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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALFENAS

INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E LETRAS


CIÊNCIAS SOCIAIS
ESTÁGIO SUPERVISIONADO II/IV
PROF. Elias Gomes
DISCENTE: Norman Joshua Silva Mucave

Relatório Final de Estágio Supervisionado II e IV

INTRODUÇÃO

O presente relatório apresenta uma análise e discussão sobre o desenvolvimento das


atividades realizadas ao longo do semestre pelas disciplinas de Estágio Supervisionado II e IV
em conjunto com o programa institucional Residência Pedagógica, tem como principal
objetivo apresentar as atividades realizadas, discutir a importância das mesmas na formação
docente, e destacar a relevância de aliar o trabalho teórico com as aplicações práticas que se
desenvolveram ao longo do semestre. O relatório busca trazer as diretrizes apresentadas pelos
estágios para o desenvolvimento da pratica docente, sob o caráter inicial das observações
propostas pela disciplina Estágio Sup. II que se aplicou através da audição das aulas
lecionadas pelos estagiários e residentes, e a execução da prática docente proposta pelo
Estágio Sup. IV na preparação a aplicação de uma regência desenvolvida e apresentada por
nós sob as orientações e supervisões de nosso professor coordenador universitário, e os
preceptores das escolas participantes do programa RP.
Além das propostas de observação e regência, foi desenvolvida uma atividade de
preparação de um jogo didático, no formato de reality show, para desenvolver em nos
educadores em formação a capacidade de trabalhar propostas educacionais alternativas como
a inserção de atividades lúdicas na composição do programa de ensino, afim de contribuir
para uma formação mais dinâmica que não se prenda apenas a realização exaustiva das aulas
expositivas, e mostrar aos estudantes que é possível se envolver e aprender Sociologia
cientificamente de outras maneiras, que se adaptem a suas realidades subjetivas. A construção
da atividade se deu de forma coletiva envolvendo residentes e estagiários através do
compartilhamento de conhecimentos e da troca de percepções sobre os materiais de apoio que
nos auxiliaram na compreensão da atividade. Foram realizados também encontros com o
professor coordenador dos estágios e RP para uma apresentação prévia das ideias afim de
apresentar a primeiro momento os rumos que a proposta de construção do jogo estava
tomando e poder receber orientações para que o desenvolvimento da atividade ocorresse da
melhor forma.
De forma geral, a realização do relatório busca apresentar as duas diretrizes centrais
que se realizaram sob a ótica dos dois estágios, observação e regência, discutir sobre a
construção do jogo e a colaboração que a atividade teve para ampliar nossa perspectiva de
trabalho docente, e por fim fazer uma breve análise sobre como todas as atividades
desenvolvidas ao longo do semestre se relacionam entre si para ao final compor um amplo
leque de conhecimentos para a formação docente na licenciatura das Ciências Sociais.

OBSERVAÇÃO ATIVA: O DESENVOLVIMENTO DO OLHAR


CRÍTICO PARA A FORMAÇÃO DOCENTE

Como no caminho de preparação para a realização de qualquer atividade que


venhamos a desenvolver em nossa vida, o mais importante é sempre o início, e posteriormente
uma dedicação e foco na compreensão dos processos, sendo assim, no caminho para a
formação docente não poderia ser diferente, o início desse caminho está no estágio e para que
o processo se realize de maneira a contemplar as necessidades educacionais na formação de
professores é preciso que cada uma das etapas seja trabalhada da melhor forma possível.
A primeira etapa do processo pode ser encontrada na observação, não uma simples
observação em que olhamos desinteressados e desintencionados aquilo que nos passa a vista,
mas sim uma observação participante, ativa e atenta, que se integre ao ambiente, aos grupos e
a vida ali presente. A observação participante a nível escolar deve levar em conta a integração
do educador em formação ao ambiente escolar como um todo, onde ele se torne parte presente
da escola, no contato com os estudantes, com a instituição, com os funcionários, o espaço,
enfim, o objetivo é introduzir o estagiário e o residente na escola tendo em vista que este é um
educador em formação que após completar a mesma vai se integrar a escola como parte
componente da mesma na figura do professor, então a primeiro momento é de suma
importância que o estudante faça parte dessa realidade na graduação afim de começar a se
integrar a seu futuro ambiente de trabalho.
Neste momento pandêmico no qual nos encontramos desde março de 2020, no
Brasil, é necessário criar outras formas de aplicar essa observação participante de maneira que
seja possível obter resultados similares a inserção dos graduandos no regime presencial, e
para isso é preciso levar em conta que além de repensar a transição do regime presencial para
o à distância na simples questão das aulas, a pandemia faz com que toda estrutura de
funcionamento escolar se transfira para o regime virtual, através de encontros síncronos,
reuniões escolares virtuais, e o trabalho institucional sendo realizado em casa no formato
home office. Mas com isso a universidade também se adaptou a realidade das escolas e
conseguiu construir caminhos que tornassem a continuidade da formação docente em
conjunto a participação escolar possível. Neste semestre, logo no início, ainda no ano de
2020, tivemos uma experiência muito enriquecedora em conjunto aos diretores e preceptores
das escolas componentes do programa de estágios e do Residência Pedagógica, previamente a
reunião tivemos por conta do coordenador a apresentação dos Projetos Político-Pedagógicos
das escolas participantes, para realização individual de uma leitura analítica e destaque das
principais dúvidas e pontos de interesse de debater com os convidados. Esta atividade com os
funcionários foi de suma importância para uma introdução a dinâmica que a escola está
inserida no contexto de pandemia, que já se configurou durante o ano de 2020 e viria a ser
reaplicada no ano de 2021.
Observando sob as dinâmicas propostas pelo estágio II, a leitura dos PPP’s das
escolas e participação desse encontro com os diretores e preceptores para ouvir e discutir os
planejamentos escolares para o funcionamento durante a pandemia, se configura na proposta
de observação que seria realizada presencialmente em caso de condições normais, mas ainda
assim foi um momento único, que mesmo diante sua relevância não seria suficiente pra
observação ativa mais aprofundada, como é no caso presencial onde o graduando se envolve
em situações diversas, e principalmente na sala de aula, e então em conjunto com as
dinâmicas propostas pelo estágio IV, os estudantes foram propostos a desenvolver aulas
online que seriam ministradas nos encontros semanais, e então foi possível trabalhar uma
observação ativa sobre a regência dos demais estudantes que também apresentassem, tendo
em vista que as trocas de experiências também se mostrassem bastante úteis para também se
envolver mais com o formato virtual, podendo construir através das críticas, conselhos e até
mesmo os acertos dos outros estudantes na apresentação de suas aulas. As regências
realizadas foram um momento de muito aprendizado, primeiro pela adaptação ao formato em
vigência enquanto estamos em pandemia e por conta das trocas realizadas entre os próprios
estudantes, na realização de uma observação ativa que pudesse ver, discutir e depois ter a
oportunidade de realizar a regência levando em conta as trocas realizadas.
Por fim, as observações ativas propostas pela dinâmica curricular presente no estágio
II puderam ser realizadas e tiveram seu espaço de destaque durante o semestre através do
encontro virtual com o corpo técnico da escola, e a realização das regências, que formou
importante espaço de compartilhamento de conhecimentos entre os estagiários e residentes,
alguns mais acostumados e já inseridos na dinâmica, e outros adentrando o momento de
formação docente.

REGÊNCIA VIRTUAL E SEQUÊNCIA DIDÁTICA

Continuando a discussão colocada em questão na introdução, sobre o processo da


formação docente e as etapas a serem ultrapassadas na preparação de si como docente, após
apresentar a dinâmica da observação ativa, participante, passamos para o momento da
construção de uma sequência didática, que se constitui na elaboração de uma aula completa,
sendo o desenvolvimento do plano de aula, a realização de um material didático construído
por nós e a apresentação da regência virtual para os demais estudantes que estavam a realizar
a disciplina, como citado anteriormente.
A realização da sequência didática se ampara academicamente na dinâmica
curricular proposta pelo Estágio Supervisionado IV e o programa Residência Pedagógica,
sendo os dois responsáveis por colocar os graduandos em contato com a prática docente,
atravessando o momento de observação e partindo para a atuação com os secundaristas em
sala de aula.
Como destacado anteriormente, o momento histórico de pandemia determinou que as
atividades de regência, comumente realizadas nas escolas durante o ano letivo, fossem
realizadas de outra maneira, e por conta de o semestre letivo universitário estar sendo
realizando num momento assíncrono ao ano letivo escolar na cidade de Alfenas, foi proposto
realizar as atividades de regência entre os próprios estagiários e residentes, sob a avaliação do
professor coordenador dos estágios e do programa, e os preceptores das escolas que seriam
responsáveis pelos estudantes no ambiente escolar. Para o desenvolvimento da sequência
didática foi realizado um momento prévio no início do semestre onde os estudantes tiveram
de apresentar uma proposta de aula baseada no Planos de Ensino Tutorado (PET) das escolas,
documento desenvolvido pela Secretaria de Educação de Minas Gerais para orientar o
desenvolvimento das aulas durante a pandemia. Foram apresentados os PET’s aos graduandos
e aberto para que escolhessem uma unidade temática dentre as disponíveis para construírem
sua regência sobre ela, após a escolha e apresentação da unidade temática que seria
desenvolvida, recebemos orientações do professor coordenador sobre formar de desenvolver o
tema e dicas sobre os conteúdos a serem incluídos no material didático e na regência.
O PET escolhido por mim para montagem de minha sequência didática foi o de
número 7, correspondente ao 3º ano do Ensino Médio, e a semana 2 que tinha como unidade
temática “Ocupação e uso da Terra, Sociologia da Cultura” e objeto de conhecimento “Povos
e Comunidades Quilombolas”, sendo esse objeto o tema central da aula que preparei para a
sequência didática pensando os povos e comunidades quilombolas através de um olhar
sociológico sobre sua formação, organização e representatividade como parte estruturante
para o entendimento da cultura Afro-Brasileira. O plano de aula da regência construída e
realizada por mim estará anexado ao final deste relatório (Anexo 1).
Como todas as atividades realizadas ao longo do semestre, a preparação de uma
sequência didática também se encontra amparada sob as dinâmicas curriculares dos
programas de estágio e as necessidades educacionais para a formação docente, diferente da
observação, é uma atividade prática que pode ser compreendida até mesmo como treino para
realização da prática docente, visto que o trabalho do professor não é apenas aplicar a aula,
mas construí-la a partir de todos os aspectos, e em relação com essa dinâmica proposta pelo
Estágio Supervisionado IV foi realizada uma atividade na disciplina de Laboratório de Ensino
de Sociologia II que cabe destacar aqui, pois na realização da mesma me orientei pelas
práticas desenvolvidas no estágio, foi a construção de um Programa de Ensino para o Ensino
Médio, que também incluirei ao final deste relatório (Anexo 2) pois acredito que mesmo que
não tenham relação direta a realização de um com o outro, a sequência didática de certa forma
faz parte de um programa de ensino, com este se realiza visando orientar a proposição de uma
sequência didática.
Esta seção discutiu a construção da sequência didática e da regência, bem como a
apresentação desta última, sob um olhar técnico proposto pelas disciplinas de estágio,
principalmente o estágio IV que está voltado para a prática docente, mas o ponto central da
seção fica para o fim do relatório, onde são apresentados nos anexos o plano de aula para a
temática escolhida e o programa de ensino, que permite compreender a nível prático o
desenvolvimento do trabalho docente realizado ao longo do semestre.

METODOLOGIAS ATIVAS E O JOGO DIDÁTICO: UM REALITY


SOCIOLÓGICO

A última atividade realizada durante o período de encontros presenciais foi o


desenvolvimento de uma reality show didático, atividade coletiva realizada em conjunto a
equipe de nosso núcleo escolar, que no meu caso foi a equipe do E.E Samuel Engel. A
proposta foi a construção de um reality show sociológico voltado para turmas de 1º ano do
Ensino Médio, visando que o reality se desenvolvesse por 1 bimestre completo, supondo que
seriam 2 aulas semanais durante 8 semana, totalizando 16 aulas para a realização da atividade
com os estudantes. O objetivo foi desenvolver uma competição não excludente onde todos os
estudantes da turma pudessem participar ao longo das 16 aulas, sem um critério eliminatório
que os tirasse da disputa. O reality deveria trabalhar teorias, temas e conceitos das ciências
sociais, como indicado pelas Orientações Curriculares do Ensino Médio, de uma forma que
incentivasse a criatividade e a iniciativa dentre as turmas/equipes além de se desenvolver
como uma atividade processual em que a cada etapa o estudante pudesse ir construindo
conhecimentos novos. O formato da atividade pode ser analisado através das metodologias
ativas, onde o estudante se torna agente principal responsável pela própria aprendizagem, o
que faz sentido frente a ideia do reality, pois nós estagiários e residentes estaríamos presentes
mais como mediadores dos conhecimentos e conteúdos discutidos e do funcionamento do
jogo, permitindo aos estudantes autonomia para realização do jogo didático.
Para a construção do reality foram indicados materiais norteadores para pensar a
preparação teórico-didática da atividade, sendo audiovisuais e leituras que serviram de
referências para compreender outras experiências sociológicas escolares e observar acertos e
erros para uma melhor adaptação de nosso jogo reality a um formato interativo que não fosse
monótono e que permitisse aos estudantes uma participação espontânea, visto que uma
obrigação sobre sua participação acaba com a função da metodologia proposta.
Depois de encontros entre o grupo para uma proposição de ideias, e com o preceptor
para apresentação dessas ideias, chegamos a um consenso de realizar um jogo didático que se
assemelharia ao WAR, jogo de guerra em tabuleiro, pois estes estariam colocados frente a
uma sociedade hipotética pós-apocalíptica, onde divididos em grupos que se configurariam
por governos teriam o objetivo de reconstruir o planeta, debatendo sobre temas centrais para
reorganizar as sociedades restante, tendo de se utilizar da imaginação sociológica para a
resolução dos problemas e consequentemente desenvolver sua participação no jogo.
O desenvolvimento do jogo foi uma atividade alternativa que permitiu refletir sobre
outras formas de pensar o ensino de sociologia, para além da apresentação expositiva
realizada exaustivamente e a audição de audiovisuais e análise sociológica dos mesmos, que
as vezes nas escolas se apresenta como única alternativa as aulas expositivas. A construção do
reality sociológico foi um desafio para repensar nosso papel na formação docente e também
abriu um leque de possibilidades para pensar metodologias alternativas, ainda mais nesse
tempo de pandemia em que o contato se encontra tão limitado e os momentos de encontro
síncronos se apresentem tão pouco dinâmicos.

Anexo 1

Estágio Supervisionado II/IV e Residência Pedagógica

Apresentação de Aula Online

3º Ano – PET 7 – Semana 2 - Ocupação e uso da terra, Sociologia da Cultura /


Povos e Comunidades Quilombolas

Plano de aula: Povos e Comunidades Quilombolas.

Aula 1 - História, enfrentamentos e seu futuro na sociedade brasileira

Tema:

- História das comunidades quilombola no Brasil


- Quilombos e personagens importantes para a formação da cultura Afro-Brasileira
- Contextualização atual sobre a situação dos quilombolas no Brasil
- Enfrentamentos para o futuro das comunidades quilombolas e cultura Afro-Brasileira

Objetivos gerais: Apresentar a história dos quilombos no Brasil, de seu surgimento e


espalhamento pelo território brasileiro, passando pelos mais importantes e significativos para
compreensão da constituição da cultura quilombola no Brasil. Contextualizar sua presença na
sociedade brasileira diante enfrentamentos políticos e culturais pela conquista de direitos
legais, políticos e culturais, como a garantia sobre o território quilombola, o estabelecimento
da lei 10.639 que determina a obrigatoriedade do ensino da história e cultura afro-brasileira, e
a determinação de um dia nacional para celebração da consciência negra e Zumbi dos
Palmares, o maior herói quilombola do Brasil. Apresentar um panorama das condições a que
as comunidades quilombolas estão submetidas atualmente, frente aos direitos conquistados e
as mudanças ainda em transição, discutir as condições de realização das leis
institucionalizadas sob um olhar analítico da aplicação das mesmas e possíveis
enfrentamentos futuros para garantia da preservação da cultura Afro-Brasileira no país,
fazendo frente aos desafios apresentados nos últimos tempos.

Objetivos específicos:

- A partir do debate sobre as comunidades quilombolas, trabalhar o debate sobre a


escravidão e preconceito
- Na contextualização sobre os direitos conquistados ao longo do tempo, debater as
representações legais da comunidade afro-brasileira no Brasil como um todo
- Discutir os enfrentamentos políticos e sociais atuais da comunidade negra no Brasil
- Compreender as influências da escravidão para formação dos povos quilombolas no
Brasil
- Compreender as influências das comunidades quilombolas na construção de uma
representatividade cultural para a comunidade negra no Brasil
- Identificar proximidades e distanciamento entre a comunidade negra urbana e as
comunidades quilombolas no Brasil

Conteúdos:

- Escravidão no Brasil
- Demarcação de terras
- Representações culturais
- Territorialidade

Recursos didáticos:

Apresentação expositiva; Apresentação de slides;

Procedimentos:

 Apresentação inicial sobre os temas a serem discutidos


 Perguntas sobre os conhecimentos dos estudantes sobre os temas, prévia da
apresentação expositiva
 Apresenta expositiva através do material didático, composto pelo conjunto de slides
 Abertura para questões e debate, após a apresentação expositiva do material
 Discussão com os estudantes sobre os conhecimentos adquiridos
 Discutir a relação dos conhecimentos, com os adquiridos em outras disciplinas

Justificativa: A primeira necessidade que se impõe frente a apresentação e discussão do tema


está no cumprimento da Lei 10.639/03, que inclui no currículo da Rede de Ensino a
obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira", sendo a questão das
comunidades quilombolas tema essencial para conhecimento e compreensão da formação da
cultura Afro-Brasileira. A aula se mostra amparada pelas diretrizes da OCEM - Ciências
Humanas e suas Tecnologias (Sociologia), quando trabalha o recorte temático, partindo de
uma explicação sobre o conceito de territorialidade, e se reconhece nas teorias sociológicas
sobre representações culturais. Por fim, contempla competências e habilidades destacadas
pela BNCC, apresentadas abaixo.

Competências: 2 e 5
Habilidades: EM13CHS203; EM13CHS204; EM13CHS502; EM13CHS503

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

GOMES, Laurentino. Escravidão – Vol. 1: Do primeiro leilão de cativos em Portugal até a


morte de Zumbi dos Palmares. Porto Alegre: Globo Livros, 2019.

UFMG. Site da UFMG, 2021. Comunidade Quilombolas. Disponível em:


https://www.ufmg.br/proex/cpinfo/saberesplurais/comunidades/comunidades-quilombolas/.
Acesso em: 30 de mar. 2021.

FUNDAÇÃO PALMARES. Site da Fundação Palmares, 2020. Tabela de CRQ Completa.


Disponível em: http://www.palmares.gov.br/wp-content/uploads/2015/07/TABELA-DE-
CRQ-COMPLETA-QUADRO-GERAL-29-10-2020-1.pdf. Acesso em: 03 de abr. 2021

VILELA, Túlio. Quilombo dos Palmares – verdades e mitos sobre o Quilombo e Zumbi.
Portal UOL, 2014. Disponível em:
https://educacao.uol.com.br/disciplinas/historia-brasil/quilombo-dos-palmares-verdades-e-
mitos-sobre-o-quilombo-e-zumbi.htm. Acesso em: 03 de abr. 2021
OLIVEIRA, Luiz Fernando de; COSTA, Ricardo C. Rocha. Sociologia para jovens do
século XXI. 4ª ed. Rio de Janeiro: Imperial Novo Milênio, 2016

Anexo 2

PROGRAMA DE ENSINO DE SOCIOLOGIA NO ENSINO MÉDIO

Um programa de ensino de Sociologia para o ensino médio deve ser elaborado


visando uma formação que introduza os estudantes nos conhecimentos científicos produzidos
pelas Ciências Sociais como um todo, tendo em vista não apenas a Sociologia, mas a Ciência
Política e a Antropologia, tendo a responsabilidade pela formação cidadã dos estudantes e de
desenvolver nestes uma visão crítica sobre a sociedade e seus grupos como um todo,
desenvolvendo compreensão sobre os fenômenos sociais que se apresentam na mesma. O
programa tem de prezar por uma continuidade dos conteúdos ao longo dos 3 anos do Ensino
Médio, visando uma formação que se construa em conjunto à passagem do estudante pela
última etapa da educação básica brasileira, o Ensino Médio.

Para um bom desenvolvimento do programa é necessária uma adequação deste tanto


as necessidades escolares como as estudantis, contemplando as carências de conhecimentos
sociológicos dos estudantes pela falta de contato com a disciplina no Ensino Fundamental, e
visando uma aproximação da Sociologia empregada na escola para os conhecimentos
desenvolvidos nas Ciências Sociais na universidade. O foco da disciplina escolar é trazer as
reflexões e desenvolver as formas do pensar sociológico nos estudantes, afim de que estes
possam se tornar cidadãos reflexivos amparados pelo caráter científico das Ciências Sociais.
No desenvolvimento da Sociologia no Ensino Médio é importante não perder de
vista as formas de padronizar os conhecimentos desenvolvidos para que o ensino da disciplina
numa determinada instituição não seja destoante do que vem sendo ensinado no país, e
desenvolva uma capacidade de reflexão sobre a disciplina que permita aos estudantes pensar
os conteúdos e conhecimentos desenvolvidos por si, de forma a compreender a Sociologia
mesmo após a finalização de seus estudos no fim do Ensino Médio.

A padronização do ensino de Sociologia pode ser tratada de acordo com os


documentos oficiais, organizados pelo Ministério e Secretarias de Educação do país, além de
leis que determinam os sentidos e tipos de atuação necessárias para um bom desenvolvimento
da educação por parte do sistema, instituições e seus componentes, como para os educandos
em sua passagem pela educação básica, tendo como enfoque o momento que nos interessa
neste programa, os 3 anos finais do Ensino Médio. Tomemos por base referencial as
Orientações Curriculares para o Ensino Médio (OCEM) - Ciências Humanas e suas
Tecnologias, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e sua seção sobre o Ensino Médio,
a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), e as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN)
como a “DCN para a Educação Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-
Brasileira e Africana” e a “DCN para a Educação em Direitos Humanos”. Estes são exemplos
de alguns documentos oficiais úteis para o desenvolvimento de um programa de ensino que
cumpra as exigências intrínsecas a disciplina de Sociologia no Brasil observadas suas lacunas
e necessidades estudantis.

Colocadas as referências e direcionamentos para o desenvolvimento de um programa


que contemple as Ciências Sociais sob suas três grandes áreas, e de conta de expandir o
conhecimento dos estudantes sobre a disciplina ao longo dos três anos do Ensino Médio, a
abordagem dos temas, conceitos e teorias deve ser feita de uma forma interrelacionada com os
objetivos os quais se busca atingir com a disciplina a nível escolar. A BNCC trazendo
categorias do pensamento sociológico como tempo e espaço, território e fronteira, entre
outras, apresenta questões fundamentais para a formação do estudante, além de propor
competências que devem ser trabalhadas ao longo da passagem pelo EM, busca desenvolver
habilidades nos estudantes para que estes ao final do ciclo possam pensar a Sociologia de
forma autônoma.

Observado como deve se desenvolver o programa de ensino e formas de trabalhar os


conhecimentos e proposições das Ciências Sociais através da Sociologia, que é a disciplina
que se desenvolve na educação básica, mas sem perder de vista as outras duas grandes áreas
do conhecimento que à compõe. O programa é baseado na lógica de quatro bimestres ao
longo do ano, se projetando para trabalhar em 8 semanas ao longo do bimestre com as
abordagens subdivididas em 2 semanas para cada tópico, visando uma apresentação de 4
tópicos em cada bimestre e 4 aulas para cada tópico proposto nos bimestres, vamos então a
apresentação dos conteúdos que devem ser abordados, em cada uma das séries e ao longo do
ano.

1ª Série do Ensino Médio

1º Bimestre 2º Bimestre
Introdução as Ciências Sociais Sociedade e indivíduo
- O que são as Ciências Sociais - Indivíduo como ser social
- Ciências Sociais e interdisciplinaridade - Cultura e sociedade
- Sociologia, ciência da sociedade - O ser político
- Os 3 clássicos da Sociologia - Construção das diferenças

3º Bimestre 4º Bimestre
Representações socioculturais Revisão
- Construções culturais - Análise das Ciências Sociais na
- Etnocentrismo prática escolar
- Identidade cultural e social do - Indivíduo e as instituições sociais
indivíduo - Interação cultura e sociedade
- Desigualdades culturais como projeto - Cultura, indivíduo, sociedade e sua
de poder aplicação interdisciplinar

2ª Série do Ensino Médio

1º Bimestre 2º Bimestre
Estado e modelos de poder Desigualdade socioculturais
- Primeiras sociedades ao redor do globo - Construção sociocultural das
- Formação do Estado e definição das desigualdades
sociedades - Capitalismo e barbárie: da
- Da democracia greco-romana a acumulação primitiva a
democracia capitalista superprodução
- Capitalismo, globalização e - Violência e instituição das
uniformização mundial desigualdades
- Desnaturalizando a desigualdade
3º Bimestre 4º Bimestre
Preconceito e segregação social O Brasil e suas desigualdades
- O machismo como estamento social - Indígenas: genocídio e ocupação
- Escravidão, racismo e hierarquia social territorial
- História das religiões e intolerância - Da escravidão a democracia racial
religiosa - Violência de gênero no Brasil
- Relações de gênero e a diversidade - Movimentos sociais no Brasil
sexual contemporâneo

3ª Série do Ensino Médio

1º Bimestre 2º Bimestre
Sociabilidade e tecnologias Relações Sociais contemporâneas
- Globalização e as novas tecnologias - Questão urbana X ambiental
- Tecnologias no mundo do trabalho - Movimentos sociais no Brasil
- Redes sociais e os novos espaço de contemporâneo
socialização - Urbanização e uberização
- Realidade virtual e a transição da - Desconstruções sociais e gerações do
sociedade industrial séc. XXI

3º Bimestre 4º Bimestre
As Ciências Sociais no Brasil Revisão para o ENEM
- As Ciências Sociais no Brasil ao - Cultura e cidadania
longo do tempo - Movimentos sociais
- Sociologia, dos pensadores - Política, Estado e Governo
brasileiros a disciplina escolar - Teorias sociológicas
- Antropologia brasileira
- Um olhar político sobre a formação e
realidade brasileira

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