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Autos nº:
Fulano de Tal, já devidamente qualificado nos autos em epígrafe, por seus procuradores
infra-assinados, nos autos do processo em que o Ministério Pú blico lhe move, vem,
respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, nos termos do Art. 593, do Có digo de
Processo Penal, interpor recurso de
APELAÇÃO. Requer-se, ainda, nos termos do Art. 600, § 4º, do mesmo có dex, seja
recebido, autuado e remetido o recurso para a Instância Superior, para que seja o
subscritor intimado para apresentação das razões de apelação perante o competente
órgão colegiado.
Termos em que,
pede deferimento.
Local data
______________xx de___________xxxx
Advogado
OAB
AUTOS Nº.
Fulano de Tal, já devidamente qualificado nos autos em epígrafe, por intermédio de seus
procuradores infra-assinados, nos autos do processo em que o Ministério Pú blico lhe move,
vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, em atendimento aos r. despachos de
fls. 196/197, apresentar suas RAZÕES DE APELAÇÃO, que seguem nas laudas em anexo.
Termos em que,
pede deferimento.
Local data
______________xx de___________xxxx
Advogado
OAB
APELANTE:xxxxxxxxxxxxxxxx
VARA DE ORIGEM:xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
Nº DO PROCESSO DE ORIGEM:
RAZÕES DE APELAÇÃO
Ilustres Julgadores,
Colenda Câ mara,
I - DOS FATOS
Audiência de instruçã o em continuaçã o (fls. 123), ocasiã o em que o apelante foi interrogado
e a defesa desistiu de uma testemunha faltante, restando pendente o retorno de uma carta
precató ria, oriunda da cidade de xxxxxxxxxxx (fls. 126).
Com o retorno da carta precató ria, foi aberta vista a defesa para manifestaçã o em relaçã o a
uma testemunha que nã o foi localizada (fls. 137), ocasiã o em que a defesa manifestou sua
desistência com relaçã o a mesma.
Alegaçõ es finais da defesa apresentada (fls. 160/165), arguindo pela absolviçã o do apelante
pela insuficiência de provas nos termos do art. 386, VII, do CPP, sucessivamente, caso
sobrevenha condenaçã o a fixaçã o da pena no patamar mínimo, bem como o
reconhecimento da causa de diminuiçã o de pena, em seu patamar má ximo, conforme
previsã o do art. 33, § 4º, da lei 11.343/06.
A denú ncia foi julgada procedente, sendo o apelante condenado a uma pena total de 05
(cinco) anos e 10 (dez) meses de reclusã o e 583 (quinhentos e oitenta e três) dias multa e
multa estipulada em 1/30 (um trigésimo do salá rio mínimo, a ser cumprida em regime
inicialmente semiaberto (fls. 177/178).
Interposta apelaçã o pela Defesa, com requerimento para arrazoar na 2º instâ ncia, nos
termos do art. 600, § 4º, do CPP, subiram os autos à esta Colenda Corte, oportunidade em
que fora aberta a competente vista para apresentaçã o das razõ es, o que se procede neste
ato.
II – DO MÉRITO
Cabe mencionar inicialmente que, até o presente momento, o apelante já amarga mais de
406 (quatrocentos e seis) dias encarcerado, ou seja, mais de 01 (um) ano, somente por
conta deste feito.
Ressalta-se que, somente a instruçã o levou quase 01 (um) ano, sendo que o feito ficou
concluso para sentença por quase 03 (três) meses, sendo que o feito nã o demanda qualquer
complexidade. Inclusive, tal mençã o foi objeto de Habeas Corpus, visando a declaraçã o do
excesso de prazo, que foi julgado prejudicado face a prolaçã o da sentença.
Desculpem o desabafo!
Vamos ao caso. Em todos os momentos em que foi ouvido, seja na delegacia (fls. 06), seja na
audiência de instruçã o (fls. 123), o apelante apresentou a mesma versã o, de forma firme e
contundente, asseverando, em todas as oportunidades, sua INOCÊ NCIA.
Na ocasiã o, foi encontrada em poder de xxxxxxxxxx, uma mochila, contendo substâ ncias
semelhante a crack. É relatado que, no ato da abordagem, xxxxxxxxxx teria assumido toda a
propriedade da substâ ncia entorpecente, negando que o apelante, que viajava na poltrona
ao lado, tivesse conhecimento do material. O que pode ser comprovado pelo BOPM (fls.
11v). Também confirmado em audiência pelos Policiais Militares xxxxxxxx e xxxxxxxx (fls.
116).
Da mesma forma, o apelante, em interrogató rio (fls. 123), nega veementemente a prá tica
criminosa, narrando praticamente a mesma versã o apresentada pela testemunha retro
referenciada. Salienta-se que, a testemunha foi ouvida por precató ria, na cidade de
xxxxxxxxxxxxx, a 800 km de distâ ncia da Comarca de xxxxxxxxxxx, onde se processa o feito.
No mesmo passo, as demais testemunhas que também foram ouvidas por carta precató ria,
narraram que o apelante nã o tem qualquer envolvimento com criminalidade, a nã o ser pelo
seu passado como usuá rio de drogas, o que foi inclusive confessado pelo mesmo em
interrogató rio.
Ainda assim, sem qualquer prova segura, data maxima venia, em total dissonâ ncia dos
Princípios da Presunçã o de Inocência - in dubio pro reo, vez que, conforme salientado pela
pró pria sentença condenató ria, toda a fundamentaçã o se deu com bases em indícios (fls.
170).
Isto posto, a Defesa requer que seja a sentença reformada, no sentido de se absolver o
apelante dos delitos que lhe sã o imputados, em razã o da insuficiência de provas (art. 386,
VII, do CPP).
Todavia, em aná lise da r.sentença, a MM. Juíza negou a incidência do § 4º, do art. 33, da Lei
11.343/06, fundamentando sua decisã o, basicamente, no fato de que, segundo certidã o
cartorá ria,o apelante estaria sendo investigado em outros processos.
Ora, nã o se discute que o apelante seja investigado em outros inquéritos policiais. Contudo,
como no presente caso, quando este nã o tem ligaçã o direta com o mérito e sim para
exacerbar a pena aplicada, fato objetivo, nã o basta a simples alegaçã o. Deve-se haver provas
seguras de que o mesmo integre organizaçã o criminosa ou se dedique a esta prá tica, o que,
repita-se, nã o há nos autos.
Salienta-se, ainda, que, a pró pria fundamentaçã o da r. sentença, denota que, “(...) as
investigações ainda não foram concluídas”(fls. 175). Portanto, nã o há qualquer prova segura
de que o apelante integre organizaçã o criminosa.
O que há nos autos, é tã o somente certidã o cartorá ria que aponta os inquéritos e açõ es
penais a qual o apelante responde, o que, conforme retro mencionado, nã o pode ser
utilizado como forma de negar a incidência da figura do trá fico privilegiado.
Salienta-se ainda que, nã o foi apreendido com o apelante, ou em sua residência, qualquer
dos materiais comumente utilizados para a mercancia de substâ ncias entorpecentes, tais
como: balança de precisã o, materiais de dolagem, caderno de anotaçõ es, etc.
Isto posto, tendo em vista as condiçõ es pessoais do apelante, bem como a pouca quantidade
de substâ ncia entorpecente apreendida, a ausência de materiais comumente utilizados para
o trá fico de entorpecentes (balança, anotaçõ es, dinheiro, etc.), a ausência de provas de que
o mesmo integre organizaçã o criminosa, ou até mesmo que a pequena quantidade de droga
encontrada com o menor era de propriedade do apelante, em caso de nã o acolhimento da
tese de absolviçã o, pugna a Defesa pela reforma da sentença, no sentido de se reconhecer a
causa de diminuiçã o de pena prevista no art. 33, § 4º da Lei 11.343/06, em seu patamar
má ximo.
III – DA CONCLUSÃO
Termos em que,
pede deferimento.
Local data
______________xx de___________xxxx
Advogado
OAB