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Análise de Caso Monte Bianco Coffee

Descrição da situação

Realizar uma análise das demonstrações financeiras da Cafés Monte Bianco e fazer uma projeção do seu fluxo de caixa
para que possamos assessorar o Presidente da empresa Giacomo Salvetti para a tomada de decisão referente à linha de
negócios da empresa, o exposto, validando a capacidade de produção, margens e indicadores da Companhia, para que ela
tenha as informações necessárias para uma boa tomada de decisão.

Análise das demonstrações contábeis do exercício de 2000

1. A participação nas vendas da linha premium responde por 82,29% das vendas totais, enquanto as vendas de
marca própria respondem por 17,71%.
2. O custo das vendas representa 59,23% das vendas, para determinar se é uma boa margem é preciso fazer uma
análise contra as empresas do setor.
3. A despesa financeira representa 6,82% das vendas, o que é consistente com seu indicador de endividamento que
é de 79,47%.
4. O principal ativo da empresa é o ativo imobilizado que atinge 67,42% líquido do ativo total, o segundo ativo é o
contas a receber representando 20,98% do ativo total, validando o indicador de rotação calculado o pagamento é
recebido a cada 61 dias, Esse valor é afetado pelo alto volume de vendas apresentado no último trimestre do
ano.
5. A necessidade de capital de giro é muito alta, o ciclo de caixa chega a 100 dias devido à carteira elevada, à
presença de estoques de matérias-primas e produtos acabados, e que não há alavancagem com fornecedores,
por isso eles devem financiar a operação por meio de uma linha de crédito de curto prazo.

Os resultados da empresa em 2000 podem ser considerados positivos levando-se em conta que um ROE de 21,23% é
atingido no ano, no entanto, há também um grau de endividamento de 79,47% e indicadores de liquidez aparentemente
baixos (índice de liquidez corrente de 0,57 e teste de ácido de 0,41) que aumentam o risco da empresa e podem trazer
problemas de caixa no futuro.

Projeção de Concentração em Marcas Próprias

Foi realizada uma análise projetando apenas a venda de marcas próprias, utilizando a capacidade total da empresa a partir
da qual podemos concluir:

1. O valor das vendas diminuiu em relação ao ano anterior em 5,9%, o custo das vendas passou de 59,23% para
86,96% deixando uma margem bruta de apenas 13,04% ao ano.
2. As despesas financeiras subiram 26,9%, já que precisa aumentar sua dívida de curto prazo para continuar
financiando a operação, de modo que o grau de endividamento passa de 79,47% para 87%.
3. O ciclo de caixa passa de 100 dias para 162 dias, pois o prazo de pagamento para clientes de varejo é muito
maior.
4. De acordo com a projeção, a empresa geraria prejuízo, o lucro operacional não paga despesas financeiras e o
Ebitda diminuiria 43,9%.

De acordo com os dados apresentados acima, essa opção não é recomendada, pois embora toda a capacidade da empresa
esteja sendo utilizada, essa opção geraria prejuízos para a empresa e perda de valor para os acionistas.

Projeção de Concentração em Marcas Premium

Ao focar apenas em marcas premium, 16% da capacidade de produção seria utilizada e os resultados projetados seriam os
seguintes:

1. O valor das vendas diminuiu 29,02% em relação ao ano anterior, o custo das vendas foi de 59,23% para 65,79%
deixando uma margem bruta de 34,21% ao ano.
2. As taxas de giro do contas a receber são melhoradas de 61 dias para 33 dias, de modo que o ciclo de caixa passa
de 100 dias para 72, reduzindo a necessidade de capital de giro.
3. De acordo com a projeção, a empresa geraria prejuízos, o lucro operacional não é suficiente para pagar despesas
financeiras e o Ebitda diminuiria quase 90%.
4. O valor das despesas financeiras é mantido, porém o grau de endividamento passa de 79,47% para 90,9%, uma
vez que a perda diminui o valor do patrimônio.

Embora a liberação de recursos gere mais caixa que chega até mesmo a ter investimentos temporários, os indicadores de
rentabilidade mostram uma queda significativa, além da capacidade produtiva ociosa somada aos investimentos
temporários deterioram a eficiência da empresa e tornam essa decisão insustentável no longo prazo.

Proposta mistura Marcas Premium e Próprias

Uma análise de benefício foi realizada para cada um dos graus de café e verificou-se que o café A seria a opção mais
benéfica, e a capacidade restante seria coberta pela produção de marca própria nas seguintes quantidades:
Prêmio Marca Própria
Grau de café Para D Total
Volume (Kg) 1.792.000 4.000.000 5.792.000

Esta combinação deixa-nos com os seguintes resultados:

1. As vendas aumentariam em 76,1%, os custos passariam de 59,23% para 69,52%, deixando uma margem bruta de
30,48%
2. O ciclo de caixa passa de 100 dias para 118 dias, essa necessidade de capital exigiria o aumento da linha de
crédito em 6 milhões de libras italianas.
3. A operação permite ter um crescimento significativo do lucro, aumentando o valor do patrimônio líquido e
deixando uma margem de rentabilidade do ROE patrimonial de 38,36%, desempenho muito superior ao obtido
em 2000 levando em conta que o ROA dobra e o endividamento passaria de 79,47% para 73,96%.

Análise de Sensibilidade e Ponto de Equilíbrio

Analise-se a sensibilidade do ROA às variáveis: custo fixo, custo variável dos dois produtos, despesas de marketing,
despesas de P+D, despesas de vendas, despesas administrativas, rotação de estoque e rotação de contas a pagar.
Constatando-se que apenas duas dessas variáveis apresentam sensibilidade maior que 1.

1. O custo variável da marca própria tem sensibilidade de -2,67 implicando que para 1% de variação nessa variável o
ROA diminui em 2,67%. Em relação ao ponto de equilíbrio do lucro líquido, determina-se que um aumento de
37,81% nessa variável traria o lucro líquido para 0.
2. O custo variável da marca A é a variável com maior sensibilidade do modelo, onde um aumento de 1% traria uma
diminuição de 3,24% no ROA. Em relação ao ponto de equilíbrio do lucro líquido, determina-se que um aumento
de 31,31% nessa variável traria o lucro líquido para 0.

Recomendação

Recomenda-se que a empresa, com base nas projeções feitas, tome a decisão de produzir um mix entre marcas próprias e
café grau A, pois embora a linha de crédito existente deva ser ampliada, a margem de endividamento diminui e a
capacidade de pagamento de juros aumenta em 67%. Adicionalmente, utiliza-se a capacidade total de produção e
aumenta-se a rentabilidade da empresa em 144%. Adicionalmente, recomenda-se que a empresa reveja a necessidade de
produção de marcas próprias, uma vez que foi estudado que a produção de cafés grau B, BB e A seria mais benéfica para a
empresa.

As análises, projeções e cenários realizados como parte indispensável para a apresentação deste relatório estão em anexo.

Apresentado por: Manuel Alejandro Mosquera Ortega - Marta Elizabeth López Rodríguez

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