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Hipersensibilidade
✓ As respostas imunes erradicam os patógenos infecciosos sem provocar graves lesões aos
tecidos do hospedeiro.
✓ Ex: granulomas: causa da lesão tecidual observada na tuberculose e outras infecções crônicas.
Se forem produzidos contra antígenos microbianos, os anticorpos podem se ligar aos antígenos,
produzindo imunocomplexos que se depositam nos tecidos e desencadeiam inflamação.
✓ Ex: enteropatia inflamatória: resposta imune pode ser direcionada contra bactérias comensais que
normalmente residem no intestino e não causam danos.
✓ Hepatite B: linfócitos T citotóxicos eliminam as células infectadas, e essa resposta imune normal
causa danos às células do fígado.
Hipersensibilidade: Causas
✓ 20% ou mais da população é anormalmente responsiva a uma ou mais substâncias ambientais comuns.
✓ Alguns indivíduos tornam-se sensibilizados a antígenos ambientais e substâncias químicas que, em contato
com a pele, desencadeiam reações de células T que levam à inflamação mediada por citocinas, resultando
em sensibilidade de contato.
✓ Reações imunológicas idiossincráticas contra fármacos terapêuticos são também um problema clínico
frequente.
Hipersensibilidade: Mecanismos e Classificação
Doenças: ac contra céls fixas e ag teciduais
Mecanismos: Inflamação
Doenças: ac contra céls fixas e ag teciduais
Mecanismos: Inflamação
✓ Glomerulonefrite: inflamação mediada por anticorpos e ativação leucocitária que causam lesão
tecidual decorrente de anticorpos contra a membrana basal glomerular (chamada síndrome de
Goodpasture, caso os anticorpos também se liguem às membranas basais dos pulmões).
Doenças: ac contra céls fixas e ag teciduais
Mecanismos: Inflamação
✓ anemia perniciosa: anticorpos específicos para o fator intrínseco, necessário para a absorção de
vitamina B12
Figura 19.3 Lesão por imunocomplexos. Os imunocomplexos circulantes se depositam nas paredes dos vasos e induzem
inflamação (vasculite) e trombose.
Doenças mediadas por imunocomplexos
✓ Von Pirquet
✓ Na inflamação imunomediada, as células Th1 e Th17 secretam citocinas que recrutam e ativam
leucócitos.
✓ IL-17 (Th17), promove o recrutamento de neutrófilos; IFN-γ (Th1), ativa macrófagos; TNF e
quimiocinas, produzidos pelos linfócitos T e células da imunidade inata estão envolvidos no
recrutamento e na ativação de muitos tipos de leucócitos.
✓ Citocinas Th2 induzem inflamação alérgica rica em eosinófilos (hipersensibilidade tipo I).
✓ Várias outras células podem produzir as mesmas citocinas nas lesões. Ex: psoríase, as células T
CD8+ também produzem IL-17.
Doenças: inflamação mediada por citocinas
✓ A lesão tecidual resulta de produtos dos neutrófilos e macrófagos recrutados e ativados, como
enzimas lisossomais e espécies reativas de oxigênio.
✓ Células endoteliais vasculares nas lesões podem expressar níveis aumentados de proteínas de
superfície reguladas por citocinas, como moléculas de adesão e moléculas do complexo principal
de histocompatibilidade de classe II.
Doenças: inflamação mediada por citocinas
✓ A inflamação associada a doenças mediadas por células T normalmente é crônica, mas crises de
inflamação aguda podem se sobrepor em uma condição de inflamação crônica de fundo. A
hipersensibilidade do tipo tardio.
✓ Esses distúrbios são causados por reações inflamatórias provavelmente desencadeadas por
neoantígenos formados pela ligação de produtos químicos a proteínas próprias, incluindo
moléculas do MHC. Ambas as células T, CD4+ e CD8+, podem ser a fonte de citocinas nas
reações de sensibilidade de contato.
✓ Exemplos:erupções cutâneas induzidas por hera venenosa e carvalho venenoso (nas quais as
células T reagem contra proteínas próprias que foram modificadas por produtos químicos
vegetais denominados uruxióis); pelo contato com metais (níquel e berílio), além de uma
variedade de produtos químicos, como tiourama, que é utilizado na fabricação de luvas de látex; e
por fármacos terapêuticos.
DTH – Hipersensibilidade do Tipo Tardio
✓ Seres humanos podem ser sensibilizados para as reações de DTH por infeção microbiana, por
sensibilização de contato com produtos químicos e antígenos ambientais, ou por injeção
intradérmica ou subcutânea de antígenos proteicos. A exposição subsequente ao mesmo
antígeno (chamada desafio) provoca a reação.
✓ PPD – Tuberculina.
Reação de hipersensibilidade do tipo tardio
Figura 19.6 Reação de hipersensibilidade do tipo tardio. A infecção ou imunização (vacinação) sensibiliza um indivíduo, e o
desafio subsequente com um antígeno do agente infeccioso elicita uma reação de hipersensibilidade do tipo tardio (DTH).
A reação se manifesta pelo endurecimento com eritema e inchaço no local do desafio, com pico em aproximadamente 48
horas. (Cortesia do Dr. J. Faix, Department of Pathology, Stanford University School of Medicine, Palo Alto, California.)
Figura 19.7 Morfologia de uma reação de hipersensibilidade do tipo tardio. A. Exame histopatológico da reação cutânea
ilustrada na Figura 19.6 mostra o infiltrado de células mononucleares perivasculares na derme. No maior aumento (não
mostrado), o infiltrado observado consiste em linfócitos e macrófagos ativados ao redor dos pequenos vasos sanguíneos
nos quais as células endoteliais também estão ativadas. B. Coloração imuno-histoquímica demonstra a presença de
muitos linfócitos T CD4+. (Cortesia do Dr. J. Faix, Department of Pathology, Stanford University School of Medicine, Palo
Alto, California.)
Granulomas
✓ As reações crônicas de DTH e a fibrose podem se desenvolver se uma resposta Th1 a uma
infecção ativar os macrófagos, mas falhar em eliminar os microrganismos fagocitados.
✓ Lesão tecidual em decorrência do killing de células infectadas, mesmo se o vírus, por si só, não
induzir efeito citopático.
✓ Exemplos de infecções virais, nas quais as lesões são decorrentes da resposta de CTL do
hospedeiro e não ao próprio vírus, incluem a coriomeningite linfocitária em camundongos e
determinadas formas de hepatite viral em humanos.
✓ Os CTLs podem contribuir para a lesão tecidual em doenças autoimunes nas quais a destruição
de determinadas células hospedeiras é um componente importante, como acontece no diabetes
tipo 1, no qual as células β produtoras de insulina nas ilhotas pancreáticas são destruídas.
✓ Por muitos anos, a terapia de escolha para o tratamento das doenças de hipersensibilidade foi o
uso de fármacos anti-inflamatórios, particularmente corticosteroides.
✓ Fármacos anti-inflamatórios não esteroides são comumente usados para reduzir reações
inflamatórias leves.
Antagonistas de citocinas
Agentes anti-inflamatórios de ação ampla
✓ Anti-CD20 (rituximabe), que depleta apenas células B, para o tratamento de doenças que se
pensava serem causadas principalmente pela inflamação mediada por células T. Esse tratamento
tem demonstrado eficácia em pacientes com AR.
✓ A eficácia do anti-CD20 pode estar relacionada com um papel das células B como células
apresentadoras de antígeno (APCs; do inglês, antigen-presenting cells) nas respostas de células
T, especialmente para a geração e manutenção das células T de memória.
✓ CTLA-4-Ig, uma proteína de fusão do domínio extracelular do CTLA-4 e uma região Fc de IgG,
bloqueia coestimuladores B7 e está aprovado para o tratamento da AR e rejeição ao enxerto.
✓ Anticorpos contra integrinas têm sido usados para inibir migração de leucócitos para os tecidos,
particularmente o sistema nervoso central (SNC), em pacientes com EM (anti-VLA-4), além dos
intestinos, em pacientes com EI (anti-α4β7).
Lúpus eritematoso sistêmico
Figura 19.10 Um modelo para a patogenia do lúpus eritematoso sistêmico. Neste modelo hipotético, diversos genes de
suscetibilidade interferem na manutenção da autotolerância, e gatilhos externos levam à persistência dos antígenos
nucleares. O resultado é uma resposta de anticorpos contra autoantígenos nucleares, amplificada pela ativação de
células dendríticas (DCs) e células B dependente de receptores do tipo Toll (TLR) por ácidos nucleicos, além da produção
de interferonas do tipo I. IgG, imunoglobulina G; UV, ultravioleta.
Artrite reumatoide
Figura 19.11 Um modelo para a patogênese da artrite reumatoide. De acordo com esse modelo, as proteínas citrulinadas
induzidas por estímulos ambientais elicitam respostas de células T e de anticorpos em indivíduos geneticamente
suscetíveis. As células T e os anticorpos entram nas articulações, respondem a proteínas próprias e causam lesão tecidual
principalmente pela secreção de citocinas e, possivelmente, também por mecanismos efetores dependentes de
anticorpos. Outras modificações de proteínas além da citrulinação podem levar ao mesmo resultado. HLA, antígeno
leucocitário humano.
Doença de Crohn
Figura 19.12 Patogênese postulada da doença de Crohn. Bactérias do lúmen intestinal entram na lâmina própria, em que
induzem o desenvolvimento de células Th1 e Th17. As citocinas produzidas por essas células causam inflamação e lesão
tecidual. IFN-γ, interferona-γ; TNF, fator de necrose tumoral.
Doença celíaca
Resumo
Os distúrbios causados por respostas imunes anormais são chamados doenças de hipersensibilidade. As respostas
imunes patológicas podem ser respostas autoimunes dirigidas contra antígenos próprios ou respostas
descontroladas e excessivas a antígenos estranhos (p. ex., microbianos)
■As doenças de hipersensibilidade podem resultar de anticorpos que se ligam a células ou tecidos
(hipersensibilidade do tipo II), imunocomplexos circulantes que são depositados nos tecidos (tipo III) ou de
linfócitos T reativos aos antígenos teciduais (tipo IV). As reações de hipersensibilidade imediata (tipo I) são a causa
das doenças alérgicas e estão descritas no Capítulo 20
■Os mecanismos efetores da lesão tecidual mediada por anticorpos são a ativação do complemento e a inflamação
mediada pelo receptor Fc. Alguns anticorpos causam doença por opsonizar células do hospedeiro para fagocitose
ou por interferir nas funções celulares normais, sem produzir lesão tecidual
Resumo
Os mecanismos efetores da lesão tecidual mediada por células T são as reações inflamatórias induzidas por
citocinas secretadas principalmente por células CD4+ Th1 e Th17 e a lise celular por linfócitos T citotóxicos. A reação
clássica mediada pelas células T é a hipersensibilidade do tipo tardio, induzida pela ativação de células T
previamente primadas e pela produção de citocinas que recrutam e ativam vários leucócitos, principalmente os
macrófagos
■O tratamento atual das doenças autoimunes objetiva reduzir a ativação imune e as consequências nocivas da
reação autoimune. Os agentes incluem aqueles que bloqueiam a inflamação, como anticorpos contra citocinas e
integrinas, e aqueles que bloqueiam a ativação de linfócitos ou os destroem. Um objetivo futuro da terapia é inibir
as respostas de linfócitos específicos para antígenos próprios e induzir a tolerância dessas células
■As doenças autoimunes, como lúpus eritematosos sistêmico, artrite reumatoide, esclerose múltipla, diabetes tipo
1, enteropatia inflamatória, doença celíaca e psoríase, ilustram muitos dos mecanismos efetores que causam lesão
tecidual em reações de hipersensibilidade e os papéis dos genes de suscetibilidade e fatores ambientais no
desenvolvimento desses distúrbios.
Universidade de Brasília
Departamento de Biologia Celular
Hipersensibilidade