Maurice enfrenta o seu medo

METAS DO EXERCÍCIO

1. Verbalizar medos e identificar a situação de estímulo que produz ansiedade.

2. Reduzir a intensidade do medo da situação que anteriormente provocou ansiedade

imediata.

3. Aprender a usar estratégias de coping eficazes para gerir ou controlar a ansiedade

SUGESTÕES PARA O TRATAMENTO

Esta lição de casa envolve a leitura de uma história sobre um jovem macaco, Maurice, que
inicialmente está com medo de deixar a segurança de sua casa por causa do seu medo de
cobras. Os pais ou responsáveis são incentivados a ler a história para que o cliente entre as
sessões de terapia. Na sequência da história são várias as dúvidas do processo que podem ser
esclarecidas ao cliente em locais apropriados durante a história ou depois de toda a história
ter sido lida. As questões específicas são oferecidas como guias para ajudar o cliente a
verbalizar os seus medos e identificar a situação que evoca a sua ansiedade. O leitor da história
é encorajado a fazer outras perguntas que podem ser adequadas para cada cliente em
particular. O cliente não deve ser pressionado a responder a quaisquer perguntas que ele / ela
não se sente confortável em responder. Incentivar os pais ou responsáveis para gravar as
respostas do cliente para as questões nos espaços fornecidos. As respostas às perguntas irão
ajudar o cliente a desenvolver estratégias de confronto (ou seja, respiração profunda, técnicas
de relaxamento muscular, fala positiva, reestruturação cognitiva e dessensibilização
sistemática) para gerir a sua ansiedade. Espera-se que o cliente consiga experimentar uma
maior motivação para enfrentar seus medos depois de ler a história e identificar estratégias de
confronto para ajudar a controlar a sua ansiedade. A história é escrita para crianças dos 6 aos
11 anos de idade.
INSTRUÇÕES

Contar histórias pode ser uma maneira eficaz de se juntar à criança com medo e que sente
fortes sentimentos de ansiedade. Antes de ler "Maurice Enfrenta o Seu medo" à criança, tente
criar uma atmosfera relaxada. Gaste alguns minutos conversando com cuidado com a criança.
Sinta-se livre para se sentar no chão com a criança ou num sofá. Familiarize-se com a história,
lendo com antecedência. Isso irá ajudá-lo a ser mais animado ou espontâneo nas suas
expressões enquanto lê a história.
O objectivo da leitura "Maurice Enfrenta o Seu medo” é ajudar a criança a verbalizar os seus
próprios medos e a identificar os objectos ou situações específicas que produzem a sua
ansiedade. Espera-se que a criação de um ambiente favorável incentive a criança a sentir-se
confortável em falar sobre os seus medos. Depois de ler a história, pede-se à criança que fale
dos seus medos.
O que se segue é uma lista de perguntas que podem ser úteis para permitir que a criança
identifique e discutia os seus medos. Estas questões são oferecidas como um guia. Por favor,
sinta-se livre para fazer outras perguntas que você sente que são mais apropriadas para cada
criança. Não sinta que tem que fazer todas as perguntas. Além disso, é muito importante que
você seja sensível a como a criança responde a perguntas ou à história. Não force a criança ou
a pressione para responder a quaisquer perguntas que ele / ela pode não estar disposto a
responder. Escreva quaisquer observações de salientar que a criança faça nos espaços
fornecidos. Isto ajudará a criança a comparar os seus medos na próxima sessão de terapia. O
terapeuta, poderá ajudar a criança a encontrar maneiras de controlar a sua ansiedade
1. Quais são os teus medos?
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2. Há quanto tempo tens esse medo?

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3. Como apareceu o teu medo (s)? Que eventos ou situações aconteceram que te
tivessem causado o medo (s)?
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4. No começo da história, Maurice torna-se muito ansioso e nervoso quando tenta
sair da Árvore Rasheeka. O seu coração começa a bater, passam pensamentos na
sua cabeça e a sua respiração torna-se curta e rápida. Como é que age quando
começas com medo?
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5. Maurice percebe o quão triste ele está depois de ter sido provocado por dois
macacos traquinas, Richard e Johnny. Ele está com tanto medo de deixar a árvore
Rasheeka que ele não consegue explorar o resto da floresta. O que é que tu evitas
fazer por causa dos teus medos?
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6. Que coisas te ocorrem fazer com medo?

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7. Na história, Maurice recebe ajuda do seu avô, da árvore Rasheeka e de uma

serpente amiga, Roger, para superar os seus medos. Quem pode ajudá-lo a
superar o seu medo (s)?
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8. Maurice, com o incentivo Rasheeka, concorda em enfrentar o seu medo e

gradualmente se aproximar do Roger. O que aprendeste para ajudar a diminuir os
teus medos?
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9. No final, Maurice supera o medo e sente-se livre para explorar a floresta tropical.
Que coisas que tu gostarias de fazer no futuro quando estiveres livre dos teus
medos?

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 Maurice Enfrenta o Seu Medo

No profundo coração da floresta Amazónia encontra-se uma árvore muito alta que se eleva
acima de todas as outras árvores. As suas raízes estão profundamente plantadas na terra e o
seu tronco é forte e largo, suportando muitos ramos que se erguem como pilares para o céu. A
árvore é chamada árvore Rasheeka porque era habitada por Rasheeka, o avô de uma grande
família de bugios. Rasheeka foi muito respeitado e ensinou toda a sua família a caçar e a
apanhar alimentos. Ele ensinou aos seus netos a bondade da floresta tropical mas ao mesmo
tempo, advertiu-os de alguns dos riscos, como das cobras.
Um dos netos de Rasheeka era um pequeno macaco chamado Maurice, que adorava subir e
pular entre muitos ramos da árvore. Ele ouvia atentamente as histórias do seu avô, mas ficou
muito assustado quando ouviu os avisos do seu avô sobre as cobras na floresta tropical.
Maurice ficou ainda com mais medo quando um dia viu uma cobra de 25 metros de
comprimento debaixo da sua árvore. Depois disso, ele disse a si mesmo que nunca iria deixar a
árvore Rasheeka porque ele não queria ser apanhado por uma cobra com fome. A mãe de
Maurice, Rhianna, e o seu pai, Manley, tinham a certeza de que o Maurice iria superar o seu
medo. Eles ficaram preocupados, porém, depois do Maurice crescer e ainda se recusar a deixar
a segurança da árvore. Todas as vezes que a mãe o incentivou a sair com os seus primos e a
recolher alimentos para a família, o Maurice abanava a cabeça e gritava: "Não!" A mãe
defendeu o seu filho e prometeu que lhe daria bananas extra se ele se aventurasse a ir para
longe de casa. O pai repreendeu o seu filho e insistiu para que ele apanhasse alimentos com os
seus primos.
Apesar do Maurice tentar ir com seus primos várias vezes, logo que os seus pés tocavam no
chão, ele começava a entrar em pânico. Ele ficava tonto e tonto; com tremores em todo o seu
corpo. O seu coração batia muito rápido, a sua respiração acelerava e os seus pés e mãos
tremiam como ramos de palmeira a balançar numa tempestade tropical. Sentindo-se oprimido
pelo seu próprio medo e nervosismo, o Maurice rapidamente corria para trás até ao tronco da
árvore de Rasheeka.
A mãe e o pai. Desesperados, pediram ao avô para falar com Maurice. Rasheeka gentilmente
aproximou-se do macaco assustado e disse: "É uma coisa terrível viver com medo. Eu sei que
eu te avisei sobre as cobras e tu deves ter visto uma grande serpente, mas as hipóteses de
seres atacado por uma serpente são muito pequenas, especialmente se tu estiveres com um
grupo de amigos. Tu vais perceber que vais ser mais feliz se conseguires enfrentar os teus
medos! "Maurice ouviu o seu avô e até tentou deixar a árvore mais umas duas vezes. Cada vez
que tentava, porém, ele sentia-se nervoso e com medo e fugia novamente para a árvore.
Rasheeka infelizmente acenou com a cabeça e disse à mãe e ao pai, "Ele não vai ouvir o meu
conselho. O Maurice vai ter que descobrir por ele mesmo que ele se tornará num macaco
muito sozinho, se ele não superar os seus medos. "
O tempo passou e o Maurice parou de tentar sair da árvore. Todos os dias os seus primos
saiam de casa sem dizer uma palavra a Maurice. Eles procuravam as bagas deliciosas, as frutas
e as nozes em vários sítios da floresta tropical. Maurice dizia a si mesmo que estava feliz só de
ficar na sua árvore.
Um dia, o Maurice estava sentado sozinho na árvore, mantendo-se atento aos insectos para
poder comer um lanche no meio da manhã. Ele estava a olhar para os insectos quando de
repente, splat!! O Maurice sentia uma coisa pegajosa a escorrer pela cara dele. Ele limpou a
sua cara e percebeu que era um banana, podre e achatada. "Oh blhack! Exclamou o Maurice e,
em seguida, ouviu muitos risos vindos do chão. Ele olhou para baixo e viu dois macacos
traquinas, o Ricardo e o João, que moravam numa árvore vizinha. Os dois macacos estavam a
rebolar no chão de tanto rir. Eles atiraram uma banana podre e esmagada no Maurice usando
uma vara de bambu oca por dentro. Eles chamaram à sua arma uma “bazuca de banana ". O
Ricardo e o João tinham uma reputação de serem macacos muito brincalhões, mas o Maurice
pensou que eles estavam apenas a ser traquinas. O Ricardo e o João começaram a atirar mais
bananas podres contra o Maurice. Ele tentava cada vez mais desviar-se para não ser atingido
pelas bananas podres. Até que gritou: "Ei, parem com isso, senão vão-me acertar!" O João
disparou outra vez e disse: “ou então o quê?" O que é que vais fazer? Vais descer da árvore e
vai-nos apanhar? Se desceres da árvore, é melhor teres cuidado com as cobras!" E começaram
os dois a rir!
O Maurice baixou a cabeça com a vergonha. Ele sabia que o Ricardo e o João tinham razão,
eles sabiam que ele nunca iria deixar a árvore, porque ele estava com muito medo. O Maurice
começou a chorar e disse para si mesmo: "Eu não sou nada, sou apenas um macaco cheio de
medo. Eu nunca vou deixar esta árvore, eu vou viver a minha vida inteira com medo. Oh, que
vida miserável que eu vou levar! "
Os gritos de Maurice foram ouvidos pelo seu avô, Rasheeka que foi imediatamente ter com
ele e tentou consolá-lo. Ele pôs o braço à volta de Maurice e disse: "Tudo vai correr bem. Tu só
precisas de enfrentar os teus medos, e no futuro, tu não vais ter medo”. O Maurice continuou
a gritar:" Mas eu não consigo! Quando tento sair da árvore penso logo nas coisas que tenho
medo… penso logo que vem uma cobra atacar-me!” O Rasheeka respondeu:" Eu tenho uma
ideia. Eu conheço uma serpente amiga chamada Roger. Ela não é má e ela não te vai fazer mal.
Eu quero que tu conheças o Roger e então talvez passes a não ter tanto medo de cobras." O
Maurice insistiu,"Eu já disse avô, eu não consigo ir a nenhum lugar que tenha cobras."
O Rasheeka continuou,"Bem, eu vou trazer o Roger para perto da árvore apenas para te
apresentar. Tu dizes simplesmente olá. Depois disso, tu podes tentar aproximar-te dele mais e
mais até conseguires ultrapassar o teu medo. Desta forma, tu irás gradualmente superar o teu
medo.” O Maurice choramingou um pouco, mas disse:" Ok, eu vou tentar. "
No dia seguinte, o avô trouxe o Roger até ao fundo da árvore. O Maurice estava de pé num
galho grande e alto e quando ele olhou para baixo e viu a cobra a sua cabeça começou a girar,
ele ficou tonto e o seu coração começou a bater. O Maurice estava a respirar muito rápido. O
Rasheeka olhou para a árvore e conseguiu ver que o Maurice estava muito nervoso.O avô disse
então ao Maurice, "Relaxa. Tenta ter calma. Tenta respirar fundo, relaxar os teus músculos e
pensar em coisas positivas. " O Maurice fez o que o seu avô lhe disse para fazer e para seu
espanto, ele começou a sentir menos medo. Depois do Maurice se acalmar, disse: "Eu acho
que estou bem." Então o Rasheeka disse, "Boa. Amanhã vamos tentar de novo, mas dessa vez
vais descer da arvore e ficar á frente do Roger." O Maurice começou a queixar-se novamente e
disse:" Prometa-me que o Roger não se aproxima muito de mim." O Roger ouviu o que o
macaco estava a pedir e disse: " Eu prometo que não se aproximo muito de ti… tu vais ver que
eu sou uma cobra amiga!".
Então, tal como combinaram o Rasheeka e o Roger apareceram no dia seguinte. O Maurice
decidiu descer até a base da árvore, enquanto o Roger se afastou. O Maurice começou a
sentir-se em pânico novamente, mas o avô rapidamente saltou e disse para ele praticar as
habilidades que tinha aprendido ontem. O Maurice seguiu o conselho e, novamente, descobriu
que podia controlar a sua ansiedade. Todos os dia o macaco conseguia chegar-se cada vez
mais perto da cobra. Ao fim de três semanas, o Maurice estava pronto para dar o próximo
passo grande. Ele concordou em pegar e segurar no Roger.
O Maurice estava nervoso, mas estava confiante de que ele poderia enfrentar isso. Ele desceu
da árvore e encontrou Rasheeka e Roger. Ele riu-se e disse: "Estou nervoso mas estou pronto
para fazer isto." Pegou no Roger e sentiu frio e sentiu a sua pele escamosa. Ele riu-se porque
fazia cócegas. O Maurice esteve com a cobra 15 minutos ao colo até que o pousou porque o
Roger tinha de voltar para a sua família. O Maurice ficou muito contente a agradeceu ao avô e
à cobra por terem sido seus amigos: "Sem a vossa ajuda eu nunca teria saído da árvore e agora
sinto-me pronto para explorar a floresta."
Sendo assim, o Maurice passou a sair todos os dias para fora da floresta tropical com a sua
família e os amigos. A sua confiança foi crescendo a cada dia que passava e ele já não vivia a
sua vida com medo. O Maurice ainda sentia um pouco de nervosismo ao longo do tempo mas
ele percebeu que isso era normal. Ele sabia como controlar o seu medo quando ele se
aproximava. Manteve-se atento a quaisquer cobras perigosas, como a jibóia, mas ele já não
ficava aterrorizado com elas. Ele aprendeu que o seu forte era um grito estridente e que este
grito poderia afastar qualquer jibóia.
Cada mês o Maurice conseguia viajar para mais longe da sua arvore até que numa dessas
viagens encontrou um jardim cheio de mangas e bananas. O Maurice e os seus amigos
apanharam o máximo de fruta que conseguiram para poder levar para casa. No caminho para
casa, o Maurice parou na casa de Roger e deu-lhe alguns dos seus frutos. Os restos dos frutos
foram dados à sua família e até aos macacos Ricardo e João que ficaram muito contentes com
a atitude do Maurice. Os dois macacos traquinas concordaram em não incomodar mais o
Maurice e pediram-lhe para ele dizer onde ficava o jardim cheiro de mangas e bananas! O
Maurice decidiu mostrar-lhes a localização do jardim escondido mas primeiro pediu para eles
entregarem a bazuca das bananas.
Mais tarde naquele dia, Rasheeka, avô de Maurice aproximou-se e disse: "Estou muito feliz
por ti, meu neto. Tu tens enfrentado os teus medos e conseguido superá-los. Tu tens
compartilhado os tesouros da floresta tropical com a tua família, e ao fazê-lo, tu descobriste o
tesouro que está dentro do teu coração. O tesouro de dar. "
Maurice sorriu e sentiu-se bem… Sentiu que era forte e que era capaz de ajudar a sua família.