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Planificação Ensaio

Filosófico
Eutanásia
1. Formular claramente o problema relativamente ao tema:
No decorrer deste ensaio procuraremos discutir o problema
“Deverá a eutanásia ser legalizada?” A palavra eutanásia é de origem
grega e etimologicamente significa “a morte boa” ou “a morte suave”
associada à morte sem sofrimento. Podemos defini-la como matar ou
deixar morrer alguém que se encontre em fase terminal ou sofre de uma
doença incurável estando assim sujeita a um constante sofrimento.

2. Mostrar a importância ou interesse do problema levantado sobre o


tema:
Consideramos que a discussão deste problema filosófico tem
relevância, pois pretende pôr fim à dor e consequentemente à vida de
alguém, o que exige seriedade sendo uma decisão incontornável. Caso
contrário, essa pessoa poderia continuar em sofrimento e por vezes
trazer dor, também a quem a rodeia. O objetivo deste trabalho é
oferecer razões para acreditar numa determinada tese que vise
responder ao problema enunciado.

3. Mostrar a proposição que quero defender, isto é, a tese relativa ao


problema formulado:
Defendemos a ideia que a eutanásia deve ser moralmente
aceitável, devendo, ser legalizada.

4. Apresentar os argumentos a favor da tese:

- Primeiramente cada pessoa tem capacidade para decidir por si


próprio, tendo a escolha de praticar a eutanásia ou não. A morte
medicamente induzida faz parte do livre-arbítrio de cada pessoa e
pertence à autonomia de escolha que deve ser permitida a todas as
pessoas numa sociedade. O paciente tem direito a escolher pela vida e
morte já que viver é um direito e não uma obrigação. Não cabe a
nenhum de nós eliminar essa escolha quando nunca estivemos na pele
de alguém portador de uma doença incurável e terminal que põe em
causa a dignidade da pessoa. Por exemplo, toda a gente sabe que fumar
mata, mas ninguém tira do mercado o tabaco, apenas fica a critério de
cada um fumar ou não.

- Em segundo lugar, a eutanásia será um caminho para evitar a dor e o


sofrimento de pessoas, em fase terminal, bem como o sofrimento dos
familiares, por exemplo em casos que o paciente tem uma doença
incurável e fatal. É importante realçar que é uma morte menos dolorosa
e mais pacífica pelo que é administrada uma injeção letal, ou por
exemplo, são desligadas as máquinas que mantinham o paciente vivo.
- Em terceiro lugar, quando uma pessoa passa a ser prisioneira do seu
corpo, dependendo de outras pessoas para ter as necessidades mais
básicas, como acontece em pacientes que se encontram em “estado
vegetativo” estes têm medo de ficar só, de serem um “fardo” e,
portanto, a revolta leva o paciente a pedir o direito a morrer com
dignidade. Raquel Mendes, médica de 27 anos, recorre a este
argumento. “Temos de ter a liberdade de decidir essa parte final da
nossa vida, de como queremos morrer e se queremos morrer com
alguma dignidade”
- Em quarto lugar, estar vivo nunca foi uma lei, e ter liberdade sim. Tirar
a vida a uma pessoa é considerado um ato eticamente condenável.
Todavia, se houver um acordo mútuo entre o praticante e o paciente,
penso que o pedido de morte por parte do último seja uma expressão de
liberdade. Se aceitamos a autonomia de cada ser humano, temos de
aceitar que o mesmo tem direito de escolher e tomar decisões sobre a
sua própria vida quando as circunstâncias assim exigem.

- Em quinto lugar, quanto uma pessoa se encontra em estado vegetativo


irreversível, ou no caso de bebés com doenças severas, em que o
paciente não pode escolher, o paciente não retira qualquer benefício da
própria vida e os recursos gastos com ele podem fazer falta a outros. -

-Por último, mas não menos importante o indivíduo ao escolher a prática


da eutanásia tem de ter consciência do que está a fazer, havendo
consequentemente a impossibilidade do arrependimento. É preciso
analisar os diversos elementos sociais que o rodeiam, incluindo
também componentes biológicas, familiares e económicas.
Estudos efetuados acerca da eutanásia:
Penso que as considerações seguintes oferecem argumentos
convincentes em defesa da eutanásia : estudos feitos dizem que em
Portugal 62,6% - tem posições favoráveis à prática da eutanásia 54,1 % -
diz que a "eutanásia é um ato aceitável dentro de certos limites" 8,5% -
aceita a eutanásia sem limite e 35,3% - considera que a "eutanásia é um
ato condenável em qualquer situação" portanto, a maioria das pessoas
inquiridas concorda com a prática da eutanásia embora a maior parte
tenha referido que deve haver restrições à aplicação e uma análise
profunda das consequências aplicadas a cada caso. - (jornalpúblico.pt)
5. Expor as principais objeções aos argumentos apresentados:
São imensos os que veem a legalização da eutanásia como uma
desvantagem e muitos são os argumentos contra a eutanásia, desde
religiosos, éticos, políticos e sociais.

-A objeção mais forte é da parte religiosa. Na perspetiva religiosa existe


a santidade da vida humana, que nos diz que a vida humana tem um
valor incondicional. Por muito má que seja a qualidade de vida da
pessoa, esta será sempre valiosa. A perspetiva religiosa considera
também a eutanásia como sendo um “roubo” ao direito á vida, estando
esse direito reservado a Deus, o único que pode decidir a continuidade
ao término da vida.

- Opondo-se também à eutanásia existe alguns filósofos como o caso de


David Velleman que argumenta que a mesma viola a dignidade da
pessoa. Este inspira-se na filosofia moral de Kant que defende que a
pessoa tem valor em si mesma, independentemente dos seus interesses
e dos interesses alheios. A pessoa não pode ser morta, nem que seja a
seu pedido.

- Existe quem defenda que faz parte da Natureza Humana lutar pela
sobrevivência, sendo que a eutanásia vai contra essa nossa Natureza,
neste caso, em que, por exemplo, um doente é diagnosticado com uma
doença fatal, e que esse desejo de pôr fim à sua própria vida poderá ser
passageiro, fruto do seu sofrimento, logo, poderá haver uma outra
solução para além da eutanásia, que levará à morte da pessoa em
questão, caso administrada.
- Do ponto de vista da ética médica, o médico tem o dever de assistir o
paciente de cuidar dele e não o matar, fornecendo-lhe todo e qualquer
meio necessário ao tratamento mesmo este estando nos seus últimos
dias de vida ou em bastante sofrimento. Matar o paciente seria violar o
código de deontologia médica, um conjunto de normas éticas que todos
os médicos devem respeitar.

- Para além disso, ninguém consegue prever o que o próximo dia nos
trará, mesmo em situações difíceis, muitos pacientes vivem momentos
extraordinários e importantes. Alguns descobrem nessa fase que a
bondade existe, outros passam a valorizar seus entes queridos, há
aqueles que se reconciliam com algum amigo ou familiar, etc. Acelerar a
morte privaria esses últimos e imprevisíveis momentos da condição
humana.

Conclusão:
Finalizando a eutanásia continua a ser um assunto “censurado” na
nossa sociedade. Apesar de sabermos que não somos eternos, falar
sobre o final da vida causa-nos amargura e sofrimento. Este assunto
tem popularidade pois provoca uma grande discussão visto que gira a
volta dos valores morais e legais da vida dos seres humanos o que gera
uma enorme confusão de ideias e opiniões.

Webgrafia:
- https://ordemdosmedicos.pt/a-eutanasia/
-https://agrcanelas.edu.pt/blogs/expressojovem/2020/04/08/eutanasia-a-favor-ou-
contra/
- https://www.medicina.ulisboa.pt/newsfmul-artigo/98/eutanasia-favor-ou-contra
- https://observador.pt/opiniao/doze-argumentos-contra-a-eutanasia/
- https://www.esscvp.eu/ver/noticias/a-eutanasia-nao-e-um-debate-entre-os-que-
sao-contra-a-morte-e--a-favor-da-morte

Trabalho Realizado por:


-Beatriz Lino Nº 2
-Lara Santos Nº19
-Maria Esteves Nº23

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