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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

ESCOLA DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

CURSO DE PSICOLOGIA

Disciplina: Orientação profissional

Professora: Cláudia Schead Schiessl

Acadêmica: Isabela Brasil Correia e Júlia Guidi Leite

ESTUDO DE CASO - Orientação Profissional

Nessa avaliação você deverá escolher um estudo de caso e na condição de


psicólogo, analisar o caso bem como, desenvolver um plano de ação, considerando
a demanda, a queixa de carreira, o contexto apresentado, o tempo, a necessidade,
as possibilidades, limitações, formato de trabalho e instrumentos.

1. Questão: Identificar o tipo de intervenção e a abordagem, bem como o formato


(individual ou em grupo), fundamentar teoricamente e referenciar a abordagem
(definição, objetivos e principais estratégias).

2. Questão: Escolher um dos casos, analisar a demanda e a queixa de carreira e


desenvolver um plano de ação. O planejamento deverá seguir modelo sugerido e
todas as estratégias pensadas, devem estar justificadas.

Estudo de Caso 1

1. Teoria

1.1 Intervenção e abordagem

Acadêmica de tecnologia de Jogos Digitais. Queixa de ansiedade, crise de panico,


dificuldades de aprendizagem, insatisfação e não identificação com o curso. Rede
de apoio enfraquecida, o que lhe causa tristeza e sentimento de solidão. Estuda e
trabalha em outra área.

1.2 Formato

Os encontros serão individuais e presenciais, com a equipe de orientação


profissional da universidade, que conta com o serviço de psicologia.

1.3 Fundamentação teórica e abordagem

A fundamentação teórica irá se basear no capítulo “Não era aquilo que eu queria…”:
um estudo com universitários que vivenciaram a reescolha de curso, do livro
“Orientação de Carreira: Investigação e Práticas”. O caso exemplifica o sofrimento
que está sendo possivelmente gerado por conta da escolha feita na fase final da
adolescência.

A escolha profissional coincide com o momento do desenvolvimento em que o


sujeito está passando por diversas mudanças e descobertas decorrentes da
adolescência, relacionados a identidade e conhecimento dessa nova realidade do
mundo. Desta forma, em meio a falta de informações suficientes e dificuldade de
identificar sua identidade, o jovem faz a escolha possível para o momento
(CAMPOS; SEHNEM, 2015).

Além disso, segundo Campos e Sehnem (2015), a universidade carrega diversas


idealizações, principalmente relacionadas ao futuro profissional. Frente a essas
diversas expectativas, quando o estudante entra na universidade ele não possui
clareza sobre o curso e a escolha realizada, o que pode lhe causar insegurança,
insatisfação, questionamentos e resultar na transferência de curso. Segundo os
autores, isso pode estar relacionado com o fato de que nos semestres iniciais as
disciplinas são mais teóricas e menos práticas.

O capítulo irá indicar 3 fatores que indicam a escolha do curso e posteriormente a


insatisfação com o curso e possível transferência, o fator familiar, o fator financeiro e
o fator da falta de conhecimento do mercado de trabalho. Esses fatores estão
presentes no relato de Ana, a qual o estudo de caso se refere (CAMPOS; SEHNEM,
2015).

No caso de Ana, segundo os autores, através da busca dela pela orientação


profissional, demonstra certo desejo em continuar a estudar, sendo uma candidata
boa para o processo de OP. É necessário avaliar com ela em através de quais
fatores a insatisfação dela pode estar vindo, para ser um possível jeito de guiar o
trabalho (CAMPOS; SEHNEM, 2015).

2. Prática

Demanda: Ana, 22 anos, segundo período de téc. em jogos digitais, queixa de


ansiedade, insatisfação e não identificação com o curso. Rede de apoio
enfraquecida, pânico ao entrar em sala de aula. Dificuldades de aprendizagem.
Mora sozinha e trabalha em outra cidade.

2.1 Demanda

Demanda: Ana, 22 anos, segundo período de téc. em jogos digitais, queixa de


ansiedade, insatisfação e não identificação com o curso. Rede de apoio
enfraquecida, pânico ao entrar em sala de aula. Dificuldades de aprendizagem.
Mora sozinha e trabalha em outra cidade.

2.2 Análise qualitativa

Para a Ana, será realizada a modalidade de Reorientação Profissional ou de


carreira. Sabemos que, uma escolha profissional deve sempre ser consonante com
os ideais e projetos de vida, justificando a importância de trabalhar junto a carreira o
autoconhecimento. Após o autoconhecimento, é de suma importância conhecer o
atual status do mercado, as novas tendências e as possibilidades de
empregabilidade.
Após o autoconhecimento, partimos para a parte prática da configuração de
planejamento, que são as habilidades. A partir das habilidades, será possível
identificar o que é e o que não é operacionalizável, lembrando que as habilidades
positivas não trabalhadas também causam insatisfação com o trabalho. Dado este
conhecimento, iniciam-se os planos e planejamentos e o início da estrutura do
objetivo de carreira, que é um dos pontos principais da reorientação.
No encaminhamento para o encerramento, é feita a parte prática dos
estabelecimentos e objetivos e metas de acordo com os planos, porém, por ser um
momento que pode gerar insegurança, é feita uma sessão livre após. A sessão livre
visa acolher e criar um espaço caloroso, pois os encontros devem sempre ser
permeados de afeto e sensações boas. Após, é realizado o encerramento, pois todo
processo de reorientação deve ser marcado com início, meio e fim, com uma
devolutiva.
Porém, devido ao histórico de Ana e outras carências, como a falta de rede
de apoio, que não conseguem ser exploradas no processo de reorientação
profissional, se recomenda que a paciente faça psicoterapia, como modo de
produção de melhor bem-estar e potencialização de sua rede de apoio.

2.3 Operacionalização e plano de ação

Para facilitar a compreensão do plano de ação, será feita a apresentação de um


quadro, separado por encontros, estratégias e objetivos da sessão.

Sessão Objetivos Estratégias

Sessão inicial, objetivo de


introduzir a importância de
olhar para o passado de Sessão incial. Técnica da
1 - Sessão inicial
modo a compreender o atual linha do tempo
presente e os objetivos
futuros.

Objetivo de compreender,
elucidar e transcrever a sua
2 - Autoconhecimento história, de modo a assimilar Técnica da autobiografia
sua história de vida, suas
dinâmicas de funcionamento
e seus gostos e desgostos,
de modo a alinhar a escolha
da profissão aos seus
valores.

Objetivo de identificar os
pontos fortes e fracos,
Técnica de medos e
3 - Autoconhecimento possibilitando a exploração
temores (adaptada)
dos pontos fortes e o manejo
dos pontos fracos.

Objetivo de pesquisar as
profissões e as
4 - Pesquisa de Sem técnicas - pesquisa
possibilidades a partir dos
mercado em meios digitais.
dados levantados nas
sessões anteriores.

Com um plano de carreira a


vista, inicia-se a ênfase no
desenvolvimento de
habilidades, com foco nos
Técnicas específicas,
pontos fortes, podendo ser
5 - Desenvolvimento avaliadas e estruturadas
eles a níveis: cognitivos,
de habilidades 1 para cada usuário. No
espaciais, visuais, de
caso de Ana, a técnica a
raciocínio, interpessoais,
ser trabalhada será:
entre outros. Iniciaremos a
curtigrama.
exploração com os pontos
fortes, de modo a não
desmotivar o trabalho e
prejudicar o engajamento.

Com um plano de carreira a Técnicas específicas,


6 - Desenvolvimento
vista, inicia-se a ênfase no avaliadas e estruturadas
de habilidades 2
desenvolvimento de para cada usuário. No
habilidades, com foco nos caso de Ana, a técnica a
pontos fracos, podendo ser ser trabalhada será:
eles a níveis: cognitivos, curtigrama.
espaciais, visuais, de
raciocínio, interpessoais,
entre outros.

A partir das habilidades


trabalhadas, do
autoconhecimento e da
ciência de sua história,
começa-se a traçar um
caminho de futuro possível, Técnica “meu eu no
7 - Traçando um
no campo do ideal. Assim, futuro” retirada da Terapia
caminho
será possível também fazer Sistêmica.
uma relação entre o possível
e o não possível,
possibilitando ao próprio
paciente chegar a essa
compreensão.

Após “sonhar”, será feito o


Técnica “meu caminho de
estabelecimento de planos e
pedra” (criada). Essa
metas objetivos, de modo a
técnica visa construir um
ter um caminho sólido a
caminho de pedra entre o
seguir. Esta etapa ocorrerá
8 - Estabelecimento atual e a casa, e cada
após a etapa de idealização,
de planos e metas pedra é uma meta para
para que o usuário tenha
chegar até a casa, que
ciência de que, de fato, há
simboliza o objetivo. A
coisas possíveis de serem
técnica pode ser
feitas e impossíveis de
desenhada ou escrita.
serem feitas.

9 - Suporte e Espaço sem um objetivo Sem técnica - sessão


tira-dúvidas/preparaçã específico, estando aqui com aberta.
o o objetivo de possibilitar que
o usuário tire suas dúvidas a
respeito do processo que se
seguiu pelos últimos 2
meses. Este espaço está ali
para acolher inseguranças e
angústias, de modo a validar
o sofrimento do paciente e
possibilitar acolhimento.

Objetivo de realizar a
devolutiva, para apresentar
as percepções do psicólogo
a respeito do usuário. Deste Técnicas de entrevista
10 - Encerramento e
modo, se marcará o fim do para encerramento e
devolutiva
processo de reorientação devolutiva.
profissional e será dada
efetivamente uma devolutiva
formal.

REFERÊNCIAS:
CAMPOS, C. A.; SEHNEM, S. B.. "Não era aquilo que eu queria": um estudo com
universitários que vivenciam a re-escolha de curso. In: LASSANCE, M. C. P.;
LEVENFUS, R. S.; MELO-SILVA, L. L. Orientação de Carreira: investigação e práticas.
Porto Alegre: Associação Brasileira de Orientação Profissional, 2015. p. 101-109.

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