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Intro

Ambientado no México, no decorrer das comemorações do “Dia de Los


Muertos”, o longa-metragem animado Viva: A Vida é uma Festa (nome original:
Coco) retrata a vida do pequeno Miguel Rivera, jovem de 12 anos que possui o
sonho de ser músico, e sua relação com a família e os costumes por eles
repassados, em que as representações musicais são terminantemente
proibidas. A referida proibição irá representar, por sua vez, um grande
empecilho enfrentado por Miguel na concretização das suas ambições e
anseios, fazendo com que o mesmo vá ao mundo dos mortos apenas para
conseguir provar que a música pode e deve ser manifestada sem restrições.
Carregado de sentimentalismo, saudosismo e tradições, o filme ilustra como o
meio em que os indivíduos se inserem pode influenciar diretamente no
desenvolvimento psicossocial destes mesmos indivíduos, através de
determinadas estruturais sociais e culturais que moldam a sua maneira de agir,
de pensar e de se comportar – pode-se citar, por exemplo, a proibição que o
protagonista possui em cantar – mediante as diversas situações que podem vir
a surgir eventualmente. Além disso, a obra irá ilustrar, também, como os
indivíduos podem influenciar diretamente o meio em que eles se inserem,
consequência das mudanças pelas quais estes indivíduos irão passar nas
diversas etapas do seu desenvolvimento.
Com base no proposto e nas discussões e teses debatidas em sala de aula,
tem-se que a psicologia do desenvolvimento, por meio das teorias de alguns
importantes pensadores desta área, é um excelente caminho para se explicar
os impasses vivenciados por Miguel Rivera ao longo da trama, haja vista que o
protagonista é uma criança em processo de desenvolvimento e que precisa
conhecer suas origens, seu propósito e, acima de tudo, conhecer a si mesmo.
Os teóricos que serão abordados ao longo desta resenha argumentativa – em
que pode-se mencionar a Teoria Psicossocial de Erik Erikson, a Teoria do
Desenvolvimento Psicossexual de Sigmund Freud e a Teoria da Aprendizagem
de Lev Vygotsky – desenvolveram pensamentos que buscaram explicar de
onde surgem e como se desenrolam as implicações que as pessoas irão ter de
“enfrentar” ao longo da vida, como mostrado no longa pelas dificuldades
enfrentadas por Miguel na sua viagem ao mundo dos mortos, na tentativa de
encontrar o ídolo Ernesto de La Cruz e de demonstrar que a música não seria
uma opção ruim, como defendido há muitas gerações pela sua família.
2. Desenvolvimento
2.1. Teoria Psicossocial de Erik Erikson
De acordo com Erik Erikson, o ser humano passa por diferentes estágios de
desenvolvimento, cada um com seus conflitos psicossociais. No contexto do
longa-metragem, o desejo que Miguel possui de ser músico vai de encontro às
convicções de sua família, caracterizando um caso de “Iniciativa Versus Culpa”.
Durante a infância, as crianças buscam iniciar atividades e se desenvolver
como indivíduos. A superação desse conflito pode contribui para o
desenvolvimento de um senso de autonomia e iniciativa no protagonista.
2.2 Teoria do Desenvolvimento Psicossexual de Sigmund Freud
Sigmund Freud, pioneiro na psicanálise, delineou uma teoria da mente
composta por três instâncias o Id, que engloba instintos e desejos primitivos; o
Ego, responsável pela mediação consciente entre o Id e o Superego; e o
Superego, representando a faceta moral e ética da mente. A busca de Miguel
por sua paixão e sonho pode ser interpretada como um conflito entre o desejo
intrínseco (Id) e as expectativas familiares (Superego), sendo o Ego
encarregado de equilibrar essas forças divergentes. No contexto do filme, os
antepassados de Miguel estabelecem uma ligação com o Superego,
simbolizando as regras e tradições familiares que frequentemente entram em
conflito com os desejos individuais, personificados pelo Id e pelo Ego.
2.3 Teoria de Aprendizagem de Lev Vygotsky
Seguindo pensamento de Lev Vygotsky, o conceito de "zona de
desenvolvimento proximal" (ZDP) explica as diferenças entre o que uma
criança pode realizar sozinha e o que pode alcançar com a orientação de um
tutor mais habilidoso. No filme, observamos uma forma de ZDP quando Miguel
interage com seus parentes e busca compreender as tradições familiares que
ele não compreendia. Essa aprendizagem é mediada pelo social e cultural,
alinhando-se, assim, com Vygotsky.
Ademais, Vygotsky também defendia a importância da linguagem como uma
forma de expressão de pensamentos e sentimentos. No filme, a música é uma
forma de linguagem que representa a paixão de Miguel. A busca pela
expressão musical é, portanto, uma jornada de autoconhecimento e
desenvolvimento de identidade.
REFERÊNCIAS
Coloquem pq n botei no meu trabalho dela e ela tirou ponto. Formata essa
porra rian reinoldes
ERIKSON, Erik H. Identidade, Juventude e Crise. São Paulo: Zahar, 1976.
VYGOTSKY, Lev S. Pensamento e Linguagem. São Paulo: Martins Fontes,
2009.
FREUD, Sigmund. Três Ensaios sobre a Teoria da Sexualidade. Porto Alegre:
L&PM, 2017.
COCO. Direção: Lee Unkrich, Adrian Molina. [S.l.]: Walt Disney Pictures; Pixar
Animation Studios, 2017. 1 DVD (105 min).

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