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Aula 03 Log de Suprimento
Aula 03 Log de Suprimento
Introdução
A presente aula aborda a Logística de Suprimento e enfoca a importância da inte-
gração entre fornecedores e clientes como forma de obtenção de vantagem competi-
tiva. Aborda ainda as diversas atividades executadas nessa fase da cadeia logística com
ênfase na aquisição, no transporte, no manuseio de material, no controle de qualidade,
no recebimento e na armazenagem.
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Antônio Jorge Cunha Campos.
Gerenciamento de cadeia logística
R • Aquisição
Empresa âncora
N • Transporte
E • Manuseio de
material
Expedição
C Almoxarifado
• Controle de
E qualidade
D Administração
• Movimentação
de estoques
O
• Armazenagem
R
Logística de suprimento.
Figura 1 – Logística de suprimento.
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consiste na mudança de paradigmas, ao invés do comprador ficar apenas esperando
chegar a solicitação de compras, ele deve sistematicamente visitar os diversos setores
da empresa a fim de entender a cultura estabelecida em cada um dos setores, ou seja,
suas rotinas, suas máquinas e equipamentos, bem como suas necessidades e, dessa
forma, se antecipar a certos tipos de demandas, como, por exemplo, o desenvolvimen-
to de fornecedores com novas tecnologias, meios de transporte mais adequados às
necessidades da empresa e novas tecnologias de relacionamentos.
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Outro aspecto importante quanto ao perfil do comprador diz respeito ao seu re-
lacionamento com os fornecedores. O compartilhamento de políticas organizacionais
que visa auxiliar o parceiro (o atacadista e o varejista) a vender os produtos deve subs-
tituir a antiga estratégia de venda baseada em “empurrar” o máximo de produtos ao
parceiro transferindo a ele a total responsabilidade pelas vendas. Essa postura ajuda na
manutenção de um relacionamento duradouro e, por conseguinte, cria a possibilidade
de fidelização do cliente. Não se deve esquecer que em um ambiente globalmente
competitivo o comprador deve atuar de forma global tendo a consciência de que seu
fornecedor pode estar em qualquer parte do mundo. Portanto, a busca de novos for-
necedores pode representar opções importantes de negócios, em termos de novas
tecnologias, qualidade e custo para a empresa.
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Antes, porém, é importante ressaltar que uma das questões essenciais para o su-
cesso de uma cadeia produtiva consiste no bom gerenciamento do fluxo de materiais.
Logo, sobretudo, a empresa âncora – aquela que fabrica o produto final de uma de-
terminada cadeia produtiva – precisa compreender que seu estoque está distribuído
ao longo da cadeia, ou seja, pode estar no fornecedor, em trânsito – em navio, carreta,
avião –, pode estar dentro da própria empresa – no recebimento, no almoxarifado, na
produção, na expedição –, no atacadista, no varejista e no consumidor final, conforme
mostra a figura 3.
Esse fato ratifica a necessidade da visão sistêmica, como perfil profissional, dos
gestores comprometidos com a integração da cadeia produtiva.
Expedição
Almoxarifado
diversos
Atacadista
Fornecedores
Administração
internacionais
Varejista
Materiais Cliente final
produtivos e
diversos Exportação
CD
Assistência
técnica
Log. de Suprimento Log. Interna Log. de Distribuição
Figura 3 – Distribuição do estoque na cadeia produtiva.
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Nesse contexto imagine que uma fábrica localizada no polo industrial de Manaus
emitiu um pedido de compra para aquisição de determinado componente eletrônico a
um fornecedor estabelecido em São Paulo. O modal escolhido foi o rodo-fluvial, sendo
o trecho São Paulo-Belém feito por rodovia e Belém-Manaus fluvial. O lead time entre a
emissão do pedido e o recebimento na empresa, em Manaus, é de 12 dias. Conforme
planejamento de transporte no sétimo dia o produto deve chegar à cidade de Belém.
Assim é possível traçar o caminho, chamado de “cerca eletrônica”, a ser percorrido pela
carreta e, dessa forma, rastrear o veículo ao longo de sua viagem, verificando se ele
está no local certo na data certa. A figura 4 mostra um exemplo.
Satélites GPS
3.º dia
1.º dia
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Gerenciamento integrado da cadeia logística
Função de
integração dos
estoques
Aquisição
Corresponde às diversas modalidades que a empresa utiliza para obter os mate-
Logística de Suprimento
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Transporte
Após a aquisição surge a necessidade de se transportar o material. Parte dessa
atividade foi abordada na figura 4. Em geral as empresas estão optando por terceirizar
essa atividade, contratando um operador logístico que pode desempenhar todas as
atividades de gerenciamento de material, incluindo o transporte, o seguro, a liberação
ou desembaraço e a armazenagem ao longo da cadeia. Em termos de custos o trans-
porte representa o principal componente do custo logístico total sendo, portanto, uma
atividade que requer atenção especial.
Manuseio de material
É evidente que o manuseio inadequado de material pode comprometer a quali-
dade, podendo aumentar o índice de refugo e, por conseguinte, os custos operacio-
nais. Uma das estratégias que pode ser utilizada para reduzir o manuseio de material
consiste em integrar a empresa âncora aos seus fornecedores de tal modo que o ma-
terial ao sair da produção do fornecedor utilize embalagens que sejam adequadas à
linha de produção do cliente – empresa âncora.
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Controle de qualidade
A discussão em torno do controle de qualidade na Logística de Suprimento passa
por duas estratégias básicas: uma é a existência de inspeção no setor de recebimento
de materiais, e outra onde o material é recebido com qualidade assegurada não sendo
necessária a inspeção de entrada. As práticas mais modernas aplicam a segunda estra-
tégia, pois reduz custos com pessoal, instalações, equipamentos, tempo e manuseio
de material. Todavia, a aplicação de uma ou outra estratégia depende de alguns fato-
res, entre eles: a) a tecnologia de produto, de processo e de gestão usados pelo forne-
cedor; b) a integração entre fornecedor e cliente; c) a distância física entre fornecedor
e cliente; d) aplicação pelo setor de compras de tecnologias como o JIT, Kanban e Milk
Run. Vejamos então algumas considerações sobre cada estratégia.
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c) A distância física entre fornecedor e cliente. A distância física associada à
combinação de modais pode determinar a necessidade de inspeção de re-
cebimento. Por exemplo, imagine materiais comprados em Hong Kong por
uma empresa localizada em Manaus, sendo o transporte feito por via marítima
Hong Kong-Los Angeles, Los Angeles-Miami por modal rodoviário e Miami-
-Manaus por via marítima. Em uma configuração de transporte como essa é re-
comendável a inspeção de entrada, sobretudo se houver transbordo, ou seja,
movimentação da carga de um navio para outro.
Recebimento
A atividade de recebimento consiste em receber os produtos adquiridos pela em-
presa. Deve ser verificada a quantidade, as condições físicas e a documentação. Caso
haja discrepâncias o produto pode ser devolvido, ou retido e acionado o seguro, ou
aceito e inspecionado para posterior ressarcimento por parte do fornecedor. Algumas
ações podem ser implementadas para aumentar a produtividade no recebimento,
entre elas: mecanizar as operações de descarga; programar horários para o recebi-
mento de uma determinada carga; planejar a movimentação de carga diretamente do
recebimento ao ponto de estocagem ou mesmo de produção, retirar os materiais do
recebimento o mais rápido possível, desenvolver procedimentos junto com os forne-
cedores para eliminar ou reduzir as necessidades de inspeção no recebimento.
Logística de Suprimento
Armazenagem
Sabe-se que o planejamento de material deve priorizar o fluxo contínuo e níveis
de estoque zero. Todavia em muitos casos isso não é possível existindo, portanto, a ne-
cessidade da guarda e controle de material nos almoxarifados. Tais atividades devem ser
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feitas de forma profissional, e muitas tecnologias estão disponíveis para auxiliar nessa
missão, entre elas o Warehouse Management System – WMS, que tem como objetivos
básicos aumentar a precisão das informações de estoque, aumentar a velocidade e
qualidade das operações do centro de distribuição, bem como aumentar a produtivi-
dade do pessoal e dos equipamentos do depósito. Permite, portanto, o gerenciamento
dos materiais desde o recebimento até a expedição.
Conclusão
Conclui-se então que a Logística de Suprimento desempenha atividades impor-
tantes para o sucesso de uma empresa, na medida em que ela contribui para o de-
senvolvimento de fornecedores, a aquisição e o trato de todos os materiais de que a
empresa necessita para seu funcionamento. Esse cenário impõe novos paradigmas aos
profissionais que atuam no setor de compras, entre eles o gerenciamento integrado
dos estoques com a utilização adequada de TI.
Texto complementar
Outras que melhor administram seus estoques, têm dificuldades com a variabi-
lidade da demanda e com os lead times de seus fornecedores, gerando uma custosa
sobrecarga nos estoques de segurança.
Logística de Suprimento
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vidade. Estima-se que os custos financeiros e operacionais com estoques mal geren-
ciados gerem 2% a 3% de custo logístico adicional à empresa, em termos de receita
de vendas.
Por sua vez, os custos financeiros e operacionais com a manutenção dos es-
toques atingem cifras que representam até 20% a 30% dos valores em estoques.
O fato de ainda estarmos na “infância” da gestão dos estoques faz com que tenha-
mos inventários de 2 a 3 vezes superiores aos norte-americanos e japoneses. Paga-
mos um alto preço pelo desconhecimento de técnicas de gestão de estoques, pela
não utilização de ferramentas estatísticas (algumas muito básicas e de fácil compre-
ensão), pela baixa aplicação tecnológica, por não investirmos na capacitação técni-
ca dos gestores de estoques e pela visão restrita da cadeia logística (supply chain).
Atividades
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2. Verifique em uma empresa de sua região se o perfil do comprador é reativo
(tradicional) ou se é proativo, ou seja, consegue se antecipar às demandas dos
clientes internos.
3. Escolha uma empresa, pode ser uma farmácia, um supermercado ou uma fábri-
ca, e descreva como as atividades de Logística de Suprimento são executadas.
Que melhorias você propõe?
Logística de Suprimento
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