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Questão 14 Questão 16
Considerando a Política Nacional de De acordo com o documento Política
Educação Especial na Perspectiva da Nacional de Educação Especial na
Educação Inclusiva, assinale a opção Perspectiva da Educação Inclusiva, é
correta. correto afirmar que o(a)
a) A transversalidade da educação especial é a) educação especial deve ser organizada de
uma exigência da educação básica. forma paralela à educação comum, pois essa é
a forma mais apropriada para a aprendizagem
b) Não requer atendimento educacional dos alunos que apresentam deficiência.
especializado, pois o aluno deve inserir-se no
contexto regular de ensino. b) ensino regular não está apto para atender
todos os alunos e, portanto, não pode enfrentar
c) Não tem condições de garantir a a situação de exclusão escolar das crianças
continuidade da escolarização nos níveis mais com deficiência.
elevados do ensino.
c) inclusão escolar tem início no ensino
d) Requer a formação de professores para o fundamental, e sua oferta deve ocorrer,
atendimento educacional especializado e preferencialmente, em centros educacionais
demais profissionais da educação para a em interface com os serviços de saúde e
inclusão escolar. assistência social.
e) Restringe a participação da família e da d) atendimento educacional especializado, em
comunidade, pois não possuem formação função da complexidade na elaboração e
apropriada para lidar com as demandas do organização de recursos pedagógicos
aluno. específicos, restringe-se ao ensino
fundamental.
Questão 15 e) educação especial atua de forma articulada
A educação inclusiva constitui um com o ensino comum, orientando para o
atendimento às necessidades educacionais
paradigma educacional especiais dos alunos.
fundamentado na concepção de
direitos humanos, que conjuga Questão 17
igualdade e diferença como valores
indissociáveis, e que avança em Referente à educação inclusiva, avalie
relação à ideia de equidade formal ao as afirmativas abaixo.
contextualizar as circunstâncias I. A educação inclusiva é fundamentada nos
históricas da produção da exclusão princípios de que todos são iguais e precisam
do mesmo tratamento.
dentro e fora da escola.
II. A educação inclusiva é fundamental para
Política nacional de educação especial na garantia de mão de obra qualificada de
perspectiva da educação inclusiva . MEC\ SEE- deficientes para o trabalho produtivo.
SP 2007 .
III. As ações afirmativas são medidas especiais em relação às possibilidades de
voltadas para promover a inclusão de grupos
discriminados e vitimados pela exclusão social.
aprendizagem futura, configurando
uma ação pedagógica
IV. O princípio da educação inclusiva é a
garantia de educação de qualidade para todos, a) cumulativa e somativa, recolhendo
independente de características físicas, elementos que comprovem a deficiência
mentais, psíquicas, culturais e sociais. apresentada.
16 – E Especializado (AEE)?
O Atendimento Educacional Especializado
17 – A (AEE) é um complemento à aula
18 – B convencional. “Por exemplo, o aluno com
deficiência pode estudar de manhã em uma
19 – B sala de aula comum, com os demais alunos,
20 – C e, no contraturno, contar com o AEE. Esse
atendimento não pode substituir a presença
Perguntas e respostas sobre do estudante na sala comum”, destaca
Lailla.
Educação Especial e Educação O objetivo dessa modalidade de
Inclusiva atendimento, segundo a especialista, é
A inclusão na escola envolve aspectos materiais, garantir a acessibilidade de alunos com
pedagógicos e éticos. Foto: Getty Images deficiência, pensar em recursos pedagógicos
1. Como dar suporte a alunos com deficiência? que facilitem o aprendizado, permitir a
O aluno com deficiência precisa de apoio participação e dar autonomia ao aluno em
especializado para desenvolver a sala de aula.
aprendizagem, aponta Lailla. “Uma criança A escola também pode solicitar à Secretaria
com deficiência tem uma dupla matrícula, de Educação, no ato da matrícula, outros
porque ela também está matriculada na profissionais especializados, se necessário,
modalidade de Educação Especial, que como intérprete de libras para crianças
oferecerá o Atendimento Educacional surdas. A atuação pedagógica, no entanto, é
Especializado (AEE).” A lei prevê, por
responsabilidade dos professores e do AEE,
4. Como as escolas podem requisitar recursos e
e não dos profissionais de apoio.
Para Bianca Ferreira, professora mediadora e apoio especializado?
especialista em Inclusão na Educação pela As escolas são obrigadas a oferecer o AEE
Universidade Federal do Rio de Janeiro quando a família do aluno com deficiência o
(UFRJ), quando a parceria entre professores solicitar. “Em geral, logo após a matrícula, a
e o AEE acontece, é algo muito positivo. “É equipe escolar deve conhecer o estudante,
possível estabelecer trocas nas quais o obter laudos médicos com a família, quando
docente fornece um raio-X do que o aluno necessário, ou o histórico em outras
precisa, e o profissional de AEE trabalha instituições de ensino, e solicitar o AEE
estratégias para atender às demandas do junto à Secretaria de Educação”, afirma
estudante com deficiência, como a Lailla.
construção de materiais pedagógicos ou No caso de tecnologias assistivas, que são
auxiliares.” materiais feitos especificamente para
Segundo ela, uma parceria entre professores, promover o acesso de pessoas com
mediadores, coordenadores de inclusão e a deficiência a conteúdos – como uma
direção da escola permite ainda que os máquina de escrever braille para estudantes
docentes possam desenvolver as aulas com cegos –, elas podem ser requisitadas pela
mais segurança, já que contam com a ajuda direção da escola à Secretaria de Educação.
de outros profissionais no processo de A pasta poderá usar fundos de repasse de
aprendizagem. verba para a compra, como o Fundo
Nacional de Desenvolvimento da Educação
3. Quais as diferenças entre sala de recursos e o
(FNDE).
apoio pedagógico? De acordo com Bianca, a teoria e a prática
Bianca diz que o apoio pedagógico está são distintas no uso de recursos, e há
relacionado a questões pontuais que diferença entre as instituições públicas e
envolvem estratégias de aprendizado, privadas. Uma instituição privada pode
adaptações de materiais e necessidades investir em diversos materiais para uma sala
específicas de cada aluno. É o caso da de recursos, além de reunir profissionais
adaptação de provas ou exercícios para como professores, mediadores, psicólogos e
estudantes com baixa visão, que podem coordenadores de inclusão para estabelecer o
precisar de uma fonte em tamanho maior ou que será adquirido e como os itens serão
de mais contraste na exibição de textos. usados. Já na esfera pública, o processo pode
Já a sala de recursos deve contar com ser mais burocrático, pois o orçamento
materiais que viabilizem o acesso a disponível costuma ser limitado. “De toda
conteúdos e à aprendizagem de maneira forma, é importante atuar com equipes
diversificada, como jogos, instrumentos multidisciplinares, se possível, para mapear
musicais e outros objetos de caráter lúdico. os recursos existentes e entender as
Lailla lembra que há a sala de AEE, com demandas dos alunos.”
recursos multifuncionais, que atende
5. Como planejar atividades e avaliar a
alunos com deficiências diversas, e a sala de
recursos específica para um tipo de aprendizagem dos alunos com deficiência?
deficiência, como a auditiva ou a visual. “O currículo tem de ser flexível e colocar a
Quando uma escola da rede pública não criança no centro, sendo esse conceito uma
conta com nenhuma das salas, os alunos são máxima da Declaração de Salamanca, de
encaminhados para outra unidade escolar 1994, considerada um divisor de águas na
mais próxima que, no contraturno, recebe os história da Educação Inclusiva e Especial”,
estudantes com deficiência para fornecer o ressalta Fabíola. Ao inserir o estudante com
AEE. deficiência no centro de decisões, é preciso
entender suas particularidades. “Temos de aponta, no entanto, que a Educação Infantil
conhecer quem é o aluno e o tipo de exige atenção porque costuma ser um
demanda que ele apresenta para que possa momento de investigação de deficiências.
aprender com mais efetividade.” “Uma criança pode não saber que precisa
Existem alunos que não vão precisar de usar óculos até entrar na sala e notar que não
nenhuma adaptação no currículo escolar, consegue enxergar a lousa. Isso mostra a
mas que necessitam de adaptações importância de ter um olhar aguçado e
arquitetônicas. “Agora, se o aluno tem atento nessa etapa para identificar possíveis
deficiências que interferem diretamente na deficiências.”
aprendizagem e impedem o A transição da Educação Infantil para o
acompanhamento da proposta de currículo Ensino Fundamental requer atenção
da série, deve-se fazer o Plano de especial. Quando o aluno chega ao Ensino
Desenvolvimento Individual (PDI) [também Fundamental, o desafio começa a aumentar,
chamado de Plano Educacional pois a maneira de avaliar é diferente e há
Individualizado (PEI)]”, diz a professora. outra relação com o objeto de aprendizagem.
Bianca explica que as escolas podem usar “Nos Anos Finais do Fundamental, a turma
dados como histórico escolar, laudos sai de um ensino com uma professora de
médicos (quando for o caso) ou mesmo referência e se depara com muitos outros
conversas com pais e responsáveis para a professores, em aulas de 50 minutos”,
elaboração do PDI/PEI. “A partir desse exemplifica Fabíola.
planejamento individualizado, é possível Em relação à passagem dos Anos Iniciais
notar em quais aspectos o aluno se para os Anos Finais do Fundamental, Lailla
desenvolveu e as estratégias que deverão ser observa que eventuais dificuldades são
construídas para gerar avanços.” comuns para qualquer estudante, seja ele
A parceria entre os professores das turmas deficiente ou não. “Não dá para adotar uma
comuns e os profissionais do AEE também visão paternalista ou assistencialista de
ajuda no planejamento de atividades, poupar o adolescente com deficiência por
segundo Lailla. “É responsabilidade do achar que ele não dará conta de um processo
professor pensar em estratégias e recursos que pode ser traumático para qualquer
que serão usados para garantir que todos os estudante. Ele deve ter todo o apoio
alunos da sala tenham acesso ao conteúdo. necessário, mas o receio relacionado à
Idealmente, isso é feito com o docente de transição não deve ser motivo para impedi-lo
AEE, que tem experiência em pensar de avançar ou retê-lo em uma determinada
materiais pedagógicos acessíveis.” etapa.”
Já as formas de avaliação precisam ser
7. Qual deve ser a turma de um aluno com
flexibilizadas. “Se há um estudante com
dificuldade para escrever, não faz sentido deficiência?
entregar a ele uma prova dissertativa. A “Temos um processo histórico de
avaliação deve considerar a realidade de institucionalização da pessoa com
cada aluno e a sua forma de aprendizado, e deficiência”, diz Lailla. “Não se apostava
isso deveria ser feito ao longo de todo o ano nessa pessoa como alguém que iria passar
letivo, em um processo contínuo [de pela escola, se formar e se preparar para a
avaliação]”, segure a especialista. vida em sociedade. Por isso a instituição
escolar se tornava um lugar que não era de
6. Há diferenças na inclusão de alunos na
passagem, mas de retenção.”
Educação Infantil e no Ensino Fundamental? Para mudar esse cenário, é preciso que o
A primeira etapa tem um currículo mais estudante com deficiência esteja matriculado
flexível e avaliações qualitativas, o que pode na turma referente à sua idade. “Não se pode
favorecer a Educação Inclusiva. Lailla inserir um aluno do 6º ano do Fundamental
no 1º ano junto com crianças, por exemplo.
É necessário, sim, adaptar [a atividade] para
o entendimento do aluno com deficiência,
mas na turma em que ele deve estar”, afirma
Bianca.
8. Como se aproximar da família de estudantes
com deficiência?
Diálogo é a palavra-chave para a
aproximação entre a escola e familiares de
alunos com deficiência, já que essa parceria
é importante para a promoção da Educação
Especial e Inclusiva de forma contínua. “A
escola precisa ter uma escuta muito ativa
para entender a família e suas dificuldades e
estabelecer uma relação de confiança”,
comenta Lailla. Esse diálogo contribui para
tranquilizar e dar segurança aos pais.
“Existem, sim, famílias que não
acompanham seus filhos, sejam eles
deficientes ou não. Porém, não são a
maioria. Uma família engajada faz o
processo de inclusão fluir”, salienta Fabíola.
“Os educadores devem compreender o
contexto familiar da criança com deficiência
antes de fazer cobranças. Precisamos atrair
pais e responsáveis para a escola, e não
produzir medo ou constrangimento trazendo-
os para o campo do julgamento”, finaliza.