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TEORIA DA COMUNICAÇÃO

O Conceito de Comunicação
Comunicação é a interação entre duas pessoas, que permite a troca de informação através de
um tipo de linguagem comum a ambos e onde devemos ter em conta as regras contextuais.

INTRODUÇÃO À TEORIA DA COMUNICAÇÃO


Teoria da Comunicação e Filosofia da Linguagem

A teoria da comunicação ainda não se definiu enquanto campo de estudo coerente, pois os
teóricos não encontram forma de ultrapassar as diferenças que os separam, não sendo
possível alcançar uma teoria unificada.

Razões de divisão teórica:


→ Abordagens multidisciplinares (249 teorias de comunicação)
→ Incongruência na definição do termo “comunicação”, enquanto conceito unitário (95
definições de comunicação)

Assim, as ciências da comunicação existem sem uma teoria dominante: “normal” ou


“paradigmática”.

Como podemos resolver este problema?

As 7 grandes tradições
Cada uma dela é uma maneira diferente de teorizar alguns problemas práticos de
comunicação: cada uma aborda e refina algumas crenças comuns sobre comunicação.
A comunicação não é só algo que fazemos, mas também algo que discutimos reflexivamente.
Toda a teoria da comunicação, não é apenas uma teoria da linguagem, é uma espécie de
metadiscurso, uma maneira de falar sobre a conversa, que deriva muito de sua plausibilidade
e do interesse, apelando retoricamente a lugares-comuns da prática cotidiana de
metadiscurso.
Meta discurso:
linguagem utilizada para falar sobre a própria
linguagem, sobre o discurso ou para guiar, explicar e
direcioná-lo.

→ Retorica:
• Arte prática do discurso.
• Estuda os problemas da coordenação, forma de agir, comunicar para persuadir.
• O seu problema é que exige deliberação e julgamento coletivo.
→ Semiótica:
• Intermediação /comunicação entre sujeitos através de sinais ou signos.
• Estuda os problemas dos males entendidos, através dos códigos da linguagem
comum;
• Chegamos a algum consenso através de um código comum, de um sistema de
comunicação, no entanto, as diferentes interpretações ou perspetivas do mesmo
sinal/signo pode é que pode gerar mal-entendidos e no contexto quotidiano podem
acontecer várias falhas de comunicação.

→ Fenomenologia:
• Refere-se à experiência de entrar em contacto com o outro e à análise da maneira
como os indivíduos reagem à presença de outros nas suas vidas baseando-se no
diálogo.
• Estuda os fenómenos da forma como os humanos os entendem, a nossa experiência
profunda do outro e do mundo;
• Tem de ser respeitada entre todos e por todos de forma a encontrar uma base comum
para que a interação aconteça.
• O problema que se destaca é a falha ao sustentar uma relação humana autêntica que
pode levar ao isolamento devido à falha de compreensão entre os sujeitos.

→ Cibernética:
• Corresponde ao processamento de informação.
• Estuda os problemas sistémicos da transmissão de informação, comunicação técnica;
• O problema surge devido ao barulho, ao excesso de informação, à falta de informação,
ao mau funcionamento ou a uma quebra no sistema.
• Os sistemas complexos podem ser imprevisíveis ou difíceis de compreender.
• Os humanos e as máquinas diferem na medida em que emoções não são lógicas,
lineares nem surgem de um sistema “causa-efeito”.

→ Sociopsicologia:
• Refere-se à expressão, interação e influencia que são três elementos-chave que
desempenham papéis fundamentais na dinâmica social e psicológica das interações
humanas.
• Estuda os processos da. influência da propaganda, utilizando métodos experimentais
• O problema é que requer manipulação de comportamentos e acontecimentos para
alcançar resultados específicos.
• A comunicação reflete personalidade, crenças e sentimentos que se baseiam em
julgamentos.
• Deste modo os grupos maiores que defendem os mesmos ideais afetam outros grupos
com ideais diferentes e vice-versa.
→ Sociocultura:
• Refere-se à (re)produção da ordem social.
• Não é possível analisar a comunicação, sem analisar a sociedade.
A sociedade molda a comunicação, assim como a comunicação molda a sociedade.
• Na qual o principal problema é o conflito, a alienação, o desalinhamento cultural e a
falha de coordenação entre a sociedade e a sua estrutura.

→ Filosofia Crítica:
• É o discurso reflexivo que sofre do problema de ser influenciado pela falta de
hegemonia ideológica e por poder ser sistematicamente distorcido.

Podemos comunicar o que sabemos ? Se sim, como?

Comunicação como condição básica para obter, manter, divulgar e desenvolver o


conhecimento, assim, os limites da minha linguagem denotam os limites do mundo.

Como se estabelecem as relações entre os diferentes elementos do conhecimento?

→ Sujeito do conhecimento com as suas ideias, os seus conceitos e os seus juízos de


pensamento

→ Linguagem

→ Objeto do conhecimento (o mundo das coisas)


TRIÂNGULO SEMIÓTICO

Ideia / Referência

Signo / Símbolo Objeto / Referente

Os símbolos podem ter três tipos de relações, com:

→ Relação semântica (símbolos → objetos)


→ Relação pragmática (símbolos → pessoas)
→ Relação sintática (símbolos → símbolos)

Tricotomia dos Signos:

• ÍCONE
Signo que se refere ao objeto e representa as suas características próprias, não tem
conexão dinâmica com o objeto que representa, simplesmente as suas qualidades
assemelham-se às do objeto.
Ex.: é um ícone de uma mulher

• SÍMBOLO
Signo que se refere a um respetivo objeto, em virtude de uma lei ou convenção
sociocultural
(associação de ideias que faz com que a nossa mente estabeleça uma relação entre o
símbolo e o objeto referente).
Ex.: As palavras que usamos
(estão apenas conectadas pela força das ideias que a mente cria)

• ÍNDICE
Signo que se refere a um respetivo objeto, estando fisicamente conectado com o seu
objeto e a mente interpretante apenas regista a conexão, pois ela já estabelecida
Ex.: Ar húmido e nevoeiro é um índice de chuva

Como é que os Homens Comunicam?

Por sons imitativos, gestos imitativos ou imagens (três tipos de semelhanças).

Embora hajam outros sinais, é através das semelhanças que somos capazes de descrever as
coisas e as ações que temos em mente.

Assim, é percetível que o ser humano só é capaz de conversar através de SIGNOS.


Platão - Górgias → Comunicação, Filosofia E Retórica
No sistema democrático da Grécia Antiga, o papel da comunicação era muito importante pois
a força da palavra servia para persuadir ou convencer os cidadãos a algo.
A RETÓRICA, ou seja, a arte do falar.

Em Górgias, Platão explora as questões da retórica:


a sua natureza, papel, e onde serve na aplicação da justiça e poder.

1. Retórica como Ferramenta de Persuasão


• O diálogo começa com Sócrates confrontando Górgias, um famoso retórico da época,
sobre a natureza da retórica e seu propósito.
• Platão explora a diferença entre persuasão e ensino real,
questionando se os retóricos, como Górgias, usam sua habilidade para levar as pessoas
à verdade ou apenas para persuadi-las de qualquer coisa.
• A retórica, quando usada sem escrúpulos, pode ser prejudicial à verdade e à justiça.
• A retórica puramente persuasiva, destinada a enganar, não tem valor moral e pode
ser usada como forma de manipulação em vez de busca pela verdade.

2. Justiça e Moral - Manipulação VS Busca da Verdade


• A discussão entre Sócrates e Górgias desdobra-se para incluir a questão da justiça e da
moral.
• Sócrates argumenta que a verdadeira habilidade retórica deve estar alinhada com a
justiça e a moral, deve buscar as mesmas ao invés de buscar apenas a persuasão.
• Um retórico deve ser capaz de persuadir os outros a agir de maneira justa.
• É então uma habilidade neutra, que pode ser utilizada para qualquer fim.
• A VERDADEIRA RETÓRIA É O CONHECIMENTO DA JUSTIÇA, E NÃO A HABILIDADE DE
SABER FALAR PERSUASIVAMENTE.

3. Natureza da Habilidade e Conhecimento/ Natureza da Comunicação Persuasiva


• A conversa aborda a questão da habilidade e do conhecimento em relação à retórica
e à política.
• Sócrates questiona o que constitui verdadeiro conhecimento e argumenta que é
importante que a retórica seja usada para o bem da sociedade, em vez de apenas para
fins pessoais ou ganho egoísta.
• É questionado se a persuasão é apenas usada como manipulação emocional ou se é
também fundamentada por argumentos sólidos na busca pela verdade.
• Enfatiza-se a persuasão como função central da retórica, através do poder da palavra
enquanto motor de persuasão.
4. A relação entre conhecimento e retórica:
• Ao longo do diálogo, Platão explora a relação entre o conhecimento, a retórica e a
verdade.
• Ele argumenta que o conhecimento sólido deve ser a base da retórica eficaz e que os
retóricos devem buscar a verdade em vez de meramente persuadir as pessoas a
acreditar em algo.

5. Poder da Palavra
• A palavra é vista como uma ferramenta poderosa no que toca a moldar a opinião
pública e na influência das decisões políticas.
• Destaque na responsabilidade moral dos retóricos em usá-la de forma ética.

6. Educação e filosofia:
• Embora o diálogo não se concentre inteiramente nesse tema, a importância da
educação e da filosofia como meios de buscar a verdade e a justiça é subjacente nas
discussões entre Sócrates e Górgias.

Qual é o objeto da comunicação, sabendo que a comunicação é uma parte integrante de


todas as disciplinas?

Para disciplinas onde existe um objeto concreto:

Objeto → Conhecimento/Episteme → Educação (comunicação de conhecimento)

CONTUDO, o especialista de comunicação atinge o conhecimento de outra forma,


já que não tem um objeto fixo:

Discurso → Crença/Doxa → Persuasão (comunicação da crença)


Platão – Alegoria da Caverna

A alegoria da caverna de Platão serve como um exemplo da diferença entre o conhecimento


e a ignorância.

Neste texto, um grupo de prisioneiros, que viveram sempre em catividade desde que
nasceram, apenas conseguem ver as sombras fogo atrás deles que está projetado na parede,
sendo que é apenas isso que conseguem ver.

Os prisioneiros só experienciam a realidade através das sombras, esta é a sua única realidade.
São incapazes de ver os objetos ou as chamas que causam as sombras e o seu único propósito
é interpretar as sombras e tentar fazer sentido destas, uma vez que acreditam que a realidade
é somente isso, sombras.

Eventualmente um dos homens é libertado das correntes e consegue sair da Caverna. Não
consegue ver muito devido à claridade, no entanto, quando os seus olhos se adaptam, começa
a reconhecer os objetos responsáveis pelas sombras.

Pela primeira vez, consegue ver o fogo, os itens, o resto do mundo.


Assim percebe que as sombras eram uma mera e pequena representação do mundo.

Então, após a sua revelação, volta à caverna e informa o que aprendeu aos seus colegas
prisioneiros, contudo, estes não o levam a sério.
Para eles tudo o que está fora da caverna e um mito ou ficção.

Esta alegoria serve como metáfora para a separação entre o mundo verdadeiro e o mundo
das aparências.
Aqueles que estão encurralados na ignorância e apenas têm um entendimento superficial do
mundo, são representados pelos restantes prisioneiros.
As ilusões que aceitamos como realidade são as sombras.
O prisioneiro libertado não se enquadra com os restantes porque é alguém que viu para além
das ilusões e encontrou a verdade.

A alegoria é importante uma vez que nos lembra que o que achamos ser verdade pode não
o ser, e por isso devemos repensar e utilizar o pensamento crítico para analisar as nossas
presunções e ideias e procurar conhecimento e entendimento para além do óbvio.

Além disso, serve como uma advertência, que a informação é algo que devemos
constantemente procurar por nós próprios.

A relação entre "Górgias," "A República," e a "Alegoria da Caverna"


A relação entre "Górgias," "A República," e a "Alegoria da Caverna" reside nas preocupações
filosóficas e éticas de Platão que perpassam esses textos e em como eles se interconectam na
filosofia platônica mais ampla.
Aqui estão algumas maneiras de relacionar esses textos:
→ A busca da verdade e da justiça:
Em "Górgias," Platão aborda a importância da retórica justa e moral, onde a verdade e a justiça
devem ser fundamentais para a persuasão. Isso está intimamente relacionado à filosofia
presente em "A República," onde Platão examina a natureza da justiça ideal na cidade e no
indivíduo. A justiça é uma busca central em ambos os textos.
→ A natureza do conhecimento:
Tanto em "Górgias" quanto na "Alegoria da Caverna," Platão explora a diferença entre a mera
opinião (doxa) e o conhecimento verdadeiro (episteme). Na "Alegoria da Caverna," os
prisioneiros são enganados pelas sombras na parede da caverna, enquanto a realidade está
fora dela. Isso relaciona-se com a ideia de que o conhecimento verdadeiro transcende a mera
persuasão retórica, como discutido em "Górgias."
→ A importância da educação e da filosofia:
Em "Górgias," Sócrates está preocupado com a diferença entre a retórica e a verdadeira
sabedoria. Ele argumenta que a retórica vazia não é uma forma legítima de educação, uma vez
que não leva as pessoas a adquirirem conhecimento verdadeiro. Sócrates defende a ideia de
que a verdadeira educação deve ser voltada para a busca da sabedoria e da justiça, em
consonância com a filosofia platónica.
Em "Górgias," Platão critica a educação que visa apenas à persuasão e à vitória nas discussões,
sem se preocupar com a verdade. Isso relaciona-se com a visão de Platão na "Alegoria da
Caverna," onde a educação se concentra em levar os prisioneiros da ignorância para a
compreensão mais profunda da realidade. Ambos os textos destacam a necessidade de uma
educação que busque a verdade e a sabedoria, em oposição a uma educação superficial.
A filosofia, como a praticada por Sócrates e defendida por Platão, é vista como uma forma de
educação superior e como um caminho para a verdade e a sabedoria. Em "Górgias," Sócrates
argumenta que o retórico deve ser um filósofo, alguém que busca a verdade e a justiça.
Essa ideia está em linha com a ênfase de Platão na filosofia como o mais alto grau de educação
e como um meio de alcançar a compreensão genuína.
→ Crítica à persuasão vazia:
Tanto "Górgias" quanto a "Alegoria da Caverna" podem ser lidos como críticas à persuasão
enganosa. Em "Górgias," Sócrates argumenta contra o uso da retórica para fins egoístas,
destacando a necessidade de uma base moral. Na "Alegoria da Caverna," as sombras
projetadas na parede da caverna representam uma realidade distorcida, que pode ser vista
como uma crítica às crenças enganosas ou à manipulação.
Em suma, ambos os textos de Platão compartilham uma preocupação fundamental com a
busca da verdade, da justiça e da sabedoria.
Examinam como a retórica, a educação e a filosofia podem desempenhar papéis na formação
de indivíduos e sociedades que procuram esses ideais.
Embora os diálogos abordem esses temas de maneira diferente, complementam-se ao
oferecer diferentes perspectivas sobre a natureza da realidade e o caminho para a sabedoria.
Relação com texto Górgias, Platão:
Homem que sai da caverna n’Alegoria da Caverna tem 2 opções:
1. Avisar e tentar resgatar os companheiros que ainda vivem na “sombra” e elucidá-los

Filósofos - investimento da educação de modo a chegar a um bem comum, Justiça

2. Permanecer fora, negando-se a ajudar os outros – usufruir das honras e trabalhos


permitindo que os outros fiquem na ignorância.

Sofistas - exercer poder sobre aqueles que estão perdidos, aproveitando-se da sua
ignorância e, portanto, embuídos numa crença sem retorno - desigualdade/vontade
coletiva suplantada pela individual
Os dois textos apresentam um tópico de entendimento (seja Sócrates a tentar obter respostas
de Górgias ou o prisioneiro que sai da caverna explicar ao que lá fica o que viu no mundo fora
da caverna). Verifica-se também uma intenção em convencer o outro, baseada na
argumentação.
Conclusão: Salienta como a busca incessante pelo poder político muitas vezes não permite a
responsabilidade moral e o conceito de “justiça".
TOMASELLO
1º CAPÍTULO - RESUMO
Apontar e pantomimar são dispositivos comunicativos fracos.
O apontar foi a forma primordial de comunicação exclusivamente humana.
Como é que algo tão simples como um dedo saliente pode comunicar de forma tão complexa
e de forma tão diferente em ocasiões diferentes?
A resposta é feita em base de competências cognitivas daquilo que por vezes se chama
leitura da mente, ou leitura da intenção.
A capacidade de criar uma base conceptual cultural comum
(atenção conjunta, experiência partilhada, conhecimento cultural comum)
é uma dimensão absolutamente crítica de toda a comunicação humana, incluindo a
comunicação linguística.
Os motivos comunicativos humanos são tão fundamentalmente cooperativos.
A comunicação humana é, portanto, um empreendimento fundamentalmente cooperativo,
que funciona de forma mais natural e suave no contexto de:
1. um terreno conceptual comum mutuamente assumido
2. motivos comunicativos cooperativos mutuamente assumidos
• A intencionalidade partilhada é o que é necessário para nos envolvermos em formas
exclusivamente humanas de atividade colaborativa em que um sujeito plural "nós"
está envolvido em objetivos conjuntos, intenções, conhecimento mútuo, crenças
partilhadas - tudo no contexto de vários motivos cooperativos.

• Identificação das características únicas da comunicação humana e, em seguida, das


raízes ontogenéticas e filogenéticas. As 3 hipóteses são:
1. A comunicação cooperativa humana surgiu primeiro na evolução (e surge primeiro
na ontogénese) nos gestos naturais espontâneos de apontar e ofegar.

2. Baseia-se crucialmente numa infraestrutura psicológica de intencionalidade


partilhada que se originou evolutivamente em apoio de actividades colaborativas
e que inclui competências sociais cognitivas e motivações pró-sociais.

3. A comunicação por convenção só é possível quando os participantes já possuem


gestos naturais e a sua intencionalidade partilhada.
Infra-estruturas e competências de aprendizagem cultural e de imitação para criar
e transmitir convenções e construções comunicativas compreendidas em conjunto
Problema da Comunicação Pré-humana

1. A comunicação cooperativa humana surgiu primeiro na evolução através de gestos


naturais e espontâneos (GESTO DE APONTAR)
2. A comunicação cooperativa humana assenta crucialmente numa infraestrutura
psicológica de intencionalidade partilhada, que teve origem evolutiva no apoio a
atividades de colaboração e que inclui, sobretudo:
a. Competências sociocognitivas para criar intenções conjuntas e atenção conjunta
(base concetual comum)
b. Motivações pró-sociais (e até normas) para ajudar na cooperação com os outros.
3. A comunicação convencional, tal como incorporada numa ou outra língua humana, só é
possível quando os participantes já possuem:
a. Gestos naturais e a sua infraestrutura de intencionalidade partilhada
b. Competências de aprendizagem cultural e de imitação para criar e transmitir
convenções e construções comunicativas compreendidas em conjunto

Para que haja comunicação e para que gestos simples como apontar sejam bem interpretados,
é necessário:

Conhecimento mútuo Esta fórmula depende completamente da cooperação, a


+ base e conceito fundamental da comunicação.
Contexto (histórico e social)

Se não tivermos conhecimento do que o outro sabe, podem existir falhas de comunicação (a
verdadeira mensagem não é recebida), principalmente quando se usa gestos, ou qualquer tipo
de comunicação não-verbal.

“Same gesture, different meanings.”: há pequenas diferenças que podem mudar


completamente o sentido de uma frase. Assim é necessário estabelecer uma base conceptual
comum – Código partilhado entre as pessoas que estão a comunicar entre si.

Cooperação e Vantagem Adaptiva:


→ Atividades mútuas - ajudar o outro é ajudar-me a mim mesmo;
→ Atividades altruístas - ajudar sem pedir nada em troca, cultivando reciprocidade e
reputação;
→ Abusos de cooperação - mentir e enganar, clara violação das regras de
comunicação.

Vantagem Adaptiva - Conceito de que as características humanas, como a capacidade de


compartilhar intenções e de reproduzir uma comunicação complexa, conferem vantagens
adaptativas aos seres humanos em temos de sobrevivência e reprodução.
A construção racional dos seres humanos permitiu o desenvolvimento da cooperação e da
vantagem adaptiva, capaz de ser traduzida na formula:

Aprendizagem e Flexibilidade + Atenção

→ Aprendizagem – temos a capacidade de apreender e adaptar a nossa comunicação com


base em experiências passadas;
→ Flexibilidade – capacidade de o ser humano adaptar-se a situações, contextos e
interlocutores diferentes;
→ Atenção ao parceiro – relacionado com a capacidade de prestar atenção às necessidades,
sentimentos e respostas do interlocutor.

Para entender a forma como os seres humanos comunicam através da linguagem e como essa
capacidade evoluiu ao longo do tempo, é importante entender como a sua comunicação era
feita através de gestos naturais.

Tomasello defende que as primeiras formas de comunicação através de gestos foram:


APONTAR e PANTOMINAR (mímica).

Apontar: é uma forma de comunicação, pois transmite sentido e significado.

Funções da comunicação:
Funções capazes de ser
1. Função Imperativa – pedir coisas (90%) expressas utilizando linguagem
não verbal
2. Função Expressiva - compartilhar emoções
3. Função Informativa – fornecer informação
4. Função de compromisso – comprometer-se a algo, contrato
5. Função performativa – declarar algo, permite criar novas realidades sociais

De um modo geral, a comunicação convencional só é possível existir da forma como a


conhecemos quando os participantes já possuem:
→ gestos naturais,
→ a infraestrutura de intencionalidade compartilhada
→ as habilidades de aprendizagem
→ e a imitação para transmitir o que pretendem que seja entendido de forma eficiente.
GRICE
Há duas correntes da filosofia da linguagem contemporânea:

A - Filosofia da linguagem ideal

B - Filosofia da linguagem comum

A – FILOSOFIA DA LINGUAGEM IDEAL

As línguas naturais têm um problema de exatidão e clareza – exemplo: expressões como “em
principio”, “pelas”.

Devido a este problema, é preciso extrair formas claras e “bem formadas” das frases →
NOTAÇÃO LÓGICA.

Logo, seria necessário construir uma linguagem ideal, que incorpore os símbolos formais,
cujas sentenças serão claras, com valor de verdade determinado, e livre de implicações
metafísicas.

B – FILOSOFIA DA LINGUAGEM COMUM

A linguagem serve muitos propósitos importantes. Podemos saber o que uma expressão
significa, sem a analisar, e mesmo quando o fazemos, consiste apenas na especificação, tão
geral quanto possível, das condições que permitem ou impedem a aplicação da expressão.

Assim, as características das línguas naturais não são capturadas qualquer tipo de abordagem
lógica:

Abri a porta e entrei na sala = p & q

Entrei na sala e abri a porta = q & p

Ambas as frases apresentam as mesmas condições de verdade e, portanto, deveriam


apresentar o mesmo significando, mas podem não querer dizer a mesma coisa. É importante
olhar para o conteúdo e para o contexto na qual as frases são ditas.
Herbert Paul Grice teorizou acerca dos problemas de comunicação e de linguagem. Para o
autor, o principal problema prendia-se com as diferenças entre:
→ o que é dito (significado da frase)
→ e o que é implícito (o significado/mensagem que o falante pretendia transmitir).

Existe alguma forma de chegar ao significado implícito?


Para Grice, sim, através de algumas condições básicas para a comunicação
racional e cooperativa.

Princípio de Cooperação: “Faça sua contribuição conversacional tal como é requerida,


no momento em que ocorre, pelo propósito ou direção do intercâmbio conversacional em
que se encontra.” Este princípio concretiza-se através das 4 máximas de Kant:

1. Quantidade – relacionada com a quantidade de informação disponível e a esta


correspondem as seguintes máximas:
• “Faça com que a sua contribuição seja tão informativa quanto requerido”
• “Não faça a sua contribuição mais informativa do que é requerido”
Podemos jogar com a quantidade de informação de uma mensagem de acordo com
os nossos interesses, visto que informação a mais ou a menos pode condicionar ou
alterar o sentido daquilo que dizemos.

2. Qualidade – associada à supermáxima “Trate de fazer uma contribuição que seja


verdadeira” e duas máximas mais especificas:
• “Não diga o que você acredita ser falso”
• “Não diga senão aquilo para que você possa fornecer evidência adequada”
Princípio básico da comunicação, visto que a sua ausência cria um ambiente de
insegurança, deve ser uma regra constitutiva da sociedade.
Não podemos ter a ideia ingénua de que temos uma comunicação ideal, mas não é
possível imaginar comunicação sem este princípio.
Exemplos: ironia e metáfora

3. Relação – “ser relevante”

4. Modo – corresponde à supermáxima “Ser claro” e diferentes máximas:


• “Evite a obscuridade da informação”
• “Evite ambiguidades”
• “Seja breve”
• “Seja ordenado”

Resumindo:
• Existe uma lacuna entre o que é dito e o que é implícito.
• A comunicação é uma atividade inferencial, ou seja, para entender as outras pessoas
não é suficiente entender o código de linguagem, mas ter uma espécie de capacidade
de computação (saber inferir).
• Devemos ser facilitadores da comunicação porque comunicamos sempre para os
outros.
Objetivo: fazer com que o outro perceba as nossas intenções.

Economia cognitiva: fazer todas as coisas quanto possível da forma mais eficaz possível
Contudo, é possível quebrar estas normas de várias formas:
• O agente pode violar as normas sem intenção, provocando mal entendidos;
Violate, misleading

• O agente pode colocar-se de fora da esfera de atuação (opt out) das máximas ou do
Princípio de Cooperação, isto é, pode não querer cooperar da forma exigida e perferer
sair;

• O agente pode enfrentar um “conflito” (clash) entre máximas:


Exemplo:
ser incapaz de cumprir a máxima de quantidade “seja tão informativo quanto
exigido”
sem violar a máxima de qualidade “tenha evidência adequada para o que diz”.

• O agente pode abandonar (flout) uma máxima, isto é, pode espalhafatosamente


(blatantly) deixar de cumpri-la.

Na hipótese de que um interlocutor é capaz de cumprir a máxima e de cumpri-la sem violar


outra máxima (devido a um conflito), sem se colocar de fora e sem tentar abandonar outra,
ou seja, não estando a tentar enganar o seu ouvinte – o ouvinte fica com um problema:

Como é que o locutor disse o que disse e mesmo assim conseguiu respeitar o Principio da
Cooperação?

Esta é uma situação que caracteristicamente gera uma implicatura conversacional; e quando
uma implicatura conversacional é gerada deste modo, dizemos que uma máxima está no seu
limite, está a ser explorada [exploited].

Algumas destas situações podem gerar implicaturas conversacionais (sentido conversacional


indireto).
→ A: Como está C se dando em seu emprego?
→B: Oh, muito bem, eu acho; ele gosta dos colegas e ainda não foi preso.

1. B aparentemente violou a máxima “Seja relevante”; e assim pode-se considerar que


tenha abandonado uma das máximas que exigem clareza, mas não tenho motivos para
supor que ele esteja colocando-se fora do Princípio de Cooperação;
2. Dadas as circunstâncias, posso encarar sua irrelevância como apenas aparente se, e
somente se, suponho que ele acha que C é potencialmente desonesto;
3. B sabe que sou capaz de deduzir (2).

Logo, B implicitou que C é potencialmente desonesto.

Nestes exemplos, embora alguma máxima seja violada ao nível do que é dito, o ouvinte tem
o direito de confiar em que esta máxima, ou pelo menos o princípio fundamental da
cooperação, está sendo observada ao nível do que é implícito.

Implicadura [Conversacional]:

Tudo o que é comunicado, mas que não é dito.


Para Grice, o problema principal da comunicação está entre:
O que é dito (o significado da frase) </> O que é implicitado
(o significado do falante – modo indireto de comunicar)

Tipos de Implicatura (depende do contexto):


→ Cooperativa
→ Enganosa (misleading)
- corresponde a um conhecimento e intenção falsos (eu sei e controlo)
- e é muito usada na publicidade.
→ Verdadeira ou Falsa
→ Informativa
→ Implicativa
→ Relevante

Assim, a comunicação revela-se multimodal, pois é sempre convencional, não existindo


nenhuma razão para a atribuição de uma palavra a um objeto (arbitrariedade sígnica).
Por outras palavras, as diferentes convenções comunicativas tornam-na intercultural,
dependendo do espaço privado/individual e do volume comunicativo.

Como deduzir implicaturas conversacionais?


Para avaliar quando estamos perante uma implicatura convencional, devemos ter em conta:
1. O significado convencional das palavras usadas, juntamente com a identidade de
quaisquer referentes pertinentes;

2. O Princípio de Cooperação e as suas máximas;

3. O contexto da enunciação, tanto linguístico como extralinguístico;

4. Outros aspetos relevantes do seu conhecimento anterior (contexto ou background);

5. A suposição de que tudo mencionado de 1-4 é acessível a ambos os participantes.

Exemplo:

Today, October 9, the First Mate was drunk.”


“Today, October 10, the Captain was sober.”

Aqui está implícito que o First Mate costuma estar sóbrio e que no momento da enunciação
estava bêbedo, e que o capitão estava sóbrio no momento da enunciação mas que costuma
estar sempre bêbedo.

AUSTIN
O principal problema ou falha com que a filosofia da comunicação ou filosofia da linguagem
comum se depara prende-se com as dificuldades de comunicar, de compreender os outros.

Como podemos comunicar com outras pessoas?


Como podemos entender outras pessoas? Problema Principal:
Como podemos entender frases dos outros? O que el@ quer dizer?
O que significam palavras e frases? Como significam?

No domínio da linguagem comum, um dos aspetos que contribui para essa situação prende-
se com a ambiguidade de sentido das palavras.

Assim, Wittgenstein defende que é necessário produzir um contexto de forma a compreender


que sentido conferir às palavras. Segundo o autor, este contexto trata-se de um “jogo de
linguagem”:
• São necessários jogadores (falantes) que tenham uma base comum;
• São necessárias regras (linguísticas);
• É definido um objetivo (mensagem que se pretende transmitir);
e esse objetivo é alcançado através de estratégias (linguísticas).

Função Principal da Comunicação

Para a filosofia tradicional, a função principal da comunicação e da linguagem é descrever a


realidade ou declarar um ato como verdadeiro ou falso.

Austin contrapõe-se, coloca a questão:


Como distinguir declarações, perguntas, ordens, pedidos, sugestões, etc?

E, simultaneamente, reconhece que os critérios gramaticais e de estruturação das frases não


são suficientes para podermos realizar claramente essa distinção.

O problema principal da filosofia da comunicação / filosofia da linguagem:

• Como podemos comunicar com outras pessoas?


• isso pressupõe:
• Como podemos entender outras pessoas?
• isso pressupõe:
• Como podemos entender frases dos outros?
• isso pressupõe:
• O que significam palavras e frases? Como significam?

A teoria dos atos de fala é uma teoria filosófica da comunicação que postula que para
entendermos a comunicação humana temos de analisar o “ato de fala total, na totalidade
da situação da fala”
Segundo Austin podemos distinguir dois grandes tipos das frases (sentenças: sentences) ou,
precisamente, enunciados (proferimentos: utterances):
1. Constativos:
Descrevem ou relatam um estado de coisas, e, por isso, se submetem ao critério de
verificabilidade, isto é, podem ser rotulados de verdadeiros ou falsos.
(Na prática, são os enunciados/proferimentos normalmente denominados de afirmações,
descrições ou relatos. Já que todas as frases que não possam ser classificadas como
“verdadeiras” nem “falsas” são apenas pseudo-declarações e frases sem sentido.)

2. Performativos:
São constituídos por verbos conjugados na primeira pessoa do singular do presente do
indicativo da voz ativa:
• Nada descrevem nem relatam, nem podem ser considerados “verdadeiros” ou
“falsos’’
• Quando o proferimento da frase, em circunstâncias apropriadas e com as
condições de uso corretas, é, em si, a realização de uma ação (ex: declaro-vos
marido e mulher’);

Exemplos:
• "Aceito (scilicet: esta mulher como minha legítima esposa)" – do modo que é
proferido no decurso de uma cerimónia de casamento.
• "Batizo este navio com o nome de Rainha Elizabeth" – quando proferido ao
quebrar-se a garrafa contra o casco do navio.
• "Lego a meu irmão este relógio" – tal como ocorre em um testamento.
• "Aposto cem cruzados como vai chover amanhã."

"Estes exemplos deixam claro que proferir uma dessas sentenças (nas circunstâncias
apropriadas, evidentemente) não é descrever o ato que estaria praticando ao dizer o que
disse, nem declarar que o estou praticando: é fazê-lo.”

“É necessário que o próprio falante, ou outras pessoas, também realize determinadas ações
de certo tipo, quer sejam ações "físicas" ou "mentais", ou mesmo o proferimento de algumas
palavras adicionais.” (p. 26)

Condições de felicidade, ou seja, as condições do uso das sentenças performativas:

→ A1 Deve existir um procedimento convencionalmente aceite, que apresente um efeito


convencional e que inclua o proferimento de certas palavras, por certas pessoas, e em certas
circunstâncias,
→ A2 As pessoas e circunstâncias particulares, em cada caso, devem ser adequadas ao
procedimento específico invocado.

→ B1 O procedimento tem de ser executado, por todos os participantes, de modo correto e


completo.

→ T1: Nos casos em que, como ocorre com frequência,


Os participantes do procedimento devem, de facto, ter tais pensamentos, desejos ou
sentimentos, bem como a intenção de adotar a conduta adequada daqeuele momento em
diante.
→ T2: os participantes devem conduzir-se dessa maneira subsequentemente.

Problemas associados às condições de felicidade:

→ Problemas com A ou B:
Desacertos (misfires): Atos pretendidos mas nulos, sem efeito (void)

→ Problemas com T:
Abusos (abuses): Atos professados mas vazios (hollow)

Três tipos de enunciados performativos:

I. Atos locucionários
II. Atos ilocucionários
III. Atos perlocucionários

I. Atos locucionários - dizer algo é fazer algo – to say something is to do something


a. Ato fonético consiste simplesmente na emissão de certos ruídos / sons
b. Ato fático consiste no proferimento de certos vocábulos ou palavras, isto é, ruídos de
determinado tipo considerados como pertencentes a um vocábulo e na medida em
que a ele pertencem de conformidade com uma certa gramatica e na medida em que
a esta se conformam
c. Ato rético consiste na realização do ato de utilizar tais vocábulos com um certo sentido
e referência mais ou menos definidos

G. Frege (1892) Sobre o Sentido e a Referência

SIGNIFICADO = REFERÊNCIA + SENTIDO

→ Significado:
entende-se um aspeto do objeto, uma forma de acesso ou uma perspetiva pela qual o
podemos descrever ou compreender.
→ Referência:
a menção ao objeto de significado
→ Sentido:
um aspeto do objeto, um modo de acesso, uma perspetiva a partir da qual o
percebemos ou descrevemos

Exemplo:
Desenhos / plantas diferentes (sentidos) do mesmo edifício (referência)
Estrela da manhã (sentido) = planeta vénus (referência)

II. Atos ilocucionários - ao dizer algo estamos fazendo algo - In saying we do something

Há inúmeras funções ou maneiras de utilizarmos a fala


Função da linguagem correspondem à doutrina de forças ilocucionárias

Além disso, temos inúmeras forças ilocucionárias, ou seja, tipos de uso da linguagem em
contexto.

1. Perguntando ou respondendo a uma pergunta,


2. Dando alguma informação, ou garantia ou advertência,
3. Anunciando um veredito ou uma intenção,
4. Pronunciando uma sentença,
5. Marcando um compromisso, fazendo um apelo ou uma crítica,
6. Fazendo uma identificação ou descrição

III. Atos perlocucionários - por dizer algo fazemos algo - By saying we do something

Associado à utilização da linguagem com determinado propósito ou intenção de provocar


um efeito, reação ou consequência no interlocutor.
Por fazer uma pergunta, desejo a consequência de receber uma resposta (se eu pergunto
«Que horas são?», desejo que a reação dos outros seja a indicação das horas).

Podemos dizer que os atos ilocucionários são convencionais, na medida em que podemos
explicitá-los pela fórmula performativa (“argumento que” ou “ameaço-o de que”),
enquanto tal não é possível nos atos perlocucionários “convenço-o de que” ou “assusto-
o”).

Em suma, os atos ilocucionários representam a ação, mas não o efeito ou reação (função
associada aos atos perlocucionários).

Exemplo 1:
Ato (A) ou Locução
Ele me disse "Atire nela!" querendo dizer com "atire" atirar e referindo-se a ela por "nela".

Ato (B) ou Ilocução


Ele me instigou (ou aconselhou, ordenou, etc.) a atirar nela.

Ato (C.a) ou Perlocução


Ele me persuadiu a atirar nela.

Ato (C.b)
Ele me obrigou a (forçou-me a, etc.) atirar nela.

Exemplo 2:

Ato (A) ou Locução


Ele me disse, "Você não pode fazer isso".

Ato (B) ou Ilocução


Ele protestou contra meu ato.

Ato (C.a) ou Perlocução


Ele me conteve, me refreou.

Ato (C.b)
Ele me impediu, fez-me ver a realidade, etc.
Ele me irritou.

Exemplo 3:

Ato (A) ou Locução


Ele disse que…

Ato (B) ou Ilocução


Ele argumentou que...

Ato (C.a) ou Perlocução


Ele me convenceu que...

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