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Comprou um produto e perdeu a nota fiscal?

No momento da troca, o produto mudou de preço, tornando-se mais barato do que no momento da compra?
Não conseguiu trocar o produto?

Saiba que a loja tem a obrigaçã o de guardar os documentos fiscais, dentre os quais estã o a
NOTA FISCAL, NFC-e (Nota Fiscal ao Consumidor Eletrô nica) e DANFE, pelo prazo de 5
anos (em regra). Além disso, devem fornecer ao consumidor uma 2a via, quando
solicitada.
No momento da troca é obrigação da loja, se for o caso, trocar pelo mesmo produto
ou por outro do mesmo valor. Havendo divergência de preço, o valor de referência DEVE
SER o preço pago na DATA DA COMPRA, e nã o o preço oferecido pela loja na vitrine na
DATA DA TROCA.
Se a loja nã o tem o MESMO produto para lhe oferecer, ela deve lhe devolver o dinheiro ou
trocar por produtos que equivalham ao valor pago na DATA DA COMPRA. Ainda que o
produto que você queira trocar esteja sendo oferecido por um valor mais BAIXO do que o
valor que você pagou, você tem o direito de exigir TODO o valor pago!
(Curta o site https://estudodireito.com/, obrigado!)

PETIÇÃ O: Ação de obrigação de fazer c/c reparação de danos.


OBJETIVO: devolução da diferença entre o valor das peças com ressarcimento pelo
constrangimento causado.
RESULTADO: Empresa foi condenada a devolver o valor pago a maior.

EXMO. SR. DR. JUIZ DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DE DEFESA DO CONSUMIDOR DA


XXXXXXXXXX
(omitido), brasileir (), solteir (), funcioná rio pú blico, RG (omitido), Detran-RJ, CPF
(omitido), com endereço na Rua (omitido), vem, com o devido respeito, perante Vossa
Excelência, propor
AÇÃO INDENIZATÓRIA POR DANOS MATERIAIS E MORAIS
Em face de (OMITIDO)., inscrita sob o CNPJ nº (omitido) com endereço na Rua (omitido),
pelos fatos e fundamentos que passa a expor.
1 – DOS FATOS
O Autor realizou, no dia 12 de maio de 2016, a aquisiçã o de um terno completo, composto
por uma calça e um paletó , na loja da Empresa Ré, além disso contratou serviços de ajuste
do produto, sendo assim estabelecida um relaçã o de consumo, sendo esta regida pelo
Có digo de Defesa do Consumidor ( CDC).
O Autor pagou pelo produto o valor de R$ 754,00 (setecentos e cinquenta e quatro reais)
que foram parcelados em duas vezes em seu cartã o de crédito.
Por um infortú nio, o Autor extraviou a 1a via da nota fiscal fornecida no momento da
compra, no entanto, em anexo, seguem dois extratos do cartão de crédito utilizado na
compra, atestando o valor total parcelado.
Um mês apó s a compra do terno e, fazendo uso do produto em seu trabalho de forma
regular, o Autor percebeu um rasgo na parte posterior da calça e, conforme preconiza o
CDC, decidiu comparecer à loja para realizar a troca do produto.
No dia 01 de julho de 2016, o Autor compareceu ao local onde efetuou a compra e foi
atendido pela Gerente Alice. A Gerente, em um primeiro momento, afirmou que em virtude
do extravio da nota fiscal nã o poderia realizar a troca do produto. No entanto, apó s uma
longa, embaraçosa e humilhante conversa no balcã o de atendimento, experimentando uma
situaçã o extremamente constrangedora, cercado pelos vendedores da loja, em um local
onde circulavam diversos clientes e se amontoavam, logo atrá s do Autor, em uma fila para
atendimento neste mesmo balcã o, tantos outros clientes, a Gerente (omitido) autorizou a
troca do produto. Naquele momento o Autor sentia-se humilhado e seu sentimento de
angustia era motivado pelos procedimentos ilegais da Empresa Ré, que visivelmente
violava seus direitos como consumidor e lhe punha em uma situaçã o vexató ria. Na visã o do
Autor era como a Gerente lhe concedesse um “favor”, uma “mercê”, frente aos demais
clientes e vendedores presentes.
O Autor seguiu acompanhado de um Atendente da Empresa Ré até o mostruá rio de roupas
e buscou o MESMO modelo de calça para efetuar a troca. Ocorre que a ú nica calça existente
no mostruá rio apresentava o mesmo rasgo, coincidentemente no mesmo local, e a troca
nã o pode ser efetuada, já que inexistia em estoque outro modelo idêntico à calça comprada.
O Autor, entã o, escolheu um novo modelo de terno EQUIVALENTE ao que havia comprado.
Ele nã o ficaria com o paletó , já que todas as calças disponíveis no mostruá rio da loja nã o
faziam par com a peça adquirida. Há de se convir que quando um cliente compra um terno
completo ele deseja que o paletó combine com sua calça. Logo, como nã o havia em estoque
calça compatível com o paletó , o autor seria obrigado a solicitar a troca de todo o conjunto.
O Autor escolheu um terno que custava R$ 458,00 (quatrocentos e cinquenta e oito reais),
preço inferior ao valor do terno comprado, e esperava que, ao trocar o produto,
receberia o estorno da diferença entre os preços.
Ao chegar ao caixa, foi alertado pela Gerente que o primeiro terno, aquele com a calça
defeituosa, custava R$ 754,00 (setecentos e cinquenta e quatro reais) no dia 12 de maio, e
encontrava-se, naquele dia, em promoçã o, custando R$ 408,00 (quatrocentos e oito reis).
Ela alegou ainda que, por nã o portar a nota fiscal da compra, o Autor nã o poderia efetuar a
troca pelo preço total e que só poderia conceder o crédito de R$ 408,00 (quatrocentos e
oito reis), valor da promoçã o ofertada no dia da troca.
No fim, o Autor deveria pagar um valor extra de R$ 50,00 (cinquenta reais) - a diferença
entre R$ 458,00, 00 e R$ 408,00 - para realizar a troca de um produto que custava,
naquele momento, um valor mais baixo que o custo total do produto danificado.
O Autor perguntou à Gerente se a loja nã o poderia fornecer uma 2avia da nota fiscal e foi
informado que ela nã o poderia efetuar este procedimento. Adicionalmente, o Autor
solicitou à Gerente uma declaração da loja ratificando a informaçã o dada, e recebeu como
resposta que a declaraçã o nã o poderia ser fornecida em virtude da política da loja.
Sendo assim, tendo como ú nica saída o pagamento da diferença de R$ 50,00 (cinquenta
reais), o Autor realizou o pagamento e, profundamente inconformado com a soluçã o
apresentada pela Gerente, optou por levar o modelo de terno disponível, já que precisava
da vestimenta para trabalhar. Segue em anexo a nota fiscal referente a troca da
mercadoria e o pagamento da diferença.
O Autor exerce (omitido) e deve, por força das atribuiçõ es que desempenha, trabalhar
usando o terno. Segue em anexo a carteira funcional do servidor.
3 – DO DIREITO
O Autor, ao detectar o defeito no produto, tem direito à troca da peça defeituosa, conforme
preconiza o art. 18 do CDC.
O Autor, apesar de ter extraviado a 1a via da nota fiscal fornecida pelo estabelecimento,
tem direito a solicitar a 2avia deste documento. Conforme dita o Art. 12, do Anexo I, do
Livro VI, do Decreto 27.427/00 que normatiza as operaçõ es onde incide o ICMS
“Art. 12. O emitente deverá manter a NF-e em arquivo digital sob sua guarda e
responsabilidade, ainda que fora da empresa, pelo prazo estabelecido na legislação tributária
para a guarda de documentos fiscais (…)”
Além disso a pró pria secretaria da Fazendo do Estado do Rio de Janeiro em seu website, no
endereço: < http://www.fazenda.rj.gov.br/sefaz/faces/menu_structure/servicos?
_afrLoop=4891870578787000&datasource=UCMServer%23dDocName
%3AWCC226505&_adf.ctrl-state=fr36299it_109> disponibiliza uma série de dú vidas sobre
o DANFE NFC-e. Na pergunta 4.4 nas pá ginas 7 e 8 ela informa o seguinte:
“4.4. Há obrigatoriedade da guarda do DANFE NFC-e pelo consumidor (destinatário)?
Resposta: Não existe obrigatoriedade da guarda do DANFE NFC-e. O documento fiscal relativo
a operação é o arquivo digital da NFC-e. Por se tratar de um documento fiscal digital, a NFC-e
deve ser armazenada eletronicamente pelo período de 5 (cinco) anos, conforme determinado
pela legislação tributária.”
Tendo em vista os fatos apresentados e a legislaçã o vigente, concluímos que negar a
emissã o deste documento, alegando nã o constar nas prá ticas da Empresa Ré, consiste em
prá tica abusiva, arbitrá ria e ilegal punida com multa conforme prevê as obrigaçõ es
acessó rias de qualquer tributo.
Conforme preconiza o § 4odo Art. 18 do CDC, tendo o consumidor optado pela troca do
produto por outro equivalente, e nã o sendo possível a substituiçã o do bem, poderá trocá -lo
por outro de espécie, marca ou modelo diversos, mediante complementaçã o ou restituiçã o
de eventual diferença de preço, sem prejuízo do disposto nos incisos II e IIIdo § 1º deste
artigo. Destarte, a Empresa Ré deveria restituir o valor de R$ 296,00 (duzentos e noventa e
seis reais) ao Autor, e nã o cobrá -lo a mais R$ 50,00 (cinquenta reais) em virtude das
promoçõ es que incidiam sobre os produtos da loja no dia da troca. Para efeito de troca de
mercadoria, deverá prevalecer o mesmo valor, quando da realizaçã o da venda, e nã o,
aquele da data da troca
De acordo com o Art. 42 do CDC, o Autor tem direito ao ressarcimento da diferença paga de
R$ 296,00 (duzentos e noventa e seis reais) e dos R$ 50,00 (cinquenta reais) pagos no
momento da troca, somando um total de R$ 346,00 (trezentos e quarenta e seis reais),
devendo este valor ser multiplicado por dois, e ainda ser reajustado, conforme previsã o do
mesmo artigo.
Além da restituiçã o em apreço, pretende o autor a REPARAÇÃO DOS DANOS por ter sido
submetido a uma situaçã o extremamente constrangedora, vexató ria e, acima de tudo, ilegal
no momento em que, de boa-fé, recorreu à Empresa Ré, buscando seus direitos. Aliado a
isto, expõ e-se a seguir argumentos que corroboram com a demanda suplicada
SÍLVIO DE SALVO VENOSA escreveu:
"Os danos projetados nos consumidores, decorrente da atividade do fornecedor de produtos e
serviços, devem ser cabalmente indenizados. No nosso sistema foi adotado a responsabilidade
objetiva no campo do consumidor, sem que haja limites para a indenização. Ao contrário do
que ocorre em outros setores, no campo da indenização aos consumidores não existe
limitação tarifada". (Direito Civil, Responsabilidade Civil, São Paulo, ED. Atlas, 2004, p. 206).
O autor pretende uma indenizaçã o à título de danos morais, considerando os fatos aqui
narrados, de modo que seja compensada pelos prejuízos que me foram causados, e que haja
uma puniçã o à empresa suplicada, pela desídia, pela falta de cuidado e atençã o para seus
produtos e especialmente para seus cliente, de modo que seja coibido tal atitude por parte
da suplicada.”
O Des. Pinheiro Lago, na ocasiã o do julgamento da apelaçã o Cível n. 90.681/8, no TJMG,
com muita propriedade asseverou em seu voto que
"não se pode perder de vista que o ressarcimento por dano moral não objetiva somente
compensar à pessoa ofendida o sofrimento que experimentou pelo comportamento do outro,
mas também, sobre outra ótica, punir o infrator, através da imposição de sanção de natureza
econômica, em beneficio da vítima, pela ofensa á ordem jurídica alheia."
Em sede de jurisprudência já se entendeu que:
"CIVIL - CDC - DANOS MORAIS COMPROVADOS - RESPONSABILIDADE OBJETIVA DA PRESTADORA DE SERVIÇOS DE
TELECOMUNICAÇÕES - INDENIZAÇÃO DEVIDA - VALOR FIXADO DENTRO DOS PARAMÊNTROS DETERMINADOS PELA
DOUTRINA E JURISPRUDÊNCIA, A SABER: COMPENSAÇÃO E PREVENÇÃO I Restando patentes os danos morais
sofridos e o nexo causal entre a lesão e a conduta negligente da instituição prestadora de serviços, esta tem
responsabilidade civil objetiva na reparação dos mesmos, conforme determina a lei nº. 8.078/90 ( CDC). II - correta
é a fixação de indenização por danos morais que leva em conta os parâmetros assentados pela doutrina e pela
jurisprudência, mormente os que dizem respeito à compensação pela dor sofrida e à prevenção, este com caráter
educativo a fim de evitar a repetição do evento danoso; III - Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida".
(Ac. 1ª Turma Recursal dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais do DF, na Ap. Cív. 20020110581572, j. 12.08.03).

4 - DO PEDIDO
Do exposto, requer se digne Vossa Excelência:
1 - Conceder, nos termos do Art. 6º, inc. VIII do CDC, a inversã o do ô nus da prova em favor
do Autor;
2 - Determinar a citaçã o do requerido, para que, e, querendo, responda a presente
demanda, sob pena dos efeitos da revelia;
3 - Condenar o requerido à restituiçã o do valor em dobro, na forma do Art. 42, pará grafo
ú nico, no valor de R$ 692,00 (seiscentos e noventa e dois reais), já em dobro, com
incidência de juros de 1% ao mês a partir da citaçã o e correçã o monetá ria desde a data do
desembolso;
4 - Ainda, condenar o requerido ao pagamento da quantia justa e razoá vel de R$ (VALOR),
a título de indenizaçã o por danos morais, o Autor, nos termos dos Art. 5º, inc. V da
CRFB/88 c/c Art. 6º, inc. VI, Art. 7º, Art. 25, § 1º, e Art. 34 da Lei 8078/90 ou, caso assim
nã o entenda, em valor a ser arbitrado por Vossa Excelência.
5 - DOS MEIOS DE PROVA
O requerente protesta provar o alegado por todos os meios de prova em Direito admitidos,
em especial os de cará ter documental, prova testemunhal, depoimento pessoal do Autor e
Réus, sob pena de confissã o, juntada ulterior de documentos e tudo mais que se fizer
necessá rio para a perfeita resoluçã o da lide, o que fica, desde logo, requerido, nos termos
do Art. 32, da Lei 9.099/95.
6 – VALOR DA CAUSA
Dá -se à causa o valor de R$ (VALOR TOTAL)
Nestes termos, pede deferimento.
Rio de Janeiro, 22 de setembro de 2016
(ASSINATURA)
(NOME)

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