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O texto da versão provisória da Base (BNCC) aponta para a o contato com as culturas locais e de
outros países, exploração de materiais, recursos tecnológicos e de multimídias, e a realização de
produções prazerosas e inventivas com gestos, sons, traços, danças, mímicas, encenações, canções,
desenhos, modelagens, para desenvolver a sensibilidade das crianças.
Aproximar a Arte como conteúdo e ferramenta da educação de crianças pequenas vem sendo
apoiada em práticas por todo o mundo e no Brasil. Muitos estudos ratificam a percepção de que Arte,
cultura e expressividade contribuem de maneira fundamental no desenvolvimento
infantil. Destacamos 16 razões que apoiam esse pensamento:
Estudos mostram que as crianças que realizam produções nas quais se expressam leem melhor se
desenvolvem mais competências na matemática e nas ciências.
Crianças aprendem através dos sentidos e Arte é um excelente instrumento.
A expressão deve fazer parte da Educação.
Arte desenvolve a identidade e a autoestima.
Arte favorece a consciência do ambiente físico.
Arte desenvolve a coordenação mão-olho, sons-ritmos-movimentos, criatividade-inventividade-
faz de conta.
Arte melhora o desenvolvimento das percepções.
Arte ensina às crianças que pode existir mais do que uma solução para o mesmo problema.
Arte provoca as crianças a se envolverem em resolução criativa de problemas.
Quando a Arte é integrada a outras áreas do conhecimento, torna os conteúdos mais
desafiadores e atraentes, contribuindo no processo de aprendizagem.
O processo de experimentar e vivenciar a Arte apresenta à criança possibilidades, descobertas e
liberdade.
Arte resgata os recursos culturais da comunidade, criando história e despertando sentimento de
pertencimento.
Arte envolve diversos atores em torno de seus projetos: crianças, professores, pais, responsáveis
pela gestão das escolas e a comunidade.
Arte propicia um meio, um terreno comum, para aprender sobre si, os outros e o mundo,
trabalhando estereótipos, barreiras e preconceitos.
Professores formados (ou autoformados!) em Artes tem sensibilidade, pensamento aberto para
pesquisa e experimentação, desenvolvendo uma cultura de perguntas no lugar de respostas.
Arte é alimento da alma humana.
O texto da Base (BNCC) traz algumas indicações ao descrever os direitos de aprendizagem
das crianças no campo de experiências com as artes:
Fazer produções com as linguagens artísticas (música, dança, artes visuais e jogos dramáticos)
Valorizar as produções das outras crianças (além das próprias!)
Desfrutar (fruir) as manifestações culturais locais e de diferentes culturas, desenvolvendo
respeito à diversidade
Brincar com diferentes sons, ritmos, formas, cores, texturas, materiais não estruturados,
imagens, trajes e adereços e, com eles, desenvolver o faz de conta
Combinar o uso de materiais e tecnologias para recriar manifestações culturais
Participar da organização de passeios
Participar da organização, escolha de materiais e produção de eventos, festas, decoração de
ambientes e exposição de trabalhos
Utilizar diferentes linguagens para possibilitar o contato com manifestações do patrimônio
cultural, artístico e tecnológico.
Por meio das linguagens artísticas, comunicar com liberdade, criatividade e responsabilidade,
os sentimentos e ideias.
Experimentar o contato criativo e prazeroso de manifestações artísticas e culturais, locais e de
outras comunidades.
Conhecer-se, por meio do contato com a cultura, desenvolvendo a sensibilidade, criatividade,
gosto pessoal e seu jeito singular de se expressar.
Trabalhar as linguagens artísticas com os pequenos, mediar brincadeiras com diferentes sons, ritmos,
formas, cores, texturas, materiais plásticos e não estruturados, imagens, trajes e adereços, combinar
o uso de materiais e tecnologias e promover o contato criativo com a cultura são os pilares desse
campo de experiências. Também são aspectos importantes da educação infantil que nem sempre
contam com uma formação específica do professor. A importância do desenvolvimento desse campo
de experiências não é valorizado por grande parte dos cursos de pedagogia. Assim, cabe ao
professor, pessoalmente, estudar, pesquisar e experimentar as linguagens da Arte e buscar envolver-
se com a cultura. A visita a museus, a escuta de um repertório diversificado de estilos e gêneros
musicais, a frequência em teatros também constroem e complementam a formação e a sensibilização
do profissional da educação.
Mas ficam questões: hoje, você sente que tem recursos para desenvolver esse campo de experiências?
Quais conteúdos das linguagens das artes são necessários para ampliar a sua qualificação? Para qual
dos direitos de aprendizagem você precisaria de mais apoio?
Campos de Experiência: Linguagens da Arte em Educação Infantil
Postado em 2017-05-11T22:12:16+00:00 por Tempo de Creche
A linguagem da Arte exercita e amplia a aprendizagem das formas de expressão com o desvelar de
uma riqueza de sentimentos e percepções, relações e possibilidades.
As crianças dizem o mesmo, descobrem possibilidades nas propostas de artes, porque fazer arte é
engajamento de todos os sentidos, é um convite irrecusável à experimentação.
A questão que se coloca diante do professor é o desafio de selecionar, dentre tantas alternativas,
quais conteúdos priorizar, quais materiais apresentar, quais espaços explorar. Apesar desse leque de
possibilidades, o professor tem caminhos para não fazer escolhas aleatórias:
√ - Conhecer o grupo com o qual atua, como se relacionam e os saberes que as crianças já têm;
√ - Levantar os desejos orientadores que partem das crianças;
√ - Refletir sobre algumas metas (demandas, necessidades, temas e interesses);
√ - Prever tempo e espaço disponíveis e suficientes;
√ - Verificar a disponibilidade de materiais.
Artes plásticas: o que esperar da pesquisa das crianças com tintas? Elas já experimentaram
bastante o material? As marcas são intencionais? Reconhecem suas produções? Observam os
movimentos dos colegas e aprendem com o outro? Que tal alterar a textura da tinta? Ou a sua
densidade? Ou propor pintar com os pés?
Expressão Corporal: quais ritmos e estilos musicais têm ouvido? Tem se movimentado ao ritmo da
música? Como são os movimentos? É possível apresentar adereços como fitas, saias, chapéus para
desafiar novos movimentos?
Música: as crianças exploram os sons dos objetos? Buscam fontes sonoras dos barulhos? Fazem
objetos sonoros e se expressam por meio deles e de instrumentos musicais? Quais músicas sabem
cantar? Que músicas e estilos musicais diferentes podem ser propostos?
Faz de conta e jogo simbólico – quais histórias ou enredos as crianças conhecem e costumam
brincar? Já assumem papeis? Quais objetos e roupas podem enriquecer as brincadeiras?
Tudo junto e misturado: faz de conta, expressão corporal, num cenário elaborado a partir de
propostas de artes visuais, sonorização com objetos e musicalização com canções e instrumentos
musicais.
Na verdade, distinguir as linguagens das artes é um pensamento dos adultos. Do mesmo modo que
pensamos nos diferentes campos de experiências, ao desenvolver repertórios, as crianças utilizam
todas as linguagens e até criam linguagens próprias para comunicar o que sentem, desejam e
pensam.
Falamos em planejar, registrar, refletir e replanejar como uma postura contemporânea do educador,
que percebe as crianças e acolhe suas contribuições. Mas isso é suficiente no contexto formal da
Educação Infantil?
O que dizer de currículos oficias, como a BNCC, com conteúdos a serem ensinados ?
→ Por onde começar?
→ Quem pensa sobre a criança e a infância hoje?
Podemos partir de uma discussão baseada na Antropologia da Criança para buscar conclusões.
Clarice Cohn (2005) disse que a criança produz cultura, não pelos objetos ou relatos que constrói,
mas pela formulação de um sentido que dá ao mundo que a rodeia. Segundo a antropóloga, criança
não sabe menos, sabe outra coisa e nós adultos precisamos entrar neste mundo respeitando uma
cultura que já existe. Essa postura faz toda a diferença ao pensar em “currículos” e “ensinos”, porque
não é possível construir desenvolvimento sobre um território desrespeitado ou até destruído.
Conhecer a cultura da infância das crianças com as quais trabalhamos, é o primeiro ponto de partida
para pensar no contexto educativo.
O segundo ponto é refletir sobre a forma como entendemos a infância e o que ela representa para a
constituição do futuro adulto.
O terceiro ponto apoia-se nas pesquisas da arquitetura do cérebro, que é formado pelas
experiências, aprendizagens e emoções vividas na infância.
Simples?
Não, complexo! E desafiador!
Fomos treinados para conduzir o ensino e dar aulas. Esse modo de agir não é respeitoso e nem
produtivo.
Se aquilo que é planejado só parte do desejo do educador, por mais interessante que seja, cai na
imposição. Se planejamos pensando nos interesses e pesquisas já apresentados pelas crianças e nas
necessidades identificadas nas reflexões pedagógicas, então oferecemos oportunidades de
experiências. Se pensamos em propor (não fazer!) atividade, com opções de propostas “paralelas”
para quem tem outros desejos, garantimos vivências significativas.
Expressão e comunicação
Criação e experimentação de diversas linguagens e formas expressivas
Vivências artísticas e ampliação de repertório cultural e artístico
Como ter inspiração para planejar boas propostas, que abranjam todos os campos de
experiência das crianças?
Reconhecemos a potência das crianças. Entendemos que precisamos estar à altura dos seus
interesses e pesquisas. Sabemos quando “acertamos em cheio” e percebemos as propostas que
envolvem os pequenos e rendem mil descobertas. Existe uma fonte inesgotável de sugestões de
atividades?
Sim! Tudo se resolve quando a fonte é o que enxergamos e ouvimos das próprias crianças! É ao olhar
para o que cativa e provoca descobertas que pode nos conduzir a uma jornada certeira de
planejamentos, pesquisas e aprendizados. Do contrário, tudo o que planejarmos será artificial,
porque partirá do nosso interesse, da nossa vontade, da nossa brincadeira.
Ao dedicar olhos e ouvidos para as crianças, e esforços para encaminhar suas sugestões, garantimos
um estado de experimentação que conduz os pequenos ao desenvolvimento constante.
Mas não temos memória de computador! É impossível agir e refletir sobre os detalhes que brotam
durante as propostas. Nesse aspecto podemos compreender a importância e o significado dos
planejamentos e dos registros. Planejamentos conectados a um bom registro compõem o material
que revelará a fonte de inspirações.
Com formato e significado pessoal, as formas de planejar, registrar, retomar os conteúdos e refletir
são diferentes para cada um. É um espaço, a princípio, só nosso. Como se o caderno, pasta ou cartaz
utilizado fosse uma extensão do nosso próprio pensamento. Porém, todo material que for elaborado
para comunicar e partilhar, pode e deve ser editado por você (selecionado e rescrito) a partir dos
suas próprias informações.
Que tal começar a pensar no SEU jeito de planejar e registrar a partir de um Calendário
de Possibilidades?
Mas como fazer? O que deve ter num calendário desses?
Muitas ideias e mão na massa!
Fazer o planejamento das atividades para os períodos da manhã e da tarde, para uma semana.
Escrever em cada dia do calendário o campo de experiência, o espaço e os materiais a serem
utilizados nas atividades planejadas.
Será que você contemplou todos os campos de experiência ao longo da semana? Variou os
espaços e os materiais?
Pronto! Chegou a hora de desenvolver as atividades planejadas. Enquanto as ações vão acontecendo,
é bom ter algumas perguntas na cabeça:
A atividade é adequada ao espaço? Em qual outro espaço ela também pode ser
desenvolvida?
Do que as crianças gostam de brincar e fazer naquele lugar?
Percebo algum material que inspira os pequenos? Que outros materiais podem enriquecer e
ampliar a brincadeira e os desejos de pesquisa?
Alguma brincadeira envolve e pode ser aprofundada?
Anote as impressões mais evidentes e significativas e os possíveis encaminhamentos num pequeno
post it ou papelzinho e cole no calendário, sobre a atividade planejada. Este será o seu registro mais
imediato.
Esse quadro de informações reunidas encaminhará as reflexões sobre os tempos, os espaços, os
materiais e interesses dos pequenos. Ficará mais fácil para você se inspirar nas crianças e perceber o
percurso que pode ser oferecido, sem deixar de fora nenhum dos campos de experiência.
Gosto de olhar as descobertas que fazem quando catam alguma coisa no chão ou sobem nos
canteiros e muretas, propondo desafios corporais ao andar, recolher pedrinhas, colecionar folhas…
Nas casas, na rua, e principalmente nas creches, as crianças brincam, descobrem possibilidades,
pensam hipóteses para explicar o que não entendem.
-> observar,
-> medir,
-> quantificar,
-> estabelecer comparações,
-> criar explicações e
-> criar registros
As inúmeras possibilidades de experiências e descobertas que as crianças podem fazer envolvem:
-> as noções e percepções dos espaços ao situar-se, movimentar-se e localizar-se espacialmente,
-> o reconhecimento da passagem do tempo,
-> o perceber e fazer relações de tamanho, de cor, de forma etc.
-> o perceber e lidar com quantidades.
Mas qual Campo de Experiências inclui estas distintas ações das crianças?
A Base Nacional Comum da Educação Infantil propõe o Campo de Experiências: Espaços, Tempos,
Quantidades, Relações e Transformações.
O professor ainda pode levantar as ações que envolvem espacialidade, temporalidade, quantificação,
correspondência, comparação e transformações, registrando as situações cotidianas em que
surgiram para usar como contexto de atividades de ampliação dessas experiências. Outra dica é
anotar as respostas ou hipóteses dos pequenos para perguntas que envolvam as palavras
“quantos?”, “quando?” e “como?”. Nas respostas estão os indicadores da permanente busca das
crianças em construir significados, em aprender e compreender o mundo. Vale a pena conferir!
A Base Comum propõe que o professor crie situações de aprendizagem que possibilitem à criança:
Conviver e explorar: identificando, nomeando, descrevendo e explicando fenômenos naturais
observados, tais como:
-> o sol e a chuva,
-> a terra e a areia,
-> os líquidos e seus movimentos,
-> os espaços grandes e pequenos, cheios e vazios, aqueles em que se pode entrar, os que se
pode subir etc.
Brincar com diferentes materiais, experimentando a diversidade de formas, texturas, cheiros,
cores, tamanhos, pesos, densidades e possibilidades de transferência. Com:
-> Objetos do cotidiano que favorecem essa pesquisa (copos, bacias, pratos, tecidos, mantas,
espumas, sapatos, agasalhos, mochilas, caixas e caixotes, etc.).
-> Sementes, terra, areia, pedras, galhos e gravetos, tampinhas de garrafa, garrafas pet.
Participar da resolução de problemas cotidianos que envolvam quantidades, medidas, dimensões,
tempos, espaços, comparações, transformações. Na prática pode-se:
-> trabalhar com os volumes na hora do suco,
-> utilizar baldes, pás e areia, pedras ou sementes para preencher e perceber quantidades,
-> entregar para todos da turma os copos de suco, as pazinhas de brincar na comentar com as
crianças sobre a distribuição igual de folhas de papel (uma para cada um, por exemplo), porção
de massinha,
-> pedir ajuda para distribuir pratos, copos e alimentos, colocar a mesa, guardar brinquedos em
caixas por tipo e categoria etc.
-> trabalhar os estados da água na percepção das características e das transformações,
-> cortar frutas e legumes para conhecer o interior, plantar e acompanhar o desenvolvimento dos
vegetais e a temporalidade do processo. Trabalhar a culinária destacando e provocando hipóteses
sobre as misturas e seus resultados
Promover narrativas sobre as ideias, observações, hipóteses, registros e explicações das crianças
sobre:
-> objetos,
-> organismos vivos,
-> personagens,
-> acontecimentos sociais e culturais
-> fenômenos da natureza
-> preservação do ambiente.
Uma dica importante na organização das propostas: a quantidade de material deve ser suficiente
para que cada criança possa descobrir as características e propriedades principais e suas
possibilidades associativas: empilhar, rolar, transvasar, encaixar, encher, esvaziar.
Sobre a Base
A Base Nacional Comum vem cumprir a meta 7 (sete) do Plano Nacional de Educação (PNE) que
visa fomentar a qualidade da Educação Básica, do fluxo escolar e da aprendizagem. Este
documento esteve em consulta pública e a lei determina que até junho de 2016 ela seja
encaminhada ao Conselho Nacional de Educação (CNE).
Como a criança interfere e se apropria dos espaços? É possível trabalhar o tempo? As quantidades?
E os fenômenos naturais? Como a Base Nacional Comum Curricular aborda o pensamento
matemático nas crianças pequenas?
Começando a conhecer o mundo, os bebês e as crianças pequenas iniciam e criam as primeiras
aproximações com ele: observam, mexem, jogam, mordem, interagem, investigam…
O texto provisório do documento da Base Nacional Comum Curricular também aborda propostas
para provocar e desenvolver o campo de Experiências Espaços, Tempos, Quantidades, Relações e
Transformações em cada eixo de objetivos:
Conviver,
Brincar,
Explorar,
Participar,
Comunicar,
Conhecer-se
O desafio consiste em identificar modos de aprofundar cada item e planejar situações de
aprendizagens pertinentes que vão ao encontro dos interesses demonstrados pelas crianças:
-> Explorar os espaços
-> Perceber a passagem do tempo
-> Perceber quantidades
-> Perceber e fazer relações
-> Perceber e realizar transformações
Sugerimos algumas possibilidades para inspirar ideias de ampliação e enriquecimento das
aprendizagens das crianças nesse campo que desafia o raciocínio, provoca o levantamento de
hipóteses e trabalha o espírito pesquisador natural dos pequenos.
As oportunidades das situações cotidianas são privilegiadas e significativas. São muitas as ocasiões
em que podemos oferecer variadas experiências e pesquisas com as noções e elementos do espaço,
do tempo, de relações, de quantificação e transformação. Esses conceitos desenvolvem o
pensamento matemático e espacial das crianças.
As crianças pensam e se expressam de formas diferentes. Conhecer as formas como pensam ajuda o
professor a criar situações que desafiem e enriqueçam esta forma peculiar de organizar o
conhecimento. As situações deverão, então, ter um caráter amplo e múltiplo, para que as crianças
possam se interessar e fazer relações sobre os vários campos de experiência.
O faz-de-conta das crianças pode ser enriquecido pelo professor ao prever objetos e brinquedos que
ampliem a questão da quantidade: muitos objetos de um tipo e poucos de outros; ter ou não objetos
suficientes para todos do grupo que estão na brincadeira.
A relação com a representação escrita pode ser contemplada organizando-se espaços próprios com
objetos e brinquedos que contenham números, como telefone, máquina de calcular, relógio, teclado
de computador etc..
É possível também fazer uma aproximação significativa com a função dos números: – Quantos anos
você tem?; – Quantos anos o aniversariante está fazendo?
Relacionar o que os pequenos pensam com aquilo que fazem e conhecem também instrumentaliza o
professor para enriquecer e ampliar as pesquisas e hipóteses sobre relações entre fatos, objetos e
fenômenos.
1. A língua da criança é o brincar. Para falar com a criança na sua língua o adulto deve ser
lúdico. Isto é acreditar que, para a criança TODA A ROTINA é um brincar que, a cada momento do dia
vai “transformando” uma brincadeira em outra.
2. Educação Infantil se desenvolve a partir do brincar mediado pelo adulto. Isso é dizer que o
brincar é para a criança; observar, acompanhar e entrar na brincadeira para ampliar e favorecer as
experiências é função do educador.
3. No faz de conta a criança aprende sobre o próprio corpo, a se relacionar, a controlar suas reações
e a criar.Mergulhar nas situações que o faz de conta proporciona favorece a experimentação lúdica
de relações, resolução de conflitos, pesquisas e exercício de criatividade.
4. A infância possui uma cultura própria e, portanto, a criança é a criadora dessa cultura. A
Educação Infantil deve considerar e valorizar esta cultura porque cada criança traz consigo uma
bagagem de conhecimentos, gostos e experiências que adquiriu com sua família e sua comunidade.
Essa bagagem combinada à natureza brincante da infância é a base dessa cultura infantil.
5. É fazendo que a criança aprende: aprende a se conhecer, a respeitar o outro, a valorizar o
trabalho e, assim, se formar como um cidadão. A Rotina da Educação Infantil deve ser a plataforma
desse aprendizado, sem minimizar as potencialidades das crianças e fornecendo situações práticas
para esse aprendizado. E isso é aprender a autonomia (auto= próprio; nomia= regra), num processo
construído com as oportunidades de escolhas que as crianças fazem.
6. A criança vive as situações como um todo. Na Educação Infantil não é possível separar as
vivências e os aprendizados. As crianças embarcam nos momentos do dia por inteiro. Elas não
percebem se estão aprendendo linguagem, noções de matemática, exercitando o corpo, limpando o
ambiente, plantando ou lavando as mãos porque, no seu universo, todas as vivências são
brincadeiras.
7. A Rotina deve oferecer referência, segurança e organização, sem se contrapor ao ritmo, aos
movimentos e ao encanto. Pensando assim, a Rotina é uma referência, um porto seguro para as
crianças sempre se encontrarem no tempo e no espaço da creche.
9. O uso de materiais de largo alcance (não estruturados) amplia as brincadeiras e instiga o faz de
conta. Sucatas, elementos da natureza e objetos de uso diário (caixas de todos os tipos, canos, tocos
de madeira, garrafas pet, latas, folhas, gravetos, terra, pedras, reuso de utensílios de cozinha, baldes,
bacias e muitos etc.), ao contrário dos brinquedos estruturados, não trazem consigo um rótulo de
como brincar. Assim, instigam a criatividade, ampliam as possibilidades plásticas, as experiências, a
invenção e enriquecem o faz de conta (matéria prima do desenvolvimento da infância).