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III – COMPETÊNCIAS DO GESTOR, OS DIFERENTES TIPOS DE

GESTORES E OS SEUS PAPÉIS

COMPETÊNCIAS DE UM GESTOR

Conceptuais – capacidade de ver (e agir na) a organização como um todo: as suas


componentes e relações entre elas. Requer a capacidade de pensar estrategicamente.
Fundamental na gestão de topo.
Humanas – capacidade em trabalhar com outras pessoas quer individualmente quer e
também como um membro integrado de uma equipa. Fundamental na gestão de topo.
Técnicas – compreensão e proficiência de tarefas específicas (métodos, técnicas, outros
conhecimentos). Têm menor peso na gestão de topo.

Fonte: “In Management” Richard Daft


Folhas da Cadeira Horizontal de Gestão DEG-IST 2006/07
As a manager moves from the supervisory to the top-management level,
conceptual skills become more important than technical skills, but human
skills remain equally important.

Fonte: “In Management” Richard Daft


Folhas da Cadeira Horizontal de Gestão DEG-IST 2006/07

GESTÃO FUNCIONAL

Os gestores podem ser classificados de acordo com as suas classificações funcionais.


Normalmente temos:

 Gestor de produção
 Gestor de operações (COO – Chief Operation Officer)
 Gestor de vendas
 Gestor financeiro (CFO – Chief Financial Officer)
 Gestor de recursos humanos (HRO – Human Resources Officer)
 Gestor de investigação, engenharia e desenvolvimento (CTO – Chief
Technology Officer)
 Gestor de informação (CIO – Chief Information Officer)
 Gestor do conhecimento (CKO – Chief Knowledge Officer)

GESTÃO GERAL

 Conselho de Administração (Board)


 Comissão Executiva (Executive Committee)
 Presidente do Conselho de Administração Cheirman of the Board)
 Presidente de Comissão Executiva (CEO – Chief Executive Officer)
 Presidente Directeur General (PDG) - Designação francesa para
designer (aquele que acumula a Presidência do Conselho de
Administração com a Presidência da Comissão Executiva).
 Administrador (Board Member)
 Membro da Comissão Executiva (Director)
 Gestão Cimeira ou Gestão de Topo (Top Management)

TAREFAS DE GESTÃO DE TOPO

 Papel interpessoal – receber personalidades, liderar (motivar e


encorajar os colaboradores), fazer as ligações ao exterior (estabelecendo
e mantendo uma rede de ligações com o exterior).

 Papel informativo – centro nervoso (veiculando informação


estratégica – business inteligence – para a organização) difusor de ideias
aos colaboradores, porta-voz (informar terceiros sobre a organização).

 Papel decisório – empreendedor (dinamizar e liderar a mudança),


gestor de crises (liderando a gestão das perturbações), alocador de
recursos (monetários e não monetários), negociador (com terceiros em
matérias importantes).
NOVAS COMPETÊNCIAS DE GESTÃO
Às competências clássicas anteriores acrescentam-se as seguintes,
relacionadas com as novas formas de exercício de tarefas, a diversidade de
competências e de culturas das pessoas, e a necessidade de mudança:
- De Liderança Partilhada (“dispersed leadership”)
- De Delegação de poderes (“Empowering”)
- De estabelecimento de Relações de colaboração (“Collaborative
relationships”)
- De construção de Equipas (“Team-building”)
- De Aprendizagem (“Learning organization”)

ACTIVIDADES DE UM GESTOR
Variadas, complexas e, não raro, exercidas em ritmos elevados.
Henry Mintzberg sugere que as actividades podem ser organizadas em três
categorias:
- Informacional – criar e desenvolver uma rede de informação.
Monitor, disseminador, porta-voz (da organização). As competências
conceptuais e humanas são as mais solicitadas.
- Interpessoal – de relacionamento com as pessoas, líder e de
representação dentro da organização. As competências humanas são
particularmente necessárias.
- Decisional – Sobre os acontecimentos para os quais o Gestor tem
que fazer uma escolha e tomar uma acção. Requerem competências
conceptuais e humanas.
AS FUNÇÕES DE GESTÃO E AS FUNÇÕES OPERACIONAIS

Na prática as funções de gestão raramente são exercidas em exclusivo, pois os gestores


também realizam tarefas operacionais.

Mas como regra geral pode-se dizer que nos níveis de gestão mais baixo muitas vezes as
tarefas operacionais dominem e ocupem mais tempo que as funções de gestão mas à
medida que se sobe no nível de gestão, diminui a parte operacional das tarefas do
gestor.

FUNÇÃO FUNÇÃO

DE DE

GESTÃO OPERAÇÃO

OS TIPOS DE ORGANIZAÇÕES

Como já vimos, cria-se uma organização quando duas ou mais pessoas decidem juntar
esforços para fazer em conjunto aquilo que não conseguiriam fazer (ou fariam com
dificuldade) sozinhas.

Há muitos tipos de organizações mas podemos classificá-las em:

 Organizações económicas – (empresas) - são as que produzem bens e


serviços com o objectivo de se ganhar dinheiro (lucro).

 Organizações religiosas

 Organizações governamentais

 Organizações sociais ou culturais

 Organizações não lucrativas


que fornecem produtos e serviços sem fins lucrativos. As Organizações
Não Governamentais (ONG’s) são um exemplo disso.

As empresas são assim um caso especial de organizações.

A grande novidade nos dias de hoje é que os modernos métodos de gestão,


desenvolvidos para gerir empresas, começam também a ser aplicados a outros tipos de
organizações que não têm como objectivo o lucro mas que se preocupam quer com o
objectivo no interior da organização de bem aplicar os recursos (eficiência) quer com o
objectivo externo de atingirem os fins e as metas de serviço que constam do seu
objectivo social (eficácia). Assim, as empresas (devido à pressão competitiva do lucro),
inovam nos novos métodos e ferramentas de gestão e depois essas inovações são
introduzidas nas outras organizações. O mesmo acontece com os automóveis em que as
inovações são desenvolvidas nas corridas (devido à pressão competitiva para vencer) e
depois são passadas para os nossos carros!
Por outro lado, as preocupações sociais que antigamente só existiam nas organizações
sem fins lucrativos começam hoje a ser crescentemente incorporados nas empresas dos
países desenvolvidos. Assim, no mundo de hoje as empresas, não têm só o objectivo do
lucro, têm responsabilidade sociais perante a sociedade pois que se uma empresa existe
é porque há um contrato social implícito entre a empresa e a sociedade. È o conceito de
responsabilidade social das empresas, muito em voga nas sociedades desenvolvidas.
Neste contexto, assiste-se a uma convergência crescente entre empresas e organizações
não lucrativas no que toca aos métodos de gestão e à responsabilidade social.

“CORPORATE GOVERNANCE” (GOVERNAÇÃO DAS EMPRESAS)


É um tema que está muito na moda na sequência dos escândalos financeiros surgidos
em vários empresas americanas e europeias.
“Corporate governance” – significa no fundo o conjunto de boas práticas de gestão que
tornam possíveis e boa governação das empresas.
Quando se discute se, se deve ter na mesma pessoa as funções de chairman e da CEO,
se, se deve ter administradores independentemente dos gestores executivos e dos
accionistas, se deve haver no Conselho de Administração um Comité de Auditoria está-
se a discutir questões de “corporate governance”.
O COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL

Cadeira que terão numa fase posterior, trata justamente da interacção entre a
organização e os seus colaboradores, estudando as formas de comportamento.

O “AMBIENTE” DAS ORGANIZAÇÕES

O ambiente duma organização é tudo o que está situado fora dele.

Hoje em dia nas nossas sociedades, uma organização (ou uma empresa) é cada vez mais
um sistema aberto ao exterior, ou seja ao ambiente que a rodeia.

O ambiente de uma organização afecta e condiciona o funcionamento da própria


organização mas também as organizações (sobretudo as de maior dimensão)
influenciam e afectam o ambiente que as rodeia.

Podemos ter o ambiente geral e o ambiente específico numa organização.

No que toca ao ambiente geral podemos considerar várias dimensões:

 Ambiente cultural – ideologias, valores, normas da sociedade, relações


entre o poder e a sociedade, o racionalismo.

 Ambiente tecnológico - nível de científico e tecnológico.

 Ambiente educativo – nível geral da alfabetização da população, nível


profissional e de especialização profissional e tecnológico.

 Ambiente político – clima político geral da sociedade, grau de


concentração e nível de autoridade do poder político, natureza da
organização política, sistema político-partidário.
 Ambiente legal - natureza das leis, forma e organização do poder
judicial, sistema fiscal.

 Ambiente dos recursos naturais – natureza, quantidade e


disponibilidade dos recursos naturais, condições climáticas.

 Ambiente demográfico - natureza dos recursos humanos de que a


sociedade dispõe, pirâmide etária da população, sexo,
concentração/urbanização da população.

 Ambiente sociológico – estrutura e mobilidade das classes, definição


dos papéis e de representação dos “actores” (“players”) sociais, natureza
da e nível de desenvolvimento das organizações sociais.

 Ambiente económico – estrutura económica da sociedade, incluindo o


tipo de organização económica (sector público, privado ou cooperativo),
sistema financeiro e bancário; níveis de impostos e sistema fiscal;
estrutura de mercado, nível de investimento em recursos físicos e em
intangíveis, características do consumo e comportamento dos
consumidores, abertura do sistema económico ao exterior, participação
em blocos económicos regionais e em instituições económicas
internacionais.

No que toca ao ambiente específico há a considerar o dos clientes e utilizadores da


organização, o dos fornecedores, o dos concorrentes, o político-legal e o científico-
tecnológico:

Numa empresa, caso específico duma organização é costume distinguir entre os


accionistas (share holders) e todos os outros que têm relações com a empresa (stake
holders) tais como:
 clientes
 fornecedores STAKE HOLDERS
 trabalhadores
 autoridades políticas como governo/autarquias

SHARE HOLDERS STAKE HOLDERS


Accionistas Os que têm interesse e
(“donos” do capital da empresa) relacionamento com a
empresa (têm um “stake”
na empresa)

BIBLIOGRAFIA

Introdução à Gestão
Mário António Soares Madureira,
Publicações Dom Quixote

“A gestão e a evolução das teorias de gestão”


Folhas da cadeira horizontal de Gestão– DEG-IST 2006/07

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