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Direito Previdenciário

Material Teórico
Previdência. Fontes de custeio. Segurados.

Responsável pelo Conteúdo:


Prof. Claudio Alves da Silva

Revisão Textual:
Profa Ms Fernanda Garcez Lopes de Souza
Previdência. Fontes de custeio.
Segurados.

• Previdência social

• Fontes de custeio da previdência social

• Teorias sobre a natureza jurídica da


contribuição à seguridade social

• Segurados do RGPS

Em prosseguimento ao curso de Direito Previdenciário, na


Unidade II serão estudadas as fontes de custeio da seguridade,
especialmente as fontes de custeio da previdência. Como
parte integrante do assunto, trataremos dos segurados e dos
beneficiários.
Tratam-se de temas importantes sem o quais estará
comprometido o entendimento da matéria.

Prosseguimos nossos estudos de Direito Previdenciário. Na Unidade II, estudaremos a


Previdência: fontes de custeio e segurados.
Sem a devida compreensão dos importantes temas aqui tratados será muito difícil compreender
nossa próxima Unidade, que tratará dos contribuintes e contribuições previdenciárias.
O estudo do tema convém ser complementado com a leitura da bibliografia indicada no Plano
de Ensino, além de uma pesquisa na Biblioteca Virtual, na Biblioteca Central e na Internet.
Para melhor estruturar seus estudos, leia o texto elaborado pelo professor; veja e ouça
a apresentação em PowerPoint da Unidade; aprofunde o tema, por meio da leitura de
quaisquer das obras indicadas na bibliografia; observe a indicação de capítulos de livros e
leituras sugeridas e realize as atividades propostas.

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Unidade: Previdência. Fontes de custeio. Segurados.

Contextualização

Imagine o seguinte caso hipotético:


Renavana, dona de casa, conseguiu convencer seu esposo a contratar uma empregada
doméstica: Deltrana. Um certo dia, Renavana resolveu fazer um chá para suas amigas e pediu
a Deltrana para preparar alguns salgadinhos e doces. Todos gostaram muito e elogiaram a
qualidade daquilo que era servido e sugeriram que seria uma excelente forma de ganhar
dinheiro, vender os quitutes feitos por Deltrana.
Renavana achou a ideia maravilhosa! Afinal, com aquela renda, não iria mais precisar pedir
ao marido dinheiro para suas coisas pessoais...
Na semana seguinte, colocou uma faixa na frente de casa e distribuiu panfletos pela vizinhança
e no colégio dos filhos com os dizeres: “Faço doces e salgados para festas”. E Deltrana, a
empregada doméstica, desde então, passou à função exclusiva de fazer salgados e doces que
eram encomendados à Renavana que, com o lucro das vendas, contratou outra empregada
para efetivamente cuidar da casa!
Agora, Renavana gostaria de contribuir para a Previdência Social. De que forma ela poderia
fazer isso? Seria uma contribuinte obrigatória ou facultativa?
Vamos à análise da Unidade II a fim de responder tal questionamento?

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Previdência social

Previdência é o segmento da Seguridade Social, composto de um conjunto de princípios,


de regras e de instituições destinados a estabelecer um sistema de proteção social, mediante
contribuição, que tem por objetivo proporcionar meios indispensáveis de subsistência ao
segurado e a sua família, contra contingências de perda ou redução da sua remuneração, de
forma temporária ou permanente, de acordo com a precisão da lei.
A Previdência Social compreende: o Regime Geral de Previdência Social e os Regimes Próprios
de Previdência Social dos Servidores Públicos e dos Militares. (art. 6º do Dec. 3.048/99).
Os princípios da Previdência Social estão elencados no artigo 3º da Lei nº 8.212 e no artigo
2º da Lei nº 8.213 e são os seguintes:
a. Universalidade de participação nos planos previdenciários, mediante contribuição;
b. Valor da renda mensal dos benefícios substitutos do salário-de-contribuição ou do
rendimento do trabalho do segurado não inferior ao do salário mínimo;
c. Cálculo dos benefícios, considerando-se os salários-de-contribuição, corrigidos
monetariamente;
d. Preservação do valor real dos benefícios (§ 4º do art. 201 da CF);
e. Previdência complementar facultativa, custeada por contribuição adicional;
f. Uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais;
g. Seletividade e distributividade na prestação dos benefícios;
h. Irredutibilidade do valor dos benefícios de forma preservar-lhes o poder aquisitivo;
i. Caráter democrático e descentralizado da administração, mediante gestão quadripartite,
com participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do governo
nos órgãos colegiados;
j. Solidariedade (ativos contribuem para financiar benefícios dos inativos);
k. Contrapartida (não há benefício sem custeio).

Fontes de custeio da previdência social

Fontes de custeio são os meios econômicos e financeiros obtidos e destinados à concessão e


manutenção das prestações da Previdência Social. As fontes de custeio provêm da comunidade
e destinam-se ao consumo de uma fração dela: os beneficiários.

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Unidade: Previdência. Fontes de custeio. Segurados.

As fontes de custeio podem ser diretas ou indiretas. São fontes diretas as contribuições previstas
no sistema, cobradas de trabalhadores e empregadores. São fontes indiretas os impostos que
serão utilizados nas insuficiências financeiras do sistema, sendo pagos por toda a sociedade.
As regras de custeio da Seguridade Social estão delineadas no art. 195 da Constituição e na
Lei 8.212/91, além de outras normas esparsas.
São fontes de custeio as seguintes contribuições sociais cuja criação é de competência da União:
a) dos empregadores, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes
sobre a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados a
qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviços, mesmo sem vínculo empregatício,
o faturamento ou a receita e o lucro.
b) do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não incidindo contribuição
sobre aposentadoria e pensões concedidas pelo Regime Geral da Previdência Social;
c) sobre a receita de concursos de prognósticos;
d) do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar.

Além das anteriormente citadas, poderão ser instituídas outras contribuições, com base na
competência residual prevista no § 4º do art. 195, para a manutenção ou expansão do sistema,
desde que a nova fonte de custeio seja instituída por lei complementar.
Outras receitas (art. 27 da Lei nº 8.212/91):
• As multas (moratórias e por descumprimento de obrigações acessórias), a atualização
monetária e os juros moratórios;
• A remuneração recebida por serviços de arrecadação, fiscalização e cobrança prestados
por terceiros (art. 274 do dec. Nº 3.048/99);
• As receitas provenientes de prestação de outros serviços e de fornecimento ou
arrendamento de bens;
• As demais receitas patrimoniais, industriais e financeiras;
• As doações, legados, subvenções e outras receitas eventuais;
• 50% do valor obtido e aplicado na forma do parágrafo único do art. 243 da
constituição federal.

Fontes de custeio do regime jurídico dos servidores públicos federais


Os servidores públicos federais são atualmente regidos pela Lei nº 8.112/90, que também
trata de questões previdenciárias.
O custeio das aposentadorias e pensões é de responsabilidade da União e de seus servidores,
os quais contribuem mediante alíquota de 11% sobre a remuneração.

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A União, as autarquias e as fundações públicas participam do custeio do Plano de Seguridade
do servidor por meio de contribuição mensal, com recursos do Orçamento Fiscal, de valor
idêntico à contribuição de cada servidor; e também por intermédio de recursos adicionais,
quando necessários, em montante igual à diferença entre as despesas relativas ao Plano e as
receitas provenientes da contribuição dos servidores e a contribuição da União.
A Emenda Constitucional nº 41/03 instituiu teto para os novos servidores públicos, que é
igual ao teto do Regime Geral de Previdência Social. Sem embargo, esse teto somente poderá
ser aplicado após a instituição do regime de previdência complementar para os servidores de
cargo efetivo da União, Estados, Distrito Federal e Municípios.

Fontes de custeio do regime jurídico dos servidores públicos


estaduais e municipais
Se os Estados e Municípios adotarem o Regime da CLT, os servidores contribuirão na forma
da Lei nº 8.212/91. Se, no entanto, os servidores estaduais e municipais forem regidos por
estatuto, seguirão a regra quanto ao sistema previdenciário que for nele disposto.
O § 1º do art. 149 da Constituição Federal estabelece que os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios instituirão contribuição, cobrada de seus servidores para custeio, em benefício destes, do
regime previdenciário do sistema dos servidores públicos, cuja alíquota não será inferior à contribuição
dos servidores titulares de cargos efetivos da União (atualmente, 11% sobre a remuneração).

Congressistas e seu regime previdenciário


Atualmente, deputados e senadores estão subordinados ao regime geral da previdência, se
não estiver filiado a outro regime próprio. A letra h do inciso I dos artigos 12 da Lei nº 8.212/91
e 11 da Lei nº 8.213/91 estabelecem que os exercentes de cargo eletivo federal, e estadual ou
municipal são considerados como empregados, desde que não estejam vinculados a regime
próprio de previdência.

Militares e seu regime de previdência


Os militares possuem regime próprio de Seguridade Social, consoante o Estatuto dos Militares
(Lei n° 6.880, de 09 de dezembro de 1980), a Lei de Remuneração dos Militares (Medida
Provisória n° 2.215-10, de 31 de agosto de 2001) e a Lei de Pensões (Lei n°3.765 de 04 de
maio de 1960).
Todos os militares da União (da ativa e inativos) contribuem, mensalmente, com 7,5% para
a pensão militar e com até 3,5% para a assistência médico-hospitalar, sobre os seus proventos,
sendo que é previsto o ressarcimento, pelo militar, do valor correspondente a 20% dos
procedimentos médicos, dentísticos e hospitalares por ele realizado, de maneira que o sistema
de saúde é autosustentado por meio da participação dos próprios usuários.

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Unidade: Previdência. Fontes de custeio. Segurados.

Informações importantes
1) Não incide contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo Regime Geral da
Previdência Social;
2) As contribuições para a Seguridade Social previstas nos incisos I a IV da Constituição Federal
podem ser instituídas por lei ordinária;
3) É entendimento consolidado do Supremo Tribunal Federal que a contribuição para a
Seguridade pode sim ter fato gerador ou base de cálculo de outro imposto já existente, podendo
ser também cumulativa;
4) Servidor federal, estadual ou municipal com regime próprio ou o militar que venha a exercer,
concomitantemente, uma ou mais atividades abrangidas pelo Regime Geral da Previdência Social,
torna-se segurado obrigatório em relação a essas atividades.

Teorias sobre a natureza jurídica da contribuição à seguridade social

Diversas são as teorias que tentam explicar a natureza jurídica da contribuição para a
seguridade social, isto é, o que representa, para o direito, a contribuição para a seguridade.
Vejamos as teorias e as respectivas críticas e, num momento posterior, as posições
predominantes na doutrina e na jurisprudência do Supremo Tribunal Federal:

Teoria do prêmio seguro


A natureza jurídica da contribuição à seguridade Social se equipara, segundo essa teoria,
ao prêmio pago pelo beneficiário às companhias seguradoras. Poderia ser chamado de
prêmio de seguro de direito público, em face da obrigatoriedade da contribuição que é
efetuada em benefício dos segurados, atendendo ao regime jurídico de custeio do sistema
da Seguridade Social.

Crítica: A ideia de prêmio de Seguro não se assemelha à Seguridade Social, pois esta tem por
objetivo amparar as pessoas que estejam em situação de necessidade. Além disso, a Seguridade
Social tem por objetivo distribuir renda. Acrescente-se, ainda, que a contribuição para a Seguridade
Social pertence ao direito público, é compulsória e independe da vontade do particular.

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Teoria do Salário Diferido
Para a Teoria do Salário Diferido, a contribuição para a Seguridade Social seria um salário
diferido, porque o benefício resultante não seria pago imediatamente ao trabalhador. Seria um salário
adquirido no presente a ser utilizado no futuro, uma poupança diferida, uma forma de pecúlio.

Crítica: A crítica a esta teoria consiste no fato de que inexiste uma relação de direito privado para o
pagamento da contribuição. A relação é de direito público, incidindo a contribuição por imposição da
lei. Também não se trata de salário, pois o órgão pagador é o INSS, não um empregador. Ademais,
o valor a ser percebido, por exemplo, na aposentadoria, não terá necessariamente o mesmo valor do
contrato de trabalho sobre o qual se deu a contribuição.

Teoria do salário atual


Consoante esta teoria, a contraprestação pela realização do trabalho se dá mediante o
pagamento de duas quotas: uma entregue diretamente ao operário, como retribuição pelos
serviços prestados, outra destinada aos fins da seguridade social. Essa quota visa a assegurar
uma existência digna para a garantia da satisfação de necessidades futuras, determinadas pela
ocorrência de certos eventos que venham a prejudicar a renda pessoal.

Crítica: Critica-se esta teoria sob o entendimento de que não há atualidade em tal salário, nem este
é pago diretamente pelo empregador. Não pode o referido salário ser exigido de imediato, apenas se
atendidas determinadas condições especificadas em lei.

Teoria fiscal
A contribuição à seguridade social é uma obrigação tributária, uma prestação pecuniária
compulsória paga ao ente público, com a finalidade de constituir um fundo econômico para o
financiamento do serviço público. Portanto, a contribuição para a Seguridade Social é um tributo.

Crítica: A contribuição não se enquadraria em nenhuma das espécies de tributo (não é imposto,
não é taxa, nem contribuição de melhoria).

Teoria parafiscal
Contribuição parafiscal é aquela que se destina a sustentar encargos do Estado que não lhe
seriam próprios. A contribuição para a Seguridade Social seria parafiscal, porque se destinaria
a custear uma necessidade social da comunidade, qual seja o futuro benefício previdenciário.

Crítica: O fato do sujeito ativo não ser a própria entidade estatal, mas outra pessoa especificada por
lei (INSS), que arrecada a contribuição não alteraria sua natureza de tributo.

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Unidade: Previdência. Fontes de custeio. Segurados.

Teoria da exação ‘sui generis’


A Contribuição à Seguridade Social nada tem a ver com o Direito Tributário, não é tributo
nem contribuição parafiscal, mas sim uma imposição estatal atípica, uma determinação legal,
cogente, prevista na Constituição e na legislação ordinária. Não sendo tributo, seria uma exação
sui generis, uma exigência compulsória com previsão legal.

Posição em nível jurisprudencial - A orientação firmada pelo Supremo Tribunal


Federal é no sentido de que a contribuição para a Seguridade Social é modalidade de
tributo que não se enquadra na espécie de imposto, taxa ou contribuição de melhoria.
Posição predominante da doutrina - As contribuições para a Seguridade Social
possuem natureza jurídica tributária, estando sujeitas a regime constitucional
peculiar aos tributos, salvo o princípio da anterioridade clássico, pois essas
contribuições se subordinam ao princípio da anterioridade nonagesimal, previsto
no art. 195, § 6º da Constituição Federal.

Segurados do RGPS

Segurados

Ideias-chave
O conceito de segurado DEVE compreender:
a) aqueles que exercem atividade remunerada, tanto efetiva, diária (trabalhador empregado), como
ocasional (trabalhador eventual). Para ser segurado, o trabalhador poderá ou não ter vínculo
empregatício;
b) aqueles que já exerceram atividade remunerada (os aposentados) e os que não mais estão
exercendo (desempregados);
c) aqueles que não exercem atividade remunerada, como o estudante e a dona de casa e, todavia,
contribuem para o sistema.

Segurado pode ser definido como sendo a pessoa física que exerce, já exerceu ou não exerce
atividade remunerada, efetiva ou eventual, com ou sem vínculo empregatício, bem como o que
não exerce atividade remunerada, porém contribui para a Previdência Social.
Sobre a questão da idade de filiação, é imperioso ressaltar que o Brasil ratificou a Convenção 138
da OIT, pelo Decreto Legislativo 179, de 14/12/99; e o Decreto nº 4.134/02 aprovou o texto, em que
consta idade mínima para admissão a emprego como sendo 16 anos. A condição de aprendiz, a
partir dos 14 anos é admitida pela CF/88, sendo que o ECA assegura ao aprendiz maior de 14 anos
direitos trabalhistas e previdenciários, sendo assim filiado ao RGPS como segurado empregado.

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Logo, para ser segurado, a pessoa deve ser maior de dezesseis anos, ou de quatorze anos, se
aprendiz. (art. 7º, XXXIII). Não há idade máxima para a filiação, que pode ocorrer a qualquer tempo.
Impende ressaltar, como já visto na Unidade anterior, que o aposentado que estiver exercendo
ou que voltar a exercer atividade pelo Regime Geral da Previdência Social é segurado em
relação a essa atividade e deverá realizar as contribuições previstas na Lei nº 8.212, para custeio
da Seguridade.
Para adquirir a condição de Segurado, a pessoa deve estar filiada ao Regime Geral da
Previdência Social.
FILIAÇÃO é o vínculo que se estabelece entre a previdência social e as pessoas que para
ela contribuem, do qual decorrem direitos e obrigações. No caso dos segurados obrigatórios,
que estudaremos mais adiante, a filiação decorre automaticamente do exercício da atividade
remunerada abrangida pelo RGPS. A filiação é, portanto, obrigatória, compulsória, independente
da vontade do segurado e ocorre automaticamente com o simples exercício da atividade laboral
remunerada. É um ato informal.
A filiação do Segurado Facultativo, que estudaremos adiante, decorre da formalização
da inscrição por ato de vontade e do pagamento da primeira contribuição, ou seja, para o
facultativo, o vínculo com o RGPS não é automático, mas surge apenas com o recolhimento da
contribuição previdenciária.
Destaque-se que a qualidade de segurado, portanto, é condição necessária, porém
insuficiente, para a obtenção dos benefícios previdenciários. Ele há de estar inscrito, realizando
as contribuições mensais e há de cumprir o período de carência estipulado em lei para obter os
citados benefícios.
É mister que fique claro a distinção entre os institutos jurídicos da inscrição e da filiação. Da
filiação, como vimos, resulta a condição de segurado, surgindo o vínculo entre a Previdência e
o cidadão. A inscrição do segurado no ente previdenciário, por seu turno, é ato formal pelo qual
o beneficiário é cadastrado no RGPS, mediante comprovação dos dados pessoais e de outros
elementos necessários e úteis a sua caracterização. É a apresentação do segurado perante o
segurador, qualificando-se. Por intermédio da inscrição se individualiza a pessoa que terá direito
à proteção previdenciária e a pessoa que é devedora da contribuição previdenciária.
Consoante o art. 18 do Decreto nº 3.048/99, a inscrição do segurado obrigatório se dá da
seguinte maneira:
Pelo preenchimento dos documentos que os habilitem ao exercício da
Empregado/ atividade, formalizado pelo contrato de trabalho, no caso de empregado, e
Trabalhador avulso pelo cadastramento e registro no sindicato ou órgão gestor de mão-de-obra,
no caso de trabalhador avulso.
Pela apresentação de documento que comprove a existência de contrato
Empregado doméstico
de trabalho.
Contribuinte Pela apresentação de documento que caracterize a sua condição ou o
individual exercício de atividade profissional, liberal ou não. Ex: inscrição na OAB.
Segurado especial Pela apresentação de documento que comprove o exercício de atividade rural.
Pela apresentação de documento de identidade e declaração expressa de que
Facultativo
não exerce atividade que o enquadre na categoria de segurado obrigatório.

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Unidade: Previdência. Fontes de custeio. Segurados.

Informações importantes
1) Se o segurado exerce mais de uma atividade remunerada sujeita ao RGPS, concomitantemente,
será obrigatoriamente inscrito em relação a cada uma delas;
2) A anotação em CTPS vale para todos os efeitos como prova de filiação à Previdência Social, em
relação ao contrato de trabalho, tempo de serviço e salário-de-contribuição. Trata-se, todavia, de
presunção relativa;
3) Presentes os pressupostos da filiação, admite-se a inscrição após a morte do segurado especial.

Manutenção e perda da qualidade de segurado


A participação nos planos previdenciários depende de contribuição, mas, sob determinadas
circunstâncias, o segurado continua fazendo jus às prestações do RGPS, ainda que não contribua.
É o denominado período de graça. O art. 13 do Dec. nº 3.048/99 estipula os seguintes períodos
de graça, independentemente de contribuições:

Prazo Circunstância
Sem limite de Estar no gozo de benefício previdenciário (durante o gozo de benefício
prazo previdenciário o segurado não contribui, salvo o benefício da licença maternidade).
Da cessação de benefício por incapacidade ou após a cessação das contribuições, o
Até 12 meses segurado que deixar de exercer atividade remunerada abrangida pela Previdência
Social ou estiver suspenso ou licenciado sem remuneração.
Até 3 meses Licenciamento do segurado incorporado às Forças Armadas para prestar serviço militar.
Até 6 meses Da cessação das contribuições para o segurado facultativo.

Os períodos de graça podem ser maiores conforme a contribuição do Segurado. Assim:


a) Será de até 24 meses o período de graça para o trabalhador que tiver pago mais de 120
contribuições sem interrupção, a contar da cessação de benefício por incapacidade ou
após a cessação das contribuições, o segurado que deixar de exercer atividade remunerada
abrangida pela Previdência Social ou estiver suspenso ou licenciado sem remuneração;
b) Será de até 24 meses o período de graça para o segurado desempregado, desde que
comprovada essa situação por registro no órgão próprio do Ministério do Trabalho e
Emprego, a contar da cessação de benefício por incapacidade ou após a cessação das
contribuições, o segurado que deixar de exercer atividade remunerada abrangida pela
Previdência Social ou estiver suspenso ou licenciado sem remuneração.
c) Será de até 36 meses o período de graça para o trabalhador que tiver pago mais de 120
contribuições sem interrupção, a contar da cessação de benefício por incapacidade ou
após a cessação das contribuições, o segurado que deixar de exercer atividade remunerada
abrangida pela Previdência Social ou estiver suspenso ou licenciado sem remuneração e
estiver desempregado.

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Obs.: A extensão do prazo de graça para 24 ou 36 meses somente ocorre em adição ao período
básico de até 12 meses. Trata-se, portanto de uma prorrogação por mais doze meses, no caso
de desempregado ou de segurado que tenha realizado mais de 120 contribuições mensais
interruptas sem perda da qualidade de segurado; e o prazo de 36 meses corresponde a uma
segunda prorrogação de 12 meses ao segurado que tenha realizado mais de 120 contribuições
mensais interruptas sem perda da qualidade de segurado e esteja desempregado.

No caso de o segurado vir a ser preso, é suspenso o período de graça por tantos anos quantos
forem os de prisão e, após a soltura, mais os que restarem até 12 meses, subtraindo os períodos
não contributivos em razão de fuga.
Expirados os prazos anteriormente mencionados sem que a pessoa volte a contribuir ocorre
a perda da qualidade de segurado. A perda da qualidade de segurado importa em caducidade
dos direitos inerentes a essa qualidade, ocorrendo a extinção da relação jurídica com o INSS,
não fazendo mais jus ao benefício.
Todavia, a perda da qualidade de segurado não prejudica o direito à aposentadoria para cuja
concessão tenham sido preenchidos todos os requisitos; não é considerada para a concessão das
aposentadorias por tempo de contribuição especial e nem será considerada para a concessão de
aposentadoria por idade desde que o segurado conte com, no mínimo o tempo de contribuição
correspondente ao exigido para efeito de carência na data do requerimento do benefício.

Classificação dos segurados


Podemos dividir os Segurados em quatro grupos:

Segurados obrigatórios comuns Empregado, empregado doméstico e o trabalhador avulso.


Segurados obrigatórios individuais Autônomos, eventuais e empresários.
Segurados obrigatórios especiais Produtor rural.
Segurados facultativos Donas de casa ou estudante.

Passemos ao estudo de cada um dos grupos de segurados:

Segurados obrigatórios comuns


Empregado
Trata-se da pessoa física que presta serviço de natureza urbana ou rural, em caráter não
eventual e subordinada as ordens de um empregador. São características do segurado empregado
a pessoalidade (a relação de emprego é relação jurídica de direito pessoal, assim o trabalho
somente pode ser realizado pelo próprio empregado, salvo casos excepcionais com a anuência
do empregador); não-eventualidade (é considerado empregado aquele que presta serviço de
natureza permanente, necessária à continuidade da atividade empresarial); subordinação (refere-
se ao direito do empregador de dirigir, fiscalizar e ordenar da forma que melhor lhe convier os
serviços contratados) e onerosidade (o empregador recebe a prestação de serviços por parte do
empregado e, em contrapartida, deve pagar pelos serviços que recebeu do empregado).

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Unidade: Previdência. Fontes de custeio. Segurados.

São considerados empregados para fins previdenciários e segurados obrigatórios:

é aquele que presta serviço de natureza


Empregado urbano urbana (secretária, administrador de empresas,
advogado, etc.).
pessoa física que, em propriedade rural ou
prédio rústico, presta serviços com continuidade
Empregado Rural
a empregador rural mediante dependência e
salário (vide Lei nº 5.889/73.).
pessoa que, exercendo a função de diretor
na empresa, continua tendo subordinação
ao empregador; aquele que, participando ou
Diretor Empregado não do risco econômico do empreendimento,
seja contratado ou promovido para cargo de
direção das sociedades anônimas, mantendo as
características inerentes à relação de emprego.
o contratado por empresa de trabalho
temporário, por prazo não superior a três
meses, prorrogável, presta serviço para atender
a necessidade transitória de substituição de
Trabalhador Temporário
pessoal regular e permanente ou a acréscimo
extraordinário de serviço de outras empresas,
na forma da legislação própria (vide Lei nº
6.019/74).

O brasileiro ou o estrangeiro domiciliado e contratado


no Brasil para trabalhar como empregado no exterior,
em sucursal ou agência de empresa constituída sob as
leis brasileiras e que tenha sede e administração no
País. Ou o brasileiro ou o estrangeiro domiciliado e
Ex: Juan, economista, argentino, domiciliado
contratado no Brasil para trabalhar como empregado
em Florianópolis, é contratado, em São Paulo,
em empresa domiciliada no exterior com maioria do
pelo Banco Itaú para ser gerente de agência
capital votante pertencente a empresa constituída sob
recém inaugurada em Bogotá.
as leis brasileiras, que tenha sede e administração
no País e cujo controle efetivo esteja em caráter
permanente sob a titularidade direta ou indireta de
pessoas físicas domiciliadas e residentes no País ou de
entidade de direito público interno.

Aquele que presta serviço no Brasil à missão


diplomática ou a repartição consular de carreira
estrangeira e a órgãos a elas subordinados, ou a
membros dessas missões e repartições, excluídos o Ex: Empregados de consulados de outros
não-brasileiro sem residência permanente no Brasil e países no Brasil.
o brasileiro amparado pela legislação previdenciária
do país da respectiva missão diplomática ou repartição
consular .
O brasileiro, exceto militar, que trabalha para a União
no exterior, em organismos oficiais internacionais
Ex: Representante brasileiro na ONU a serviço
dos quais o Brasil seja membro efetivo, ainda que
do Governo Federal.
lá domiciliado e contratado, salvo se amparado por
regime próprio de previdência social.

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O brasileiro civil que presta serviços à União no
exterior, em repartições governamentais brasileiras,
Ex: Empregados de consulados brasileiros no
lá domiciliado e contratado, inclusive o auxiliar local
exterior. OBS: auxiliares locais de nacionalidade
de que trata a Lei nº 8.745, de 9 de dezembro de
estrangeira não são cobertos pelo RGPS
1993, este desde que, em razão de proibição legal,
não possa filiar-se ao sistema previdenciário local.

O bolsista e o estagiário que prestam serviços à


empresa, em desacordo com o artigo 3º da Lei
11.788, de 25 Set 08.
OBS: A nova lei de Estágio prevê que não haverá
vínculo de emprego nem encargos sociais, trabalhistas
e Previdenciários se observados seguintes requisitos: 1)
matrícula e frequência regular do educando em curso de
educação superior, de educação profissional, de ensino
médio, da educação especial e nos anos finais do ensino Ex: aluno de história que atua como estagiário
fundamental, na modalidade profissional da educação em caixa de banco
de jovens e adultos e atestados pela instituição de
ensino; 2) celebração de termo de compromisso entre o
educando, a parte concedente do estágio e a instituição
de ensino; 3) compatibilidade entre as atividades do
estágio e aquelas previstas no termo de compromisso.
O estágio, ainda deverá ter acompanhamento do
professor orientador da instituição de ensino e por
supervisor da parte concedente.
Ex: Assessores de deputados e senadores,
O servidor ocupante, exclusivamente, de cargo
ocupantes de cargos comissionados. OBS: Se o
em comissão declarado em lei de livre nomeação e
comissionado já for segurado de outro regime
exoneração (Vide Lei nº 8.647/93).
previdenciário, não será segurado obrigatório.

O servidor ocupante de cargo efetivo, desde que, Ex: Servidor de uma prefeitura que não instituiu
nessa qualidade, não esteja amparado por regime regime próprio de Previdência, que garanta
próprio de previdência social. aposentadoria e pensão;

O servidor contratado por tempo determinado, para


atender a necessidade temporária de excepcional Ex: pessoa contratada para combate a
interesse público, nos termos do inciso IX do art. 37 epidemias.
da Constituição Federal .

O escrevente e o auxiliar contratados por titular


de serviços notariais e de registro a partir de 21 de
(OBS: notários e oficiais de registro são
novembro de 1994, bem como aquele que optou pelo
contribuintes individuais).
Regime Geral de Previdência Social, em conformidade
com a Lei nº 8.935, de 18 de novembro de 1994.

O exercente de mandato eletivo federal, estadual ou


municipal, desde que não vinculado a regime próprio
de previdência social.
O empregado de organismo oficial internacional ou Ex: empregado da UNICEF, caso não esteja
estrangeiro em funcionamento no Brasil, salvo quando coberto por regime próprio de previdência
coberto por regime próprio de previdência social social.

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Unidade: Previdência. Fontes de custeio. Segurados.

Empregado doméstico
É aquele que presta serviço de natureza contínua e de finalidade não lucrativa à pessoa ou
à família no âmbito residencial destas. Descaracteriza a condição de empregado doméstico, por
exemplo, o fato de a empregada produzir doces caseiros para serem vendidos em lojas e feiras.
A caracterização do empregado doméstico depende que sua atividade seja contínua, não
esporádica ou eventual.
São empregados domésticos o caseiro, a enfermeira, o jardineiro, o mordomo e o motorista
particular, desde que trabalhem para uma família.

Trabalhador Avulso
É aquele que, sindicalizado ou não, presta serviços de natureza urbana ou rural, sem vínculo
empregatício, a diversas empresas, com intermediação obrigatória do sindicato da categoria ou
órgão gestor de mão-de-obra.
O que caracteriza um trabalhador avulso: (a) curta duração dos serviços prestados; (b)
remuneração paga por meio de rateio procedido pelo sindicato; (c) intermediação da mão-
de-obra por meio de sindicato ou órgão gestor de mão-de-obra – OGMO; (d) possibilidade de
prestação de serviços a mais de uma empresa; (e) inexistência de vínculo, quer com a empresa,
quer com o sindicato ou OGMO.
São exemplos de trabalhadores avulsos: o trabalhador que exerce atividade portuária de
capatazia, estiva, conferência e conserto de carga; o trabalhador de estiva de mercadorias de
qualquer natureza, inclusive carvão e minério; o trabalhador em alvarenga; o guidasteiro; o
prático de barra em portos; o amarrador de embarcação; o ensacador de café, cacau, sal e
similares; o trabalhador na indústria de extração de sal; o carregador de bagagem em porto; o
classificador, o movimentador e o empacotador de mercadoria e outros assim classificados pelo
Ministério do Trabalho.

Contribuintes individuais
É a pessoa física que recolhe individualmente suas contribuições. Estão previstos no art. 12,
V da Lei nº 8.212/91 dentre os quais:
a) A pessoa física, proprietária ou não, que explora atividade agropecuária, a qualquer título,
em caráter permanente ou temporário, em área superior a 4 (quatro) módulos fiscais; ou,
quando em área igual ou inferior a 4 (quatro) módulos fiscais ou atividade pesqueira, com
auxílio de empregados ou por intermédio de prepostos; ou ainda nas hipóteses dos §§ 10
e 11 do art. 12 da Lei nº 8.212/91; (Lei nº 11.718, 20.06.08).
b) A pessoa física, proprietária ou não, que explora atividade de extração mineral - garimpo,
em caráter permanente ou temporário, diretamente ou por intermédio de prepostos, com ou
sem o auxílio de empregados, utilizados a qualquer título, ainda que de forma não contínua
c) O ministro de confissão religiosa e o membro de instituto de vida consagrada, de
congregação ou de ordem religiosa.

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d) O brasileiro civil que trabalha no exterior para organismo oficial internacional do qual o
Brasil é membro efetivo, ainda que lá domiciliado e contratado, salvo quando coberto por
regime próprio de previdência social.
e) quem presta serviço de natureza urbana ou rural, em caráter eventual, a uma ou mais
empresas, sem relação de emprego (trabalhador eventual).
f) a pessoa física que exerce, por conta própria, atividade econômica de natureza urbana,
com fins lucrativos ou não. (trabalhador autônomo)
g) O titular de firma individual urbana ou rural, o diretor não empregado e o membro de conselho
de administração de sociedade anônima, o sócio solidário, o sócio de indústria, o sócio
gerente e o sócio cotista que recebam remuneração decorrente de seu trabalho em empresa
urbana ou rural, e o associado eleito para cargo de direção em cooperativa, associação ou
entidade de qualquer natureza ou finalidade, bem como o síndico ou administrador eleito
para exercer atividade de direção condominial, desde que recebam remuneração.

Encontramos, na Doutrina, para fins didáticos, a divisão dos segurados obrigatórios individuais
em autônomos, eventuais e empresários.
Autônomo é a pessoa física que exerce por conta própria atividade econômica remunerada
de natureza urbana, com fins lucrativos ou não. (alínea ‘h’ do inciso V do art. 12 da Lei nº 8.212).
Apesar da definição da lei falar em “atividade de natureza urbana”, estão também
abrangidas atividades rurais. Por exemplo, o veterinário, o engenheiro agrônomo conquanto
exerçam suas atividades muitas vezes no meio rural, não deixam de ser profissionais liberais
do mesmo modo que o advogado, o contador ou o dentista e, como estes, são considerados
autônomos para fins previdenciários.
O trabalhador autônomo exerce atividade de natureza habitual para o tomador de serviços
e não vez ou outra.
Trabalhador eventual é a pessoa física que presta serviços de natureza urbana ou rural em
caráter esporádico a uma ou mais empresas, sem relação de emprego. (alínea ‘g’ do inciso V do
art. 12 da Lei nº 8.212).
O trabalho prestado é ocasional, fortuito, esporádico. Não é eventual o trabalho por não se
inserir na vida normal da empresa. Exemplo: eletricista que trabalha na indústria automobilística.
Esta indústria não vende eletricidade, mas a produção de veículos, o trabalhador que presta
serviços com habitualidade, sob dependência e mediante salário, será considerado empregado.
Por outro lado, se o eletricista comparece apenas vez ou outra para reparar instalações elétricas
está configurada a eventualidade.
Os trabalhadores autônomos e os eventuais estão listado no § 15 do art. 9º do Decreto nº 3.048/99.
Empresário é o segurado contribuinte individual que, em empresa urbana ou rural, exerce a
atividade de gestão ou administração. Integra o rol de contribuintes individuais sendo, portanto,
segurado obrigatório.
De acordo com o art. 966 do Código Civil, é a pessoa física que executa profissionalmente
atividade economicamente organizada visando à produção de bens ou serviços para o mercado,
com finalidade de lucro.
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Unidade: Previdência. Fontes de custeio. Segurados.

São considerados empresários: o diretor não-empregado; o membro de Conselho de


Administração na Sociedade Anônima; todos os sócios na sociedade em nome coletivo e na
sociedade de capital e indústria; o sócio-gerente e o sócio cotista que recebem remuneração
decorrente de seu trabalho e o administrador não-empregado na sociedade limitada; e o síndico
ou administrador eleito para direção condominial, desde que recebam remuneração.

Segurados especiais
Considera-se segurado especial o produtor, o meeiro e o arrendatário rurais, o pescador
artesanal e seus assemelhados, que exercem atividades individualmente ou em regime de
economia familiar, com ou sem auxílio eventual de terceiros, mas sem empregados permanentes,
bem como seus respectivos cônjuges ou companheiros e filhos maiores de 16 anos de idade ou
a eles equiparados, desde que trabalhem comprovadamente com o grupo familiar respectivo.
Em resumo, o pequeno produtor rural,
que explore atividade agropecuária em área de até 4 (quatro) módulos fiscais ou
atividade de seringueiro ou extrativista vegetal que exerça suas atividades nos
termos do inciso XII do caput do art. 2° da Lei n° 9.985, de 18 de julho de 2000,
e faça dessas atividades o principal meio de vida. Também é segurado especial
o pescador artesanal.

A contribuição para a seguridade social do Segurado Especial se dá mediante a aplicação de


uma alíquota sobre o resultado da comercialização da produção e farão jus aos benefícios nos
termos da lei. A base constitucional do segurado especial está no § 8º do art. 195 da CF/88.

Atenção
1) A expressão “regime de economia familiar” Significa a atividade em que o trabalho dos membros
da família é indispensável à própria subsistência e ao desenvolvimento socioeconômico do núcleo
familiar e é exercido em condições de mútua dependência e colaboração, sem a utilização de
empregados permanentes;
2) o grupo familiar poderá utilizar-se de empregados contratados por prazo determinado ou mesmo
contribuinte individual, como um tratorista, em épocas de safra, à razão de no máximo 120 (cento
e vinte) pessoas/dia por ano civil, em períodos corridos ou intercalados ou, ainda, por tempo
equivalente em horas de trabalho. A relação pessoas/dia quer dizer o seguinte: poderá o segurado
especial utilizar-se de um empregado por até 120 dias dentro de um mesmo ano civil. Se tiver dois
empregados, poderá mantê-los por até 60 dias e assim por diante.
3) o falecimento de um ou ambos os cônjuges não retira do filho maior de 16 anos a condição de
segurado especial, desde que permaneça exercendo a atividade individualmente ou em regime de
economia familiar;
4) Se um dos membros do grupo familiar possuir outra fonte de rendimento ele não será considerado
segurado especial, salvo se dirigente sindical no exercício do mandato se percebe pensão por
morte deixada por segurado especial ou se percebe auxílio-acidente, auxílio-reclusão ou pensão
por morte em valor inferior ao menor ao benefício de prestação continuada.

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Segurado facultativo
É a pessoa física que, não estando em nenhuma das situações que a lei considera como
segurado obrigatório, deseja contribuir para a Seguridade Social, desde que maior de 14 anos,
segundo a doutrina, ou de 16 anos (segundo o Decreto nº 3.048/99).
Conforme o art. 11 do Decreto nº 3.048 segurados facultativos, entre outros: a dona
de casa; o síndico de condomínio não remunerado; o estudante; o brasileiro que acompanha
cônjuge que presta serviço no exterior; aquele que deixou de ser segurado obrigatório do RGPS;
o membro do Conselho Tutelar do Menor; o presidiário que não exerce atividade remunerada
nem esteja vinculado a qualquer regime de previdência social.

Atenção
1) é vedado filiar-se como facultativo a pessoa participante de regime próprio, salvo se afastado em
licença sem vencimentos e desde que não se permita, nesta condição, contribuição ao respectivo
regime jurídico.
2) A filiação do segurado facultativo acontece a partir da inscrição e do primeiro recolhimento
da contribuição.

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Unidade: Previdência. Fontes de custeio. Segurados.

Material Complementar

Visando a auxiliar os estudos, recomendamos a leitura dos seguintes capítulos de


livros disponíveis em nossa biblioteca:
• VIANA, J. E. A. Curso de Direito Previdenciário. Editora Atlas. Parte II, páginas 61 a
403 e Parte III, páginas 414 a 441.
• MARTINS, S. P. Direito da Seguridade Social. Editora Atlas: Capítulos 9 a 14; 18 e 19.
• IBRAHIM, F. Z. Curso de Direito Previdenciário. Editora Impethus, 2009. Capítulos
1, 2, 4, 5, 6, 7 e 8.
• DIAS, E. R.; MACÊDO, J. L. M. Curso de Direito Previdenciário. Editora Método.
Capítulo 7 e Capítulos de 19 a 36.

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Referências

CASTRO, C. A. P.; LAZZARI, J. B. Manual de Direito Previdenciário. 11 ed. São Paulo.


Conceito Editorial 2009.

DIAS, E. R.; MACEDO, J. L. M. Curso de Direito Previdenciário. São Paulo. Editora Método
2009.

HORVATH JUNIOR, M. Direito Previdenciário. 7. ed. São Paulo. Quartier Latin. 2008

IBRAHIM, F. Z. Curso de Direito Previdenciário. 14 ed. Rio de Janeiro. Impethus, 2009.

MARTINS, S. P. Direito da Seguridade Social. 12 ed. São Paulo. Atlas, 2011.

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Unidade: Previdência. Fontes de custeio. Segurados.

Anotações

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Tel: (55 11) 3385-3000

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