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Teoria do Direito – Resumo

Direito – pretensão de correção – fórmula – dignidade. É um fundamento contemporâneo.

O princípio da DIGNIDADE HUMANA fundamenta a questão dos direitos humanos.

A Dignidade Humana seria o centro do ordenamento jurídico – é ela que informa (dá origem) e
conforma (limita) o ordenamento.

Conceito aberto de DIGNIDADE HUMANA:

 Horizontal: todos os seres humanos são dotados de dignidade.


 Vertical: o ser humano é digno – análise subjetiva.

A dignidade humana possui, entretanto, VAQUEZA SEMÂNTICA.

Conceito atual segundo Igo Wolfgan Sarlet:

Tem-se por dignidade da pessoa humana a qualidade INTRÍNSECA e DISTINTIVA reconhecida


em cada ser humano que o faz merecedor do mesmo respeito e consideração por parte do
Estado e da comunidade, implicando, nesse sentido, um complexo de direitos e deveres
(conceito de situação jurídica) fundamentais que asseguram à pessoa tanto contra todo e
qualquer ato degradante e desumano, como venham a lhe garantir as condições existenciais
mínimas (atualmente máximas – ideal) para vida saudável, além de propiciar e promover sua
participação ativa (autonomia) e corresponsável nos destinos da própria existência (autonomia
privada) e da vida em comunidade (autonomia pública).

O conceito de dignidade da pessoa humana foi construído em etapas.

Breve histórico:

ROMA: dignidade não absoluta, afinal, os estrangeiros não eram considerados pessoas. A
dignidade, portanto, dependia do status ou da posição social de cada cidadão romano. Havia,
assim, a distinção de dignidade de pessoa para pessoa e, por isso, é um conceito relativo.
Escravos, por sua vez, eram considerados pessoas, mas sem dignidade.

CRISTIANISMO: altera a visão de dignidade vigente em Roma. Se o homem foi criado à imagem
e semelhança de Deus, todos os homens seriam, portanto, dotados de dignidade. Há o início
da universalização do conceito.

ESTADO MODERNO: o homem é um ser racional e, por isso, possui dignidade.

CONCEPÇÃO LIBERAL: surge a definição de indivíduo como sendo o homem dotado de razão e
de vontade. É um conceito estabelecido após a Independência das 13 Colônias Americanas e a
Revolução Francesa. Há, a partir daí, a supervalorização do conceito de liberdade privada. Os
cidadãos, portanto, são reconhecidos pelas posses e propriedades que possuem.

CONCEPÇÃO SOCIAL: trata-se de uma concepção coletiva, pois passa a considerar um conjunto
de indivíduos – primeiramente o grupo dos trabalhadores e, posteriormente, o grupo dos
consumidores. A dignidade seria, portanto, de todos. Haveria, contudo, a necessidade de
opressão e de exploração para garantir a dignidade.

SEGUNDA GUERRA: o conceito de indivíduo provou-se abstrato e ineficiente após a


“coisificação” dos indivíduos evidenciada a partir dos horrores ocorridos na guerra. Ocorre, por
isso, a VIRADA KANTIANA – ou seja, ocorre a retomada dos conceitos kantianos que estendem
a dignidade humana a todas as pessoas. Toda pessoa seria concreta e digna, tendo a liberdade
de estabelecer as próprias relações sociais, familiares, econômicas, políticas e sentimentais. O
conceito de pessoa humana digna estaria, portanto, presente nas cartas de proteção aos
direitos humanos lançadas desde então. Inclusive, o conceito está presente na Constituição de
1988.

Manifestação da dignidade:

MORAL: pessoa dotada de dignidade faz parte da construção moral da sociedade.

ÉTICA: pessoa que age de acordo com a moral instituída.

JURÍDICA: gera direitos e deveres à pessoa, a outrem e ao Estado.

POLÍTICA: pessoa ativa na comunidade, pois é dotada de direitos políticos.

O ser humano é um ser em evolução dotado de autonomia para agir de forma ética ou de
forma antiética. Por estar em evolução, é comum que alguns seres humanos optem pelo
caminho ético dos bons princípios e outros optem pelo caminho não ético. Contudo, nenhuma
conduta humana, por mais perversa e errada que seja, é capaz de retirar da pessoa humana a
dignidade.

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