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ROTEIROS DE AULA PRÁTICA:

DISCIPLINA: FISIOLOGIA/ FARMACOLOGIA

PROFESSORA: ADRIANA MORAES.

Descrição: Realização de balanço hídrico (BH)

Conceito: Processo de observação e registro das quantidades de líquidos


ganhados e perdidos em um espaço de tempo (geralmente nas 24h).

Introdução: O BH é fortemente utilizado na assistência ao paciente em estado


crítico, uma vez que serve como avaliação contínua do paciente cujos líquidos
ingeridos e eliminados necessitam ser controlados rigorosamente, pois
pequenas variações podem causar um considerável desequilíbrio
homeostático. A realização do BH ainda é um processo considerado parte
fundamental do monitoramento do paciente em terapia intensiva e comumente
utilizado como apoio para decisões clínicas relativas a novas terapias,
determinando intervenções como, por exemplo, o uso de diuréticos, terapia de
fluidos e terapia de substituição renal.

A distribuição de água costuma se dividir nos dois grandes compartimentos:


intracelular e extracelular.

Em situações em que há depleção desses compartimentos, como em


choque por hemorragia ou diarreia, os sinais mais frequentes observados são
hipotensão, taquicardia, agitação, confusão, ressecamento de pele e mucosas,
redução no turgor da pele, enchimento capilar retardado, extremidades frias e
cianóticas.

Por outro lado, na hipervolemia há expansão do volume desses


compartimentos, observado principalmente em nefropatias, cardiopatias
(especialmente na insuficiência cardíaca congestiva) e hepatopatias; os sinais
comumente observados são ascite, edema importante de membros e ganho de
peso.
Objetivos da aula:

 Descrever a técnica de realização do BH (calculo)


 Discutir a importância da realização do BH em pacientes gravemente
enfermos.

Material necessário:

 Folha de registro dos controles realizados no paciente nas 24h.


 Caneta
 Papel para rascunho
 Calculadora.

Descrição da técnica: O BH é obtido a partir de operações matemáticas


simples, na qual somam-se líquidos infundidos e subtraem-se dos líquidos
eliminados. Assim, o resultado apresentará o sinal positivo ou negativo,
conforme o maior valor obtido. Ou seja, se o total de líquidos fornecidos ao
paciente for maior, o sinal positivo (+) precederá o resultado do BH e, se o
volume total de líquidos eliminados for maior, então o sinal que precederá o
resultado será negativo (-).

Variáveis positivas

a) Hidratação venosa.

b) Hidratação oral/enteral.

c) Dieta oral.

d) Dieta enteral.

e) NPT.

Variáveis negativas:

a) Diurese.

b) Drenos/sondas/aspirados.

c) Fezes normais.
Interpretação: O resultado do BH não deve ser analisado pontualmente e sim
correlacionado a enfermidade e seus efeitos no organismo, parâmetros dos
sinais vitais e evolução clínica do paciente. Durante a avaliação clínica deve-se
identificar sinais de sobrecarga ou depleção de líquidos.

Balanço hídrico positivo: Sugere retenção de líquidos, que culminará com o


extravasamento de líquidos para compartimentos limitados como o espaço
intersticial, ocasionando prejuízos na circulação sanguínea e perfusão tecidual,
aumentando a taxa de mortalidade em unidades de terapia intensiva.

Balanço hídrico negativo: O BH negativo é menos frequente e em geral


ocorre em pacientes que evoluem com diurese maior que 2.500mL em 24
horas, denominado poliúria. Dentre as causas mais frequentes se destaca o
diabetes insipidus, decorrente da ausência ou liberação insuficiente do
Hormônio Antidiurético (ADH), pela hipófise.

Locais para aplicação: Unidade de terapia intensiva/ unidades que prestam


assistência aos pacientes gravemente enfermos.

Referência:

WOODROW, P.; MOORE, T. High dependency nursing care:


observation,intervention and support for level 2 patient. London: Routledge,
2009.

SCHNEIDER, A. G. et al. Estimation of fluid status changes in critically ill


patients: Fluid balance chart or electronic bed weight? Journal of Critical Care,
Filadélfia, v. 27.

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