Rousseau

Segundo Discurso
Parte II
O estado de natureza e o
primeiro movimento da
desigualdade: o surgimento da
propriedade
Páginas 265 a 270
Introdução à filosofia (GCH 102-2023/2)

30 de outubro de 2023
 Grupo composto por:

LUCAS DIAS HENRIQUE VILELA

JUNQUEIRA RIBEIRO

BRUNO MANOEL SILVA

FRANCISCO DE ASSIS
CAETANO CARVALHO
PEREIRA NETO
CIPRIANO
Introdução
Na segunda parte do "Discurso
sobre a origem e os
fundamentos da desigualdade
entre os homens" de Jean-
Jacques Rousseau, páginas 265
a 270, o autor explora a
transição do estado de
natureza para a formação das
sociedades e como isso
contribuiu para a desigualdade.
Dividiremos a apresentação
entre cinco participantes do
grupo, cada um responsável por
quatro parágrafos.
Conceitos essencias
§2 do exórdio da 1ª parte: Rousseau
distingue os 2 tipos de desigualdade
* Natural ou física: estabelecida pela
natureza (idade, saúde, força do corpo,
espírito e alma),
* Moral ou política: depende da convenção
estabelecida ou autorizada pelo
consentimento dos homens (ricos,
poderosos).
§9 do prefácio do 2º discurso
*Amor-de-si: bem-estar e conservação
*Piedade: repugnância natural do sofrimento
dos seres sensíveis.
Fichamento Detalhado
Problema: Definir como e quando surge a
propriedade, e qual a relação da
propriedade com a desigualdade entre os
homens.
Hipótese: Teria a propriedade surgido no
estado de natureza? O surgimento da
propriedade foi um processo gradativo?
Tese: A propriedade surgiu na sociedade
nascente por um longo processo
gradativo de evolução, e culminou em
instituir os males da humanidade.
Caminho argumentativo: (análise
minuciosa dos pontos essenciais dos 20
parágrafos):
O Fundamento da Sociedade Civil: A Origem da Propriedade

FUNÇÕES 1
ILOCUTÓRIAS:

Narrativa e Argumentativa: O autor está

narrando o desenvolvimento da sociedade
civil e fazendo argumentos relacionados a
esse processo.

ARGUMENTOS:

O primeiro argumento é que o fundador da sociedade civil é

aquele que declarou "isto é meu" e encontrou pessoas
simples o suficiente para acreditar nele.
O segundo argumento aponta que, se alguém tivesse
impedido a ideia de propriedade e declarado que os frutos
pertencem a todos e que a terra não pertence a ninguém,
muitos crimes e horrores poderiam ter sido evitados.
O autor também sugere que essa ideia de propriedade não
se formou repentinamente, mas sim ao longo de um longo
processo de desenvolvimento humano.
Natureza Humana Primitiva: O Instinto de Sobrevivência e
Reprodução
FUNÇÕES
2
ILOCUTÓRIAS:

Narrativa e Expositiva: O autor narra a evolução

dos sentimentos e necessidades humanas e
expõe como isso impactou o comportamento
humano.

ARGUMENTOS:

O primeiro argumento é que o homem inicialmente estava

preocupado com sua existência e conservação, o que o
levou a utilizar os recursos da terra para sobreviver.
O autor argumenta que a tendência de perpetuar a espécie
era cega e desprovida de sentimentos do coração,
resultando apenas em um pacto animal entre os sexos.
Além disso, o parágrafo sugere que, uma vez satisfeita a
necessidade de sobrevivência e reprodução, os sexos e até
mesmo os pais e filhos não reconheciam mais vínculos ou
afetos.
 Transição do Homem Primitivo:
FUNÇÕES Adaptando-se à Competição e
ILOCUTÓRIAS:
Obstáculos Naturais
Narrativa: O autor narra a transição 3
da condição inicial do homem, que se ARGUMENTOS:
assemelhava a um animal limitado às
sensações puras, para uma fase em O autor argumenta que as dificuldades
da natureza, como a altura das
que ele começou a enfrentar
árvores, forçaram o homem a se
dificuldades e teve que aprender a
adaptar e adquirir novas habilidades.
superá-las.
Ele também menciona a concorrência
de animais e a ferocidade de outros
seres como motivos para que o homem
desenvolvesse suas habilidades físicas
e estratégias de sobrevivência.
O parágrafo sugere que o homem, ao
aprender a superar obstáculos e
competir por recursos, começou a
utilizar armas naturais disponíveis,
como galhos de árvores e pedras.
Evolução das Atividades ARGUMENTOS: 4
Humanas: Adaptação ao
O autor argumenta que as diferenças
Ambiente e Diversidade nas terras, climas e estações
levaram os seres humanos a
FUNÇÕES desenvolver diferentes indústrias,
ILOCUTÓRIAS: como a pesca e a caça.
Ele menciona o uso do fogo como uma
Narrativa: O autor narra a inovação importante para combater
evolução das atividades humanas os rigores do inverno e a
à medida que a população crescia conservação de alimentos.
e os desafios ambientais O parágrafo descreve como os seres
mudavam. humanos aprenderam a reproduzir o
fogo e a preparar carnes que antes
eram consumidas cruas.
 Da Natureza Primitiva à
Sociedade Civil: A Evolução
do Homem
PROBLEMAS:
Os problemas levantados no texto pelos
quatro primeiros parágrafos estão
relacionados à formação da sociedade
civil, a noção de propriedade, a transição
do estado de natureza para a sociedade
civil e a evolução do homem desde seu
estágio inicial até a adaptação às
dificuldades naturais.
RESUMO: 1-4
O Fundador da Sociedade Civil:
Apresentação da tese de que o verdadeiro fundador da
sociedade civil foi aquele que primeiro reivindicou a
propriedade de um terreno.
Abordagem das consequências dos problemas sociais
relacionados à propriedade, como crimes, guerras e
injustiças.
Natureza Humana Primitiva:
Descrição do homem primitivo, inicialmente focado na
existência e conservação.
Relato de como o homem inicialmente agiu puramente
por instinto, sem desenvolvimento de sentimentos
humanos complexos.
Transição do Homem Primitivo:
Narração da transição do homem primitivo,
inicialmente semelhante a um animal, para um estágio
em que enfrentou e superou dificuldades naturais.
Abordagem sobre o desenvolvimento de habilidades
físicas e estratégias para sobreviver em um ambiente
desafiador.
Adaptação às Diversidades e Desafios:
Descrição da evolução das atividades humanas em
resposta às diversidades de terras, climas e estações.
Relato de como o homem se adaptou a diferentes
ambientes, desenvolvendo habilidades como pesca,
caça, uso do fogo e preparação de alimentos.
 Parágrafo 5
5
QUAL O PROBLEMA
ENFRENTADO PELO
PARÁGRAFO? QUAL A ARGUMENTAÇÃO FEITA
PARA SUSTENTAR A POSIÇÃO?

- A adaptação do espírito humano às

relações entre seres e características Enfatiza que a adaptação dos seres à
como tamanho, força, velocidade, medo e natureza levou a uma reflexão sobre
coragem. essas relações, o que levou a uma
prudência em relação às precauções
QUAL A POSIÇÃO necessárias para a segurança humana.
PROPOSTA?

- A percepção dessas relações levou o

espírito humano a desenvolver uma
espécie de reflexão, resultando em
precauções para sua segurança.
 QUAL O PROBLEMA
ENFRENTADO PELO
Parágrafo 6
PARÁGRAFO?
QUAL A ARGUMENTAÇÃO
O aumento da superioridade de um ser FEITA PARA SUSTENTAR A
POSIÇÃO?
em relação aos outros animais devido
ao desenvolvimento de novas
habilidades. 1. O ser adquiriu novas habilidades,
como a capacidade de preparar
armadilhas e revidar ataques.
QUAL A POSIÇÃO
2. Embora outros animais pudessem
PROPOSTA?
superá-lo em força ou rapidez, ele
O ser em questão passou a conseguiu dominar alguns e prejudicar
considerar-se superior aos outros, tornando-se um senhor para
demais animais devido às novas alguns e um flagelo para outros.
habilidades adquiridas. 3. Esse ser experimentou seu primeiro
sentimento de orgulho ao perceber
sua superioridade.
4. Ele começou a considerar-se o
primeiro de sua espécie e
individualmente superior aos demais
animais.
parágrafo 7 QUAL O PROBLEMA
ENFRENTADO PELO
PARÁGRAFO?
- A relação do ser com seus
semelhantes, que são diferentes de
nós, humanos, e a necessidade de
compreendê-los.
QUAL A POSIÇÃO
PROPOSTA?
O ser, apesar das diferenças
com seus semelhantes,
observou as semelhanças em
seu comportamento e concluiu
que suas maneiras de pensar e
sentir eram semelhantes às
suas. Isso levou-o a estabelecer
regras de conduta para se
relacionar com eles visando seu
próprio benefício e segurança.
QUAL A ARGUMENTAÇÃO
FEITA PARA SUSTENTAR A
POSIÇÃO?
1. O ser não tinha o mesmo tipo de
relação com seus semelhantes que
temos com outros humanos, mas
ainda assim observava-os.
2. Percebeu conformidades entre
seus semelhantes, suas fêmeas e a
si mesmo, levando-o a concluir que
suas maneiras de pensar e sentir
eram semelhantes.
3. Estabeleceu a importante
verdade de que suas semelhanças
eram mais significativas do que
suas diferenças.
4. Usou um "pressentimento" para
desenvolver regras de conduta
que considerava benéficas e
seguras ao interagir com seus
semelhantes.
 QUAL O PROBLEMA
ENFRENTADO PELO
PARÁGRAFO?
- A necessidade do ser de aprender com a
experiência que o amor ao bem-estar é o
principal motivador das ações humanas. Isso
o coloca em situações em que ele precisa
distinguir quando seus semelhantes podem
ajudar o interesse comum e quando a
competição o levaria a desconfiar deles.
QUAL A POSIÇÃO
PROPOSTA?
O ser aprendeu que o amor ao bem-
estar é o principal motivo das ações
humanas e, com base nisso, ele se
envolve com seus semelhantes em
situações de interesse comum,
formando associações temporárias, ou
se envolve em competições, buscando
vantagens de maneira aberta ou sutil.
Parágrafo 8
QUAL A ARGUMENTAÇÃO
FEITA PARA SUSTENTAR A
POSIÇÃO?
1. O ser aprendeu que o amor ao bem-
estar é o principal motivador das ações
humanas.
2. Ele consegue distinguir situações
em que o interesse comum permite a
colaboração com seus semelhantes,
formando associações temporárias.
3. Em situações em que a competição é
necessária, cada um busca vantagens,
seja de forma aberta ou por meio de
habilidade e sutileza, dependendo de sua
força relativa.
Conclusão 5 ao 8
CONCLUSÕES REFERENTES
AOS PARÁGRAFOS 5,6,7 E 8

Nesses quatro parágrafos, observamos a evolução do

ser em relação aos seus semelhantes e sua
compreensão do amor ao bem-estar como principal
motivador das ações humanas. Ele aprendeu a
distinguir situações em que a colaboração era
benéfica, formando associações temporárias para
atender ao interesse comum, e situações em que a
competição era necessária, levando cada indivíduo a
buscar vantagens de diferentes maneiras. Essa
evolução demonstra a capacidade do ser de adaptar-
se e agir de acordo com suas observações e
experiências, refletindo a complexidade das relações
humanas e a busca pelo bem-estar como impulso
fundamental.
Como ele reafirma a ideia
de autoconservação? 9 10,11
“Eis como puderam os homens
insensivelmente adquirir
certa idéia grosseira dos
compromissos mútuos e da
vantagem de respeitá-los,
mas somente tanto quanto
poderia exigi-lo o interesse
presente e evidente.”
•os seres humanos adquiriram uma
ideia grosseira de compromissos
mútuos e do benefício de respeitá-los
•era um interesse rudimentar,
imediatista que não leva o futuro em
consideração
•se por um acaso se originasse uma
oportunidade de ganho pessoal eles
abandonavam seu compromisso
Como era a comunicação entre
os homens?
“Facilmente se compreende que
um tal comércio não exigia uma
linguagem muito mais rebuscada
do que a das gralhas ou dos
macacos que se reúnem quase do
mesmo modo. Gritos inarticulados,
muitos gestos e alguns ruídos
imitativos.”
•A linguagem inicial era
completamente primitiva e
subdesenvolvida
•Ao longo do tempo evoluíram e se
tornaram línguas particulares, embora
grosseiras e imperfeitas, como algumas
nações selvagens. Especialmente se
comparadas às línguas desenvolvidas
posteriormente
 Primeira revolução a introduzir
desigualdade
• “A essa época se prende uma primeira revolução
12
que determinou o estabelecimento e a distinção das
famílias e que introduziu uma espécie de propriedade
da qual nasceram talvez brigas e combates.”

•o avanço industrial possibilitou a •isso levou a distinção das

construção de cabanas mais famílias, por cada um
elaboradas, cobertas de argila e possuir sua própria
lama. habitação

•não levou a geração de conflitos, pois os fracos

preferiram imitar os fortes ao invés de tentar fazer o
uso da força para tomá-las
 A Constituição da Primeira Forma de Sociedade e a
Diferença do Modo de Viver dos Sexos
Pontos e argumentos principais:
1. Habitação comum - maridos e mulheres, pais e filhos.
2. Hábito de viver junto - trouxe os mais doces
sentimentos do homem: amor conjugal e amor paterno.
3. Família - pequena sociedade unida pela afeição
recíproca e a liberdade. (Para Rousseau, a liberdade é
parte da essência do homem e pertence à natureza
humana.)
4. Primeira diferença no modo de viver entre os sexos -
mulher mais sedentária, toma conta da cabana e dos
filhos. Homem - busca a subsistência comum.
5. Os dois sexos começaram suavemente a perder sua
ferocidade e vigor - cada um separado tornou-se
menos capaz de combater os animais selvagens,
portanto, era mais fácil reunirem-se para resistir em
comum.
 Funções Ilocutórias
Descritiva: Desenvolvimento dos
sentimentos humanos em um ambiente onde
famílias vivem juntas em habitações
comuns.

Hipótese: O hábito de viver em habitações

comuns levou ao surgimento de sentimentos
e à divisão de papéis entre os sexos.

Tese: A tese implícita é que a convivência

em famílias trouxe à tona sentimentos
afetuosos e estabeleceu diferenças nos
papéis de gênero. Além disso, a união
familiar os tornou mais capazes de resistir a
ameaças externas.
 A Primeira Fonte dos Males dos Seres
 P o n t o s e a r g u m e n t o s p r i n c i p a i s : Humanos

1. No novo estado de vida, simples e solitária, com necessidades

muito limitadas, inventaram-se instrumentos para satisfazê-
las.
2. Os seres humanos agora possuem diversos tipos de lazeres e
comodidades, desconhecidos por seus antepassados.
3. As comodidades foram as primeiras submissões que os homens
impensadamente impuseram a si mesmos, sendo a primeira
fonte dos males.
4. Essas comodidades enfraqueceram o corpo e o espírito dos
descendentes dos homens.
5. O hábito fez com que essas comodidades passassem a ser
necessidades, perdendo todo o seu prazer e satisfação,
tornando a privação dessas comodidades mais cruel do que
doce fora de sua posse Os homens se sentiam infelizes por
perdê-las, sem terem sido felizes por possuí-las,
transformando-as assim em necessidades.
Funções Ilocutórias
Descritiva: A vida humana mudou para um estado mais
avançado, com mais comodidades, mas argumenta que
essas trouxeram consequências negativas.
Hipótese: À medida que os seres humanos avançaram em
termos de comodidades e inovações, eles
inconscientemente se impuseram um fardo, transformando
comodidades em necessidades e enfraquecendo o corpo e
a mente.
Tese: A tese implícita é que à medida que os seres
humanos buscavam mais comodidades e inovações,
tornavam-se menos felizes. Uma vez adquiridas, as
comodidades se transformavam em necessidades, e a
privação delas causava mais sofrimento do que prazer de
tê-las. O autor sugere que a busca por comodidades
enfraquece a humanidade.
O Desenvolvimento das Línguas
Pontos e Argumentos principais:
Uso da palavra - Várias causas particulares puderam
aumentar a linguagem e acelerar seu progresso, tornando-
se assim mais necessária.
Grandes inundações ou tremores de terra - cercaram com
água ou precipícios regiões habitadas - formação de ilhas -
homens foram aproximados e forçados a viver juntos, assim
tornando necessário a formação de um idioma comum.
Homens que viviam nas florestas livremente em terra firme
não eram tão aproximados quanto os das ilhas, portanto os
insulares nos trazeram o uso da palavra.
A sociedade e as línguas nasceram nas ilhas e lá se
aperfeiçoaram antes de serem conhecidas no continente.
Funções Ilocutórias
Descritiva: Como a linguagem se desenvolveu e se tornou necessária
entre os seres humanos à medida que eles
passaram a viver juntos e foram aproximados pela formação de ilhas.

 Hipótese: Sugere que a linguagem se desenvolveu de forma gradual

e natural à medida que os seres humanos
começaram a viver mais próximos. A hipótese é que a linguagem se
tornou necessária para a comunicação entre
eles.

 Tese: A tese implícita é que a linguagem e a sociedade

provavelmente tiveram origem nas ilhas, onde os seres
humanos foram forçados a formar um idioma comum em função de sua
proximidade e necessidade de comunicação.
As circunstâncias geográficas e a convivência em grupos maiores
podem ter acelerado o desenvolvimento da linguagem e da sociedade.
 O Processo de Formação de Uma Sociedade
Pontos e Argumentos principais:

Homens começam a se aproximar lentamente, por fim formam em cada

região uma nação particular. As particularidades de uma nação
envolvem costumes e caracteres, que não são praticados por leis ou
regulamentos, mas sim por compartilharem o mesmo gênero de vida,
alimentos e serem influenciados comumente pelo clima.

 Ligações entre as famílias - jovens de sexo diferente habitam

cabanas vizinhas.

 Comércio - passageiro, exigido pela natureza, logo induz a outro, não

menos agradável e mais permanente, pela frequentação mútua.

 Consideração e comparação de vários objetos - começam a surgir

ideias de mérito e beleza, produzindo sentimentos de preferência. O
sentimento terno e doce pode se tornar um furor impetuoso, do amor
pode surgir o ciúme, e quando a discórdia
triunfa, a mais doce das paixões recebe sacrifícios de sangue humano.
 Funções Ilocutórias
 Descritiva: Descrever como a formação de comunidades fixas
levou ao desenvolvimento de laços sociais, costumes e
características compartilhadas.

 Hipótese: A medida que os seres humanos se estabelecem em

comunidades fixas, eles desenvolvem laços sociais e
compartilham um modo de vida. Ele também hipotetiza que a
proximidade constante entre membros dessas
comunidades leva ao desenvolvimento de sentimentos de
preferência, amor, ciúme e, em última instância, a conflitos.

 Tese: A tese implícita é que a formação de comunidades e a

proximidade entre as pessoas geram ligações sociais e
emocionais, bem como conflitos. O autor destaca como a
interação constante entre membros de uma comunidade
contribui para o desenvolvimento de relacionamentos, paixões e
rivalidades.
§16) Função ilocutória: : Descreve o processo de formação de uma
sociedade

Formação de uma nação particular, una de costumes e

caracteres (gênero de vida, alimento e clima):
aproximação lenta no processo de fixação;
Formação de uma vizinhança permanente: ligação
entre as famílias;
O comércio passageiro exigido pela natureza induz a
outro;
Os seres humanos passam a considerar os objetos e
realizam comparações;
Adquirem ideias de mérito e beleza, que produzem
sentimentos de preferência;
Insinua-se na alma sentimentos ternos e doces, que a
oposição resulta em furor impetuoso: triunfo da
discórdia;
§17) Função ilocutória: Expõe os primeiros passos para a desigualdade e
para o vício

Domesticação do gênero humano: ideias e sentimentos que

sucedem, espírito e coração em atividade, ligações que se
estendem e laços que se estreitam;
Canto e dança, filhos do amor e do lazer, tornam-se a distração e
a ocupação dos homens e mulheres agrupados e ociosos;
Cada um passa a olhar o outro e deseja ser ele próprio, e com isso
a estima pública passa a ter preço;
O mais forte, o mais belo e o mais astuto passa a ser o mais
considerado;
E dessas preferências surge o primeiro passo para a
desigualdade e para o vício;
Vaidade e desprezo, vergonha e inveja: a fermentação desses
germes produziu compostos funestos a felicidade e a inocência;
 Função ilocutória: Distingue as duas espécies de
§18) selvagens
Apreciação mútua formou no espírito a ideia de consideração;
Cada um pretendeu ter direito a essa consideração e a ninguém foi mais possível deixar de tê-
la impunemente;
Surgiu daí os primeiros deveres da civilidade;
Afronta a esses deveres levava ao mal da injúria ao ofendido, e esse via nela o desprezo a sua
pessoa, que era mais insuportável que o próprio mal;
A punição pelo desprezo passou a ser proporcional à importância que se atribuía, o que levou
vinganças tremendas e os homens passaram a ser cruéis e sanguinários;
Os homens nesse passo da evolução já estavam distantes do estado puro de natureza (mau
selvagem);
A análise desse momento da evolução levou os pensadores a concluírem que o homem seria
mau por natureza (falta de distinção das ideias);
Homem em seu estado primitivo é meigo, quando colocado à igual distância da estupidez dos
brutos e das luzes funestas do homem civil;
É compelido a defender-se do mal que o ameaça tanto pelo instinto, quanto pela razão;
Entretanto é impedido pela piedade natural de fazer o mal a alguém sem antes ser levado a tal
por alguma coisa, ou mesmo depois de ser atingido por algum mal;
 Função ilocutória: Aponta qual época a espécie humana foi
§19) mais feliz e duradoura
Sociedade iniciada: exigiam qualidades diversas do homem em relação àquelas da sua
condição primitiva;
A moralidade passa a ser introduzida nas ações humanas;
Cada um passa a constituir perante a lei o único juiz e vingador das ofensas que recebia;
A bondade do estado de natureza não convinha mais à sociedade nascente;
As punições tornaram-se mais severas à medida que as ofensas ficavam mais frequentes;
Caberia ao terror das vinganças ocupar o lugar de freio das leis (homens menos tolerantes
e alteração na piedade natural);
Esse período de desenvolvimento das faculdades humanas: ocupa a posição média entre a
indolência do estado primitivo e a atividade petulante de nosso amor-próprio;
Trata-se da época mais feliz e mais duradoura da história do homem, que o homem saiu dela
por algum acaso funesto, o que jamais deveria ter acontecido;
O gênero humano foi feito para nele sempre permanecer;
Esse estado = juventude do mundo;
Todos os passos posteriores levaram a perfeição do indivíduo e a decrepitude da espécie;
§20) Função ilocutória: Conclui a dicotomia entre a vida feliz e a
vida miserável

[...]: enquanto só se dedicavam a obras que um único homem

podia criar, e as artes que não solicitavam o concurso de
várias mãos, viveram tão felizes, sadios bons e felizes
quanto o poderiam ser por sua natureza;
[...], desde o instante em que um homem sentiu necessidade
do socorro de outro, desde que se percebeu ser útil a um
só contar com provisões para dois, desapareceu a
igualdade, introduziu-se a propriedade, o trabalho tornou-
se necessário e as vastas florestas transformaram-se em
campos aprazíveis que se impôs a regar com o suor dos
homens e nos quais logo se viu a escravidão e a miséria
germinarem e crescerem com as colheitas.
 SEGUE A DICA:

OBRIGADO!
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
ROUSSSEAU, JEAN-JACQUES.
DISCURSO SOBRE A ORIGEM E OS
FUNDAMENTOS DA
DESIGUALDADE ENTRE OS
HOMENS. SÃO PAULO: ABRIL
CULTURAL, 1973. (PÁGINAS DE 265
A 270)