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PEDAGOGIA SISTÊMICA

PARADIGMAS DA EDUCAÇÃO

2019 – São Carlos/SP, Brasil.

Com
Gianeh Borges
“...tenha paciência com tudo que permanece não
resolvido em seu coração.
Tente amar as perguntas em si,
como quartos fechados e como livros escritos
numa língua estrangeira.

Se voce viver a pergunta,


talvez você gradualmente,
sem sequer nota-lo,
encontrará a si mesmo experimentando a resposta,
em algum dia distante.
(Rainer Maria Rilke)
ÍNDICE

06 E 07 DE ABRIL, 2019

Educação Sistêmica... 4
A inteligência conceitual e emocional 6
Ordens das palavras de poder 7
Paradigmas determinam nossa realidade 8
Pedagogia e aspectos sistêmicos 8
Exercício de apresentação - Genograma 10
Exercício - Quando olhamos para nossos pais 11
A força dos pais... 12
Exercício - O primeiro dia de aula na escola. 13
Meditação 13
Mentalização de grandes teóricos 13
Exercício - Qual é o meu lugar 14
Exercício - Olhar os pais através da criança 14
Exercício - A ajuda 15
Exercício - O efeito do julgamento... 15
Quais são os professores que tem sucesso 16
Exercício - Dois círculos, um dentro do outro. 16
O construtivismo 17
Orientação por recursos 17
Orientação por solução 17
Roda indiana de aprendizagem 19
Currículo integrado 19
Exercício de inclusão 21
Exercício - Sintonia e lugar 21
Honrando os tempos 23
Exercício - Geração sistêmica 24
Relação com as famílias 25
Exercício - Quando foi que você se tornou adulto 26
Exercício - Lugar seguro 26
Sobre o desenvolvimento 28
Características do desenvolvimento 28
A capacidade do Educador Sistêmico 30
Função do educador sistêmico 30
Auto estudo de sua história familiar 30
A neurobiologia x constelações 31
Perguntas 34
Movimentos sistêmicos 35
Exercício - Olhar com bons olhos 36
Desde o destino... 37
A visão pedagógica sistêmica Neohellingeriana 37
Bibliografias 40
Quem sou 41

Com
Gianeh Borges
3
EDUCAÇÃO SISTÊMICA ANOTAÇÕES

EDUCAÇÃO SISTÊMICA
PARADIGMAS DA EDUCAÇÃO SISTÊMICA

Foi Marianne Franke e Sieglinde Schneider quem


experimentaram a aplicação das Constelações Familiares no âmbito
educacional na Europa, e logo depois no México nasce o Grupo
CUDEC através de Angélica Olvera Garcia.
Este novo paradigma educativo surge das constelações
familiares fenomenológicas, da Teoria dos Sistemas, da Terapia
Familiar Sistêmica e do Construtivismo, e nesse modelo, o tema
axiomático por excelência que diz: “O aprendizado surge da própria
vida e aponta para a vida plena. ”
Pensar em uma aprendizagem para a vida, em como
transmitimos o que vivemos e o que aprendemos a quem nos sucederá
e como se dá o processo de ensino-aprendizagem, são reflexões que
com frequência ocupam nossa mente.
A partir do natural, de nossa realidade cotidiana, a Educação
Sistêmica oferece respostas a estas e outras inquietudes e amplia o
olhar com uma nova capacidade para perceber e para observar com
precisão, dentro do paradigma sistêmico, que como tal é inclusivo.
Paradigma este que integra a história e projeta no amanhã para criar
um futuro gerador de expansão plena de nossa consciência. Assim
mesmo, a partir do vivencial, canaliza a experiência de ensino-
aprendizagem na alegria de existir.
O processo de ensino-aprendizagem está presente em todas as
atividades da Educação Sistêmica, pois o ato educativo é inerente à
vida da mesma.
Este enfoque, nova maneira de compreender o processo de
educar, implica uma nova perspectiva a respeito do processo
educativo, uma nova forma de olhar o docente desde sua própria
experiência, partindo de uma compreensão global dos elementos que
convergem no processo da aprendizagem. Ao mesmo tempo que
diferencia com sutileza, integra-se com capacidade de síntese.
Esta postura ancorada no cuidado pelo próprio lugar e no respeito
pelo outro, versátil e recursiva, parte de privilegiar o valor da própria
vida. Esta maneira particular de ler a aprendizagem nos convida a
compreender que, igual aos professores, também somos eternos
aprendizes.
Ser um ou o outro está sempre presente em nossa realidade, são
as contra caras de uma mesma moeda. Tanto que, por uma parte,
desde estarmos aqui e agora, a partir da experiência diária, podemos
enriquecer cada vez mais o repertorio do que aprendemos. Por outro
lado, em nossos compartilhamentos diários, também podemos
oferecer novas visões que, ampliam o olhar do outro, enriquecem seu
potencial para assimilar o que lhe entregamos no processo de ensino-
aprendizagem.
Para Marianne Franke, transferir a visão sistêmica da terapêutica

Com
Gianeh Borges
4
EDUCAÇÃO SISTÊMICA ANOTAÇÕES

familiar ao âmbito educacional facilita perceber que “o todo é mais que


as partes que o compõem”, isto é, perceber as pessoas como parte de
uma estrutura inter-relacionada e não simplesmente como seres
individuais.
Esta nova maneira de significar o espaço que nos rodeia e o que
se sucede é justamente a riqueza da Educação Sistêmica enquanto
integra propriedades e favorece a percepção global de elementos
interativos. Incluem também que por vezes na nossa história ancestral,
na maioria das vezes não tenha aflorado sequer algum registro
consciente.
A Educação Sistêmica parte da abordagem de Hellinger e busca
facilitar de maneira experiencial e vivencial a compreensão das ordens
que regem a aprendizagem na família, na escola, no trabalho e junto a
sociedade. Esta intervenção se dá através dos movimentos
sistêmicos, como ferramenta diagnóstica e de solução, encaminhada,
inicialmente, à restituição da ordem dentro do sistema escolar, âmbito
dentro do qual surgiu.
Como provenientes das constelações familiares, os movimentos
sistêmicos se implementam a partir de imagens, predominantemente
visuais, realizados no mundo externo, imagens induzidas no mundo
interno, a maneira de representações mentais, surgidas por induções
auditivas. Se utilizam em processo individuais ou grupais, como
entrevistas, utilização de bonecos, uso de representantes, repetição de
frases solucionadoras, entre outros.
Constituem uma poderosa e sutil intervenção no qual, a partir de
uma mínima, fundamental e precisa disposição do espaço, se desata o
nó sistêmico que obstrui, para permitir restabelecer a ordem alterada e
facilita que novamente flua a energia construtiva, no processo da vida
que possa retomar no processo de ensino-aprendizagem. Utilizando-
se também em outros contextos diferentes do escolar.

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A INTELIGENCIA CONCEITUAL E EMOCIONAL ANOTAÇÕES

A INTELIGENCIA CONCEITUAL E EMOCIONAL

No aprendizado, e desde a compreensão que a Educação


Sistêmica traz, encontramos que os vínculos com as figuras parentais
e ancestrais são determinantes no desenvolvimento de habilidades
especificas.
Neste sentido, as ciências exatas como Matemática, Álgebra,
Física, Cálculo, Geometria e Trigonometria se relacionam com o
vínculo que há estabelecido com o pai e a linha paterna, enquanto que
a área de humanas, literatura, habilidade de ler-escrever, fazem o
vínculo estabelecido com a mãe e sua linha materna; a História com os
ancestrais, com os acontecimentos históricos ainda não reconhecidos
e honrados e, também, com o espaço onde crescemos e onde
vivemos; a Química se relaciona com o ordenamento de lugares e
hierarquias.
Por sua vez, os idiomas, também permitem que se requer uma
permissão por parte dos pais para incorporar outra cultura, expressar
em outra língua, tem a ver com a incorporação da figura parental unida,
no sentido de que a mãe incentive a aprendizagem da língua e o pai a
abertura para um novo saber. Estas são algumas contribuições que
este olhar pedagógico sistêmico entrega à compreensão do
desenvolvimento de habilidades especificas nas diferentes áreas.
Em respeito a algumas circunstâncias diferenciadas no
aprendizado, investigações recentes brindam novas compreensões e
caminhos de solução. Os últimos achados evidenciam que a dislexia
está relacionada com experiências de desenraizamento
transgeracional, cuja causa não se pôde integrar a compreensão
mental com a vivência afetiva.
O transtorno por déficit de atenção – TDA, expressaria situações
compensatórias à dor familiar. A hipercinesia (síndrome hipercinética-
caracterizada por início precoce e por uma combinação de
comportamento hiperativo e pobremente modulado com desatenção
marcante, falta de envolvimento persistente nas tarefas, conduta
invasiva) poderia manifestar dificuldades em assumir um lugar próprio.
Assim, esta exploração abre novas portas de esperanças nos
processos de educação diferenciada, conhecidos tradicionalmente
como reeducativos.

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ORDENS DAS PALAVRAS DE PODER

ORDENS DAS PALAVRAS DE PODER


RELAÇÕES
SIM POR FAVOR OBRIGADO
É o que como
Tomar a vida é filhos nos A vida se
Relacionamento tomar com o todo, corresponde agradece, não há
com os pais tal como foi, tal expressar a nossos nada mais grande
como é. pais, para seguir que ela.
na vida.
É a palavra
Um parceiro diz ao recíproca entre os Por tomar-me,
outro: “Sim, te casais: “Por favor, essa é a resposta,
Relacionamento
aceito e te tomo vamos construir “Porque me aceitas
de casal
com tudo que tem um projeto em tal como sou e com
e com tudo que é”. comum que nos tudo o que trago”.
une”.
Receber é o
primeiro ato, para A partir da
É um ato de
poder tomar, com humildade se pede
agradecimento ao
todas as a quem tem o
receber o trabalho,
Relacionamento responsabilidades trabalho que lhe
onde se diz: “Muito
de trabalho que lhe são ofereça, para
obrigado por
próprias e com poder toma-lo, “Por
receber-me neste
tudo que lhe favor, me dê um
trabalho”.
implica “Sim, eu trabalho”.
tomo”.
Diz o aluno a sua
família quando vê
É o que diz o aluno que a escola se
É a aceitação que preocupa por
a seus pais, a seus
faz a instituição de formá-lo como
professores e a
ensino, sem cidadão, como
seus
condições, sem seres humanos
companheiros.
juízos, sem proativos, de
Relacionamento Expressa seu
exclusões, do orientá-lo no
com a escola desejo de crescer,
aluno e também da caminho do
de aprender, de
família. O recebem conhecimento
seguir, melhorando
como um todo, cientifico, ajudá-lo
o seu mundo
com sua família e no
racional e desenvolvimento
sua cultura.
emocional de sua inteligência
emocional, social e
espiritual.

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ANOTAÇÕES

Os paradigmas determinam nossa realidade

Os paradigmas são os pontos através do qual interpretamos


nossa realidade. Desde eles, percebemos, sentimos e nos
relacionamos. Os construímos com base nas primeiras experiências
de vida, nos paradigmas de nossos antepassados, de nossa cultura e
ambiente social, e também, de acordo com algumas impressões que
trazem nossa alma. Partindo de tudo que vivemos na vida,
estabelecendo nossas relações e escrevendo nossa história.
O conjunto básico de paradigmas forma nosso sistema de
crenças e determina em grande medida nosso comportamento, nossa
forma de ser, de sentir, e nossas decisões; são como uma bússola, tão
integrada que não a vemos; mas se observarmos com cuidado, nos
damos conta de que marcou o Norte de toda nossa vida. Um paradigma
como convicção enraizada no profundo de nosso inconsciente, afeta
nossa percepção, a interpretação da realidade e dos estados
emocionais que da interpretação surgem.

Pedagogia x aspectos sistêmicos

Pedagógico é um programa biológico que segue um processo


que tem a ver com o sucesso da vida, mas sabemos que os programas
biológicos são modificados pelo contexto social, sabemos disso há
muito tempo, mas olhávamos para isso e não víamos a inclusão da
pedagogia sistêmica.
Chamamos a Biologia de neurobiologia porque no campo da
biologia temos avanços extraordinários a partir do contexto social e da
inteligência transgeracional.
Na Neurobiologia como é que a vida se dá? Sabemos muito bem
que por muito tempo nos explicaram sobre a fecundação, ou seja, a
imagem de uma fila de espermatozoides correndo atrás de um óvulo,
na cultura tradicional do mais valente, mais feroz, mais rápido, mais
oportunista, aquele que vai fecundar o óvulo. Mas, na verdade,
constatou-se através de uma pesquisa efetuada pela Dra. Rebeca Will
que os espermatozoides dançam em volta do óvulo durante 03 horas,
colaboram entre eles, se apoiam, pois o objetivo único é que a vida
continua não que um apenas seja o vencedor, e através desse jogo de
cooperação, seduzem o óvulo e ele se abre para a fecundação.
Somos o fruto de dois atos de amor e não de uma competição,
uma cliente disse a Bert Hellinger eu sou o fruto de um abuso, e ele
disse “ para você não foi tão mal ”, pois se olhamos para neurobiologia
somos o fruto de dois atos de amor, do casal e das células e no caso de
um abuso o ato das células continua sendo importante porque todas as
crianças do mundo indistintamente do que aconteceu, são frutos de um
ato de amor. Só podemos mudar o olhar se olhamos para outras
possibilidades e outras realidades, não ficar no drama para realmente
conseguirmos ajudar o outro, através de metáforas, transmutar.

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8
ANOTAÇÕES

Temos um processo de fecundação que nos possibilita ver o que


está dentro e fora da célula, pois na célula diferentemente do que se
explicou o mais importante não é o núcleo, podemos tirá-lo e a célula
ainda viverá por um tempo, através dos intercâmbios proteicos que se
dão na membrana e se mudamos as proteínas da membrana a célula
morre em um segundo, logo nos leva pra uma dimensão sistêmica de
que o importante é o que está nos relacionamentos não no valor das
partes, e sim na maneira que se formam redes de relacionamentos,
que permitem que a vida continua, isso acontece nas fases da biologia
e da vida e em todas as relações do universo.
A aprendizagem não vem só de fora, mas interna, acontece na
interação e se produz graças a coerência do que a criança sente e o
que o contexto lhe oferece com condições favoráveis. Quem marca o
caminho é a criança e não o adulto, porque a criança tem a bagagem
que lhe indica para onde ir...
Isso muda muito a educação e os relacionamentos humanos, há
uma frase:

"Nada está errado quando uma criança mostra um conflito,


ou uma disfuncionalidade, nada está errado, mas ela está se
ocupando de algo que a preocupa e faz isso por amor a seus pais,
aos professores e até aos terapeutas, e é um ponto de partida
muito importante. ”

“Um constelador constela!


Um pedagogo sistêmico oferece uma experiência!”
(Barbara Innecken)

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Exercício ANOTAÇÕES

01 Exercício de apresentação
1º dia de aula - Genograma

1. Construção do genograma – Ritual dos antepassados

Desenhe ou cole numa cartolina, carinhas começando com você


no centro e em ordem crescente, de baixo para cima, informando o
nome do seu pai, mãe, avós paternos e maternos, bisavós paternos e
maternos.
Depois entre no grupo em círculo e proceda ao ritual como segue
abaixo:
“Este ritual permite a todos levantar sua voz no círculo, falando o
seu próprio nome e os de seus ancestrais. Cada um fala:
– “Eu sou ......., filho/filha de...., neto/neta de...., e bisneto/bisneta
de...., tanto paternos, como maternos.
Este método foi usado em muitas reuniões de povos indígenas,
especialmente quando membros de diversas tribos se reuniam para se
conhecerem, trocarem recursos e solucionarem conflitos.
Nisso aplica-se o princípio de que cada voz é válida e preciosa.
Cada um representa a sua família e cada família traz recursos para o
grupo, pois cada família sobreviveu a inúmeras tragédias: doenças,
perdas, e muitos outros desafios que a vida trouxe ao longo de
gerações. Desta forma, logo de inicio, todos os recursos destas
famílias são expressivamente incluídos. Este ritual também confirma
tudo aquilo que é importante para o trabalho de constelações; o que os
seres humanos tem feito sempre e o que não tem feito – a vida continua
em sua marcha imponente”.(Francesca Mason Boring, do livro O
mundo das Constelações – 31 perspectivas internacionais, pg 57)

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Exercício ANOTAÇÕES

02 Exercício
Quando olhamos para nossos pais

Grupo de 04 pessoas – o cliente, um representante para o pai, um


para a mãe e o facilitador.
· O cliente coloca os representantes e fica em frente a eles e
diz, apresentando ao facilitador:
– Esse é o meu pai
– Essa é a minha mãe
· O facilitador diz – Como você se sente olhando para o seu
pai? A sua mãe?
· O cliente responde – Quando vejo meu pai eu sinto... –
Quando vejo minha mãe eu sinto...
· Facilitador pergunta: O que o pai e a mãe sentem quando
olham para o(a) filho(a)?
· Facilitador pede para o filho se aproximar e dizer:

– Eu aceito vocês como são!


– SIM
Olhar a tudo como é! Reconhecer o que é! Dizer um Sim profundo.
Deixar vir as emoções, dar um lugar. A ausência de julgamento traz
compaixão e todos tem recursos independente do que ele faça.

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A FORÇA DOS PAIS: UM PRESENTE PARA OS FILHOS

JARDIM DE ENSINO ENSINO ENSINO


FUNDAMENTAL FUNDAMENTAL UNIVERSIDADE
INFÂNCIA I II MÉDIO

Como se expressam os vínculos com o pai, a mãe e os irmãos?


Quão sólidos são estes vínculos? De que maneira se manifestam?
Acontecem rupturas? Como estão em função das ordens do pertencimento, hierarquia e
equilíbrio entre dar e tomar?
Alguns docentes Maior diversidade de docentes e de autoridades
Um docente e a autoridade acadêmicas e disciplinares presentes no sistema
escolar escolar
Maior afiliação Primeiros Iniciação sexual e
com amigos do namoros confirmação da
mesmo sexo orientação sexual
Menor
Afiliação com
Primeiros afiliação com Primeiras relações
amigos do mesmo Primeiras
amigos amigos do de casal
sexo experiências
mesmo sexo
afetivas Inclinação para
Iniciação formação de uma
Despertar sexual sexual nova família
Como é o Quais são os novos vínculos que se estabelecem?
vínculo que se
estabelece Quais são as implicações que tem no ensino-aprendizagem do estudante?
com o
docente?
Como se Como se expressam as relações do estudante por
Como se
expressa a lealdade a algum tipo particular de docente?
expressam as
lealdade com o (por afinidade intelectual, politica,
primeiras
docente? artística, vocacional, etc)
relações
sociais da
criança? O estudante toma o êxito acadêmico ou não?

Para onde olha a criança? Para onde olha o estudante:


O estudante ingressa no
Que vínculos requerem um mundo laboral e toma com
esforço para que tome com Para o êxito ou para o
êxito a experiência?
êxito as seguintes etapas? fracasso?

Podemos olhar o desenvolvimento da Inteligência Transgeracional do estudante e as


Implicações que tem em cada etapa de vida?

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Exercício ANOTAÇÕES

03 Exercício
O primeiro dia de aula na escola.

Em duplas, dois a dois, conversar sobre o primeiro dia de aula na


escola.
Regra: um escuta e o outro fala. Depois troca as posições.
Cada pessoa conta como foi o seu primeiro dia de aula quando
entrou na escola: O que levou para a escola? Quem a levou para a
escola? Como estava vestida? Qual a sensação? Qual a lembrança
que emociona? Refletir, escutar e ouvir.
Ao final, socializar as sensações: Com foi ficar apenas
escutando? Como foi falar sobre o primeiro dia de aula sem o outro
interferir? Que sensação voltou?
Em seguida dividir a turma em grupo de quatro para
representação: Cliente adulto, cliente criança, uma pessoa
representando quem levou para a escola, a professora a terapeuta ou
facilitadora. O representante do cliente escolhe os outros
representantes. O representante do terapeuta solicita ao cliente que
faça a seguinte apresentação:

– “Este é o meu primeiro dia de aula, esta sou eu (criança), esta é


a minha professora e este(a) é quem me levou à escola”.

Os participantes devem perceber as sensações e movimentos


internos do corpo a partir do que estavam representando e depois o
terapeuta faz a intervenção com as seguintes perguntas:
– Como se sente quem levou a criança para escola?
– Como se sente o professor?
– Como se sente a criança?
Ao final, o cliente faz uma reverencia para quem o levou pela
primeira vez para a escola. Os representantes podem compartilhar a
experiência.

Meditação
Olhos fechados. Visualizar todos os professores desde o dia em
que entrou na escola pela primeira vez. Passar por todas as séries e
fazer uma fileira até o último curso. Fazer uma reverência interna e
dizer sim. Sim para as boas experiências e também para as
experiências que não foram boas.

1 ) Mentalização de grandes teóricos

Para que todo professor se forme, ele também passou por vários
professores, teóricos, estudiosos. Dividir a sala em dois grupos. De um
lado os teóricos e de outro as pessoas que se formaram professores,
psicólogos, advogados, médicos, administradores, dentre outros. Os

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Exercício ANOTAÇÕES

alunos vão olhar para os teóricos e deixar fluir as sensações...


Lembrar daqueles que vocês conheceram ou que apenas leram o
livro. Ex: Paulo Freire, Vigotski, Emilia Ferreiro, Piaget... (Mercê
Traveset, 2007) Após fazem reverência a estes professores e teóricos.
– Você faz parte! Agora eu vejo você.

04 Exercício
Qual é o meu lugar?

Com a orientação do facilitador, os alunos deverão mudar de


lugar três vezes no decorrer da aula. Experimentar qual o melhor lugar
na sala. Quais as sensações em cada lugar. E depois se colocarem
sentados por ordem de idade, do mais velho para o mais novo.
E perceberem como é este lugar.

05 Exercício
Olhar os pais através da criança

Quatro representantes:
Um para o aluno – para o professor – para o pai do aluno e para a
mãe do aluno
O professor fica à frente do aluno.
Apenas olha, sem falar nada.
Percebendo o lugar do outro/professor e aluno
Um representante para o professor e um representante para o
aluno. Os dois posicionam frente a frente e olham nos olhos.
Primeira postura:
Você não faz nada – você está terrível – seus pais não te dão
limites!
Eu não te aguento mais!!!
Compartilha como foi a sensação corporal.
Segunda postura:
O facilitador refaz a fala:
Agora eu vejo você, do jeito que você é!
Quando eu olho pra você eu vejo em você o seu papai e a sua
mamãe.
Eles são os pais certos para você e eu concordo.
Eu sou apenas a professora!
Eu estou aqui para ensinar e se você quiser aprender
comigo...Vemm!!

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Exercício ANOTAÇÕES

06 Exercício
A ajuda

Círculo de dentro os representantes são alunos.


Círculo de fora os representantes são os professores.

1ª postura
O professor olha no olho do aluno e internamente sente o desejo
de ajudar o aluno a solucionar o problema. Olha para ele e quer fazer
algo por ele. O professor fala para o aluno:
– Eu vou ajudar você!
– É do meu jeito, você vai aprender do meu jeito!

2ª postura
O professor abre espaço internamente e desiste de ajudar, de
ensinar o aluno daquele jeito. Fica disponível. Abre um espaço para ele
aprender. O professor dá dois passos para trás abrindo espaço.
– Eu desisto.
– Eu vejo o seu jeito de aprender e dou um lugar no meu coração!
– Eu sou apenas a professora!
– Quer aprender comigo? Vem??
Compartilhar as percepções.

07 Exercício
O efeito do julgamento e de amar o outro como é

Dividir em grupos de 03 pessoas


Um representante para o aluno de destino difícil – um para o
destino do aluno e um representante para o professor.
– Inicia com o professor julgando o destino do aluno frente a frente
com o representante do aluno e com o representante do destino atrás
do aluno.
“Imagina se você vai ser alguém um dia – com um pai na
alcoólatra e uma mãe sozinha pra sustentar a casa, que exemplo de
vida você vai ter? Que futuro terá? ”
– No segundo momento o professor muda a fala internamente e
concorda com o aluno e o seu destino do jeito que é. Olha nos olhos do
aluno e ama.
“Vejo você e a força de você ser como é! Vejo o seu destino e
honro o seu destino! Os seus pais são os pais certos pra você! ”
O exercício é feito em 03 tempos, para que todos possam passar
pela experiência de vivenciar todos os papéis em silêncio.

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15
ANOTAÇÕES

Quais são os professores que tem sucesso?

São aqueles que dizem SIM, abrem seu coração e dizem sim às
suas famílias. Os professores respeitam as famílias. A premissa maior
de todos é – “ Eu respeito o pai de vocês por terem te gerado e te dado à
luz. Deram continuidade à vida. Eu sou só o professor. ”
Aqui não se trata de ser pequeno, mas sim de se retirar do
julgamento. Como professor se treina a disciplina, se treina a quietude,
uma postura adequada.
O sistema escolar foi gerado de forma diferente, é social, artificial,
aglomera grupos e tem diversos objetivos, está aí para todos, com
exceção das escolas particulares.
Fazem parte a direção, professores, funcionários, órgãos
públicos, fiscalização.
As crianças têm o direito e a obrigação de frequentar a escola.
As crianças trazem para a escola o que conhecem em casa. O
sistema familiar é único e existe para si.
O professor lidera e acompanha de fora, ao lado das crianças, o
amor fluir na escola. Quando não há amor o aprendizado se torna
impossível. Os pais não deixam. Professores transferem o que os
“seus” professores transferiram.
O professor é apenas professor, não é psicoterapeuta, juiz ou
psicólogo.
Quando o professor quer se tornar pai deve-se dar uma olhada no
próprio pai. E se ele ousa dar um conselho para os pais, tira a dignidade
deles.
Exemplo:
Uma criança que sofreu agressões em casa – “Eu vejo as
suas manchas, as agressões e devo denunciar, respeito seus pais
porque aqui sou apenas o professor e não julgo. Aqui seus pais
sempre serão bem-vindos – mas não os corrigirei. ”

No medo que os pais têm os filhos não tem como crescer, serão
sempre pequenos.

“Escolha com o seu coração as crianças difíceis e ame-as! ”

Falar palavras positivas para alunos.

08 Exercício
Dois círculos, um dentro do outro.

O círculo de fora fala para o de dentro.


Em sentido horário cada pessoa se posiciona atrás da outra e
toca na pessoa e sente. Depois fala no ouvido da pessoa a palavra
positiva. Até todos falarem e sente a sensação no corpo.

Vídeo Still face experience – dr Edward Tronick


https://www.youtube.com/watch?v=1oHGf8LI7b8

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16
ANOTAÇÕES

O construtivismo

É a integração dos princípios sistêmicos segundo a


fenomenologia.
Nós somos os responsáveis por nós e pelo mundo como é hoje.
Quando tentamos sentir isso vem muitos “nãos”. Nós o construímos. A
cada pensamento, cada frase, cada desejo expresso, cada ideia que
temos, cada ação realizada ou não, nós modificamos o mundo. A batida
de asas de uma borboleta na China pode desatar numa tormenta nos
Estados Unidos. Nós não temos como avaliar a força das nossas
palavras. Mas podemos ser conscientes das palavras que
pronunciamos.
Precisamos estar prontos para novas percepções, novas ideias.

1) Orientação por recursos

O que faz parte dos seus recursos? O que imagina como sendo
recursos? Familia, amigos, professores, uma liderança,
espiritualidade?
a. Forme duplas e procure se lembrar do que já alcançou na vida –
fale sobre seus recursos pessoais.
b. Depois faça 03 desenhos com a mão não dominante, um
desenho para cada recurso.
c. Encontre um lugar para cada desenho e os posicione – pisa nos
quadros, um a um, o outro colega vai acompanhando – como reage seu
corpo? Onde no corpo? O que diz? Você está estável? Usar o corpo
como fonte de nossa sabedoria interna.

2) Orientação por solução

Recursos oferecem poucos riscos pois t r a t a d o s a s p e c t o s


positivos da personalidade, é diferente da solução que traz os
problemas.

Eu quero conseguir fazer! Qual a habilidade desejada?

‟Eu quero saber fazer!” O que você quer conseguir fazer?

O que você gostaria de desenvolver? Qual a sua dificuldade?

Faça os desenhos com a mão não dominante:

Quadro Capacidade Meta


do agora desejada posição

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17
ANOTAÇÕES

d. Encontre um lugar para cada um dos desenhos, faça esse


movimento de forma lenta e consciente, deixe a meta posição por
último, pise em cima de cada um.
e. Ampliando a experiência, te convido a uma troca de
perspectiva. Quando subimos uma montanha a vemos diferente de
baixo. Te ofereço uma meta posição (é uma posição de reflexão) – ou
seja, escolha um sábio, um mestre, um líder espiritual. Daí encontre um
lugar para fora do círculo, mas que fique dentro do seu campo de visão.
Se posicione. Quem é você?
f. E o observador vê o que está ali e o que ele sentiu. O que ele
diz? O que quer dizer? O que observou? O que te chama a atenção?
Para onde seu olhar te direciona? O que seria uma boa solução?
g. Experimente voltar – inclua os recursos – faça os ajustes que
precisar e retorne para a meta posição, ela é sempre um excelente
recurso.

Quadro Capacidade Meta


do agora desejada posição

Recurso Recurso Recurso


01 02 03

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Gianeh Borges
18
ANOTAÇÕES

3) Roda indiana de aprendizagem

NORTE – ADULTO
“Eu aprendo com meus próprios erros”

SUL – CRIANÇA
“Para aprender me permito errar o quanto for necessário”

LESTE – HOMEM/MULHER (INTERNO)


“Aprendo como aprender sem errar”

OESTE – CRIANÇA ESPIRITUAL


“Aprendo com o erro dos outros, sou atento, observo e decido”
(Virginia Satir)

4) Currículo integrado

Havia lealdade nas coisas que você fez na vida? Quais são os
elementos sistêmicos para uma carreira?
Pertencimento, ordem... quanto mais eu valorizo o meu trabalho
atual mais eu o fortaleço. A disposição de se olhar para o currículo já
dispara uma outra organização. Até que ponto estou pronto para olhar
para o meu passado? Estou preparado para ver as dificuldades do
passado?
Integrar o currículo é igual a uma sala de espelhos. Possibilita
olhar diversos momentos em tempo específicos – para o quê eu disse
sim e – para quê eu disse não.
Quando um treinamento é um escape, uma fuga para não se
olhar para o próprio espelho.
De onde vem a liderança para implementar?
Mais o padrão de reconciliação e depois de clareza. O sistema
precisa primeiro de clareza para abrir para o novo.
A reconciliação pode não levar a liberdade.
A separação pode levar a liberdade, a liberdade para abrir espaço
em algo novo, na mesma empresa ou em outro lugar.
Resistência é igual a lealdade, melhor acolher a resistência e
descobrir quem está sendo leal a quê?

Nunca é tarde demais para ter tido uma juventude feliz. Nunca é
tarde demais para se ter um currículo integrado.

É o exercício, processo de integração sobre seu histórico


profissional.
Integrar não é solucionar.
É mais, completar o que faltou a partir de uma posição mais
adulta, ver paradigmas profissionais.

Com
Gianeh Borges
19
ANOTAÇÕES

Elementos que deram formação a você profissionalmente e expor


aquilo que esteja aberto ou quer completar.
Esses elementos podem ter uma ou mais camadas e o cliente
pode ver os vários níveis.
Separar para fazer algo novo – a força está em primeiro separar
para depois implementar.

Grupo de 06 pessoas – sendo – 01 facilitador – 01 cliente – 04


currículos.

O facilitador orienta o cliente a colocar lado a lado suas


profissões, da primeira, até a atual.
- Posiciona-se na ordem que eles apareceram na sua vida.
- Primeiramente tome um momento e olhe para isso tudo, e se
quiser visite um a um.
- Experimentar ficar ao lado da profissão. Fazer contato visual e
tomar através dos olhos aquilo que ficou, que não tomou naquela
ocasião.
- Tome daqui, agora com novos olhos, a vida continua.
- Sinta-se à vontade para fazer algum gesto, algum movimento e
talvez você simplesmente pegue as coisas boas e deixe as demais
para lá.

- Se preciso diga através dos olhos:


- É muito difícil olhar para isso. A verdade é o oposto...eu nunca
entendi completamente, e talvez tenha que viver com o fato de que
nunca conseguirei entender...
- Olhe e tome novamente com os olhos o sentido completo de
ausência de poder...

E se usar a palavra...
- Sim eu tomo isso como é, e eu não posso mudar a história,
mesmo que eu me torne uma profissional tal..., eu não vou abusar de
você. Eu vou tirar muita vantagem disso, e daí estaremos quites. Tem a
ver com o equilíbrio entre dar e receber.
- Eu não sabia quem sou...agora vejo vocês e de alguma maneira
eu tomo vocês no meu coração.
- Fiz promessas por você ou em seu nome, sobre minha vida
profissional, e se as fiz olhe com carinho se talvez eu me permita rever
essas promessas de maneira que eu possa honrá-lo como tenho feito
até agora.

Com
Gianeh Borges
20
ANOTAÇÕES

Cliente – Profissão atual


a. – Sim, sim eu tomo você!
b. – Sim é assim que acontece!
c. – Sim, eu paro de lutar!
d. – Obrigado!

“Se você se perdoa, a distância para algo novo é pequena


demais.”

09 Exercício de inclusão:
Fazer um círculo e cada um vai ao centro do círculo e diz
– “ eu pertenço! ”

10 Exercício
Sintonia e lugar

Onde estou fraco nesse momento?


Coloque os pés no chão – entre em contato – sinta seus pés no
chão.
Sente-se de forma ereta e deixe seus pés no chão. Sinta os pés,
tornozelos, batatas da perna, joelhos, coxas. Perceba a perna direita, a
esquerda – estão tensas? Soltas? Apenas perceba como estão, como
está sentado. Perceba a bacia e tente movimentar o seu tronco – um
pouco pra frente, pra trás – deixe a bacia firme.
Perceba como as costas ficam mais eretas com isso. Faça
movimentos suaves, sinta cada vertebra, vertebra por vertebra. Até
que chegue aos ombros – perceba os braços – direito – esquerdo, e
depois perceba a sua cabeça.
Deixe seu queixo cair um pouco para a frente e inspire
profundamente para que sua caixa toráxica se expanda.
Perceba como está seu couro cabeludo – às vezes está suave
como uma seda, ou está tenso?
Deixe estar como é!
Inspire e expire!
Depois perceba essa paz como um movimento suave.
Abra os olhos lentamente – passeie pela sala, bem devagar.
Perceba o ambiente. Busque o corpo, suas sensações, e veja a sala.
Quero ver todas as pessoas que estão aqui? Estou tímido?
Tudo é possível!
Escolha alguém que não conheça muito e fique ombro a ombro.
Perceba como seu corpo reage.
Duas pessoas que não se conhecem tanto, estão lado a lado.
O que eu sinto? O que eu percebo? Fico mais longe? É demais?
Como fico confortável? Afinal eu não o conheço tanto assim.
Perceba o que é confortável. Qual é a sua consciência certa da
distância. Posso ficar surpreso – pode ser divertido. Ou é assustador?
Posso ficar perto fisicamente e me sentir distante. Se me sinto
mais forte onde foi que senti isso?

Com
Gianeh Borges
21
ANOTAÇÕES

Quem aqui é mais forte?


Como você se sente como mulher/homem aqui nesse momento?
Você se sente capaz de formar um par? Ou você se sente como
um pai, uma mãe, como irmã ou como filha?
Perceba o que está acontecendo com você nesse exato
momento.
Depois troque de lugar. Perceba a diferença. Não se trata de
melhor ou pior. Mas o quanto é diferente.

Como foi nesse exercício a sua sensação de proximidade? O seu


corpo respondeu de que forma? Na verdade, eu queria ficar mais
próximo, mais longe, o que é diferente? E onde no meu corpo isso fica
mais nítido.
Pode ser que você fique triste. Não consiga respirar muito bem.
Pode ser que algumas dores tenham sumido. Apenas perceba – você
está com os dois pés no chão? Ou só apoia um pé?

Como você está aqui como homem/mulher? Mudou alguma coisa


aqui na sua força? Ou vocês são fortes iguais? Existe hierarquia? De
repente é a sua mãe e você se tornou uma criança fraca? Ou você de
marido ficou filho?
Aqui você é totalmente mulher? Ou apenas uma
parte...mãe...filha...como é ser homem...marido...filho?

Mude novamente de posição. Perceba o que era antes. O


primeiro estado. Para alguns é melhor – outros é pior. Mas se trata do
que eu percebi antes e agora.

Compartilhar.

Vídeo – a terceira onda


https://www.youtube.com/watch?v=QxdmL3SCGM4

Com
Gianeh Borges
22
ANOTAÇÕES

Honrando os tempos

A roda das gerações

Por um momento, pensem nos seus quinze anos. É a época de


maior intensidade da atividade biológica e do descobrimento da
consciência, quando passamos de crianças a adultos. É o momento
mais crítico da nossa vida: a chamada idade dos teens*.

Cada geração vive intensamente a sua época. Quando um


estudante me diz “Meus pais não me entendem”, eu respondo:
“esquece, eles nunca vão te entender! ”. Hoje sabemos que, no fundo,
existem razões de peso que produzem esse fenômeno.

Por exemplo, pensemos em uma jovem que chegou aos seus


quinze anos em 1990: ela viveu nessa idade a queda do muro de Berlin
e cresceu em um contexto diferente do seus pais, que foram
adolescentes em 1968. Sem dúvida existe uma brecha geracional,
bastante ampla.

Incluam que nossa jovem tem duas filhas gêmeas, que nasceram
em 2009, e essas meninas são protagonistas do Facebook. Elas
completarão 15 anos em 2024. Poderíamos prever a magnitude dessa
brecha geracional entre elas e seus pais? Certamente algum dia os
pais das gêmeas dirão: “Nossa época foi melhor”. E, sob a perspectiva
deles, eles sempre terão razão.

O que não podemos ignorar é que cada geração sempre pertence


à melhor época e ao melhor espaço de acordo com os seus
integrantes. Somente quando cada geração tem consciência de que a
melhor época e o melhor espaço para os seus integrantes é este
próprio e que se pode respeitar a consciência das gerações anteriores
e futuras.

*A partícula teen, do inglês, é agregada nos números entre o 13 e


o 19 no sistema decimal: thirteen, fourteen, fifteen, sixteen, seventeen,
eighteen, nineteen. São os anos da adolescência.

Com
Gianeh Borges
23
Exercício ANOTAÇÕES

11 Exercício...

Geração sistêmica...o ano que nasci mais 15 anos...


O que nos une? O que sentimos que compartilhamos com nossa
geração?
O amor é o reconhecimento do outro como legítimo outro em
relação a um.
O que acontece com os pais e as gerações?
A geração dos 60 perguntamos: e você o que acha disso? Eles
ficarão felizes de dizer
Do 70 e como você faria isso?
Dos 80 você pode me ajudar a fazer isso?
Dos 90 você está fazendo muito bem porque eles ficam tranquilos
e se colocam nas tarefas.
E a geração dos 2000 dissemos - vocês nos explicam o que estão
fazendo, marcamos um campo de trabalho.
Como os pais recuperamos os nossos sonhos e nossas
frustrações daquilo que queríamos fazer e não conseguimos os filhos
olham para seus pais e sentem que seus pais não sentem algo que falta
não está completo colocando o foco neles.
Qual foi o sonho que ficou em uma gaveta na tua vida? Pois ele
que pensamos que está fechado na gaveta está empurrando e
pressionando nossos filhos.
Dois pais, um casal amoroso que se respeitam, seus filhos não
têm problemas. Cuidado que há famílias que tudo funciona, e aí
sempre existem implicações muito grandes.
1) tomar nosso próprio adolescente em nosso coração.
2) olhar com bons olhos para onde os adolescentes agora olham.
3) ver as suas sombras como focos de luz sobre as nossas. Uma
das características é que eles estão sempre à deriva e não se
conhecem a si mesmos nesse processo, se eles encontram um espaço
para serem contrariados em casa, não precisarão procurar lá fora.
4) olhar com gratidão as gerações que vieram antes. Estamos
conectados com nossos antepassados e eles respeitarão muito mais
quando agradecemos aos que vieram antes, assim não ficam
zangados com a vida, reclamando...reclamando, como se estivesse na
adolescência.
Antes que a emoção se expresse, essa emoção está impressa no
corpo. A velocidade com que o corpo toma a emoção é muito maior de
quanto a processa em outros níveis.
Quando dizemos que a emoção passa primeiro pelo corpo é
referente ao tônus muscular, é o tônus de sustentação da vida, e se a
emoção enfraquece a vida ela sente que não pode se sustentar por isso
é básico fazer atividades psicomotriz na escola, atividades corporais
que tragam vivências pessoais.

Vídeo das gerações


MIME THROUG TIME
https://www.youtube.com/watch?v=PMpQUsQcJFg&feature=youtu.be

Com
Gianeh Borges
24
ANOTAÇÕES

Relação com as famílias...

1) os pais veem primeiro – eles são os protagonistas.


2) todos os pais e mães eles fazem o melhor que sabem com seus
filhos, no momento que eu julgo uma família eu perco o aluno, porque
os filhos sempre ficarão do lado de seus pais.
3) quando um pai e uma mãe levam seu filho à escola, a escola
deve dizer obrigado todos os dias.
Se os pais estão fazendo muito bem os professores também.
Para que as crianças usem seu ambiente atual tem que ser
ambientes relaxados para que não precisam se preocupar pelos
elementos externos, criar um clima de tranquilidade e de calma.
Os pais devem saber que a escola não faz nada sozinha, há que
pedir para os pais que participem desse processo. As atividades que
dão melhor resultado são as que permitem conversar, os pais precisam
encontrar um sentido para suas dificuldades.
Irmãos são como linhas paralelas cada um tem um caminho
específico e a grande tentação dos irmãos é que quando um faz algo
que pode prejudicá-lo, queremos mudá-lo. O que fazem todos os
irmãos quando nos intrometemos? Eles nos colocam para fora,
devemos acompanhá-los a partir de nosso lugar, até conseguirmos nos
olhar e um poder ajudar o outro – “eu te ajudo com o que tenho em
minhas mãos. ”
Um casal segue caminhos que se encontram, e quando se
encontram, criam algo em comum e ao mesmo tempo conseguem
seguir um caminho próprio, mas se nós fechamos apenas no projeto
comum, deixamos algo pessoal para trás, e a partir daí eu cobro do
outro que me compense de algo que perdi, eu vou reclamar.

“Se deram boas cartas para jogar se inclina agradeça e faça


algo bom de sua vida...”

“As crianças não brincam – a vida delas é séria demais para


isso! ”
(Marianne Franke)

Do que se trata a educação? Tudo que age sobre nós é educação.


Sempre estamos dentro de um contexto, grupos, família;
Todo o ensino é corporal. A maior parte da educação vai contra o
corpo. Quanto mais for possível falar dos nossos contextos mais os
corações se tocam.

As crianças são educáveis ou são educadas?


Quem deve educar?

Com
Gianeh Borges
25
ANOTAÇÕES

Quando há o respeito entre o casal, pai/mãe a educação


acontece. Tolerância significa aguentar as diferenças do outro, não
significa fechar compromissos, hora um/hora o outro.

“A mãe diz – mesmo que eu tenha outra opinião – você faz o que
teu pai pediu.”

Para as crianças tudo é fácil desde que as instruções venham por


parte dos seus pais. Quando queremos fazer nossa idéia prevalecer –
estamos dizendo “a minha mamãe e meu papai dizem que é assim.”
Isso significa “mamãe eu sou obediente! ”
A gente não sabe como se tornar adulto – temos o medo de perder
o pertencimento da mamãe e do papai.

12 Exercício
Quando foi que você se tornou adulto?

– Obrigado papai pela minha vida. Você me deixou viver.


– Obrigado mamãe pela minha vida. Você me gerou e possibilitou
que eu viesse ao mundo.
– Eu tomo a minha vida de vocês com todo o destino que traz, e
pelo preço que me custa e que custou a vocês.
– Por favor me abençoe – eu digo Sim!

13 Exercício
Lugar seguro – 03 pessoas

1) Uma pessoa representa o meu lugar seguro, onde me recosto,


apoio, me aproximo;
2) Outra pessoa representa o mundo lá fora, o que eu quero
descobrir, aprender, mas não será necessariamente seguro;

Como é quando parto do lugar seguro para o mundo lá fora, até


onde consigo ir? Daí me viro e entro em contato com meu lugar seguro,
posso voltar e buscar um pouco mais de segurança, partir novamente,
dou mais passo, avanço, e assim segue, até que pode ser que eu
consiga trazer o futuro para o meu lugar seguro. Como me sinto? O que
representa?
As relações seguras também podem mudar, não estamos
grudadas a elas, e a solução é que temos sempre que nos esforçarmos
para isso.
Lugar seguro com os pais é uma ilusão, com eles tivemos apenas
o que precisamos.
Você conseguiu um lugar seguro na vida, só para você.
Agora quando você fica de frente a eles você percebe que sua
criança interna é diferente, agora é diferente, de você para eles. E a

Com
Gianeh Borges
26
ANOTAÇÕES

partir do lugar seguro você vê diferente e pode desenvolver uma


postura diferente para com eles, sem cobranças, em simbiose com a
mãe e com seus limites próprios.
Níveis hierárquicos desconectados entre pais e filhos, onde os
pais trazem os filhos no mesmo nível, traz um desequilíbrio. Na família
reduzida, as crianças se tornam o ponto central da família, e os
relacionamentos extremamente próximos entre pais e filhos geram
conflitos, um dos pais acaba se aliando ao filho contra o outro cônjuge;
o posicionamento do pai na família ainda é distante, as mulheres não
dão credibilidade aos pais/homens, elas tem a percepção do que é
melhor para o bem da criança, e como os pais ficam mais tempo fora
trabalhando eles são marginalizados e deixados de fora, os pais
precisam assumir e ter mais tempo disponíveis para os filhos, pois eles
são muito importantes para o equilíbrio e o crescimento.
Geralmente os pais ficam lutando pela compreensão dos filhos, e
as crianças até os 10 anos de idade não precisam entender porque
pedimos algo, os pais precisam ser gentis e determinados, nessa idade
de 10 anos elas já estão mais sociocentradas, “olha essa decisão é por
isso...isso, e aquilo. ”
Filhos únicos são o centro de tudo e quando as mães dão
preferências para as interferência e exigências dos filhos eles se
tornam mais e mais intransigentes.
Dar mais importância aos filhos em detrimento do cônjuge traz
menos estabilidade aos filhos, eles copiam os pais, desenvolvem
dinâmicas de dependência, as crianças copiam o que eles fazem não o
que dizem, a necessidade de ser extremamente bons faz com que os
pais não deixem as crianças lidar com as tristezas, frustrações.
Sempre que as crianças se tornam o conteúdo de vida dos pais elas
ficam mais frágeis, se sentem responsáveis pela felicidade dos pais, e
os pais também condicionam a sua felicidade em relação aos dos
filhos.

Coalizão – regras de equipe para os pais, senão um dos pais se


alia ao filho e é contra a forma de educar do cônjuge.

v Aquele que reage espontaneamente primeiro em


relação à criança tem precedência e o outro aceita isto, portanto
mesmo que a mãe reagir de uma forma diferente ela respeita o que
foi decidido.
v Aquele que está responsável naquele momento pela
criança é o que tem precedência, as crianças conseguem lidar
com regras diferentes mais facilmente.
v Quando alguém tem dificuldade de cumprir com a
criança com aquilo que já foi determinado ele receberá o apoio do
parceiro.

Com
Gianeh Borges
27
ANOTAÇÕES

Sobre o desenvolvimento

“Tudo aquilo que foi pensado acaba encontrando seu caminho.


Em conjunto olhamos para os objetivos! ”

O desenvolvimento e a transformação são um processo


autográfico, principalmente quando deixamos que aconteçam. A vida
tem necessidade de crescimento, então o impulso de criação é
inerente a vida, e quando o desenvolvimento não acontece, o que está
impedindo? O que está no meio disso?
O desenvolvimento é um processo onde os seres humanos tem
como parte de sua bagagem e que serve como comunicação com o
meio ambiente, a criança pequena faz desse seu início, traz algo
consigo, com pais específicos, vive dentro de uma determinada época,
país, e como é tudo isso? Como é isso na troca? Como se comunica,
então o desenvolvimento sempre tem a ver com relacionamento, não
com o tempo, com as fases de crescimento, infância, adolescentes,
adulto. Nas crianças o desenvolvimento tem muito a ver com o meio
ambiente.

Características do desenvolvimento:

O d e s e n v o l v i m e n t o t e m u m a d i r e ç ã o n ã o l i n e a r. O
desenvolvimento de sucesso engloba sempre aquilo que já havia
anteriormente, integra, abrange o já existente. Traz algo
completamente novo ao mundo, e o novo não é nada se não tiver a
matéria, então ele leva a matéria junto.
Caminhar para a evolução, significa refletir a nosso próprio
respeito.
Existem degraus de desenvolvimento – termos físicos, através do
corpo percebemos claramente tudo isso; e degraus menos visíveis que
são os passos emocionais, mentais e pensamentos.
Cada degrau tem seu ponto de sombra e quando não os
enxergamos entramos em brigas de poder.
Integrar o degrau anterior no atual, o novo está sendo
disponibilizado e o anterior também se modifica, e quando ele é negado
a gente acaba se desligando das nossas próprias raízes, se separa
desse degrau ao invés de deixar fluir para o novo.
Como seres humanos nós somos e fazemos parte de um todo,
parte de uma família, de um grupo social, profissional, então eu tenho
um valor integral que se consiste na minha simples existência, um
direito que me cabe em saber que a vida me quis e que existo, logo,
tenho um valor instrumental, assumo papeis desenvolvo tarefas,
obrigações.

Com
Gianeh Borges
28
ANOTAÇÕES

Como os dois degraus estão em equilíbrio?


O novo degrau abre um direito – por exemplo, dormir mais tarde,
portanto exige novas tarefas das crianças, ou seja, obrigações x
direitos.

Desenvolvimento Processo
Um processo que
se auto organiza; Termos, acesso através das
experiências do que é dado
Definido pelo meio ambiente em contato com a situação eminente
e não pelo tempo.

Características do desenvolvimento

Ocorre em etapas (biologicamente, emocionalmente, espiritualmente


Leva a mais profundidade de diferenciação
Tem uma direção, entretanto ele corre por meandros
Integra todo o anterior
Modifica o valor instrumental do valor do todo

Todos os estudos sobre punições, repetição de ano, incentivos


educacionais, provam que os alunos não aprenderam dessa forma
(John Hottie – Aprendizagem visível), assim foram utilizados recursos:

1) “Eu sou muito importante! ”


Dizer em diversos tons e ritmos, depois revezar e escutar o
colega.

2) Olhar atrás dos canais de percepção dos alunos. Ser claro


naquilo que fala, de forma firme ou não – mas claro. Não haver
julgamentos.
O professor é o ativador – postura da neutralidade, do respeito,
das hipóteses.

3) Cultura do feedback – aprendem mais 50% com outros alunos


e menos de 50% com o professor. Alunos podem depreciar o outro.
O feedback é sempre impessoal, factual.

4) Auto reflexão constante – usar de todas metodologias:


Como o aluno se sente diante....
Como o professor se sente diante...
Como todos os alunos se sentem diante...

5) O ensino frontal é suficiente? A aula frontal pode funcionar se o


professor não falar muito – pode-se dar aulas em grupos ou em formato
de U.

Quando confiamos não precisamos usar do castigo!

Com
Gianeh Borges
29
ANOTAÇÕES

A capacidade do Educador Sistêmico

Um educador sistêmico deve ser capacitado para que uma vez


tenha internalizados e apropriados os conceitos fundamentais da
educação sistêmica – como são as Ordens do Amor e as Ordens da
Ajuda: pertencimento, hierarquia, equilíbrio entre dar e receber e a
consciência – pode utilizar como recursos e ferramentas para criar
ponte que permitam, alcançar objetivos educacionais, formação
sistêmica de alunos, que os ajude a reordenar e modificar os temas. É
dizer, que se leve de seu professor o mais fundamental: um olhar
diferente para a vida, inclusivo de todos os elementos que compõem
seu sistema.
Não é o mesmo que ser um professor/educador simplesmente. O
educador sistêmico facilita que o aluno crie em seu entorno uma
fortaleza representada no reconhecimento de todos os elementos que
compõem sua história, sua família, seus amigos, sua escola, seus
objetivos e suas relações inter, intra e transgeracional.

Função do educador sistêmico

O mais importante para o educador sistêmico é saber para que foi


contratado. O objetivo da instituição, a sua razão de ser, vieram
primeiro. São eles que regem o comportamento. Se o educador sabe
seu lugar, será mais difícil se emaranhar em funções que não lhe são
pertinentes e assim terá força e segurança com seus alunos. Há três
campos fundamentais para o educador sistêmico trabalhar:

AUTO ESTUDO DE SUA HISTÓRIA FAMILIAR

Maior compreensão AJUDA NO


Clareza CRESCIMENTO DO
Força EDUCADOR

RECONHECIMENTO DO QUE É

Característica da personalidade
Reconhecimento
Espaço para a criatividade EMPATIA SISTÊMICA
Diferenciação docente

ESTAR NO SEU LUGAR

LIMITES PARA
Ser grato à instituição
ESTAR A SERVIÇO
Honrar a sua origem
DA
(escolas públicas/privadas)
RECONCILIAÇÃO

Com
Gianeh Borges
30
ANOTAÇÕES

O que é
aprender?

O que significa
aprender?

co Quan
u ma ra d
e r é ntig
o tor gem o tem
d a . na o n o
p ren a do novo po ov s
ss o s
A rd o íve e
pe ara l.
p

A neurobiologia x constelações

Não se pode fazer pedagogia apenas pela pedagogia e não é


possível ter as perspectivas sistêmicas somente pelas constelações
familiares, precisamos ir para as essências da vida. Quem faz o
trabalho é a criança e o adulto/terapeuta acompanha...
Os contextos sociais mudam a biologia e se fazem conscientes,
mudam para melhor e não os limita.
Exemplo de uma experiência realizada – todos saem da sala, se
esconde um objeto e uma criança entra sozinha procura o objeto e o
esconde novamente, sai e outra criança entra e faz a mesma coisa e
com o tempo esse objeto vai sendo encontrado com maior rapidez do
que a primeira criança.
É uma consciência individual ou coletiva? Estamos conectados
no tempo no passado e no futuro, pensar que isso já tenha acontecido,
é assim mesmo porque o ser humano tem uma cultura imposta, e é
preciso estar há uma distância mais longe o possível, o campo se move
na necessidade da sobrevivência pois se tem que ver com a origem da
vida há uma necessidade de continuá-la "a vida se gera por si mesmo –
autopoiese – nesse processo de ir para o desenvolvimento."(Francisco
Varela e Humberto Maturama)
Olhar para o que está oculto – um cão sabe quando seu dono se
aproxima a caminho de casa muito antes de ser visto, há um processo

Com
Gianeh Borges
31
ANOTAÇÕES

de biologia sobre a visão e o olho só veria o que estava se movendo


então para a sobrevivência, a biologia criou uma estratégia e se o
objeto não se move temos uma frequência muito pequena e nos
permite ver porque ele não se move, a realidade não é o que vemos,
mas o que construímos. O cérebro não faz juízos de valor. Se tem um
mau funcionamento e um resultado de uma história de vida e eu crio
outra história de vida e a sobreponho, para o cérebro fica tudo bem.
Imagina quantas possibilidades isso gera!
Quando a gente desenvolve a capacidade de pensar e criar
símbolos está na capacidade da sobrevivência pois precisamos
desenvolver uma cultura que possibilita uma realização e quando
achamos que as coisas não vão muito bem, na verdade estão
mudando também constantemente, as duas dinâmicas ao mesmo
tempo e o nível de consciência do mundo está se transformando
continuamente, tudo que existe está conectado e tem que haver uma
coisa que gera essa conexão.

Vivemos numa cultura de causa e efeito, o pensamento sistêmico


se define por três regras:

1) Uma é a circularidade, onde tudo é causa e efeito ao mesmo


tempo;
2) O outro é o todo – é mais que a soma das partes, a instituição é
maior que os professores, temos que passar da cultura do sacrifício
para a cultura do serviço, temos que olhar a nossa parte como uma
parte importante e conectada às outras, pois sem as outras a minha tão
pouco tem sentido;
3) Da terceira diz se equifinalidade, ou seja, pode se conseguir o
mesmo objetivo por caminhos bem diferentes.

princípio multipartidário:

ü Valorização de todas as partes de um sistema, todas tem


o mesmo valor
ü Intenções positivas de todas as partes de um sistema

Olhar através dos “olhos do outro”:


ü Como auxilio à resolução de conflitos
ü No contexto de relacionamento criança-pais-professores
ü No trabalho com os pais

“O mapa não é um território (paisagem) (Gregory Bateson)

Com
Gianeh Borges
32
ANOTAÇÕES

Pensamento
Circular

perguntas
Orientação Cibernética de
o
por recursos ad segunda ordem
n diz ir e
re ig
Ap o dir sar
pe d en
rgu p
nta
s

Pedagogia
Sistêmica

ap
ren
o de
’a r
o mo de
‘C vés ue’
in orq
vivências

Orientação ‘p Formação
por soluções de hipóteses

Experiências
com
constelações

Cibernética – é o estudo do dirigir e ser dirigido. Um dirige e o


outro se deixa ser dirigido. O professor/dirigente do sistema é ao
mesmo tempo observador e participante/parte do sistema.
Observando de fora e dirigindo, fazendo parte.
Olhar por fora o que estou fazendo e verificar os movimentos
circulares – metaposição.

Será que olho para todos de forma igual?


Fazer metaposição no final do dia – olhar o que fez – analisar
amorosamente.
A metaposição nos conecta com nossos recursos.

“ Me ame quando eu menos merecer, pois é quando eu mais


preciso! ”

Com
Gianeh Borges
33
ANOTAÇÕES

14 1) Perguntas investigativas:
- O que foi que aconteceu? Quem fez o que?
(descrever uma situação)

2) Perguntas orientadas para recursos:


O que você faz realmente bem?

3) Perguntas por diferenças e exceções:


Houve algum momento que isso “não aconteceu”?

4) Perguntas de escala:

Pior 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Melhor
De 0 a 10 como você se sente nesse momento?
Pergunta efetuada no início e no final do atendimento, pode ser
em números, valor ou porcentagem;

5) Perguntas circulares:
Você gostaria de mudar seu comportamento? Você gostaria que
a sala mudasse? Quem na sala poderia te dar suporte para que você
ficasse mais quieto? Quem sofre mais? Quem sofre menos?

6) Perguntas que levam a uma solução:


Qual seria uma boa solução para seu problema? Quem
perceberia primeiro que seu problema foi resolvido?

7) Perguntas paradoxais:
O que você precisaria fazer para ficar mais deprimida?

Na Educação sistêmica se questiona as conexões invisíveis


aquelas que não conseguimos ver ou sentir.

A linha de desenvolvimento com recursos te distancía do transe,


isso faz com que tire a limitação e consiga transpor o profundo e o
liberar. É uma estratégia da pessoa olhar para o sistema e não ser
sugado por ele. É um lugar que me desidentifica e assim consigo ter
uma percepção diferente.

Com
Gianeh Borges
34
ANOTAÇÕES

Movimentos sistêmicos, que podem ser feitos com objetos e


representantes

Estratégia que utilizamos para usar essas ferramentas:

Distinguir/Ordenar – todos do sistema tem direito de pertencer


ninguém pode ser excluído.

1) ordenamos o assunto que nos chega.

2) Atualizamos a informação, tomamos um novo ponto de partida.

Quatro objetivos:

1) Desde o que fazemos numa escola tem que estar conectado


com a vida – ensinar matemática é ensinar para a vida.

2) A escola e a aula é um campo experimental para a convivência


e a comunicação, e uma escola que não coloca a inclusão está
perdendo muito tempo para o futuro.

3) Ajudar as crianças a construir um relato sobre a sua vida e


conhecer a sua cultura e contribuir para sua transformação.

4) Sem sonhos o homem perde seu sentido a escola tem que ser
um laboratório e um espaço para desenvolver os sonhos para cada
uma das pessoas que a compõem, professores, alunos, comunidade e
pais.

" Use uma linguagem impecável, dê o melhor de si, pois cada


vez que enviamos um pensamento positivo para o universo
geramos uma ação porque o que pensamos não é em vão, o
pensamento não tem limite nem tempo e se vinculamos com a
abundância, o mundo se faz abundante. ”

Com
Gianeh Borges
35
ANOTAÇÕES

15 Exercício
Olhar com bons olhos

Num grupo de 25 pessoas a metade vai para fora da sala.

Para o grupo de fora você dá uma ordem de que quando entrem


na sala eles não deem atenção aos que estão lá; após 2 min mudem o
olhar, percebam a diferença do desinteresse para a atenção;

O grupo de dentro os recebem amorosamente sejam bem-vindo


quando nós olhamos com bons olhos a comunicação é efetivada.

Nada é pessoal!

Todos relaxamos e a partir daí observamos quais são as coisas


importantes que o outro traz que não havíamos identificado antes.
Na mitologia grega há dois conceitos de tempo, Kairos que é o
tempo de vivência; e Cronos que é o tempo cronológico.
Para os professores o que marca é o Cronos e para os alunos é
Kairos – para fazer isso precisamos criar um espaço no nosso coração
e nossas vivências estarem bem resolvidas.

A curiosidade é a melhor premissa para o aprendizado


– só crianças curiosas aprendem!

Consciência sistêmica:
Existe um sistema atrás da pessoa que vem falar comigo, e se
cria um sistema na hora da nossa fala, porque eu também trago uma
história e uma forma de pensar em certo e errado. E existe um sistema
da instituição e como ela influencia. Todos temos uma história de
sucesso e fracasso que cria como eu sobrevivo mesmo que os valores
não sejam éticos, mas foi como eu consegui sobreviver.

Princípios sistêmicos:
Pertencimento e inclusão, equilíbrio entre dar e receber.
Ordem e precedência.
O vínculo é construído nas trocas, onde você dá e recebe.

Com
Gianeh Borges
36
ANOTAÇÕES

Desde o destino, ressignificamos nossa história

Quando finalmente temos realizado afinal a ordem sistêmica de


nossa vida, de tal forma que tudo está incluído, reconhecido e honrado
se integra dentro e fora de nós, e quando temos feito conscientes
nossos paradigmas limitantes, dissolvendo-os progressivamente,
realizamos uma nova dinâmica de inter-relação a nossa volta e uma
consciência clara e expandida, desde a qual ressignificamos nossa
história. Descobrimos a sincronia e bondade maravilhosa da vida,
através de cada uma das fortalezas de nossos antepassados e de
todas nossas experiências de vida.

A visão pedagógica sistêmica Neohellingeriana

Com um enfoque fenomenológico e com matizes psicanalíticas, o


Método Hellingeriano parte do pressuposto de que os eventos de
grande impacto ou traumatizantes ocorridos no sistema familiar,
chegam a ser uma das causas subjacentes dos efeitos residuais em
todos os membros que pertencem ao sistema. Esse fator é
denominado de dinâmicas ou lealdades sistêmicas não resolvidas,
também denominadas “implicações”. Esses eventos podem ter
acontecido em gerações anteriores à geração correspondida ao cliente
ou clientes.
Para Hellinger, a consciência coletiva ou grupal vem antes da
consciência individual. Ele aponta que “é uma consciência que se opõe
aos desejos pessoais, às intenções e ao que as pessoas pensam as
vezes que têm o direito de fazer”.
Por isso, no Método Hellingeriano, essa consciência dos
sistemas está presente não necessariamente senão como uma soma
de possibilidades que deixaram de se expressar de modo material
(através das normas e regulamentos), mas que formam parte da
história e da vida psicológica do grupo: inoperantes em aparência,
porem operantes em uma frequência de baixo perfil.
Dessa maneira, as Constelações Familiares permitem realizar a
exploração da vida psicológica de um grupo apara encontrar os
conteúdos subjacentes (ou inconscientes se for observado com o olhar
da psicanálise), que formam parte da massa cognitiva dos integrantes
da família no geral e do cliente consultante em particular.
No entanto, as Constelações Familiares não representam
apenas uma alternativa terapêutica, mas também uma experiência
pedagógica com o intuito de estimular a aprendizagem e a
socialização. Como terapia, constituem uma vivencia controlada pelo
facilitador; e como ferramenta de aprendizagem, através do uso de
representantes, permite que o cliente se converta em um observador
criativo capaz de transformá-la em uma ação preventiva ou corretora
de conflitos, enquanto pode aproveitar a construção de uma imagem
de solução.
A Pedagogia Sistêmica com enfoque de Bert Hellinger evoluiu
dentro das diferentes etapas que conforma a Escola Hellingeriana e

Com
Gianeh Borges
37
ANOTAÇÕES

Neohellingeriana, trazendo consigo a grande contribuição capaz de


reconhecer o lugar que cada integrante do sistema possui no processo
de ensino-aprendizagem.
Com as novas compreensões trazidas pelos Movimentos da
Alma, a Pedagogia Sistêmica deu um salto fundamental ao ter
reforçado seu vínculo com os ensinamentos de Hellinger e ter
implementado seu olhar em direção aos mecanismos de
autorregulação do sistema familiar na sua associação com o sistema
escolar.
Assim pudemos observar de que maneira atuam as implicações
sistêmicas profundas no amadurecimento das crianças e jovens e sua
capacidade de alcançar o êxito em suas vidas acadêmicas. A aplicação
do método também foi realizada com os professores para fortalecê-los
no desempenho da sua função. Quando Hellinger nos apresenta os
Movimentos do Espirito, a pedagogia Sistêmica com o seu enfoque
também evolui. Aprendemos a olhar, a perceber, gerar e trabalhar com
o campo fenomenológico, transgeracional e multidimensional.
No campo educativo, conseguimos trabalhar para obter paz e a
reconciliação, o que contribui enormemente para o fortalecimento da
vida dos seres humanos. Falamos então, sobre a importância de ser
observadores criativos nos campos da paternidade, da
maternidade e dos filhos.
Dessa forma, os Movimentos do Espirito, fora de toda a
conotação religiosa, nos revelam o desenvolvimento de uma
inteligência que nos permite sermos observadores criativos e nos
conectarmos com a vida para gerar sempre novos caminhos a fim de
resolver os conflitos mais profundos. No fundo, constitui uma
oportunidade maravilhosa mesmo que o processo de assentir diante
do doloroso e do trágico continue representando um grande esforço.
Está claro que, mudar o ponto de vista dá sentido à nova perspectiva e
ao olhar revolucionário. Diante da ausência ou da exclusão de um
membro chave da família, como o pai, o incorporamos no nosso
interior.
Quando isso é alcançado, o ser humano estabelece uma relação
consigo mesmo cuja natureza parte da reconciliação. Esta é a
sabedoria Neohellingeriana, pois a autoestima é diretamente
proporcional ao lugar que ocupamos, somando o fato de ter
alcançado um estado de reconciliação onde tanto o pai quanto a mãe
estão fortalecendo a vida psicológica da criança, do adolescente e do
adulto. Deste modo, o impacto da Escola Neohellingeriana na
Pedagogia Sistêmica, assim como cada uma de suas novas
compreensões e evoluções, proporcionam um ponto de vista onde:

· Pais, professores e estudantes aprendem a identificar, a


reconhecer, a ocupar e a se recolocarem em seus lugares,
induzindo o reordenamento dos sistemas quando estes mostram
um desequilíbrio cuja possiblidade de administração está em
suas mãos.

Com
Gianeh Borges
38
ANOTAÇÕES

· Através dos Movimentos da Alma se adquire a sabedoria


para enxergar como o sistema familiar se auto regula e que
impacto possui na vida escolar. Quando nós compreendemos
que existe algo muito maior que nós, como a espécie humana e
seu comportamento evolutivo, podemos dimensionar melhor os
alcances da nossa intervenção para moldar o destino.
· Com os Movimentos do Espirito na educação, a escola
em conjunto com os pais, consegue captar a importância do fluxo
da vida para desenvolver as novas gerações com uma
responsabilidade de valor extraordinário: serem capazes de
observar a realidade, captá-la em seus diferentes graus de
profundidade, assentir perante o que ela nos mostra ainda
quando não haja uma solução imediata, e delinear uma solução
de maneira criativa e proativa.

Com a Escola Neohellingeriana estamos aprendendo a confiar no


processo da vida e vê-lo como um processo evolutivo da espécie
humana, dentro de um contexto cosmológico e cosmogônico nos quais
estamos imersos. Este é um enorme passo na evolução da educação
baseada na reconciliação.
A visão que Hellinger incorpora no campo educativo, fortalece a
relação dos seres humanos com a vida e com o planeta à medida que
podemos perceber, com humildade, o lugar infinitamente pequeno que
temos nele, mas que também é infinitamente surpreendente e
maravilhoso. Tudo isso se reflete automaticamente no processo de
ensino-aprendizagem e no fluxo do conhecimento. Os conteúdos
deixam de ser estáticos e se convertem em entidades dinâmicas
com sentido, significado, direção e relevância.
No processo de ensinamento da Química, ao dar a lição sobre a
Tabela Periódica dos elementos de Mendeleyev, cada elemento tem o
seu lugar. Ninguém pode tirar esse lugar dele, nenhum elemento vem e
tira o lugar de outro elemento da tabela, e inclusive, foi previsto que
essa posição seria ocupada. Este é apenas um exemplo do grande
patrimônio que a Escola Neohellingeriana nos proporciona, ao serviço
da vida, entregando nas mãos dos professores sua relação com os
estudantes e suas famílias.
Assim, ao exercer como observador criativo, o ser humano
ingressa a uma dimensão onde a intenção do campo é maior, vem de
muito mais além e vai além de tudo. Assim, cada sistema gera suas
próprias respostas aos seus dilemas e desequilíbrios. É aí onde
novamente nos encontramos com a sabedoria do campo e do
mistério da vida.

Saber não significa usar.


Não se constela em escolas, é uma ferramenta
para se localizar e fazer o que precisa nesse contexto.

Com
Gianeh Borges
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BIBLIOGRAFIAS
Franke-Gricksh, Marianne. Você é um de nós
Patos de Minas: Atman, 2009.

Franke, Ursula. O rio nunca olha para trás


São Paulo : Conexão Sistêmica, 2013.

Hellinger, Bert. Olhando para a alma das crianças


São Paulo : Cultrix, 2012.

Hellinger, Bert. Ordens do amor


São Paulo : Cultrix, 2007.

Hellinger, Bert. Meditações


São Paulo : Cosmo visão, 2012.

Hellinger, Bert. Constelações familiares


São Paulo : Cultrix, 2007.

Olvera, Angelica. Realizando nuestros sueños


México, CUDEC, 2011

Olvera, Angelica. Pedagogia Hellinger


Mogi das Cruzes/SP : Terra Humida, 2019

Com
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40
Quem sou ?

GIANEH BORGES

Administradora de empresas, especialista em


Comportamento Humano nas Organizações/UFMT.
Formação em Hipnose Ericksoniana - ACT Institute.
Terapia orientada em Trauma Complexo (FOTCT) – ACT
Institute/EUA.
Focalização – ACT Institute/EUA, em Constelação
Organizacional e Coaching Sistêmico, pela Infosyon
(International Forum for System Constellations in
Organisations)/Alemanha.
Especialização Internacional em Pedagogia Sistêmica,
pela ISPAB (Alemanha).
Maestria nas Novas Constelações com Brigitte
Champetier de Ribes/Espanha.
Formação no Modelo de Validação Humana Virginia
Satir/Alemanha.
Docente e coordenadora dos cursos de extensão em
Abordagem Sistêmica Fenomenológica.
Pós-graduação em Educação Sistêmica, Constelações
Organizacionais na Faculdade Católica de Mato Grosso/FACC-
MT.
Presidente do Instituto OCA - Cuiabá/MT.

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Sobre nós

Instituto Oca é uma organização que busca o desenvolvimento


individual e social através do trabalho com a
Abordagem Sistêmica, utilizando prática inovadoras e
trazendo soluções para empresas, instituições,
famílias, escolas e universidades.

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Quilombo - Cuiabá (MT) - CEP 78.043-418
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