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Universidade Federal de Lavras

Departamento de Administração e Economia


Administração 2021.1 / VI Período

GAE299 – Negócios Globais Prof. Dra. Cristina Lelis Leal Calegario


Sarah Ribeiro Fonseca 202110149
Atividade VI

Estudo de Caso 6: Advanced Biomedical Devices: avaliação do preparo para exporta. Cap.
12 do livro texto do Curso - (Biblioteca da Ufla) | Cavusgil, S. Tamer; Knight, Gary;
Riesenberger, John R. Negócios Internacionais - Estratégia, Gestão e Novas Realidades:
Pearson Education, 2010.
1. De que forma Carlos Ghosn é um líder visionário? Quais traços ele possui que são
características de um líder visionário?

Carlos Ghosn é reconhecido como um líder visionário devido à sua habilidade em


conduzir transformações significativas na Nissan. Sua visão clara e inspiradora para a
empresa vai além das práticas convencionais da indústria automotiva, evidenciando-se em
sua busca por inovação e adaptação. Ghosn liderou iniciativas como o aumento substancial
dos investimentos em pesquisa e desenvolvimento, a introdução de novos produtos globais
e o desenvolvimento de tecnologias avançadas, destacando seu compromisso com a
inovação como parte integrante da estratégia de longo prazo da Nissan.

Além disso, Ghosn demonstrou disposição para desafiar a cultura burocrática japonesa,
superando a resistência interna à mudança e promovendo uma mentalidade que aceita o
risco. Sua abordagem global é evidente ao adotar o inglês como idioma oficial da Nissan e
incentivar os gerentes a aprenderem esse idioma, enfatizando a irrelevância da localização
física em comparação com a importância dos empregos e lucros.

O estilo de liderança visionário de Ghosn não se limita apenas à articulação de uma


visão inspiradora, mas também se destaca pela tomada de decisões rápidas e pela busca
de resultados tangíveis. Sua abordagem de estabelecer metas agressivas para a equipe
gerencial e prometer consequências tangíveis em caso de não cumprimento reflete uma
mentalidade orientada para resultados e a capacidade de traduzir visão em ações concretas.

2. Qual é a natureza da estratégia internacional da Nissan? A empresa está seguindo


uma estratégia primordialmente global ou multidoméstica? Quais vantagens a
Nissan extrai da estratégia escolhida? De que formas a empresa demonstra
eficiência, flexibilidade e aprendizagem?
A estratégia global da Nissan é predominantemente caracterizada por sua busca pela
eficiência operacional e competitividade global, destacando-se por várias características
distintivas. A integração profunda com a Renault é um elemento central dessa abordagem,
evidenciada pelo compartilhamento de plataformas, motores e operações em diversas
regiões do mundo.

A presença global da estratégia da Nissan é manifesta por meio de fábricas em países


estratégicos como Inglaterra, França, Estados Unidos, Brasil, China, Taiwan e Filipinas. Essa
descentralização da produção permite à Nissan estar próxima de seus principais mercados
internacionais, aproveitando mão de obra de baixo custo e alta qualidade em diferentes
regiões.
A parceria com a Renault, notavelmente representada pela criação da Renault-Nissan
BV em Amsterdã, oferece à empresa um fórum neutro para desenvolver estratégias
conjuntas, facilitando a integração global das operações. O compartilhamento de
plataformas e motores entre as duas empresas não apenas reduz custos, mas também
demonstra eficiência ao criar economias de escala.

A estratégia global da Nissan é flexível, adaptando-se às demandas específicas de


diferentes mercados. A empresa responde de maneira ágil às necessidades locais,
desenvolvendo carros híbridos para atender à crescente demanda em mercados sensíveis
aos preços da gasolina.

O investimento substancial em pesquisa e desenvolvimento (P&D) e inovação,


exemplificado pela criação de uma subsidiária de projetos em Shanghai, China, reflete a
busca contínua da Nissan por aprendizado e atualização em tecnologias avançadas. Além
disso, a consolidação das operações de manufatura nos Estados Unidos, transferindo
empregos do sul da Califórnia para o Tennessee, ilustra a aprendizagem organizacional ao
centralizar a produção e melhorar a eficiência operacional.

Em resumo, a estratégia internacional da Nissan é global, destacando-se pela busca de


eficiência, flexibilidade e aprendizagem contínua. A parceria estratégica com a Renault, a
descentralização da produção e a capacidade de adaptação a diferentes demandas de
mercado são elementos que contribuem para o sucesso da Nissan como uma empresa
competitiva em escala global.

3. Descreva a cultura organizacional da Nissan. Quais são suas características


culturais? De que forma Carlos Ghosn contribuiu para a cultura da Nissan?
Justifique.
Sob a liderança de Carlos Ghosn, a cultura organizacional da Nissan experimentou uma
transformação substancial. Antes da intervenção de Ghosn, a cultura refletia as
características tradicionais do ambiente corporativo japonês, caracterizado por uma
abordagem burocrática, conservadora e resistente à mudança. Com Ghosn assumindo o
comando, ocorreu uma mudança paradigmática na cultura da empresa, desafiando as
normas existentes e promovendo uma mentalidade mais global, incentivando a inovação e
destacando a responsabilidade individual. Sua abordagem assertiva na tomada de decisões
e sua disposição em quebrar paradigmas contribuíram para a criação de uma cultura mais
ágil, eficiente e voltada para o sucesso global da Nissan. A transformação cultural liderada
por Ghosn foi crucial para a recuperação e o sucesso duradouro da empresa.

As características culturais predominantes incluem:

Inovação e Adaptação: Ghosn desafiou a cultura japonesa tradicional, introduzindo uma


abordagem proativa e inovadora. Ele incentivou a antecipação de problemas, a discussão
aberta de questões e a remoção de obstáculos antes mesmo de surgirem. A cultura agora
valoriza a inovação e a capacidade de adaptação rápida às mudanças no ambiente de
negócios.

Globalização: Ghosn orientou a cultura globalmente, adotando o inglês como idioma


oficial da empresa. Sua ênfase na irrelevância da localização física em comparação com
empregos e lucros destacou a transformação da Nissan em uma empresa com uma
mentalidade verdadeiramente global.

Responsabilidade Individual: Ghosn desafiou o pensamento antiquado sobre a não


aceitação interna da condição de risco da empresa, incentivando uma mentalidade mais
empreendedora e responsável entre os funcionários.
Eficiência e Resultados Tangíveis: A cultura da Nissan sob Ghosn tornou-se mais
orientada para resultados, refletida em sua abordagem de estabelecer metas agressivas
para a equipe gerencial e vincular consequências tangíveis, como demissões, ao não
cumprimento dessas metas. Isso estimulou uma mentalidade de eficiência e foco nos
resultados.
4. As empresas globais adotam uma abordagem relativamente centralizada às
operações internacionais. Quais são as características da tendência rumo à
integração global das operações da empresa? Como a Nissan exibe essas
características?
Empresas de alcance global frequentemente seguem uma abordagem centralizada em
suas operações internacionais, e a Nissan exemplifica características típicas desse padrão
de integração global. Isso inclui a implementação de estruturas de coordenação global,
compartilhamento de recursos e decisões centralizadas na alta administração, visando
otimizar a eficiência, reduzir custos e promover uma estratégia global unificada entre as
operações da Nissan e da Renault.

Criação de uma Empresa de Coordenação Global: A Nissan estabeleceu a Renault-Nissan


BV em Amsterdã, uma empresa de coordenação global que serve como um fórum neutro
para ambas as empresas desenvolverem estratégias comuns. Essa iniciativa reflete a busca
por coordenação eficiente e uma estratégia integrada entre as operações globais das duas
empresas.

Compartilhamento de Plataformas e Motores: Um elemento crucial na integração


global é o compartilhamento de plataformas e motores entre a Nissan e a Renault. Essa
prática não apenas reduz os custos operacionais, mas também promove eficiência e
consistência na produção global, assegurando uma utilização otimizada dos recursos
disponíveis.

Conselho de Administração Conjunto: A Renault-Nissan BV possui um conselho de


administração composto por quatro membros de cada organização. Essa estrutura reflete
uma abordagem colaborativa e integrada na tomada de decisões estratégicas em nível
global, contribuindo para a coordenação entre as operações das duas empresas.

Centralização de Controle na Alta Administração: A presença de Carlos Ghosn como


CEO tanto da Nissan quanto da Renault destaca a centralização do controle na alta
administração. Essa dualidade de funções possibilita a coordenação direta entre as
estratégias e operações das duas empresas, garantindo uma abordagem mais unificada.

Compartilhamento de Projetos e Engenharia: Nissan e Renault colaboram em


projetos de motor, engenharia e compra de peças, onde cerca de três quartos das peças
utilizadas por ambas as montadoras são adquiridas em conjunto. Esse compartilhamento
não só reduz custos, mas também promove eficiência na pesquisa, desenvolvimento e
produção, evidenciando a integração global das operações.

Padronização Global de Produtos: A Nissan adota uma estratégia de padronização


global de produtos, exemplificada pelo carro Nissan Versa, conhecido como Renault Clio
na Europa, Nissan Tiida na Ásia e Renault Logan no Oriente Médio. Essa abordagem
contribui para a consistência da marca e eficiência operacional em diversos mercados.

5. Analise a Nissan no tocante à estrutura de integração-responsividade. Quais são as


pressões que a empresa enfrenta em relação à responsividade local? Quais são as
referentes à integração global? Quais vantagens cada um desses dois aspectos
acarreta à Nissan?
A Nissan está sujeita a pressões substanciais relacionadas à adaptabilidade às
características locais devido à diversidade de mercados, culturas e regulamentações. Em
mercados globalmente diversos, a empresa deve ajustar seus produtos e estratégias de
marketing para atender às diversas preferências culturais dos consumidores. Variações nas
regulamentações, como padrões de segurança e emissões, exigem adaptações específicas
nos produtos e nos processos de fabricação para garantir a conformidade com as normas
locais. A competição com marcas locais também impõe pressão, pois a Nissan precisa
competir com empresas que têm um entendimento mais aprofundado das estratégias e
preferências específicas de cada mercado. Além disso, flutuações nas condições econômicas
em diferentes países exigem que a Nissan seja sensível às realidades econômicas locais,
ajustando preços e estratégias de marketing conforme necessário. Lidar com as
expectativas variadas dos consumidores locais também é um desafio, e a Nissan precisa
estar atenta para adaptar seus produtos de acordo, garantindo que seus veículos sejam
bem recebidos pelos consumidores em cada mercado específico. Essas pressões sublinham
a importância contínua da adaptação e flexibilidade por parte da Nissan para permanecer
competitiva e relevante em diversos mercados em todo o mundo. Incorporar responsividade
local em suas estratégias é crucial para garantir o sucesso e a aceitação eficaz de seus
produtos em cada mercado específico.

Pressões para integração global:

A Nissan enfrenta pressões relacionadas à integração global em suas operações


internacionais. Essas pressões incluem a busca por economias de escala, que exige uma
coordenação eficaz em escala global para otimizar a produção e reduzir custos. No entanto,
essa integração pode também demandar a padronização de processos e produtos,
limitando a flexibilidade para adaptações locais. A colaboração estreita com parceiros, como
a Renault, destaca a necessidade de sinergias entre empresas globais, impondo pressão
para alinhar estratégias e operações em uma escala internacional. A Nissan enfrenta o
desafio de se adaptar às tendências de mercado globais, ajustando-se às mudanças nas
preferências dos consumidores em diferentes regiões. Manter uma consistência global na
marca é outra pressão associada à integração global. A Nissan deve garantir que seus
produtos e mensagens de marketing estejam alinhados em todos os mercados para
construir uma identidade de marca unificada. Gerenciar riscos globais, como volatilidade
cambial e instabilidade política, é um desafio adicional, exigindo uma abordagem
estratégica para lidar com variáveis complexas em diferentes partes do mundo.

Vantagens de cada aspecto:

Responsividade local: [1] Maior aceitação no mercado: a adaptação local aumenta a


aceitação dos produtos nos mercados específicos, impulsionando as vendas; [2] Melhor
relacionamento com clientes: atender às expectativas locais contribui para construir um
relacionamento mais sólido com os clientes em cada região.

Integração global: [1] Eficiência operacional: a padronização e integração global levam


a uma maior eficiência operacional e redução de custos; [2] Desenvolvimento rápido de
produtos: compartilhar recursos e conhecimentos entre as operações globais acelera o
desenvolvimento e lançamento de novos produtos. Dessa forma, é evidente que a Nissan
enfrenta pressões tanto em relação à responsividade local quanto à integração global. A
empresa equilibra essas pressões para aproveitar as vantagens competitivas associadas a
cada aspecto, buscando eficiência operacional global, ao mesmo tempo em que atende às
demandas específicas de cada mercado local.

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