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SÍNDROME DE HELLP

Enfª. Silvia Souza Lima Costa

Mineiros - GO
SÍNDROME DE HELLP
Introdução
A Síndrome HELLP é uma complicação obstétrica grave, que gera alterações no
organismo e lesões celulares na gestante.

Envolve conjunto de sinais e sintomas na gestação, que pode confundir


com pré eclampsia.

O termo HELLP foi inicialmente descrito por Louis Weisten, em 1978,


utilizando a inicial das palavras em inglês:
hemolysis, elevated liver enzymes, e low platelet count.

Tem como característica a presença de hemólise,


elevação de enzimas hepáticas e baixa contagem de plaquetas.

(MACEDO, et al., 2022; OLIVEIRA, 2018)


PRÉ- ECLÂMPSIA
Caracteriza-se pelo aumento da pressão arterial durante a gestação, a partir da 20ª semana de
gestação sem diagnostico prévio de hipertensão afetam tipicamente nulíparas jovens,

Pode levar a contração dos vasos da placenta e do útero,


Diminuição da circulação do sangue para a placenta,
interferindo na pressão arterial da gestante, na função renal
e em todo o processo de coagulação e circulação.

SINTOMAS: cefaléia, perda de proteína na urina, chamada proteinúria,


ganho de peso, “estrelinhas brilhantes” (escotomas),
desenvolvimento de convulsões;

(FEBRASGO, 2017)
SÍNDROME DE HELLP
DADOS EPIDEMIOLÓGICOS

Nas gestações em geral é influenciada pela idade


0,5 a 0,9% materna, etnia, paridade, Associada a taxas de
Incidência entre 2 e 12% morbidade e mortalidade
10 a 20% em mulheres com
materna 24% e perinatal
global 7 a 20%
pré-eclampsia ou eclâmpsia

.
Predominância em mulheres 70% de partos prematuros,
raça branca, 70% dos casos
síndrome de HELLP 15% antecedente às 28
a faixa etária de maior semanas de gestação,
acometimento é de mulheres ocorre antes do parto.
entre 19 a 31 anos

(BORBA,2022)
SÍNDROME DE HELLP
FISIOPATOLOGIA
Sua fisiopatologia desconhecida envolve mecanismos difíceis de diferenciá-los da
pré-eclâmpsia (da qual é considerada uma complicação)

Elevação de
enzimas induzindo sua
FETO –
hepáticas As lesões agregação,
PLACENTA
conduz à lesão endoteliais DEPÓSITO DE
menor
de hepatócitos ativam as FIBRINA, a
perfusão
produzindo plaquetas, formação de
placentária
dificuldades trombos
circulatórias,

(BORBA,2022)
SÍNDROME DE HELLP
SINTOMAS
Fadiga, cefaleia
Mal-estar generalizado, náuseas, vômitos

* Dor epigástrica e na parte superior direita do abdômem (H. D.)

Oligúria, retenção de líquido, ganho de peso, hipertensão.

Convulsões - podem ser confundidos com a pré eclampsia


(hipertensão, edema)

Icterícia, presença de proteína na urina

(MACEDO, et al., 2022)


SÍNDROME DE HELLP - SINTOMAS
A sintomatologia pode ainda aparecer isolada de alterações laboratoriais,
sendo um importante sinal de alerta para a conduta obstétrica!
.

(OLIVEIRA, 2018)
DIAGNÓSTICO - SÍNDROME DE HELLP

Predominantemente laboratorial.

A trombocitopenia e a principal e mais precoce modificação laboratorial


encontrada.

As manifestações clínicas são geralmente múltiplas e imprecisas e superpõem-se


às da PE

(FEBRASGO,2017)
DIAGNÓSTICO - SÍNDROME DE HELLP

(FEBRASGO,2017)
PRINCIPAIS COMPLICAÇÕES -
SÍNDROME DE HELLP

Oligúria 47% Insuficiência renal aguda


disfunção renal (70,3% 20%

Hemorragias 34%
Acidente vascular Descolamento
prematuro de
cerebral placenta De retina.

Disfunção Hematoma
hematológica subcapsular hepático
(98,2%), com ou sem rotura e
Disfunção hepática
(91,9%) Óbito materno
(SASS, 2018)
CONDUTA OBSTÉTRICA
A base do tratamento definitivo é o PARTO,

Em gestações acima de 34 semanas, deve-se iniciar a indução do parto imediatamente


controlando simultaneamente a crise hipertensiva, utilizando sulfato de magnésio

Nas gestantes com menos de 34 semanas, na ausência de complicações graves, como hematoma hepático,
plaquetopenia grave e eclampsia, deve-se realizar corticoterapia para maturação pulmonar antes de
interromper a gestação.

Abaixo de 30 semanas com ausência de trabalho de parto, a recomendação é de cesariana eletiva após
iniciar sulfato magnésio.

Em gestantes com menos de 32 semanas e fetos com crescimento restrito e alteração do Doppler de
artéria umbilical, deve- -se, preferentemente, realizar cesariana

(MACEDO, 2022; FEBRASGO, 2017)


PASSOS FUNDAMENTAIS PARA
ATENDIMENTO DA SÍNDROME HELLP:
1. Ter alta suspeita diagnóstica nas gestantes com PE;

2. Realizar exames laboratoriais e diagnósticos diferenciais;

3. Avaliar as condições materna e fetais;

4. Controlar a pressão arterial;

5. Estabilizar o quadro: acesso venoso; administrar sulfato de magnésio e anti-hipertensivos;

6. Considerar uso de corticoide para maturidade fetal;

7. Hemoterapia se necessário;
CUIDADOS DE ENFERMAGEM
SÍNDROME DE HELLP

Orientar ao repouso, elevação da cabeceira da cama em ângulo de 30º.


Ofertar um ambiente calmo. Administrar fármacos. Monitorar níveis pressóricos,
sinais vitais (PA, FC, Temp. SpO2, dor).

Avaliação da dinâmica uterina, da vitalidade fetal (BCF);


Monitorar o peso, diurese, cateterismo vesical,
Ofertar dieta hipossódica, hiper proteica, Manter a hidratação.

Detectar sinais de alarme ( hipertensão, hemorragia)


Preparar para cesárea se necessário
Explicar a doença à gestante e aos familiares

(MACEDO, et al. 2022)


CUIDADOS DE ENFERMAGEM
SÍNDROME DE HELLP

O enfermeiro é um dos principais agentes no acompanhamento da


gestação e na prevenção de agravos!

O mais importante e fundamental é a prevenção


e controle dos sintomas.
REFERÊNCIAS
Borba, J. N., Andrade Fontes, Y., Brandão Costa Melo, L. ., do Prado Farias Gonçalves, R., & Simões de Oliveira, J. (2022). ESTUDO SOBRE
SÍNDROME DE HELLP E SUA INCIDÊNCIA NA MORTALIDADE MATERNA NO MUNDO. Caderno De Graduação - Ciências Biológicas E Da
Saúde - UNIT - ALAGOAS, 7(3), 47. Recuperado de https://periodicos.set.edu.br/fitsbiosaude/article/view/9782

Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO). Pré-eclâmpsia nos seus diversos aspectos. -- São Paulo: 2017.

MACEDO, et. al. Sindrome de HELLP: parâmetros diagnósticos e tratamento oportuno. Revista Eletrônica Acervo Médico / ISSN 2764-0485.
https://doi.org/10.25248/REAMed.e11122.2022

Oliveira FS, Moraes FRR (2018) Síndrome HELLP: a conduta obstétrica e suas controvérsias. Revista de Patologia do Tocantins, 5(3): 75-78.

Sass N, Korkes HA, Katz L. Síndrome HELLP. São Paulo: Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO); 2018.
(Protocolo FEBRASGO - Obstetrícia, no. 9/Comissão Nacional Especializada em Hipertensão na Gestação).

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