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INDICE

INTRODUÇÃO

A educação, concebida por(Veiga, 2012) como “processo de desenvolvimento


integral, harmonioso e progressivo da pessoa humana”, demanda na realização da
sua obra a utilização de determinados artifícios que possibilitem a produção de
alguns efeitos, sendo esta a principal ferramenta usada na busca da plena
maturação do homem enquanto ser racional.

A sociedade actual estimula o homem a observar o mundo sob diferentes ângulos


por formas a transformá-lo em seu próprio benefício, o que é possível caso este
tenha sido submetido a uma certa integração de saberes diferenciados, fruto de
uma formação completa, imposta pela interdisciplinaridade. É aí onde surge a
Química, que por ser uma ciência que se ocupa do estudodos fenómenos naturais,
reveste-se de capital importância quando se trata de capacitar o homem para
transformar o meio a sua volta.

O ensino-aprendizagemda Química tem seu papel fundamental na sociedade e no


mundo, pois seu conhecimento nos ajuda a compreender factos e transformações
que ocorrem a todo o momento em nosso quotidiano, entretanto, ensinar Química
não é uma tarefa fácil, considerando que esta disciplina é vista como pouco
interessante por muitos alunos, sendo considerada muitas das vezes como
bastante complexa.

Por possuir uma linguagem própria, baseada em modelos, não se pode descartar a
possibilidade de uma certa dificuldade no seu ensino - aprendizagem. Porém, essa
dificuldade pode ser amenizada a partir de um acompanhamento cerrado de
alguém experiente.

Nesse caso, para que a Química cumpra com o seu papel, o de fornecer
mecanismos de transformação do universo, é necessário que o seu ensino seja
desenvolvido de tal maneira que resulte na formação de um homem capaz de olhar
para as coisas a sua volta com uma certa familiarização, o que suscitará um olhar
crítico, e o surgimento de um conjunto de habilidades que o possibilitarão melhorar
o que não parecer adequar-se ao que devia ser, de acordo com os seus ideais.

Há muito que se vem debatendo questões relativas ao modelo aplicado na


realização das aulas de Química, que afasta completamente o aluno da sua

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realidade, afetando, com isso, a qualidade que se espera alcançar no final do
processo. Um exemplo do que se afirma é datado de 1980 no qual muitos
pesquisadores reuniram-se para discutir as reformas curriculares e formas de
abordagem que promovam a construção contextualizada do conhecimento
científico de maneiras a se reduzir a fragmentação que é geralmente visível em
sala de aula como afirma (Pataca, 2018).

O que tem acontecido muitas vezes é que alguns conteúdos de Química têm sido
leccionados ignorando qualquer relação destes com o contexto dos alunos. A
respeito disso, (Pataca, 2018) considera que ao ser assim passa-se a ideia de que
o ensino é um conjunto de saberes estagnados e fechados a serem transmitidos
que ignora a vivência do estudante, a sua cultura e os saberes que este carrega
consigo, fruto da sua experiência.

Há quem diga que o estudo da Química torna-se importante, não por conta dos
nomes difíceis, que são frequentemente memorizados, mas por possibilitar a
compreensão do mundo actual, construído e modificado por processos químicos,
sejam esses catalíticos ou não, sintéticos ou de degradação (Marcondes et al,
S/D).

Assim, essa forma de levar os conhecimentos aos alunos considera-se uma má


abordagem que se faz dos conteúdos de química, pois, o ensino-
aprendizagemdessa disciplina deve considerar a perspectiva da inter-relação entre
os factos químicos e sua inserção no funcionamento do mundo, levando a
compreensão do modo como os factos químicos constituem e são constituídos nas
esferas sociais, económicas, ambientais e políticas (Nunes, 2008).

O presente trabalho relata uma experiência vivida em uma das escolas da cidade
do Huambo, o Liceu Comandante Joaquim Kapango, que deu conta que o
conteúdo da disciplina de Química Orgânica tem sido abordado de uma maneira
não muito indicada, com uma tendência que não leva em consideração as
orientações mais actuais da ciência o que complexifica o processo e dificulta a
aprendizagem dos alunos. Essa é, digamos, uma das razões que faz com que a
Química como disciplina seja ainda muito temida pelos estudantes.

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De acordo com Nunes (2008),

“É preciso que a abordagem dos conceitos e dos conteúdos de Química seja


coerente e com a visão actualizada, contemplando avanços tanto no
conhecimento químico quanto nas concepções da Química como ciência,
sua historicidade e suas implicações sociais, sendo essencial a busca
sistemática de novas referências e diversificadas fontes de informação”.

Tem-se dito que, o professor é o grande mediador do processo de construção do


conhecimento e da formação do indivíduo, e ele tanto pode contribuir para a
promoção da autonomia dos alunos como para a manutenção de comportamentos
de controlo sobre os mesmos (Berbel, 2011).Isso poderá acontecer caso o
professor se comprometa em buscar uma metodologia e outros elementos que
sejam acessíveis e veiculem a transmissão de conhecimentos aos alunos, uma vez
que as metodologias activas têm o potencial de despertar a curiosidade, à medida
que os alunos se inserem na teorização e trazem elementos novos que ainda não
são considerados nas aulas ou na própria perspectiva do professor (Berbel, 2011).

É inegável o papel preponderante da escola na formação dos indivíduos, devendo


esta proporcionar aos mesmos a possibilidade de serem cidadãos informados,
críticos, responsáveis e conscientes nas suas decisões e opiniões relativamente a
questões do mundo contemporâneo repleto de sociedades científicas e
tecnológicas avançadas que procuram o bem-estar num equilíbrio ambiental que
assegure uma boa qualidade de vida a todos os indivíduos.

Situação Problemática

Dificuldade na metodologia empregue pelo professor na transmissão dos


conteúdos sobre os hidrocarbonetos saturados (alcanos).

Problema Científico

Como empregar uma proposta didactica para contribuir no melhoramento do ensino


de hidrocarbonetos saturados (Alcanos), na 12ª classe no Liceu Comandante
Joaquim – Kapango do Huambo?

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Objecto de Estudo

Processo de ensino - aprendizagem da disciplina de Química Orgânica na 12ª


classe no Liceu Comandante Joaquim – Kapango.

Campo de Acção

Ensino de hidrocarbonetos saturados (alcanos).

Objectivo Geral

Elaborar uma proposta didactica que sirva de base para o melhoramento do


processo de ensino-aprendizagem dos conteúdos relacionados com os
hidrocarbonetos saturados (Alcanos), na 12ª classe no Liceu Comandante Joaquim
– Kapango do Huambo.

Objectivos Específicos

 Apresentar as bases teóricas que fundamentam o ensino-


aprendizagem de hidrocarbonetos saturados (alcanos);
 Sugestao em mudar o primeiro objectivo por: Apresentar as bases
teoricas que fundamentam o processo de ensino e aprendizagem da
quimica organica atraves da revisao e analise da bibliografia de
carecter pedagogico que aborda o tema.
 Sugestao em mudar o segundo objectivo por: Diagnosticar as
dificuldades que apresentam os professores e alunos da 12 classe da
escola do Liceu Comandante Joaqui-Kapango do Huambo.
 Identificar os métodos mais apropriados para abordagem dos
conteúdos sobre os hidrocarbonetos saturados (alcanos);
 Elaborar a proposta didáctica adequada ao ensino-apredizagem dos
hidrocarbonetos saturados (alcanos).

Ideia a Defender

Com uma proposta metodológica pode-se contribuir para o melhoramento do


ensino de hidrocarbonetos saturados (Alcanos), na 12ª classe no Liceu
Comandante Joaquim – Kapango.

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Os métodos utilizados para a realização da tese, em função dos objectivos
propostosem nossa investigação são:

Métodos teoricos:

a) Analise-sintise: Permitiu - nos aprofundar o conhecimento das


regularidades relacionadas com o quadro teórico, assim como estudar
literaturas sobre o processo de ensino-aprendizagem de hidrocarbonetos
saturados (alcanos).

b) Indução – dedução: Depois da aplicação dos inquéritos aos professores e


alunos da 12ª classe , permitiu – nos estabelecer as inrregularidades na
ministração das aulas pelo professor quanto ao ensino de hidrocarbonetos
saturados (alcanos).

c) Histórico – Lógico: Para o estudo da documentação relacionada com o


ensino de hidrocarbonetos saturados (alcanos) e seus antecedentes
históricos.

Métodos Empiricos:

a) Inquerito: Para recolher informações sobre as dificuldades que os


professores e alunos possuem a respeito do referido conteúdo, bem como
os indicadores para a elaboração da proposta didáctica para o ensino de
hidrocarbonetos saturados (alcanos).

b) Análise documental: o uso deste método permitiu – nos constatar os


documentos que serviram de base para a fundamentação desta tese.

Métodos Estatísticos:

a) Estatística Descritiva: Este método possibilitou-nos fazer a descrição dos


dados obtidos a partir do questionário aplicado aos professores e alunos.

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b) Estatística Inferencial: Permitiu-nos fazer a análise e interpretação dos
dados.

Local de Pesquisa

A pesquisa foi realizada no Liceu Comandante Joaquim Kapango – Huambo

População e Amostra

Nessa pesquisa trabalhou – se com os estudantes da 12ªclasse, periodo pós-


laboral do curso de Ciências Físicas-Biologicas, no Liceu Comandante Joaquim-
Kapango.

Amostra

Seleccionou-se como amostra a turma 12.25, constituida por 66 alunos e os


professores de Quimica Organica do pós-laboral.

Tipo de pesquisa

De acordo com (Kauarki, Manhães, e Medeiro, 2010, p.26), é aquela que


corresponde a exposição das caracteristicas de determinada população ou de
determinado fenomeno.

Importância e razão da escolha do tema

O foco do processo de ensino - apredizagem é o aluno e para que esta


aprendizagem aconteça é preciso dispertar o seu interesse.

A escolha do tema deu-se a partir de nossas observações enquanto estundantes


estagiários do 4º ano de ensino de Química na escola Liceu Comandante Joaquim-
Kapango, foi possivel perceber algumas dificuldades na metodologia usada pelo
professor ao transmitir os conteúdos sobre os hidrocarbonetos saturados (alcanos).

A motivaçao para esta investigação está relacionada com a importância que os


hidrocarbonetos saturados (alcanos) têm por ser a primeira função orgânica que os

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estudantes se deparam para poder entender as outras restantes funções orgânicas
no processo de ensino-aprendizagem da química orgânica.

A principal contribuiçao da nossa pesquisa consiste na caraterizaçao do estado


atual dos alunos da 12ª classe da turma 12.25 do curso de Ciências Físicas e
Biologicas no que tange as dificuldades apresentadas pelo alunos sobre os
hidrocarbonetos saturados. Este tema é de extrema importância visto que irá
contribuir para o melhoramento do estudo dos hidrocarbonetos saturados (alcanos)
dos alunos, associando a teoria à prática tendo em conta as suas aplicaçoes e os
seus impactos ambientais.

CAPÍTULO I: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA DO PROCESSO DE


ENSINO APRENDIZAGEM DA QUIMICA ORGANICA

O ensino de Química Orgânica tem sido um dos grandes


problemas da educação química, por três grandes razões: ser
desvinculado dos demais conteúdos da Química, ter como foco
operações de classificação e nomenclatura de compostos
orgânicos e não ser contextualizado. Ao salientarmos os pro-
blemas do ensino de Química Orgânica na educação básica,
também buscamos mostrar como o ensino desta importante área
da Química poderia ser tratado.

O segundo problema destacado inicialmente foi a ênfase


demasiada que tem sido dada nos livros didáticos de Química às
classificações, nomenclaturas e formulações de compostos
orgânicos. Os livros tratam da classificação dos tipos de cadeias,
classificação dos tipos de carbonos em primários, secundários

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etc., classificação dos tipos de ligações, classificação dos tipos de
hidrocarbonetos, classificação dos tipos de isomeria, regras para
dar nomes aos compostos, regras para escrever as fórmulas
moleculares, estruturais e de traços de compostos orgânicos etc.
Classificar, dar nomes e escrever fórmulas estruturais resumem
boa parte dos conhecimentos de Química Orgânica tratados no
currículo tradicional. Estes conhecimentos são importantes para
a compreensão de vários aspectos da Química Orgânica, sem
dúvida. Entretanto, consideramos que tem havido um exagero
diante das condições das aulas que geralmente professores e alu-
nos estão sujeitos. Com 2 ou 3 aulas semanais de Química outros
conhecimentos de maior relevância para a formação dos
estudantes deveriam ser priorizados. Muitas vezes os estudantes
passam um ano inteiro treinando a aplicação de inúmeras regras
para classificar, nomear e formular compostos orgânicos com
pouquíssimos momentos de reflexão sobre conteúdos de facto
relevantes para a cidadania ou para o desenvolvimento da
capacidade de interpretar o mundo físico presente em seu
cotidiano e na mídia.

O ensino de Química Orgânica deveria, então, ter como foco a


aprendizagem de conceitos químicos e o desenvolvimento da
capacidade de aplicá-los na compreensão e previsão das
propriedades e das transformações de compostos orgânicos,
sendo as classificações e demais regras tratadas de maneira
comedida como conhecimentos auxiliares nesse processo.

O terceiro problema destacado anteriormente é a ausência de


contextualização dos conhecimentos científicos. Contextualizar os

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conhecimentos de Química Orgânica e das demais áreas da
Química também muitas vezes adquire o sentido de “dar
exemplos” de compostos orgânicos de uma determinada função.

Uma alternativa a essa abordagem descontextualizada seria um


currículo de Química Orgânica baseado em temas de relevância
social, como combustíveis ou alimentos. Assim, os estudantes
poderiam aprender os conceitos científicos concomitantemente à
aprendizagem de aspectos sociais, tecnológicos e ambientais
ligados à obtenção, usos, propriedades e composição de
combustíveis e alimentos. Tal abordagem representa uma grande
ruptura com o currículo tradicional de Química, mas apresenta
grande potencial de tornar o ensino de Química mais relevante
para os estudantes. Não se trata de negligenciar os conceitos
químicos, mas de tratá-los mais ampla e significativamente, de
maneira que os alunos possam dar sentido ao que aprendem,
possam reconhecer em suas vidas e na sociedade os princípios
da Química e dessa maneira, valorizar o conhecimento e a cultura
científica.

Química Orgânica: Reflexões e Propostas para o seu ensino

Podemos estar diante de um desafio, o de repensar e replanejar o


ensino de Química Orgânica sem perder a perspectiva de
possibilitar aos que almejam a continuidade de seus estudos, mas
oferecendo aos jovens cidadãos a possibilidade de exercer sua
cidadania, utilizando também, conhecimentos construídos na
escola.

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Grande parte dos novos materiais que têm sido incessantemente
produzidos há dois séculos advém de rotas sintéticas orgânicas
ou têm substâncias orgânicas em partes do processo. Nesse
sentido, conseguimos compreender porque que, com o passar
dos anos, o conteúdo de Química Orgânica começa a ocupar
espaço privilegiado nos cursos, inclusive no Ensino Médio.

Assim, a relevância da Química Orgânica vai além das


características específicas do carbono (tetravalente, anfótero,
número de oxidação variável, capaz de formar cadeias e presente
em 60% da massa dos organismos vivos). Para compreender sua
abrangência, temos de considerar a grande variedade de
substâncias orgânicas existentes, sejam naturais ou sintéticas.
Conhecimentos sobre a estrutura das moléculas, levando em
conta características como reatividade e estabilidade, bem como,
os possíveis mecanismos de reação são imprescindíveis para o
estabelecimento de novas rotas sintéticas.

Vale ressaltar que a síntese orgânica se desenvolveu mais


rapidamente a partir dos anos de 1950, decorrente da
disseminação de novas reações que passaram a utilizar reagentes
organometálicos preparados a partir de metais de transição. O
avanço representado pela análise conformacional e compreensão
dos mecanismos de reação possibilitou uma maior compreensão
da reatividade química. Nos dias atuais, impulsionado por um
maior conhecimento sobre as interações biológicas em nível
molecular, percebe-se, também, um direcionamento para estudos
integrados com a Biologia.

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A riqueza da química associa-se às soluções do nosso tempo, desde a área
doscuidados com a saúde, até as áreas de energia, sustentabilidade e meio
ambiente.

Conhecer estruturalmente e espacialmente as moléculas de compostos químicos


diversos, tem grande importância para o estudo da química e para a vida diária das

pessoas.

Quando falamos em quiralidade conceito ligado às moléculas orgânicas que têm


um carbono assimétrico, ou seja, carbono que tem quatro ligantes diferentes,
podendo essa molécula assumir diferentes arranjos espaciais, sabemos da
importância desse conceito para o estudo de fármacos, alimentos, enzimas,
aminoácidos, proteínas e tantos outros produtos que fazem parte do nosso dia a
dia. A quiralidade é um fenômeno que permeia o universo.

Os estudantes devem desenvolver uma sólida compreensão da estrutura e da


forma das moléculas para que saibam como se comportam e reagem e, torna-se
assim, de extrema importância o uso de modelos moleculares no processo de
ensino-aprendizagem, e objetos computacionais que auxiliem na visualização
tridimensional dessas moléculas, para que se possa compreender sua forma
espacial e seu comportamento.

Explicar para os alunos esses conceitos sem o recurso na visualização


tridimensional não é uma tarefa simples, docentes da área de química orgânica
mencionam que apresentar para os alunos o contexto de moléculas sem ilustra-las
ou simula-las é deveras complexo.Contudo, Gomes, Caritá e Costa (2011) citam
que recursos interativos propostos por meio da Tecnologia da Informação e
Comunicação oferecem oportunidades de exploração de fenômenos científicos e
conceitos, como experiências em laboratório com substâncias químicas ou
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envolvendo conceitos de genética, velocidade, grandeza, medidas, força, dentre
outras.

Bistaneet al. (2014) citam que os objetos de aprendizagem auxiliam os docentes a

explicarem assuntos abstratos e complexos com mais facilidade, pois com a


integração da tecnologia pode-se usar imagens, sons e simulações para que o
educando se interesse mais pelo assunto e tenha melhor visão e entendimento do
mesmo, além de sair da rotina das aulas em uma sala de aula onde o docente
explica o assunto, escrevendo no quadro e de forma oral.

Geralmente esses recursos interativos e de simulação são contemplados em


objetos de aprendizagem. Os objetos de aprendizagem podem ser definidos como
ferramentas digitais (simulações, animações, vídeos, entre outros) que podem ser
utilizados nas práticas didático-pedagógicas, são reutilizáveis e permitem
interações (SOSTERIC; HESEMEIER, 2002; CAVALCANTE; VASCONCELLOS,
2007; SILVA; CAFÉ; CATAPAN, 2010).

Evidencia-se que o objeto de aprendizagem como tecnologia da informação é um


recurso que pode ser utilizado para dar suporte a aprendizagem, permitindo
"quebrar" o conteúdo educacional em pequenos trechos, sendo passíveis de
reutilização em vários ambientes de aprendizagem (CORRADI; SILVA;
SCALABRIN, 2011).

O objetivo do estudo dos docentes em sala de aula com os alunos deve priorizar a
nova escola, onde o professor aprende junto com o aluno, ou seja, ao mesmo
tempo é uma troca de informação. O profissional deve orientar o aluno a
contextualiza e absorve para se ter uma fundamentação adequado do ensino de
química orgânica, é de suma importância que a formação contínua como cursos
palestras minicursos suporte de estudos bem como biblioteca sempre atualizada,
desta maneira o aluno contribui para formar uma sociedade de valores, trabalho,
moral, histórico-cultural também na sua forma de pensamento e o domínio da
autoajuda (FREIRE 2004).

Os hidrocarbonetos presentes nos compostos orgânicos que possua átomos


carbono e hidrogênio, proveniente de matéria orgânica da qual se faz parte dos
organismos vivos que é diferente dos organismos não vivos, como as plantas os
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seres vivos, os vegetais e os animais. Já a química inorgânica constitui uma
complexa mistura de átomos que se liga para compor a molécula a sua formação
se caracteriza com reino das minerais coisas não vivas. (SARDELLA 1998)

1. EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA QUÍMICA ORGÂNICA

Tudo o que existe até hoje, certamente, passou por um processo evolutivo, teve
registos e com eles construiu-se uma história que precisa ser contada. A história da
Química Orgânica começou com a descoberta do fogo, pois, embora não se
tivesse essa consciência na altura, grande parte de tudo o que é susceptível de
sofrer combustão (queimar) é considerado composto orgânico.

O ser humano vem usando substânciasorgânicas e suas reacções desde a mais


remota antiguidade. Já na pré-história, uma dessas substâncias — o álcool etílico
— era obtida a partir da reacção de fermentação do suco de uva, e quando o vinho
se oxidasse (azedava), obtinha-se o vinagre(Usberco &Salvador, 2002).

Embora tenha existido desde a antiguidade, a ciência anteriormente não era


designada da mesma maneira que agora. A designação Química Orgânica surgiu a
partir do momento em que se começou a sistematizar processos de obtenção de
substâncias a partir de produtos extraídos da natureza. Essa designação surgiu em
função do esclarecimento prestado na época, de que as substâncias que
continham carbono eram os principais componentes dos organismos vivos, no
caso, animais e vegetais.
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Muitos trabalhos deram crédito a essa última afirmação, como é o caso do trabalho
desenvolvido por Carl Wilhelm Scheele ao conseguir isolar o ácido
tartárico(C4H6O6) da uva, o ácido cítrico(C6H8O7) do limão, o ácido láctico(C3H6O3)
do leite, a glicerina(C3H8O3) da gordura, a ureia(CH4N2O) da urina... (Feltre R. A.,
2005).

Assim sendo, Torbern Olof Bergman introduziu um conceito para a Química


Orgânica dizendo que essa era a química dos compostos existentes nos
organismos vivos, animais e vegetais, separando-a da Química Inorgânica ou
Mineral que segundo ele era a química dos compostos existentes no reino mineral
(Cabral, 2009).

Jons Jacobus Berzelius, químico sueco, apegando-se das ideias de Bergman


estabaleceu um limite preciso entre as Químicas Orgânica e Inorgânica, ao reparar
que de organismos vivos era possível a obtenção/extração de um número
considerável de substâncias, por essa razão, introduziu a chamada teoria do
vitalismo, atravez da qual “as substâncias orgânicas só se podiam formar de
organismos vivos, sob influência de uma força vital, e que não se podia obtê-las por
via sintética” (Teca, 2012).

A teoria de Berzelius veio a ser refutada mais tarde quando mais estudos foram
realizados para se provar a veracidade da mesma, que permitiram a Friedrich
Wohler sintetizar a ureia a partir do cianeto de amônio, contrariando o dito
anteriormente por Berzelius, suscitando a que mais estudos fossem realizados a
fim de se desacreditar a grande e poderosa teoria do vitalismo.

∆ ∥
H4N+ O− − C ≡ N →
𝐶

H2N NH2

Após algum tempo, notou-se que era necessário criar uma definição efectiva para a
Química Orgânica. Foi assim que Lavoisier conseguiu analisar algumas

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substâncias e constatou que todas elas tinham em sua estrutura o elemento
químico carbono. No entanto, isso fez com que se definisse a Química Orgânica
como sendo o ramo da química que estuda os compostos de carbono(Feltre R. A.,
2005), definição essa que não era muito bem vista por outros estudiosos da área,
por considerarem que existem muitas outras substâncias inorgânicas que
apresentam o elemento químico carbono em sua estrutura, como é o caso do
dióxido de carbono (CO2), o ácido carbónico (H2CO3), o ácido cianídrico (HCN), os
carbonatos e muitas outras.
Contudo, alguns preferem definir a Química Orgânica como a ciência que se ocupa
do estudo dos hidrocarbonetos e seus derivados(Teca, 2012). Esse último, por
exemplo, prefere defini-la dessa maneira porque afirma que é impossível
estabelecer um limite fixo entre ambos os ramos da ciência (orgânica e inorgânica).
Apesar disso, reconhece que grande maioria dos compostos de carbono pertence à
Química Orgânica.

O mais importante em todas as teorias apresentadas até ao momento é a idéia de


que as moléculasorgânicas são o coração da vida – tanto a existência de vida na
Terra como a possibilidade de vida em algum outro lugar(Kamogawa, 2006).

Se olharmos atentamente para a evolução da humanidade, por todas as fases


pelas quais passou, como é o caso da idade da pedra, idade dos metais e se
procurarmos estabelecer um paralelismo com a fase actual, poder-se-á notar que
essa é basicamente a era dos compostos orgânicos. Maior parte dos bens que
proporcionam ao homem a satisfação das suas necessidades mais prementes,
como o petróleo, os polímeros, a genética... são todos componentes do grande
objecto de estudo da Química orgânica.

2. A QUÍMICA ORGÂNICA NA ACTUALIDADE

Desde o seu surgimento até aos nossos dias, a Química Orgânica teve um
desenvolvimento vertiginoso que a colocou numa posição de grande destaque na
estabilização da vida do homem.

Actualmente, é possível verificar a existência de compostos orgânicos extraídos de


fontes naturais, como: o petróleo, o carvão mineral, o gás natural, e de alguns

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produtos de origem animal e vegetal, assim como, os produzidos artificialmente em
indústrias químicas e farmacêuticas que produzem desde fibras têxteis, plásticos,
corantes, insecticidas, medicamentos...

Os compostos de carbono estudados pela Química Orgânica, além de formarem


grande parte das substâncias que entram na composição dos meios utilizados no
dia a dia do homem, tais como roupas, móveis, sabonetes, desodorantes,
utensílios de cozinha, alimentos e tantos outros artigos,são formadores de
macromoléculas importantes, como as proteínas, gorduras e açúcares que são
fundamentais para a vida. A Química Orgânica estuda basicamente a estrutura das
moléculas e as regras que governam suas interações(Silveira, 2014).

Tudo isso foi possível graças a extraordinária capacidade natural do átomo de


carbono de formar ligações simples e múltiplas que lhe permitem combinar com
muitosoutros elementos e consigo mesmo, formando uma grande variedade de compostos
orgânicos.

Por ser tão grande o número de compostos orgânicos conhecidos até ao momento, a Química
Orgânica deu origem a um outro ramo da ciência, a Bioquímica, que se ocupa do estudo das
moléculas mais complexas.

3. O ÁTOMO DE CARBONO E SUAS CARACTERÍSTICAS

O carbono é um elemento químico como todos os outros, porém, diferente pelas


suas propriedades específicas, o qual, situa-se no segundo (2º) período da tabela
periódica, grupo 14 ou IVA e, apresenta quatro electrões (4e-) na camada de
valência, responsáveis por toda essa capacidade de se unir com diferentes
elementos.

IA VIIIA Elementos
De transição
H IIA IIIAIVAVA VIAVIIA He

Li Be B C N O F Ne

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É importante realçar que graças a sua tetravalência, os átomos de carbono podem
se associar para criar longas cadeias ou espécies de anéis, que dão uma forma
estável a diversas moléculas(Figueiredo et al, S/D).

Uma razão que faz com que esse elemento se una a outros, formando uma grande
infinidade de compostos é apresentada por (Nespoli et al, 2007). De acordo com
esses autores“o átomo de carbono fica localizado mais ou menos no meio da
tabela periódica, o que faz com que ele não tenha propriedades electropositivas
(que repelemelectrões) ou electronegativas (que atraem electrões).Logo, ele liga-se
a elementos electropositivos ou electronegativoscom facilidade”.

Dentro dos compostos orgânicos, o átomo de carbono apresenta uma classificação


específica, tendo em conta as ligações que este forma com outros átomos de
carbono, tal como apresentam (Espírito Santo et al, 2014).

Em uma cadeia carbónica eles podem ser classificados em:


 Primários: quando estão ligados a, no máximo, um outro átomo de carbono;
 Secundários: quando estão ligados a dois outros átomos de carbono;
 Terciários: quando estão ligados a três outros átomos de carbono;
 Quaternários: quando estão ligados a quatro outros átomos de carbono.

O exposto acima é visível no exemplo abaixo:


CH3
CH 3 −CH −CH 2 −C −CH 2 −CH 2−¿ CH 2−¿ CH 3
CH3CH3

De acordo com Kekulé, cientista que muito falou sobre a tetravalência do carbono e
que contribuiu bastante para o entendimento da estrutura das substâncias
orgânicas, o carbono compartilha seus electrões da última camada com quatro
electrões de outros átomos para que se complete o octeto atingindo a configuração
estável. As quatro ligações que o carbono forma com outros elementos são iguais
entre si, ele pode ainda formar ligações simples e ligações múltiplas (duplas e

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triplas) e tem a capacidade de formar encadeamentos. Esses são os chamados
postulados de Kekulé(Cabral, 2009).

Existem outros elementos químicos que conseguem formar encadeamentos, como,


por exemplo, o enxofre, o fósforo etc. Entretanto, nenhum elemento químico
apresenta a capacidade de formar cadeias tão longas, variadas e estáveis como o
carbono.

A capacidade de formar cadeias juntamente com as características anteriormente


descritas (tetravalência, formação de ligações simples, duplas e triplas, e ligação
com elementos electropositivos ou electronegativos) explicam a razão de o carbono
ser capaz de formar um número enorme de compostos (Sardela, 1998).

É com essa enorme quantidade e variedade de compostos orgânicos que o homem


se sustenta e melhora a sua condição de vida a cada dia.

No entanto, por entender-se que a Química Orgânica está presente em toda a vida do homem
e por ser um dos maiores impulsionadores do seu desenvolvimento que se acha importante
que os conhecimentos a ela relacionados devem ser transmitidos de maneiras tal que os
alunos possam compreendê-los e não acharem que se trata de coisas completamente
distantes de sua realidade.

A base para o entendimento dos conteúdos de Química Orgânica são os hidrocarbonetos,


uma vez que conformam a primeira função ou o primeiro grupo de compostos orgânicos.
Nesse caso, é de fundamental importância um ensino cada vez mais melhorado dos
compostos denominados de carbono, alinhados à Química Orgânica.

4. HIDROCARBONETOS E SUA CLASSIFICAÇÃO

Hidrocarbonetos são compostos orgânicos cuja estrutura apresenta exclusivamente


átomos de carbono e hidrogênio. Eles obedecem a seguinte fórmula geral:C X H Y

De acordo com Feltre (2004), o facto de estes compostos apresentarem em sua


estrutura apenas átomos de carbono e hidrogénio, configuram a função mais
simples da Química Orgânica e são usadas, naturalmente, como esqueleto para as
demais funções orgânicas.

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Se prestarmos bem atenção, a designação “hidrocarboneto” deriva do nome dos
elementos que entram na constituição desse grupo de substâncias. Falou-se
anteriormente que eles constituem-se de “carbono” e “hidrogénio”. Reparemos no
seguinte: hidro → hidrogénio, carboneto → carbono.

Os hidrocarbonetos constituem uma classe de compostos orgânicos muito grande,


variada e importante, pois englobam o petróleo e seus derivados, o gás natural etc.
(Usberco, 2002).

O dito acima confirma-se em Feltre (2004), quando diz que, do ponto de vista
prático, os hidrocarbonetos são muito importantes porque são os principais
formadores do petróleo, do gás natural e dos destilados do xisto betuminoso bem
como do carvão mineral. Além disso, os hidrocarbonetos servem como pontode
partida para a obtenção industrial de plásticos, corantes, explosivos, insecticidas
etc.

4.1. CLASSIFICAÇÃO DOS HIDROCARBONETOS

Os hidrocarbonetos subdividem-se em várias classes,em função do tipo de ligação


(simples e/ou múltipla) entre carbonos e do tipo de cadeia (aberta ou fechada)
fundamentalmente.

De acordo com (CABRAL,2009 p.32 ) os hidrocarbonetos podem ser saturados ou


parafinas e insaturados ou olefinas. Para esse autor, os hidrocarbonetos são
saturados quando apresentam cadeia aberta e ligações simples entre os átomos de
carbono e, insaturados quando apresentam cadeia aberta e ligações múltiplas, no
caso, duplas ou triplas.

Entre as várias classes de hidrocarbonetos, como se fez menção na introdução


desse texto, vamos encontrar os alcanos, também chamados de hidrocarbonetos
parafínicos, os alcenos/alquenos, designados também por olefinas ou
hidrocarbonetos etilênicos e os alcinos/alquinos, também chamados de
hidrocarbonetos acetilênicos (FELTRE, 2005 p. 504 ).

pág.27
Embora existam várias classes de hidrocarbonetos, no presente trabalho manter-
se-á o foco à primeira, a dos alcanos ou parafinas que constitui a base entre as
demais.

4.2. OS ALCANOS, CARACTERÍSTICAS E NOMENCLATURA

Os alcanos são, para(USBERCO & SALVADOR, 2002) hidrocarbonetos alifáticos


saturados, ou seja, apresentam cadeia aberta comsimples ligações apenas.
Segundo eles, o termo parafinas vem do latim parum = pequena + affinis=
afinidade, e significa pouco reactivas.
Atemperatura ambiente, os alcanos podem ser encontrados nos três estados de
agregação existentes (sólido, líquido e gasoso), dependendo do número de átomos
de carbono da cadeia. Os alcanos de cadeia normal, constituídos por um a quatro
átomos de carbono são gases, de cinco a quinze átomos de carbono são líquidos e
de dezasseis átomos de carbono em diante são sólidos, nas condições normais de
temperatura e pressão(Carneiro, 2010).

Exemplos:

Fórmula estrutural condensada Fórmula molecular


CH 4 CH 4
CH 3−CH 3 C2 H6

CH 3−CH 2−CH 3 C3 H8

CH 3−CH 2−CH 2−CH 3 C 4 H 10

Os alcanos são estáveis e pouco reactivos. Designam-se hidrocarbonetos


saturados porque têm o maior número possível de átomos de hidrogénios ligados
aos átomos de carbono, o que torna impossível a adição de mais átomos, embora
possam sofrer transformações a partir de reacções de substituição.

pág.28
A sua simplicidade denunciante demonstra a inexistência de um grupo funcional
que os possa definir, tal como em muitos outros compostos orgânicos. Não
obstante a inexistência de um grupo funcional, os alcanos são compostos
extremamente importantes visto que são componentes do petróleo e dos seus
derivados (gasolina, querosene, óleo diesil...), bem como do gás natural, que são
materiais de uso diário entre os seres humanos (TECA&AFONSO, 2009).
Ademais, eles representam também o ponto de partida da indústria petroquímica,
que os utiliza para produzir milhares de derivados plásticos, tintas, fibras têxteis,
borrachas sintéticas etc.

Os compostos tidos como hidrocarbonetos saturados (alcanos) são identificados


pela seguinte fórmula geral: C n H 2 n +2sendo n um número inteiro qualquer que indica
o número total de átomos de carbono da cadeia e um instrumento para se
determinar o número total de átomos de hidrogénio.

De acordo com (BRAGA&BICALHO, 2014)a sua nomenclatura pode ser feita da


seguinte maneira:
Prefixo indicativo do número de átomos de carbonos + an + o.
CH 4 → nome metano, onde: CH 3 ― CH 3→ etano, onde:
met é o prefixo, an–infixo e o-sufixo eté o prefixo, an –infixo e o-sufixo
(Ver lista de prefixos no anexo 3)

Tentando clarificar um pouco o que se descreve de forma sintética na tabela,


tomar-se-á como exemplo o primeiro composto, com apenas um (1) átomo de
carbono. Para nomear um alcano ou qualquer composto orgânico o prefixo deve
necessariamente corresponder com o número de átomos de carbono da cadeia.
Assim, por exemplo, para o composto em questão, constituído por apenas um (1)
átomo de carbono, o prefixo a ser usado é o met, ao qual deve-se acrescentar o
infixo an e a terminação o. No entanto, isso só é aplicável em alcanos de cadeia
simples ou não ramificada.

Por outro lado, quando o alcano tem cadeia ramificada é necessário proceder-se
da maneira como nos orienta Feltre (2004, p.49). Deve-se primeiramente indicar o
pág.29
número do carbono no qual se encontra a ramificação, em seguida dizer o nome da
ramificação, lembrando-se que as ramificações mais simples são os grupos
derivados dos próprios alcanos, pela “retirada” de apenas um átomo de hidrogênio.
Seus nomes derivam do alcano correspondente, trocando-se a terminação ano por
il(daí o nome genérico de grupos alquil ou alquila). Nesse caso, só depois de todo
esse procedimento deve-se seguir as orientações gerais para a nomenclatura dos
alcanos. Sendo assim, temos:

Alcano Ramificação

CH 4 (metano) −CH 3 (metil)

CH 3−CH 2−CH 3 (propano) −CH 2−CH 2−CH 3 (propil)

CH3―CH―CH3 5 4 32 1
│ H3C ― CH2―CH―CH―CH3
CH3 │
CH3
Metilpropano
3 - metilpentano
Existem casos mais complexos, como por exemplo:
a) Onde é difícil identificar a cadeia principal;

1 2 3 4 5 6
CH3―CH―CH2―CH2―CH2―CH3

CH3

2-metilhexano

Nesses casos deve-se considerar como cadeia principal a cadeia carbônica mais
longa (a que contém maior número de átomos de carbono), e esta deve ser
numerada para indicar a posição de cada ramificação partindo do extremo do qual
essa estiver mais próxima.

b) Onde há duas ou mais ramificações iguais;


Em casos do género usamos os prefixos di, tri, tetra etc. para indicar a quantidade
dessas ramificações. Por exemplo:

1 2 3 4 5 6
pág.30
CH3―CH―CH2―CH―CH2―CH3
││
CH3CH3
c) Onde há duas ou mais ramificações diferentes;

Havendo ramificações diferentes, elas serão citadas seguindo aordem alfabética.


Por exemplo:
1 2 3 4 5 6 7 8
CH3―CH―CH―CH―CH2―CH2―CH2―CH3
││
CH3C 2 H 5

3-etil-2-metiloctano

Como vê-se no caso acima, apesar da ramificação do tipo etil ser mais complexa
comparativamente a do tipo metil, ao se dar o nome do composto essa aparece
antes da metil pois a inicial do seu nome (e), seguindo a ordem alfabética, aparece
antes da inicial da outra ramificação em estudo.

4.2.1. IMPORTÂNCIA DOS ALCANOS EM NOSSA VIDA

Os alcanos têm um vasto campo de aplicação no dia a dia do homem, por essa
razão, são extremamente importantes tendo em conta a influência que exercem na
melhoria da qualidade de vida do mesmo. Entre muitos outros interesses, possuem
um grande valor económico enquanto matéria-prima da indústria química e como
fonte energética largamente utilizada.

Na natureza é possível encontrar diferentes fontes energéticas, que podem ser


renováveis ou não renováveis e, grande parte delas, são oriundas de combustíveis.
De acordo com (Solomons, 2005), qualquer substância que, ao reagir com o
oxigênio, produza calor, gás ou chama é considerado um combustível.

pág.31
Os hidrocarbonetos constituem uma função orgânica da qual provém um grande
número de combustíveis, destacando-se alguns tais como o metano, o butano
entre outros, que fazem parte do grupo dos alcanos, assunto em abordagem nesse
trabalho. Como já se falou anteriormente, grande parte desses hidrocarbonetos são
extraídos do petróleo e do gás natural, conforme a descrição abaixo:

a) Gás natural

Os hidrocarnetos mais importantes encontram-se no gás natural, no gás associado


ao petróleo, no petróleo e na hulha. Todavia, um dos componentes principais do
gás natural é o metano e, além dele, é possível também encontrar seus
homólogos, como o etano, o propano e o butano. Nesse caso, o gás natural
contém, em média, percentagens volumétricas de hidrocarbonetos, tais como: 80-
97% do CH 4 , 0,5-4,0 do C 2 H 6 , 0,2-1,5% do C 3 H 8 , 0,1-1,0% do C 4 H 10, 0-11% do
C 5 H 12 , 2-13% do N 2, etc(Tsvetkov, 1987).

O mesmo autor considera ainda o gás natural como um excelente combustível,


porquanto, utiliza-se em forno de revérbero, fornos da indústria de vidro e
cerâmica, nos serviços urbanos, etc, a sua utilização em fornos industriais
permiteeconomizar coque, diminuir o conteúdo de enxofre no ferro fundido e
aumentar o rendimentos dos fornos.

Sendo um combustível excelente, o gás natural é, ao mesmo tempo, uma matéria-


prima valiosa para a indústria química, visto que a partir do metano obtêm-se:
hidrogénio, acetileno, negro-de-fumo, diversos derivados do cloro, além do metano,
utilizam-se muitos outros hidrocarbonetos que entram na composição do gás
natural.

b) O Petróleo

O petróleo é um líquido escuro e oleoso, formado igualmente por uma mistura de


milhares de compostos orgânicos, com grande predominância dos hidrocarbonetos,
que se origina a partir de pequenos seres vegetais e animais da orla marítima, que
foram soterrados há milhões de anos e, pela acção de microrganismos, da
pressão, do calor e do tempo, foram se convertendo em petróleo.(FELTRE, 2004).

pág.32
A palavra petróleo vem do latimpetroleum (petrus, pedra; oleum, óleo), lembrando
que é um material oleoso extraído das rochas. De acordo com (Silva,
2016),prospecção de petróleo (isto é, o trabalho de sua localização) é feita de
várias maneiras. O método clássico é a detonação de cargas explosivas no solo,
seguida de medição das ondas de choque refletidas pelas várias camadas do
subsolo. O estudo dessas ondas nos dá uma ideia da constituição do subsolo e da
possibilidade da existência de petróleo. Actualmente, por meio de aviões e satélites
artificiais, são feitos também estudos que possibilitam definir as regiões onde é
maior a probabilidade de existir petróleo. Essas técnicas modernas permitem a
descoberta de poços de petróleo com relativa facilidade.

c) Gás associado ao petróleo

Tsvetkov(1987) faz ainda um relato sobre o gás associado ao petróleo, o qual, é


encontrado, juntamente com o petróleo, dissolvido por cima dele, formando como
que um chapéu gasoso, sendo por causa da pressão deste, que o petróleo
consegue se elevar ao longo dos poços e, já na superfície, por causa da diferença
de pressão, o gás separa-se facilmente do petróleo, apresentando-se como um
óptimo combustível e matéria-prima valiosa, sendo mesmo mais utilizado do que o
gás natural, pois, além do metano, contém uma série de outros hidrocarbonetos,
como etano, propano e pentano, muito utilizados em várias indústrias.

De acordo com (Chang&Goldsby, 2013), o metano (CH 3) é um “produto natural


resultante da decomposição bacteriana anaeróbica da matéria vegetal em
água”.Solomons (2005) define o metano (CH 4) como um gás incolor e inodoro
muito inflamável cuja mistura com o ar explode violentamente, quando em contacto
com chama ou faísca, propriedade essa que já causou muitas explosões em minas
de carvão, no interior das quais, ocorre a emanação do metano, questão que
incentivou a realização de muitas descobertas, como é o caso da lâmpada de
Davy, usada pelos antigos mineirose, actualmente, todos os dispositivos eléctricos
(lâmpadas, motores etc.) usados em minas de carvão são blindados, para evitar
perigo das faíscas eléctricas.

O metano forma-se também nos aterros sanitários (aterros de lixo urbano), devido
à actividade de bactérias que se multiplicam no lixo. Por esse motivo, nos aterros
sanitários, são colocadas muitas “chaminés”, que atravessam as várias camadas
pág.33
de material depositado, pelas quais escoam os gases formados pela fermentação
do lixo. Essa mistura gasosa, que é formada principalmente por metano, é
queimada continuamente, de modo a destruir também os gases que provocariam
mau cheiro nos arredores do aterro(Tsvetkov, 1987).

A ideia de extrair gases do lixo é aproveitada nos chamados biodigestores. Nesses


aparelhos, são colocados resíduos agrícolas, madeira, bagaço de cana-de-açúcar,
dejetos animais etc. (biomassa), cuja fermentação produz o chamado biogás —
mistura gasosa formada principalmente por metano. O biogás é usado como
combustível em caldeiras, veículos etc., e o resíduo formado no biodigestor é
utilizado como fertilizante agrícola. Esse é um bom exemplo de aproveitamento
racional da biomassa, uma vez que, além de produzir energia, reduz os prejuízos
que o lixo causa ao ambiente. (Solomons, 2005).

Outra fonte de energia que também se destaca, entre muitos outros alcanos, na
vida do homem é o butano, considerado por (Barbosa, 2004) como um combustível
não renovável derivado do petróleo, muito utilizado como o gás de cozinha, obtido
através do aquecimento lento do petróleo. É um hidrocarboneto gasoso, de fórmula
química C4H10, incolor, altamente inflamável e inodoro, ou seja, não possui cheiro,
razão pela qual, é introduzida uma substância com cheiro detectável nos
recipientes com butano (botijões ou encanamentos), caso contrário não seria
possível detectar um vazamento, dificultando, assim, o controle de possíveis
acidentes.

Além do gás de cozinha, o butano é muito comum nos isqueiros, como matéria-
prima na produção de borracha sintética, aquecimento de saunas e piscinas, além
de já ter sido combustível para dirigíveis. Por ser altamente inflamável,
apresentando grande risco de explosão, o butano deve ser armazenado em locais
seguros.

CAPÍTULOII: PROPOSTA DIDÁCTICA PARA O ENSINO DE


HIDROCARBONETOS SATURADOS (ALCANOS).

Neste capítulo apresenta-se o resultado obtido na sondagem realizada a partir de


um inquérito por questionário aplicado aos professores e alunos da Escola do
pág.34
Segundo Ciclo do Ensino Secundário Liceu Comandante Joaquim - Kapango, da
mesma forma que se apresenta a proposta didáctica que se acha viável para
contribuir no melhoramento de ensino - aprendizagemdos hidrocarbonetos
saturados (alcanos), a qual espera-se que venha a servir de apoio para os
professores no ensino dos conteúdos relacionados com essa temática.

Tomou-se como amostra um total de 3 professores que leccionam a disciplina de


Química Orgânica na 12ª classe e uma turma composta por 66 estudantes.

2.1- Discussão e análise dos resultados

a) Resultado do questionário aplicado aos professores (Ver anexo#1)


Pergunta 1: Que dificuldades didácticas tem encontrado ao leccionar os conteúdos
relacionados com os hidrocarbonetos saturados (alcanos)?

Respostas Dificuldades na identificação Dificuldades na Outras


e aquisição de meios de selecção de
ensino métodosde ensino
apropriados

Nº de 3 1 0
Professores
Percentagem 100% 33,33% 0%

Pergunta 2:Que nível de motivação apresentam os estudantes ao se tratar dos


conteúdos relacionados com os hidrocarbonetos saturados (alcanos)?

Resposta Muito baixo Baixo Regular Alto Muito Alto

Nº de Professores 0 2 0 1 0

Percentagem 0% 66,66% 0% 33,33% 0%


pág.35
Pergunta 3:O programa da disciplina apresenta alguma orientação metodológica
sobre como abordar em sala de aula o conteúdo relacionado com os
hidrocarbonetos saturados (alcanos)?

Resposta Muito pouca Pouca Nenhuma Suficiente Muita

Nº de Professores 0 0 3 0 0

Percentagem 0% 0% 100% 0% 0%

Pergunta 4: Que indicadores acha que deviam ser tidos em conta na elaboração
de uma metodologia para o ensino - aprendizagem de hidrocarbonetos saturados
(alcanos)?

Resposta A B C

Nº de Professores 1 1 1

Percentagem 33,33% 33,33% 33,33%

De acordo com o que se vê nas tabelas acima, a maior parte das dificuldades
encontradas pelos professores ao leccionar os conteúdos sobre os hidrocarbonetos
saturados (alcanos) tem a ver com a identificação e/ou selecção de meios de
ensino que lhes permitam transmitir os conteúdos o mais próximo possível da
realidade dos alunos, o que faz com que estes tenham escassos recursos para a
sua motivação, sendo que os conteúdos aparentam ser de realidade
completamente distante da sua.

Uma outra situação que também se pode ver é que o programa dessa disciplina
apresenta pouca ou nenhuma orientação metodológica que guie os professores no
desenvolvimento do seu trabalho, o que também ajuda a tornar o processo cada
vez mais complexo.
pág.36
Para os professores, na elaboração de uma metodologia para o ensino de
hidrocarbonetos saturados (alcanos) deviam ser tidos em conta indicadores tais
como aqueles que possibilitassem a ilustraçãodos significados práticos das cadeias
lineares e ramificadas dos compostos e a Introdução de diferentes conceitos
relacionados com os hidrocarbonetos saturados(alcanos).

a) Resultado do questionário aplicado aos alunos (Ver anexo#2)


Pergunta 1:

Gostas de conteúdos relacionados aos hidrocarbonetos saturados (alcanos)?

Resposta Sim Não

Nº de Alunos 58 8

Percentagem 87,87% 12,12%

Na justificação do porquê gostam e não gostam dos conteúdos sobre os


hidrocarbonetos saturados (alcanos), estão os seguintes:

 Gostam porque é uma matéria muito interessante (58 alunos: 87,87%).


 Não gostam porque não entendem a matéria, os compostos são muito
complexos (8 alunos: 12,12%).
Pergunta 2:

Marque com X a estrutura do composto nomeado incorrectamente:

Resposta Correcta Errada

Nº de Alunos 30 36

Percentagem 45,45% 54,54%

Pergunta 3:
Enfrentas algumas dificuldades em relacionar aos conteúdos sobre os
hidrocarbonetos saturados (alcanos) com o cotidiano?

pág.37
Resposta Sim Não

Nº de Alunos 35 31

Percentagem 53,03% 46,96%

Pergunta 4:

A maneira como o professor transmite o conteúdo sobre os hidrocarbonetos


saturados (alcanos) tem sido:

Resposta Mau Bom Muito bom

Nº de Alunos 31 26 9

Percentagem 46,96% 39,39% 13,63%

De acordo com os dados da primeira tabela, um grande número de alunos gosta do


conteúdo sobre os hidrocarbonetos saturados(alcanos) porque acha o conteúdo
interessante.

É possível notar a partir da terceira tabela a justificação da resposta que, eles não
estão muito interessados com a grande importância dos hidrocarbonetos saturados
(alcanos) no seu dia a dia porque quase não se toca nisso em sala de aula, o que
origina uma completa defasagem entre o que se aborda e o que se espera como
resultado do processo.

Por outro lado, os poucos que disseram que não gostam desse conteúdo
defenderam dizendo que é muito complexo.

A partir dos dados das demais tabelas é possível notar que mesmo alguns
daqueles que responderam que gostam do conteúdo apresentam dificuldades na
estruturação e na nomenclatura dos compostos e em relacionar o que se aborda
em sala de aula com o contexto em que estão inseridos.

Muitos alunos consideram que o maior problema está na forma como são
leccionados os conteúdos. Isso remete-nos a ideia de que o ensino da Química
Orgânica precisa da intervenção de mais investigadores. Mais pessoas precisam
assumir o compromisso de buscar novos mecanismos de transmissão dos
pág.38
conteúdos sobre os hidrocarbonetos saturados (alcanos) e não só, de muitos
outros conteúdos da disciplina.

2.2- VIA DIDÁCTICA PARA O ENSINO DE HIDROCARBONETOS SATURADOS


(ALCANOS)

Considerando as respostas dos professores e alunos às perguntas dos


questionários a eles aplicados, procurou-se as ideias mais actualizadas, ligadas à
metodologia de ensino – aprendizagem de Química, uma das quais considera que
é necessário que as estratégias de ensino-aprendizagem aprimorem: o aprender a
conhecer, o aprender a fazer, o aprender a conviver e o aprender a ser (Priess,
2012).

De acordo com (Marcondes et al, S/D), existem três razões que fazem com que o
ensino - aprendizagem da Química Orgânica constitua ainda um problema:

 Desvinculação do ensino-aprendizagem dessa disciplina dos demais


conteúdos da Quimica;
 Maior concentração do focoem operações de classificação e nomenclatura
de compostos orgânicos;
 Falta de contextualização.

Esses autores apresentam as situações que, a seu ver, constituem o grande


entrave no ensino - aprendizagem da Química Orgânica e, contudo, sugerem a
maneira como acham que devia ser tratadoo conteúdo a ela relacionado, a qual,
sugere-se também, de forma muito particular, ao ensino - aprendizagem dos
hidrocarbonetos saturados (alcanos).

Na descrição do primeiro problema levantado eles dizem que é necessário evitar a


separação dos conteúdos da Química Orgânica com os conteúdos das demais
áreas da química, estabelecendo, no entanto, relações entre os mesmos. Essa é,
digamos a primeira estratégia por eles sugerida, adoptada nesse trabalho, para que
se supere a condição actual do ensino - aprendizagem dos hidrocarbonetos.
Um dos tópicos que segundo eles devia ser aproveitado para relacionar o ensino
da Química Orgânica com os conteúdos das demais áreas da Química singe-se
nas ligações químicas (tratado em Química Geral), o qual relacionar-se-ia em

pág.39
Química Orgânica com a solubilidade dos hidrocarbonetos e demais compostos
orgânicos. Explorando esse tópico estar-se-ia a referir a uma espécie de síntese (o
que acontece em ligações químicas) e análise química (o que acontece na
solubilidade das substâncias orgânicas).

No segundo problema levantado eles colocam em destaque a temática por meio da


qual, no ensino - aprendizagem da Química Orgânica, preocupa-se
exageradamente com conteúdos (como classificação dos tipos de cadeias,
classificação dos tipos de carbonos em primários, secundários… classificação dos
tipos de ligações, classificação dos tipos de hidrocarbonetos, classificação dos
tipos de isomeria, regras para nomear os compostos, regras para escrever as
fórmulas moleculares, estruturais e de traços de compostos orgânicos etc.) que,
embora sejam relevantes para a compreensão de vários aspectos da Química
Orgânica, deixam de lado aqueles que realmente incitariam maior reflexão sobre
conteúdos de facto relevantes paraa cidadania ou para o desenvolvimento da
capacidade de interpretar o mundofísico presente em seu quotidiano e na mídia.

De acordo com eles, os alunos precisam desenvolver habilidades de ordem


superior, como por exemplo, saber estabelecer relações, controlar variáveis,
resolver problemas (e não exercícios repetitivos), julgar etc. Tais habilidades não
se alcançam simplesmente com o estudo exaustivo da nomenclatura e
classificação de funções.

Entretanto, eles consideram que o ensino - aprendizagem de Química Orgânica


deveria, ter como foco a aprendizagem deconceitos químicos e o desenvolvimento
da capacidade de aplicá-los na compreensãoe previsão das propriedades e das
transformações de compostos orgânicos,sendo as classificações e demais regras
tratadas de maneira comedida comoconhecimentos auxiliares nesse processo.

Já no terceiro problema levantado, eles consideram que é necessário desenvolver


um ensino - aprendizagem de Química Orgânica contextualizado, ou seja, um
ensino a partir do qual se traga para a sala de aula aqueles elementos muito
comuns no dia a dia do homem, que são parte do tema em estudo, que muitas
vezes não são tidos nem achados.

pág.40
Para esses outores, uma alternativa para a contextualização do ensino da Química
Orgânica seria a introdução de um currículo baseado em temas de relevância
social, como combustíveis ou alimentos. Deste modo, os estudantes poderiam
aprender os conceitos científicos concomitantemente a aprendizagem de aspectos
sociais, tecnológicos e ambientais ligados a obtenção, usos, propriedades e
composição de combustíveis e alimentos.

Uma abordagem assim representaria uma grande ruptura com o currículo


tradicional de Quimica e, apresentaria grande potencial de tornar o ensino de
Quimíca Orgânica mais relevante para os estudantes. Não se trata de negligenciar
os conceitos químicos, mas de tratá-los mais ampla e significativamente, de
maneira que os alunos possam dar sentido ao que aprendem, possam reconhecer
em suas vidas e na sociedade os princípios da Química e, dessa maneira, valorizar
o conhecimento e a cultura científica.

Um exemplo de contextualização que se sugere e que se poderia ter em conta no


estudo dos hidrocarbonetos saturados(alcanos) é o estudo pormenorizado destes e
a sua relação com o petróleo, seu processo de produção, usos quotidianos e
industriais, composição etc.,bem como, o estudo pormenorizado do gás natural e
de muitos outros elementos de grande relevância, como se vê no trecho
apresentado nesse trabalho, na importância dos hidrocarbonetos no dia a dia do
homem.
Existe uma ampla gama de produtos que caso fossem tidos em conta no processo
de ensino – aprendizagem dos hidrocarbonetos saturados (alcanos)contribuiriam
bastante para a mudança do paradigma seguido ao se leccionar um conteúdo
sobre esse tema “hidrocarbonetos” e mesmo para a Química Orgânica em geral.

pág.41
CONCLUSÃO

A melhoria no ensino - aprendizagem da Química Orgânica e dos hidrocarbonetos


saturados (alcanos), em particular, passa pela adopção de um novo paradigma de
abordagem dos conteúdos que possa superar o já existente, capaz de promover
mudanças significativas na vida, não só dos alunos, mas também a dos
professores e da sociedade em geral, garantindo o bem-estar de todos e
fornecendo meios de suporte diante de problemas de índole académico, político e
social.

Uma abordagem diferente sobre o tema hidrocarbonetos saturados (alcanos)


permitiria que o professor mudasse a sua acção rotineira, buscasse elementos
derivados de hidrocarbonetos, centrasse o foco no processo de derivação, extração
ou produção, falassesobre o uso diário, sua importância e os prejuízos que poderia
causar o seu mau uso ao ambiente.

Desta forma, certamente, trazer-se-ia para a sala de aula uma ideia de que grande
parte de tudo o que se estuda na escola é realmente material do meio em volta dos
alunos e, com certeza, despertar-se-ia um maior interesse destes pelos conteúdos,
o que incitaria maior dedicação e consequentemente uma aprendizagem
significativa.

O desenvolvimento de um ensino - aprendizagem contextualizada para a Química


Orgânica exigiria um esforço conjunto dos intervenientes no processo educativo,
desde os seus promotores até os executores. Isso passaria por um alargado
processo de selecção dos conteúdos de grande relevância social, dos melhores
mecanismos de abordagem em sala de aula, revisão dos programas de ensino e
manuais do aluno.

pág.42
RECOMENDAÇÕES

Dada a importância que se atribui ao trabalho realizado, visando atingir níveis


superiores de ensino-aprendizagem em Química Orgânica, com a elaboração de
uma proposta didáctica para o ensino de hidrocarbonetos saturados (alcanos),
recomenda-se o seguinte:

Maior divulgação da proposta didáctica sugerida no presente trabalho para um


melhor ensino – aprendizagem de hidrocarbonetos saturados (alcanos) e tantos
outros temas de Química Orgânica;

Aplicação rigorosa de tudo quanto se propõe e de muitos outros elementos que


também garantiriam um melhor ensino - aprendizagem dos hidrocarbonetos
saturados (alcanos), que não foram indicados nesse trabalho;

Maior empenho dos alunos na aquisição dos conteúdos abordadosem sala de


aula.

pág.43
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