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INSTITUTO DE CIÊNCIA DE SAÚDE TENHA ESPERANÇA

DELEGAÇÃO DE NAMPULA

Cadeira de 1º Socorros

Curso: Farmácia

Tema:

Fractura – Conceito, Tipos e Cuidados de Emergência

Nampula, Setembro de 2023


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INSTITUTO DE CIÊNCIA DE SAÚDE TENHA ESPERANÇA

DELEGAÇÃO DE NAMPULA

2º Semestre

Tema:

Fractura – Conceito, Tipos e Cuidados de Emergência

Nome dos Elementos:

1. Joana Fernsndo Nº 15 Trabalho de carácter avaliativo da


cadeira de 1º Socorros, que será
2. Memória Valentina Simuaca Nº 19
entregue no instituto de Ciências de
Saúde Tenha Esperança, leccionado
pelo:
Prof.: Pedro Guilherme

Nampula, Setembro de 2023

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Índic

e
Introdução.......................................................................................................................................4

OBJECTIVOS................................................................................................................................4

Objectivo Geral:.............................................................................................................................4

Objectivo Especifico:......................................................................................................................4

Fractura.............................................................................................................................................5

Possíveis causas................................................................................................................................5

Principais tipos de fractura...............................................................................................................6

Classificação das fracturas...............................................................................................................6

Cicatrização......................................................................................................................................7

Complicações...................................................................................................................................8

Exame físico.....................................................................................................................................9

Cuidados de Emergência..................................................................................................................9

Conclusão......................................................................................................................................12

Referências Bibliograficas...........................................................................................................13

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Introdução

Fractura é uma ruptura na continuidade do osso, ela frequentemente ocorre quando a força
aplicada sobre o osso é maior que a força que ele consegue suportar. Embora exista maior risco
de fracturas com em pessoas idosas e mulheres na menopausa, devido à maior fragilidade dos
ossos, em alguns casos, as fracturas podem ocorrer mesmo sem uma causa aparente ou após
pequenos impactos, o que pode indicar doenças como osteoporose ou tumores ósseos. As
fracturas de fémur são fracturas graves e geralmente resultam de um 16 trauma externo directo de
grande força e intensidade, porém também pode ocorrer em consequência de deformidades ósseas
ou patologias (RENATA; GOMES; ANDRÉ, 2014).

OBJECTIVOS

Objectivo Geral:

 Falar dos aspectos relacionados com a fractura, tipos e seus devidos cuidados em
emergência.

Objectivo Especifico:

 Conceituar a fractura;
 Descrever os tipos da fractura;
 Falar das suas possíveis causas
 Falar dos cuidados de emergência.

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Fractura

É a quebra de um osso causada por pancada muito forte, queda ou algum tipo de esmagamento.
Devemos suspeitar de fracturas quando tivermos uma história desse tipo associada a alguns sinais
e sintomas: Dor em um osso ou articulação; Incapacidade de movimentação; Adormecimento,
formigamento; Mudança na coloração local da pele; Forma ou posição anormal de um osso ou
articulação.

Quando o osso é quebrado, as estruturas adjacentes também correm grande risco de serem
afectadas, o que resulta em edema de tecidos moles, hemorragia para dentro dos músculos e
articulações, luxações articulares, tendões rompidos, nervos lacerados e vasos sanguíneos
lesados. Assim, as principais queixas são: dor, incapacidade de mexer o membro e deformidade,
embora possa variar de acordo com a localização e o tipo de fractura (HERBERT; XAVIER,
2008).

No caso de fracturas, a vítima geralmente irá queixar-se de dor no local da lesão. O socorrista
poderá identificar, também, no local da lesão, deformidades, inchaços, hematomas, exposições
ósseas, palidez ou pele arroxeada das extremidades e, ainda, redução de temperatura no membro
fracturado.

Possíveis causas

As principais causas de fractura são:

 Acidentes de trânsito ou de trabalho;


 Quedas ou pancadas
 Prática de esportes;
 Agressão física e outros tipos de impacto;
 Sobrecarga no osso devido a fadiga nos músculos.

Além disso, as fracturas também podem ocorrer devido a problemas de saúde, como osteoporose,
osteopenia, tumor ou metástase de câncer no osso, ou doença dos ossos de vidro, por exemplo.
Entenda o que é a doença dos ossos de vidro.
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Principais tipos de fractura

Os principais tipos de fractura são:

1. Traumáticas - As fracturas traumáticas são as mais características de acidentes, por


exemplo, em que há aplicação de uma força excessiva no osso, mas também pode ser devido a
movimentos repetitivos que lesionam o osso aos poucos, favorecendo a fractura.

2. Patológicas - Geralmente, as fraturas patológicas ocorrem sem uma causa aparente ou


devido a pequenas pancadas, como na osteoporose ou em tumores ósseos, já que deixam os ossos
mais frágeis.

3. Aberta ou exposta - As fracturas abertas ou expostas são aquelas em que há ferimentos na


pele devido à fractura fazendo com que o local em que ocorreu fique exposto. Geralmente, existe
um maior risco de infecções nesse tipo de fractura e, por isso, o uso de antibióticos pode ser
indicado. Veja o que fazer em caso de fracturas expostas.

4. Fechada - As fracturas fechadas são um tipo de fractura que não causam rompimento da pele
apesar do osso quebrado, o que ainda assim é suficiente para causar sintomas como inchaço e dor
intensos no local.

5. Completa - Fracturas completas geralmente fazem com que o osso se quebre completamente
formando diferentes fragmentos.

6. Incompleta - São fracturas em que osso não se quebra completamente, mas provocam os
sintomas de fractura mesmo assim.

7. Simples - A fractura geralmente é considerada simples quando o osso se quebra em apenas


dois fragmentos.

8. Complexa - As fracturas são complexas quando o osso se quebra gerando vários fragmentos
que geralmente são difíceis de alinhar novamente apesar do tratamento, nem sempre mantendo
um bom contacto entre as partes quebradas.

Classificação das fracturas


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Existem algumas classificações de fractura, e estão definidas como:

 Fractura transversal (ou transversa), que ocorre quando a lesão óssea forma um ângulo de
90° em relação à linha do segmento ósseo.
 Fractura oblíqua ou perpendicular, ocorre quando o ângulo formado pela lesão é diferente
de 90° em relação à linha de segmento ósseo.

Quando tecidos ósseos do pronto fracturado se partem, e formam fragmentos que comprometem
a consolidação das duas faces, pela união delas, são classificados como fractura cominutiva.

 Fractura impactada ocorre quando um osso fracturado entra em contacto com uma
superfície íntegra, e provoca uma perfuração no osso devido ao impacto.

Quando uma fractura ocorre devido doenças crónicas que afectam tecidos ósseos, esta recebe o
nome de fractura patológica (LOMBA, 2012).

As fracturas também são descritas e classificadas de acordo com sua localização, extensão,
direcção, posição e número de linhas de fracturas e fragmentos ósseos resultantes. Cada região do
esqueleto possui suas próprias características de fractura e, consequentemente, sistemas de
classificação próprios. A fractura é inicialmente classificada em completa ou incompleta. A
fractura completa apresenta uma solução de continuidade em todo o diâmetro ósseo e a fractura
incompleta apresenta um segmento da cortical intacto (RODRIGUES, 2011).

 A fractura completa é classificada como simples ou cominutiva.


 A fractura simples apresenta uma linha de fractura com dois fragmentos ósseos.

A fractura cominuta (ou cominutiva) apresenta duas ou mais linhas de fractura, com, pelo menos,
três fragmentos ósseos. O grau de cominução geralmente se relaciona directamente com a
magnitude da energia envolvida no trauma. A fractura que apresenta a pele adjacente intacta é
denominada fechada. A fractura que apresenta 17 lesão da pele associada com ou sem exposição
óssea é denominada aberta ou exposta (RODRIGUES, 2011).

Cicatrização

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O osso cicatriza em diferentes velocidades, dependendo da idade e das doenças coexistentes do
paciente. Por exemplo, a cicatrização em crianças é muito mais rápida do que em adultos;
doenças que prejudicam a circulação periférica (p. ex., diabetes, doença vascular periférica)
desaceleram a cicatrização.

As fracturas cicatrizam em 3 fases que se superpõem:

 Inflamatório
 Reparação
 Remodelação
O estágio inflamatório ocorre primeiro. Forma-se um hematoma no local da fratura, e uma
pequena quantidade do osso nos fragmentos da fratura distal é reabsorvida.

Durante o estágio de reparo, forma-se um calo. Novos vasos sanguíneos se desenvolvem,


permitindo a formação de cartilagem em toda a linha da fratura. A imobilização (p. ex., com
gesso) é necessária durante os 2 primeiros estágios a fim de permitir a formação de novos vasos
sanguíneos.

Na fase de remodelação, o calo, que originalmente era cartilaginoso, torna-se ósseo e o osso é
reabsorvido e reconstruído (remodelado). Durante essa fase, os pacientes devem ser instruídos a
retomar gradualmente o movimento da parte lesada de maneira normal, inclusive carregando
peso.

Complicações

As complicações graves das fracturas são incomuns, mas podem ameaçar a viabilidade do
membro ou causar disfunção permanente do membro. O risco de complicações é alto nas
fracturas expostas (que predispõem a infecção) e nas fracturas que comprometem os vasos
sanguíneos, a perfusão tecidual e/ou os nervos. Fraturas fechadas que não envolvem os vasos
sanguíneos ou os nervos, em particular aquelas que são rapidamente reduzidas, são menos
propensas a resultar em complicações graves.

As complicações agudas (lesões associadas) incluem:

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 Sangramento: o sangramento acompanha todas as fraturas (e lesões de tecidos moles).
Raramente, o sangramento interno ou externo é grave o suficiente para causar choque
hemorrágico (p. ex., nas fraturas da pelve, fêmur e algumas fraturas expostas).

 Lesões vasculares: algumas fraturas expostas rompem vasos sanguíneos. Algumas


fraturas fechadas, particularmente fraturas supracondilares do úmero com deslocamento
posterior, comprometem suprimento vascular o suficiente para causar isquemia distal;
essa ruptura vascular pode permanecer clinicamente oculta horas após a lesão.

 Lesões neurais: os nervos podem ser lesados quando estirados por partes deslocadas de
um osso fraturado, quando feridos por um golpe rombo, quando esmagados em uma lesão
grave por esmagamento ou quando lacerado por fragmentos ósseos penetrantes.

 Embolia pulmonar: em pacientes com fratura de quadril ou pélvica, o risco de embolia


pulmonar é alto. Embolia pulmonar é a complicação fatal mais comum das graves fraturas
do quadril ou da pelve.

 Síndrome compartimental: pressão aumentada do tecido dentro do compartimento


fascial da coxa, dificultando o abastecimento vascular e a perfusão do tecido.

 Infecção: qualquer fratura pode infectar, mas o risco é maior nas fraturas expostas ou nas
tratadas cirurgicamente. Infecção aguda pode causar osteomielite, cuja cura é difícil.

Exame físico

O exame inclui
 Avaliação vascular e neurológica distal à lesão
 Examinar ferimentos abertos, deformidades, edema, equimoses e amplitude anômala ou
diminuída do movimento
 Palpação para avaliar sensibilidade, crepitação e defeitos macroscópicos no osso ou no
tendão
 Exame das articulações acima e abaixo da área lesada (p. ex., para lesões do ombro,
coluna vertebral e cotovelo)
 Depois de excluir fractura e luxação (por meio clínico ou imagem), fazer exame de
esforço das articulações comprometidas para avaliar dor e instabilidade
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Cuidados de Emergência

Coloque o membro afectado na posição mais natural possível, sem causar desconforto à
pessoa. Imobilize o local da fractura e também as articulações próximas acima e abaixo da área
afectada. Para imobilizar use talas de papelão, jornais dobrados, cabos de vassoura, bengalas,
galhos de árvore.

Os principais tratamentos que podem realizados pelo médico são:

 Imobilização do membro afectado, com gesso ou talas;


 Manipulação ou realinhamento manual do osso, chamada redução;
 Remédios anti-inflamatórios ou analgésicos, para aliviar a dor e o inchaço;
 Repouso do membro afectado, para ajudar na recuperação e alivia a dor;
 Elevação o membro afectado acima do nível do coração, sempre que possível, para
ajudar a reduzir o inchaço.

Além disso, dependendo do tipo de fractura, o médico pode indicar a realização de cirurgia.

Uma fractura é uma lesão muito dolorosa, os primeiros socorros imediatos são cruciais para ossos
quebrados. No entanto, os procedimentos que serão realizados devem levar em conta as
circunstâncias em que a vítima se encontra. No caso de fracturas que ocorram em locais de fácil
acesso do Serviço Médico de Emergência, os seguintes procedimentos devem ser realizados:

Primeiramente, é necessário avaliar a situação, e se houver pessoas por perto deve-se solicitar
ajuda. Após isso é recomendado acionar ou pedir que alguém acione o Serviço Médico de
Emergência. O estado de consciência da vítima deve ser verificado, realizando uma avaliação
primária por meio da monitoração ou tratamento dos sinais vitais, se necessário.

Mover os ossos feridos pode aumentar a dor e o sangramento e também pode levar a danos nos
tecidos. Sendo assim, é extremamente importante que a vítima de fractura não seja movimentada,
excepto se for necessário para evitar ferimentos. Feito isso, é necessário seguir as seguintes
recomendações:

 Faça uma avaliação das lesões;

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 Tranquilize a vítima para evitar que ela movimente a área lesionada enquanto aguardam o
atendimento médico;
 Pare qualquer sangramento aplicando pressão na ferida com um curativo estéril, um pano
limpo ou uma peça de roupa limpa. Dependendo do sangramento, considere o módulo
“Hemorragias”; Não tente realinhar o osso ou empurrá-lo;
 Não forneça ao paciente alimentos ou líquidos por via oral; Monitore o nível de
consciência da vítima. Grandes fracturas podem apresentar significativas hemorragias
internas ou externas e causar choque hipovolêmico. Cianose e pulso filiforme podem ser
indicativos dessa condição;
 Em caso de fracturas fechadas, se puder, aplique compressas com gelo na área afetada.
Isso causará diminuição da dor e ajudará na recuperação da lesão, evitando inchaços.

Quando a fractura ocorrer em locais afastados e que não há como acionar o atendimento médico,
como em: trabalhos em matas fechadas ou acampamento em locais desertos, será necessário
transportar a vítima para receber o devido tratamento. Sendo assim, o atendente de emergência
deve realizar os seguintes procedimentos:

 Fazer uma avaliação das lesões;


 Tranquilizar a vítima para evitar que ela movimente a área lesionada;
 Parar qualquer sangramento aplicando pressão na ferida com um curativo estéril, um pano
limpo ou uma peça de roupa limpa. Dependendo do sangramento, considere o módulo
“Hemorragias”; Não tentar realinhar o osso ou empurrá-lo;
 Imobilizar a área lesionada na posição em que foi encontrada;
 A imobilização deve ser feita com talas apropriadas, tipóias ou faixas que estiverem à
disposição, mas se caso não houver esses materiais, poderá ser utilizado qualquer tipo de
material rígido, como papelão, tábuas ou revistas e jornais dobrados;
 Deve-se verificar se existe acolchoamento suficiente entre a tala e a lesão;

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Conclusão

Ao concluirmos o trabalho, deu-nos a compreender que existem diferentes tipos de fracturas que
podem acometer o fêmur, onde pode-se destacar as mais comuns: fractura de cabeça do fémur,
colo de fémur, diáfise femural, fractura transtrocantérica e fractura subtrocantérica. As fracturas
também são descritas e classificadas de acordo com sua localização, extensão, direcção, posição e
número de linhas de fracturas e fragmentos ósseos resultantes. Cada região do esqueleto possui
suas próprias características de fractura e, consequentemente, sistemas de classificação próprios.
O conhecimento do tipo de fractura de fémur e sua causa são importantes para a escolha do
tratamento e manuseio do corpo, visando uma recuperação rápida e eficiente do paciente
(AAOS/SBOT, 2000).

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Referências Bibliograficas

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nerve block versus parenteral opioids alone for analgesia in emergency department patients with
hip fractures: A randomized controlled trial. Acad Emerg Med 20(6):584–591, 2013. doi:
10.1111/acem.12154

HEBERT, S.; XAVIER, R. Ortopedia e Traumatologia: Princípios e Prática. Porto Alegre: Artes
Médicas, 4ºed. 2008.

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antibiotic prophylaxis minimizes infection. J Orthop Trauma 29(1):1–6, 2015.

LOMBA, M. Traumatismos. Emergência e atendimentos pré-hospitalares. Objetivo saúde.


Olinda-PE, 4ª ed., v.3, p. 81-82, 2012.

McQueen MM, Gaston P, Court-Brown CM: Acute compartment syndrome. Who is at risk? J
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RENATA, A.; GOMES, R.; ANDRÉ, C. A importancia da liberação miofascial em pós fratura de
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