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ºrientada por
MARIA TERESA ESTRELA e ALBANO ESTRELA
CURRÍCULQ:
TEORIA E PRAXISTitulo: CURRÍCULO: TEORIA E PRAXIS
Autor: José Augusto Pacheco
Editora: Porto Editora
O PORTO EDITORA, LDA. — 2001
Rua da Restauração. 365
4099-023 PORTO — PORTUGAL
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ÍNDICE
A0 mesmo tempo que adquiriu uma crescente relevância na educação (estruturas orga—
nizacionais escolares e não escolares) também é certo que o currículo originou uma
grande
confusão terminológica que acentuou as divergências existentes no pensamento
curricular.
Daí que a situação moribunda, num dado momento, deste domínio do conhecimentc
educativo seja explicada, em certa medida, pela excessiva discussão teórica das
questões
curriculares e pela ausência de uma intervenção prática orientada para a resolução
de pro—
blemas ou para a escolha das melhores alternativas.
Por mais divergência que exista — e para Tanner e Tanner (1987) esse será um dos
aspectos positivos do campo curricular porque manterá mais interessante a
investigação —,
o currículo, enquanto projecto educativo e projecto didáctico, encerra três ideias-
chave: de
um propósito educativo planificado no tempo e no espaço em função de finalidades;
de um
processo de ensino—aprendizagem, com referência a conteúdos e actividades; de um
con-
texto específico — o da escola ou organização formativa.
Nas primeiras definições de currículo — propostas, entre outros, por Tyler, Good,
Belth,
Phenix, Taba, Johnson, D'Hainaut (Connelly e Lantz, 1991; Jackson, 1992; Toobs e
Tier—
ney, 1993) — constata-se que correspondem a um plano de estudos, ou a um programa,
muito estruturado e organizado na base de objectivos, conteúdos e actividades e de
acordo
com a natureza das disciplinas. Decorre daqui a importância de o currículo
representar algo
muito planificado e que será depois implementado na base do cumprimento das
intenções
previstas. Os objectivos, que expressam a antecipação de resultados, e os conteúdos
a ensi-
nar são, assim, aspectos fundamentais para a definição do que é o curriculo.
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16
Outras definições de currículo (propostas por Schawb, Smith et al., Foshay, Rugg,
Cas-
well, Stenhouse, Gimeno, Zabalza, Kemmis, etc.), embora referindo o plano ou o pro-
grama, apresentam-no ora como o conjunto das experiências educativas vividas pelos
alu-
nos dentro do contexto escolar, ora como um propósito bastante flexível que
permanece
aberto e dependente das condições da sua aplicação. Quer dizer, pois, que não se
concei—
tuará currículo como um plano, totalmente previsto, mas como um todo organizado em
função de questões previamente planificadas, do contexto em que ocorre e dos
saberes, ati-
tudes, valores, crenças que os intervenientes trazem consigo, com a valorização das
expe-
riências e dos processos de aprendizagem.
lmpera, neste último caso, a perspectiva curricular anglo-saxómca que conceitua
curri-
culo de uma forma abrangente, englobando tanto as decisões ao nível das estruturas
polí-
ticas como ao nível das estruturas escolares. &,
Situa-se nesta perspectiva a definição de currículo dada por-Bonboir (1992: 11),
que é
muito mais lata que a noção de programa, pois abarca o que é ensinado, no conteúdo
e na
forma, os objectivos, incluindo os critérios da avaliação, a organização e
estrutura dos estu-
dos, sua duração e a graduação da progressão (anos sucessivos ou ciclos sancionados
por
um diploma).
Respondendo a estas questões, que expressam uma série de interrºgações, pode dizer-
—se que jamais se achará uma resposta definitiva, visto que a conceituação de
curriculo e
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ais e Humanas.
Para se criar uma base comum de diálogo e discussão, é necessário que todos quantos
se debruçam sobre esta questão estabeleçam as relações do Currículo com a Sociedade
e
seus valores inerentes e ainda com as concepções de Homem, Mundo e Informação.
Os elementos dos sistemas sociais são as pessoas que se ligam pela informação que
se
estabelece entre elas. Por conseguinte, o currículo é um propósito que não é neutro
em ter-
mos de informação, já que esta deriva de diferentes níveis e é veiculada por
diversos agen-
tes curriculares dentro do contexto de vários condicionalismos Assim
Ora, todas estas intenções variam de sociedade para sociedade, tendo sempre por
base
uma matriz civilizacional que estabelece os parâmetros globais de interpretação
cultural,
razão pela qual Grundy (1987: 5) afirma que o currículo não é um conceito mas uma
cons-_
trução cultural:
“O cum'culo não é, no entanto, um conceito; é uma construção cultural,
isto é, não é um conceito abstracto que possui alguma existência exterior e
alguma experiência humana. Pelo contrário, é um
modo de organizar um
conjunto de práticas educacionais humanas."
Deste modo, o currículo e uma construção que deve ser estudada “na relação com as
condições históricas e sociais em que se produzem as suas diversas realizações
concretas
e na ordenação particular do seu discurso” (Kernmis, 1988: 44) e também na relação
com
o contexto de implementação, geralmente a escola ou a instituição de formação.
Com efeito, perspectiva-se a construção do currículo de uma forma não linear, longe
de
uma engenharia cunicular proposta por Tyler, admitindo-se a sua natureza caótica. É
neste
sentido que Macpershon (1995) utiliza a metáfora dos at:-actores curriculares ou do
caos
para fundamentar a amálgama de intenções e de práticas em que um currículo
inevitavel-
mente se converte sempre que procura responder a estas questões: para que são as
escolas?
O que deve ser e curn’culo‘? Quem deve planear o currículo?”.
É evidente que a resposta a qualquer uma destas interrogações depende dos argumen-
tos ideológicos, econômicos, sociais, culturais que determinam o sistema educativo
e, con-
sequentemente, o sistema curricular. Enquanto projecto de formação, o currículo é
expli-
cado por uma natureza caótica, que subjaz na pluralidade de decisões que são
tomadas e
interpretadas por diversos actores, e por uma contínua recontextualização do que
pode ser
face ao que deve ser.
Ainda na reconceptualização do currículo dentro das fronteiras da pós-modernidade,
outros autores falam do paradigma não reducionista, dos fundamentos do currículo
pós—
-moderno, das características do neve curricule e da relação teoria—prática
(Estebaranz,
1994; Slattery, 1995; Fernandes, 2000).
Digamos que destas propostas resulta, por um lado, a concepção de curriculo como
pro-
jecto, pois defende-se a ênfase na acção, a participação equilibrada, consistente e
reflexiva, o
desenvolvimento curricular centrado na escola; por outro, a abordagem sistémica
como ele-
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No entanto, não poderemos esquecer que existem divergências sobre o que significa a
reconceptualização (Pacheco, 2000a; Moreira, 1998), sendo também possível
reconhecer
que o currículo constrói—se na diversidade e convergência de discursos, ou de
argumentos,
que contribuem para a clarificação de opções quanto ‘a tomada de decisão.
O que a teoria crítica traz ao campo curricular, para além dos dilemas e das
contradi-
ções teóricas (Pacheco, 2001a), é o facto de sublinhar a ênfase na auto—
referencialidade dos
projectos de formação, isto é, a exploração dos discursos de reflexão sobre as
práticas que
não se perspectivam como produtos, ou planos regulados burocrática e
tecnologicamente,
mas como projectos que são identificáveis quer nas relações de interdependência dos
acto-
res, dentro dos contextos de formação das políticas culturais, quer nas
interpretações
daqueles que são os seus sujeitos. Com efeito, o criticismo curricular estará
indelevelmente
ligado a uma teoria crítica da aprendizagem, pois “a focalização mais na
aprendizagem do
que nas instituições (caso das escolas, das matérias ou do currículo) deve
constituir o cen-
tro da teoria crítica educacional do futuro” (Young, 1998: 181).
E se Kliebard (1985) afirmou que a tarefa dos próximos 50 anos no campo curricular
é
a do desenvolvimento de alternativas ao modo como o pensamento tem sido claramente
dominado nos seus primeiros 50 anos, então a tarefa continua válida, mas desde que
não
se pretenda substituir um pensamento dominante — o de Tyler — por uma amálgama de
pers-
pectivas que desfiguram o corpus identitário do currículo.
Nesta linha, o ensino como arte contraria o sentido receituário, preconizado pela
nor-
matividade didáctica, chamando a atenção para a intuição e criatividade e
reforçando o
sentido pragmático, pois cada professor configura um estilo único e pessoal de
ensino.
Muitos autores exageram, caso de l-lighet8 ao afirmar que “ensinar não é provocar
uma
reacção química: parece-se muito mais com a pintura de um quadro ou com a
composição
de uma obra musical ou, num nível mais modesto, plantar árvores num jardim ou
escrever
uma carta a um amigo”.
Para Eisner (1979: 153), o ensino como arte pode considerar-se, pelo menos, em qua-
tro sentidos:
“a) É uma arte no sentido que o ensino pode ser realizado com tal habili-
dade e harmonia que, tanto para o aluno como para o professor, a expe-
riência pode ser justificadamente considerada como estética;
b) o ensino é uma arte no sentido que os professores como os pintores,
compositores, actores e dançarinos. fazem juízos baseados, em grande
parte, nas qualidades que se revelam no curso da acção;
c) o ensino é uma arte no sentido que a actividade dos professores não está
dominada por prescrições ou rotinas senão por qualidades e contingên-
cias que são imprevisíveis;
d) o ensino é uma arte no sentido que os fins que se conseguem são fre-
quentemente criados durante o processo."
ª Citamos de Gage (1984: õi).
5U
Pressupostos curriculares
ontrariamente ao que Comenio defendeu, não é possível hoje em dia ensinar tudo a
todos. Tal situação faz do currículo um projecto de formação que tem obrigatoria-
mente um significado social e político, cujos pressupostos estão presentes nas fon-
tes apontadas por Tyler para a identificação dos objectivos educacionais: cultura,
sociedade
e aluno.
Para uma melhor explicitação das bases de uma justificação curricular passamos a
ana-
lisar o currículo à luz destas abordagens: social, cultural, individual e
ideológica.
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515.1. ANÁLISE DA SOCIEDADE
Como sugerem V. De Landsheere e G. De Landsheere (1983: 49). Cll-lando tentam jus—
tificar a escolha dos alvos da educação, a primazia deve ir para a análise das
exigências da
sociedade:
“Começando a educação formalizada por ser filha de uma sociedade antes
de se vir a transformar, eventualmente. num agente de transformação dessa
mesma sociedade, a análise das exigências da sociedade mãe constitui o
primeiro tempo da definição dos alvos da educação."
Não será tarefa fácil estabelecer o que a sociedade exige da educação, e vice-
versa,
essencialmente numa sociedade tecnológica em constante mutação, em que a
repercussão
da técnica e da ciência impõem novos desafios à educação. Por conseguinte, em
termos
curriculares, além de outros aspectos como o contexto social e político e os
factores de con—
trolo e de influência da sociedade sobre o currículo, questiona-se a função social
da Escola,
descrita por Ribeiro (1990: 52) nos três seguintes aspectos:
“a) Que aptidões, atitudes e conhecimentos propostos pelo currículo aju—
dam os membros da comunidade social a funcionar, de modo compe-
tente, nos seus papéis e funções sociais?
b) Que relação pode existir entre aqueles e a análise dos principais papéis
e funções sociais a desempenhar pelos membros da sociedade?
52
“Assim, não pode haver uma Escola que não seja de uma Sociedade: dela
recebe o direito e os meios permanentes de existência; dela recebe penna-
nentemente encomendas educativas mais ou menos precisas; a ela entrega
permanentemente os seus produtos educativos, mais próximos ou mais
afastados das respectivas demandas e das respectivas necessidades; dela
recebe estímulos e censuras; a ela dirige louvores, críticas ou censuras; a
riqueza e pobreza dessa Sociedade repercutem-se em si, como a sua
riqueza e pobreza se repercute nessa Sociedade."
Contudo, a relação escola/sociedade impõe uma outra leitura: a da legitimação das
desi—
gualdades sociais ou a da sua Conecção e atenuação. Como bem diz Brennan (1985), os
alunos não entram na escola como folhas em branco nas quais os professores escrevem
colectivamente a educação. Trazem atitudes e valores assimilados no seio familiar e
no
meio social.
Taba (1983: 98), partindo da ideia da educação escolar como um agente de mudança,
sugere que “o currículo deve incluir os processos de interpretação, discussão e
considera-
ção da mudança", sendo “tarefa do docente capacitar o indivíduo para reconhecer
situações
novas e resolve-las inteligentemente”.
De forma genérica, e essa tem sido a tradição seguida, conforme recomenda Phenix
(1962)9, a construção curricular faz-se na estrita observância da disciplina, com a
sua estru-
tura e lógica interna:
“Em poucas palavras, a minha tese é que todo o conteúdo do cunículo
devia ser extraído das disciplinas, ou, dito de outro modo, só o conheci-
mento contido nas disciplinas e apropriado para o currículo [...] Precisa-
mos de recuperar o significado essencial de uma disciplina como um corpo
de saber que instrui. Compreendido isto, as disciplinas serão vistas como
guias de um bom ensino e aprendizagem, e o carácter de ser instrutivo será
visto como marca de uma boa disciplina."
Observando a função cultural da escola na LBSE, constata-se que começa por ser
descrita
numa perspectiva histórica, direccionando—se depois para a valorização do
conhecimento:
“Contribuir para a defesa da identidade nacional e para o reforço da fideli-
dade à matriz histórica de Portugal, através da consciencialização relativa-
mente ao património cultural do povo português, no quadro da tradição
universalista europeia e da crescente interdependência e necessária solida—
riedade entre todos os povos do mundo [...] Assegurar o direito à diferença,
mercê do respeito pelas personalidades e pelos projectos individuais da
existência, bem como da consideração e valorização dos diferentes saberes
e culturas.” (LBSE, alíneas a) e d), art.° 3.°)
5.3. ANÁLISE D0 ALUNO
A análise do sujeito, e do seu processo de aprendizagem, é uma das abordagens
imprescindíveis na análise curricular. Lembra Taba (1983: 109) que “o conhecimento
sobre o aluno e sobre a aprendizagem é relevante para a adopção de uma quantidade
de
decisões acerca do currículo”, já que constitui a sua dimensão psicológica, ou
seja, a natu-
º Citamos de Fernando Machado e Maria Gonçalves ( l99l: 131433).
54
O paradigma de aprendizagem com mais tradição curricular e aquele que foi proposto
pelo behaviourismo (Pavlov, Thordnike, Skinner, etc.) e de que Tyler (1949) foi um
lídimo
representante quando diz que educar significa modificar as formas de conduta
humana.
Tomamos aqui o termo conduta num sentido mais amplo que compreende tanto o pensa-
mento e o sentimento como a acção manifesta.
- Há que estabelecer uma diferença entre o que o aluno é capaz de fazer e de apren-
der por si mesmo (desenvolvimento real) e o que é capaz de fazer e aprender com
a ajuda e o concurso de outras pessoas, observando-as, imitando—as, seguindo as
suas instruções ou colaborando com elas (desenvolvimento potencial). O ensino efi-
caz é, pois, o que parte do nível de desenvolvimento do aluno, mas que não se lhe
acomoda, para o fazer progredir através da sua Zona de Desenvolvimento Próximo
(para Vygotsky, distância entre o nível de Desenvolvimento Real e o nível de
Desenvolvimento Potencial) para ampliar e criar, eventualmente, novas zonas de
Desenvolvimento Próximo.
' O processo pelo qual se produz a aprendizagem significativa requer uma intensa
acti-
vidade por parte do aluno que deve estabelecer relações entre o novo conteúdo e os
elementos já disponíveis na sua estrutura cognitiva.
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No ambiente de aprendizagem, aspecto que nem sempre é considerado nos estudos cur-
riculares, mas que é de capital importância, analisam-se as determinantes
contextuais e
ecológicas que estão presentes na relação tripartida entre professores—alunos-
conteúdos.
Refere Gimeno (1988: 109) que o currículo “ocorre num ambiente que é, por si mesmo,
um elemento modelador e mediatizador das aprendizagens e ainda fonte de estímulos
ori-
ginais e independentes do próprio projecto cultural curricular, formando, no seu
conjunto,
o projecto educativo e socializador da instituição”.
Daí que Apple (1979) considere que a ideologia serve os interesses da classe
dominante
pºrque distorce a realidade do quadro social. Mesmo sendo um dos conceitos mais
indefi-
—_———-——-—____
57níveis nas Ciências Sociais, a ideologia utiliza-se para designar as relações de
poder ou as 3
práticas que socialmente contribuem para a formação de crenças e rituais, isto é,
um sis-
tema de representações que é colectivamente partilhado.
Com o advento do estado moderno, o currículo torna-se num instrumento ideológico, '
com diferentes orientações (Eisner, 1992), que regula as relações entre a sociedade
e a
escolarização. Por isso, esclarece Kemmis (1988), o currículo é do interesse do
Estado e a
escolarização é um assunto público, enredada em enormes sistemas burocráticos para
con-
trolar todo o sistema educativo porque os professores numa escola de massas, já não
seriam
facilmente controlados como acontecia numa escola de elites.
Esta função da escola, que ora se apoia ora se critica, vê-se igualmente pelos
conteúdos
e formas de conhecimento. A escola é uma força activa que legitima ideologias,
formas
económicas e sociais que lhes estão intimamente relacionadas (Apple, 1979: 88):
“A escola não controla só pessoas; ajuda também a controlar significados.
Como conserva e distribui o que se entende como “conhecimento legítimo
— o conhecimento que todos devemos ter —, a escola confere legitimidade
cultural ao conhecimento de grupos especificos”. Contudo, isto não é tudo,
pois a capacidade que um grupo tem para converter o seu conhecimento em
"conhecimento para todos" está em relação com o poder desse grupo na
arena política e econômica mais ampla."
As decisões curriculares, seja por pane do Estado, ou seja por parte dos
professores e
outros grupos, discutir-se-ão como problemas ideológicos e não como questões unica—
mente educativas.
O professor surge, assim, como factor de ideologização do currículo tanto pelo seu
pen-
samento e acção como pela sua dimensão social e humana. Enquanto ente pensante e
actu-
ante, o professor reflecte um conjunto de opções culturais, políticas e económicas,
através
das quais modela e filtra o currículo no momento da sua concretização, tornando-se
num
————____.____________
58
nador e crítico.
- ' robtcmuu-
elemento activo da reprodução, “controlado”, ou da transformªçªº soc1a1, se P
- ' re reduçãº
Concluindo, na discussão da escola como um instrumento—ldãºlªílãªgs (1588: 103:
da vida social, política e económica, podem ocorrer, na optªm?ir : natureza e os
proble-
104), dois Perigos: o do determinismo — “consrste em consr er ndo a escola
unicamente
mas da escolarização como sendo determinados pelo Estado, ve'derar a escola e o
Estado
como produto deste” — e o da objectivização — “consiste em consr azes de produzir
efeitos
como se de coisas se tratassem, como se fossem coisas reais Cªge maneira
semelhante, o
por si mesmas [...] A escola é um conjunto de relaçoes socrars. 't cional mas uma
com-
Estado não é um edifício, um território ou uma estrutura constr u ,
plicadíssima rede de relações". _
São opções ideológicas do Estado portugues e conforme
neas d), j) e l), art.u 3.º):
vein consignado na LB SE (alr-
pelas personalidades e
' - E
me da considerªçªº
;, igualdade de
nvolver o ESP"
“assegurar o direito à diferença, mercê do respeitº
pelos projectos individuais da existêncra, bem eº
valorização dos diferentes saberes e culturas [...] 35333:”:
oportunidades para ambos os sexos [...), contnburr para 85
rito crítico e práticas democráticas [...]”
. de Torres
, , . - ' lªs ue, Sªgun .
Digamos que a dominar o curriculo exrstem diversas ideolog & em que “a “13010-
(1995: 19), têm as suas liturgias, técnicas e tá'cticas próprias na mgglé um
conceito tie uso
gia manifesta-se tanto nas ideias como nas prátrcas das pessoas. n nos abstractª"-
E neste
restrito aos estudos de correntes filosóficas ou à reflexao mais ou mf987) mas
também uma
sentido que o currículo e não só uma construção cultural (GrundY:M635 ligadªs
aoconhººí'
construção social (Goodson, 1997) que responde a inumeras que 31.080?” (Apple, 1999
a).
mento, sendo a mais pertinente “de quem e' o conhecrmento mais V && no entendimentº
de
Qualquer resposta relativa ao conhecimento 56 pode “ser encontra uanto pelo
relativismº
que o currículo é um projecto marcado tanto pelo umversalrsmo q
do que realmente é aprendido (Fourquin, 2000).
59