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OPINIÃO
CONVIDADO
A (im)possibilidade das implicações tributárias nas
fusões e cisões em face do princípio da neutralidade
fiscal
A primeira abordagem que temos sobre o fenómeno de reestruturação empresarial
por meio de fusão e cisão foi disciplinado pela Lei das Sociedades Comerciais (LSC),
nos artigos 102.º e 118.º e seguintes, aprovado pela Lei n.º 1/04, de 13 de Setembro.
clarifica um pouco mais o seu significado jurídico, estabelecendo nos termos do n.º 4 do
referido artigo, que a fusão pode realizar-se por uma de duas modalidades que passaremos a
enunciar: fusão por incorporação e fusão por constituição de uma nova sociedade.
Para tanto, nesta última, cria-se uma nova sociedade para a qual se transfere globalmente o
património das sociedades fundidas que se dissolvem ambas sem liquidação. Entretanto, quanto
aos sócios ou accionistas das sociedades fundidas são atribuídas as correspondentes quotas ou
acções emitidas pela nova sociedade.
A contabilização da fusão e cisão obedece a dois métodos;
i) método da comunhão dos interesses, neste busca-se tratar as necessidades do novo veículo
como ocorria com a anterior incorporada, não dando lugar ao reconhecimento do trespasse
(goodwill) que resulta da operação;
ii) método de compra, o comprador deve registar o valor dos activos e dos passivos de acordo
com o seu valor adquirido, procurando transmitir maior justiça.
Por sua vez, a cisão é a operação pela qual uma sociedade transfere parte do seu património
para constituir outra sociedade. Ela desdobra-se em cisão-dissolução, sendo cada uma das
partes, pela qual uma sociedade se dissolve e divide o seu património, sendo uma das partes das
partes resultantes destinadas a constituir nova sociedade; e cisão-fusão, pela qual uma
sociedade transfere seu património ou se dissolve, dividindo em duas ou mais partes, para as
fundir com sociedades já existentes ou com partes do património de outras sociedades,
separadas por idênticos processos e com igual finalidade.
Relativamente à pertinência fiscal, o artigo 65.º do Código do Imposto Industrial, aprovado pela
Lei n.º 19/14, de 24 outubro, alterada por meio da Lei n.º 26/20, de 20 de Julho, veio estabelecer
o tratamento que deve ser dado às operações de fusão e cisões, procurando de forma modesta
estar o mais próximo possível da neutralidade fiscal.
(Leia o artigo integral na edição 704 do Expansão, de sexta-feira, dia 09 de Dezembro de 2022,
em papel ou versão digital com pagamento em kwanzas. Saiba mais aqui)
https://expansao.co.ao/opiniao/interior/a-impossibilidade-das-implicacoes-tributarias-nas-fusoes-e-cisoes-em-face-do-principio-da-neutralidade-fi… 2/5