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Previdência. Fontes de custeio. Segurados.
Revisão Textual:
Profa Ms Fernanda Garcez Lopes de Souza
Previdência. Fontes de custeio.
Segurados.
• Previdência social
• Segurados do RGPS
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Unidade: Previdência. Fontes de custeio. Segurados.
Contextualização
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Previdência social
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Unidade: Previdência. Fontes de custeio. Segurados.
As fontes de custeio podem ser diretas ou indiretas. São fontes diretas as contribuições previstas
no sistema, cobradas de trabalhadores e empregadores. São fontes indiretas os impostos que
serão utilizados nas insuficiências financeiras do sistema, sendo pagos por toda a sociedade.
As regras de custeio da Seguridade Social estão delineadas no art. 195 da Constituição e na
Lei 8.212/91, além de outras normas esparsas.
São fontes de custeio as seguintes contribuições sociais cuja criação é de competência da União:
a) dos empregadores, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes
sobre a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados a
qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviços, mesmo sem vínculo empregatício,
o faturamento ou a receita e o lucro.
b) do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não incidindo contribuição
sobre aposentadoria e pensões concedidas pelo Regime Geral da Previdência Social;
c) sobre a receita de concursos de prognósticos;
d) do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar.
Além das anteriormente citadas, poderão ser instituídas outras contribuições, com base na
competência residual prevista no § 4º do art. 195, para a manutenção ou expansão do sistema,
desde que a nova fonte de custeio seja instituída por lei complementar.
Outras receitas (art. 27 da Lei nº 8.212/91):
• As multas (moratórias e por descumprimento de obrigações acessórias), a atualização
monetária e os juros moratórios;
• A remuneração recebida por serviços de arrecadação, fiscalização e cobrança prestados
por terceiros (art. 274 do dec. Nº 3.048/99);
• As receitas provenientes de prestação de outros serviços e de fornecimento ou
arrendamento de bens;
• As demais receitas patrimoniais, industriais e financeiras;
• As doações, legados, subvenções e outras receitas eventuais;
• 50% do valor obtido e aplicado na forma do parágrafo único do art. 243 da
constituição federal.
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A União, as autarquias e as fundações públicas participam do custeio do Plano de Seguridade
do servidor por meio de contribuição mensal, com recursos do Orçamento Fiscal, de valor
idêntico à contribuição de cada servidor; e também por intermédio de recursos adicionais,
quando necessários, em montante igual à diferença entre as despesas relativas ao Plano e as
receitas provenientes da contribuição dos servidores e a contribuição da União.
A Emenda Constitucional nº 41/03 instituiu teto para os novos servidores públicos, que é
igual ao teto do Regime Geral de Previdência Social. Sem embargo, esse teto somente poderá
ser aplicado após a instituição do regime de previdência complementar para os servidores de
cargo efetivo da União, Estados, Distrito Federal e Municípios.
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Unidade: Previdência. Fontes de custeio. Segurados.
Informações importantes
1) Não incide contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo Regime Geral da
Previdência Social;
2) As contribuições para a Seguridade Social previstas nos incisos I a IV da Constituição Federal
podem ser instituídas por lei ordinária;
3) É entendimento consolidado do Supremo Tribunal Federal que a contribuição para a
Seguridade pode sim ter fato gerador ou base de cálculo de outro imposto já existente, podendo
ser também cumulativa;
4) Servidor federal, estadual ou municipal com regime próprio ou o militar que venha a exercer,
concomitantemente, uma ou mais atividades abrangidas pelo Regime Geral da Previdência Social,
torna-se segurado obrigatório em relação a essas atividades.
Diversas são as teorias que tentam explicar a natureza jurídica da contribuição para a
seguridade social, isto é, o que representa, para o direito, a contribuição para a seguridade.
Vejamos as teorias e as respectivas críticas e, num momento posterior, as posições
predominantes na doutrina e na jurisprudência do Supremo Tribunal Federal:
Crítica: A ideia de prêmio de Seguro não se assemelha à Seguridade Social, pois esta tem por
objetivo amparar as pessoas que estejam em situação de necessidade. Além disso, a Seguridade
Social tem por objetivo distribuir renda. Acrescente-se, ainda, que a contribuição para a Seguridade
Social pertence ao direito público, é compulsória e independe da vontade do particular.
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Teoria do Salário Diferido
Para a Teoria do Salário Diferido, a contribuição para a Seguridade Social seria um salário
diferido, porque o benefício resultante não seria pago imediatamente ao trabalhador. Seria um salário
adquirido no presente a ser utilizado no futuro, uma poupança diferida, uma forma de pecúlio.
Crítica: A crítica a esta teoria consiste no fato de que inexiste uma relação de direito privado para o
pagamento da contribuição. A relação é de direito público, incidindo a contribuição por imposição da
lei. Também não se trata de salário, pois o órgão pagador é o INSS, não um empregador. Ademais,
o valor a ser percebido, por exemplo, na aposentadoria, não terá necessariamente o mesmo valor do
contrato de trabalho sobre o qual se deu a contribuição.
Crítica: Critica-se esta teoria sob o entendimento de que não há atualidade em tal salário, nem este
é pago diretamente pelo empregador. Não pode o referido salário ser exigido de imediato, apenas se
atendidas determinadas condições especificadas em lei.
Teoria fiscal
A contribuição à seguridade social é uma obrigação tributária, uma prestação pecuniária
compulsória paga ao ente público, com a finalidade de constituir um fundo econômico para o
financiamento do serviço público. Portanto, a contribuição para a Seguridade Social é um tributo.
Crítica: A contribuição não se enquadraria em nenhuma das espécies de tributo (não é imposto,
não é taxa, nem contribuição de melhoria).
Teoria parafiscal
Contribuição parafiscal é aquela que se destina a sustentar encargos do Estado que não lhe
seriam próprios. A contribuição para a Seguridade Social seria parafiscal, porque se destinaria
a custear uma necessidade social da comunidade, qual seja o futuro benefício previdenciário.
Crítica: O fato do sujeito ativo não ser a própria entidade estatal, mas outra pessoa especificada por
lei (INSS), que arrecada a contribuição não alteraria sua natureza de tributo.
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Unidade: Previdência. Fontes de custeio. Segurados.
Segurados do RGPS
Segurados
Ideias-chave
O conceito de segurado DEVE compreender:
a) aqueles que exercem atividade remunerada, tanto efetiva, diária (trabalhador empregado), como
ocasional (trabalhador eventual). Para ser segurado, o trabalhador poderá ou não ter vínculo
empregatício;
b) aqueles que já exerceram atividade remunerada (os aposentados) e os que não mais estão
exercendo (desempregados);
c) aqueles que não exercem atividade remunerada, como o estudante e a dona de casa e, todavia,
contribuem para o sistema.
Segurado pode ser definido como sendo a pessoa física que exerce, já exerceu ou não exerce
atividade remunerada, efetiva ou eventual, com ou sem vínculo empregatício, bem como o que
não exerce atividade remunerada, porém contribui para a Previdência Social.
Sobre a questão da idade de filiação, é imperioso ressaltar que o Brasil ratificou a Convenção 138
da OIT, pelo Decreto Legislativo 179, de 14/12/99; e o Decreto nº 4.134/02 aprovou o texto, em que
consta idade mínima para admissão a emprego como sendo 16 anos. A condição de aprendiz, a
partir dos 14 anos é admitida pela CF/88, sendo que o ECA assegura ao aprendiz maior de 14 anos
direitos trabalhistas e previdenciários, sendo assim filiado ao RGPS como segurado empregado.
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Logo, para ser segurado, a pessoa deve ser maior de dezesseis anos, ou de quatorze anos, se
aprendiz. (art. 7º, XXXIII). Não há idade máxima para a filiação, que pode ocorrer a qualquer tempo.
Impende ressaltar, como já visto na Unidade anterior, que o aposentado que estiver exercendo
ou que voltar a exercer atividade pelo Regime Geral da Previdência Social é segurado em
relação a essa atividade e deverá realizar as contribuições previstas na Lei nº 8.212, para custeio
da Seguridade.
Para adquirir a condição de Segurado, a pessoa deve estar filiada ao Regime Geral da
Previdência Social.
FILIAÇÃO é o vínculo que se estabelece entre a previdência social e as pessoas que para
ela contribuem, do qual decorrem direitos e obrigações. No caso dos segurados obrigatórios,
que estudaremos mais adiante, a filiação decorre automaticamente do exercício da atividade
remunerada abrangida pelo RGPS. A filiação é, portanto, obrigatória, compulsória, independente
da vontade do segurado e ocorre automaticamente com o simples exercício da atividade laboral
remunerada. É um ato informal.
A filiação do Segurado Facultativo, que estudaremos adiante, decorre da formalização
da inscrição por ato de vontade e do pagamento da primeira contribuição, ou seja, para o
facultativo, o vínculo com o RGPS não é automático, mas surge apenas com o recolhimento da
contribuição previdenciária.
Destaque-se que a qualidade de segurado, portanto, é condição necessária, porém
insuficiente, para a obtenção dos benefícios previdenciários. Ele há de estar inscrito, realizando
as contribuições mensais e há de cumprir o período de carência estipulado em lei para obter os
citados benefícios.
É mister que fique claro a distinção entre os institutos jurídicos da inscrição e da filiação. Da
filiação, como vimos, resulta a condição de segurado, surgindo o vínculo entre a Previdência e
o cidadão. A inscrição do segurado no ente previdenciário, por seu turno, é ato formal pelo qual
o beneficiário é cadastrado no RGPS, mediante comprovação dos dados pessoais e de outros
elementos necessários e úteis a sua caracterização. É a apresentação do segurado perante o
segurador, qualificando-se. Por intermédio da inscrição se individualiza a pessoa que terá direito
à proteção previdenciária e a pessoa que é devedora da contribuição previdenciária.
Consoante o art. 18 do Decreto nº 3.048/99, a inscrição do segurado obrigatório se dá da
seguinte maneira:
Pelo preenchimento dos documentos que os habilitem ao exercício da
Empregado/ atividade, formalizado pelo contrato de trabalho, no caso de empregado, e
Trabalhador avulso pelo cadastramento e registro no sindicato ou órgão gestor de mão-de-obra,
no caso de trabalhador avulso.
Pela apresentação de documento que comprove a existência de contrato
Empregado doméstico
de trabalho.
Contribuinte Pela apresentação de documento que caracterize a sua condição ou o
individual exercício de atividade profissional, liberal ou não. Ex: inscrição na OAB.
Segurado especial Pela apresentação de documento que comprove o exercício de atividade rural.
Pela apresentação de documento de identidade e declaração expressa de que
Facultativo
não exerce atividade que o enquadre na categoria de segurado obrigatório.
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Unidade: Previdência. Fontes de custeio. Segurados.
Informações importantes
1) Se o segurado exerce mais de uma atividade remunerada sujeita ao RGPS, concomitantemente,
será obrigatoriamente inscrito em relação a cada uma delas;
2) A anotação em CTPS vale para todos os efeitos como prova de filiação à Previdência Social, em
relação ao contrato de trabalho, tempo de serviço e salário-de-contribuição. Trata-se, todavia, de
presunção relativa;
3) Presentes os pressupostos da filiação, admite-se a inscrição após a morte do segurado especial.
Prazo Circunstância
Sem limite de Estar no gozo de benefício previdenciário (durante o gozo de benefício
prazo previdenciário o segurado não contribui, salvo o benefício da licença maternidade).
Da cessação de benefício por incapacidade ou após a cessação das contribuições, o
Até 12 meses segurado que deixar de exercer atividade remunerada abrangida pela Previdência
Social ou estiver suspenso ou licenciado sem remuneração.
Até 3 meses Licenciamento do segurado incorporado às Forças Armadas para prestar serviço militar.
Até 6 meses Da cessação das contribuições para o segurado facultativo.
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Obs.: A extensão do prazo de graça para 24 ou 36 meses somente ocorre em adição ao período
básico de até 12 meses. Trata-se, portanto de uma prorrogação por mais doze meses, no caso
de desempregado ou de segurado que tenha realizado mais de 120 contribuições mensais
interruptas sem perda da qualidade de segurado; e o prazo de 36 meses corresponde a uma
segunda prorrogação de 12 meses ao segurado que tenha realizado mais de 120 contribuições
mensais interruptas sem perda da qualidade de segurado e esteja desempregado.
No caso de o segurado vir a ser preso, é suspenso o período de graça por tantos anos quantos
forem os de prisão e, após a soltura, mais os que restarem até 12 meses, subtraindo os períodos
não contributivos em razão de fuga.
Expirados os prazos anteriormente mencionados sem que a pessoa volte a contribuir ocorre
a perda da qualidade de segurado. A perda da qualidade de segurado importa em caducidade
dos direitos inerentes a essa qualidade, ocorrendo a extinção da relação jurídica com o INSS,
não fazendo mais jus ao benefício.
Todavia, a perda da qualidade de segurado não prejudica o direito à aposentadoria para cuja
concessão tenham sido preenchidos todos os requisitos; não é considerada para a concessão das
aposentadorias por tempo de contribuição especial e nem será considerada para a concessão de
aposentadoria por idade desde que o segurado conte com, no mínimo o tempo de contribuição
correspondente ao exigido para efeito de carência na data do requerimento do benefício.
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Unidade: Previdência. Fontes de custeio. Segurados.
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O brasileiro civil que presta serviços à União no
exterior, em repartições governamentais brasileiras,
Ex: Empregados de consulados brasileiros no
lá domiciliado e contratado, inclusive o auxiliar local
exterior. OBS: auxiliares locais de nacionalidade
de que trata a Lei nº 8.745, de 9 de dezembro de
estrangeira não são cobertos pelo RGPS
1993, este desde que, em razão de proibição legal,
não possa filiar-se ao sistema previdenciário local.
O servidor ocupante de cargo efetivo, desde que, Ex: Servidor de uma prefeitura que não instituiu
nessa qualidade, não esteja amparado por regime regime próprio de Previdência, que garanta
próprio de previdência social. aposentadoria e pensão;
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Unidade: Previdência. Fontes de custeio. Segurados.
Empregado doméstico
É aquele que presta serviço de natureza contínua e de finalidade não lucrativa à pessoa ou
à família no âmbito residencial destas. Descaracteriza a condição de empregado doméstico, por
exemplo, o fato de a empregada produzir doces caseiros para serem vendidos em lojas e feiras.
A caracterização do empregado doméstico depende que sua atividade seja contínua, não
esporádica ou eventual.
São empregados domésticos o caseiro, a enfermeira, o jardineiro, o mordomo e o motorista
particular, desde que trabalhem para uma família.
Trabalhador Avulso
É aquele que, sindicalizado ou não, presta serviços de natureza urbana ou rural, sem vínculo
empregatício, a diversas empresas, com intermediação obrigatória do sindicato da categoria ou
órgão gestor de mão-de-obra.
O que caracteriza um trabalhador avulso: (a) curta duração dos serviços prestados; (b)
remuneração paga por meio de rateio procedido pelo sindicato; (c) intermediação da mão-
de-obra por meio de sindicato ou órgão gestor de mão-de-obra – OGMO; (d) possibilidade de
prestação de serviços a mais de uma empresa; (e) inexistência de vínculo, quer com a empresa,
quer com o sindicato ou OGMO.
São exemplos de trabalhadores avulsos: o trabalhador que exerce atividade portuária de
capatazia, estiva, conferência e conserto de carga; o trabalhador de estiva de mercadorias de
qualquer natureza, inclusive carvão e minério; o trabalhador em alvarenga; o guidasteiro; o
prático de barra em portos; o amarrador de embarcação; o ensacador de café, cacau, sal e
similares; o trabalhador na indústria de extração de sal; o carregador de bagagem em porto; o
classificador, o movimentador e o empacotador de mercadoria e outros assim classificados pelo
Ministério do Trabalho.
Contribuintes individuais
É a pessoa física que recolhe individualmente suas contribuições. Estão previstos no art. 12,
V da Lei nº 8.212/91 dentre os quais:
a) A pessoa física, proprietária ou não, que explora atividade agropecuária, a qualquer título,
em caráter permanente ou temporário, em área superior a 4 (quatro) módulos fiscais; ou,
quando em área igual ou inferior a 4 (quatro) módulos fiscais ou atividade pesqueira, com
auxílio de empregados ou por intermédio de prepostos; ou ainda nas hipóteses dos §§ 10
e 11 do art. 12 da Lei nº 8.212/91; (Lei nº 11.718, 20.06.08).
b) A pessoa física, proprietária ou não, que explora atividade de extração mineral - garimpo,
em caráter permanente ou temporário, diretamente ou por intermédio de prepostos, com ou
sem o auxílio de empregados, utilizados a qualquer título, ainda que de forma não contínua
c) O ministro de confissão religiosa e o membro de instituto de vida consagrada, de
congregação ou de ordem religiosa.
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d) O brasileiro civil que trabalha no exterior para organismo oficial internacional do qual o
Brasil é membro efetivo, ainda que lá domiciliado e contratado, salvo quando coberto por
regime próprio de previdência social.
e) quem presta serviço de natureza urbana ou rural, em caráter eventual, a uma ou mais
empresas, sem relação de emprego (trabalhador eventual).
f) a pessoa física que exerce, por conta própria, atividade econômica de natureza urbana,
com fins lucrativos ou não. (trabalhador autônomo)
g) O titular de firma individual urbana ou rural, o diretor não empregado e o membro de conselho
de administração de sociedade anônima, o sócio solidário, o sócio de indústria, o sócio
gerente e o sócio cotista que recebam remuneração decorrente de seu trabalho em empresa
urbana ou rural, e o associado eleito para cargo de direção em cooperativa, associação ou
entidade de qualquer natureza ou finalidade, bem como o síndico ou administrador eleito
para exercer atividade de direção condominial, desde que recebam remuneração.
Encontramos, na Doutrina, para fins didáticos, a divisão dos segurados obrigatórios individuais
em autônomos, eventuais e empresários.
Autônomo é a pessoa física que exerce por conta própria atividade econômica remunerada
de natureza urbana, com fins lucrativos ou não. (alínea ‘h’ do inciso V do art. 12 da Lei nº 8.212).
Apesar da definição da lei falar em “atividade de natureza urbana”, estão também
abrangidas atividades rurais. Por exemplo, o veterinário, o engenheiro agrônomo conquanto
exerçam suas atividades muitas vezes no meio rural, não deixam de ser profissionais liberais
do mesmo modo que o advogado, o contador ou o dentista e, como estes, são considerados
autônomos para fins previdenciários.
O trabalhador autônomo exerce atividade de natureza habitual para o tomador de serviços
e não vez ou outra.
Trabalhador eventual é a pessoa física que presta serviços de natureza urbana ou rural em
caráter esporádico a uma ou mais empresas, sem relação de emprego. (alínea ‘g’ do inciso V do
art. 12 da Lei nº 8.212).
O trabalho prestado é ocasional, fortuito, esporádico. Não é eventual o trabalho por não se
inserir na vida normal da empresa. Exemplo: eletricista que trabalha na indústria automobilística.
Esta indústria não vende eletricidade, mas a produção de veículos, o trabalhador que presta
serviços com habitualidade, sob dependência e mediante salário, será considerado empregado.
Por outro lado, se o eletricista comparece apenas vez ou outra para reparar instalações elétricas
está configurada a eventualidade.
Os trabalhadores autônomos e os eventuais estão listado no § 15 do art. 9º do Decreto nº 3.048/99.
Empresário é o segurado contribuinte individual que, em empresa urbana ou rural, exerce a
atividade de gestão ou administração. Integra o rol de contribuintes individuais sendo, portanto,
segurado obrigatório.
De acordo com o art. 966 do Código Civil, é a pessoa física que executa profissionalmente
atividade economicamente organizada visando à produção de bens ou serviços para o mercado,
com finalidade de lucro.
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Unidade: Previdência. Fontes de custeio. Segurados.
Segurados especiais
Considera-se segurado especial o produtor, o meeiro e o arrendatário rurais, o pescador
artesanal e seus assemelhados, que exercem atividades individualmente ou em regime de
economia familiar, com ou sem auxílio eventual de terceiros, mas sem empregados permanentes,
bem como seus respectivos cônjuges ou companheiros e filhos maiores de 16 anos de idade ou
a eles equiparados, desde que trabalhem comprovadamente com o grupo familiar respectivo.
Em resumo, o pequeno produtor rural,
que explore atividade agropecuária em área de até 4 (quatro) módulos fiscais ou
atividade de seringueiro ou extrativista vegetal que exerça suas atividades nos
termos do inciso XII do caput do art. 2° da Lei n° 9.985, de 18 de julho de 2000,
e faça dessas atividades o principal meio de vida. Também é segurado especial
o pescador artesanal.
Atenção
1) A expressão “regime de economia familiar” Significa a atividade em que o trabalho dos membros
da família é indispensável à própria subsistência e ao desenvolvimento socioeconômico do núcleo
familiar e é exercido em condições de mútua dependência e colaboração, sem a utilização de
empregados permanentes;
2) o grupo familiar poderá utilizar-se de empregados contratados por prazo determinado ou mesmo
contribuinte individual, como um tratorista, em épocas de safra, à razão de no máximo 120 (cento
e vinte) pessoas/dia por ano civil, em períodos corridos ou intercalados ou, ainda, por tempo
equivalente em horas de trabalho. A relação pessoas/dia quer dizer o seguinte: poderá o segurado
especial utilizar-se de um empregado por até 120 dias dentro de um mesmo ano civil. Se tiver dois
empregados, poderá mantê-los por até 60 dias e assim por diante.
3) o falecimento de um ou ambos os cônjuges não retira do filho maior de 16 anos a condição de
segurado especial, desde que permaneça exercendo a atividade individualmente ou em regime de
economia familiar;
4) Se um dos membros do grupo familiar possuir outra fonte de rendimento ele não será considerado
segurado especial, salvo se dirigente sindical no exercício do mandato se percebe pensão por
morte deixada por segurado especial ou se percebe auxílio-acidente, auxílio-reclusão ou pensão
por morte em valor inferior ao menor ao benefício de prestação continuada.
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Segurado facultativo
É a pessoa física que, não estando em nenhuma das situações que a lei considera como
segurado obrigatório, deseja contribuir para a Seguridade Social, desde que maior de 14 anos,
segundo a doutrina, ou de 16 anos (segundo o Decreto nº 3.048/99).
Conforme o art. 11 do Decreto nº 3.048 segurados facultativos, entre outros: a dona
de casa; o síndico de condomínio não remunerado; o estudante; o brasileiro que acompanha
cônjuge que presta serviço no exterior; aquele que deixou de ser segurado obrigatório do RGPS;
o membro do Conselho Tutelar do Menor; o presidiário que não exerce atividade remunerada
nem esteja vinculado a qualquer regime de previdência social.
Atenção
1) é vedado filiar-se como facultativo a pessoa participante de regime próprio, salvo se afastado em
licença sem vencimentos e desde que não se permita, nesta condição, contribuição ao respectivo
regime jurídico.
2) A filiação do segurado facultativo acontece a partir da inscrição e do primeiro recolhimento
da contribuição.
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Unidade: Previdência. Fontes de custeio. Segurados.
Material Complementar
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Referências
DIAS, E. R.; MACEDO, J. L. M. Curso de Direito Previdenciário. São Paulo. Editora Método
2009.
HORVATH JUNIOR, M. Direito Previdenciário. 7. ed. São Paulo. Quartier Latin. 2008
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Unidade: Previdência. Fontes de custeio. Segurados.
Anotações
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