor de ação de reintegração de posse não comprove ter
possuído a área em litígio. De fato, a condição da ação denominada interesse processual, ou
interesse de agir, surge da necessidade de se obter, por meio de um provimento jurisdicional, a
proteção a determinado interesse substancial. Situa-se, portanto, na necessidade do processo e
na adequação do remédio processual eleito para o fim pretendido. Dessa forma, se houver
alegação de posse anterior e de esbulho, acompanhadas de suas delimitações temporais, a
ação de reintegração de posse torna-se a via adequada e necessária para a retomada do
imóvel, não havendo falar, portanto, em ausência de interesse de agir. Situação diversa ocorre
se intentada a ação de reintegração de posse por quem declaradamente nunca exerceu a posse
sobre o bem pretendido. Nessa hipótese, será manifestamente incabível a possessória que tem
como pressuposto básico a alegação de posse anterior. Conclui-se, portanto, que o fato de o
autor, na fase instrutória, não se desincumbir do ônus de provar a posse alegada ‑ fato
constitutivo do seu direito ‑ só pode levar à extinção do processo com resolução de mérito. Há
de se ressaltar, a propósito, que o elenco do art. 927 do CPC, em seus quatro incisos, demarca o
objeto da prova a ser feita de plano a fim de obter o provimento liminar, dentre eles a
comprovação da posse. Nada impede, contudo, que, sendo insuficiente a prova trazida com a
inicial, ela seja feita ao longo do processo, em audiência de justificação prévia de que trata o
art. 928 do CPC, ou, posteriormente, na fase instrutória própria, de modo a alcançar o juízo de
procedência da ação. Colaciona-se, em reforço, julgado da Terceira Turma que, julgando a
causa sob o prisma da teoria da asserção, concluiu que "se o juiz realizar cognição profunda
sobre as alegações contidas na petição, após esgotados os meios probatórios, terá, na
verdade, proferido juízo sobre o mérito da questão". (REsp 1.125.128/RJ, DJe 18/9/2012). REsp
930.336-MG, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 6/2/2014.

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Cabe ressaltar que preenchidos os requisitos legais do art. 927, CPC, poderá o juiz conceder
liminar inaudita altera pars (sem ouvir a parte contrária), porque a prova documental (ex.:
fotos, vídeos) foi suficiente (primeiro momento).

Porém, caso o juiz não fique convencido, porque a prova documental é frágil, o magistrado
tem o DEVER de convocar o autor para uma AUDIÊNCIA DE JUSTIFICAÇÃO – essa audiência de
justificação é o segundo momento de provar ao juiz os requisitos do at. 927, CPC, podendo se
utilizar de PROVA TESTEMUNHAL.

CPC, art. 928. Estando a petição inicial


devidamente instruída, o juiz deferirá, sem ouvir o
réu, a expedição do mandado liminar de
manutenção ou de reintegração; no caso
contrário, determinará que o autor justifique
previamente o alegado, citando-se o réu para
comparecer à audiência que for designada.

Essa audiência de justificação é o momento de produção de provas SOMENTE do autor, ou


seja, o réu (esbulhador) não pode trazer testemunhas, porque essa fase inicial do rito especial
de ano e dia é uma FASE UNILATERAL que o ordenamento jurídico concedeu ao autor – é uma
FASE DE COGNIÇÃO SUMÁRIA onde só o autor terá “voz”, a fim de provar a agressão à posse.

Mas se o juiz, seja inaudita altera pars ou após a audiência de justificação, defere ao autor a
liminar, tratando-se de decisão interlocutória (de eficácia mandamental), poderá o réu
interpor AGRAVO.

Agora imagine que o autor demorou MAIS de ano e dia para ajuizar ação possessória e,
portanto, ela será de força velha, percorrendo o RITO ORDINÁRIO – nesse caso, o CPC NÃO
concede a liminar satisfativa.

Contudo, nada impede que o possuidor que buscou ação possessória de força velha consiga
liminar (antecipação de tutela), desde que prove URGÊNCIA ao juiz (ex.: dentro do prazo de
ano e dia ficou impossibilitado de buscar a liminar).

CPC, art. 461-A. Na ação que tenha por objeto a


entrega de coisa, o juiz, ao conceder a tutela
específica, fixará o prazo para o cumprimento da
obrigação

Essa tutela do direito à coisa, será acompanhada de liminar se ficar demonstrado o motivo de
urgência.

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Veja o Enunciado 238, CJF - ainda que a ação possessória seja intentada além de "ano e dia" da
turbação ou esbulho, e, em razão disso, tenha seu trâmite regido pelo procedimento ordinário
(CPC, art. 924), nada impede que o juiz conceda a tutela possessória liminarmente, mediante
antecipação de tutela, desde que presentes os requisitos autorizadores do art. 273, I ou II, bem
como aqueles previstos no art. 461-A e parágrafos, todos do Código de Processo Civil.

Imagine que o servidor de autarquia tenha a DETENÇÃO de uma casa concedida por ela. A
autarquia por alguma razão fecha e o servidor não devolver o imóvel. Após 3 anos, a União
ingressa com ação possessória contra o servidor com liminar. O servidor alega que esta ação
deveria tramitar no procedimento ordinário. Esta correta a alegação? Não, porque a bipartição
de rito ordinário e especial só se eficácia quando o réu é POSSUIDOR. Portanto, sendo o réu
mero DETENTOR, mesmo após ano e dia aquele que ajuíza ação possessória tem direito à
liminar.

Veja o informativo 476, STJ de 10 de junho de 2011:

POSSE. CONTRATO VERBAL. BEM PÚBLICO.


Trata o recurso da possibilidade de o Estado ajuizar ação de reintegração de posse de imóvel
público ocupado por servidor de autarquia desde antes de sua extinção, com alegada anuência
verbal do Poder Público. A Turma entendeu que não se pode falar em contrato verbal firmado
com a Administração Pública, uma vez que, pela natureza da relação jurídica, é inadmissível
referida pactuação, não podendo, daí, exsurgir direitos. Ademais, não seria admissível avença
celebrada com autarquia tendo por objeto locação de bem público sem as cláusulas essenciais
que prevejam direitos e obrigações. A referida avença não propiciaria o efetivo controle do ato
administrativo no que tange à observância dos princípios da impessoalidade, moralidade e
legalidade. Não tendo relevância jurídica o aludido contrato verbal supostamente firmado com
a autarquia, torna-se nítido haver mera detenção do imóvel público pelo recorrido. Tendo o
recorrente feito notificação judicial ao recorrido para que desocupasse o imóvel, com a recusa
do detentor, passou a haver esbulho possessório, mostrando-se adequado o ajuizamento de
ação de reintegração de posse. Não havendo posse, mas mera detenção, não socorre o
recorrente o art. 924 do CPC – que impossibilita a reintegração liminar em prejuízo de quem
tem a posse da coisa há mais de ano e dia. REsp 888.417-GO, Rel. Min. Luis Felipe Salomão,
julgado em 7/6/2011.

E o seu réu é o Estado (esbulhador)? Da mesma forma ajuíza-se ação de reintegração de posse,
com a ressalva do art. 928, parágrafo único, CPC.

CPC, art. 928, parágrafo único. Contra as pessoas


jurídicas de direito público não será deferida a
manutenção ou a reintegração liminar sem prévia
audiência dos respectivos representantes judiciais.

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Esse dispositivo diz que há uma espécie de PRESUNÇÃO DE LEGITIMIDADE DOS ATOS
praticados pelo Estado.

Agora imagine que o Estado tenha esbulhado determinado imóvel para construção de um
posto de saúde (o bem está afetado - concedeu destinação pública). Nesse caso, o proprietário
deverá ajuizar AÇÃO DE DESAPROPRIAÇÃO INDIRETA, requerendo APENAS indenização (não se
discute mais posse).

DESAPROPRIAÇÃO INDIRETA x APOSSAMENTO ADMINISTRATIVO


Quem ajuíza ação de desapropriação indireta é aquele que, além de possuidor esbulhado, é
proprietário, porque se trata de perda da propriedade (requer indenização pela perda).

Contudo, caso seja esbulhado apenas na condição de possuidor, não poderá pedir indenização
pela perda da propriedade, porque esta é do proprietário. Nessa circunstância há
apossamento administrativo – haverá indenização pelo apossamento administrativo.

Veja o Informativo 523, STJ de 14 de agosto de 2013:

DIREITO ADMINISTRATIVO. PRAZO PRESCRICIONAL NA HIPÓTESE DE PRETENSÃO


INDENIZATÓRIA DECORRENTE DE DESAPROPRIAÇÃO INDIRETA.
A pretensão indenizatória decorrente de desapropriação indireta prescreve em vinte anos na
vigência do CC/1916 e em dez anos na vigência do CC/2002, respeitada a regra de transição
prevista no art. 2.028 do CC/2002. De início, cumpre ressaltar que a ação de desapropriação
indireta possui natureza real e, enquanto não transcorrido o prazo para aquisição da
propriedade por usucapião, ante a impossibilidade de reivindicar a coisa, subsiste a pretensão
indenizatória em relação ao preço correspondente ao bem objeto do apossamento
administrativo. Com base nessa premissa e com fundamento no art. 550 do CC/1916 —
dispositivo legal cujo teor prevê prazo de usucapião —, o STJ firmou a orientação de que "a
ação de desapropriação indireta prescreve em vinte anos" (Súmula 119/STJ). O CC/2002,
entretanto, reduziu o prazo da usucapião extraordinária para quinze anos (art. 1.238, caput) e
previu a possibilidade de aplicação do prazo de dez anos nos casos em que o possuidor tenha
estabelecido no imóvel sua moradia habitual ou realizado obras ou serviços de caráter
produtivo. Assim, considerando que a desapropriação indireta pressupõe a realização de obras
pelo poder público ou sua destinação em função da utilidade pública ou do interesse social,
com fundamento no atual Código Civil, o prazo prescricional aplicável às desapropriações
indiretas passou a ser de dez anos. REsp 1.300.442-SC, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em
18/6/2013.

Portanto, a Súmula 119, STJ perdeu sua eficácia:

A AÇÃO DE DESAPROPRIAÇÃO INDIRETA


PRESCREVE EM VINTE ANOS (S. 119, STJ).
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D) DIREITO À USUCAPIÃO – próxima aula

JURISPRUDÊNCIA
AgRg no AREsp 475928 / SP
Relator (a) Ministro HUMBERTO MARTINS
Órgão Julgador - T2 - SEGUNDA TURMA
Data do Julgamento - 06/05/2014

Ementa
PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. DESAPROPRIAÇÃO INDIRETA. DATA DO ESBULHO.
FIXAÇÃO COM BASE NAS PROVAS DOS AUTOS. SÚMULA 7/STJ. ERRO MATERIAL. PRECLUSÃO.
INEXISTÊNCIA. PRECEDENTES. VALOR INDENIZATÓRIO. AVALIAÇÃO PERICIAL. ANÁLISE DO
VALOR À ÉPOCA DO ESBULHO. CABIMENTO. PRECEDENTES. SÚMULA 83/STJ. JUROS
COMPENSATÓRIOS. ÍNDICES. SÚMULA 408/STJ. OMISSÃO INEXISTENTE.
1. O erro material não se sujeita aos institutos da preclusão e da coisa julgada, por constituir
matéria de ordem pública cognoscível de ofício pelo julgador. Concluindo a Corte de origem
que a data fixada no despacho saneador constitui erro material, conclusão contrária
demandaria incursão na seara fática dos autos, inviável na via estreita do recurso especial,
ante o óbice da Súmula 7/STJ.
2. Consoante jurisprudência do STJ, na desapropriação indireta, a regra do art. 26 do Decreto-
Lei n. 3.365/41 dever ser aplicada com mitigação, visto que, das particularidades de cada caso,
pode ocorrer que entre o apossamento e a propositura da demanda e, consequentemente, a
efetiva avaliação judicial, transcorra longo período, de modo que o justo preço não
necessariamente corresponde ao valor contemporâneo à perícia, mas àquele da época do
esbulho. Súmula 83/STJ.
3. "Nas ações de desapropriação, os juros compensatórios incidentes após a Medida Provisória
n. 1.577, de 11/06/1997, devem ser fixados em 6% ao ano até 13/09/2001 e, a partir de então,
em 12% ao ano, na forma da Súmula n. 618 do Supremo Tribunal Federal". Súmula 408/STJ e
REsp 1111829/SP, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, Primeira Seção, julgado em 13.5.2009, DJe
25.5.2009, submetido à sistemática dos recursos repetitivos (543-C do CPC).
4. Não há violação do art. 535 do CPC quando a prestação jurisdicional é dada na medida da
pretensão deduzida, com enfrentamento e resolução das questões abordadas no recurso, não
se podendo confundir entendimento contrário ao interesse da parte com omissão no julgado.
5. O STJ entende que deve ser aplicada a multa prevista no art. 557, § 2º, do CPC nos casos em
que a parte insurgir-se quanto a mérito já decidido em julgado submetido à sistemática do art.
543-C do CPC. Agravo regimental improvido.

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QUESTÃO
IBFC - 2014 - TJ-PR - Titular de Serviços de Notas e de Registros - Remoção
Em relação aos efeitos da posse, assinale a proposição incorreta:

a) O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação, restituído no caso de
esbulho, e segurado de violência iminente, se tiver justo receio de ser molestado

b) Quando mais de uma pessoa se disser possuidora, manter-se-á provisoriamente a que tiver
a coisa, se não estiver manifesto que a obteve de alguma das outras por modo vicioso.

c) O possuidor pode intentar a ação de esbulho, ou a de indenização, contra terceiro, que


recebeu a coisa esbulhada sabendo que o era.

d) O possuidor de boa-fé responde pelaperda ou deterioração da coisa, mesmo que não tenha
dado causa.

Resposta: alternativa “d”

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