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MANUAL

Portfólio

Licenciado para: Marcela Domingos Catezani | marceladomingos@hotmail.com | 27769016827 | Protegido por AlpaClass.com #Jtuw3ebxJM
O QUE É PORTFÓLIO PARA A FLIMPO?
Os portfólios, estudados nas Formações pedagógicas da Flimpo, são fundamentados
na concepção da pedagogia-em-participação, desta forma, a criança é a protagonista
dos processos educativos da escola e por consequência, todos os processos avaliativos
devem revelar o seu percurso de aprendizagem.

A documentação pedagógica possui várias apresentações, como relatórios, exposições,


mini histórias, projetos e painéis. Contudo, o tema do presente manual é a confecção
de portfólios, instrumento tão presente nas Escolas de Educação Infantil do Brasil.

Na Flimpo, compreendemos que diversas professoras atuam em escolas com sistemas


apostilados e por isso, incluir a criança como protagonista e de fato realizar uma
documentação pedagógica de qualidade é bem desafiador. Por isso, o nosso manual
será genérico, considerando que você vai precisar realizar adaptações para a sua
realidade, ou seja, não se prejudicar na sua escola, mas continuar progredindo nos
estímulos oferecidos e acompanhamento ao desenvolvimento da sua turma.

Nosso objetivo é contribuir com a prática de professoras que não tem um


direcionamento sobre como elaborar um portfólio, dar o primeiro passo e revolucionar
a sua prática diariamente.

Em contexto de Escolas de Educação Infantil com foco na apostila, folhas e entrega


final, talvez a única esperança da professora (pedagoga nerd) e das crianças, seja o
momento do projeto. Toda escola tem projeto e ele não acontece dentro da apostila e
nós da Flimpo enxergamos uma oportunidade de fazer a pedagogia-em-participação
acontecer!

Os projetos foram contemplados na Jornada Pedagógica Projetos lúdicos e teremos


aprofundamento ao longo do ano letivo 2022. Em síntese, é necessário trabalhar o
Check-list da rainha:

Criança Aqui entra a sondagem


periódica e avaliação
1- Aprendizado real continuada dos pequenos ao
2- Aprendizado potencial longo do ano, com
3- Marcos do desenvolvimento documentação pedagógica.

A ludicidade deve estar


Ludicidade presente em todo momento e o
professor deve desenvolver a
4- Interesse real habilidade de observação e
5- Comportamento não espontâneo escuta ativa, para identificar o
aprendizado desses momentos.

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Nós devemos considerar as nossas
Professor habilidades e experiências ao planejar
vivências de um projeto, para não correr o
6- Aprendizado real = repertório risco de seguir modelos que não atendem
7- Aprendizado potencial (1 a 3) nossa realidade. Sempre devemos
8- Concepções pedagógicas fundamentar nossas ações em concepções
pedagógicas.

Planejamento
O planejamento deve começar apenas após
os itens anteriores (criança, ludicidade e
9- Check list (1 a 8 definidos e
professor).
mapeados)
Nosso erro muitas vezes é começar pelo
10- Objetivos da BNCC (definidos e
planejamento desconsiderando o resto.
mapeados)
Somente após colher essas informações tão
11- Método de projeto escolhido
valiosas começamos o projeto lúdico com o
pé direito, associando objetivos e métodos.

O PERCURSO DA APRENDIZAGEM
DEVE SER VIVO
E para que isso aconteça, deve haver documentação pedagógica, com fotos, vídeos,
áudios, falas de crianças, produções infantis, entre outros recursos coletados durante o
período de desenvolvimento.
O projeto que produz um portfólio (que nada mais é que uma forma de documentação
pedagógica), pode ser realizado seguindo os passos descritos a seguir:

Com o planejamento de vivências em mãos, a professora deve enxergar o


espaço/ambiente como educador. Um amigo dela. Para que ele eduque a criança e ela
consiga sair de cena um pouco para observar.
Esse espaço deve ser preparado tal como uma armadinha, chamamos de armadinha
pedagógica. A professor mapeou o que a turminha já desenvolveu, o que está em
desenvolvimento (Z.D.P.) e vai preparar o espaço para estimular o desenvolvimento.

Só que ela não vai despreparada. Ela já fez uma chuva de ideias do que ela espera que
vai acontecer quando as crianças explorarem o ambiente. Tendo essas hipóteses
planejadas, ela já sabe quais instrumentos vai utilizar para documentar, ou seja, fazer
registros das aprendizagens da criança com o ambiente, com fotos, gravações, vídeos,
produções...

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Quando ela realizar os registros ela já vai fazer suas anotações, ou seja, ela vai fazer a
tradução desse aprendizado para que, quem não é pedagogo entenda o que
aconteceu ali. Nisso, com datas e traduções pedagógicas, ela vai compondo a "linha do
tempo de aprendizado" da criança e/ou do grupo.

Tudo precisa estar bem organizado. Ela anota datas, para ter uma ordem cronológica e
revisa o percurso que está percorrendo a cada semana. Muitas vezes ela utiliza um
painel, que pode ser no computador ou na sala de aula e vai ligando os acontecimentos
como se fosse uma investigação policial.

Mas até que é bom ela levar esse negócio de aprendizado das crianças a sério. Como
ela vai organizando tudo aos poucos, no final ela tira um tempinho de sossego. Na hora
de entregar o portfólio para a gestão escolar... ela não precisa sair tirando fotos
correndo porque realizou dia-a-dia esse trabalho!

Vamos analisar alguns exemplos?

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Perceba que a foto não é montada, ou seja, a professora não pediu para a criança olhar
para a foto e sorrir. Ela observou, documentou com uma foto e escreveu o que
aconteceu a aprendizagem que aconteceu ali: a sombra não é estática. E agora, qual
será o próximo passo que a a criança vai dar em sua investigação?

Nesse caso o ambiente foi um dia ensolarado com folhas caídas do jardim, papel e
riscantes.

Se a professora deixasse para escrever isso depois... aaaahhh, ela esqueceria!


Nem que seja uma breve anotação, ela precisa acontecer para ajudar a professora na
construção de seu portfólio e das crianças em seu direito ao protagonismo no processo
de aprendizado.

As produções infantis podem ser inseridas


também, mas nunca pode faltar a tradução
da professora.

Pode ser digitalizada, se for online ou colada,


se for em papel.

Trouxemos 2 exemplos distintos, que não se


configuram em um projeto, porque uma
descoberta não está diretamente ligada a
outra.

Muitas vivências com aprendizados e


descobertas, mas sem interligação, podem
refletir falta de intencionalidade pedagógica,
ou seja, nós enquanto professoras estamos
preparando boas armadilhas pedagógicas,
mas não temos um objetivo final claro em
nossa mente. Ou seja, esses registros e
escritas precisam revelar para "não
pedagogos" os aprendizados que
aconteceram no período.

Desde o início até o "fim", visto que nunca


será fim de verdade, pois a criança
continuará aprendendo.

"Fim"

Início

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O QUE PODE TER NAS PRIMEIRAS
PÁGINAS
Se trabalhar com um livro (ou mais) é importante citar, com referências e se
possível, envolver as famílias na leitura durante o projeto.
Escolher um nome do projeto é importante também. O ideal é que seja escolhido
junto com as crianças. A professora pode até inventar o primeiro nome, mas ao
longo do projeto, perceber que as crianças chamam de outra forma e assim,
adaptar, co-criando com eles.
Incluir uma justificativa é fundamental! Um breve relato da importância e relevância
do tema a ser estudado. Mas calma, não é TCC. Lembra dos princípios de Dewey e
explique como esse projeto ajuda no desenvolvimento dessa criança para a
sociedade.
Os objetivos da BNCC devem ser listados. Mas no planejamento da professora, os
objetivos específicos também.

E DEPOIS DESSA INTRODUÇÃO?


O texto escrito é a tradução pedagógica da professora. Pode ser online, escrito a
mão ou digitalizado. A regra é contextualizar e direcionar a visualização do portfólio,
deixando percurso vivo e claro para "não pedagogos".
Produções infantis que foram importantes para eles, como desenhos, escritas,
confecções, jogos....
Fotos devem contar uma história sempre com aquele objetivo de tomar nota das
evidências de aprendizagem.
Vídeos e gravações podem ser utilizados em um portfólio digital, para os pais
conferirem com maior riqueza.
Falas das crianças, desde os bebês com a comunicação em expressões, balbucios e
pequenas palavras, são evidências valiosas do aprendizado. Para os maiores, em
alguns momentos, cabe até colocar diálogos, transcritos pela professora.

Vamos para mais um exemplo:

"Pedro estava no parque e se deparou com a romã no chão.


Chamou os amigos para descobrirem que
fruta era aquela. Ele, por ser novo na
escola ainda não conhecia.

Foi então que a Valentina lhe explicou:


"Tem muita romã aqui, Pedro! Deixa eu te mostrar!"

Aproveitou para experimentar e mostrou a Pedro.

10/03/2021

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Acontece que todos da turma já estavam acostumados, mas o entusiasmo de Pedro os
contagiou a retomar a exploração com a fruta, que já era familiar.

Até que, em uma roda de conversa, decidimos apresentar ao Pedro o que sabíamos
sobre a fruta. Uma vez por semana iríamos propor alguma descoberta ou atividade
envolvendo a romã. Quem deu essa ideia foi a Aninha.

Planejamos tudo, nos mínimos detalhes. E cada semana, mais ideias iam surgindo.

"E se a gente pintar com a Romã?" - Bruno

"Vamos brincar de comidinha?" - João

Muitas ideias surgiram mesmo, mas fomos aos pouquinhos dedidindo a cada semana.
Decidimos documentar aqui, nesse livro, tudo o que aprendemos sobre elas!"

Bom... já deu pra entender, né?


E cada dia de projeto (1 vez por semana) a
professora retoma com as crianças o que
aprenderam na semana anterior e qual seria a
nossa próxima descoberta. No final, eles já iam
deixando tudo anotado nos livros.
Turma de 4 anos, a professora como escriba, vai
registrando com eles. E nessa descoberta dos dias,
com registros, falas e as interpretações da
professora... conseguem explicar os inúmeros
20/03/2021 aprendizados, que envolvem autonomia,
letramento, transformações, socialização... ou seja,
um pedaço recheado da BNCC!

TEMA É VEÍCULO
Quando você está se preparando para ir para a escola não importa se vai de uber ou de
moto, certo? Por isso, tema e conteúdo são meios de transporte, são substituíveis muitas
vezes. Só precisamos entender se tem oportunidade de aprendizado, se gera interesse
genuíno e se adequa a faixa etária.
Pode ser um tema do cotidiano, como no exemplo da romã. Pode ser um tema que a
professora percebeu interesse ou que ela preparou o ambiente para ver se ia interessar e
deu certo. Mas nunca pode ser escolhido somente por nós. Na verdade isso prejudica
bastante que o percurso de aprendizado seja desenvolvido junto com as crianças.

E a escrita, pode ser do seu jeito. Se for quebrada, como apenas legendas das fotos, não
vai ajudar os "não pedagogos" a entenderem o aprendizado e o progresso dos fatos. Você
vai descobrindo o seu jeito de escrever... escrevendo!

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CAPAS E DECORAÇÃO DAS FOLHAS
No caso do portfólio físico, construir junto com as crianças sempre será o ideal. Professora
investindo tempo que deveria estar sendo usado para planejamento ou reflexão sobre a
aprendizagem para cortar E.V.A. ou ficar decorando tudo sozinha... é um desperdício
enorme!!

Gostamos de confecionar a capa no final, quando o projeto tá vivo e claro para o grupo.
Professora de crianças menores, podem utilizar um tecido ou um papel grande que seja
produto de uma exploração com o corpo, alguma vivência que de fato oportunize
aprendizado e desenvolvimento.

E o mesmo acontece com as folhas. Se for confeccionada, decorada, que seja junto com
as crianças, otimizando tempo da professora e oportunizando sempre aprendizado.

Sempre se pergunte se você está gerando impacto na aprendizagem, o ideal é baixo


esforço do professor e alto impacto. O baixo esforço é durante a atividade, porque ele
terá muito esforço e contribuição analisando os aprendizados e replanejando.

Feito pelas crianças e professor, juntos,


menor esforço, maior aprendizado.

Alto impacto e Alto impacto e


menor esforço esforço

Baixo impacto e Baixo impacto e


esforço alto esforço

Feito pelo professor. Se esforçou


bastante e as crianças não
aprenderam nada.

Lembrando! Sabemos que talvez não seja a sua realidade, por isso, entenda o seu
contexto e vá trabalhando com o que pode e conte com a Flimpo nesse processo!

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