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IMUNOLOGIA

Prof. Me. Liara Freitas


Biomédica (UEL)

Mestre em patologia experimental


(UEL)

Doutorando em patologia
experimental (UEL)

. Li a ra F re itas
Prof. Me
Tipos de resposta
RESPOSTA IMUNE
INATA
Imunidade inata – quem participa
• Não específica
• Relativamente menos potente
• Sem memória imunológica
• Não aumenta com exposição prévia
• Age pelo recrutamento de fagócitos e pelo killing de células infectadas

Muco e cílios pH, temperatura, Pálpebra, lágrima, Glândula sebáceas e


sulco gástrico saliva pele
Imunidade inata – quem participa
Macrófago
Neutrófilo
✔ Fagocitose
✔ Liberam mediadores inflamatórios
✔ 50 a 70% de todos os leucócitos
(quimiocinas e citocinas)
✔ Participam das fases iniciais da
✔ Participam dos processos de reparo e
inflamação
apresentação de antígenos
✔ Fagocitose, degranulação e NETs

Dendrítica
Natural Killer (NK)
✔ Apresentação de antígenos
✔ Lise de células infectadas por vírus e
✔ Sinais coestimuladores
tumorais
✔ Espécies reativas de oxigênio
✔ Liberação de interferon
✔ Liberação de citocinas e interferon
✔ Ativação de macrófagos
De que forma o sistema inato reconhece os micro-organismos?

Receptores semelhantes a toll (TLR)

• Através dos
receptores de
reconhecimento de
padrão!

• Estão presente na
superfície dos
fagócitos
PAMP – os vilões

Moléculas da superfície dos micro-organismos que são


reconhecidas pelo sistema imune inato

Pilina
LPS RNA fita dupla
Flagelina
Ácido lipoteicóico DNA fita simples
Manose
DAMP – os sinais de alerta

Moléculas provenientes de dano celular que serão


reconhecidas pelo sistema inato

Proteínas
Proteínas
nucleares
induzidas por DNA fita dupla
Peptídeos
estresse
mitocondriais
Receptores de reconhecimento de padrões solúveis

Molécula Exemplo PAMP


Pentraxina PCR Fosforicolina
bacteriana
Colectina Lectina ligadora Manose
de manose
Ficolina Ficolina Acido lipoteicoico
Complemento C1, C3 Superfícies
microbianas
Um dos heróis da imunidade inata: o sistema complemento

É um conjunto de proteínas séricas e de membrana que


participam da defesa contra microrganismos

Via alternativa Via clássica Via das lectinas


Ativada na superfície Inicia-se pela ligação Desencadeada por uma
microbiana antígeno-anticorpo proteína ligante de manose
Via alternativa
Via clássica

Liga-se ao
proteases anticorpo
Somente
anticorpos
Ativadores mais ligados a
eficientes: IgM, antígenos podem
IgG1 e IgG3 iniciar a via
clássica!
Via clássica
Via das lectinas

Mesmo processo da via


clássica!
Resultado final da cascata
Outras funções do complemento

1 Opsonização e fagocitose
Outras funções do complemento

2 Estimulação da resposta inflamatória

Resposta à infecção ou lesão tecidual para erradicar microrganismos ou agentes


irritantes e para potencializar o reparo tecidual.

INFLAMAÇÃO AGUDA INFLAMAÇÃO CRÔNICA


Causas: bactérias nocivas, lesão Causas: patógenos de inflamação persistente,
tecidual corpo estranho ou autoimune
Duração: curto prazo Duração: meses ou anos
Resultado: resolução, abscesso ou Resultado: destruição tecidual, formação de
inflamação crônica cicatriz, fibrose e necrose
Outras funções do complemento

2 Estimulação da resposta inflamatória

• Vasodilatação
• Aumento da
permeabilidade
• Migração de
leucócitos
Outras funções do complemento

C5a > C3a > C4a


Induzem degranulação de mastócitos, liberação de mediadores, a adesão
dos neutrófilos às células endoteliais, aumentam a permeabilidade vascular
e promovem o burst respiratório
Outras funções do complemento

3 Estimulação da resposta
humoral

Promove a seleção de
células B de alta
afinidade e a produção
de anticorpos
Proteína C reativa

• É uma proteína produzida pelo fígado e que está aumentada


quando existe processo inflamatório ou infeccioso.
Não aponta o tipo de inflamação ou
• Igual ou acima de 10 mg/L = inflamação
infecção que a pessoa possui, mas indica
• Acima de 40 mg/L = infecção bacteriana
que o corpo está combatendo algum agente • Acima de 200 mg/L = sepse
agressor.

Metodologias utilizadas para sua


determinação: ELISA, turbidimetria,
nefelometria, imunodifusão rápida e
aglutinação indireta
Proteína C reativa
Proteínas do complemento

É feita a dosagem de proteínas C3 e C4 do complemento para detectar


deficiências ou anormalidades nesse sistema

• C3 diminuído = sepse Ativação da via alternativa


• C4 diminuído = angioedema
• C3 e C4 diminuídos = doenças autoimunes Ativação da via clássica

Quantificado por turbidimetria Valores de referência:


C4: 20 a 50 mg/dL
C3: 90 a 180 mg/dL
Turbidimetria e nefelometria
Se baseiam na detecção óptica de partículas muito pequenas
suspensas em um líquido.
Turbidez: redução da transparência de uma amostra A turbidez mede a luz que foi
devido a presença de partículas em suspensão absorvida e a neflometria a
Quanto mais turva a amostra, mais concentrada luz que foi dispersada
Velocidade de hemossedimentação (VHS)

Tempo necessário para a fase sólida do sangue sedimentar


Valores
aumentam • Sensível porém
durante não específico
inflamação e • Cuidado com
infecções interferentes!

Homens = até
15 mm/hr
Proteínas do Mulheres = até
complemento, 20 mm/hr
de fase aguda
e coagulação
RESPOSTA IMUNE
ADAPTATIVA
Imunidade adaptativa

• Específica
• Demorada (7 a 10 dias)
• Relativamente mais
potente
• Deixa memória
imunológica
• Aumenta com exposição
prévia
Imunidade adaptativa - celular
Imunidade adaptativa - humoral
Medida por anticorpos contra microrganismos EXTRAcelulares produzidos pelos linfócitos B
Imunidade adaptativa - humoral
Ativação das células B a partir da apresentação de antígeno

2º sinal

1º sinal
Imunoglobulinas

• São glicoporteínas produzidas em resposta a antígenos


• Atuam como os principais mediadores da resposta imune humoral
• Podem ser encontradas:
✔ Secretadas por plasmácitos (plasma, soro ou mucosas)
🡪 ANTICORPOS (gamaglobulinas)
✔ Ancoradas na membrana dos linfócitos B 🡪 RECEPTORES
PARA RECONHECIMENTO DE ANTÍGENOS (BCR)

São responsáveis por se ligarem a antígenos e


desencadearem respostas imunológicas
Imunoglobulinas

Os anticorpos são
sintetizados
somente pelos
linfócitos B
Imunoglobulinas

MICRORGANISMO

Ag ligados
Ag livres
LIGAÇÃO À AG LIVRES 🡪 promove inativação das
toxinas liberadas
LIGAÇÃO À AG LIGADOS 🡪 promove uma resposta
contra o micro-organismo
Estrutura dos anticorpos
CADEIA
N-terminal PESADA (H)

SÍTIO DE LIGAÇÃO AO
ANTÍGENO

CADEIA LEVE
V: VARIÁVEL (L) ʎ e κ
FAB
Extremamente polimórfica
Diversidade antigênica Ligação dissulfeto Dobradiça

C: CONSTANTE
FC
Responsável pela remoção do
antígeno
Varia de acordo com o isótipo
C-terminal
Estrutura dos anticorpos

Na opsonização, os
fagócitos se ligam
a região Fc do
anticorpo e a
região Fab está
ligada ao
micro-organismo
Ligação antígeno – anticorpo

A ligação da região
variável ao epítopo
do antígeno é
altamente específica
e acontece no
epítopo dominante
Troca de isótipo

A troca de isótipo
permite a secreção
de diversos tipos de
imunoglobulinas INF-ɣ
pelos linfócitos B
Tipos de imunoglobulinas
Cadeia Subtipos Meia-vida Forma Função
pesada
delta (δ) Não há 3 dias Monômero Receptor das células B
imaturas

micro (µ) Não há 5 dias Monômero e receptor das células B imaturas


pentâmero e ativação do complemento
alfa (α) IgA 1 (α1) e 6 dias Monômero, imunidade das mucosas
IgA 2 (α2) dímero e trímero

épsilon (ε) Não há 2 dias Monômero hipersensibilidade imediata e


contra helmintos
gamma (γ) IgG 1 (γ1) e 23 dias Monômero Opsonização, ativação do
IgG 2 (γ2), complemento, citotoxicidade
IgG 3 (γ3) e mediada por células,
IgG 4 (γ4) imunidade neonatal
Imunofluorescência - sífilis Diagnóstico na fase primária

Detecção direta de antígenos usando


anticorpo antígeno-específico marcado
com fluoróforo

Treponema pallidum

Doença caracterizada por 3 fases:


• PRIMÁRIA
• SECUNDÁRIA
• TERCIÁRIA
VDLR – sífilis Diagnóstico na fase primária
ou secundária

Prepara-se diluições seriadas do soro: 1/2, 1/4, 1/8, 1/16, 1/32 utilizando
solução salina (0,9%) para evitar o efeito prozona
VDLR – sífilis Diagnóstico na fase primária
ou secundária
FTA-ABS - sífilis Diagnóstico na fase secundária

O anticorpo da amostra do paciente


reage com o antígeno fixado na lâmina.
Adiciona-se um anticorpo anti-humano
marcado com fluoróforo
Imunocromatografia – teste rápido

Detecção do antígeno
Imunocromatografia – teste rápido Detecção do anticorpo
Imunocromatografia – teste rápido
Elisa

Usado como teste


confirmatório de
diagnóstico
Testes de aglutinação

Partículas pequenas (gotas de látex, partículas de gelatina ou


bactérias) são acrescentadas a um antígeno ou anticorpo reagente
que é misturado a uma amosta (soro, líquor). Se houver anticorpos
ou antígeno alvo presente, há ligação das partículas, formando uma
aglutinação mensurável.

Teste de Coombs
Aglutinação direta
Aglutinação indireta
Inibição da aglutinação
Teste de aglutinação – Direta

Pesquisa diretamente a presença do antígeno


Teste de aglutinação – indireta

Pesquisa a presença de anticorpos

Diagnóstico de ASLO, PCR e fator reumatóide


Teste de aglutinação com látex – indireta

Pesquisa a presença de anticorpos


Teste de aglutinação Waaler Rose

Utiliza-se
hemácias de
carneiro revestidas
com IgG que se
ligam aos
antígenos do soro
Teste de Coombs

Utilizado para diagnóstico de anemia hemolítica, lúpus e eritroblastose fetal

Mãe Rh-

Feto Rh+
Teste de Coombs - direto

Pesquisa diretamente a presença de anticorpos ligados à antígenos


eritrocitários

anemias hemolíticas,
transfusões sanguíneas
incompatíveis e
eritroblastose fetal
Teste de Coombs
Teste de Coombs - indireto

Pesquisa a presença de anticorpos no soro

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