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P R O F .

D A V I D N O R D O N

D O E N ÇAS D E
PA R T E S M O L E S
ORTOPEDIA Prof. David Nordon | Doenças de Partes Moles 2

APRESENTAÇÃO

PROF. DAVID
NORDON
A ortopedia, diante de todas as outras áreas contempladas
na prova de Residência, não é uma área realmente difícil.
Basicamente, é necessário ter conhecimento sobre os temas, mas,
principalmente, sobre os macetes de como responder às questões
– que geralmente versam muito sobre os mesmos assuntos.
Você verá, caro Estrategista, que em cada tema eu
apresento como são geralmente cobrados e sinalizo quais são as
informações realmente importantes que você precisa saber para
não errar as questões.
Ortopedia certamente não é uma das áreas mais cobradas
nas provas em geral, tendo uma média nacional abaixo de 1%,
mas há regiões do país em que ela figura com até 4% da prova,
como em algumas instituições do Paraná, ou com taxas próximas
a 3%, como em algumas instituições de Goiás.
Dessa forma, é uma área que representa pontos importantes
e que podem fazer a diferença entre você passar na instituição
dos seus sonhos ou não. E, considerando-se a complexidade, são
questões simples, que valem a pena destrinchar e aprender.
Para mais dados sobre as estatísticas de Ortopedia e
Traumatologia na prova de Residência, clique neste hiperlink.
Este livro inclui os transtornos de partes moles que não foram
abordados em outros livros. Tenossinovite de De Quervain, por
exemplo, foi abordada no livro de Mão (Hiperlink); epicondilites e
transtornos do manguito rotador, no livro de Ombro e Cotovelo
(Hiperlink).
Sendo assim, este livro abordará bursites em geral, cistos
sinoviais e fasciite plantar.
Bons estudos!

@drnordon Estratégia MED

@estrategiamed @estrategiamed

t.me/estrategiamed /estrategiamed

Estratégia
MED
ORTOPEDIA Doenças de Partes Moles Estratégia
MED

SUMÁRIO

1.0 BURSITES 4
1.1. CONSIDERAÇÕES ANATÔMICAS 5

1.2. FISIOPATOLOGIA E APRESENTAÇÃO CLÍNICA 5

1.3. BURSITE INFLAMATÓRIA X INFECCIOSA E DIAGNÓSTICO 6

1.4. TRATAMENTO 6

1.5. BURSITES DO QUADRIL 6

2.0 CISTOS SINOVIAIS 9


2.1. FISIOPATOLOGIA E APRESENTAÇÃO CLÍNICA 9

2.2. DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO 9

2.3. CISTO DE BAKER 10

3.0 FASCIITE PLANTAR 12


3.1. FISIOPATOLOGIA E APRESENTAÇÃO CLÍNICA 12

3.2. DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO 12

4.0 LISTA DE QUESTÕES 14


5.0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 15
6.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS 16

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CAPÍTULO

1.0 BURSITES

Caro Estrategista,
Este é um capítulo de pouca relevância para os concursos. Vamos analisar um pouco de suas estatísticas:

O papel da ortopedia geral (adulto) na prova de residência:

As questões de Ortopedia Geral (Adulto) são aquelas sobre


doenças ortopédicas. A ortopedia e traumatologia é dividida, na
realidade, em três grandes áreas: Trauma Ortopédico (fraturas e
luxações), Ortopedia do Adulto e Ortopedia Pediátrica. Acompanhe,
no gráfico abaixo, o papel da ortopedia do adulto dentro da
disciplina de ortopedia e traumatologia:
Assim, a ortopedia do adulto está em segundo lugar. Na
realidade, essas três grandes áreas da ortopedia são distribuídas de
forma relativamente equilibrada nas provas.

Gráfico 1.0.1. Distribuição das questões de ortopedia e traumatologia conforme


as áreas principais

As bursites como um tema da Ortopedia do Adulto

Acompanhe no gráfico 1.0.2 a divisão dos temas de ortopedia


do adulto na prova: bursites estão localizadas na categoria de
“outros”. Para falar a verdade, bursites respondem por apenas
quatro questões em todas as provas, o que significa menos de 0,9%
das questões de ortopedia do adulto e menos de 0,3% das questões
de ortopedia e traumatologia.
Dessa forma, é um tema frio que, do ponto de vista
estratégico, você só deve estudar se tiver tempo disponível. Dessas
questões, três se referem às bursites do quadril e uma, à bursite
do ombro. A de ombro discorre sobre epidemiologia, as de quadril
falam sobre semiologia, diagnóstico e, por fim, há uma questão
geral que envolve diversos transtornos de partes moles.
Gráfico 1.0.2. Distribuição dos temas das questões de Ortopedia do Adulto

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1.1. CONSIDERAÇÕES ANATÔMICAS

Bursas são estruturas de tecidos


moles com o aspecto de bolsa (daí o
nome), que servem para aplacar o atrito
entre estruturas (geralmente, entre
tendões e estruturas ósseas). Dessa
forma, temos bursas do ombro, sendo
as mais importantes a subacromial
(Figura 1.1.1) e a subdeltoidea, bursas
do quadril (trocantérica, subglútea, isquioglútea, iliopectínea), do
joelho (a pré-patelar é a mais relevante) e do cotovelo (olecraniana
é a que mais figura em provas nos diagnósticos diferenciais), entre
diversas outras do corpo. Figura 1.1.1. Bursa subacromial: note sua posição sob o acrômio, para absorção
de impactos, e como é inevitavelmente comprimida à abdução do ombro.

1.2. FISIOPATOLOGIA E APRESENTAÇÃO CLÍNICA

A inflamação da bursa, levando ao aumento de seu volume e dor, ocorre por atividades que envolvam
esforços repetitivos da articulação. Sendo assim, uma bursite do ombro pode dever-se a atividades repetitivas
acima do nível da cabeça (assim como a lesão do manguito rotador e o impacto do ombro); bursite do joelho, ao
excesso de atividades de salto; do olécrano, ao apoio excessivo do cotovelo na superfície de trabalho. As bursites do
quadril têm características específicas que discutiremos em um item próprio, mas eu gostaria de destacar a bursite
trocantérica, que pode ocorrer por traumas repetitivos no local (como o uso das bolsas a tiracolo dos carteiros) ou
como consequência de uma prótese do quadril.

A apresentação clínica é a mesma para todas as bursites: edema e dor, especialmente aos movimentos que levem à compressão da
bursa pelo tendão. Geralmente, a movimentação do membro causará dor, podendo haver restrição da amplitude de movimentos. Assim, no
ombro, normalmente há dor à abdução entre 75° e 130°.

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1.3. BURSITE INFLAMATÓRIA X INFECCIOSA E DIAGNÓSTICO

Na prática clínica, a diferenciação pode ser problemática. Contudo, lembre-se sempre: a bursite infecciosa trará sintomas como calor,
rubor, edema, comprometimento do estado geral e da mobilidade e febre. Além disso, os exames laboratoriais estarão alterados (leucocitose,
velocidade de hemossedimentação e proteína C-reativa elevados). Por fim, na bursite infecciosa, pode-se indicar a punção aspirativa, que
trará líquido de aspecto purulento.
Exames de imagem não são essenciais ao diagnóstico da bursite inflamatória. O exame mais indicado é a ultrassonografia, mas ela não
permite diferenciar uma bursite inflamatória da infecciosa (o melhor exame é a punção aspirativa).
Sendo assim, quando a suspeita é de uma bursite inflamatória, pode-se iniciar o tratamento somente com o diagnóstico clínico.

1.4. TRATAMENTO

O tratamento das bursites inflamatórias é o mesmo para todas, independentemente do local de acometimento: repouso, analgésicos,
anti-inflamatórios, gelo e evitamento da atividade causal.
As bursites infecciosas são drenadas e, além das medidas acima, o paciente recebe antibióticos (focando geralmente em S. aureus).

1.5. BURSITES DO QUADRIL

Há quatro bursas no quadril e cada uma tem suas próprias características. Confira na Tabela 1.5.1:

Bursite Local Características

Mais afetada.
Entre o glúteo máximo, trocânter Diagnóstico diferencial com pioartrite do
Subglútea
maior e rotadores curtos. quadril (critérios de Kocher + bloqueio
articular).

Entre glúteo máximo e vasto Tuberculosa ou piogênica.


Trocantérica
lateral. Tende a calcificar.

Bursite do tecelão – associada a pouco


Isquioglútea Sobre a tuberosidade do glúteo.
panículo adiposo.

Maior em torno do quadril;


Pode associar-se a osteocondromatose e
Iliopectínea massa anterior, atitude em flexão,
sinovite vilonodular pigmentada.
resistência à extensão.

Tabela 1.5.1. Bursites do Quadril

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Bursites
Bursas são bolsas com líquido para amortecimento entre tendões e ossos.
Inflamação: por atividades repetitivas ou traumas.
Sintomas: dor, edema, restrição de amplitude de movimentos.
Tratamento: analgésicos, anti-inflamatórios, repouso, evitamento da atividade causal.
Infecciosa: febre, alterações de exames laboratoriais. Melhor exame diagnóstico: punção aspirativa. Drenar e agregar antibiótico.
Bursites do quadril: mais frequente = subglútea; maior bursa = iliopectínea; associada à bolsa de carteiro = trocantérica; pouco panículo
adiposo (do tecelão) = isquioglútea.
Bursites do ombro: mais frequente = subacromial. Dor entre 75° e 130° de abdução.

CAI NA PROVA

(UESPI, PI, 2019) Paciente 65 anos, feminina, obesa, com quadro de dor crônica em quadril D e região lateral da coxa D. Apresentava dificuldade
de marcha, subir escadas e dor, ao deitar-se sobre o lado acometido. Ao realizar exame físico, foi evidenciado dor à palpação de região lateral
de quadril D, teste de Patrick, Lasègue e Trendelenburg negativos. Das alternativas abaixo, qual o diagnóstico mais adequado para essa
paciente?

A) Lombociatalgia.
B) Bursite Trocantérica.
C) Lombalgia mecânica comum.
D) Lombalgia inflamatória.
E) Tendinopatia de glúteo médio.

COMENTÁRIO

Essa é uma questão interessante, pois exige inúmeros conhecimentos semiológicos ortopédicos. Vamos pensar:
Suspeita inicial: em uma paciente idosa, obesa e com dor crônica em quadril, deve-se sempre considerar artrose do quadril.
Ela refere dificuldade de marcha e para subir escadas e dor ao deitar-se sobre o lado acometido. Todos esses fatores corroboram para
alguma patologia do quadril, muito mais do que patologia da coluna. Portanto, podemos excluir os itens A, C e D.
Agora, a diferença: como é a apresentação da tendinopatia do glúteo médio? E a da bursite trocantérica?
Vamos relembrar mais uns dados, também:
Teste de Lasègue – usado para diagnóstico de compressão radicular do ciático.
Teste de Patrick – usado para investigar coxartrose ou sacroileíte (o teste é normal na paciente e não há nenhuma dessas opções entre
as alternativas).
Teste de Trendelenburg – usado para avaliar a capacidade de estabilização do quadril pelo glúteo médio e off-set (basicamente, poder
de alavanca do quadril). Estaria alterado principalmente em doenças como Perthes ou Displasia do Desenvolvimento do Quadril.

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Incorreta a alternativa “A”: A lombociatalgia apresentaria Lasègue positivo, dor lombar com irradiação por um dermátomo e sintomas
neuropáticos.

Correta a alternativa “B”: A bursite trocantérica é o quadro mais provável.

Incorreta a alternativa “C”: Não há qualquer característica que nos leve a pensar em lombalgia mecânica, especialmente porque a paciente
não refere dor lombar.
Incorreta a alternativa “D”: A lombalgia inflamatória é uma dor noturna, com rigidez matinal e melhora com atividades. A paciente não
apresenta qualquer uma dessas características.
Incorreta a alternativa “E”: A tendinopatia do glúteo médio teria sintomas parecidos, mas com dor mais posterior do que lateral e dor ao
deitar-se em cima do glúteo, não de lado; o teste a ser realizado é de abdução do quadril com o paciente em decúbito lateral, ocorrendo
dor. Por fim, o Trendelenburg não seria positivo, mas provavelmente seria doloroso.

(UFC, CE, 2010) Um homem com 60 anos de idade vai ao posto de saúde queixando-se de dores no ombro. Após o exame clínico, o médico
suspeita que possa tratar-se de uma bursite no ombro. Qual das opções é a que se associa de forma mais frequente à bursite no ombro?

A) Bolsa subdeltoídea
B) Cápsula da articulação glenoumeral
C) Bolsa do músculo gastrocnêmio
D) Cápsula da articulação acromioclavicular
E) Bolsa subacromial

COMENTÁRIO

Questão única de bursite do ombro.


Dentre as bursas do ombro, para você não esquecer, o acometimento é por ordem alfabética, sendo mais frequente, assim, a subacromial
e depois a subdeltoidea.
Lembre também que, no ombro, a culpa é sempre do acrômio: ele causa impacto e lesa o supraespinhal.

Incorreta a alternativa “A”: É a segunda mais acometida no ombro.


Incorreta a alternativa “B”: Não existe bursa da cápsula glenoumeral; contudo, a cápsula pode gerar a capsulite adesiva, patologia
associada à imobilização prolongada do ombro.
Incorreta a alternativa “C”: O gastrocnêmio localiza-se na perna.
Incorreta a alternativa “D”: Não existe bursa da cápsula acromioclavicular.

Correta a alternativa “E”: A bursa subacromial é a que mais se associa a bursites do ombro.

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CAPÍTULO

2.0 CISTOS SINOVIAIS


Cistos sinoviais, embora extremamente presentes no cotidiano do ortopedista, são um tema muito frio para a prova
de Residência. Assim, do ponto de vista estratégico, não devem ser um foco de estudos. Porém, ajudam a complementar
seus conhecimentos de ortopedia – o que pode influenciar sua vida prática, até mesmo como médico generalista.
Há cinco questões apenas de cistos sinoviais, quatro sobre o cisto de Baker, e uma é de 2021, e uma de cisto
sinovial. É um tema de fácil compreensão.
Vamos lá!

2.1. FISIOPATOLOGIA E APRESENTAÇÃO CLÍNICA

Enquanto as bursites ocorrem por uma inflamação de uma bolsa que já existe (a bursa), os cistos sinoviais
são, na realidade, defeitos de formação. O tecido que recobre as estruturas – por exemplo, uma bainha tendínea
ou uma cápsula entre os ossos do carpo – apresenta uma fragilidade em sua formação. Com o aumento da pressão
em seu interior (lembre que abaixo desses tecidos haverá sempre líquido sinovial), esse tecido dilata, formando uma
“bexiga” repleta de líquido – o cisto sinovial.

Assim, temos dois tipos de cistos: os artrossinoviais (formados a partir da cápsula articular) e os de bainha tendínea.
A apresentação clínica é a mesma: uma tumoração cística, elástica, não aderida a planos profundos, móvel e indolor. Os pacientes
reclamam geralmente de dor (mas essa se deve mais ao fator causal comum, ou seja, aos movimentos repetitivos que levaram à formação do
cisto, ou à compressão dos tendões adjacentes causada por ele, se for artrossinovial) e que o cisto aumenta e diminui de tamanho.
Por serem repletos de cistos sinoviais, eles podem ser transiluminados – a colocação de uma lanterna de um lado permite ver através
do cisto.

2.2. DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO

O cisto é diagnosticado clinicamente, com confirmação por meio da ultrassonografia. Diante de seu caráter benigno
e evolução insidiosa, ele pode ser simplesmente acompanhado, com imobilização por meio de órteses nos períodos de
exacerbação da dor. No geral, ele só é puncionado ou removido se houver queixas clínicas além da estética.
A punção aspirativa é efetiva, porém leva a recidivas de mais de 70%. Assim, a melhor técnica é ressecar o cisto,
removendo toda sua cápsula (puncionar é como esvaziar uma bexiga: ela vai encher de novo; ressecar é remover a bexiga
por completo, para ela não encher mais).

Entretanto, mesmo assim, é possível recidiva; às vezes, de alguma estrutura do cisto que ficou (ele pode ser multilobulado) ou porque
a fragilidade dos tecidos é sistêmica, levando ao surgimento em outros locais.

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2.3. CISTO DE BAKER

Esse é um cisto sinovial da região posterior do joelho (fossa


poplítea), muito frequente na população em geral e totalmente
assintomático. Formado a partir da bursa do gastrocnêmio-
semimembranoso ou da cápsula articular do joelho, surge na região
posterior do côndilo femoral medial, entre o gastrocnêmio medial
e o semimembranoso, ficando mais evidente à extensão (Figura
2.3.1).

Cistos sinoviais
Fragilidade capsular ou da bainha tendínea levam à
formação de um cisto repleto de líquido sinovial.
Assintomático, benigno, deve ser apenas acompanhado.
Pode ser ressecado se as queixas clínicas compensarem os
riscos cirúrgicos.
Cisto de Baker: cisto da fossa poplítea. Muito frequente,
assintomático, não deve ser ressecado.
Figura 2.3.1. Cisto de Baker

Há uma relação entre a presença do cisto e alguma patologia do joelho (por exemplo, artrose), sendo ele algo
como uma “sentinela”. Porém, isso por si só não indica investigação.
Como todo cisto sinovial, tem caráter totalmente benigno e não deve ser ressecado. Espontaneamente, ele
pode se romper, o que causa derrame de líquido sinovial e hematoma na região da panturrilha, porém sem qualquer
complicação além disso.

CAI NA PROVA

(UNB, DF, 2019) Uma mulher de 54 anos de idade, com diagnóstico de artrite reumatoide (AR), apresenta um cisto sinovial poplíteo (cisto de
Baker) no joelho direito. Considerando essa manifestação articular da AR, julgue o item a seguir. Esse cisto pode dissecar e expandir- se para
os tecidos da panturrilha ou sofrer ruptura com extravasamento para essa mesma região da perna.

A) CERTO
B) ERRADO

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COMENTÁRIO

Questão sobre a evolução do cisto de Baker, bastante direta. Tome cuidado ao respondê-la (essas questões de Certo e Errado são
sempre mais trabalhosas do que as de alternativas).

Incorreta a alternativa “A”: O cisto não disseca ou invade outras estruturas, mas pode romper-se.

Correta a alternativa “B”: a afirmação está errada.

(AFAMCI, RJ, 2014) Menina de seis anos é levada ao ambulatório porque sua mãe percebeu a presença de um "tumor" na região posterior
da perna, na altura do joelho. Exame físico: massa de consistência cística em fossa poplítea. Não há qualquer outra queixa clínica. Neste caso,
deve-se:

A) Indicar excisão cirúrgica


B) Prescrever anti-inflamatórios
C) Solicitar radiografia de joelho
D) Solicitar ultrassonografia da massa
E) Indicar imobilização com tala gessada

COMENTÁRIO

Primeiro, você deve definir que se trata de um cisto de Baker. Na sequência, definir a próxima conduta a respeito. No mínimo, lembre-
se de que toda tumoração deve ser investigada.
Vamos analisar alternativa por alternativa?

Incorreta a alternativa “A”: Não há indicação de ressecção cirúrgica no cisto de Baker.


Incorreta a alternativa “B”: Anti-inflamatórios não trarão qualquer benefício à paciente.
Incorreta a alternativa “C”: O cisto não é visto à radiografia.

Correta a alternativa “D”: Ultrassonografia é a melhor forma de confirmar o diagnóstico.

Incorreta a alternativa “E”: Imobilizar o membro não só não trará benefício como também não permitirá o diagnóstico definitivo da lesão.

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CAPÍTULO

3.0 FASCIITE PLANTAR

A fasciite plantar é uma patologia muito comum na prática clínica diária. Contudo, ela foi cobrada só uma vez em
provas e figurou outra vez como conteúdo de uma alternativa.
Sendo assim, do ponto de vista estratégico, é um tema muito frio.

3.1. FISIOPATOLOGIA E APRESENTAÇÃO CLÍNICA

A fáscia plantar é uma estrutura que se origina do calcâneo


e se insere nos metatarsos (figura 3.1.1). Sua inflamação, chamada
de fasciite, ocorre por sobrecarga mecânica. Sendo assim, tem
associação com obesidade, encurtamento do tríceps sural e carga
durante a atividade, como em dançarinos e corredores.
Ela afeta principalmente pacientes de meia idade, sem
preferência por sexo, e é bilateral em apenas um terço dos
pacientes.
Provoca dor ao iniciar os movimentos, de forma que o
paciente tem dificuldade para sair da cama pela manhã e para
se levantar após ficar muito tempo sentado. É clássico o paciente
referir que precisa andar na ponta dos pés ao acordar.
Figura 3.1.1 Fasciite plantar

3.2. DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO

A fasciite é muito conhecida pelo esporão calcâneo – que nada mais é do que um entesófito de proteção, uma calcificação da inserção
da fáscia no calcâneo, como uma tentativa de proteção dos microtraumas que a inflamação e a sobrecarga mecânica causam.

Sendo assim, o esporão calcâneo não causa dor e ocorre em 50% a 75% dos pacientes. O que causa dor é a
fasciite, o que pode ser testado pelo exame físico ao se estenderem os dedos e dorsifletir o pé – isso distenderá a
fáscia. Sua palpação também pode ser dolorosa.
Não é necessário nenhum exame de imagem para o diagnóstico.
O tratamento é conservador, com alongamento, uso de calçados de solado rígido e controle de peso.

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Fasciite plantar
Inflamação da fáscia plantar.
Associada à obesidade e sobrecarga mecânica.
Dor ao iniciar movimentos.
Diagnóstico clínico e tratamento conservador.
O esporão do calcâneo é um entesófito de proteção, que ocorre em 50% a 75% dos casos.

CAI NA PROVA

(FACULDADE DE MEDICINA DE CAMPOS, RJ, 2017) Homem obeso, com 45 anos de idade, chega à clínica várias semanas após dar início a
um programa de corrida. Ele descreve dor no lado direito do calcanhar, que está pior desta vez. A dor é mais forte pela manhã e quando o
paciente está descalço. No exame, há dor na palpação da parte inferomedial do calcanhar direito. O que é necessário para obter o diagnóstico
definitivo de fasciite plantar?

A) História compatível e teste provocativo;


B) Apenas história e exame físico;
C) História, exame físico e cintilografia óssea;
D) História, exame físico e ultrassonografia do calcanhar mostrando espessamento da fáscia;
E) História, exame físico e radiografia mostrando esporão calcâneo.

COMENTÁRIO

Questão sobre o diagnóstico da fasciite plantar. Leia as opções com cuidado!

Incorreta a alternativa “A”: Não existe um teste provocativo específico para isso.

Correta a alternativa “B”: Muitas vezes, a anamnese já é capaz de fechar o diagnóstico, mas o exame físico é confirmatório.

Incorreta a alternativa “C”: Cintilografia não agregaria nenhum achado relevante.


Incorreta a alternativa “D”: A ultrassonografia, embora realmente mostre o espessamento da fáscia, não é necessária, pois o diagnóstico
é clínico.
Incorreta a alternativa “E”: Como o esporão do calcâneo só está presente entre metade e três quartos dos pacientes, ele é ainda menos
relevante para o diagnóstico.

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Lembrando que você pode estudar online ou imprimir as listas sempre que quiser.

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5.0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


1. Barros Filho TEP, Lech O. Exame físico em ortopedia. 2ª edição. São Paulo: Sarvier, 2002. 339 pp.
2. Barros Filho TEP, Gianini RJ, Cristante AF, Vieira LA, Nordon DG. SOS Ortopedia. 2ª edição. Barueri: Manole, 2019.
3. Canale ST, Beaty JH. Campbell’s Operative Orthopaedics. 12th edition. Philadelphia: Elsevier, 2013. 4614 pp.
4. Leite NM, Faloppa F. Propedêutica Ortopédica e Traumatológica. 1ª edição. Porto Alegre: Artmed, 2013. 600 pp.
5. Thompson JC. Netter’s Concise Atlas of Orthopaedic Anatomy. 1st edition. Philadelphia: Saunders Elsevier, 2001. E-book.

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6.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS


Caro Estrategista,

Concluímos aqui mais um livro de ortopedia geral. Este livro trouxe temas pouco relevantes no sentido de estratégia para concursos,
mas, ao mesmo tempo, muito, muito frequentes na prática clínica diária do ortopedista.
Logicamente, em um mundo ideal, quanto mais você souber, maiores as chances de passar. Mas, como temos não só tempo como
também espaço em nossas mentes limitados, precisamos focar. Este é o nosso objetivo: traçar a melhor estratégia para que você passe na
prova.
Você já estudou e já aprendeu; agora, é uma questão de tempo. Não perca o tônus!
Organize-se. Dedique-se. Estude. Conheça o estilo da prova da instituição que você quer. Devore nosso material. Assista às nossas
aulas, mande dúvidas, perguntas, questionamentos. Acompanhe nossas lives, nossos canais no YouTube e páginas do Instagram, pois estamos
sempre postando novidades. Fazemos tudo isso por você. Garantir sua aprovação é nossa razão de existir. Vamos ajudá-lo nessa caminhada e
estaremos lá para comemorar sua tão desejada aprovação!

Um forte abraço e bons estudos,

David Nordon

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