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Carboidratos, proteínas e lipídios e saciedade

A saciedade é um importante mecanismo psicobiológico cuja função é inibir a ingestão de


alimentos após o consumo de calorias suficientes. De acordo com as teorias clássicas do
controle do apetite, a saciedade é influenciada pela ingestão e/ou metabolismo de
macronutrientes (carboidratos, proteínas e lipídios).

A saciedade também parece ser modificada por micronutrientes, fitoquímicos e outros


compostos bioativos, assim como a qualidade da microbiota, a genética e as experiências de
vida.

A fome e à saciedade: Como nosso cérebro controla esses comportamentos

Sentir fome faz parte dos mecanismos do nosso corpo para nos manter vivos, e o principal
órgão que controla esse comportamento, como todos os outros, é o cérebro. O cérebro
trabalha como se fosse um “gerente”, que recebe as informações de todas as partes do corpo,
processa essas informações e envia uma resposta para a periferia, a qual, no caso da sensação
de fome, é a geração do comportamento de busca pelo alimento.

Informações que chegam ao cérebro:

As informações sobre o estado nutricional do nosso corpo, bem como dos estoques de energia
que possuímos, que são as principais informações que o cérebro usa para saber se precisamos
comer no momento ou não, chegam ao cérebro através de duas principais formas: hormônios
e os próprios nutrientes circulantes, os quais após a digestão do alimento ingerido, percorrem
pelo nosso sangue para todos os órgãos, e são utilizados como fonte de energia para as células.

Nosso cérebro possui regiões especializadas que detectam os hormônios e os nutrientes, e


assim conseguem inferir sobre o nosso estado nutricional. Um dos importantes hormônios
que tem a função de informar o cérebro é chamado de leptina.

A leptina:

A leptina é produzida pelas nossas células de gordura, e simboliza um importante sinalizador


ao nosso cérebro sobre os estoques de energia do corpo, os quais são representados pela
gordura. Quanto mais gordura um indivíduo possui, mais leptina ele produz.

Classicamente, a leptina é conhecida como o hormônio da saciedade, que age no nosso


cérebro inibindo os neurônios que estimulam a fome e inibem o gasto de energia (conhecidos
como neurônios AgRP/NPY), ao mesmo tempo em que estimula os neurônios que inibem a
fome e estimulam o gasto de energia (conhecidos como neurônios POMC/CART).

Como resultado, a leptina inibe a fome e estimula o gasto de energia, o que parece um cenário
ideal para pessoas que desejam perder peso. Portanto, era de se esperar que pessoas com
obesidade, por apresentarem maiores estoques de tecido adiposo e, portanto, produzirem
maior quantidade de leptina, sentissem menos fome, correto? Mas o fato é que, assim como
acontece com a insulina, pessoas com obesidade parecem apresentar resistência à ação da
leptina. E é por isso que hoje, pesquisadores que estudam a leptina, defendem a ideia de que
ela não deve ser considerada um hormônio de saciedade, mas sim um hormônio muito
importante em situações de escassez de alimento, pois no jejum os níveis de leptina caem, e
essa queda é determinante para estimular o comportamento alimentar e inibir o gasto
energético, a fim de garantir a sobrevivência.
A evolução e a epidemia de obesidade:

Esse importante efeito causado pela queda de leptina faz muito sentido quando pensamos em
termos evolutivos. Não faz muito tempo na história humana em que estávamos expostos a
um ambiente de grande escassez de alimento; e saber qual seria a próxima refeição era algo
praticamente imprevisível. Portanto, era muito importante para a sobrevivência da espécie
que nosso cérebro possuísse mecanismos que estimulassem a fome e inibissem o gasto
energético. No entanto, em termos evolutivos, faz pouco tempo que o ambiente em que
estamos vivendo mudou para um de abundância de alimentos, acima de tudo de alta
densidade calórica. Isso, juntamente com os baixos níveis de atividade física, são fatores que
ajudam a explicar a epidemia de obesidade atual. E por que então o nosso cérebro não
acompanhou essa mudança? Provavelmente porque ainda não houve tempo suficiente para
que ocorresse uma pressão evolutiva para mudar a resposta do nosso organismo à situação de
abundância de alimentos.

Outros fatores que controlam a fome e à saciedade:

Como já mencionado, a leptina atua nos neurônios da região do cérebro chamada hipotálamo
e informa sobre os estoques de energia de longo prazo, permitindo que cérebro saiba quanto
tempo você sobreviveria sem consumir alimentos. No entanto, ela não está sozinha nessa
importante função. Outros hormônios possuem o papel de informar ao cérebro sobre a
disponibilidade de nutrientes do corpo, a curto prazo. Esses sinalizadores são principalmente
os hormônios liberados pelo sistema gastrointestinal durante o processo de digestão dos
alimentos e agem principalmente como sinais de saciedade. A colecistocinina (CCK) liberada
pelo estômago aproximadamente 30 minutos após o início da refeição, por exemplo, sinaliza ao
cérebro para que você pare de comer; peptídeo YY (PYY) e peptídeo semelhante ao glucagon –1
(GLP-1), produzidos no intestino, informam ao cérebro que ainda não está na hora de comer,
pois está satisfeito. Contrariamente, funcionando como um sinal de fome, a grelina, liberada
pelo estômago alguns minutos antes de uma refeição, sinaliza ao cérebro que está na hora de
comer.

Além de todos esses hormônios, os próprios nutrientes provenientes do processo de digestão,


como aminoácidos, ácidos graxos e glicose podem atuar em neurônios que são sensíveis a eles,
o que significa que eles podem funcionar como sinalizadores para o cérebro sobre os estoques
de energia do corpo, podendo também modular o comportamento alimentar. Também, outros
hormônios como insulina, glicocorticoides, hormônio do crescimento, dentre outros,
participam do controle do comportamento alimentar atuando no cérebro.

Não podemos também nos esquecer de que outro fator muito importante que atua na escolha
do alimento que iremos ingerir diz respeito ao prazer proporcionado pelo mesmo. O prazer
pela comida é fortemente associado ao comportamento alimentar. Outras áreas específicas do
nosso cérebro, conhecidas como áreas de recompensa, controlam o comer pelo prazer. No
entanto, apesar de serem áreas distintas das quais controlam a fome e a saciedade, elas estão
intimamente relacionadas e dependentes.

Portanto, a decisão sobre comermos um alimento em determinado momento é controlada


pelo cérebro após receber informações de hormônios e nutrientes que circulam pelo corpo.
Em sua complexidade, o cérebro possui áreas específicas que interpretam essas informações,
comunicam-se com outras regiões cerebrais e assim elabora uma resposta coordenada para
que seja determinado quando, quanto e o que comeremos.
RESISTENCIA A INSULINA OU DIABETES; As pessoas acometidas, devem ter um cuidado ao que
consome e ao horário.

CARBOIDRATO DO PÃO – PROTEINA DO FRANGO – GORDURA DO OLEO DE COCO

Vão estimular ainda mais a produção de insulina, porém existe uma diferença, entre esses três
tipos de Macronutrientes

CARBOIDRATO DO PÃO - Olhe na tabela, observe o estímulo que o carboidrato faz na secreção
de insulina pelo pâncreas, quanto mais ingestão de Carboidrato, mais estímulo à produção de
INSULINA e este aumento é rápido, para dar conta do aumento de glicose no sangue. Este
aumento rápido e repentino causa Glicação e Glicotoxicidades, a Insulina é um Hormônio
ANABOLICO que leva a estoque, observe que temos que ter cuidados ao consumirmos
determinados alimentos.

PROTEINA DO FRANGO – Estimula menos a secreção de Insulina

GORDURA DO OLEO DE COCO – Estimula menos ainda

Mas temos outros aspectos a serem observados, no caso do Carboidrato e Proteína, a insulina
permanece alta por um longo tempo no sangue, no caso da gordura menos tempo. Aumento
de gorduras, regular proteínas adequadamente para manutenção da função imune e massa
musculas e diminuir Carboidrato.

Em relação a estrutura do alimento, quando consumimos os alimentos de forma mais integral


ajudamos a diminuir os picos de insulina, uma vez que, por exemplo a absorção de uma batata
em pedaços demora mais tempo de absorção que um purê de batatas, a ideia aqui é
MASTIGAR sempre os alimentos, diminuindo a secreção e o tempo de insulina na corrente
sanguínea. Outro exemplo é você consumir um pedaço de frango e MASTIGAR, um tofu e
MASTIGAR, e um wein protein, o wein vai gerar uma resposta insulínica muito mais rápida.
Uma coisa é você mastigar um Abacate, ou uma Castanha e outra é misturar gordura de coco
no café. As respostas são diferentes.

O horário que você ingere os alimentos interfere e muito, quando acordamos a nossa Pineal
percebe que o dia amanheceu, neste momento ela já começa a secretar glicose para termos
energia ao despertarmos, tenhamos ingerido algo ou não. Por isso no jejum as vezes e
dependendo da pessoa nossa glicose esta aumentada, a adrenal estimula a liberação de
cortisol que é um hormônio contrarregulador que já aumenta os níveis de glicose, nesses
momentos que precisamos de gordura, proteína e fibras para contrabalancear os níveis de
glicose e consequentemente de Insulina, por isso sempre recomendo a ingestão de ao menos 4
copos de água, ou água saborizada, depois uma fruta, enfim ir retardando este café da manhã
para pelo menos 1 hora depois de acordar, e no máximo 3 horas, dependendo de sua rotina.

PROTOCOLO CETOGENICO - 3 DIAS COMENDO SARDINHA E SALADA

OU USO DE SUPLEMENTOS – Como Sais de Cetona, como ésteres de cetona que ajudam a
pessoa a entrar em cetose mais rápido - TCM

O QUE É CETOSE???

É a diminuição de carboidrato e aumento de gordura, fazendo com que o fígado comece a


utilizar a gordura como fonte de energia, outras células também entram em cetoadaptação,
começam a utilizar a gordura como fonte de ATP, e depois de um tempo o corpo produz Corpos
Cetonicos, coração, cérebro utilizam corpos Cetonicos como fonte de energia, quanto mais
cetonas vc tem gerando energia, como por exemplo Betahidroxibutirato, menos glicose, menos
insulina, mais fácil esse controle da Glicemia e perda de peso.

Neste contexto devemos estar atentos ao horário da última refeição do dia, tenho indicado aos
pacientes que façam uma refeição mais completa entre as 18:00 e 20:00 horas e se sentir fome
faça um lanche leve no máximo as 21:00.

Estes protocolos são temporários, dia para começar e terminar.

Referências:

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Woods SC, Seeley RJ, Porte D, Jr., Schwartz MW. Signals that regulate food intake and energy
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