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$XOD 1º

$RULJHPGDȴORVRȴD

Estamos iniciando mais uma disciplina. Nestas aulas veremos que


a Filosofia auxilia na compreensão de mundo e também leva a cada um
a sabedoria de analisar e verificar as análises que tanto precisamos para
entender as situações do nosso dia a dia. A Filosofia ajuda também a
contribuir para uma construção dos sentidos para a nossa existência;
pode ajudar a julgar com tino as circunstâncias, a enfrentar os problemas
das situações concretas. Com isso, temos o aperfeiçoamento pessoal e
profissional.
Nesta primeira aula, iremos fazer uma introdução sobre a origem
da ILORVRILD. Gostaria que vocês prestassem muita atenção. Estudar
Filosofia requer atenção e vontade, pois estamos entrando “num
mundo” que, para muitos, é um pouco estranho. Mas não se assustem!
Lembrem-se desta frase que ouvi de um amigo: “o difícil não é
impossível e o fácil não tem valor”. Então, vamos a nossa primeira aula!
Bons estudos!

2EMHWLYRVGHaprendizagem

Esperamos que, ao término desta aula, você seja capaz de:

‡LGHQWLILFDUDVGLIHUHQWHVDERUGDJHQVXWLOL]DGDVSHORVSHQVDGRUHVHRVUHVXOWDGRVSRUHOHVDOFDQoDGRVQDEXVFDGHXPD
compreensão cada vez mais satisfatória do significado do universo e do ser humano dentro dele;
‡FRPSUHHQGHURSURFHVVRGHFRQVWUXomRGRFRQKHFLPHQWRQRLQGLYtGXRLQVHULGRHPVHXFRQWH[WRVRFLDOHFXOWXUDO
‡LGHQWLILFDURVSUREOHPDVVRFLRFXOWXUDLVHHGXFDFLRQDLVSURSRQGRUHVSRVWDVFULDWLYDVjVTXHVW}HVGDTXDOLGDGHGRHQVLQRH
medidas que visem superar a exclusão social.
8 )LORVRȴD 6
desenvolvidas desde Tales de Mileto (623-546 a.C.) até Sócrates
6H©·HVGHestudo (468-399 a.C.).

1 - Introdução à Filosofia -£GDWDPRVRLQ¯FLRGD)LORVRȴD&RPLVVRSRGHPRVTXHVWLRQDURTXH


2 - A origem da Filosofia Antiga: pré-socráticos e seus YHPDVHULVVR"$UHVSRVWD«$)LORVRȴD«XPPRGRGHSHQVDUXPD
pensamentos SRVWXUDGLDQWHGRPXQGR
3 - Iniciação ao Pensamento Filosófico
A Filosofia não é um conjunto de conhecimentos
prontos, um sistema acabado ou fechado em si mesmo. Ela
1ΖQWURGX©¥R¢ȴORVRȴD é, antes de qualquer coisa, uma prática de vida que procura
Caros acadêmicos, estamos iniciando uma nova disciplina, pensar os acontecimentos além de sua pura aparência. Assim,
a qual ajudará vocês a entender as origens de todas as coisas. ela pode se voltar para qualquer objeto. Pode pensar a ciência,
A Filosofia é muito importante para todos nós, pois desperta seus valores, seus métodos e seus mitos; pode pensar a religião,
a reflexão, análise, coerência, a arte e o próprio homem em sua vida cotidiana. Até mesmo
[O pensamento mítico teve
início na Grécia, do séc. XXI
questionamento e acima de tudo uma história em quadrinhos ou uma canção popular podem
ao VI a.C. Nasceu do desejo o convencimento sobre todas as ser objetos da reflexão filosófica.
de dominação do mundo,
para afugentar o medo e a coisas que desejamos conquistar
insegurança. A verdade do
mito não obedece a lógica nem
quanto pesquisadores. $)LORVRȴDSDUWHGRTXHH[LVWHFULWLFDFRORFDHPG¼YLGDID]SHUJXQWDV
da verdade empírica, nem da Temos como símbolo a LQRSRUWXQDVDEUHDSRUWDGDVSRVVLELOLGDGHVID]QRVHQWUHYHURXWURV
YHUGDGHFLHQW¯ȴFD‹YHUGDGH
intuída, que não necessita coruja. Parece no momento um PXQGRVHRXWURVPRGRVGHFRPSUHHQGHUDYLGD
de provas para ser aceita.
‹SRUWDQWRXPDLQWXL©¥R
pouco estranho, mas é importante
compreensiva da realidade, sabermos sobre isso, pois quase Acadêmico, neste ponto podemos verificar que a Filosofia
é uma forma espontânea do
homem situar-se no mundo. todas as profissões tem um é uma prática, essa prática deve ser constante, não podemos
Disponível em: http://www.
ȴORVRȴDYLUWXDOSUREU
símbolo, uma marca, logomarca... parar. Para a reflexão e a crítica, temos que observar sempre,
mitologia.htm. Acesso em: 23 Vou explicar o porquê da coruja... por isso que não devemos julgar condenar nada e ninguém.
fev. 2006.]
Vamos lá... Veja que essa prática incomoda, porque questiona o modo
de ser das pessoas, das culturas e do mundo. Questiona as
$FRUXMD«XWLOL]DGDFRPRV¯PERORGD)LORVRȴDSRLVHOD«R¼QLFRDQLPDO práticas políticas, científica, técnica, ética, econômica, cultural e
TXH HQ[HUJD QR HVFXUR H WHP XP ¤QJXOR GH YLV¥R LQYHM£YHO 4XHP artística. Não há área onde ela não se meta ou não indague. E,
SUDWLFDD)LORVRȴDFRQVHJXHHQ[HUJDUDO«PGDVSRVVLELOLGDGHVGDGDV nesse sentido, a Filosofia é “perigosa”, “subversiva”, pois vira a
SHODQDWXUH]DHSHORKRPHP ordem estabelecida de cabeça para baixo.
Talvez a divulgação da imagem
A importância da Filosofia é exatamente essa, enxergar
do filósofo como sendo uma pessoa Epistemologia:
além da aparência, ir além, ou seja, enxergar o que os outros gnosiologia ou teoria do
“desligada” do mundo seja exatamente conhecimento é a parte
não conseguem enxergar... Esse comentário veremos a GDȴORVRȴDFXMRREMHWR«R
a defesa da sociedade contra o “perigo” HVWXGRUHȵH[LYRHFU¯WLFRGD
seguir com os Pré-socráticos, sem nenhum instrumento,
que ela representa. O trabalho do origem, natureza, limites e
conseguiram analisar a existência de todas as coisas. O que validade do conhecimento
filósofo é refletir sobre a realidade, não KXPDQR$UHȵH[¥R
vem a ser Filosofia? (OLIVEIRA, 2008)1 Pare e pense. O que epistemológica incide, pois,

te vem à mente quando escrevo essa palavra? Será que isso importa qual seja ela, redescobrindo sobre duas áreas principais:
a natureza ou essência do
que pensou está correto? Vamos descobrir? seus significados mais profundos. conhecimento e a questão

A Filosofia surgiu há muitos séculos. Na história do Filósofos diferentes têm de suas possibilidades ou
seu valor.

pensamento ocidental, a Filosofia nasceu na Grécia, por posturas diversas com relação à
volta do século VI (ou VII) a.C. Por meio de longo processo imagem institucional de sabedoria
histórico, surge promovendo a passagem do saber mítico ao e compreensão. Embora com motivações diferentes, deram
pensamento racional, sem, entretanto, romper bruscamente importante contribuição para o alargamento das fronteiras.
com todos os conhecimentos do passado. Durante muito A Filosofia quer encontrar o significado mais profundo
tempo, os primeiros filósofos gregos compartilhavam dos fenômenos. Não basta saber como funcionam, mas sim o
de diversas crenças míticas, enquanto desenvolviam o que significam na ordem geral do mundo humano. A Filosofia
conhecimento racional que caracterizaria a Filosofia. emite juízos de valor ao julgar cada fato e cada ação em relação
Se considerarmos a Filosofia como a atividade racional ao todo. Assim, filosofar é uma prática que parte da teoria e
voltada à discussão e à explicação intelectualizada das coisas resulta em outras teorias.
Desse modo, embora os sistemas filosóficos possam
que nos circundam, tem-se o século VI como a data mais
chegar a conclusões diversas, dependendo das premissas
provável de sua origem. Nessa época, temos a instituição da
de partida e da situação histórica dos próprios pensadores,
moeda, do calendário, da escrita alfabética e da florescente
o processo do filosofar será sempre marcado pela reflexão
navegação, que favoreceu o intenso contato com outras rigorosa, radical e de conjunto.
culturas. Esses acontecimentos propiciaram o processo de Vejam o conceito de Filosofia dado por Bornheim, no
desdobramento do pensamento poético em filosófico. livro 2VILOyVRIRV3UpVRFUiWLFRV:
De acordo com a tradição histórica, a fase inaugural
da Filosofia grega é conhecida como período pré-socrático. >@ VH FRPSUHHQGHUPRV D )LORVRÀD HP XP
Esse período abrange o conjunto das reflexões filosóficas sentido amplo - como concepção da vida e do
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mundo - poderemos dizer que sempre houve
)LORVRÀD'HIDWRHODUHVSRQGHDXPDH[LJrQFLD ^
$ SDODYUD PLWR YHP GR JUHJR ƉƊƅƌƏ H GHULYD GH GRLV YHUERV GR
da própria natureza humana; o homem, imerso ^ ´ FRQWDUQDUUDUIDODUDOJXPDFRLVDSDUDRVRXWURV HGR
YHUERƉƊƅƂƊƖ
no mistério do real, vive a necessidade de ^
YHUERƉƊƅƂƖ FRQYHUVDUFRQWDUDQXQFLDUQRPHDUGHVLJQDU 3DUDRV
encontrar uma razão de ser para o mundo que
JUHJRVPLWR«XPGLVFXUVRSURQXQFLDGRRXSURIHULGRSDUDRXYLQWHV
o cerca e para os enigmas de sua existência [...]
TXHUHFHEHPFRPRYHUGDGHLUDDQDUUDWLYDSRUTXHFRQȴDPQDTXHOH
(2005, p. 7)
TXH QDUUD « XPD QDUUDWLYD IHLWD HP S¼EOLFR EDVHDGD SRUWDQWR
Viram! A Filosofia é uma arte, temos que dominar essa QD DXWRULGDGH H FRQȴDELOLGDGH GD SHVVRD GR QDUUDGRU ( HVVD
arte... DXWRULGDGH YHP GR IDWR GH TXH HOH RX WHVWHPXQKRX GLUHWDPHQWH R
TXHHVW£QDUUDQGRRXUHFHEHXDQDUUDWLYDGHTXHPWHVWHPXQKRXRV
Será que a explicação correspondeu aos seus pensamentos? DFRQWHFLPHQWRVQDUUDGRV
Espero que tenha esclarecido ou, pelo menos, expandido suas )RQWH ZZZDOJRVREUHFRPEUȴORVRȴDPLWRHȴORVRȴDKWPO acesso
ideias. HP
Imaginemos, agora, alguém que tomasse uma decisão
muito estranha e começasse a fazer perguntas inesperadas. Em
vez de “que horas são?” ou “que dia é hoje?”, perguntasse: O Ȋ4XDQGR QDVFHX $IURGLWH EDQTXHWHDYDPVH RV GHXVHV H HQWUH RV
que é o tempo? Em vez de dizer “está sonhando” ou “ficou GHPDLVVHHQFRQWUDYDWDPE«PRȴOKRGH3UXG¬QFLD5HFXUVR'HSRLV
maluca”, quisesse saber: O que é o sonho? A loucura? A razão? TXHDFDEDUDPGHMDQWDUYHLRSDUDHVPRODUGRIHVWLPD
Se essa pessoa fosse substituindo sucessivamente suas ([WUD¯GR GR %DQTXHWH D GH 3ODW¥R Ȋ4XDQGR QDVFHX $IURGLWH
perguntas, suas afirmações por outras: “Onde há fumaça, há EDQTXHWHDYDPVHRVGHXVHVHHQWUHRVGHPDLVVHHQFRQWUDYDWDPE«P
fogo” ou “não saia na chuva para não ficar resfriado”, por: R ȴOKR GH 3UXG¬QFLD 5HFXUVR 'HSRLV TXH DFDEDUDP GH MDQWDU YHLR
O que é causa? O que é efeito? “seja objetivo”, ou “eles são SDUD HVPRODU GR IHVWLP D 3REUH]D H ȴFRX QD SRUWD 2UD 5HFXUVR
muito subjetivos” por: O que é a objetividade? O que é a embriagado com o néctar - pois o vinho ainda não havia - penetrou o
subjetividade? “Esta casa é mais bonita do que a outra”, por: O MDUGLPGH=HXVHSHVDGRDGRUPHFHX3REUH]DHQW¥RWUDPDQGRHP
que é “mais”? O que é “menos”? O que é o belo? VXDIDOWDGHUHFXUVRHQJHQGUDUXPȴOKRGH5HFXUVRGHLWDVHDRVHX
Em vez de gritar “mentiroso!”, questionasse: O que é a ODGRHSURQWRFRQFHEHR$PRU(LVSRUTXHȴFRXFRPSDQKHLURHVHUYR
verdade? O que é o falso? O que é o erro? O que é a mentira? GH$IURGLWHR$PRUJHUDGRHPVHXQDWDO¯FLRDRPHVPRWHPSRTXHSRU
Quando existe verdade e por quê? Quando existe ilusão e por quê? QDWXUH]DDPDQWHGREHORSRUTXHWDPE«P$IURGLWH«EHOD(SRUVHU
ȴOKRR$PRUGH5HFXUVRHGH3REUH]DHȴFRXQDSRUWD2UD5HFXUVR
embriagado com o néctar – pois o vinho ainda não havia – penetrou o
2$RULJHPGDȴORVRȴDDQWLJDSU« MDUGLPGH=HXVHSHVDGRDGRUPHFHX3REUH]DHQW¥RWUDPDQGRHP
socráticos e seus pensamentos VXDIDOWDGHUHFXUVRHQJHQGUDUXPȴOKRGH5HFXUVRGHLWDVHDRVHX
ODGRHSURQWRFRQFHEHR$PRU(LVSRUTXHȴFRXFRPSDQKHLURHVHUYR
GH$IURGLWHR$PRUJHUDGRHPVHXQDWDO¯FLRDRPHVPRWHPSRHPTXH
35e62&5É7,&26 SRUQDWXUH]DDPDQWHGREHORSRUTXHWDPE«P$IURGLWH«EHOD(SRUVHU
ȴOKRR$PRUGH5HFXUVRHGH3REUH]DIRLHVWDDFRQGL©¥RHPTXHHOH
A corrente ou a filosofia pré-socrática, podemos dizer
ȴFRX3ULPHLUDPHQWHHOH«VHPSUHSREUHHORQJHHVW£GHVHUGHOLFDGR
que é o início da Filosofia, pois
HEHORFRPRDPDLRULDLPDJLQDPDV«GXURVHFRGHVFDO©RHVHPODU
os filósofos Pré-socráticos Os pré-socráticos ocuparam-
VHPSUHSRUWHUUDHVHPIRUURGHLWDQGRVHDRGHVDEULJR¢VSRUWDVH
(antes de Sócrates – Filósofo VHHPH[SOLFDURXQLYHUVRH
H[DPLQDYDPDSURFHG¬QFLD QRV FDPLQKRV SRUTXH WHP D QDWXUH]D GD P¥H VHPSUH FRQYLYHQGR
que iremos estudar na aula e o retorno das coisas. Os
FRPDSUHFLV¥R6HJXQGRRSDLSRU«PHOH«LQVLGLRVRFRPRTXH«
02) foram os primeiros que SULPHLURVȴOµVRIRVJUHJRV
tentaram responder à pergunta: EHORHERPHFRUDMRVRGHFLGLGRHHQ«UJLFRFD©DGRUWHUU¯YHOVHPSUHD
indagaram e questionaram sobre Como é possível que todas as
WHFHUPDTXLQD©·HV£YLGRGHVDEHGRULDHFKHLRGHUHFXUVRVDȴORVRIDU
o início ou a origem do universo coisas mudem e desapareçam
e a Natureza, apesar disto, SRUWRGDDYLGDWHUU¯YHOPDJRIHLWLFHLURVRȴVWDHQHPLPRUWDO«DVXD
e conseguintemente a origem de continua sempre a mesma?
Disponível em: <http:// QDWXUH]DQHPPRUWDOHQRPHVPRGLDRUDHOHJHUPLQDHYLYHTXDQGR
todas as coisas... Logo abaixo, ZZZȴORVRȴDYLUWXDOSUREU
HQULTXHFHRUDPRUUHHGHQRYRUHVVXVFLWDJUD©DV¢QDWXUH]DGRSDLH
cito o nome dos principais pré- presocraticos.htm> Acesso em:
22/fev./2006. RTXHFRQVHJXHVHPSUHOKHHVFDSDGHPRGRTXHQHPHPSREUHFHR
socráticos, peço que não fiquem
$PRUQHPHQULTXHFHDVVLPFRPRWDPE«PHVW£QRPHLRGDVDEHGRULD
presos em decorar datas e sim, o
HGDLJQRU¤QFLDȋ(LVFRPHIHLWRRTXHVHG£ &+$8ΖS 
pensamento de cada um, pois é muito importante para nós.
Neste momento, vocês encontrarão os seguintes
De acordo com a tradição histórica, a fase inaugural
pensadores pré-socráticos: Tales de Mileto, Anaximandro
da Filosofia grega é conhecida como período pré-socrático.
de Mileto, Anaxímenes de Mileto, Xenófanes de Cólofon,
Esse período abrange o conjunto das reflexões filosóficas
Heráclito de Éfeso, Pitágoras de Samos, Parmênides de Eléia,
desenvolvidas desde Tales de Mileto (623-546 a.C.) até
Empédocles de Agrigento, Anaxágoras de Clazomena e
Sócrates (468-399 a.C.).
Demócrito de Abdera. Os primeiros filósofos buscam a arqué, o princípio
A passagem da consciência mítica (veja o significado do absoluto, ou seja, principio de todas as coisas, para isso eles
mito abaixo) e religiosa para a consciência racional e filosófica buscam a essência, o principio das coisas (primeiro e último)
não foi feita de um salto. Esses dois tipos de consciência de tudo o que existe. A arqué é o que vem e está antes de tudo,
coexistiram na sociedade grega. no começo e no fim de tudo, o fundamento, o fundo imortal
10 )LORVRȴD 8
e imutável, incorruptível de todas as coisas, que as faz surgir
e as governa. É a origem, mas não como algo que ficou no
passado e sim como aquilo que, aqui e agora, dá origem a
Estes são os principais elementos
tudo, perene e permanentemente.
TXH OHYDUDP RV SU«VRFU£WLFRV
No vasto mundo Grego, a Filosofia teve como berço a
D TXHVWLRQDU D H[LVW¬QFLD HRX D
cidade de Mileto, situada na Jônia, litoral ocidental da Ásia Menor.
origem de todas as coisas
Caracterizada por múltiplas influências culturais e por um rico
comércio, a cidade de Mileto abrigou os três primeiros pensadores Fonte: <www.mundoeducacao.com.
da história ocidental a quem atribuímos a denominação de br/.../presocraticos.htm>

filósofos. São eles: Tales, Anaximandro e Anaxímenes.


7DOHVGH0LOHWR D&
Tales 3 foi comerciante de sal e de azeite de oliva, e
-XVWDPHQWH SDUD Q¥R
enriqueceu como proprietário de prensas de azeitona durante
ȴFDUPRVSUHVRVDRVPRGHORV
uma safra promissora. Sabe-se que ele previu um eclipse
FRORFDGRV LPSRVWRV SRU
ocorrido em 585 a.C. Tales foi um dos filósofos que acreditava
DOJX«PRXDOJXPDFRLVD
que as coisas têm por trás de si um princípio físico, material,
$)LORVRȴDDEUHRVKRUL]RQWHV
chamado arqué; o arqué seria a água. Ele observou que o calor
e nos guia para uma verdade
necessita de água, que o morto resseca, que a natureza é úmida,
TXH WUDQVFHQGH WRGDV DV
que os germens são úmidos e que os alimentos contêm seiva, e
YHUGDGHV GD FL¬QFLD $
concluiu que o princípio de tudo era a água. Com essa afirmação,
YHUGDGHGHQRVVDH[LVW¬QFLD
deduz-se que a existência singular não possui autonomia alguma,
D IRU©D TXH QRV PRYH SDUD
apenas algo acidental, uma modificação. A existência singular
XPDEXVFDLQȴQLWD
é passageira, modifica-se. A água é um momento no todo,
3DUHFHVHUGLI¯FLOFRPSUHHQGHU
em geral, um elemento. Tales queria descobrir um elemento
)LORVRȴD FRP WDQWRV GL]HUHV
físico que fosse constante em todas as coisas. Algo que fosse
Imagem disponível em: http://uquaarilqua. ȴORVµȴFRV H SHQVDPHQWRV
EORJVSRWFRPEUUHȵH[RHV o princípio unificador de todos os seres. Principais fragmentos:
ȴORVRȴFDVHXPYLGHRPXLWRKWPO 3RU«P D VXD FRPSUHHQV¥R
H[LJHHVVDEXVFD
6µ HQWHQGHUHPRV R VHQWLGR GD )LORVRȴD TXDQGR HQWHQGHUPRV
TXH Q¥R SRGHPRV VRPDU RX VXEWUDLU PXOWLSOLFDU QHP GLYLGLU QRVVD
YHUGDGHREHPREHORRDPRUDH[LVW¬QFLD2VVHQWLPHQWRVSRGHP ȊD£JXD«RSULQF¯SLRGHWRGDVDVFRLVDVȋ
VHUH[SUHVVRVQDVPDLVGLYHUVDVIRUPDVPDVQXQFDQXPDHTXD©¥R ȊWRGDVDVFRLVDVHVW¥RFKHLDVGHGHXVHVȋ
PDWHP£WLFDQHPQXPDFRPSRVL©¥RTX¯PLFDRXI¯VLFD Ȋ D SHGUD PDJQ«WLFD SRVVXL XPD DOPD
WH[WRH[WUD¯GR129$.26.Ζ 'LVSRQ¯YHOHPKWWSZZZEHDWUL]NDSSNH SRUTXHPRYHRIHUURȋ
Imagem disponível em:
FRPSDUDTXHHVWXGDUKWP$FHVVRHP <http://naturavendas.
wordpress.com/2010/03/22/
dia-mundial-de-agua/>
O objetivo dos primeiros filósofos era construir uma
cosmologia (explicação racional e sistemática das características Vejamos o pensamento de Anaximandro (610-546 a.C.)5,
do universo) que substituísse a antiga cosmogonia (explicação que foi discípulo de Tales... è muito importante observar como
sobre a origem do universo baseada nos mitos). Em outras eles tinham conhecimento, e como eles buscavam mais e mais,
palavras, os primeiros filósofos queriam descobrir, com base não ficavam satisfeitos com as próprias respostas...
na razão e não na mitologia, o princípio substancial (a arché) Discípulo e sucessor de Tales. Anaximandro recusa-se a ver
existente em todos os seres materiais. a origem do real em um elemento particular; todas as coisas são
Vejam que interessante a análise e a preocupação dos limitadas e o limitado não pode ser, sem injustiça, a origem das
primeiros filósofos... coisas. Do ilimitado surgem inúmeros mundos, estabelecendo
Os pré-socráticos ocuparam-se em explicar o universo a multiplicidade; a gênese das coisas a partir do ilimitado é
e examinavam a procedência e o retorno das coisas. Os explicada através da separação dos contrários em consequência
primeiros filósofos gregos tentaram responder à pergunta: do movimento eterno. Para Anaximandro o princípio das
Como é possível que todas as coisas mudem ou desapareçam coisas - o arqué - não era algo visível, era uma substância etérea,
e a Natureza, apesar disso, continua sempre a mesma? infinita. Chamou-se a essa substância de apeíron (indeterminado,
Para tanto, procuraram um princípio a partir do qual se infinito). O apeíron seria uma “massa geradora” dos seres,
pudesse extrair explicações para os fenômenos da natureza; contendo em si todos os elementos contrários. Anaximandro
um princípio único e fundamental que permanecesse estável tinha um argumento contra Tales: o ar é frio, a água é úmida e o
junto ao sucessivo vir-a-ser. Tales vai dizer que o princípio fogo é quente, e essas coisas são antagônicas entre si.
de tudo é a água; Anaximandro, o infinito indeterminado; Portanto, o elemento primordial, o ar, não poderia ser um
Anaxímenes, o ar; Heráclito, o fogo; Pitágoras, o número; dos elementos visíveis, teria que ser um elemento neutro, que
Empédocles, os quatro elementos: terra, água, ar, fogo, em está presente em tudo, porém invisível.
vez de uma substância única. Esse filósofo foi o iniciador da astronomia grega. Foi o
Vejamos as reflexões filosóficas de alguns pensadores primeiro a formular o conceito de uma lei universal presidindo
pré-socráticos: o processo cósmico totalmente. De acordo com ele, para que o
9 11
“vir-a-ser” não cesse, o ser originário tem de ser indeterminado. +HUiFOLWRGHeIHVR D&
Estando, assim, acima do “vir-a-ser” e garantindo, por isso, a Cognominado de “obscuro”. Afirmava que todas as coisas
eternidade e o curso do “vir-a-ser”. estão em movimento como um fluxo perpétuo. O escoamento
O seu fragmento refere-se a uma unidade primordial, da contínuo dos seres em mudança perpétua se processa através de
qual nascem todas as coisas e à qual retornam todas as coisas. contrários. A lei fundamental do Universo é o devir, que significa
Anaximandro recusa-se a ver a origem do real em um elemento contínuas transformações. Tudo flui e nada fica como é. Coisa
particular. Do ilimitado surgem inúmeros mundos e estabelece- alguma é estável. Tudo segue seu curso. Para Heráclito o princípio
se a multiplicidade. A gênese das coisas a partir do ilimitado é das coisas é o fogo. O fogo transforma-se em água, sendo que
explicada através da separação dos contrários em consequência uma metade retorna ao céu como vapor e a outra metade
do movimento eterno. Principais fragmentos: transforma-se em terra. Sucessivamente, a terra transforma-se
em água e a água, em fogo. Todas as coisas mudam sem cessar,
e o que temos diante de nós em dado momento é diferente do
que foi há pouco e do que será depois. Afirmou: “Nunca nos
banhamos duas vezes no mesmo rio, pois na segunda vez não
ȊRLOLPLWDGR«HWHUQRȋ somos os mesmos, e também o rio mudou”.
ȊRLOLPLWDGR«LPRUWDOHLQGLVVRO¼YHOȋ Grande representante do pensamento dialético. Concebia
a realidade do mundo como algo dinâmico, em permanente
Imagem disponível em: http://
mangaepoesia.blogspot.com.
transformação. Daí sua escola filosófica ser chamada de
br/2011/04/o-vento-e-o-tempo.html mobilista (=movimento). Para ele, a vida era um fluxo constante,
impulsionado pela luta de forças contrárias. Assim, afirmava
Já Anaxímenes (588-524 a.C.)6, o elemento primordial, que “a luta é a mãe, rainha e princípio de todas as coisas”. É
principal ou essencial, é o ar, vamos para sua teoria... pela luta das forças opostas que o mundo se modifica e evolui.
O princípio de tudo, o arqué seria o ar, e as coisas da Heráclito imaginava a realidade dinâmica do mundo sob
natureza seriam o ar condensado em vários graus. A rarefação a forma de fogo, com chamas vivas e eternas, governando o
e condensação do ar formam o mundo. A alma é ar e o fogo constante movimento dos seres.
é ar rarefeito; quando acontece uma condensação, o ar se Ele estabelece a existência de uma lei universal e fixa (o
transforma em água, se condensa ainda mais se transformando logos), regedora de todos os acontecimentos particulares e
em terra e, por fim, em pedra. Foi o primeiro a afirmar que a fundamentalmente da harmonia universal, harmonia feita de
Lua recebe do Sol a sua luz. Para esse filósofo, o ar representa tensões.
um elemento invisível e imponderável, quase inobservável e,
no entanto, observável: o ar é a própria vida, a força vital, a
divindade que “anima” o mundo. Principais fragmentos:

Ȋ7RGDVDVFRLVDVHVW¥RHP
PRYLPHQWRȋ
Ȋ GR DU GL]LD TXH QDVFHP Ȋ2PRYLPHQWRVHSURFHVVD
WRGDVDVFRLVDVH[LVWHQWHVDV DWUDY«VGHFRQWU£ULRVȋ
TXHIRUDPHDVTXHVHU¥RRV Ȋ7XGRVHID]SRUFRQWUDVWH
GHXVHVHDVFRLVDVGLYLQDVȋ da luta dos contrários nasce
Fonte: <www.templodeapolo.net/
&LYLOL]DFRHVJUHFLDȴORVRȴDLPDJHQV
DQD[LPHQHV!
DPDLVEHODKDUPRQLDȋ
Ȋ GHVFHPRV H Q¥R
Xenófanes de Cólofon (570-528 a.C.) analisa o surgimento descemos nos mesmos
ou nascimento das coisas, através do elemento, terra. ULRVVRPRVHQ¥RVRPRVȋ
O elemento primordial para ele é a terra, através
do elemento terra desenvolve sua cosmologia. Combate Imagem disponível em: http://meandros.
acirradamente a concepção antropomórfica dos deuses, e wordpress.com/2008/10/

defende um Deus único, eterno, imóvel. Fragmentos principais:


3LWiJRUDVGH6DPRV D&
É dele a ideia de que o número é o princípio ordenador
de todas as coisas, os quais representam a ordem e a harmonia.
Assim, a essência dos seres teria uma estrutura matemática.
Para Pitágoras, aquele que compreende todas as relações
ȊWXGRVDLGDWHUUDHWXGR numéricas chega à essência das coisas. Portanto, a substância
YROWDDWHUUDȋ das coisas é o número. Pitágoras interpretou a forma dualista
Ȋ WXGR R TXH QDVFH H da teoria dos opostos e a descoberta de ordem matemática,
FUHVFH«WHUUDH£JXDȋ sobretudo do famoso teorema que lhe é atribuído.
Imagem disponível
em: http://www.
plantasonya.com.br/
Os pitagóricos se acham em dificuldades para explicar
sementes-e-bulbos/ a multiplicidade e o vir-a-ser, precisamente mediante o uno
como-germinar-
sementes-3.html e o imutável. E julgam poder explicar a variedade do mundo
mediante o concurso dos opostos, que são - segundo os
12 )LORVRȴD 10
pitagóricos - o ilimitado e o limitado, ou seja, o par e o ímpar, perfeito, pois não é carente; se de nada é carente, não é possível
o imperfeito e o perfeito. O número divide-se em par, que não que seja imperfeito e inacabado.
põe limites à divisão por dois, e, por conseguinte, é ilimitado Em Parmênides, o um é o todo e o todo é um. Se
(quer dizer, imperfeito, segundo a concepção grega, a qual existissem dois todos, um limitaria a abrangência do outro.
via a perfeição na determinação); e ímpar, que põe limites à Como o ser é infinito, ilimitado, só pode ser um. Ele refere-se a
divisão por dois e, portanto, é limitado, determinado, perfeito. uma esfera. Não se pode deduzir daí que o ser tem o atributo da
Os elementos constitutivos de cada coisa - sendo cada corporeidade. Trata-se de uma simples imagem, evidentemente
coisa número - são o par e o ímpar, o ilimitado e o limitado, influenciado pelas ideias cosmológicas de Anaximandro que
o pior e o melhor. Radical oposição esta, que explicaria o vir- geometrizou o espaço, até então aritimetizado. No caso, a
a-ser e o multíplice, que seriam reconduzidos à concordância esfera dá mais a noção de infinitude, de algo que nunca termina.
e à unidade pela fundamental harmonia (matemática), Quando o poema fala de uma “verdade bem redonda”, a
que governa e deve governar o mundo material e moral, imagem que nos vem à mente é a do ser “esférico”, ou seja,
astronômico e sonoro. sem começo e sem fim, sem dobras, sem quebras, indivisível,
Principais fragmentos: imutável, sempre idêntico a si mesmo.

Ȋ R SULQF¯SLR GDV ȊSRLVSHQVDUHVHU«RPHVPRȋ


matemáticas é o princípio de ȊRVHU«HRQDGDDRFRQWU£ULR
WRGDVDVFRLVDVȋ QDGD«ȋ
Ȋ UHVWDQRV DVVLP XP ¼QLFR
Peço que conheçam o
FDPLQKRRVHU«ȋ
teorema de Pitágoras, sua
história e sua essência.
Imagem disponível em: <www.
Imagem disponível em: http://blog- overmundo.com.br>
da-uniao.blogspot.com.br/2011_07_03_
archive.html
(PSpGRFOHVGH$JULJHQWR D&
O princípio gerador de todas as coisas não seria um único
3DUPrQLGHVGH(OpLD D&
elemento, mas quatro elementos: terra, ar, água e fogo, que
Parmênides indica que na via da verdade, o homem se
se misturam em diferentes proporções e formam as várias
deixa conduzir apenas pela razão. Nessa primeira via, ele
substâncias que encontramos no mundo. O que unia e desunia
afirma o princípio lógico-ontológico da identidade. Este
os quatro elementos eram dois princípios: o amor e a luta. Os
princípio pode assumir a formulação: O ser é, o não ser não é.
quatro elementos e os dois princípios seriam eternos, mas as
Só por meio da razão é possível desvelar a verdade e a certeza.
substâncias formadas por eles seriam pouco duradouras.
Isso quer dizer que a razão é instrumento fundamental e
único com o qual o homem pode deixar-se conduzir à dupla
evidência: O que é é, e o que é não pode deixar de ser.
Nessa segunda formulação, o princípio evidenciado
é o da imutabilidade. O ser é demonstrado com todo rigor Ȋ GXDV FRLVDV TXHUR GL]HU ¢V
lógico com o raciocínio: “o que é é”, sendo o que é, tem que YH]HVGRP¼OWLSORFUHVFHRXQR
ser único: “além do que é” só existiria, se possível fosse, o SDUD XP ¼QLFR VHU RXWUDV DR
diferente dele, “o que não é” – hipoteticamente absurdo, FRQWU£ULR GLYLGHVH R XQR QD
pois isso desembocaria na atribuição de existência ao não ser, PXOWLSOLFLGDGHȋ
impensável e indizível.
Imagem disponível em: <http://
Como os mortais hesitam em escolher, ficam a meio HVWXGRUHOLJLRVRȴOHVZRUGSUHVV
com/2008/10/elementos-f.jpg>
caminho, a vaguear, em função “do hábito multiexperiente”
da observação, apenas podem ter um olhar que a nada se
dirige, seus ouvidos apenas percebem sons sem significado. 'HPyFULWRGH$EGHUD D&
Parmênides diz que ao se comprometer com a via da Acha que tudo o que existe é composto de átomos,
verdade, o homem sábio perceberá que há indícios sobre o partículas invisíveis e indivisíveis. Os átomos, infinitos em
que é; seus atributos são revelados como uma necessidade número, combinam-se uns aos outros e formam todas as coisas.
absoluta, necessidades que são a um só tempo do ser e do Os átomos são invisíveis porque são muito pequenos e também
pensamento, já que ambos são idênticos. porque não possuem qualidades. No universo somente existiriam
O ser é, portanto, alheio a todo devir, está além de toda átomos e vácuo (que representaria a ausência do ser). Todas as
geração e corrupção; é uno e contínuo, porque a razão não qualidades das coisas como cor, cheiro, peso, som, beleza, vida
permitiria nascer algo além dele, determina-o, pois, indivisível, e outras, nada mais são do que movimento e modos de ser
igual ao todo, não pode ser maior ou menor que ele mesmo e diferentes dos agregados de átomos que formam a respectiva
caso houvesse mais de um ser, à unidade retornaria, já que por coisa. Para ele, é o acaso ou a necessidade que promove a
imposição lógica ente a ente adere. O ser é imóvel e, pousado aglomeração de certos átomos e a repulsão de outros. O acaso é
em si mesmo, permanece imobilizado em seus limites. O ser é o encadeamento imprevisível, a aglomeração de certos átomos
11 13
e a repulsão de outros. O acaso é o encadeamento imprevisível
de causas. A necessidade é o encadeamento previsível e V¥RREUDGRLQVWLQWRDWLYLGDGHTXHUHDOL]DȴQVGHWHUPLQDGRVVHPWHU
determinado entre causas. Sua concepção mecanicista – “tudo FRQVFL¬QFLDGHTXHRVUHDOL]DVHPWHUDSRVVLELOLGDGHRXDOLEHUGDGHGH
o que existe no universo nasce do acaso ou da necessidade”. Q¥RUHDOL]£ORV3RLVVHUDEHOKDHFRQVWUXLUFROPHLDV«DPHVPDFRLVD
Tudo tem uma causa. Fragmentos principais: HDPHVPDFRLVDWDPE«P«VHUIRUPLJDHHUJXHUIRUPLJXHLURVHVHU
DUDQKDHIDEULFDUDVWHLDV7RGDDFRQGXWDWRGDDDWLYLGDGHGRDQLPDO
HVW£ SUHGHWHUPLQDGD SUHHVWDEHOHFLGD HP VXD QDWXUH]D LQFOXVLYH D
SRVVLELOLGDGHTXHVHYHULȴFDHPUHOD©¥RDFHUWRVDQLPDLVVXSHULRUHV
GHVHUHPDGHVWUDGRVSDUDWUDEDOKDUQRVFLUFRV
ȊRV KRPHQV ȴ]HUDP GR DFDVR (P FRQWUDVWH R KRPHP SHUJXQWD ( SRU TXH SHUJXQWD" 3RUTXH
XPDLPDJHPFRPRSUHWH[WRSDUD SUHFLVDSHUJXQWDU0DVSRUTXHSUHFLVDSHUJXQWDU"3UHFLVDSHUJXQWDU
DVXDSUµSULDLPSUXG¬QFLDȋ SRUTXHQ¥RVDEHHSUHFLVDVDEHUVDEHURTXH«RPXQGRHPTXHVH
HQFRQWUDHQRTXDOGHYHYLYHU3DUDSRGHUYLYHUHYLYHU«FRQYLYHUFRP
DVFRLVDVHFRPRVRXWURVKRPHQVSUHFLVDVDEHUFRPRDVFRLVDVH
RVRXWURVKRPHQVVHFRPSRUWDPSRLVVHPHVVHFRQKHFLPHQWRQ¥R
Imagem disponível em: http://aniely17.
blogspot.com.br/ SRGHULDRULHQWDUVXDFRQGXWDHPUHOD©¥R¢VFRLVDVHDRVKRPHQV3DUD
RVHUKXPDQRRFRQKHFLPHQWRQ¥R«IDFXOWDWLYRPDVLQGLVSHQV£YHO
Neste momento terminamos a primeira parte da Filosofia, XPD YH] TXH VXD VREUHYLY¬QFLD GHOH GHSHQGH 0DV SDUD TXH HVVH
podemos chamar dos primeiros pensamentos filosóficos. FRQKHFLPHQWR OKH VHMD UHDOPHQWH ¼WLO H OKH SHUPLWD WUDQVIRUPDU D
Vamos analisar algumas ideias referentes à necessidade de QDWXUH]DSRQGRDDVHXVHUYL©RHOKHSHUPLWDWDPE«PWUDQVIRUPDU
estudar e estruturar a filosofia em nosso dia a dia. VXD SUµSULD QDWXUH]D SHOD HGXFD©¥R H SHOD FXOWXUD SDUD TXH HVVH
FRQKHFLPHQWR SRVVD WRUQDUVH R IXQGDPHQWR GH XPD W«FQLFD
3ΖQLFLD©¥RDRSHQVDPHQWRȴORVµȴFR UHDOPHQWHHȴFD]«LQGLVSHQV£YHOTXHQ¥RVHMDPHUDPHQWHHPS¯ULFR
3DUDUHIOHWLU PDVFLHQW¯ȴFRRXHSLVWHPROµJLFRFRPRGL]LDPRVJUHJRV
2UDRTXHHVW£QDRULJHPGRFRQKHFLPHQWRWDQWRȴORVµȴFRTXDQWR
FLHQW¯ȴFR" 1D RULJHP GHVVH FRQKHFLPHQWR HVW£ D FDSDFLGDGH RX
HOMEM: o ser que pergunta
PHOKRUDQHFHVVLGDGHGHSHUJXQWDUGHLQGDJDURTXHV¥RDVFRLVDVHR
1RUPDOPHQWHSHUJXQWDPRVVHPUHȵHWLUVREUHRSUµSULRSHUJXQWDUVHP TXH«RKRPHP(TXDO«RSUHVVXSRVWRRXDFRQGL©¥RGHSRVVLELOLGDGH
LQGDJDU SHOR VLJQLȴFDGR GHVVD RSHUD©¥R GD LQWHOLJ¬QFLD TXH VH DFKD GDSHUJXQWD"6HSHUJXQWR«SRUTXHQ¥RVHLRXPHFRPSRUWRFRPRVH
QDUDL]GHWRGRFRQKHFLPHQWRHGHWRGDFL¬QFLD(DRSHUJXQWDUSHOR Q¥RVRXEHVVH$SHUJXQWDVXS·HFRQVHTXHQWHPHQWHDLJQRU¤QFLDHP
SHUJXQWDUFRQYHUWHPRVHVVDRSHUD©¥RTXHQRVSDUHFHW¥REDQDOW¥R UHOD©¥RDRTXHVHSUHWHQGHRXSUHFLVDVDEHUSUHVVXSRQGRWDPE«PH
TXRWLGLDQDHPWHPDȴORVµȴFRDSDUWLUGRPRPHQWRHPTXHSDVVDPRV DRPHVPRWHPSRDFRQVFL¬QFLDGDLJQRU¤QFLDHRFRQKHFLPHQWRSRU
DFRQVLGHU£ODGRSRQWRGHYLVWDGDFU¯WLFDUDGLFDO DVVLPGL]HUHPRFRGDTXLORTXHVHGHVFRQKHFHHSUHFLVDFRQKHFHU
6HFRPSDUDUPRVQHVVHDVSHFWRRFRPSRUWDPHQWRKXPDQRFRPRGR $PRODGRSURFHVVR«DFRQWUDGL©¥R1¥RVHLHVHLTXHQ¥RVHLHHVVD
DQLPDOYHULȴFDUHPRVTXHRDQLPDOQ¥RSHUJXQWDQ¥RLQGDJDOLPLWDQGR FRQVFL¬QFLDGDLJQRU¤QFLDDFL¬QFLDGDLQVFL¬QFLD«RTXHPHSHUPLWH
VHDUHVSRQGHU0DVSRUTXHRDQLPDOQ¥RSHUJXQWD"1¥RSHUJXQWD SHUJXQWDUTXHUDSHUJXQWDVHGLULMD¢QDWXUH]DTXHUVHHQGHUHFHDRV
SRUTXHQ¥RSUHFLVDSHUJXQWDU(SRUTXHQ¥RSUHFLVDSHUJXQWDU"3RUTXH RXWURVKRPHQV
SDUDYLYHUHUHSURGX]LUVHGLVS·HGRLQVWLQWRTXHRWRUQDFDSD]GHID]HU 1D RULJHP QD UDL] GR SHUJXQWDU HQFRQWUDPRV SRUWDQWR D UXSWXUD
HPERUD LQFRQVFLHQWH H VRQDPEXOLFDPHQWH WXGR R TXH « QHFHVV£ULR DFLV¥RDFRQWUDGL©¥R1¥RVHLSUHFLVRVDEHUHSRUTXHVHLTXHQ¥R
SDUDVREUHYLYHUHDVVHJXUDUDVREUHYLY¬QFLDGHVXDHVS«FLH2DQLPDO VHL SHUJXQWR QD H[SHFWDWLYD GH TXH D UHVSRVWD SRVVD WUD]HUPH R
Q¥R SHUJXQWD OLPLWDVH D UHVSRQGHU DRV HVW¯PXORV H SURYRFD©·HV GR FRQKHFLPHQWRTXHQ¥RWHQKRHSUHFLVRWHU &275Ζ1 
FRQWH[WRHPTXHVHHQFRQWUDDUHVSRQGHULPHGLDWDPHQWHIXJLQGRGR
SHULJRTXDQGR«DPHD©DGRHDWDFDQGRDSUHVDTXDQGRHVW£FRPIRPH Com o texto acima, podemos iniciar o estudo referente
(QWUHRDQLPDOHRFRQWH[WRHPTXHYLYHQ¥RK£UXSWXUDQ¥RK£VROX©¥R ao Desenvolvimento da Consciência, iremos refletir sobre a
GH FRQWLQXLGDGH 3RUTXH R DQLPDO « QDWXUH]D GHQWUR GD QDWXUH]D origem e o sistema que integram o homem. Temos alguns
LQVWLQWRHVSRQWDQHLGDGHYLWDOLQFRQVFL¬QFLD>@ tipos de conhecimentos, os mais conhecidos: Senso comum,
4XDQGRRFRPSRUWDPHQWRGRDQLPDOQ¥R«GLWDGRSHORLQVWLQWRSHOD Intelectual, Racional, Intuitivo, Religiosa... Mas para obter o
QHFHVVLGDGH GH DOLPHQWDUVH RX GH UHSURGX]LUVH H GH PRYHUVH QR conhecimento precisamos ter consciência...
HVSD©R « GLWDGR SHORV HVW¯PXORV H[WHULRUHV TXH SURYRFDP UHȵH[RV Veja: eu passo uma informação, você assimila, analisa e
RXUHVSRVWDVSUHYLDPHQWHGHWHUPLQDGRV2DQLPDOQ¥RSUHFLVDVDEHU reflete. Depois, essa informação que foi refletida por você fica
RTXHV¥RDVFRLVDVQ¥RSUHFLVDSHUJXQWDUSRUTXHVDEHSRULQVWLQWR na consciência, assim você obtêm o conhecer. Como posso
WXGRRTXHSUHFLVDVDEHUSDUDVREUHYLYHUHDVVHJXUDUDVREUHYLY¬QFLDGD saber se você conhece ou não? Somente através da indagação.
HVS«FLHGRJUXSRRXGDIDP¯OLDDTXHSHUWHQFH Se você sabe e responde, você construiu o conhecimento, é
(VVDFL¬QFLDHVW£LPSO¯FLWDHPVXDQDWXUH]DSRLVRSHL[HQDVFHVDEHQGR por isso que temos que absorver o máximo de informação...
QDGDURS£VVDURVDEHQGRYRDUHRVJDWRVHFDFKRUURVVDEHQGRDQGDU
HFRUUHU$LQWHJUD©¥RQRFRQWH[WRQDWXUDO«FRPSOHWDPHVPRSRUSDUWH Comunicação6¥RDVVXQWRVSDVVDGRVSHORVPHLRVGHFRPXQLFD©¥R
GRVDQLPDLVTXHFRQVWURHPFROPHLDVFRPRDVDEHOKDVHGLI¯FLRVSDUD FRPLVVRQ¥RK£XPDȊSUHRFXSD©¥RȋGHLQIRUPDU
PRUDUFRPRDVIRUPLJDVRXWHLDVFRPRDVDUDQKDV(VVDVFRQVWUX©·HV Informação6¥RSDVVDGDVSDUDDVSHVVRDVTXHREW¬PFRQKHFLPHQWR
14 )LORVRȴD 12
consciência de si. Essa reflexão em torno do eu, sem atenção
WRGDVDVIRUPDVV¥RSDVVDGDVHUHȵHWLGDVGHDFRUGRFRPLQWHUHVVHGR sobre o mundo, conduziria ao isolamento, ao fechamento
FRQKHFHGRU interior, ao labirinto narcisista (Disponível em: http://
pt.wilpedia.org/wiki. Acesso em: 12/fev./2006).
Vamos começar os estudos referentes à consciência!
Muito já se escreveu sobre as características humanas. 3.12VPRGRVGDFRQVFL¬QFLD
Entretanto, talvez nada caracterize melhor o ser humano do
que a consciência, isto é, o desenvolvimento dessa atividade Geralmente relacionamos a consciência apenas à capacidade
mental que nos permite estar no mundo com algum saber, cognitiva, ou seja, à capacidade de apreensão intelectual de uma
“consciência”. dada realidade. No entanto, sendo o homem um ser que se
Por isso, a biologia classifica o homem atual como sapiens relaciona com a realidade através de múltiplos sentidos e múltiplas
sapiens: o ser que sabe que sabe. É que o homem é capaz de capacidades, podemos distinguir alguns modos da consciência
fazer sua inteligência debruçar sobre si mesma para tomar que estabelecem essa relação homem-mundo.
posse de seu próprio saber, avaliando sua consistência, seu $ FRQVFLrQFLD PtWLFD - O termo mito tem diversos
limite e seu valor. significados. Pode significar: uma ideia falsa, como quando se diz
“o mito da superioridade racial dos germânicos difundido pelos
2 FRQKHFLPHQWR KXPDQR « D YHUGDGH DFHVV¯YHO DR KRPHP H HVVD nazistas”; uma crença exagerada no talento de alguém, como em
YHUGDGH«UHODWLYDȴQLWDHOLPLWDGD([LVWHXPDUHDOLGDGHDEVROXWDPDV “Elvis Presley foi o maior mito da música popular mundial”; ou
DFHVVRGLUHWRDHVVDUHDOLGDGHRXSHUFHS©¥RGLUHWDGHOD«LPSRVV¯YHO ainda algo irreal e supersticioso, como o “mito do saci-pererê”.
2FRQKHFLPHQWRGDUHDOLGDGH«UHODWLYRHOLPLWDGRDRFRQKHFLPHQWR Quando falamos em mito num sentido antropológico,
GRVY£ULRVHIHLWRVSURGX]LGRVSRUHVVDUHDOLGDGHDEVROXWD‹XPWHUPR queremos nos referir às narrativas e ritos tradicionais,
TXHGHVLJQDHPȴORVRȴDRSURFHVVRSHORTXDORVXMHLWRDSUHHQGHXP integrantes da cultura de um povo, principalmente entre as
REMHWR2FRQKHFLPHQWRVHQV¯YHOQRV«GDGRSRUPHLRGRVVHQWLGRVM£ populações primitivas e antigas...
RLQWHOLJ¯YHOGHSHQGHGRXVRGDUD]¥RHW¬PFRPRREMHWRVWLSRVJHUDLV O mito conta uma história sagrada: ele relata um
HQ¥RLQGLYLGXDLVHFRQFUHWRV acontecimento ocorrido no tempo primordial... O mito
narra como, graças às façanhas dos entes sobrenaturais, uma
O processo contínuo de conscientização faz do homem, realidade passou a existir.
portanto, um sistema aberto, fundamentalmente relacionado $FRQVFLrQFLDUHOLJLRVD - Compartilha com a consciência
com o mundo e consigo mesmo. O ser humano pode voltar- mítica o elemento do sobrenatural, a crença em um poder
se para dentro de si, investigando seu íntimo, e projetar-se superior inteligente, isto é, a divindade. No entanto, é uma
para fora, investigando o universo. consciência que, historicamente, conviveu e debateu com a
Aberto ao ser e ao saber, a conscientização faz o homem razão filosófica e científica. Sua diferença em relação a esses
dinâmico. Eterno caminhante destinado à procura e ao saberes está na crença em verdades reveladas pela fé religiosa,
encontro da realidade. Caminhante cuja estrada é feita da enquanto a filosofia e a ciência se apoiam, sobretudo, na razão
harmonia e do conflito com o ser, o saber e o fazer, essas para alcançar o conhecimento.
dimensões essenciais da existência humana. A consciência intuitiva - A intuição é uma forma de
&RQVFLrQFLD&UtWLFD- A dialética do eu e do mundo. A consciência que pode ser apontada como um saber imediato,
consciência pode centrar-se sobre o próprio sujeito, sondando ou seja, que não passa por mediações, que ocorre como um
a interioridade, ou sobre os objetos exteriores, sondado a insight. A intuição distingue-se do conhecimento formal,
alteridade. Portanto, há duas dimensões complementares refletido, que se constrói através de argumentos.
no processo de conscientização: a consciência de si e a É possível falarmos na existência de uma intuição, falarmos
consciência do outro. na existência de uma intuição sensível e uma intuição intelectual.
A consciência de si, isto é, a concentração da consciência Em um outro caso, a intuição tem um caráter sincrético, isto
nos estados interiores do sujeito, exige reflexão. Alcança-se, por é, representa uma aglutinação de elementos indistintos que,
intermédio dela, a dimensão da interioridade que se manifesta posteriormente, podem ser desdobrados em uma análise. Quando
através do processo de falar, criar, afirmar, propor e inovar.
isso se der, estaremos entrando no conhecimento racional.
A consciência do outro, isto é, a concentração da consciência
$ FRQVFLrQFLD UDFLRQDO - Ela busca a compreensão da
nos objetos exteriores, exige atenção. Alcança-se, por intermédio
realidade por meio de certos princípios estabelecidos pela razão,
dela, a dimensão da alteridade que se manifesta através do processo
como, por exemplo, o de causa e efeito. Essa busca se caracteriza
de escutar, absorver, reformular, rever e renovar.
por pretender alcançar uma adequação entre pensamento e
O despertar da consciência crítica depende do
realidade, isto é, entre explicação e aquilo que se procura explicar.
harmonioso crescimento dessas duas dimensões da
O conhecimento racional desenvolve um trabalho de
consciência: a reflexão sobre si e a atenção sobre o mundo. Se
abstração e análise. Abstrair significa separa, isolar as partes
apenas uma delas progride, há uma deformação, um abalo no
essenciais. Analisar significa decompor o todo em suas partes.
desenvolvimento da consciência crítica.
Com isso, busca-se compreender o que define e caracteriza
Supomos, por exemplo, o crescimento só da consciência
fundamentalmente o objeto em estudo.
do outro. Essa atenção unilateral ao mundo, sem a reflexão
sobre si mesmo, conduziria à perda da identidade pessoal, à
exaltação dos objetos externos, ao alheamento. 5HWRPDQGRDaula
Por outro lado, imaginemos o crescimento só da
13 15
de uma análise formal e abstrata da realidade e se denomina
(VWDPRV WHUPLQDQGR D DXOD QHVWH PRPHQWR IDUHPRV
ontologia ou metafísica geral. No pensamento moderno,
um memorandumYDPRVO£
tende a dar o nome de metafísica a toda filosofia especulativa
que se ocupe de princípios não perceptíveis diretamente de
1,QWURGXomRj)LORVRILD modo empírico, como “alma”, “essência” ou “absoluto”,
ou que elabore concepções do mundo não suscetíveis de
A origem da Filosofia. Nesta seção não podemos
demonstração científica. Assim, na oposição clássica entre
nos esquecer da necessidade de entender o nascimento da
idealismo e materialismo, as escolas contemporâneas de
Filosofia, como também devemos lembrar que a Filosofia
tradição empirista - positivismo, filosofia analítica -- tenderam
não é um conjunto de conhecimentos prontos, um sistema
a negar a validade da metafísica como ciência, enquanto
acabado ou fechado em si mesmo. Nós devemos acompanhar
correntes como o irracionalismo, o existencialismo e o
com raciocínio, com clareza e com segurança toda análise e
intuicionismo, embora discordem dos critérios dogmáticos
acontecimentos que poderemos acompanhar, ou seja, a Filosofia
da metafísica tradicional, admitem o caráter de certo modo
nos ajuda a dar respostas seguras a todos os questionamentos.
metafísico de todo empreendimento filosófico.
2  $ RULJHP GD )LORVRILD DQWLJD 3Up6RFUiWLFRV H ‡3DUDGLJPD - É um esquema ou modelo mental que
VHXVSHQVDPHQWRV se toma como referência e sobre o qual se constrói um
processo intelectual. Em filosofia da ciência é o princípio
Vimos os principais filósofos pré-socráticos, através da básico que sustenta uma teoria geral e cuja alteração acarreta
sabedoria e da dinamicidade conseguiram dar respostas para os a mudança de toda a teoria.
questionamentos da época. Sem nenhuma tecnologia absorveram ‡$[LRORJLD- É a abordagem filosófica Teoria do valor
conhecimentos e deram respostas as indagações da época. em sentido amplo. Sua importância reside principalmente no
novo e mais extenso significado que atribuiu ao termo valor
3,QLFLDomRDRSHQVDPHQWRILORVyILFR e na unidade que trouxe ao estudo de questões econômicas,
éticas, estéticas e lógicas que eram tradicionalmente
Trabalhamos com a análise mais direta sobre o processo consideradas em separado.
de filosofar, discutimos nesse ponto sobre a consciência crítica
e reflexiva, depois de analisarmos a origem da filosofia e os
primeiros filósofos, podemos finalizar com um raciocínio, a
importância da Filosofia para a realização pessoal e profissional.
Devemos ter mais razão do que emoção, todas as nossas
decisões devem ser tomadas com segurança. Nas aulas a seguir 9DOHDpena DFHVVDU
estaremos aprimorando a nossa razão, consciência e reflexão.
Dicionário de Filosofia - Disponível em: www.terravista.
*/266É5,2 pt/nazare/1339/gloss.html
Glossary of Religious Mouvements Terms - Disponível
‡9DORU - Axiologia, ou teoria do valor é a abordagem em: http://religiousmovements .lib.virginia.edu/utilities/
filosófica do valor em sentido amplo. Sua importância reside glossary/bg31_mock.htm
principalmente no novo e mais extenso significado que Routledge Encyclopedia of Philosophy - Disponível em:
atribuiu ao termo valor e na unidade que trouxe ao estudo http://geocities.com/calps.br.2000/pagina.htm
de questões econômicas, éticas, estéticas e lógicas que eram Centro de Lógica, Epistemologia e História da Ciência -
tradicionalmente consideradas em separado. Disponível em: www.cle.unicamp.br/
‡9HUGDGH - Na Filosofia Clínica, há dois tipos de verdade: www.terravista.pt/guincho/5198
subjetiva e consensual. A verdade subjetiva é aquela que http://educalara.vilabol.uol.com.br/lara2.htm
habita a pessoa que está de acordo com a sua singularidade, http://eumat.vilabol.uol.com.br/conceito.htm
sua Estrutura de Pensamento. Quanto à verdade consensual, http://mondodomani.org/mneme/
é aquela estabelecida em conjunto pelas pessoas. http://www.humanas.unisinos.br/professores/
‡(VWUXWXUDGHSHQVDPHQWR - É o modo como a pessoa hbenno/texto2.htm
está existencialmente no ambiente. A estrutura de pensamento http://www.icb.ufmg.br/~franc/cool/ceticismo/
se dá mediante a relação de trinta Tópicos que por interseção http://www.mundodosfilosofos.com.br/comte.htm
estabelecem as condições modais de existência da pessoa. A http://www.pesquisa-escolar.info/filosofia/
Estrutura de Pensamento se caracteriza pela sua mobilidade, idealismo/index.php
plasticidade, pois ela muda de pessoa para pessoa, ela muda de http://www.usc.es/atrabe/programa/autonomia.htm
época para época, ela muda na própria pessoa durante a vida. www.educacao.pro.br
Ela procura entender a experiência humana enquanto existência. www.filosofia.3000.it
‡0HWDItVLFD - Metafísica ou filosofia primeira constitui www.filosofiavirtual.pro.br/presocraticos.htm
a parte mais importante de toda doutrina filosófica, já www.geocities.com/epolverelli/teston.html
que investiga os princípios e causas últimas da realidade, a www.terravista.pt/guincho/5198
essência do ser ou “o ser como ser”. Seu estudo deve partir www.terravista.pt/nazare/1339/gloss.html
16 )LORVRȴD 14

suas peças. Sua vida consiste em compactar o lixo existente


9DOHDpena DVVLVWLU no planeta, que forma torres maiores que arranha-céus,
e colecionar objetos curiosos que encontra ao realizar seu
trabalho. Até que um dia surge repentinamente uma nave,
$3URFXUDGD)HOLFLGDGH - Título original: The Pursuit que traz um novo e moderno robô: Eva. A princípio curioso,
of Happyness Wall-E logo se apaixona pela recém-chegada.
Direção: Gabriele Muccino. Sinopse: Wall-E é diversão para as crianças, mas também para os
Chris Gardner (Will Smith) é um pai de família que adultos. O filme consegue deixar de maneira divertida uma
enfrenta sérios problemas financeiros. Apesar de todas as versão possível para o futuro da humanidade. O protagonista
tentativas em manter a família unida, Linda (Thandie Newton), busca um sentido maior em sua vida e deixa uma mensagem
sua esposa, decide partir. Chris agora é pai solteiro e precisa simples: “aproveite as coisas simples da vida” e por incrível
cuidar de Christopher (Jaden Smith), seu filho de apenas 5 anos. que pareça nos ensina a sermos mais sensíveis.
Ele tenta usar sua habilidade como vendedor para conseguir
um emprego melhor, que lhe dê um salário mais digno. Chris :LWWJHQVWHLQ- Direção: Derek Jarman. Sinopse:
consegue uma vaga de estagiário numa importante corretora Este é um retrato invulgar e pleno de humor de um dos
de ações, mas não recebe salário pelos serviços prestados. mais influentes filósofos do século XX: Ludwig Wittgenstein.
Sua esperança é que, ao fim do programa de estágio, ele seja A intenção de Derek Jarman é inequívoca: explorar as
contratado e assim tenha um futuro promissor na empresa. chaves ideológicas da filosofia e da vida de Wittgenstein, para
Porém, seus problemas financeiros não podem esperar que além do gênio. O filme recupera, com ironia, todo o percurso
isto aconteça o que faz com que sejam despejados. Chris e da vida do filósofo e da sua família, expoente máximo da
Christopher passam a dormir em abrigos, estações de trem, burguesia austríaca. Retrata ainda toda a luta de Wittgenstein
banheiros e onde quer que consigam um refúgio à noite, contra a alienação pessoal. O filósofo serviu como voluntário
mantendo a esperança de que dias melhores virão. na I Guerra Mundial, foi professor na Áustria rural e operário
na União Soviética. Regressa a Cambridge em 1951, onde
)HOLFLGDGHQD)LORVRILD - Este filme pode nos levar morrerá vítima de cancro. As últimas palavras de Wittgenstein
a alguns pensamentos e sentimentos sobre o que é a indiciam o tom irônico com que sempre encarou a sua
felicidade e se podemos ou não ser felizes. Na história da existência: “Digam a todos que tive uma vida maravilhosa”?
Filosofia encontramos diversas respostas (ou tentativas de
resposta) para essa questão. O conceito de Felicidade nasceu '~YLGD - Direção: John Patrick Shanley. Sinopse:
na Grécia Antiga: para Tales era feliz quem tem corpo são O ano é 1964 e o cenário é a escola St. Nicholas, no
e forte, boa sorte e alma bem formada. Para Demócrito Bronx. O vibrante e carismático padre Flynn (Philip Seymour
a felicidade era a medida do prazer e a proporção da vida Hoffman), vem tentando acabar com os rígidos costumes da
(evitando-se os excessos). Já para Aristipo somente o prazer escola, que há muito são guardados e seguidos ferozmente
é bem, porque é algo desejado por si mesmo. A Felicidade pela irmã Aloysius Beauvier (Meryl Streep), a diretora com
seria a soma de todos os prazeres particulares (passados e mãos de aço que acredita no poder do medo e da disciplina.
futuros). Mas para Platão não era assim, a felicidade não Os ventos das mudanças políticas sopram pela comunidade
está no prazer, mas sim na virtude. Os felizes só são felizes e, de fato, a escola acaba de aceitar seu primeiro aluno negro,
porque possuem a justiça e a temperança; os infelizes são Donald Miller. Mas quando a irmã James (Amy Adams), uma
infelizes porque possuem a maldade. Todos os conceitos freira inocente e esperançosa conta à irmã Aloysius sobre sua
de liberdade até aqui dizem respeito à situação do homem suspeita, induzida pela culpa, de que o padre Flynn está dando
no mundo. Mas Aristóteles amplia o conceito de Felicidade atenção exagerada a Donald, a irmã Aloysius se vê motivada
definindo-a como certa atividade da alma realizada em a empreender uma cruzada para descobrir a verdade e banir
conformidade com a virtude. Assim as pessoas podem o padre da escola. Agora, sem nenhuma prova ou evidência,
possuir três tipos de bens: os exteriores, os do corpo e os da exceto sua certeza moral, a irmã Aloysius trava uma batalha
alma. Os bens exteriores cumprem uma função utilitária de de determinação com o padre Flynn, uma batalha que ameaça
instrumentos, além do qual se tornam prejudiciais a quem dividir a Igreja e a escola com consequências devastadoras.
os possui e por isso tornam-se inúteis. Os bens espirituais “Dúvida” é um filme sobre... Dúvida. Não somente, outras
ao contrário quanto mais abundantes mais úteis. A Ética questões (moralidade, autoridade e religião) são tratadas no
pós-aristotélica ocupou-se exclusivamente da Felicidade do filme. Mas tudo é duvidoso e passa longe de esclarecimentos.
sábio. O sábio é aquele que acha a Felicidade em si mesmo. A partir do filme podemos colocar algumas questões
filosóficas: A verdade é relativa? E o que é a verdade? E
:DOO( - Direção: Andrew Stanton. Sinopse: ainda: Existe uma relação entre crença religiosa e a verdade?
Após entulhar a Terra de lixo e poluir a atmosfera com
gases tóxicos, a humanidade deixou o planeta e passou a
viver em uma gigantesca nave. O plano era que o retiro
durasse alguns poucos anos, com robôs sendo deixados
para limpar o planeta. Wall-E é o último destes robôs, que 2%6 1¥R HVTXH©DP (P FDVR GH G¼YLGDV DFHVVHP DV IHUUDPHQWDV
se mantém em funcionamento graças ao autoconserto de ȊIµUXPȋRXȊTXDGURGHDYLVRVȋ

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