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3.16.

ADICIONAL DE TRANSFERÊNCIA

CAUSA DE PEDIR:
É lícita a transferência do local de prestação de serviços pelo empregador (unilateral), desde
que não implique necessariamente a mudança do domicílio do empregado (art. 469, caput, CLT).
O empregado transferido, por ato unilateral do empregador, para local mais distante de sua
residência, tem direito ao suplemento salarial correspondente ao acréscimo da despesa de transporte
(Súm. 29, TST).
Como regra, o local de trabalho não pode ser alterado, sem anuência do empregado. Porém,
quando o empregado é transferido para local distinto de onde presta os serviços, acarretando a
mudança de sua residência, o empregador é obrigado a pagar o que se denomina adicional de
transferência, o qual corresponde ao adicional de 25% sobre o salário básico.
O legislador consolidado utiliza a expressão domicílio, o que está incorreto.
Correta a ponderação de Sergio Pinto Martins:

“O art. 70 do Código Civil define domicílio como o lugar onde a pessoa ‘estabelece a sua
residência com ânimo definitivo’.
Domicílio vem de domus ou domicilium (casa, residência).
Domicílio é o lugar onde a pessoa estabelece a sede principal de seus negócios. Tem a
palavra domicílio um conceito jurídico. O domicílio do funcionário público é onde exerce
suas funções.
Residência é onde a pessoa permanece com habitualidade, onde dorme, faz refeições, vive. É o
lugar em que a pessoa se localiza habitualmente, em que habita. Envolve a palavra residência
uma situação de fato e não um conceito jurídico.
Anteriormente à edição da Lei 203/75, a expressão domicílio já vinha sendo interpretada
pela jurisprudência com o significado de residência, pois é onde o trabalhador tem sua
moradia, onde mantém sua família, esposa e filhos, onde estes estudam e onde têm suas
relações sociais. Esta é a interpretação a ser dada à palavra domicílio, que tem o sentido de
residência para os efeitos do caput do art. 469 da CLT. Este se refere à mudança de
residência, pois se o empregado tem domicílio na empresa e se esta fosse transferida de
local, sempre o empregado teria mudado de domicílio.
Não haverá transferência se o empregado continuar residindo no mesmo local, embora
trabalhando em município diferente. Inexistirá também transferência se o empregado
permanecer trabalhando no mesmo município, embora em outro bairro deste.
Se o empregado passa a trabalhar na mesma região metropolitana v. g., saindo de São Paulo
para prestar serviços para a empresa em São Bernardo do Campo, não haverá transferência,
desde que não haja mudança de local onde o obreiro residia.
Se o empregado é deslocado para plataformas de perfuração de petróleo, não há o pagamento
de adicional de transferência, pois inexiste mudança de residência” (Direito do Trabalho. 21.
ed. São Paulo: Atlas, 2005, p. 336).

A transferência não é tida por ilícita: (a) em caso de cargo de confiança; (b) contratos que
contenham cláusula explícita ou implícita de transferência; (c) quando ocorre a extinção do
estabelecimento em que o empregado trabalhe (art. 469, §§ 1º e 2º).
Para o TST, presume-se abusiva a transferência de que trata o § 1º do art. 469, sem
comprovação da necessidade do serviço (Súm. 43).
O fato de a transferência ser lícita não exime o empregador de proceder ao pagamento do
respectivo adicional (OJ 113, SDI-I).
O Reclamante foi transferido para a unidade de [colocar o local] em [colocar a data], sendo
que não recebeu, de forma correta, o adicional de transferência em todo o período.
A Reclamada não lhe pagou o adicional somente pelo período desta transferência provisória
[descrever o período].
O Reclamante faz jus ao adicional de transferência a base de 25% sobre o salário fixo em
função do período de transferência provisória e com reflexos em: (a) aviso prévio, 13º salário,
férias, abono de férias, depósitos fundiários e a multa de 40%; (b) horas extras e suas incidências
em DSR/feriados, férias, abono de férias, aviso prévio, 13º salário e FGTS + 40%; (c) [citar outros
títulos que sejam coerentes com esta verba].

PEDIDO:
O Reclamante faz jus ao adicional de transferência a base de 25% sobre o salário fixo em
função do período de transferência provisória e com reflexos em: (a) aviso prévio, 13º salário,
férias, abono de férias, depósitos fundiários e a multa de 40%; (b) horas extras e suas incidências
em DSR/feriados, férias, abono de férias, aviso prévio, 13º salário e FGTS + 40%; (c) [citar outros
títulos que sejam coerentes com esta verba].

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