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Educação:

Qual a relação do adolescente com a escola (simbólica, emocional, de representação, etc.)?

• Ele está matriculado?

• Como ele vê aquele espaço?

• Ele se sente acolhido pela escola?

• É necessária uma intervenção junto à política de educação local para a recepção desses
adolescentes?

• Existem inciativas de educação popular no território voltadas para adolescentes?

• A Educação de Jovens e Adultos – EJA – é uma alternativa?

• Existe ensino técnico no município?

A Resolução nº 03/2016 do Conselho Nacional de Educação estabeleceu uma série de


proteções no âmbito escolar para adolescentes em cumprimento de medidas: garantia do
acesso, matrícula a qualquer tempo, nivelamento para alunos com defasagem idade-série,
não-segregação em classes separadas, atendimento aos egressos (que já cumpriram as
medidas socioeducativas), entre outras prerrogativas

Como o adolescente se relaciona com o espaço da cidade e com as instituições que a


compõem? (ou como a cidade se relaciona com ele?).

• Qual seu grau de vinculação com as situações postas na sua comunidade e na sua cidade
(pobreza nos bairros, ausência de políticas públicas no território, violência na escola,
atividades culturais, decisões políticas)?

• Como incentivar a participação social de forma crítica e coletiva? Como ele pode ser levado a
sentir-se útil e responsável por sua comunidade?

De todo modo, caso seja do interesse do adolescente preparar-se para o mundo do trabalho
ele tem duas opções:

1. Entre 14 e 16 anos: Ele pode ser vinculado a um programa de aprendizagem profissional


conforme previsto na lei de aprendizagem (nº 10.097/2000). Para isso sugerimos a
aproximação do SUAS com a auditoria fiscal do trabalho da região para identificação das vagas
não ocupadas e também com as instituições formadoras, como o Sistema S ou outras. A
inserção prioritária no Acessuas Trabalho também contempla essa situação;

2. Entre 16 e 18 anos: trabalho em condições especiais. Adolescentes podem trabalhar a partir


dos 16 anos de maneira formal desde que seus direitos sejam reconhecidos e as atividades
realizadas não sejam noturnas, perigosas e insalubres.
algumas perguntas básicas podem nortear a análise técnica no trabalho com as famílias:

• Como os pais ou responsáveis pelo adolescente estão lidando com ele e o que o ato
infracional significa para eles? Que sentimentos aparecem nas falas?

• A família se culpa pelo ocorrido com o adolescente? Ela sofre estigmas na comunidade?

• Como o machismo estrutural opera nas famílias do território e do adolescente (há violência
contra a mulher, abandono paterno ou sobrecarga feminina nos cuidados familiares)?

• Como as relações de trabalho afetam o convívio familiar e a possibilidade de trocas positivas


entre os adolescentes e seus responsáveis? A família está inserida em condições precarizadas
de trabalho? Que reflexos você observa na vida cotidiana dessas famílias?

• Há espaço para refletir sobre a violência vivida nas famílias através de gerações (avós-pais-
filhos)?

• Como as vulnerabilidades territoriais (como precariedade de saneamento, energia elétrica,


água tratada, segurança pública, transporte público, renda, segurança alimentar) impactam
nas relações cotidianas?

• Como os conflitos são interpretados pelas famílias e quais as formas de mediação disponíveis
no território (intervenção de autoridades religiosas/comunitárias, revanchismo, práticas
restaurativas)?

• Existe diálogo entre os familiares? É possível promovê-lo por meio de oficinas nos serviços?

• Como a família vê esse adolescente? Aparecem pontos positivos ou apenas queixas? Como
direcionar a família para visualizar as potencialidades dos adolescentes?

• Há vulnerabilidades ou violações de direitos na família? Quais serviços devem ser acionados


para prestar o suporte necessário?34

• A família dispõe de condições concretas para ir até o serviço? Isso inclui o recurso

Há muitas formas de produzir e tratar as informações que formarão o diagnóstico


socioeducativo. Um primeiro aspecto é a entrevista, estratégia mais conhecida e utilizada pelas
equipes do SUAS para o levantamento de dados. Antes de iniciar uma entrevista com o
adolescente, é recomendável buscar todas as informações disponíveis em outros cadastros e
sistemas, como o Cadastro Único, Prontuário SUS, histórico escolar, relatórios do Sistema de
Justiça e do Conselho Tutelar e a própria guia do Judiciário.

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