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As linguagens da criança e o mundo letrado

A brincadeira é a linguagem da criança, é o modo como ela se expressa, compreende a


natureza, o mundo social e a si mesma. É também sua forma de interagir com os outros.
Brincar é de fundamental importância para favorecer desenvolvimento integral da criança.

Ao tratar do desenvolvimento de 0 a 5 anos, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) da


educação infantil afirma que:

“as aprendizagens e o desenvolvimento das crianças têm como eixos estruturantes as


interações e a brincadeira”, buscando assegurar os direitos de conviver, brincar, participar,
explorar, expressar-se e conhecer-se.

Assim, a estrutura curricular da educação infantil está organizada em cinco campos de


experiências:
• O eu, o outro e o nós;
• Corpo, gestos e movimentos;
• Traços, sons, cores e formas;
• Escuta, fala, pensamento e imaginação;
• Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações.

Fonte: MEC/BNCC

Nesse sentido, é necessário planejar situações em que as crianças vivenciem as diversas


linguagens: plástica, corporal, musical e verbal. As práticas de leitura, escrita e oralidade se
incluem entre essas formas de expressão e devem ser oferecidas considerando as
necessidades, os interesses e a importância do brincar nessa etapa do desenvolvimento.

Brincadeiras e linguagem verbal

Jogos e brincadeiras com palavras fazem parte da cultura de diferentes povos. Elas são
maneiras de se envolver e forma lúdica com a linguagem verbal. Adivinhas, palavras cruzadas,
forca, trava-línguas, parlendas, brincos, rimas, aliterações… São diversas as formas de
manipular e se apropriar de palavras, compondo e decompondo-as.

Jogos de palavras convidam crianças a pensar sobre a dimensão sonora das palavras. Ainda
bebês, já somos imersos no caldo da cultura, por meio da oralidade. Canções de ninar, cantigas
de roda, lenga-lengas constituem logo cedo o mundo infantil.

O papel dos adultos, sejam os pais, avós, sejam cuidadores, educadores é fundamental nesse
processo, fazendo a mediação necessária para entenderem como se dão as relações humanas
e a exploração das linguagens. As brincadeiras mediadas e espontâneas serão base para a
alfabetização posterior dessas crianças.

Na educação infantil, o objetivo não é a alfabetização precoce, lembra a especialista em


alfabetização Maria Alice Junqueira. Nesse momento, diz a educadora, o importante é que a
família e a escola deem às crianças a oportunidade de entrar em contato com o mundo das
palavras, orais e escritas, de forma livre, explorando não só as dimensões lúdica e estética da
linguagem verbal, como também sonora e gráfica.

Entendemos os jogos e as brincadeiras como parte da cultura. É o adulto, seja a mãe, o pai, os
avós, seja o cuidador, o educador quem apresenta brincadeiras tradicionais. Isso acontece
desde bebês, por meio de acalantos e brincos, por exemplo”, lembra Alice.

Na escola, situações lúdicas podem acontecer tanto de forma espontânea, como propostos e
mediados pelos professores. Criar cantos em que as crianças possam brincar de faz-de-conta,
tendo à disposição fantasias, roupas, utensílios é uma forma de promover e estimular essas
experiências.

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