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Introdução
• Blendas são sistemas poliméricos originários da
mistura física de dois ou mais polímeros e/ou
copolímeros, sem que haja um elevado grau de
reações químicas entre eles.
• O desenvolvimento de blendas poliméricas de
elevado desempenho, para aplicações
tecnológicas específicas, vem sendo motivo de
estudos tecnológicos e ganham espaço uma vez
que as propriedades físicas e químicas podem ser
alteradas possibilitando a obtenção de materiais
poliméricos para uma ampla gama de misturas.
Introdução
• Entre os motivos que existem para efetuar
uma mistura, um dos mais fortes é o custo,
desde que esse não comprometa as
especificações desejadas , possibilitando a
obtenção de novos produtos sem a
necessidade de desenvolver um novo
polímero ou uma nova planta química.
Introdução
Razões Econômicas para a Produção de Blendas:
• Diluição do polímero de engenharia
• Desenvolvimento de materiais com
propriedades específicas
• Obtenção de materiais de alto desempenho
com polímeros interagindo sinergicamente
Introdução
Propriedades melhoradas com blendas:
• Impacto
• Resistência à tração
• Módulo elástico
• Temperatura de deflexão térmica (HDT)
• Alongamento
• Flamabilidade
• Resistência a solventes
• Estabilidade térmica e dimensional, etc...
Características das Blendas
Poliméricas
• As blendas poliméricas são a mistura de dois ou
mais sistemas poliméricos, normalmente no
estado fundido, para formar um novo material.
• Essa mistura pode levar a três resultados:
– As propriedades mecânicas podem variar segundo a
sua percentagem da cada componente
(compatibilidade).
– As propriedades mecânicas podem ficar abaixo dos
valores de cada um dos polímeros puros
(incompatibilidade entre os polímeros).
– As propriedades mecânicas podem ficar acima dos
valores dos polímeros puros, caracterizando um
sinergismo entre os componentes (totalmente
compatíveis).
Obtenção de Blendas Poliméricas
• O processo de misturar dois polímeros necessita de
pelo menos três equipamentos:
– Misturador (Blender)
– Extrusora
– Granulador
• O misturador é utilizado para realizar a mistura no
estado sólido. De preferência os polímeros devem estar
na forma de pó.
• A mistura realizada no blender é então transferida para
uma extrusora. Nesse equipamento, a mistura é
fundida por temperatura e cisalhamento. Ambos
componentes estão agora misturados em um nível
molecular.
• Ao sair da extrusora, a blenda é resfriada e então
granulada
Obtenção de Blendas Poliméricas
• O nível de miscibilidade, o grau de dispersão e
a compatibilidade entre os componentes são
os principais fatores envolvidos no
desenvolvimento de uma blenda polimérica.
• A miscilidade pode ser esperada quando as
estruturas moleculares dos componentes
proporcionam interações específicas entre as
moléculas de cada componente.
Equipamentos para Obtenção de
Blendas Poliméricas
INTERAÇÔES ESPECÍFICAS QUE PODEM OCORRER ENTRE POLÍMEROS
Em polímeros existem basicamente dois tipos de forças que provocam a interação das
moléculas, ou seja: as chamadas forças'intramoleculares correspondentes às ligações químicas
entre os monômeros no processo de polimerização, e, as forças intermoleculares
correspondentes à atração entre as moléculas poliméricas após a polimerização.
Ligações DIPOLO-DIPOLO
• São forças de atração que aparecem os dipolos
permanentes existentes numa molécula.
• H-CIδ-- - - - -Hδ+-CI
Ligações por Pontes de Hidrogênio
• Quando um átomo de hidrogênio (H) está ligado
covalentemente a um átomo com alta densidade de
elétrons em tomo de seu núcleo, acontece um
momento dipolar resultante muito forte. Por
exemplo Poliamidas (nylon) e molécula de água.
Forças de DISPERSÃO
• Este tipo de ligação ocorre em polímeros que não possuem
dipolos permanentes, tais como poliolefinas. Estas ligações
são baseadas no fato que todas as moléculas apoIares têm
momentos dipolares variando com o tempo (dipolos
instantâneos).
• Entretanto, em media estes momentos dipolares são zero.
Assim, quando observamos uma molécula apoIar, esta parece
não ter qualquer dipolo, mas na realidade os dipolos
instantâneos ocorrem e são responsáveis pela atração destas
moléculas.
• Este fenômeno é geralmente usado para explicar a força de
atração entre as moléculas do polietileno.
Forças Intermoleculares
• Os três tipos de forças intermoleculares são muito
importantes para explicar porque algumas blendas
poliméricas são miscíveis e outras não são. Por exemplo, um
polímero que possua em sua estrutura molecular hidroxilas (-
OR) certamente serão miscíveis com outros polímeros que
possuam grupos -OH, C = O, N-H, pois as moléculas de ambos
os polímeros se atrairão através de Pontes de Hidrogênio.
• Outro exemplo seria entre polímeros que possuem dipolos
permanentes.
• No caso de PVC e ABS seria lógico esperar uma mistura pelo
menos parcialmente miscível devido à presença de dipolos.
C-CI e C-CN
Forças Intermoleculares
• Mesmo que alguns polímeros, possuindo forças intermoleculares
semelhantes, não sejam totalmente miscíveis podemos esperar
certamente um sistema compatível.
• Como já foi mencionada, a imiscibilidade é fenômeno que gera
duas ou mais fases na blenda polimérica. Na maioria das vezes o
grau de dispersão de uma fase na outra pode levar a um sistema
mais, ou, menos compatível.
• Por exemplo, numa blenda projetada para aumentar a resistência
ao impacto de um polímero rígido, uma borracha é geralmente
utilizada como segundo componente. Esta borracha toma a forma
de partículas esféricas numa matriz de polímero rígido. Estas
partículas, por sua vez, absorvem quase que totalmente a energia
gerada durante o impacto, evitando-se assim a propagação de
trincas na matriz vítrea, o que causaria a inevitável fratura.
• O tamanho médio destas partículas, e principalmente, o grau de
dispersão destas partículas são os fatores preponderantes
responsáveis pela eficiência no aumento da resistência ao impacto
do produto final.
Miscibilidade e Compatibilidade em
BLENDAS POLIMÉRICAS
• Compatibilidade versus Miscibilidade - Os termos
compatibilidade e miscibilidade, são utilizados com frequência
para caracterizar misturas poliméricas e, muitas vezes, isto é
feito de forma indiscriminada.
• Na tecnologia de materiais, compatibilidade é um termo mais
geral, e é frequentemente aplicado para descrever se ocorrem
resultados, benéficos em relação a uma dada propriedade,
quando são misturados dois materiais.
• Se houver sinergismo positivo, a mistura é dita compatível,
enquanto ,no caso de sinergismo negativo, a mistura é
considerada incompatível. Nestas condições, a miscibilidade
pode ser desejada ou não.
• Assim, uma mistura compatível pode ser imiscível e uma
mistura miscível pode vir a ser incompatível caso não haja
melhoria na propriedade em estudo.
Miscibilidade e Compatibilidade em
BLENDAS POLIMÉRICAS
Miscibilidade e Compatibilidade em
BLENDAS POLIMÉRICAS
• Em relação à miscibilidade as misturas
poliméricas podem ser divididas em: miscíveis,
caso apresentem uma única fase e
consequentemente uma única temperatura de
transição vítrea Tg; parcialmente miscíveis, se
houver tendência à separação de fases
apresentando duas Tgs com valores
intermediários aos dos componentes poliméricos
puros, ou imiscíveis se apresentarem duas fases
com Tgs próximas a dos componentes isolados.
Miscibilidade e Compatibilidade em
BLENDAS POLIMÉRICAS
a) Miscível
b) Imiscível
c) Parcialmente Miscível
• https://www.youtube.com/watch?v=zVSSJcZei
Uk
• https://www.youtube.com/watch?v=jx6E24g3
ujA
• https://www.youtube.com/watch?v=1WvXzlbf
wUw
Influência da Cristalinidade de Polímeros
na Miscibilidade e Compatibilidade
• O componente amorfo, mesmo com alto peso
molecular, funciona como um plastificante
influenciando na cinética de cristalização do
componente semicristalino da blenda.
• Ocorre um retardo no crescimento dos
esferulitos e uma atenuação na taxa de
nucleação. Com isto a temperatura de fusão
da blenda diminui (aumento da concentração
do componente amorfo.
Critérios para Determinar
Miscibilidade Polímero-Polímero
• A escolha de um critério para se estudar
miscibilidade em blendas é baseada na
medida de alguma propriedade que mostra
características de cada componente.
Critérios para Determinar
Miscibilidade Polímero-Polímero
Transparência
• Mistura miscível é transparente
• Mistura imiscível: translúcida ou opaca
• Cuidado
– Filmes muito finos
– Polímeros imiscíveis com o mesmo índice de
refração
– Fase dispersa com dimensões menores que o
comprimento de onda da luz.
Critérios para Determinar
Miscibilidade Polímero-Polímero
Ensaios Mecânicos
• O trabalho de adesão prático entre dois polímeros é uma
função da tensão interfacial entre eles: quanto menor a
tensão interfacial, maior é o trabalho de adesão prático.
Nos ensaios mecânicos ele é obtido pelo produto entre o
deslocamento das garras e a força total necessária para a
ruptura da amostra.
• A tensão de ruptura é obtida pela razão entre a força total
necessária para a ruptura da amostra e a área transversal
da amostra.
– Valores altos de tensão de ruptura e de trabalho de adesão
prático, indicam que os polímeros são miscíveis ou compatíveis
– Valores baixos indicam que os polímeros são imiscíveis.
Critérios para Determinar
Miscibilidade Polímero-Polímero
Microscopia Eletrônica
• Blendas de polímeros imiscíveis apresentam alta
tensão interfacial entre as fases, havendo
conseqüentemente separação destas. Um
polímero forma a fase matriz e o outro a fase
dispersa. No caso de blendas de polímeros
miscíveis, observa-se a formação de uma fase
homogênea. Sendo assim, as características
microscópicas estão intimamente relacionadas
com as propriedades mecânicas da blenda.
Critérios para Determinar
Miscibilidade Polímero-Polímero
Análise Térmica
• Se a blenda dos polímeros A e B for miscível, a análise
térmica do material vai apresentar somente uma
temperatura de transição vítrea (Tg) cujo valor será a média
das Tgs dos polímeros A e B. Se a blenda for imiscível, a
análise apresentará duas Tgs, as quais corresponderão às
dos polímeros A e B puros. Então, esta técnica é bastante
útil na determinação da miscibilidade de blendas de
polímeros amorfos.
• Quando um dos componentes da blenda for semicristalino,
esta técnica não é mais indicada.
• Outra limitação do método está na diferença entre as Tgs
dos dois polímeros, a qual deve ser de no mínimo 20°C.
Critérios para Determinar
Miscibilidade Polímero-Polímero
Análise Térmica
• Quando a blenda polimérica é miscível, a
correlação entre a Tg da blenda e a
composição pode ser determinada.
1 𝑤1 𝑤2
= + 𝑇𝑔2 Equação de Fox
𝑇𝑔 𝑇𝑔1
Critérios para Determinar
Miscibilidade Polímero-Polímero
Análise Térmica
• Blenda de um polímero cristalizável com um
amorfo:
– Polímeros miscíveis => uma fase no estado fundido
=> duas fases (sólido)