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INSTITUTO MINEIRO DE EDUCAÇÃO E CULTURA – UNIBH/UNA

Alicia Lima Ribeiro


Ana Carolina Silva Matos
Camilla de Castro Souza
Lilian Gabrielle Souza de Oliveira
Mariana Oliveira Martins
Monique Lorena do Nascimento Correia
Ryan Cristian Laurentino de Souza
Teresa Helena Costa Silva Gonçalves

CASO CLÍNICO
INSUFICIÊNCIA CARDÍACA DE FRAÇÃO DE EJEÇÃO REDUZIDA

Belo Horizonte
2023
Alicia Lima Ribeiro
Ana Carolina Silva Matos
Camilla de Castro Souza
Lilian Gabrielle Souza de Oliveira
Mariana Oliveira Martins
Monique Lorena do Nascimento Correia
Ryan Cristian Laurentino de Souza
Teresa Helena Costa Silva Gonçalves

CASO CLÍNICO
INSUFICIÊNCIA CARDÍACA DE FRAÇÃO DE EJEÇÃO REDUZIDA

Trabalho apresentado ao Curso


de Enfermagem do Centro
Universitário UNIBH como
requisito parcial da UC Saúde
do Adulto e Idoso.

Belo Horizonte
2023
RESUMO
O presente trabalho propõe-se a abordar a insuficiência cardíaca, e
através de um caso clínico explicar a insuficiência cardíaca de fração de
ejeção reduzida, explorando as causas, sintomas, fatores de risco, bem como
estratégias de cuidados e intervenções. Além disso, destacar a importância
da prevenção e da atuação da enfermagem nessa condição clínica.

Palavras-chave: Insuficiência cardíaca de fração de ejeção reduzida;


Insuficiência cardíaca; Enfermagem.

ABSTRACT

The present work proposes to address heart failure, and through a


clinical case explain heart failure with reduced ejection fraction, exploring the
causes, symptoms, risk factors, as well as care strategies and interventions.
Furthermore, it highlights the importance of prevention and nursing action in
this clinical condition.

Keywords: Heart failure with reduced ejection fraction; Cardiac


insufficiency; Nursing.
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO _______________________________________ 5-6


2. OBJETIVO _________________________________________ 6
3. METODOLOGIA ______________________________________ 6
4. REFERENCIAL TEÓRICO ______________________________ 6-9
4.1 FISIOPATOLOGIA _________________________________ 7-9
4.2 DADOS EPIDEMIOLÓGICOS ________________________ 10
4.3 TRATAMENTO ____________________________________ 10-12
4.4 PAPEL DO ENFERMEIRO ___________________________ 11-12
4.5 CONDUTAS DE ENFERMAGEM ______________________ 12-13
5. CASO CLÍNICO________________________________________ 14
5.1 ANAMNESE ______________________________________ 14-19
5.2 CONDUTA MÉDICA_________________________________ 19-20
5.3 PLANEJAMENTO E INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM __ 21
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS________________________________ 21
REFERÊNCIAS ___________________________________________ 22-23
1. INTRODUÇÃO

Insuficiência cardíaca Insuficiência cardíaca (IC) é uma síndrome


clínica, na qual o coração não consegue bombear sangue de forma adequada
para atender necessidades metabólicas tissulares, ou faz somente com
elevadas pressões de enchimento podendo causar alterações estruturais e no
funcionamento cardíaco. A IC tem características, sinais e sintomas típicos
que reduzem o débito cardíaco ou elevam as pressões de enchimento no
repouso ou no esforço. Uma das causas da IC pode ser a anormalidade na
função sistólica, produzindo redução do volume sistólico (IC sistólica) ou
anormalidade na função diastólica, ocasionando disfunção no enchimento
ventricular (IC diastólica). A Insuficiência cardíaca pode ser crônica; quando a
doença é progressiva e persistente ou pode ser Insuficiência cardíaca aguda
que é quando surge alterações rápidas de sinais e sintomas sendo necessário
tratamento urgente. A maior parte das doenças que levam a IC se
caracterizam pelo baixo débito cardíaco, mas em algumas doenças como o
tireotoxicose, anemia, fístulas arteriovenosas e beribéri podem levar a IC de
alto débito cardíaco. Em muitos pacientes que apresentam IC existem
disfunção nas funções diastólica e sistólica. No entanto a classificação dos
pacientes com IC é realizado de acordo com a fração de ejeção do ventrículo
esquerdo (FEVE). A classificação da IC pode ser determinada de acordo com
a fração de ejeção (preservada, intermediária e reduzida), a gravidade dos
sintomas (classificação funcional da New York Heart Association − NYHA) e o
tempo e progressão da doença (diferentes estágios). A classificação de
acordo com a fração de ejeção compreende pacientes com FEVE normal (≥
50%), denominada IC com fração de ejeção preservada e aqueles com FEVE
reduzida (< 40%), denominados IC com fração de ejeção reduzida. Pacientes
com fração de ejeção entre 40 e 49% são definidos como IC de fração de
ejeção intermediária. A classificação de acordo com a gravidade dos sintomas
avalia a de tolerância ao exercício e varia desde a ausência de sintomas até a
presença de sintomas mesmo em repouso. A classe funcional da NYHA III a
IV apresentam condições clínicas progressivamente piores, internações
hospitalares mais frequentes e maior risco de morte, pacientes em NYHA II
apresentem sintomas mais estáveis e internações menos frequentes, o
processo da doença nem sempre é estável, e estes pacientes podem
apresentar morte súbita sem piora dos sintomas. A classificação de acordo
com os estágios da IC proposta pela American College of
Cardiology/American Heart Association (ACC/AHA) destaca o
desenvolvimento e a progressão da doença, desde o paciente com risco de
desenvolver IC, enfatizando a prevenção e desenvolvimento da doença e no
paciente em estágio avançado terapias específicas, como transplante
cardíaco ou dispositivos de assistência ventricular. São foco desta
classificação pacientes com IC em estágio C (doença estrutural com sintomas
de IC) e a abordagem terapêutica deste estágio.

2. OBJETIVO
O objetivo deste estudo é abordar um caso clínico sobre a Insuficiência
cardíaca de fração de ejeção reduzida, relatando sintomas, tratamento,
fatores de risco, prevenção e o papel do enfermeiro.

3. METODOLOGIA

Para fundamentar e enriquecer essa investigação, foram consultados e


analisados diversos artigos científicos, livros de enfermagem e obras de
fisiologia. A abordagem combinada dessas fontes permite uma compreensão
holística e aprofundada, visando não somente a exposição teórica, mas
também a elaboração de um plano terapêutico embasado em evidências.
4. REFERENCIAL TEÓRICO
O referencial teórico do presente estudo foi estruturado em 5 tópicos:
contextualização dos dados fisiopatológicos, dados epidemiológicos,
tratamento, papel do enfermeiro e cuidados gerais.

4.1 FISIOPATOLOGIA
A fisiopatologia da IC resulta em alterações e manifestações clínicas,
ocorrendo disfunção miocárdica significativa antes que o paciente apresente
sinais e sintomas, tais como dispneia, edema ou fadiga. Com a progressão da
IC, o corpo ativa mecanismos compensatórios neuro-hormonais, que realizam
a tentativa do corpo de lidar com a IC e são responsáveis pelos sinais e
sintomas que se desenvolvem.

Alterações no sistema neuro-humoral na insuficiência cardíaca


O declínio do bombeamento do coração desencadeia interação
contínua entre a disfunção miocárdica subjacente e os mecanismos neuro-
humorais compensatórios ativando: sistema nervoso simpático, eixo renina-
angiotensina-aldosterona e as citocinas. Inicialmente esses sistemas são
capazes de compensar a função miocárdica deprimida, permitindo a
manutenção da pressão sistêmica por vasoconstrição, com a redistribuição do
fluxo sanguíneo para órgãos vitais; ademais, possibilitam a restauração do
débito cardíaco por meio do aumento da contratilidade miocárdica e da
frequência cardíaca pela expansão do volume de fluido extracelular.
Entretanto, esse mecanismo, em longo prazo, tem efeitos mórbido na
estrutura e no desempenho cardíaco, levando à descompensação e
progressão da doença.

Efeitos do sistema nervoso simpático e parassimpático sobre o coração

O sistema nervoso simpático tem uma variedade de ações


cardiovasculares, com efeitos benéficos e adversos. Quando ativado constitui
em uma das primeiras respostas à diminuição do débito cardíaco, resultando
em aumento da liberação e redução da captação de norepinefrina nas
terminações adrenérgicas. Essas regulações levam ao aumento da frequência
cardíaca e da contratilidade, redução da complacência venosa e constrição de
vasos sistêmicos e pulmonares. Além disso, o prolongamento da ativação do
sistema nervoso simpático leva à regulação negativa e à redução da
densidade dos receptores beta-adrenérgicos cardíacos e à dessensibilização
da cascata de sinalização através da qual os receptores se acoplam a
eventos fisiológicos. Isso afeta negativamente o acoplamento excitação-
contração e aumenta as vias apoptóticas, formando um papel central na
progressão da insuficiência cardíaca crônica. Dessa forma, o grau de ativação
do sistema simpático pode ser reduzido com uso de inibidores da ECA e com
os betabloqueadores, fundamentais no tratamento da insuficiência cardíaca.

Já o sistema parassimpático, por meio da inervação vagal, geralmente


exerce efeito antiarrítmico, diminuindo a frequência cardíaca, e pode
neutralizar o efeito pró – arrítmico do sistema nervoso simpático. Ademais,
sabe-se que esse sistema pode desempenhar um grande papel na regulação
da resposta inflamatória. Portanto, sua diminuição pode contribuir para a
fisiopatologia da insuficiência cardíaca.

O sistema renina-angiotensina-aldosterona na insuficiência cardíaca

Quando o coração percebe que não está bombeando sangue de


maneira adequada, ele ativa o SRAA como uma resposta compensatória. Isso
envolve a liberação de uma enzima chamada renina pelos rins.
A renina atua sobre uma proteína chamada angiotensinogênio, que é
produzida pelo fígado e circula na corrente sanguínea. A renina converte o
angiotensinogênio em angiotensina I.
A angiotensina I é uma substância inativa que é convertida em
angiotensina II por uma enzima chamada enzima de conversão da
angiotensina (ECA), principalmente nos pulmões. Essa mesma ECA atua na
degradação da bradicinina, peptídeo vasoativo vasodilatador, que causa tosse
por sua ação via receptores beta-2 localizados nos pulmões.
A angiotensina II é uma substância potente que causa vasoconstrição,
o estreitamento dos vasos sanguíneos. Isso aumenta a pressão arterial e
ajuda a manter o fluxo sanguíneo para órgãos vitais, como o cérebro e os
rins. No entanto, também pode aumentar a carga de trabalho do coração, o
que é prejudicial na insuficiência cardíaca. A angiotensina II também estimula
a liberação de aldosterona pelas glândulas suprarrenais. A aldosterona
promove a reabsorção de sódio e a excreção de potássio nos rins, o que
aumenta a retenção de líquidos e contribui para a sobrecarga de volume no
corpo, um problema comum na insuficiência cardíaca.

Modulação do SRAA

Inibidores de ECA
A inibição da ECA faz com que menos angiotensina I se transforme em
angiotensina II, além de inibir a degradação da bradicinina, potente
vasodilatador. Esses efeitos em conjunto são potencialmente benéficos pois
inibem o remodelamento ventricular esquerdo, por redução da hipertrofia,
fibrose e apoptose celular do cardiomiócito.

Bloqueadores do receptor da angiotensina (BRA)


Apesar do importante papel da bradicinina em pacientes com IC, sua
acumulação nos tecidos pode causar irritação nas vias aéreas e tosse seca.
Por não agir no metabolismo da bradicinina, os BRA tendem a ser mais bem
tolerados nessa população.

Antagonistas mineralocorticoides
O “escape” de aldosterona, possivelmente causado pelo acúmulo de
renina em paciente em uso de IECA ou BRA, faz com que antagonistas
mineralocorticoides como a espironolactona, único antagonista
mineralocorticoide disponível no mercado brasileiro até o momento, sejam
úteis para potencializar a inibição do SRAA em pacientes com ICFEr.
4.2 EPIDEMIOLOGIA

Foi observado no período de 2015 a 2020, no Brasil 1.079.853


internações para o tratamento de Insuficiência Cardíaca. Nas 5 regiões do
país, o Sudeste apresenta o maior número de hospitalizações, totalizando
442.891, em seguida a região Sul com 251.142, região Nordeste com
249.853, região Centro-Oeste com 78.561 e região Norte com o menor
número de hospitalizações, totalizando 57.406.
A média de permanência de internação do paciente, foi observado
que na região Sudeste foi de 8,2; Norte foi de 8,1; Nordeste 7,8; Centro-
Oeste 7,6 e Sul 6,1. É de se destacar também a região Sul, com o menor
índice entre as regiões, com 6,1 dias em média, totalizando 1,5 dias a menos
que a média nacional.
Já a taxa de mortalidade, observa-se que na região Sudeste é a maior
taxa sendo 12,33, região Norte 11,44, região Nordeste 10,56, região Centro-
Oeste 10,08 e região Sul com o menor índice sendo de 8,7.
Examinando as internações por Insuficiência cardíaca no brasil no
período estudado (1.079.853), foi observado que a doença é responsável por
quase 2% do total de internações no Brasil (59.144.007). Ainda sobre as
internações do Brasil no período, foi observado que o paciente internado pela
doença fica em média 141% mais tempo no hospital que a média brasileira de
5,4 dias.

4.3 TRATAMENTO
O tratamento da insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida
(ICFEr) geralmente envolve uma abordagem multidisciplinar que inclui
medicamentos, mudanças no estilo de vida e, em alguns casos,
procedimentos médicos.
Medicamentos
Inibidores da Enzima Conversora de Angiotensina (IECA) ou
Bloqueadores dos Receptores da Angiotensina (BRA): Esses medicamentos
ajudam a relaxar os vasos sanguíneos e reduzir uma carga de trabalho do
coração.
 Betabloqueadores: Eles diminuem a frequência cardíaca e a pressão
arterial, aliviam o esforço do coração. Exemplo: Bisoprolol
 Inibidores da Neprilisina: São usados em combinação com IECA ou BRA
para melhorar ainda mais a função cardíaca. Exemplo: Ramipril
 Diuréticos: Ajudam a eliminar o excesso de fluido do corpo para aliviar os
sintomas de retenção de líquidos. Exemplo: Espironolactona
 Antagonistas da Aldosterona: Podem ser prescritos em casos mais
graves de ICFEr para reduzir a retenção de sódio e água.
 Digoxina: Pode ser usada em alguns casos para fortalecer a contração do
músculo cardíaco.

Mudança no estilo de vida:


 Dieta Saudável: reduzir a ingestão de sódio na dieta (ajuda a controlar
a retenção de líquidos). Manter uma dieta rica em frutas, legumes,
grãos integrais, proteínas magras e gorduras saudáveis, como as
encontradas em azeite de oliva e abacate.
 Exercício Físico Supervisionado.

Vacinação
Manter as vacinas atualizadas, especialmente contra a gripe e a
pneumonia, é importante, pois essas infecções podem piorar as insuficiências
cardíacas.
Limitação do álcool
O consumo excessivo de álcool pode piorar a insuficiência cardíaca.
Limitar ou evitar o álcool é aconselhável.
Gestão do estresse
O estresse pode desencadear sintomas do ICFEr. Práticas de gestão
do estresse, como meditação, relaxamento e ioga, podem ser benéficas.

4.4 PAPEL DO ENFERMEIRO


Nos cuidados de enfermagem, o enfermeiro inicia elaborando um plano
específicos, baseado em evidências cientificas a partir dos diagnósticos de
enfermagem para a reabilitação da pessoa com insuficiência cardíaca com
fração de ejeção reduzida, para que a pessoa possa ter uma saúde de vida
melhor com as mudanças dos seus hábitos.
Os cuidados de Enfermagem para as pessoas com insuficiência
cardíaca com fração de ejeção reduzida têm que ser feitos de acordo com
suas necessidades básicas, como as necessidades psicobiológicas,
psicossociais e psicoespirituais.
Para cada necessidade, existe um nível com dimensões voltadas aos
cuidados de enfermagem:
 Sexualidade: Orientar sobre a atividade sexual com ajustes para evitar
muitos esforços;
 Regulação Vascular: Orientar a aferir a pressão arterial, observar sinais
de arritmias;
 Sono e repouso: Orientar sobre a luminosidade do ambiente e ser
agradável e sem barulhos;
 Segurança emocional: Promover conforto físico e evitar situações que
desencadeie ansiedade (estresse), interagir com as pessoas e membros
da família e evitar conflitos pessoais;
 Oxigenação: Auscultar os sons respiratórios, avaliar padrão respiratório,
avaliar sinais e sintomas com a dispneia;
 Espiritualidade/religiosidade: Orientar sobre a importância de fazer
orações, agradecer e ter fé;
 Atividades físicas: Estimular a prática de atividades físicas, leves e
moderadas, quando indicado, orientar a fazer caminhadas sem muito
esforço;
 Hidratação: Realizar balanço hídrico (controle do peso, ingestão e
excreção);
 Recreação e lazer: Estimular a fazer atividades que gosta;
 Nutrição: Avaliar e orientar sobre alimentação saudável, para não ter
ganho de peso.

Com isso o enfermeiro realiza os cuidados de enfermagem


individualizados, centrados para cada pessoa, melhorando a qualidade de
vida e uma sobrevivência maior, incentivando o autocuidado, junto da sua
família.

4.5 CONDUTAS DE ENFERMAGEM


Para o controle das arritmias e os cuidados cardíacos a enfermagem
deve:
 Verificar história do paciente e familiar a respeito de doença cardíaca e
arritmias;
 Monitorar e corrigir déficits de oxigenação, desequilíbrios acidobásicos e
desequilíbrios eletrolíticos, que possam precipitar arritmias;
 Aplicar telemetria eletrocardiográfica (ECG) “sem fio” ou eletrodos com fios e
conectar a um monitor cardíaco, conforme indicado;
 Configurar os parâmetros de alarme no monitor de ECG e garantir
monitoração contínua de ECG à beira do leito por pessoal qualificado;
 Monitorar ECG quanto a alterações de ST, conforme apropriado;
 Observar atividades associadas ao início da arritmia, a frequência e a duração
da arritmia;
 Monitorar a resposta hemodinâmica à arritmia, sinais vitais, tendências da
pressão arterial, ritmo e frequência cardíacos, auscultar os sons cardíacos;
 Verificar se o paciente tem dor no peito ou síncope associada à arritmia;
 Administrar líquidos prescritos IV e agentes vasoconstritores, conforme
indicado, para facilitar a perfusão tecidual;
 Orientar o paciente e a família sobre os riscos associados às arritmias;
 Preparar o paciente e a família para estudos diagnósticos (p. ex., cateterismo
cardíaco ou estudo eletrofisiológico);
Orientar o paciente e a família sobre ações e efeitos colaterais dos
medicamentos prescritos e sobre medidas para reduzir o risco de recorrência
de arritmia(s).

5. CASO CLÍNICO

5.1 ANAMNESE

M.L.N.C, 27 anos, parda, sexo feminino, solteira, sem filhos, técnica de


enfermagem, cursando 6º período de enfermagem, católica, moradora de
Matozinhos município mineiro (zona urbana). Reside com a mãe, padrasto e
irmãs. M.L.N.C há alguns dias passou mal durante o trabalho apresentando
fadiga, fraqueza, tontura, piora na da dor torácica, aferido PA (160x90mmHg)
e FC (140bpm) no seu local de trabalho (maternidade Neocenter) e
encaminhada para o PA do hospital Biocor, onde foi medicada e orientada a
procurar o seu arritmologista. Paciente relata fazer uso contínuo de Pidomag
B3 ou Magnem B6, Nebilet ou Neblok 5mg, Pradaxa 150mg.

História Pregressa:
Paciente portadora de arritmia ventricular desde os 12 anos, não era
tratada adequadamente e evoluiu com piora do caso em 2020. Diagnosticada
com arritmia ventricular de VD, idiopática, região subtricuspídea, muito
frequente, refratária a todo tratamento farmacológico, submetida a 4 ablações
prévias apresentando recidivas, muito sintomática. Teve TEP em maio de
2020 após o primeiro procedimento. Não é tabagista e nem etilista, não é
hipertensa, diabética e sem histórico de infarto.

Histórico Familiar:
A paciente relata que o pai também tinha problema cardíaco,
realizando duas cirurgias para troca da valva mitral. O pai faleceu 6 meses
após a segunda cirurgia aos 45 anos. A mãe é portadora de diabetes tipo 2 e
sem histórico de outras doenças.
Exame Físico:
21/09/2022 Na consulta com seu arritmologista paciente apresenta-se
normocorada, hidratada, acianótica, afebril, anictérica, dispneica, taquicárdica.
AP: Sons respiratórios presentes, sem ruídos adventícios.
ABD: Livre, sem ausência de dor à palpação superficial ou profunda,
ausência de visceromegalias.
MMll: Presença de edema
Peso: 88kg
Altura: 1,62 m
PA: 140x90 mmHg;
FR: 30 irpm
Spo2: 88%
FC: 125 bpm.
TAX: 36.5 ºC
Débito cardíaco: diminuído
Após o exame físico a paciente apresenta o resultado do ECG, Holter e
da Ressonância Magnética Cardíaca, onde foi constatado que paciente
apresentava insuficiência cardíaca de fração de ejeção reduzida (ICFER)
NYAH lll.

Exame:
RNM (Laudo): Arritmias ventriculares durante o exame, dificultando a
análise das imagens.
Ventrículo direito exibe dimensões e volumes preservados com
disfunção sistólica leve.
Ventrículo esquerdo exibe dimensões e volumes preservados com
disfunção sistólica leve.
Ventrículo direito com fração de ejeção (51-71%) 48%
Ventrículo esquerdo com fração de ejeção (57-77%) 45%
RESSONÂNCIA MAGNÉTICA
CARDÍACA

Fonte: Arquivo pessoal, 2022


ELETROCARDIOGRAMA

Fonte: Arquivo pessoal, 2022.

HOLTER
Fonte: Arquivo pessoal, 2022.
5.2 CONDUTA MÉDICA

A pedido médico foi iniciado pela paciente medicações via oral sendo
elas: Bisoprolol
2,5mg 1 cp ao dia;
Ramipril 5 mg 1 cp ao
dia;

Espironolactona 25mg 1 cp ao dia e AAS 100 mg, devido a uma embolia


pulmonar que ocorreu após sua primeira cirurgia cardíaca e além de
acompanhamento com o nutricionista e reabilitação cardíaca com a
fisioterapia. Foi prescrito uma nova ressonância magnética cardíaca.

Retorno ao médico:

Ao retorno no médico, paciente apresenta resultado da RNM.

Exame:
RNM (Laudo): Arritmias ventriculares durante o exame;
Ventrículo direito exibe dimensões e volumes preservados.
Ventrículo esquerdo exibe dimensões e volumes preservados.

Ventrículo direito com fração de ejeção (51-71%) 70%


Ventrículo esquerdo com fração de ejeção (57-77%) 70%
Fonte: Arquivo Pessoal, 2022

Paciente apresenta melhora na fração de ejeção, é orientada pelo seu


médico a continuar com o tratamento medicamentoso, acompanhamento
nutricional e realização da reabilitação cardíaca com a fisioterapia. Paciente
não autorizada a realizar outro tipo de exercício físico.
5.3 PLANEJAMENTO E INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM

Planejamento
Intervenções de Enfermagem

 Controle de medicamentos;
 Aconselhamento nutricional;
Autocontrole da doença cardíaca  Controle do peso;
 Promoção do exercício;
 Controle de energia;
 Controle de imunização;

 Controle de arritmias;
Eficácia da bomba cardíaca  Monitorização de sinais vitais;
 Controle hidroeletrolítico;
 Controle hídrico;

Conhecimento: Controle da doença  Redução da ansiedade;


cardíaca  Terapia de relaxamento;
 Identificação de risco;
 Reabilitação cardíaca;

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante do presente trabalho fica evidente que a insuficiência cardíaca
representa um desafio significativo para a saúde global. Este trabalho reforça
a importância da conscientização, prevenção, tratamento adequado e
importância do papel do enfermeiro. O papel do enfermeiro é crucial pois sua
participação abrangente, desde a educação do paciente até a coordenação
de cuidados integrados, destaca-se como peça fundamental no
gerenciamento eficaz dessa condição. A implementação das práticas de
enfermagem centradas no paciente, contribui não apenas para a melhoria dos
resultados clínicos, mas também para a qualidade de vida dos indivíduos
afetados pela insuficiência cardíaca.
REFERÊNCIAS

Comitê Coordenador da Diretriz de Insuficiência Cardíaca. Diretriz Brasileira de


Insuficiência Cardíaca Crônica e Aguda. Arq Bras Cardiol. 2018; 111(3):436-539.
Disponível em: http://publicacoes.cardiol.br/portal/abc/portugues/2018/v11103/pdf/
11103021.pdf
Acesso em: 13.out.2023

NETO, José. Insuficiência cardíaca DEIC-SBC. Santana de Parnaíba (SP):


Manole,2022.

Mais sobrevida na insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida.


Disponível em: https://pebmed.com.br/mais-sobrevida-na-insuficiencia-cardiaca-
com-fracao-de-ejecao-reduzida/#:~:text=A%20insuficiência%20card%C3%ADaca
%20com%20fração%20de%20ejeção%20reduzida%20(ICFEr)%20é,que%20a
%20abrevia%20a%20vida. Acesso em: 08.out.2023

Tratamento da Insuficiência com Fração de Ejeção Reduzida. Disponível em:


https://edisciplinas.usp.br/mod/resource/view.php?id=4815631 Acesso em:
08.out.2023

Insuficiência Cardíaca (IC). Disponível em:


https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/dist%C3%BArbios-do-cora
%C3%A7%C3%A3o-e-dos-vasos-sangu%C3%ADneos/insufici%C3%AAncia-card
%C3%ADaca/insufici%C3%AAncia-card%C3%ADaca-ic Acesso em: 08.out.2023

Estudos de validação de diagnósticos de enfermagem em pacientes com


insuficiência cardíaca: revisão integrativa. Disponível em:
file:///C:/Users/teres/Downloads/admin,+bjd+121+....pdf Acesso em: 10.out. 2023.

Cuidados de enfermagem à pessoa com insuficiência cardíaca: scoping


review. Disponível em: file:///C:/Users/teres/Downloads/2357-707X-enfoco-13-e-
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Diagnósticos de enfermagem de pacientes com insuficiência cardíaca com


fração de ejeção reduzida. Disponível em: https://rmmg.org/artigo/detalhes/2256
Acesso em: 10.out. 2023.

BUTCHER, Howard K., DOCHTERMAN, Joanne M., BULECHEK, Glória M.,


WAGNER, Cheryl M. NIC Classificação das intervenções de enfermagem. 7. ed.
Grupo Editorial Nacional S.A. Rio de Janeiro, 2020.

Protocolo clínico e diretrizes terapêuticas da insuficiência cardíaca com fração


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https://www.gov.br/conitec/pt-br/midias/consultas/relatorios/2022/20221213_pcdt_icf
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Internações para tratamento de insuficiência cardíaca: uma análise
epidemiológica.
Disponível em: https://periodicorease.pro.br/rease/article/view/9175/3601
Acesso em: 02.nov.2023 DOI: https://doi.org/10.51891/rease.v9i4.9175

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