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0051
1. Em breve resumo, a parte autora busca o pagamento do valor de R$ 5.905,63 (cinco mil, novecentos e cinco
reais e sessenta e três centavos), a título de danos materiais, decorrentes dos débitos tributários incidentes
sobre o imóvel adquirido pelo requerido, nos exercícios de 2013 a 2017. Pugna pela indenização pelos danos
morais sofridos advindos das cobranças judiciais empreendidas pela Prefeitura de Goiânia, e da inscrição do
seu nome em dívida ativa no importe de R$ 10.000,00. Ao final, requer a condenação do réu ao pagamento do
valor de R$ 29.474,96 a título de multa por descumprimento contratual.
2. Analisando os autos em questão, a juíza a quo julgou improcedentes os pedidos formulados na inicial,
extinguindo o feito com resolução do mérito, nos termos do art. 487, inciso I, do Código de Processo Civil
(evento nº 23).
3. Inconformado com a sentença proferida, o autor interpôs recurso inominado requerendo a reforma da
sentença, para julgar procedentes os pedidos iniciais (evento nº 38).
5. O cerne da questão cinge-se em saber se há responsabilidade do requerido pelo pagamento dos tributos
gerados sobre o imóvel, que não foram pagos após a alienação, o que motivou a execução dos tributos em
desfavor do autor alienante.
7. O artigo 130 do Código Tributário Nacional dispõe que “Os créditos tributários relativos a impostos cujo fato
gerador seja a propriedade, o domínio útil ou a posse de bens imóveis, e bem assim os relativos a taxas pela
prestação de serviços referentes a tais bens, ou a contribuições de melhoria, sub-rogam-se na pessoa dos
respectivos adquirentes, salvo quando conste do título a prova de sua quitação.”
8. Cumpre ressaltar que, é o caso típico de obrigação propter rem, em que o sucessor assume
automaticamente as dívidas do sucedido, independentemente do prévio conhecimento acerca delas.
9. No Instrumento Particular de Compromisso de Compra e venda dos lotes anuídos pelo requerido, prevê
expressamente a responsabilidade do comprador pelos tributos que recaiam ou venham a recair sobre os bens,
cláusulas sexta e parágrafo segundo da cláusula sétima, a saber: “CLÁUSULA SEXTA: Todos os tributos que
recaiam ou venham a recair sobre o IMÓVEL, compromissado, serão satisfeitos pelo COMPRADOR na época
própria e nas repartições competentes, incluindo obrigações, os tributos devidos pelas construções, benfeitorias
levantadas no IMÓVEL, mesmo que lançadas no nome do VENDEDOR.” (...) “PARÁGRAFO SEGUNDO: A
regularização do loteamento será de responsabilidade dos COMPRADORES juntamente com o LOTEADOR:
Evaristo Nardelli. Regularizado a situação do loteamento as despesas com escrituras sejam de qualquer
natureza forem, tais como tributos, certidões, registros e demais encargos necessários, serão satisfeitos pelo
COMPRADOR.”
10. Desse modo, a obrigação contratual assumida pelo requerido na época comprador, obviamente não foi
cumprida no tocante a quitação de débitos fiscais já existentes sobre o imóvel. Portanto, cumpre reconhecer o
pedido a inicial neste ponto.
12. Cabe mencionar, que o requerido não se desincumbiu do ônus que lhe competia, quanto aos fatos
impeditivos, modificativos e extintivos do direito do autor, exegese do artigo 373, inciso II do Código de
Processo Civil.
13. Releva ponderar, que apesar de impugnar o valor referente ao dano material, a parte requerida não acostou
nenhum documento de modo a confrontar cabalmente e refutar o valor apurado pelo autor.
14. Frisa-se que o valor a ser ressarcido referente aos exercícios de 2013 a 2017, proporcionalmente calculado
pelo autor e não contestado especificamente pelo réu, importa em R$ 5.905,63 (cinco mil, novecentos e
cinco reais e sessenta e três centavos).
15. Por outro lado, quanto ao pedido de condenação do requerido ao pagamento de multa por descumprimento
contratual, entendo que não merece prosperar, haja vista que muito embora os reflexos do inadimplemento
dos tributos tenham recaído sobre o autor, o instrumento contratual de cessão de compra e venda foi
entabulado entre a imobiliária que intermediou a venda dos lotes de propriedade do autor, a quem caberia,
fosse o caso, empreender os meios necessários para a cobrança de eventual multa por infração contratual do
requerido. Ademais, o artigo 18 do Código de Processo Civil estabelece que a “Ninguém poderá pleitear direito
alheio em nome próprio, salvo quando autorizado pelo ordenamento jurídico”.
16. No presente caso, a ocorrência dos danos é incontroversa nos autos, vez que a parte Recorrente se
desincumbiu do ônus probatório (art. 373, inciso I, CPC) na medida em que provou que, o Recorrido deixou de
proceder a prenotação do título aquisitivo da propriedade junto aos Registro de Imóveis sobre os imóveis
adquiridos, o que ocasionou as dívidas indevidas oriundas de IPTU e, consequentemente, a inscrição de seu
nome na dívida ativa do município (evento nº 01, arquivos 12/13).
17. Portanto, não há como desvincular o inadimplemento obrigacional do requerido da inscrição indevida do
nome da parte autora na dívida ativa, situação que acarreta dano moral in re ipsa.
18. Nesse sentido é o entendimento jurisprudencial: “CIVIL. TRIBUTÁRIO. OBRIGAÇÃO DE FAZER. VENDA
DE IMÓVEL. CONTRATO DE PROMESSA DE COMPRA E VENDA. FALTA DE TRANSFERÊNCIA.
RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA. INADIMPLÊNCIA. IPTU. INSCRIÇÃO. DÍVIDA ATIVA. PROMITENTE
VENDEDOR. DÍVIDA PROPTER REM. INDENIZAÇÃO. DANO MORAL. IN RE IPSA. 1. Os créditos tributários
relativos a impostos, cujo fato gerador seja a propriedade, o domínio útil ou a posse de bens imóveis, têm
natureza jurídica propter rem e, por isso, sub-rogam-se na pessoa dos respectivos adquirentes, nos termos do
art. 130 do Código Tributário Nacional. 2. A sub-rogação verificada na aquisição de bens é pessoal, há
mudança do sujeito passivo da obrigação, porquanto o adquirente passa a ser o responsável por todo o crédito
tributário do imóvel. 3. Em que pese a possibilidade de a vendedora diligenciar junto à Secretaria de Fazenda
do Distrito Federal para transferência da responsabilidade pelo pagamento de tributos lançados sobre imóvel
cuja propriedade cartorária já foi transferida ao comprador, tal situação não cria responsabilidade concorrente
para tanto, em especial diante da previsão do artigo 130 do Código Tributário Nacional. 4. O excesso de tempo
em que o nome permanece inscrito na dívida ativa do Distrito Federal causa considerável sofrimento, que
ultrapassa o mero dissabor e abalos à imagem e à credibilidade, os quais devem ser indenizáveis. 5. Recurso
conhecido e desprovido. (TJDF Acórdão 1274329, 07301828920198070001, Relator: MARIA DE LOURDES
ABREU, Terceira Turma Cível, data de julgamento: 12/8/2020, publicado no DJE: 26/8/2020)”.
19. É cediço que, na indenização por danos morais, o conceito de ressarcimento abrange duas forças: uma de
20. No caso em tela, entendo que o valor a ser arbitrado pelo dano moral, deve ter como parâmetro a extensão
do abalo sofrido pelo lesado, considerando, ainda, a finalidade repressiva ao ofensor, sem, contudo, configurar
fonte de enriquecimento ilícito, atendidos os critérios da razoabilidade e proporcionalidade, o que arbitro o valor
de R$ 5.000,00 (cinco mil reais).
21. Quanto a incidência de juros moratórios do dano material e dano moral, deverão incidir a partir da citação
válida (art. 405 do Código Civil e art. 240 do Código de Processo Civil), por tratar-se de responsabilidade
contratual.
22. Em relação a incidência da correção monetária do dano material, deverá incidir a partir da data do efetivo
prejuízo (Súmula 43 do STJ), qual seja, data do desembolso efetuado. Por outro lado, a incidência da correção
monetária do dano moral, deverá incidir desde a data do arbitramento (Súmula 362 do STJ), qual seja, a data
deste acórdão, tendo em vista tratar-se de responsabilidade contratual.
23. Ante o exposto, CONHEÇO do recurso interposto e DOU-LHE PARCIAL PROVIMENTO, reformando a
sentença proferida, no sentido de JULGAR PARCIALMENTE PROCEDENTES os pedidos iniciais, para
condenar a parte Recorrida a restituir o valor de R$ 5.905,63 (cinco mil, novecentos e cinco reais e sessenta e
três centavos), referente ao dano material, devendo ser corrigido monetariamente pelo INPC a partir do
desembolso e com incidência de juros de mora de 1% (um por cento) ao mês, a partir da citação válida, e
ainda, ao pagamento de 5.000,00 (cinco mil reais), a título de indenização por danos morais, devendo ser
corrigido monetariamente pelo INPC a partir da data deste acórdão e com incidência de juros de mora de 1%
(um por cento) ao mês, a partir da citação válida.
24. Deixo de condenar a parte Recorrente ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios,
com fulcro no art. 55, caput, da Lei n. 9.099/95.
25. Advirto que se opostos embargos de declaração com caráter protelatório, será aplicada multa com fulcro no
art. 1.026, § 2º, do Código de Processo Civil, se houver nítido propósito de rediscutir o mérito da controvérsia.
ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos, Recurso Inominado nº 5674259.12 com o mesmo número de
protocolo de origem, da Comarca de Goiânia/GO, ACORDAM os componentes da Primeira Turma Recursal do
Sistema dos Juizados Especiais do Estado de Goiás, por unanimidade de votos, em conhecer do recurso,
dando-lhe parcial provimento, nos termos do voto da Relatora.
Participam do julgamento, além da Relatora, que proferiu o voto escrito, a Juíza de Direito Rozana Fernandes
Camapum e o Juiz de Direito Wild Afonso Ogawa.
Juíza Relatora
1. Em breve resumo, a parte autora busca o pagamento do valor de R$ 5.905,63 (cinco mil, novecentos e cinco
reais e sessenta e três centavos), a título de danos materiais, decorrentes dos débitos tributários incidentes
sobre o imóvel adquirido pelo requerido, nos exercícios de 2013 a 2017. Pugna pela indenização pelos danos
morais sofridos advindos das cobranças judiciais empreendidas pela Prefeitura de Goiânia, e da inscrição do
seu nome em dívida ativa no importe de R$ 10.000,00. Ao final, requer a condenação do réu ao pagamento do
valor de R$ 29.474,96 a título de multa por descumprimento contratual.
2. Analisando os autos em questão, a juíza a quo julgou improcedentes os pedidos formulados na inicial,
extinguindo o feito com resolução do mérito, nos termos do art. 487, inciso I, do Código de Processo Civil
(evento nº 23).
3. Inconformado com a sentença proferida, o autor interpôs recurso inominado requerendo a reforma da
sentença, para julgar procedentes os pedidos iniciais (evento nº 38).
4. Cabe ressaltar que, o Código de Processo Civil refere-se à prova como instrumento voltado à formação do
convencimento do julgador com vista ao provimento que lhe incumbe alcançar às partes. Ademais, ao regular o
dever de produção da prova pela parte dispõe: “Art. 373. O ônus da prova incumbe: I - ao autor, quanto ao fato
constitutivo de seu direito; II - ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito
do autor.”
5. O cerne da questão cinge-se em saber se há responsabilidade do requerido pelo pagamento dos tributos
gerados sobre o imóvel, que não foram pagos após a alienação, o que motivou a execução dos tributos em
desfavor do autor alienante.
7. O artigo 130 do Código Tributário Nacional dispõe que “Os créditos tributários relativos a impostos cujo fato
gerador seja a propriedade, o domínio útil ou a posse de bens imóveis, e bem assim os relativos a taxas pela
prestação de serviços referentes a tais bens, ou a contribuições de melhoria, sub-rogam-se na pessoa dos
respectivos adquirentes, salvo quando conste do título a prova de sua quitação.”
8. Cumpre ressaltar que, é o caso típico de obrigação propter rem, em que o sucessor assume
automaticamente as dívidas do sucedido, independentemente do prévio conhecimento acerca delas.
9. No Instrumento Particular de Compromisso de Compra e venda dos lotes anuídos pelo requerido, prevê
expressamente a responsabilidade do comprador pelos tributos que recaiam ou venham a recair sobre os bens,
cláusulas sexta e parágrafo segundo da cláusula sétima, a saber: “CLÁUSULA SEXTA: Todos os tributos que
recaiam ou venham a recair sobre o IMÓVEL, compromissado, serão satisfeitos pelo COMPRADOR na época
própria e nas repartições competentes, incluindo obrigações, os tributos devidos pelas construções, benfeitorias
levantadas no IMÓVEL, mesmo que lançadas no nome do VENDEDOR.” (...) “PARÁGRAFO SEGUNDO: A
regularização do loteamento será de responsabilidade dos COMPRADORES juntamente com o LOTEADOR:
Evaristo Nardelli. Regularizado a situação do loteamento as despesas com escrituras sejam de qualquer
natureza forem, tais como tributos, certidões, registros e demais encargos necessários, serão satisfeitos pelo
10. Desse modo, a obrigação contratual assumida pelo requerido na época comprador, obviamente não foi
cumprida no tocante a quitação de débitos fiscais já existentes sobre o imóvel. Portanto, cumpre reconhecer o
pedido a inicial neste ponto.
12. Cabe mencionar, que o requerido não se desincumbiu do ônus que lhe competia, quanto aos fatos
impeditivos, modificativos e extintivos do direito do autor, exegese do artigo 373, inciso II do Código de
Processo Civil.
13. Releva ponderar, que apesar de impugnar o valor referente ao dano material, a parte requerida não acostou
nenhum documento de modo a confrontar cabalmente e refutar o valor apurado pelo autor.
14. Frisa-se que o valor a ser ressarcido referente aos exercícios de 2013 a 2017, proporcionalmente calculado
pelo autor e não contestado especificamente pelo réu, importa em R$ 5.905,63 (cinco mil, novecentos e
cinco reais e sessenta e três centavos).
15. Por outro lado, quanto ao pedido de condenação do requerido ao pagamento de multa por descumprimento
contratual, entendo que não merece prosperar, haja vista que muito embora os reflexos do inadimplemento
dos tributos tenham recaído sobre o autor, o instrumento contratual de cessão de compra e venda foi
entabulado entre a imobiliária que intermediou a venda dos lotes de propriedade do autor, a quem caberia,
fosse o caso, empreender os meios necessários para a cobrança de eventual multa por infração contratual do
requerido. Ademais, o artigo 18 do Código de Processo Civil estabelece que a “Ninguém poderá pleitear direito
alheio em nome próprio, salvo quando autorizado pelo ordenamento jurídico”.
16. No presente caso, a ocorrência dos danos é incontroversa nos autos, vez que a parte Recorrente se
desincumbiu do ônus probatório (art. 373, inciso I, CPC) na medida em que provou que, o Recorrido deixou de
proceder a prenotação do título aquisitivo da propriedade junto aos Registro de Imóveis sobre os imóveis
adquiridos, o que ocasionou as dívidas indevidas oriundas de IPTU e, consequentemente, a inscrição de seu
nome na dívida ativa do município (evento nº 01, arquivos 12/13).
18. Nesse sentido é o entendimento jurisprudencial: “CIVIL. TRIBUTÁRIO. OBRIGAÇÃO DE FAZER. VENDA
DE IMÓVEL. CONTRATO DE PROMESSA DE COMPRA E VENDA. FALTA DE TRANSFERÊNCIA.
RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA. INADIMPLÊNCIA. IPTU. INSCRIÇÃO. DÍVIDA ATIVA. PROMITENTE
VENDEDOR. DÍVIDA PROPTER REM. INDENIZAÇÃO. DANO MORAL. IN RE IPSA. 1. Os créditos tributários
relativos a impostos, cujo fato gerador seja a propriedade, o domínio útil ou a posse de bens imóveis, têm
natureza jurídica propter rem e, por isso, sub-rogam-se na pessoa dos respectivos adquirentes, nos termos do
art. 130 do Código Tributário Nacional. 2. A sub-rogação verificada na aquisição de bens é pessoal, há
mudança do sujeito passivo da obrigação, porquanto o adquirente passa a ser o responsável por todo o crédito
tributário do imóvel. 3. Em que pese a possibilidade de a vendedora diligenciar junto à Secretaria de Fazenda
do Distrito Federal para transferência da responsabilidade pelo pagamento de tributos lançados sobre imóvel
cuja propriedade cartorária já foi transferida ao comprador, tal situação não cria responsabilidade concorrente
para tanto, em especial diante da previsão do artigo 130 do Código Tributário Nacional. 4. O excesso de tempo
em que o nome permanece inscrito na dívida ativa do Distrito Federal causa considerável sofrimento, que
ultrapassa o mero dissabor e abalos à imagem e à credibilidade, os quais devem ser indenizáveis. 5. Recurso
conhecido e desprovido. (TJDF Acórdão 1274329, 07301828920198070001, Relator: MARIA DE LOURDES
ABREU, Terceira Turma Cível, data de julgamento: 12/8/2020, publicado no DJE: 26/8/2020)”.
19. É cediço que, na indenização por danos morais, o conceito de ressarcimento abrange duas forças: uma de
caráter punitivo, visando castigar o causador do dano, pela ofensa que praticou; outra, de caráter
compensatório, que proporcionará à vítima algum bem em contrapartida ao mal sofrido. Impende ressaltar que,
o valor da indenização por dano moral deve ser arbitrado levando-se em conta, sempre, os princípios da
proporcionalidade e da razoabilidade.
20. No caso em tela, entendo que o valor a ser arbitrado pelo dano moral, deve ter como parâmetro a extensão
do abalo sofrido pelo lesado, considerando, ainda, a finalidade repressiva ao ofensor, sem, contudo, configurar
fonte de enriquecimento ilícito, atendidos os critérios da razoabilidade e proporcionalidade, o que arbitro o valor
de R$ 5.000,00 (cinco mil reais).
21. Quanto a incidência de juros moratórios do dano material e dano moral, deverão incidir a partir da citação
válida (art. 405 do Código Civil e art. 240 do Código de Processo Civil), por tratar-se de responsabilidade
contratual.
22. Em relação a incidência da correção monetária do dano material, deverá incidir a partir da data do efetivo
prejuízo (Súmula 43 do STJ), qual seja, data do desembolso efetuado. Por outro lado, a incidência da correção
monetária do dano moral, deverá incidir desde a data do arbitramento (Súmula 362 do STJ), qual seja, a data
deste acórdão, tendo em vista tratar-se de responsabilidade contratual.
23. Ante o exposto, CONHEÇO do recurso interposto e DOU-LHE PARCIAL PROVIMENTO, reformando a
sentença proferida, no sentido de JULGAR PARCIALMENTE PROCEDENTES os pedidos iniciais, para
condenar a parte Recorrida a restituir o valor de R$ 5.905,63 (cinco mil, novecentos e cinco reais e sessenta e
três centavos), referente ao dano material, devendo ser corrigido monetariamente pelo INPC a partir do
desembolso e com incidência de juros de mora de 1% (um por cento) ao mês, a partir da citação válida, e
ainda, ao pagamento de 5.000,00 (cinco mil reais), a título de indenização por danos morais, devendo ser
corrigido monetariamente pelo INPC a partir da data deste acórdão e com incidência de juros de mora de 1%
(um por cento) ao mês, a partir da citação válida.
24. Deixo de condenar a parte Recorrente ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios,
com fulcro no art. 55, caput, da Lei n. 9.099/95.
25. Advirto que se opostos embargos de declaração com caráter protelatório, será aplicada multa com fulcro no