APOSTILA 1

AUTORESPONSABILIDADE
PAG. 03

MINDSET
PAG. 07

SISTEMATICIDADE
PAG. 11

FOCO
PAG. 15

PLANEJAÇÃO
PAG. 20

RESILIÊNCIA
PAG. 23
01
AUTORRESPONSABILIDADE
 A UTORRESPONSABILIDADE
Autorresponsabilidade, definida em
termos científicos, é a ideia de que a qual-
quer momento, uma pessoa pode ter que
justificar seus desejos, emoções, objetivos e
ações para outros. A auto-responsabilidade,
portanto, é trazer a responsabilidade de
algo ou alguma coisa para si, e entender que
tudo o que acontece contigo é consequência
em algum nível de alguma ação sua.
Sabemos que nossa vida é afetada
por dezenas de fatores externos que estão
fora de nosso controle, como situação finan-
ceira, históricos individuais e desigualdades
socioeconômicas. Mas o conceito de autor-
responsabilidade diz que a responsabilidade
de como reagir a algo é individual, mesmo
quando o evento em si foi causado por
forças maiores.
Os obstáculos que aparecem no
caminho de cada um, mesmo que não
possam ser evitados, não precisam ser
impedimentos para que o objetivo final seja
alcançado. Como lidar com a situação é uma
escolha pessoal.
Sabe-se que internalizar que o indiví-
duo tem plena responsabilidade sobre tudo
em sua vida pode fazer muito mal a sua
saúde mental. Contudo, há uma crença, em
particular sobre as emoções, que diz que
sentimentos são coisas que acontecem com
o indivíduo, e não coisas que o indivíduo faz
acontecer; o objetivo dessa aula, portanto é
dar as ferramentas para que cada um sinta-
-se capaz de reagir de forma produtiva à
adversidades.
04
A autorresponsabilidade funciona,
então, como forma de tornar o indivíduo
mestre de seu próprio destino, em fazê-lo
ativo naquilo que o acomete. Para isso, a
pessoa passa a assumir responsabilidade
dos eventos resultantes de suas ações,
sejam eles bons ou ruins, visando entender
que, mesmo que existam fatores fora de seu
controle, qualquer dada situação poderia,
em partes, ter sido modificada.
A sua autorresponsabilidade pode
ser construída a partir de cinco grandes pila-
res:
1. Expectativas claras - é muito importante,
ao iniciar qualquer tarefa, ter em mente
exatamente onde se quer chegar e qual
objetivo a atingir. Nesse ponto, a honestida-
de consigo mesmo é essencial. Caso um
objetivo aparente ser distante demais, deve
ser dividido em objetivos menores.
2. Habilidades claras - a autoconsciência é
componente vital da autorresponsabiliade.
É necessário conhecer bem suas capacida-
des, pontos fortes e pontos fracos para ter
em mente as ferramentas disponíveis para
alcançar as expectativas.
3. Medidas claras - medir o progresso de um
objetivo serve não só como parâmetro
como também atua de forma importante no
processo de motivação. Estabelecer como,
exatamente, o progresso será medido é
indispensável. Lembre-se que cada objetivo
requer sua forma de medida!
4. Feedback claro - Tão importante quanto
medir o progresso é ser capaz de avaliar
aquilo que foi produzido e determinar seus
pontos fracos e fortes. Um bom feedback
deve focar igualmente nos pontos positivos
e nos pontos em que pode ocorrer melhora.
 5. Consequências claras - por fim, um último ponto é importante para a construção de boa
autorresponsabiliade: as consequências. Tanto recompensas por comportamentos positi-
vos quanto repreensões para comportamentos indesejados devem ser claros desde o início
do processo de estudos.

Algumas dicas para facilitar o processo prático de construção de autorresponsabili-

dade são listadas abaixo:

1.QUANDO OFERECER
CRÍTICAS A SI MESMO
OU TERCEIROS, FAÇA
SEMPRE CRÍTICAS
CONSTRUTIVAS
Críticas negativas, que não
acrescentam ou ajudam, geralmente,
indicam uma expectativa de que o
mundo se adeque às suas exigências.
Ao oferecer uma crítica, foque inicial-
mente nos pontos positivos, e depois
apresente os pontos negativos com
sugestões para melhora

2.BUSQUE SOLUÇÕES,
NÃO CULPADOS
Lembre-se que a autorresponsa-
bilidade inclui assumir a culpa por
potenciais eventos negativos. Buscar
por culpados externos pode reduzir a
frustração pelo ocorrido, mas impede
que a criação de soluções para a situa-
ção. Além disso, buscar por culpados
demanda tempo e energia que pode-
riam ser melhor gastos no planejamento
e organização de seus próximos passos.
Foque nisso, para evitar que este ou
outros eventos aconteçam novamente.

05
3. COLOQUE-SE COMO
PROTAGONISTA
Colocar-se na posição de
vítima da situação significa falar que
é o mundo que determina o que
acontece com você, e não você
mesmo. Significa aceitar e se confor-
mar com os obstáculos, em vez de
procurar formas de superá-los. Além
disso não resultar em algo positivo, a
energia negativa é cansativa, não só
para você, mas também para aqueles
à sua volta.

4. APRENDA COM OS ERROS

Aceitar o próprio erro pode até
trazer certa angústia momentânea, mas
permite que, a partir dele, se aprenda o
que fazer para evitar que ele se repita e
ainda o que deve ser feito para que o
resultado seja diferente.

BUSQUE
,
SOLUÇÕES
CRÍTICAS NÃO
IVAS
CONSTRUT CULPADOS

OM
APRENDA C
S
SEUS ERRO

UTOR ESPON
A IDADE SEJA O
SABIL TA
PROTAGONIS

06
02
MINDSET
MINDSET Sabe-se que pessoas diferentes,
quando submetidas a situações similares,
reagem de formas distintas, algumas das
quais acabam por levar os indivíduos ao
objetivo alcançado. A mentalidade e os
padrões de comportamento que pessoas ou
grupos possuem é denominada “mindset”.
O mindset pode ser dividido, de uma
forma geral, em dois tipos: o mindset fixo e
o mindset de crescimento. As pessoas com
mindset fixo acreditam que suas caracterís- MINDSET
ticas - inteligência, carisma, habilidade com FIXO
artes, etc - são inatas e imutáveis. Já as
pessoas com o mindset de crescimento
acreditam que suas características inatas
para o mundo. As falhas em atingir objeti-
são apenas o ponto de partida, e que é possí-
vos, portanto, funcionam como golpes
vel, com esforço e dedicação, melhorar em
contra a auto-estima.
seu desenvolvimento.
Por outro lado, ao acreditar que
Tais padrões de pensamento afetam
características inatas são apenas um ponto
o dia-a-dia e as ações de cada um, refletindo
de partida, resultados inesperados deixam
nas relações interpessoais, no trabalho e
de ser fracassos e passam a ser apenas mais
mesmo no estudo. Acreditar que suas capa-
um passo no aprendizado. No caso de uma
cidades estão determinadas cria uma
reprovação no vestibular, por exemplo,
necessidade constante de prová-las para si e
pessoas com o mindset de crescimento acre-
ditam que ao estudar e aprender, elas estão
não só adquirindo conteúdo mas também se
tornando mais inteligentes.
Vivemos em uma sociedade que
valoriza inteligência, personalidade e talen-
to, então é natural desejar ter tais caracterís-
ticas, mas o entendimento de que elas são
fixas é nocivo para todos.
MINDSET DE A mudança de mindset de fixo para
construtivo é um processo ativo que segue

08
CRESCIMENTO quatro passos básicos:
 1. APRENDA A
IDENTIFICAR A ‘VOZ’ DO
SEU MINDSET FIXO.
Ao se deparar com um desafio, preste
atenção nos pensamentos de mindset fixo
que podem surgir: “Será que eu dou conta
mesmo?”, “E se eu não conseguir? As pesso-
as vão pensar mal de mim”.
Ao atingir um obstáculo, perceba se
os pensamentos imediatos são “Viu só?
Sabia que ia dar errado”, “Ainda dá pra desis-
tir e ficar com uma derrota menos feia”. Ao
receber resultados inesperados, atente-se
aos pensamentos do tipo “Não é culpa minha
- não deu certo por causa de outras pessoas/
circunstâncias.”

2. RECONHEÇA A
EXISTÊNCIA DE UMA
ESCOLHA.
A forma de interpretar um
desafio é uma escolha individual. Obs-
táculos podem ser considerados
provas definitivas de incapacidade ou
desafios que sinalizam em que aspecto
o indivíduo deve investir mais tempo e
esforço. A reação de uma forma ou de
outra determina como reagir e os
ganhos futuros com tal experiência.

3. RESPONDA A
PENSAMENTOS COM O
MINDSET DE CRESCIMENTO
Trabalhe ativamente contra pensamentos de
mindset fixo. Ao pensar “não sei se sou
capaz,” responda para si mesmo “Talvez não
seja capaz agora, mas acho que com o tempo
eu consigo aprender.” Lembre-se que mesmo
as pessoas ditas ‘talentosas’ tem por trás
anos de treino e estudo para chegarem onde
4. TOME ATITUDE
BASEADO NO MINDSET
DE CRESCIMENTO.
Encare desafios de cabeça aberta,
aprenda com seus erros e tente nova-
mente, escute críticas construtivas e
tente mudar suas atitudes baseado
sempre num potencial de melhora!

09
estão.
SISTEMATICIDADE
 SISTEMATICIDADE
Para tirar bom proveito dos estudos,
é necessário uma vida equilibrada. Esse
equilíbrio inclui boa alimentação e bons
hábitos de sono, a prática de atividades
físicas e a reserva de tempo para lazer.
Mas como é possível alcançar tal
equilíbrio? Com sistematicidade e um bom
planejamento, tudo pode funcionar da
forma correta e esperada.
Sistematicidade é a capacidade de
organizar um fluxo de pensamentos e/ou de
ações que permitem o cumprimento com Desencadeante
sucesso de uma determinada tarefa de
forma consistente, ou seja, é a capacidade
de cultivar atitudes e hábitos que contribu-
am para os estudos, integrando todo o
importante para uma vida equilibrada.
Para um vestibulando, a sistematici-
dade deve ser aplicada tanto em momentos
pontuais, como no modo de se resolver exer- por três componentes básicos: o desenca-
cícios, quanto continuamente na organiza- deante, uma deixa ou um lembrete para
ção dos estudos e da rotina como um todo. que o comportamento se inicie; o próprio
A sistematicidade é constituída de comportamento, a ação que configura o
dois passos fundamentais: a criação de hábi- hábito em si; e por último, a recompensa,
tos e sua evolução para rotina, que nada um resultado prazeroso decorrente do com-
mais é do que a estruturação e automatiza- portamento realizado.
ção de tais hábitos. A importância funda- Por exemplo: escutar o som de notifi-
mental desse processo encontra-se na con- cação no celular atua como desencadeante,
solidação de comportamentos positivos e gerando um comportamento (abrir a men-
sua repetição diária, o que reduz a necessi- sagem) e sua subsequente recompensa
dade de motivação para iniciá-los. (interagir com amigos). Entender como o
Mas como criar e manter um hábito? hábito se forma auxilia o vestibulando a usar
Antes, precisamos entender os passos para tal processo a seu favor. Com isso em mente,

11
sua formação. Um hábito se constrói de o passo a passo para a construção de um
certa forma automaticamente, é constituído hábito de estudos consiste em:
1. CRIE UM
DESENCADEANTE:
Estabeleça um lembrete/ desenade-
ante para a ação que vai se tornar um
hábito. Se esse lembrete for um hábito
anterior, repetir a nova ação se torna mais
fácil. Por exemplo: se o o bjetivo é estudar 3
horas sempre após o almoço, o ato de almo-
çar age como lembrete. Uma lista de hábi-
tos já existentes é útil na escolha do lembre-
te: tomar banho, almoçar, ir à academia,
etc.

2. COMECE AOS POUCOS;

É importante que a tarefa iniinicial
seja simples o bastante para não poder ser
procrastinada. Se o objetivo é conseguir
estudar 3 horas após o almço, comece com
quinze minutos e aumente gradualmente.
Mantenha sempre em mente o objetivo final
do hábito e lembre-se de estabelecer um
prazo razoável para chegar ao ponto deseja-
do. Esse período é muito pessoal ( pesquisas
mostram que um hábito pode levar de 15 a
254 dias para ser formado).

3. ESCOLHA UMA
RECOMPENSA:

Permita-se a recompensa toda vez

que praticar o novo hábito. Pode ser desde
um simples “bom trabalho” ou 20 minutos
de pausa. Porém, cuidado! Essa recompen-
sa deve ser um modo de se sentir satisfeito
com o que conseguiu cumprir, e não a
motivação para que o hábito seja cumpri-
do. Quanto mais e mais frequentemente
você repetir esse ciclo de lembrete-ação-
recompensa, mais o mesmo estará incor-
porado aos seus circuitos neurais e , conse-

12
quentemente, ficará mais perto de se
tornar um verdadeiro hábito.
 Ao organizar sua rotina, faça-o de forma que tarefas semelhantes sejam sempre reali-
zadas nos mesmos dias/ horários. Lembre-se que a sua rotina deve contribuir para que se
tenha uma vida equilibrada, devendo englobar, idealmente, os seguintes hábitos saudáveis:

1. DORMIR BEM:
É essencial para a consolidação da
memórias. A maioria dos jovens precisa de 7
a 9 horas de sono por noite; a privação de
sono afeta o humor, motivação, julgamento
e percepção das situações.

2. ALIMENTAÇÃO
Siga uma dieta saudável e beba
quantidade suficiente de água. Uma boa
nutrição é essencial para o bom desempe-
nho.

3. ATIVIDADE FÍSICA: 4. LAZER:

Separe tempo para realizar alguma
atividade física que lhe apeteça. O objetivo
é manter a saúde e o equilíbrio do organis-
mo e espairecer das atividades intelectuais.
Estudos mostram que exercitar melhora as
habilidades cognitivas e desempenho
acadêmico dos alunos, estimula o desen-
volvimento de neurônios, melhora a reten-
ção do aprendizado, aumenta o foco e a
concentração e ajuda a aliviar o estresse.
Inclua tempo de lazer na sua rotina.
Preveja que isso é importante e vai aconte-
cer, para qu possíveis deslizes não atrapa-
lhem seu tempo de estudo. Por exemplo: se
você sabe que na semana por vir haverá o
aniversário de um amigo, se planeje para
que esse evento esteja incluso no seu
tempo dedicado ao lazer e não te prejudi-
que tirando tempo das demais atividades.

5. ESTUDOS:
Esteja atento a como aumentar o
rendimento do seu tempo dedicado aos
estudos. Descubra horários de maior con-
centraçõ , locais onde é possível estudar
sem distrções e materiais que melhor se
dequem o seu modo de aprendizado.

13
 FOCO
Na hora de estudar, qualidade e associados a uma memória, fica mais difícil
quantidade precisam estar em equilíbrio ignorá-los, principalmente se essa memó-
para que a absorção do conteúdo seja ria ativar alguma emoção específica. É o
eficiente. Mesmo que uma pessoa se dedi- que acontece quando o nome de uma
que muitas horas por dia, se estiver cansa- pessoa é chamado, ou quando o cheiro de
da ou distraída enquanto tenta aprender sua comida preferida é sentido: a distração
novos conteúdos, por exemplo, muito passa a ser emocional e, assim, mais signifi-
desse tempo será mal aproveitado. cativa.
A queixa de distração é comum, Levando em conta todos esses
sendo a falta de atenção o principal fator aspectos que compõem a atenção e o foco,
que prejudica a qualidade do estudo. Sabe- o que pode ser feito para garantir que o
-se que para que ocorra a fixação de conte- cérebro possua condições favoráveis para
údo, a atenção do estudante precisa que o estudo seja de alta qualidade? É
permanecer firme e exclusiva naquela preciso entender, então, quais são os fato-
tarefa, e qualquer interferência nesse res que influenciam esses aspectos, para
processo também será prejudicial à eficiên- poder moldá-los a favor de uma rotina mais
cia do estudo. Pensando nisso, é vital eficiente.
entender os aspectos que interferem no
aprendizado, para tornar a rotina de estu-
dos mais eficiente.
Mas manter o foco não é assim tão
simples. O cérebro humano possui meca-
nismos que conseguem diminuir os efeitos
dos estímulos externos, tornando possível
que a pessoa se concentre em uma tarefa e
ignore o que acontece a sua volta. Entre-
tanto, para que isso funcione de forma ade-
quada, uma série de fatores precisam estar
alinhados.
É muito importante, por exemplo,
que ela esteja com um estado mental
saudável, que o ambiente seja favorável,
que o assunto estudado desperte seu inte-
resse, que ela esteja motivada a estudá-lo e
que o tempo de dedicação àquela tarefa
seja adequado. Caso contrário, será muito
mais difícil que ela se mantenha concentra-
da o suficiente para que o estudo renda.
Essas distrações, ou estímulos
externos, podem ser divididos em duas
classes: sensorial e emocional. Barulhos,
luzes, cheiros, sabores, texturas: tudo o que

15
pode estimular os sentidos é considerado
uma distração sensorial. Mas, se eles estão
1.ESTADO MENTAL SAUDÁVEL
O primeiro aspecto influenciador do
foco é o ambiente favorável para poder
absorver novos conteúdos. Assim como o
restante do corpo humano, o cérebro preci-
sa de descanso, de repor nutrientes e de se
exercitar, para que suas funções sejam
realizadas de forma eficiente. Uma pessoa
cansada, por exemplo, mesmo que dedique
horas ao estudo, não conseguirá fazer com
que ele renda, uma vez que aquelas infor-
mações que estão sendo recebidas não
serão convertidas em memória com tanta
facilidade. Sendo assim, de que adianta
ficar horas tentando entender um conteú-
do se seu organismo não está preparado
para recebê-lo?
É importante lembrar, no entanto,
que não é apenas o cansaço que piora a
habilidade de reter conhecimento: uma
alimentação mal balanceada e pouca ou
nenhuma atividade física possuem impac-
tos muito negativos na saúde de uma
pessoa, e isso será percebido também na
hora em que ela for estudar. Sendo assim,
se a falta de atenção for um problema, a
mudança de hábitos é uma boa estratégia
para sua reversão.
É claro que dormir mais e se dedicar
ao exercício físico, a princípio, parece redu-
zir o tempo disponível para o estudo. Mas é
importante lembrar que esse tempo será
um investimento na qualidade desse
estudo, que aumentará a eficiência do
mesmo fazendo com que no fim das
contas, o balanço seja positivo.

2. AMBIENTE FAVORÁVEL
O cérebro consegue ignorar alguns
estímulos externos para que a pessoa se
mantenha concentrada em uma tarefa
por um tempo. Entretanto, esse mecanis-
mo é limitado, e, caso os estímulos sejam
muito fortes ou muito variados, ele não
será tão eficiente. Por isso, é importante
que o mínimo de distrações seja oferecida
ao cérebro quando ele tenta se manter
focado, ou seja, que o ambiente de estudo
seja calmo, silencioso, com poucas inter-
ferências externas e poucos elementos
que possam chamar a atenção do estu-
dante.
Outro aspecto que pode ajudar é dar um propósito a um espaço. Se um local for
reservado apenas para o estudo, o cérebro associará aquele lugar ao momento de dedica-
ção, facilitando que o foco seja mantido. Isso torna bibliotecas muito atrativas para estu-
dantes, já que todo o local incentiva o estudo e ver outras pessoas concentradas já é, por si
só, muito estimulante.
Para muitos, essa ideia funciona. Mas é importante lembrar que o lugar ideal é
aquele em que a pessoa se sinta mais confortável, assim como o horário e as condições do
espaço. Não existe uma fórmula pré-definida, e descobrir qual é o contexto mais favorável
para o estudo é parte importante da preparação do estudante.

16
 3.ORGANIZAÇÃO E PLANEJAMENTO
Nesse momento, mais uma vez é
importante ressaltar: quanto menos
distrações, mais fácil será manter o foco
nas atividades. Assim, o estudo terá mais
qualidade e menos horas de dedicação
serão necessárias, permitindo que o estu-
dante tenha o tão desejado tempo livre.
A organização do local de estudo e
das tarefas a serem realizadas possui tal
objetivo: reduzir ao máximo possível o
número e as possibilidades de distrações.
Deixe à vista apenas os objetos necessá-
rios, retirando, inclusive aqueles que serão
utilizados, mas não imediatamente. Seria
o caso, por exemplo, de livros de matemá-
tica se no momento a matéria estudada
for história. Desligar todos os aparelhos
eletrônicos dispensáveis é também funda-
mental. Caso o computador vá ser utiliza-
do, feche programas e abas não associa-
dos ao estudo, principalmente as redes
sociais
É importante se preparar para
distrações possíveis, como mensagens,
alarmes e ligações. Avisar as pessoas mais
próximas que estará estudando e não
atenderá a chamados durante determina-
do tempo é uma boa estratégia para evitar
interrupções desnecessárias. Deixar o
celular em outro cômodo também pode
ajudar.
Nessa etapa, pensar em todas as
tarefas que devem ser realizadas naquele
dia ou momento ajuda a organizar não só
quais materiais devem ser separados, mas
também quanto tempo deve ser reservado
para cada uma delas. Estabelecer objeti-
vos é uma dica válida, pois recompensa o
estudante com a sensação de dever cum-
prido e realização pessoal.

CALENDÁRIO
SEMANAL PASSEI

17 Para baixar nosso calendário semanal acesse: https://imgur.com/a/KvnyywY

4. MUDANÇA DE HÁBITOS
Uma das coisas mais prejudiciais à
rotina de um estudante é a constante
necessidade que a maioria das pessoas
desenvolveu de se conectar a todo o tempo
à internet. O mundo contemporâneo, por
meio do desenvolvimento de tecnologias
de comunicação cada vez mais rápidas e
instantâneas, criou um ímpeto nas pessoas
de quererem estar a par das notícias e
redes sociais 24 horas por dia, sendo que
muitas sentem, inclusive, ansiedade
quando isso não acontece.
Entretanto, esse hábito de checar o
celular constantemente, ou essa necessi-
dade de estar sempre conectado, é uma
das mais poderosas distrações. As notifica-
ções, além de serem estímulos visuais
muito chamativos, não são apenas senso-
riais, são emocionais: a consciência de que
mudança de hábitos, que deve ser sempre
existe uma informação ou uma mensagem
exercitada, principalmente porque tirar da
nova possui alta capacidade de tirar a aten-
rotina algo tão estimulado pela sociedade
ção de uma pessoa da tarefa que ela tenta
não é simples e nem fácil. É um esforço
realizar. Isso faz parte da ansiedade que a
constante, mas que vale a pena.
era das telecomunicações gerou, que
Uma vez que a ansiedade de estar
precisa ser combatida.
desconectado deixar de existir, ou pelo
Por isso é essencial não apenas que
menos não for tão forte, a probabilidade da
os aparelhos eletrônicos sejam mantidos
atenção do estudante ser dividida entre a
fora de alcance nos momentos de estudo
tarefa e a vontade de mexer nas redes
mas também que, enquanto eles estão por
sociais vai ficar bem menor, e a qualidade
perto, o poder que eles têm seja reduzido.
do estudo, mais uma vez, será potenciali-
É preciso desassociar a sensação de prazer
zada.
ao uso do celular. Isso só é possível com a

5. MULTITAREFAS E PAUSAS
A tentativa de focar em várias
coisas ao mesmo tempo é um erro grave,
uma vez que a atenção em cada uma das
tarefas não será suficiente para que ela
seja bem feita. O esforço para concentrar-
-se em uma dada tarefa reinicia todo o
mecanismo de inibição de estímulos exter-
nos e manutenção do foco, demandando
tempo e energia e gerando o que é deno-

18
minado atenção residual.
 Quando isso ocorre, detalhes impor-
tantes de cada uma dessas tarefas passam
despercebidos, e a capacidade do cérebro
de absorver as informações recebidas é
extremamente reduzida. Por isso, é impor-
tante manter a atenção exclusiva em uma
mesma atividade, por tempo suficiente para
sua compleição.
Cabe lembrar que o mecanismo cere-
bral de inibição dos estímulos externos tem
um limite temporal antes de atingir a exaus-
tão, o que faz pausas curtas serem necessá-
rias. O cérebro deve ter tempo o suficiente
para descansar, mas sem que a atenção seja
voltada para outra atividade. Caso contrá-
rio, ao tentar voltar para a tarefa inicial, todo
o esforço inicial de se concentrar nela terá
que ser realizado novamente.
O recomendado é que a cada ciclo de
25-30 minutos de estudo, ocorra uma pausa
de 5 minutos. Isso varia de pessoa para
pessoa, e quanto mais exercitado o foco,
maiores serão os períodos de concentração.
Entretanto, é importante que nenhuma
outra atividade que precise de atenção seja
realizada durante a pausa. Após alguns
ciclos foco-descanso, uma pausa mais longa
pode ser tomada. Dessa vez, é importante
fazer algo divertido ou que incentive o
descanso, como um lanche ou um banho:
qualquer coisa simples, mas satisfatória.
Essas pausas devem ser pensadas
com antecedência e colocadas na agenda de
estudos. As longas, inclusive, podem ser
colocadas como momentos de lazer. Assim,
o cérebro se acostuma com o ritmo de estu-

6. MOTIVAÇÃO
Mas mesmo que todos os aspectos
descritos acima sejam moldados de forma
positiva para tornar a rotina mais eficiente, é
indispensável que a motivação do estudante
seja cultivada. Esses pontos e dicas funcio-
nam muito bem para a manutenção do foco
momentâneo, aquele necessário para que
cada uma das tarefas sejam realizadas. Mas
elas fazem parte de um plano maior, cujo
objetivo final é passar no vestibular, por
exemplo. No fim das contas, o esforço será
recompensado ao atingir esse objetivo, mas
existem momentos em que a dedicação não
parece valer a pena, e são nesses neles que a
resiliência, ou seja, a capacidade de adapta-
ção a situações desafiadoras, é extrema-
mente importante. O estresse infelizmente
é parte da rotina do estudante, principal-
mente do vestibulando, e para vencê-lo, é
preciso muita motivação.
Assim, ter em mente qual é o objetivo final é o primeiro passo, não só para que metas pontu-
ais sejam estabelecidas, mas também para que a motivação seja conservada. A realização
dessas metas dará uma sensação de dever cumprido que deve ser recompensado, por

19
menores que elas sejam. Além disso, se permitir sofrer com os erros é importante, mas eles
devem ser utilizados como pontos de aprendizado: entender o que levou a esse resultado,
como ele poderia ter sido evitado e o que fazer para melhorar.
05
PLANEJ
PLANEJ
Planejar é essencial para atingir
objetivos, e o primeiro passo é pensar no
que precisa ser feito e qual é o período
disponível para que isso aconteça. No
caso do vestibulando, a meta principal é
conseguir a aprovação em uma universi-
dade ou faculdade, mas, para isso, muita
coisa precisa acontecer. A planejação
entra, então, como um método para
organizar a rotina do estudante e torná-la
mais eficiente e produtiva.
Mas o que é, de fato, a planejação?
Essa palavra pouco comum representa a
união do planejamento com a ação. É
uma prática de organização do tempo que
se baseia no cultivo de hábitos novos e na
eliminação dos improdutivos. Isso signifi-
ca colocar no papel todas as atividades e
21
eventos a serem realizados, pensando
com antecedência naquilo que cada um
deles vai demandar, facilitando o
momento de transformar o plano em
realidade.
O conceito de planejação se
parece muito o de uma agenda, mas vai
muito além, pois o estudante deve pensar
em cada tarefa direcionando o tempo
adequado e o local de realização dela.
Assim, durante o dia, enquanto o aluno
passa de uma atividade a outra, ele eco-
nomiza tempo não só para pensar na
próxima tarefa a ser realizada, como
também para se preparar para ela.
A seguir, um passo a passo de
como colocar a planejação em prática:
1. FAÇA USO DOS OBJETIVOS 2. CONSIDERE TUDO UM
SMART:
Ao planejar uma atividade, garanta
que ela preencha os seguintes critérios:
S - Specific (específica)
M - Measurable (mensurável)
A - Attainable (alcançável)
R - Realistic (realista)
T - Time-based (com horário específico)
Imagine, por exemplo, que a atividade em
questão é um encontro com amigos. Quan-
tas vezes um “vamos sair um dia desses” se
converte em um encontro de fato? É bem
mais provável que o encontro se torne reali-
dade se ao convidá-los, você especifique:
“Vamos sair para ver um filme, no Cinema X,
no sábado às 18h.”
Aplique isso para tudo! “Estudar
trigonometria na biblioteca, no livro de
matemática e responder 10 exercícios,
entre 14h e 16h” é um objetivo SMART, bem
melhor que apenas “estudar matemática”!
3. RESERVE MAIS TEMPO DO QUE
COMPROMISSO
Tudo deve ser considerado um com-
promisso: o período que a pessoa gasta no
tráfego, a pausa para almoço e outras refei-
ções, lazer, tudo. Com isso, o estudante
evita achar que tem mais tempo do que
realmente tem, pois contabiliza até mesmo
atividades “passivas”, como o deslocamen-
to, e permite melhor aproveitamento do
tempo.
Por exemplo, caso a pessoa demore
meia hora no ônibus na volta para casa após
a aula, ela pode aproveitar esse tempo para
ouvir música e descansar, ou até mesmo
para ler um livro. Entretanto, isso não é pos-
sível caso ela passe esses mesmos 30 minu-
tos andando.
Com isso em mente ao montar o
cronograma, esse tempo será previamente
reservado e determinará se posteriormente
será necessário separar tempo para descan-
sar ou para ler.
CONSIDERA NECESSÁRIO
Planeje até mesmo para os impre-
vistos! Reserve tempo de sobra para suas
atividades, pois nem sempre o tempo que
foi julgado suficiente vai ser o bastante.
Quando isso ocorre, a tarefa ficará inacaba-
da ou o cronograma ficará atrasado, atra-
palhando o planejamento. Se o tempo
extra não for utilizado, aproveite-o para
adiantar a próxima tarefa ou mesmo para
uma breve pausa de descanso.
Como é possível perceber, a planeja-
ção ajuda o estudante a preparar seu
tempo. Ela ajuda a tornar a rotina mais
eficiente e produtiva. É preciso se dedicar
para que a planejação funcione, mas é um
22
exercício que vale a pena e gera frutos
importantes!
06
RESILIÊNCIA
RESILIÊNCIA
“O que leva ao sucesso” é uma
pergunta que a maioria das pessoas já se
perguntou, e que possui respostas distin-
tas. Visando entender melhor tal processo,
a pesquisadora Angela Duckworth buscou
estudar o motivo pelo qual alguns estudan-
tes abandonaram a graduação enquanto
outros concluem seus cursos. O que ela
encontrou de característica marcante
naqueles que chegavam até o fim foi sua
resiliência.
Resiliência consiste na união de
duas características: interesses consisten-
tes ao longo do tempo e perseverança em
trabalhar nesses interesses. Resiliência é,
portanto, a capacidade de manter tanto o
esforço quanto o desejo em um objetivo,
mesmo quando se encontram adversidades
ou quando o processo para alcançar o
sucesso é demorado ou árduo.
A resiliência, ou como a pesquisado-
ra se refere a ela, o ‘grit’, é importante por
ser um fator independente preditor do
sucesso. Isso significa que independente-
mente da inteligência, talento ou condi-
ções de vida, se um indivíduo possuir grit, a
sua chance de alcançar seus objetivos é
maior.
É claro que o grit é apenas um fator
de vários, e a própria pesquisadora reco-
nhece que dificuldades financeiras ou fami-
liares colocam as pessoas em desvantagem
independente da sua tenacidade. Mesmo
assim, o grit é algo que todos nós podemos
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ter e é uma importante ferramenta para
ajudar a todos a conseguirem o que dese-
jam.
Para cultivar o grit, alguns passos
foram determinados:
1.TENHA UM
RELACIONAMENTO
POSITIVO CONSIGO MESMO
Foque em seus pontos positivos. Seja
seu maior apoiador! Lembre-se que mesmo
que você não tenha muitas habilidades em
uma área, como a matemática, você certa-
mente é competente em outras, como a
redação! É difícil convencer-se a melhorar
em qualquer aspecto se sua imagem própria
é de alguém sem valor algum.
2. ENCONTRE ALGO QUE
VOCÊ AMA
A maioria das pessoas sente que deve ser
boa em tudo: na escola, nos esportes, nos
relacionamentos sociais, nas artes… Porém,
as pessoas não são necessariamente boas
em todas as áreas. Encontre algo em que
você é bom, e invista nisso! Uma vez encon-
trada sua vocação, é bem mais fácil superar
as adversidades no caminho, quando existe
um objetivo claro em mente.
 Encontrar sua vocação pode ser um processo difícil. Neste caso, é válida a estraté-
gia de tentativa e erro: experimentar atividades novas até encontrar alguma que você
realmente esteja disposto a se esforçar em prol.

3. FOQUE SEMPRE NO PROCESSO

Lembre-se que o objetivo em qualquer atividade é progredir e se superar. Seu
talento e habilidades são coisas que podem crescer, e cada desafio é uma nova oportuni-
dade de colocar isso a prova. Interprete falhas como chances de aprender com seus erros.

4. BUSQUE O EQUILIBRIO
ENTRE EXPECTATIVAS E
REALIDADES
Seja gentil consigo mesmo. É normal
que as expectativas sejam altas e os objeti-
vos grandes: passar no vestibular, ganhar
uma competição, etc. Porém é importante
lembrar que a cobrança excessiva traz mais
malefícios que benefícios. Permita-se tirar
um tempo para você, em que você pode
recuperar suas energias. A cobrança em
excesso tem o efeito contrário do desejado:
é desmotivante!

5. CRIE METAS E HÁBITOS

Metas são essenciais para manter a sensação de progresso! Crie metas pequenas e
alcançáveis a princípio, e aumente essas metas para serem compatíveis com suas capaci-
dades. Crie hábitos: de estudo, de treino, de esforço. Os hábitos são essenciais para a
manutenção do interesse e da melhora em qualquer atividade!

6. CULTIVE GRATIDÃO
Foque nas coisas boas que você já
possui, pois é delas que você vai tirar forças
para continuar tentando. Seja grato a sua
família e amigos, mantenha uma mentalida-
de tanto humilde quanto otimista.

7. ENCONTRE PROPÓSITO E
UMA COMUNIDADE!

Qualquer desafio é mais fácil quando encontramo-nos rodeados de pessoas que

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nos apoiem e quando podemos ver que nossos objetivos vão fazer bem a alguém! Tente
cercar-se de pessoas que não só te apoiam como talvez tenham o mesmo objetivo que
você.
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