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PRÓ-REITORIA ACADÊMICA
PRÓ-REITORIA ADJUNTA DE ENSINO PRESENCIAL
DIRETORIA GERAL DE ENSINO
REGÊNCIA PEDAGÓGICA-DISCIPLINAS EAD CONECTADO
1 Até a segunda metade do século XX, a desnutrição foi nosso principal problema de saúde
2 pública; hoje, é a obesidade. Cerca de 10% dos brasileiros adultos são obesos, e outros 30%
3 estão acima do peso saudável. Portanto, cerca de 50 milhões de pessoas deveriam perder peso
4 para evitar doenças como ataques cardíacos, derrames cerebrais, diabetes, reumatismos e
5 alguns tipos de câncer.
6 Os sistemas biológicos que controlam a ingestão de alimentos são complexos e mal
7 conhecidos. Durante os 5 milhões de anos da existência humana, a fome representou ameaça
8 permanente à sobrevivência da espécie. Entre nossos antepassados, sobreviveram apenas
9 aqueles capazes de estabelecer um equilíbrio rígido entre o número de calorias ingeridas e as
10 necessidades energéticas do organismo.
11 Na evolução de nossa espécie, foram selecionados indivíduos cujos cérebros eram
12 capazes de engendrar mecanismos biológicos altamente eficazes para evitar a perda de peso.
13 Através deles, assim que o cérebro detecta diminuição dos depósitos de gordura, a energia que
14 o corpo gasta para funcionar em repouso com a finalidade de exercer suas funções básicas
15 (metabolismo basal) cai dramaticamente, ao mesmo tempo em que são enviados sinais
16 irresistíveis para procurar e consumir alimentos.
17 Infelizmente, quando ocorre aumento de peso, os sinais opostos são quase
18 imperceptíveis: não há grande aumento da energia gasta em repouso, a fome não diminui
19 significativamente, nem surge estímulo para aumentar a atividade física; pelo contrário,
20 tendemos a nos tornar mais sedentários.
21 Além disso, por razões mal compreendidas, o corpo tende a defender o peso mais alto
22 que já atingiu. Para tristeza da mulher e do homem moderno, o organismo protege as reservas
23 de gordura mesmo quando estocadas em níveis muito elevados. A mais insignificante tentativa
24 de reduzi-las é interpretada pelo cérebro como ameaça à integridade física.
25 Para controlar o peso a longo prazo, o organismo produz dois hormônios que permitem
26 avaliar os níveis dos depósitos de gordura e ajustar o apetite e a energia que deve ser gasta em
27 função deles: a insulina e a lepitina.
28 O papel da ação cerebral da insulina no controle do peso foi descrito há quase 30 anos.
29 Esse hormônio produzido pelo pâncreas age numa área do cérebro rica em receptores dotados
30 da propriedade de reconhecê-lo. Em ratos, quando esses receptores são inativados, os animais
31 se tornam obesos, imediatamente. Em seres humanos, enquanto esses receptores estão ativos,
32 o cérebro mantém sua sensibilidade aos efeitos da insulina, e o apetite diminui; quando os
33 receptores se tornam resistentes à ação da insulina, o peso aumenta.
34 Em 1994, a equipe de Jeffrey Friedman, da Universidade Rockfeller, trabalhando com
35 ratos mutantes extremamente obesos, descobriu a lepitina, o hormônio que abriu campo para o
36 estudo dos mecanismos moleculares do controle de peso. Friedman descobriu que a lepitina era
37 uma proteína antiobesidade produzida pelo tecido gorduroso, que, ao ser administrada a ratos
38 com excesso de peso, provocava emagrecimento graças a dois mecanismos: redução do apetite
39 e aumento da energia gasta em repouso (metabolismo basal).
40 Apesar de terem sido descritos casos de obesidade humana por defeitos na produção de
2
41 lepitina – portanto, passíveis de serem tratados com esse hormônio -, por razões ainda pouco
42 claras, a maioria das pessoas obesas apresentam níveis até mais altos de lepitina, mas são
43 resistentes às suas ações. Hoje, admite-se que a queda dos níveis de lepitina provocada pela
44 redução dos depósitos de gordura, ao ser detectada pelo cérebro, provoca aumento do apetite e
45 retardo do metabolismo basal. Mas, quando os depósitos de gordura aumentam, levando à
46 maior produção de lepitina, o mecanismo oposto não é significativo: a partir de certos níveis de
47 lepitina na circulação, o cérebro se torna resistente a ela.
48 Ao lado desses hormônios que controlam o apetite e o metabolismo a longo prazo, o
49 organismo produz outros hormônios para controlar o apetite no dia-a-dia. O primeiro descrito
50 foi a colecistoquinina, proteína que o intestino libera na corrente sanguínea para estimular o
51 centro da saciedade existente no cérebro e impedir a ingestão exagerada de calorias.
52 Há quatro anos, pesquisadores japoneses descobriram a grelina, um potente estimulador
53 do apetite na rotina diária. A grelina é o hormônio responsável pela fome que ataca quando
54 chega a hora do almoço. Pesquisas mostram que os níveisde grelina na circulação aumentam
55 uma a duas horas antes das principais refeições do dia e que voluntários, ao receber injeções
56 de grelina, experimentam aumento significativo do apetite.
57 Para contrabalançar as ações promotoras de apetite desencadeadas pela grelina produzida
58 quando o estômago fica vazio, a chegada de alimentos ao intestino provoca a liberação de um
59 hormônio chamado PYY. Injeções desse hormônio em camundongos e voluntários humanos
60 causam diminuição do apetite.
61 Esses hormônios controladores do apetite e do metabolismo a curto ou longo prazo agem
62 predominantemente numa região do hipotálamo conhecida como núcleo arqueado, o centro no
63 qual reside o controle-mestre dos sistemas regulatórios. Para o núcleo arqueado convergem
64 dois tipos de neurônios que exercem ações opostas: estimulação e inibição do apetite.
65 A fome que sentimos resulta de um equilíbrio ajustado entre esses circuitos antagônicos,
66 construídos e selecionados por nossos antepassados remotos com a finalidade de resistir à falta
67 permanente de alimentos, numa época em que as refeições eram alternadas com longos
68 períodos de jejum forçado. O que representou sabedoria do cérebro para enfrentar a penúria
69 deu origem ao flagelo da obesidade em tempos de fartura.
(A) Geralmente a expressão “tipo de texto” é usada erroneamente para designar o que é um
“gênero textual”. V
(B) Carta pessoal pertence ao gênero textual informal.
V (C) Um sermão, um inquérito policial e um cardápio são exemplos de “tipos textuais”.
6. Assinale a alternativa em que todas as palavras estão grafadas conforme o Novo Acordo Ortográfico.
As questões 8 e 9 estão baseadas no texto O primata que conta histórias, publicado na Revista VEJA,
em 14 de maio de 2014.
9. Considere as assertivas abaixo e, após, assinale a alternativa correta, de acordo com o terceiro
parágrafo do texto,
I - o ator em cena chorava pela esposa de Príamo, porque a conhecia bem e percebia seu
sofrimento.
II - há uma nova linha de abordagem da teoria literária, a qual, com base na psicologia evolutiva,
estuda o comportamento humano com foco darwinista.
III – Hamlet chora ao assistir à cena shakespeariana envolvendo a tragédia de Hécuba.
a) Apenas a I.
b) Apenas a II.
c) I e II.
d) II e III.
e) Apenas a III.
10. De acordo com p capítulo 2 (DOIS) do livro da disciplina, marque a alternativa INCORRETA.
GABARITO
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
B C C C C A D E B C