ASPECTOS ANATOMOPATOLÓGICOS DA LEPTOSPIROSE EM CÃES: 53 CASOS
(1965-2011)
Embora exista diferentes métodos para o diagnóstico da leptospirose, muitos resultados
são duvidosos podendo gerar um falso-positivo ou um falso-negativo, o que têm colocado essa doença como um desafio ao patologista. Logo, esse trabalho tem o objetivo de estabelecer critérios anatomopatológicos para o diagnóstico da leptospirose, com isso minimiza os problemas relacionados a essa doença. Os resultados demostrados devem servir de alerta para os patologistas veterinários, pois a apresentação anatomopatológica da leptospirose canina não se modificou, mantendo-se semelhante àquela descrita internacionalmente em 1980. Na necropsia, as principais lesões observadas foram a icterícia e a hemorragia, principalmente no pulmão. Alterações macroscópicas hepáticas e renais foram frequentes e caracterizavam-se principalmente por descoloração, acentuação do padrão lobular hepático e estriações brancas na superfície de corte dos rins. Nas lesões renais, foram quase que exclusivamente agudas ou subagudas e caracterizavam-se por graus variados de degeneração e necrose do epitélio tubular, que vai resultar em disfunção tubular ou descolamento da membrana basal, além de poder ter uma diminuição da função excretora renal em um período de minutos a dias. No pulmão, foram encontradas lesões frequentes e caracterizaram-se por hemorragia e edema. Dos casos que havia hemorragia pulmonar foi por conta da presença de agregados de neutrófilos, detritos celulares e trombos de fibrina obstruindo a luz dos microvasos pulmonares, que demostraram graus variáveis de hialinização nas suas paredes. Hemorragia pulmonar é uma descarga aguda catastrófica de sangue ou hemorragia contínua do pulmão, trato respiratório superior, tubo endotraqueal ou alvéolos. O início da doença é geralmente caracterizado pelo transbordamento de sangue durante a tosse, isto é, hemoptise ou deficiência de oxigenação resultando em cianose. Por muitos anos, hemorragia pulmonar foi a única lesão histológica reconhecida para a doença nessa espécie, entretanto, recentemente, deposição de fibrina intra-alveolar também foi descrita, observou com frequência um leve a moderado infiltrado inflamatório nos espaços alveolares, constituído principalmente por macrófagos e neutrófilos, parecido com a doença humana. A partir da patologia anatômica observada nos rins, fígado e pulmões, podemos afirmar que a leptospirose em cães da zona central do RS é quase exclusivamente uma doença aguda a subaguda. Assim, recomendamos que os critérios histopatológicos para o diagnóstico de leptospirose canina incluam a presença simultânea de nefrite tubulointersticial aguda ou subaguda, hepatite reativa inespecífica e dano alveolar difuso em cães comprovados na necropsia, incluindo hemorragia alveolar difusa com capilarite. Icterícia, hemorragia urêmica e patologia extra-renal.
Estagio em UTI: DPOCanos):- Tórax alargado- Movimentos respiratórios ampliados- Uso dos acessórios da respiração- Hiperexpansão torácica- Cianose ausente