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SAÚDE MENTAL EM FUNCIONÁRIOS DE REDES

DE FAST-FOOD: UMA ANÁLISE NECESSÁRIA

Alessandra Melo
Beatriz Fernandes
Maria Eloisa Cantão
Inserção de jovens no mercado de
trabalho
Sistema de produção fast food - fordismo,

TÓPICOS taylorismo e toyotismo


Inseguranças, desregulamentação e a
DE precariedade das relações de trabalho

ABORDAGEM Casos reais de negligencia no trabalho


Impactos na saúde mental dos
funcionários
Medidas de apoio
INTRODUÇÃO
As redes de fast-food são uma parte significativa de
nossa cultura moderna, oferecendo refeições rápidas e
convenientes para pessoas em ritmo acelerado.

A saúde mental é um aspecto fundamental do bem-


estar geral de qualquer indivíduo, e os funcionários de
redes de fast-food não são exceção.

Ao negligenciar sua saúde mental, corremos o risco de


criar um ambiente de trabalho tóxico, com
consequências negativas para a qualidade de vida dos
colaboradores.
DESENVOLVIMENTO
O modelo fast-food se tornou um estilo de vida onde o tempo para
refeições é limitado.
Essa indústria gera empregos, especialmente para jovens de baixa renda
que buscam sobrevivência e melhoria de condições de vida.
. A inserção dos jovens no mercado de trabalho no Brasil se tornou um
problema social e uma preocupação devido à transitoriedade e
insegurança impostas pelo mercado.
Treinamento: a “alma” do negócio
A rede de fast-food McDonald's emprega cerca de 34 mil funcionários no Brasil, sendo considerada uma
das principais formadoras de mão de obra no país.
Cerca de 70% dos atendentes do McDonald's tiveram sua primeira oportunidade profissional na própria
empresa, sem exigência de experiência anterior.
A maioria dos funcionários possui menos de 21 anos de idade.
O quadro de funcionários mostrava que acima de 46 anos de idade não havia funcionários, entre 36 e 45
anos representava 2%, entre 26 e 35 anos era 8%, enquanto a grande maioria, 87%, tinha menos de 21
anos.
Das pessoas empregadas, 55% eram do sexo feminino, o que reforça a imagem do McDonald's como um
grande gerador de empregos para homens e mulheres jovens.
Sistema de produção do fast food:

O modelo de fordismo/taylorismo no McDonald's pode ser observado na


supervisão constante dos funcionários e na padronização dos procedimentos.

Os jovens funcionários devem realizar suas tarefas de forma sincronizada para


garantir um fluxo de produção eficiente.
Além da fabricação dos sanduíches, os funcionários também são responsáveis
pela limpeza constante das áreas de trabalho.
O modelo toyotista é aplicado no sistema fast-food através do just-in-time,

buscando a produção apenas do necessário, redução de estoques e ritmo de

produção de acordo com a demanda.


Trabalho fast-food: a experiência da desregulamentação

Nos últimos 20 anos, os trabalhadores têm enfrentado insegurança devido

aos contratos temporários, que substituíram os empregos estáveis.

A flexibilização do trabalho juvenil no setor de fast-food reflete a

desregulamentação e a precariedade das relações de trabalho.

O salário é baseado nas horas trabalhadas, mas há relatos de

descumprimento da jornada de trabalho e dos intervalos de descanso


A escala de trabalho também é frequentemente descumprida, com os funcionários
sendo informados sobre o número de horas a serem trabalhadas apenas no dia do

trabalho.
Os intervalos muitas vezes não são respeitados totalmente, e os funcionários são
solicitados a não registrar o retorno do intervalo para economizar horas extras.

Segundo relatos, algumas vezes, as horas extras eram pagas com lanches ou
sobremesas.
O gerente oferecia aos atendentes um produto alimentício do restaurante no intuito

de retribuir-lhes o trabalho executado extra em seu período de descanso.


Eventualmente acontecia de chamarem um funcionário que estava de folga para
trabalhar, devido à falta de alguém ou grande afluxo de clientes.
Em busca de um futuro melhor
A alta rotatividade de funcionários nos restaurantes do McDonald's gera constantes

oportunidades de promoção, especialmente para o cargo de instrutor.


A empresa promove a ideia de que a promoção é alcançada pelo esforço individual do

funcionário em estudar e seguir as normas e procedimentos da empresa.


Pesquisas mostram que o desenvolvimento profissional é um dos aspectos mais valorizados
pelos funcionários da rede.

Apesar das mulheres serem a maioria entre os funcionários, os cargos de chefia são
ocupados em sua maioria por homens.
A empresa incentivava a competição entre os funcionários, utilizando-a como estratégia
para aumentar a produtividade.
Casos de negligencia e exploração em redes fast-food divulgados:
Impactos na saúde mental dos funcionários:

- Estresse e exaustão emocional.


- Ansiedade e depressão.

- Problemas de sono e desequilíbrio na vida pessoal.


São de extrema importância intervenções e medidas de apoio como:

- Programas de suporte psicológico e emocional.


- Treinamentos sobre gerenciamento de estresse e habilidades de enfrentamento.

- Promoção de um ambiente de trabalho saudável e inclusivo.


Conclusão
O sistema fast food depende do corpo jovem e saudável para operar eficientemente, buscando
trabalhadores que sejam multifuncionais, intercambiáveis e descartáveis.
É importante reconhecer a importância da saúde mental dos funcionários e investir em programas
de apoio e intervenções adequadas para promover seu bem-estar.
Embora o emprego em fast food possa ser uma opção para jovens desempregados, essa situação
também pode levar à precarização do trabalho.
Portanto, é necessário abordar essa questão de forma ambígua, reconhecendo os desafios
enfrentados pelos trabalhadores jovens e buscando criar oportunidades para que eles conquistem
seu lugar na sociedade de maneira mais digna.
Referências
Arend, S. M. F., & Reis, A. M. D. dos .. (2009). Juventude e restaurantes fast food: a dura face do trabalho flexível.

Revista Katálysis, 12(2), 142–151. https://doi.org/10.1590/S1414-49802009000200003

GRISOLIA, Felipe Salvador; CASTRO, Lucia Rabello de. A padronização no fast-food e seus efeitos na subjetividade

do jovem trabalhador. Gerais, Rev. Interinst. Psicol., Juiz de fora , v. 9, n. 2, p. 211-226, dez. 2016 .

https://www.redebrasilatual.com.br/trabalho/rede-de-fast-food-tirava-parte-do-lanche-do-funcionario-quando-

ele-nao-cumpria-meta/

https://www.em.com.br/app/noticia/nacional/2023/05/19/interna_nacional,1496016/amp.html

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