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Armazenagem, Gestão de Transportes
e Distribuição
Armazenagem, Gestão de Transportes e Distribuição
Autoria: João Paulo Lopez
Como citar este documento: LOPEZ, João Paulo. O papel da gestão da distribuição na cadeia de supri-
mentos. Valinhos: 2017.
Sumário
Apresentação da Disciplina 03
Unidade 1: O papel da gestão da distribuição na cadeia de suprimentos 05
Unidade 2: Problema de localização dos armazéns 25
Unidade 3: Embalagens, manuseio de materiais e os armazéns inteligentes 58
Unidade 4: Modais de transporte e a seleção de modais 101
Unidade 5: Transportation Management System (TMS) e Visualização da Operação e Integração
129
com ERP
Unidade 6: Modelos de otimização da distribuição: MilkRun, Merge-in, Transit, Cross-docking,
159
Backhaul, Postponement
Unidade 7: Logística Reversa: Opções de recuperação de produtos, reciclagem, regulamentações,
194
sistema de gestão da qualidade e redesenho da cadeia
Unidade 8: Indicadores de desempenho de armazenagem, transporte e distribuição 230
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Apresentação da Disciplina
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recursos tecnológicos e, particularmente,
sobre a correta utilização destes às suas ne-
cessidades, visando assim a melhoria cons-
tante dos processos
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Unidade 1
O papel da gestão da distribuição na cadeia de suprimentos
Objetivos
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Introdução
A gestão da distribuição de materiais den- mentos dentro deste processo, que dividi-
tro do contexto maior conhecido como “Su- remos entre internos e externos à empresa.
pply Chain Management”, termo que signi-
fica “Gestão da Cadeia de Abastecimento”, 1. Papel das áreas internas da
deve sempre partir da premissa de que os empresa no desempenho da
aspectos e parâmetros do cliente ou, em gestão da distribuição
primeira análise, o destino do material deve
ser conhecido a fim de que a estrutura de Segundo Slack, “todas as partes de qual-
distribuição seja adequada à plena satisfa- quer empresa têm seus próprios papéis a
ção deste cliente. Isto significa que, ao esta- desempenhar para se chegar ao sucesso”
belecer a estrutura de distribuição, que en- (SLACK, 1999p.56), o que significa atender
volve armazéns, empresas de transportes e seus clientes com qualidade em produtos e
prestadores de serviços diversos, demanda serviços.Em se tratando de serviços, fazer
bem entender as características e neces- as coisas no tempo e custos acordados com
sidades do cliente, ou seja, garantir que o o cliente.
material seja recebido dentro do esperado
por este.
Veremos a seguir quais são os principais ele-
6/267 Unidade 1 • O papel da gestão da distribuição na cadeia de suprimentos
Em se tratando de matérias-primas e com-
Para saber mais ponentes, ou ainda materiais adquiridos
para revenda aplicados às empresas dis-
Para aprofundar na temática Canais de Distribui-
tribuidoras ou de varejo, temos as áreas
ção, leia o capítulo 6-“Distribuição Física”, do livro
de Compras ou Suprimentos, cuja missão
“Logística e Operações Globais – Textos e Casos”
principal é garantir os adequados níveis
conforme Referencial Bibliográfico e o capítulo
de estoque para abastecimento. Para tal, é
“Papel Estratégico e Objetivos da Produção”, do
fundamental que sejam determinados os
livro Administração da Produção conforme Refe-
corretos parâmetros em termos de quanti-
rencial Bibliográfico.
dades por lote, frequência de entregas, tipo
de embalagens, horários etc, junto aos for-
Inicialmente faremos uma avaliação sobre
necedores.
quais áreas internas da empresa estão di-
retamente relacionadas à gestão da arma- Da mesma forma, outra área comprometida
zenagem de matérias-primas e componen- com o sucesso do processo de distribuição
tes, caso tratem-se de materiais destinados dentro da cadeia de suprimentos é a área
à produção, ou produtos finais, destinados à Comercial ou de Vendas, cuja missão é bem
venda ou revenda. entender as necessidades, características
e particularidades de seus clientes, dentro
7/267 Unidade 1 • O papel da gestão da distribuição na cadeia de suprimentos
de aspectos similares aos processos desen- seus clientes (supermercados) via distribui-
volvidos por Compras ou Suprimentos junto dores (venda a distribuidores intermediá-
aos fornecedores, identificando a frequên- rios para posterior venda ao supermerca-
cia de entrega, tamanhos de lotes e tipo de do) ou devem ser entregues diretamente
embalagem, e características específicas nos pontos de vendas. Com o aumento do
dos clientes, como aspectos físicos da área poder de negociação das grandes cadeias
de recebimento e até necessidades especí- de supermercados, principalmente, geran-
ficas de tipo de veículos, por exemplo. do altos volumes de demanda, a prática de
Outra área de suma importância em rela- entregas diretas, tem se tornado bastante
ção à distribuição física dos produtos, par- comum, demandando grandes investimen-
ticularmente nas empresas produtoras de tos tanto em estrutura física como em ar-
bens de consumo final e Marketing,prin- mazéns e centros de distribuição, como em
cipalmente nas empresas que produzem tecnologia da informação, elemento este,
produtos de venda em varejo de larga es- cuja evolução constante tem proporciona-
cala, como supermercados e “home cen- do melhorias na gestão dos processos, bem
ters”. Isso acontece devido ao fato de esta como, redução nos custos logísticos, fator
área em particular ter a atribuição de de- crucial em mercados cada vez mais compe-
finir quais serão os canais de distribuição, titivos.
ou seja, se os produtos serão entregues aos
8/267 Unidade 1 • O papel da gestão da distribuição na cadeia de suprimentos
“A distribuição é, claramente, apenas mais um aspecto de prestação de ser-
viços à área de Marketing; é o método pelo qual um produto é distribuído,
e o grau de atendimento e confiabilidade apresentado é tão importante no
global quanto o preço, a promoção e a qualidade do produto”. (DIAS, 1993,
p. 346)
“Just in Time” ou “J.I.T.”: expressão significando “na hora exata em que o cliente necessita do pro-
duto”. Derivada da filosofia de gestão do sistema Toyota de Produção, busca a lógica de sempre prover
o cliente do produto que ele necessita no momento mais próximo de sua necessidade de uso, evitando
ou reduzindo excessos de estoques;
”Supply Chain Management” ou “S.C.M.”: constitui o conjunto de processos que envolve toda a
cadeia de abastecimentos de um determinado segmento econômico ou produto, desde a matéria pri-
ma mais básica, como o minério de ferro, por exemplo, até a construção de bens de consumo duráveis,
como eletrodomésticos e automóveis;
Insumos: materiais essenciais ao processo produtivo,mas que não constituem o produto final, sendo
consumidos no processo produtivo, como combustíveis, por exemplo.
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Considerações Finais
• Podemos concluir que a boa gestão do processo de distribuição de materiais dentro do pro-
cesso maior que é constituído pela gestão da cadeia de suprimentos está intimamente rela-
cionada ao bom atendimento das necessidades dos clientes;
• Em função de sua complexidade, envolve vários elementos, dentro e fora das empresas, de
modo que a integração adequada dos processos entre tais elementos impacta diretamente na
qualidade da distribuição de produtos aos consumidores;
• Como fator complicador, a velocidade dos avanços tecnológicos tem reduzido a vida útil de
muitos produtos, fazendo com que aumente a necessidade de substituição de produtos mais
atualizados e modernos, aumento a frequência de transações de compra. Tal fato ainda conta
com a explosão do comércio via internet, ou “e-commerce”;
• Todavia, a evolução tecnológica atua em favor do gestor logístico e de distribuição, através da
disponibilização de diversas ferramentas que permitem gerenciar os fluxos de distribuição,
como, por exemplo, as ferramentas de rastreamento e roteirização, que estudaremos oportu-
namente;
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Considerações Finais
• Custos e prazos acordados com o cliente constituem elementos que definem a qualidade dos
serviços de distribuição. Neste contexto, a decisão de desempenhar as funções que constituem
os processos de distribuição gerenciados pela própria empresa ou terceirizar tais processos
com empresas terceiras (Operadores Logísticos e Transportadores), deve ser objeto de análise
criteriosa a fim de manter o foco sobre o objetivo maior que é bem atender seus clientes.
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Referências
DORNIER, Philippe-Pierre,et al.; Logística e operações globais: texto e casos. São Paulo:
Atlas,2000.
FRAZELLE, Edward H.; GOELZER, Paulo, Distribuição Classe Mundial.São Paulo: Imam,1999.
DIAS, Marco Aurélio P.; Administração de Materiais: uma abordagem Logística. 4. ed. São Pau-
lo: Atlas, 1993.
SLACK, Nigel,et al; Administração da Produção. Compacta. ed. São Paulo: Atlas, 1999.
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Questão 2
2. Quanto ao impacto que o setor de Marketing da empresa pode causar
na gestão da distribuição:
a) Pode gerar grande impacto, pois a escolha dos canais de distribuição dos produtos da em-
presa afeta diretamente o planejamento estratégico e as operações de transporte e distri-
buição dos produtos.
b) Não causa nenhum impacto, pois não tem relação direta com a Logística.
c) Pode causar impacto uma vez que define o modal a ser utilizado.
d) Só pode causar impacto quando optar pelo modal aéreo.
e) Pode ocorrer apenas quando tratarem de produtos de alto valor agregado.
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Questão 3
3. Empresas que prestam uma ampla gama de serviços de armazenagem
e movimentação de materiais, podendo atuar desde a simples locação de
espaço físico até todo o processo de recebimento, inspeção, armazena-
gem, separação, embalagem, transporte e entrega no ponto de consumo
ou venda, são conhecidas como:
a) Marketing.
b) Almoxarifados.
c) Operadores Logísticos.
d) J.I.T.
e) VUCs
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Questão 4
4. Com relação às empresas comumente chamadas de transportadoras po-
demos afirmar que:
a) Atuam somente com frota própria.
b) Podem trabalhar em conjunto com frotas próprias das empresas para as quais prestam ser-
viços.
c) Podem ter somente um tipo de veículo.
d) Devem trabalhar exclusivamente para uma empresa.
e) Devem atuar exclusivamente com um único tipo de produto.
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Questão 5
5. Podemos afirmar que as seguintes áreas da empresa podem influenciar
diretamente os prazos de coletas e/ou entregas de produtos:
a) Área de Compras uma vez quenegocia com fornecedores prazos e tamanhos de lotes;
b) Área de Vendas,uma a vez que negocia prazos de entregas aos clientes;
c) Toda e qualquer área da empresa que esteja direta ou indiretamente relacionada à gestão de
recursos materiais e humanos disponíveis na empresa;
d) Área de Marketing ao definir os canais de distribuição;
e) Área de Expedição uma vez que deve estar coordenada com as operações de transporte na
programação de disponibilização de materiais para entrega e/ou coleta.
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Gabarito
1. Resposta: B. 3. Resposta: C.
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Unidade 2
Problema de localização dos armazéns
Objetivos
• Passar ao aluno as diferenciações conceituais entre “armazenagem” e “distribuição”, defi-
nindo suas respectivas missões e diferentes estruturas envolvidas;
• Buscar trazer a lógica, um pensar de forma ampla e global, buscando inseri-lo dentro de
conceito macro de gestão, que coloca as empresas em um ambiente globalizado de atua-
ção, e as consequências operacionais resultantes da gestão de localização dos estoques;
• Abordar aspectos de influência do tema sobre estratégias de negócios “B2B” e “B2C”;
• Trazer à reflexão aspectos de custos quanto às estratégias definidas, incluindo quanto a
opções e quanto à terceirização de serviços;
• Buscar capacitar o aluno sobre os aspectos que envolvem os parâmetros para definição de
implantação de centros de apoio logístico relacionados à distribuição de materiais e pro-
dutos acabados, apresentando modelos a partir dos quais possa pôr em prática;
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• Demonstrar aspectos relacionados à cadeia logística globalizada e os impactos desta glo-
balização na gestão da distribuição;
• Demonstrar ainda a influência que a velocidade na evolução da tecnologia e seu conse-
quente impacto no perfil do consumidor tem causado à gestão da logística de distribuição.
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Introdução
Como já discutimos no tema anterior, a duto à sua disposição, não lhe impor-
evolução da tecnologia, aliada ao aumento tando como chegou até ele. Afinal, o
do nível de complexidade das necessidades preço total compreende o preço pago
humanas, têm provocado forte evolução pelo produto mais os custos inerentes
nas práticas de operação e gestão da cadeia aos processos que disponibilizam tal
de abastecimento. produto a ele, e, caso o preço total a
Contribuem para este cenário, 3 fatores ser pago (produto + fretes + seguros +
cruciais que o gestor de processos da cadeia outros eventuais custos complemen-
de abastecimentos deve levar em conside- tares) inviabilize a compra, este clien-
ração: te buscará alternativas;
• Tempo: também, apesar da globaliza-
• Globalização: potencialmente o
ção, o cliente está mais exigente em
cliente pode estar em qualquer lugar
relação aos prazos de recebimento.
do planeta;
Bem, chegamos à conclusão que o cenário
• Custos: apesar do fato acima, o clien- atual nos mostra empresas que estão loca-
te está cada vez menos disposto a as- lizadas em qualquer lugar do planeta e tem
sumir os custos de distribuição, pois clientes potenciais em qualquer lugar do
ele reconhece valor apenas no pro- planeta. Simples assim!
27/267 Unidade 2 • Problema de localização dos armazéns
Diante desse cenário nos resta buscar dis- tros produtivos – indústrias – e o segundo
ponibilizar estoques de produtos o mais o que trata do processo de entrega efetiva
próximo possível dos mercados consumi- do produto acabado ao consumidor final.
dores e, como tais operações impactam em Podemos exemplificar da seguinte maneira:
custos agregados aos custos finais para os uma indústria instalada no Brasil, que utili-
clientes, devemos proceder de forma a ga- za componentes e matérias-primas adqui-
rantir que tais custos sejam os mais baixos ridos de fornecedores em diversos estados
possíveis a fim de viabilizar tais mercados. brasileiros, bem como em outros países, e
Daí surge a necessidade de, além de estru- vende produtos finais para consumidores
turar adequadamente as estratégias e ope- potencialmente localizados em qualquer
rações, definir bem as localizações de tais lugar do nosso país, ou do mundo.
pontos de armazenagem a fim de buscar Guardadas as particularidades eventuais
atender as premissas acima. das empresas, este é o cenário atual em que
Dentro de uma visão holística de gestão da o Gestor está inserido e que ressalta a im-
cadeia de abastecimentos, devemos consi- portância de bem definir as localizações dos
derar tal cenário em 2 ângulos distintospo- pontos de estoque e/ou distribuição.
rém complementares, sendo o primeiro do
ponto de vista de abastecimento dos cen-
28/267 Unidade 2 • Problema de localização dos armazéns
1. Visão holística da cadeia de de médio e longo prazo.
abastecimento e distribuição Todavia, não podemos esquecer que opera-
cionalizar e gerir o dia a dia de modo a man-
A distribuição física de produtos constitui- ter o rumo definido passa por adequar-se
-se em permanente desafio logístico, seja constantemente às transformações cada
para abastecer fábricas, pontos de vendas vez mais frequentes por que passa o perfil
ou até levar diretamente ao consumidor fi- dos clientes.
nal, prática cada vez mais comum em fun-
ção do crescimento de vendas via internet, O Gestor de distribuição deve ter sempre
o “E-Commerce”. em mente que a localização dos estoques,
as operações de movimentação envolvi-
Por isso, a definição do posicionamento ge- das nestes locais e os respectivos custos de
ográfico dos pontos de estoque e das mis- transportes, impactarão diretamente nos
sões operacionais destes passa a ter um prazos de atendimento e nos custos finais
aspecto estratégico para as empresas que dos produtos.
queiram atuar e crescer dentro do cenário
econômico mundial, envolvendo políticas
comerciais e de estoques, que vão direcio-
nar as decisões para viabilizar as estratégias
29/267 Unidade 2 • Problema de localização dos armazéns
“Os objetivos de instalações das estruturas de distribuição são atender às
prioridades competitivas de diversos produtos em diversos mercados. Tais
prioridades incluem aspectos de custo, qualidade serviços e flexibilidade”
(DORNIER, 2000.p. 432,
Outro ponto de extrema importância para avaliação são aspectos de eventuais incentivos fiscais
que possam ser concedidos pelo poder público, tanto nas esferas municipais quanto estaduais e
até federais, estabelecidos com objetivo principal de desenvolvimento econômico de determi-
nada região e que devem ser considerados em análises de viabilidade de projetos relacionados à
localização de armazéns e centros de distribuição.
Analisemos a figura abaixo:
1 2 3 4
INDÚSTRIA
MACRO CD
1 2 3 4
ARMAZÉM ARMAZÉM
INDÚSTRIA
CD
MACRO CD
• REGIOLI, Fábio Rogério. Logística Empresarial. In: REGIOLI, Fábio Rogério et al. Canais de Distribuição.
Londrina: Editora e Distribuidora Educacional Sa, 2014. Cap. 2. p. 41-70.
B2C: sigla para business to consumer que caracteriza operações de compra e venda de produtos, rea-
lizados entre empresas e consumidores finais;
Capilaridade: em Logística, significa nível de ramificação de uma determinada rede ou meio de aten-
dimento. Por exemplo, o transporte rodoviário apresenta maior capilaridade, ou seja, a capacidade de
atingir maiores pontos de destino, do que o transporte ferroviário, por que a disponibilidade de ruas e
estradas é maior do que de vias férreas;
Distribuidores:empresas que operam em vendas de produtos somente para pessoas jurídicas para
consumo ou revenda, não vendendo para consumidores finais como pessoas físicas;
• As dimensões continentais do nosso país aliado a grandes distâncias existentes entre centros
produtores de matérias-primas e insumos, os centros de transformação – indústrias – e os
centros consumidores, caracterizam um cenário comum, tornando-se um grande desafio lo-
gístico ao Gestor dos processos de distribuição, uma vez que a correta definição dos parâme-
tros para definir a localização geográfica dos diversos pontos de recebimento e distribuição
de materiais é absolutamente essencial para a minimização dos custos logísticos que impac-
tarão nos custos ao consumidor final;
• A visão macro de todos os elementos, o que chamamos de visão holística do processo de ges-
tão da cadeia de abastecimentos, é fundamental para a mitigação de riscos sobre custos ao
processo, uma vez que podem ocorrer conflitos, quando da análise de custos de forma indivi-
dual. Ou seja, o Gestor deve sempre avaliar o resultado da soma dos fatores envolvidos, e não
os aspectos individuais de etapas do processo global;
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Considerações Finais (2/3)
• O cenário da globalização crescente da cadeia de abastecimentos, que nos leva a possibili-
dade de ter fornecedores e clientes em qualquer lugar do planeta, aliado às evoluções tecno-
lógicas que diminuem os ciclos de vida dos produtos, contribuem para aumentar o desafio,
fazendo com que o Gestor tenha a necessidade de estar em constante atualização dos cená-
rios, buscando a máxima flexibilização de todos os elementos que envolvem as operações de
movimentação e armazenagem de materiais;
• Todavia essas mesmas evoluções tecnológicas têm possibilitado meios que facilitam a gestão,
tanto em termos de acuracidade e velocidade de comunicação, ferramentas de roteirização e
rastreamento e recursos de integração de sistemas entre os elementos dos processos – forne-
cedores, indústrias, distribuidores, transportadores e pontos de venda, facilitando também os
processos de gestão dos serviços terceirizados em função do aumento da visibilidade sistêmi-
ca possibilitada principalmente pela integração dos sistemas de gestão;
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Considerações Finais (3/3)
• Justamente em função do aspecto acima, que conjuga a evolução tecnológica à melhoria po-
tencial dos processos de gestão, podemos notar uma tendência de queda na existência dos
chamados “mega centros de distribuição”, pois o aumento da visibilidade e da velocidade de
comunicação tem permitido previsões de necessidades mais rápidas e precisas, aumentando
a capacidade e assertividade de reação dos centros produtivos e de distribuição, reduzindo
os volumes de grandes estoques reguladores, uma vez que potencializa o atendimento mais
rápido ao consumidor final.
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Referências
DORNIER, Philippe-Pierre, et al.; Logística e operações globais: texto e casos. São Paulo: Atlas,
2000.
H.; GOELZER, Paulo, Distribuição Classe Mundial. São Paulo: Imam, 1999.
P.; Administração de Materiais: uma abordagem Logística. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1993.
SLACK, Nigel, et al; Administração da Produção. Compacta. ed. São Paulo: Atlas, 1999.
REGIOLI, Fábio Rogério; et al;Canais de Distribuição. Londrina: Editora e Distribuidora, Educacio-
nal S.A., 2014.
a) Regiões metropolitanas.
b) Portos.
c) Grandes rodovias.
d) Baricentros.
e) Áreas pouco habitadas.
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Questão 2
2. Entendemos como a área geográfica atendida ou coberta por uma em-
presa ou departamento de distribuição:
a) V.U.C.
b) Macro CD.
c) Transportadora.
d) Armazém.
e) Baricentro.
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Questão 3
3. Entendemos por sazonalidades ou períodos sazonais como períodos que
se caracterizam por:
a) Chuvas intensas.
b) Demandas estáveis.;
c) Falta de motoristas.;
d) Armazéns lotados.
e) Todo e qualquer evento que gere impacto no fluxo de produtos, como épocas do ano ou da-
tas especiais
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Questão 4
4. Está diretamente relacionado à exportação e importação:
a) VUC.
b) Capilaridade.
c) Baricentro.
d) B2B.
e) EADI.
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Questão 5
5. B2B ou “business to Business” trata da relação direta estabelecida entre:
a) 2 ou mais empresas.
b) empresa vendedora e consumidor final.
c) consumidor final e transportadora.
d) CD e consumidor final cliente .
e) 2 ou mais consumidores finais
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Gabarito
1. Resposta: A. 4. Resposta: E.
2. Resposta: E. 5. Resposta: A.
Baricentro significa centro geográfico aten- B2B significado entre negócios, ou seja, en-
dido por determinada estrutura de distri- tre 2 ou mais empresas.
buição.
3. Resposta: E.
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Unidade 3
Embalagens, manuseio de materiais e os armazéns inteligentes
Objetivos
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• Apresentar as principais ferramentas e métodos adequados à gestão de modernos arma-
zéns, demonstrando a importância da integração dos mesmos para a composição do con-
junto de recursos necessários à crescente evolução das necessidades humanas;
• Abordar aspectos relacionados aos pontos em discussão, embalagens, manuseio e arma-
zenagem, à Logística Reversa e à Sustentabilidade.
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Introdução
A origem das embalagens é tão antiga ção, levou à necessidade do uso cada vez
quanto à própria necessidade do homem mais intensivo de embalagens, levando o
em transportar e preservar seus alimen- homem a incorporá-la definitivamente aos
tos. As primeiras embalagens tiveram como processos de produção e ao comércio.
componentes principais os próprios ele- Analisando a evolução das embalagens,
mentos da natureza, como folhas para em- desde os elementos primários citados, pas-
brulhar ou frutas ocas de casca resistente sando pelo barro para moldar jarros e potes,
para armazenagem de água. Nessa lógica a pela porcelana chinesa, pelo vidro e che-
necessidade de desenvolvimento das em- gando às modernas embalagens com gran-
balagens teve uma inspiração inicial nos de incorporação tecnológica, o homem tem
elementos da natureza, como peles, madei- evoluído de forma a garantir a missão bá-
ra e fibras naturais, elementos tais que são sica de qualquer embalagem, que é prote-
utilizados até hoje. ger o produto para o qual a mesma foi de-
Naturalmente com desenvolvimento da senvolvida e para a qual está utilizada. Tal
civilização e o aumento da complexidade proteção vai além da manutenção das ca-
dos produtos necessários à satisfação das racterísticas de preservação e integridade
necessidades humanas, estas por sua vez do produto, abrangendo também aspectos
também em constante processo de evolu- operacionais de manuseio e armazenagem,
60/267 Unidade 3 • Embalagens, manuseio de materiais e os armazéns inteligentes
visando, fundamentalmente garantir a sa- dos e contaminações, facilitar o transpor-
tisfação dos clientes em qualquer etapa da te e o acesso do consumidor, passando por
cadeia logística. educar e até “seduzir” o consumidor, trans-
formando-se em uma poderosa ferramenta
1. Embalagens de marketing.
Analisando seu papel dentro da cadeia de
1.1. Aplicação
abastecimentos, além dos produtos, as
1.1.1. Consumidor final embalagens carregam uma série de infor-
Como exposto anteriormente, o objetivo mações referentes a tais produtos, sendo
fundamental das embalagens é proteger os que tais informações tendem a serem mais
produtos em todas as etapas que envolvem completas à medida que evoluem as etapas
a produção e distribuição dos mesmos, fa- da cadeia de abastecimentos. Por exemplo,
zendo com que o produto acabado chegue uma embalagem de um determinado ali-
ao consumidor final preservando as carac- mento industrializado procura apresentar
terísticas para o qual é destinado. Todavia todas as informações que atendam às ne-
tal objetivo fundamental agrega outras fun- cessidades de escolha e uso do consumidor
cionalidades importantes como prolongar a final, porém também apresenta aspectos
vida útil do produto, evitar contatos indevi- relacionados ao processo produtivo, como
61/267 Unidade 3 • Embalagens, manuseio de materiais e os armazéns inteligentes
lote e data de produção. Já uma embalagem utilizada para uma determinada matéria prima den-
tro do processo produtivo tende a conter as informações necessárias para a etapa do processo a
qual se destina.
Segue tabela contendo relação dos principais tipos de embalagens e principais aplicações para
produtos finais:
Tabela 1.1. Tabela contendo exemplos de tipos de embalagens, materiais de composição e principais aplicações
De forma geral, os tipos de embalagens acima descritos também têm ampla aplicação nos pro-
cessos produtivos, atuando como meio de transporte e armazenagem de matérias primas, par-
tes e peças para as várias etapas dos processos de produção
Figura 5 – Modelo de KLTs utilizados para disposição sobre paletes plásticos, permitindo formação de lotes de produção
Fonte: (MZA, 2017)
DIAS, Marco Aurélio P.; Administração de Materiais: uma abordagem Logística, 4ª. Edição – São Paulo: Ed.
Atlas. 1993, pp. . 76 a 85
QRC: Quick Response Code, ou etiqueta de código de barras bidimensional que permite escaneamen-
to de imagem, inclusive por celulares;
RFId: Radio Frequency Identification, ou etiqueta para identificação de informações via sinais de rádio;
Unitizador: elemento que padroniza diversas formas em uma forma única, no caso, aplicado ao con-
ceito de diversos produtos diferentes poder ocupar uma embalagem única, como um palete ou contê-
iner;
Euro Palete: tipo de palete padrão utilizado na Europa e adequado para as medidas internas da maio-
ria dos contêineres;
Paletização: processo usualmente usado para operação de adequar embalagens e produtos sobre
paletes
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?
Questão
para
reflexão
custos dos produtos na ponta da cadeia, que é o consumidor final,
tornando-se o grande desafio a assumir, ou seja, como melhorar o
resultado financeiro de sua empresa através das melhorias nos pro-
cessos de distribuição.
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Considerações Finais
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Considerações Finais
• Outro aspecto fundamental e de extrema importância na gestão logística na atualidade é o
da criação de estruturas e processos que abranjam aspectos relacionados à sustentabilidade,
através de fatores como criação e uso de embalagens retornáveis e adequação de todos os
processos envolvidos na gestão da distribuição de modo a capacitar tais estruturas e proces-
sos para a crescente evolução da necessidade da logística reversa, mitigando seus custos.
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Referências
FRAZELLE, Edward H.; GOELZER, Paulo, Distribuição Classe Mundial. São Paulo: Imam, 1999.
DIAS, Marco Aurélio P.; Administração de Materiais: uma abordagem Logística. 4. ed. São Pau-
lo: Atlas, 1993.
SLACK, Nigel, et al; Administração da Produção. Compacta. ed. São Paulo: Atlas, 1999.
REGIOLI, Fábio Rogério; et al;Canais de Distribuição. Londrina: Editora e Distribuidora, Educacio-
nal S.A., 2014.
TLOGIC. CONTÊINERES. Disponível em: <http://www.logic-transportes.com.br/containers/>.
Acesso em: 25 jul. 2017.
PISTA73. Cavalos Loader. Disponível em: <https://pista73com-mowster.netdna-ssl.com/me-
dia/2013/04/nw-Cavalos_Loader.jpg>. Acesso em: 25 jul. 2017.
DESCONHECIDO. Modelo de porta paletes convencional para paletes padrão PBR. Disponível em:
<http://3.bp.blogspot.com/-tctPInJgd9s/UoJmMvgisCI/AAAAAAAAA24/Be5Q9d18NLY/s1600/
montagem-porta-pallets.jpg>. Acesso em: 25 jul. 2017.
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Questão 2
2. São equipamentos de movimentação para armazenagem de paletes ca-
pazes de operar em corredores mais estreitos e atingir alturas maiores do
que as empilhadeiras convencionais, sendo operados de forma remota com
auxílio de sistemas próprios em conjunto com sistemas informatizados de
localização, amplamente utilizados nos chamados armazéns inteligentes:
a) KLTs;
b) Contêineres “High Cube”;
c) Transpaleteiras;
d) Transelevadores;
e) Big Bags.
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Questão 3
3. São equipamentos unitizadores utilizados para pequenos volumes e que
podem ser empilhados e transportados sobre paletes:
a) QRCs;
b) Contêineres padrão “FEU”
c) EDIs;
d) AGVs;
e) KLTs.
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Questão 4
4. Constituem ferramentasde análise amplamente utilizadas na gestão de
localização e mapeamento de estoques e análise dos processos operacio-
nais em armazéns e almoxarifados:
a) Análise de Pitágoras e QRC;
b) Coletores de Códigos de Barras e empilhadeiras
c) Análise de Malthus e WMS;
d) Análise ABC e Diagrama de Espaguete;
e) WMS e EDI.
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Questão 5
5. Unitizadores geralmente tecidos com fibras resistentes e muito utilizados
para produtos em grão e pó com capacidade aproximada de 1000 kgs:
a) Big Bags;
b) AGVs;
c) ERPs;
d) EDI;
e) FEUs
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Gabarito
1. Resposta: C. utilização conjunta com paletes.
2. Resposta: D. 5. Resposta: A.
KLT, Conteineres “High Cube” e Big Bags são Big Bags são o único exemplo de unitizador
unitizadores e transpaleteiros não operam apresentado.
no empilhamento de paletes, mas apenas
no deslocamento.
3. Resposta: E.
As alternativas A, C e D não são exemplos de
unitizadores e a alternativa B trata de uni-
tizador de grande porte, incompatível para
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Unidade 4
Modais de transporte e a seleção de modais
Objetivos
• Apresentar os conceitos fundamentais do transporte de materiais desde sua origem e evo-
lução até os dias atuais e seu papel em relação às operações logísticas;
• Apresentar os modos de transportes existentes utilizando os 3 elementos fundamentais –
água, terra e ar, bem como aspectos de uso entre estes modos;
• Demonstrar a importância e o papel dos transportes dentro da gestão da cadeia de abas-
tecimentos;
• Apresentar elementos que permitam ao aluno refletir sobre aspectos operacionais e de
custos, de modo a reconhecer aspectos que permitam a definição dos modos mais adequa-
dos às necessidades de suas empresas ou negócios.
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Introdução
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Considerações Finais (1/2)
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Considerações Finais (2/2)
• O objetivo do cliente é ter o produto certo, entregue no local, no prazo e custos contratados,
cabendo ao Gestor Logístico a missão de satisfazer o cliente garantindo o resultado para a
empresa, devendo assim este Gestor ter a visão de todos os aspectos (visão holística dos pro-
cessos);
• Gestão de transportes é, antes de tudo, planejamento e conhecimento prévio de condições
temporais e características dos elementos que compõem os processos envolvendo o trans-
porte. Assim, a área precisa contar com gestores que saibam planejar, tenham experiência
em gestão e possam, com trabalho e criatividade, vencer os obstáculos impostos pela falta de
infraestrutura do País.
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Referências
FARIA, Ana Cristina de; COSTA, Maria de Fátima Garneiro da. Gestão de Custos Logísticos.São
Paulo: Ed. Atlas, 2005.
DIAS, Marco Aurélio P.; Administração de Materiais: uma abordagem Logística. 4. ed. São Paulo:
Atlas, 1993.
DESCONHECIDO. Modelo de vagão multimodal. Disponível em: <https://img.scoop.it/8UbKuaut-
lhQECMudQAEouDl72eJkfbmt4t8yenImKBVvK0kTmF0xjctABnaLJIm9>. Acesso em: 25 jul. 2017.
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Questão 2
2. O transporte lacustre constitui uma variável de transporte via modal:
a) Hidroviário;
b) Rodoviário;
c) Dutoviário;
d) Ferroviário;
e) Aéreo.
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Questão 3
3. Modal que apresenta o maior nível de capilaridade uma vez que não
depende de estruturas complexas para embarque e desembarque:
a) Hidroviário;
b) Rodoviário;
c) Dutoviário;
d) Ferroviário;
e) Aéreo.
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Questão 4
4. Entendemos como multimodalidade quando a carga é transportada uti-
lizando:
a) Contêineres;
b) Mais de uma via aérea;
c) Mais de um porto de embarque;
d) Mais de um modal de transporte;
e) Somente modal rodoviário.
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Questão 5
5. As operações de cabotagem envolvem:
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Gabarito
1. Resposta: B. 4. Resposta: D.
2. Resposta: A. 5. Resposta: E.
Trata-se de transportes por lagos, portanto Por conceito, Cabotagem envolve transpor-
uma variação do modal hidroviário. te hidroviário entre portos de um mesmo
país, sendo o aspecto envolvendo países
3. Resposta: B. em acordos comerciais específicos, como o
MERCOSUL, tratar-se de exceção.
Por atuar no meio terrestre e em estradas e
rodovias, o modal rodoviário tem capilarida-
de correspondente à malha rodoviária ins-
talada e não depende de portos, aeroportos
ou estações específicas para desempenhar
suas operações.
128/267
Unidade 5
Transportation Management System (TMS) e Visualização da Operação e Integração com ERP
Objetivos
• Apresentar os parâmetros fundamentais para a gestão das operações de transporte de
materiais dentro do contexto da gestão global da cadeia de abastecimentos, bem como a
integração destes parâmetros com os demais sistemas de gestão de Supply Chain;
• Apresentar e conceituar os principais aspectos a serem gerenciados pelo sistema de gestão
de transportes de modo a permitir ao gestor logístico definir as funcionalidades a serem
implantadas no TMS (Transportation Management System – Sistema de Gerenciamento de
Transporte), de acordo as necessidades específicas dos diversos segmentos produtivos em
que venha a atuar;
• Definidas as funcionalidades e parâmetros, expor ao aluno recursos relacionados à tecno-
logia da informação usualmente integrados ao TMS visando potencializar o uso deste na
gestão da cadeia de abastecimento;
129/267
• Apresentar elementos que permitam ao aluno refletir sobre a importância das boas práti-
cas de gestão das operações e dos custos de transportes, na totalização dos custos da ca-
deia de abastecimentos, e o resultante impacto no preço a ser pago pelo consumidor final
e no resultado das empresas.
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Introdução
Soluções mais robustas de TMS devem ser A funcionalidade de roteirização, que pode
capazes de definir a quantidade e caracte- estar desenvolvida no próprio TMS ou atuar
rísticas de veículos necessários, determi- com um software específico integrado, en-
narem as rotas e modais a serem utilizados, volve a definição de rotas e a programação
sequenciar as paradas dos veículos e o tem- dos veículos, sendo capazes de prever uma
po estimado de cada uma delas, além de série de restrições, tais como:
preparar os documentos necessários para o
• Necessidades específicas de produtos
despacho dos veículos, como Notas Fiscais
e Conhecimentos de Carga, e verificar a dis-
ponibilidade dos mesmos.
138/267 Unidade 5 • Transportation Management System (TMS) e Visualização da Operação e Integração com ERP
adequando as mesmas de acordo com • Tempo de trânsito da rota baseado no
as características dos veículos, como limite máximo de horas trabalhadas
nos casos de produtos resfriados ou continuamente por um motorista, en-
congelados; tre outras.
• Horários específicos para entregas ou Tal processo tem como objetivo básico mi-
coletas, de acordo com a demanda nimizar os custosoperacionais atuando com
dos clientes; a premissa de fazer o maior número possível
de entregas, percorrendo a menor distân-
• Volumes de cada entrega e coleta;
cia e no menor tempo possível, respeitando
• Velocidades diferentes por localida- sempre as especificações dos clientes.
des (áreas centrais e periferias), bem
Apesar da existência de vários softwares de
como determinação dos veículos a se-
roteirização disponíveis, bem como TMSsjá
rem utilizados em função de zonas de
com tal funcionalidade desenvolvida, ainda
restrições urbanas;
é comum em transportadores e embarca-
• Melhor sequência de execução das ro- dores a utilização de rotas fixas paracole-
tas para minimizar a utilização do nú- tas e entregas, em função de fatores como
mero de veículos; maior simplicidade da operação e gestão,
existência de roteiros periódicos pré-de-
139/267 Unidade 5 • Transportation Management System (TMS) e Visualização da Operação e Integração com ERP
finidos, além de, infelizmente, desconhe- A determinação do tamanho e das carac-
cimento dos gestores logísticos quanto ao terísticas da frota (tamanho e tipo de veí-
potencial dos roteirizadores. A questão que culo, capacidade de carga e características
fica é que estas rotas fixas tendem a ser mais específicas como baú ou carroceria, entre
lentas para serem ajustadas às flutuações outras) é outra funcionalidade a ser esta-
de demandas, podendo impactar na produ- belecida nos TMSs, tanto como ferramenta
tividade das frotas e, por consequência, em de gerenciamento diária das necessidades
aumento de custos. de transporte, como para geração de dados
Ainda dentro desta linha de ação, como já para a renovação e/ou atualização desta
visto anteriormente, a crescente partici- frota, pois, em função do aumento ou de-
pação do e-commerce no cenário mundial créscimo da demanda, o TMS pode indicar
tende a aumentar as frequências de entre- uma maior ou menor necessidade de veí-
gas, trazendo por consequência, o aumen- culos. Assim, os resultados dos processos
to de variáveis a serem monitoradas e ge- de roteirização permitem identificar situa-
renciadas, fazendo com que o uso destas ções de ociosidade da frota ou necessida-
ferramentas de roteirização seja cada vez des constantes de contratações de veículos
mais necessária na busca de menores cus- extras, podendo servir como bom indicador
tos operacionais. na decisão de reduzir, aumentar ou adequar
140/267 Unidade 5 • Transportation Management System (TMS) e Visualização da Operação e Integração com ERP
a frota utilizada, seja ela fixa ou contratada realidade vivida com alternativas de forne-
cimento de serviços e de formas de opera-
1.2.3 - Suporte à Negociação ção.
para contratação de serviços de Desta forma o gestor logístico tem condi-
Frete ções de visibilidade operacional tanto para
negociação e gestão conjunta com os for-
Uma vez que o TMS disponha do conjunto necedores em curso como para análises
com as informações geradas pelas opera- comparativas de outros fornecedores.
ções realizadas (volumes expedidos, tipos
de veículos utilizados, rotas, tamanho das 1.3. Participação no nível deci-
cargas e destinos, “ad valorem”) e das con-
sório da empresa
dições comerciais negociadas com seus
fornecedores, permitindo assim o monito- Em função principalmente da mudança de
ramento e controle dos serviços, existem comportamento dos consumidores, em to-
sistemas que permitem o cadastramento dos os níveis da cadeia de abastecimentos,
de propostas de outros fornecedores, seja as operações de transporte têm ganhado
para uso do mesmo modal ou de modais al- tamanha importância na gestão dos custos
ternativos, que permitem a comparação da das empresas que o uso de TMSs, mesmo
141/267 Unidade 5 • Transportation Management System (TMS) e Visualização da Operação e Integração com ERP
com diferentes níveis de complexidade, têm ser baseada nos impactos de custos
gerado dados que impactam em decisões na rede logística e nas características
nos 3 níveis convencionais de uma empre- e/ou especificações de clientes;
sa, tanto no estratégico, como no tático e • Na decisão sobrepropriedade da frota
nooperacional.Vamos exemplificar: ou terceirização dos serviços em fun-
Podemos relacionar o planejamento ao ní- ção de fatores como custos, investi-
vel estratégicocom as decisões de longo mentos necessários, competência ge-
prazo, como: rencial interna e qualidade do serviço,
entre outros fatores.
• Na concepção da rede logística que
determina a localização de fábricas Já ao nível tático podemos relacionar as de-
e Centros de Distribuição em função cisões ligadas ao planejamento da gestão
da localização de seus fornecedores / de transportes de médio prazo, como:
clientes e dos consequentes fluxos de • Planejamento de transportes baseado
materiais; nas regras e premissas estabelecidas
• Na escolha entre as alternativas de para a geração dos roteiros progra-
modais – rodoviário, ferroviário, aé- mados visando adequação da frota
reo, aquaviário e dutoviário – que deve utilizada;
142/267 Unidade 5 • Transportation Management System (TMS) e Visualização da Operação e Integração com ERP
• Seleção e contratação de prestadores O posicionamento do TMS nos níveis tático
de serviços de transportadores, con- e operacional aliado à constante e cada vez
forme descrito acima; mais rápida evolução do mercado, nos per-
• Análise do chamado frete retorno em mite concluir que ainda existe um enorme
que podem ser identificadas oportu- potencial de desenvolvimento desses siste-
nidades de utilizar veículos em trân-
sito de retorno para evitar o envio de
outro veículo na mesma direção.
Por fim, no nível operacional que se encon-
tram as atividades diárias, podemos agru-
par a maior parte das atividades como a
programação diária de coletas e entregas,
relacionando as atividades de roteirização,
consolidação de cargas, escolha do mode-
lo de veículo, emissões de documentos etc,
além do monitoramento dos níveis de de-
sempenho e dos custos destas atividades.
143/267 Unidade 5 • Transportation Management System (TMS) e Visualização da Operação e Integração com ERP
mas, fazendo com que o próprio conceito de • Acompanhamento da evolução dos
TMS possa vir a agregar novas funcionali- custos com transportes;
dades, funcionalidades estas a serem cria- • Disponibilidade de informações “on-
das a fim de satisfazer novas necessidades -line” e em tempo real;
futuras que venham surgir, e gerar mais
resultados em relação ao cenário atual. To- • Geração de indicadores de desempe-
davia, mesmo hoje, a potencial redução de nho que permitam o acompanhamen-
custos com sua implantação pode ser muito to da evolução da gestão das opera-
significativa, sendo obtida através de diver- ções de transportes.
sos aspectos, entre os quais destacamos: Outra funcionalidade potencial disponível
em diversos softwares, utilizada principal-
• Maior produtividade dos recursos de
mente por empresas que atuam com frota
transportes;
própria é a que permite a gestão sobre a
• Melhoria na composição de cargas manutenção dos veículos , através do ca-
com a consolidação de cargas; dastramento dos veículos e de seus parâ-
• Redução de percursos de rotas; metros de manutenção e do acompanha-
mento do uso tanto em percurso percorrido
• Menor tempo necessário para plane- como tempo de uso, permite a gestão sobre
jamento das operações;
144/267 Unidade 5 • Transportation Management System (TMS) e Visualização da Operação e Integração com ERP
os programas de revisões e/ou manuten- todas as informações necessárias à gestão
ções preventivas, além de troca de pneus e dos negócios desta organização.
outros itens de reposição, além de todos os Uma empresa pode usar sistemas de TMS
custos envolvidos nesta manutenção, per- integrados a uma solução mais ampla de
mitindo assim também acompanhar o de- ERP através de processos de integração de
sempenho destes veículos em termos de modo que o TMS utilize os dados disponíveis
participação dos custos de manutenção em no ERP para poder desempenhar as funcio-
relação aos demais custos operacionais. nalidades descritas.Como principais dados
a serem disponibilizados:
1.4 Integração com ERP
• Cadastro de produtos a serem trans-
Entendemos ERPcomoum sistema integra- portados e suas características como
do de gestão empresarial, em inglês ‘enter- peso, cubagem, medidas, valor e ca-
prise resource planning’ – ERP,englobando racterísticas específicas como neces-
todos os dados e processos de uma orga- sidade de refrigeração;
nização, sendo plataformas de software • Endereço dos pontos de coleta e ou
desenvolvidas para incorporar os diversos entrega, sendo fornecedores e/ou
departamentos de uma empresa, possibi- clientes;
litando a automação e armazenamento de
145/267 Unidade 5 • Transportation Management System (TMS) e Visualização da Operação e Integração com ERP
• Datas e/ou prazos de entrega e/ou co- 1.5 Benefícios adicionais poten-
leta; ciais
• Datas de emissão de Notas Fiscais de
Existem outros benefícios potenciais possí-
venda que podem atuar como gatilho
veis com a boa utilização de um TMS e que
da operação de expedição;
vão além dos resultados obtidos na gestão
• Horários de trabalho de motoristas e das operações de transporte, podendo ser
ajudantes, se caso, para definir os pe- apurados em outros setores da empresa e
ríodos de operação sem gerar horas que devem ser considerados como resulta-
extras, entre muitas outras. dos derivados desta boa utilização. Para tal,
Processos de integração entre sistemas in- o gestor logístico deve estar atento aos re-
formáticos implicam também na definição flexos na cadeia de abastecimentos. Anali-
das etapas e na composição de um fluxo semos alguns exemplos potenciais:
operacional de processos, definindo o papel
• Melhoria nas taxas de serviços aos
de cada um dos sistemas para o desempe-
clientes, com a redução dos prazos de
nho das funcionalidades e obtenção dos re-
entrega ou redução da ocorrência de
sultados esperados.
atrasos ou ocorrências de não-con-
formidades, com aconsequente me-
146/267 Unidade 5 • Transportation Management System (TMS) e Visualização da Operação e Integração com ERP
lhora no nível de satisfação destes saídas com a mesma estrutura física;
clientes; • Melhoria no fluxo de caixa da empre-
• Redução nos níveis dos estoques, pois sa, pois a redução nos custos de fretes
uma vez que aumenta a eficiência das contribui para o aumento da margem
operações de transportes, pode-se bruta dos produtos vendidos, com
aumentar a confiabilidade na repo- consequente impacto positivo no flu-
sição destes em função de melhoria xo de caixa.
das operações de coletas de maté- Vale também ressaltar que, no caso de em-
rias-primas, componentes e materiais presas que atuam com frota própria, o au-
de revenda, permitindo a redução dos mento dos níveis de eficiência dos veículos
estoques de segurança; permite um retorno mais rápido sobre o ca-
• Melhoria na eficiência dos armazéns pital investido, uma vez que, transportando
e almoxarifados, pois, uma vez que se mais o veículo se paga mais rapidamente.
reduzem potencialmente os níveis de
estoques e aumentam o giro, podem
ser manuseados mais produtos dentro
das operações de armazenagem, per-
mitindo maior número de entradas e
147/267 Unidade 5 • Transportation Management System (TMS) e Visualização da Operação e Integração com ERP
Glossário
Ad valorem: sobretaxa imposta sobre o valor das mercadorias transportadas ou do serviço
prestado em função de alguma particularidade própria do produto, como fragilidade ou difi-
culdade de manuseio, ou da operação, como atuação em zonas de restrição de tráfego ou com
trechos de baixa velocidade;
SAAS – “Software as a Service: nome usualmente adotado para manutenção de dados em
ambientes remotos mantidos por empresas específicas, também usualmente conhecida com a
expressão “na nuvem” ou “cloud) (nuvem em inglês);
Fluxo de caixa: fluxo do dinheiro correspondente ao montante recebido e gasto por uma em-
presa durante um período de tempo definido;
Margem Bruta: resultado da operação de venda de produto ou serviço obtido entre o valor da
venda menos os custos antes de pagamento de impostos;
Frete retorno: nome dado ao valor cobrado pelo transportador quando o veículo tem que voltar
ao ponto de partida vazio, ou seja, após a conclusão da operação de entrega.
148/267 Unidade 5 • Transportation Management System (TMS) e Visualização da Operação e Integração com ERP
?
Questão
para
reflexão
Vimos que dada a participação elevada dos transportes nos custos logísti-
cos e a elevada participação destes nos custos finais dos produtos, a utiliza-
ção de sistemas e ferramentas que permitam bem gerenciar as operações de
transportes têm potencial impacto na melhoria dos resultados das empresas,
podendo significar, até, sua efetiva presença em determinados mercados,
cenário este ainda agravado pela evolução contínua da participação do co-
mércio eletrônico, o chamado “E-Commerce”. Neste cenário, cabe ao Gestor
Logístico a reflexão sobre quais os resultados potenciais que uma boa gestão
das operações de transportes, com consequentes reduções de custos, a im-
plantação de um TMS integrado pode contribuir para a melhoria dos resulta-
dos de sua empresa ou seu negócio, bem como qual a situação do cadastro
de dados no ERP de sua empresa, haja vista que, a qualidade e acuracidade
destes dados são fundamentais para o sucesso da implantação.
149/267
Considerações Finais
150/267
Considerações Finais
• O desenvolvimento tecnológico também já nos permite o uso do TMS como um serviço através
de fornecedores que disponibilizam o software diretamente via WEB, inclusive sem a necessi-
dade de implantação em equipamentos do cliente, disponibilizando via “SAAS” – Software as
a Service, existindo inclusive disponibilizações sem custo por um determinado período, para
avaliação do usuário quanto aos aspectos operacionais e resultados obtidos.
151/267
Referências
FARIA, Ana Cristina de; COSTA, Maria de Fátima Garneiro da; Gestão de Custos Logísticos.São
Paulo: Ed. Atlas, 2005;
DIAS, Marco Aurélio P.; Administração de Materiais: uma abordagem Logística, 4ª. Edição – São
Paulo: Ed. Atlas, 1993
KLEIN, Rodrigo Maciel. Dicas para levar em consideração antes de contratar um sistema de
rastreamento veicular. 2016. Disponível em: <https://www.rotaexata.com.br/dicas-para-con-
tratar-um-sistema-de-rastreamento-veicular/>. Acesso em: 16 maio 2017.
152/267 Unidade 5 • Transportation Management System (TMS) e Visualização da Operação e Integração com ERP
Questão 1
1. Sistema integrado de gestão empresarial que engloba todos os dados e
processos de uma organização:
a) WMS;
b) ERP;
c) TMS;
d) Tablet;
e) SAAS.
153/267
Questão 2
2. Funcionalidade cuja lógica implica em atuar no planejamento das me-
lhores rotas visando redução de custos de transportes:
a) WMS;
b) Roteirização;
c) Integração;
d) Performance;
e) Plataforma de TI.
154/267
Questão 3
3. Em função da amplitude de atuação e dos resultados potenciais obtidos
com o uso do TMS, podemos afirmar que estes podem afetar o processo
decisório da empresa nos níveis:
a) Somente no Tático e Estratégico;
b) Somente no Operacional;
c) Estratégico, Tático e Operacional;
d) Somente no Tático;
e) Somente no Estratégico.
155/267
Questão 4
4. Soluções de TMS podem ser aplicadas:
156/267
Questão 5
5. Processo que permite o acompanhamento em tempo real do trajeto
executado pelo veículo:
a) ERP;
b) Roteirização;
c) SAAS;
d) Smartphone;
e) Rastreabilidade.
157/267
Gabarito
1. Resposta: B. para uso individual e conjunto;
3. Resposta: C.
A TMS permite o uso dos dados em qualquer
nível organizacional.
4. Resposta: C.
158/267
Unidade 6
Modelos de otimização da distribuição: MilkRun, Merge-in, Transit, Cross-docking, Backhaul,
Postponement
Objetivos
• Mostrar aos alunos que, além da evolução tecnológica dos meios operacionais e de gestão,
é fundamental a capacidade e atuação dos Gestores Logísticos na identificação e implan-
tação de técnicas que permitam a melhoria constante dos processos, demandando cons-
tante atualização deste quanto à evolução dos processos que envolvem a gestão da cadeia
de abastecimentos;
• Apresentar as principais barreiras e pontos de atenção para implantação dos processos e
estratégias apresentadas, alertando-o quanto às dificuldades a serem encontradas e a im-
portância quanto à integração de todos os participantes do processo;
• Alertar quanto à manutenção do foco nos aspectos de custos, sem deixar de atender ao
cliente e seu crescente nível de exigência.
159/267
Introdução
Tal lógica substitui o processo convencional de receber várias entregas de vários fornecedores
diferentes, provocando filas de veículos e descompasso entre o tempo dos materiais recebidos e
as reais necessidades do cliente.
Definidos os parâmetros de volumes e tempo, os fatores fundamentais para o sucesso do MilkRun
é acuracidade e o fluxo de informações entre os atores do processo - cliente, fornecedor e opera-
164/267 Unidade 6 • Modelos de otimização da distribuição: MilkRun, Merge-in, Transit, Cross-docking, Backhaul, Postponement
dor logístico. Operacionalmente falando, se tas vezes, material suficiente para vários
envia previamente a programação de coleta dias de produção. Dessa forma, recebendo
para os fornecedores e para o operador lo- vários lotes desconsolidados, existe a ten-
gístico, geralmente via E.D.I. (Eletronic Data dência de provocar desbalanceamento dos
Interchange ou Troca Eletrônica de Dados), estoques, o que, ao final representa aumen-
já com todos os parâmetros pré-determina- to nos níveis dos estoques e, em consequ-
dos e correspondendo ao programa de pro- ência, aumento de custos.
dução da indústria. Este processo tende a Dada a lógica de atuar segundo o concei-
fazer com que os riscos de paradas na linha to do Just in Time, todas as operações são
de produção diminuam expressivamente e dimensionadas baseadas em tempo, tanto
tendem a promover uma maior disciplina para a coleta nos fornecedores, como dis-
no fluxo logístico. No processo convencio- semos acima, como da entrega no cliente.
nal, alguns fornecedores tendem a produzir Chamamos de Janela de Coleta ao intervalo
e enviar os componentes em larga escala, de tempo programado para carregamento
realizando as entregas da forma que mais de materiais nos fornecedores, sendo que
lhe convém, o que significa lotar os veículos este tempo também deve prever o descar-
de entrega para otimizar seu faturamento regamento das embalagens retornáveis va-
e reduzir custos de fretes, enviando, mui- zias e conferências físicas e fiscais do ma-
165/267 Unidade 6 • Modelos de otimização da distribuição: MilkRun, Merge-in, Transit, Cross-docking, Backhaul, Postponement
terial a ser carregado, e de Janela de Entre- dos produtos. Todavia, podemos entender
ga ao intervalo de tempo programado para como aspectos operacionais e estratégicos
descarregamento dos materiais no cliente, que levam a alcançar tal objetivo principal,
sendo que, por sua vez, este tempo também os seguintes objetivos:
deve prever o carregamento de embalagens
• Controle sobre os materiais em trân-
retornáveis vazias para devolução ao for-
sito já que as coletas e entregas são
necedor na próxima janela de coleta. Para
feitas e conferidas conforme a pro-
tal, podem ser utilizados equipamentos de
gramação previamente ajustada en-
transporte de diversas características e di-
tre cliente e fornecedor;
mensões de modo a proporcionar melhor
ocupação de sua capacidade volumétrica • Uniformização dos volumes recebidos
e adequação às características físicas das pelo cliente durante todo o turno de
instalações dos pontos atendidos (coleta e trabalho, permitindo melhor dimen-
entrega), visando sempre os menores cus- sionamento das equipes operacionais
tos logísticos possíveis. da área de recebimento;
Fica claro que o objetivo principal do MilkRun • Agilidade nos carregamentos e des-
é a redução dos custos logísticos e, con- carregamentos dos veículos, pois se
sequentemente, redução dos preços finais opera com embalagens padronizadas
166/267 Unidade 6 • Modelos de otimização da distribuição: MilkRun, Merge-in, Transit, Cross-docking, Backhaul, Postponement
(rack metálico, embalagens plásticas operações de abastecimento de matérias-
moduláveis paletizadas e/ou paletes) -primas, componentes e insumos e o pla-
e veículos adequados (Siders ou equi- nejamento e execução da produção nas di-
valentes) de modo a facilitar opera- versas etapas da cadeia de abastecimentos.
ções de descarga com empilhadeiras
ou transpaleteiras;
• Redução dos níveis de estoque em
toda a cadeia de abastecimentos, pois
o maior giro obtido com o aumento da
frequência de entrega gera um menor
nível médio dos estoques, gerando
menor custo dos materiais parados,
economia de espaço físico para arma-
zenamento dos materiais e redução
do risco de transformação de material
produtivo em obsoleto.
Muitos outros aspectos poderiam ser consi-
derados, porém, de modo amplo, as opera-
ções de MilkRun trazem harmonia entre as
167/267 Unidade 6 • Modelos de otimização da distribuição: MilkRun, Merge-in, Transit, Cross-docking, Backhaul, Postponement
1.2. Cross-docking:
171/267 Unidade 6 • Modelos de otimização da distribuição: MilkRun, Merge-in, Transit, Cross-docking, Backhaul, Postponement
Figura 2: Ilustração demonstrando a chegada de 3 produtos distintos de 3 fornecedores distin-
tos e sendo redistribuídos de acordo com as necessidades dos respectivos clientes
Fonte : (REXPERTS, 2017)
Todavia conseguir toda essa coordenação para reunir seis fornecedores sem grandes atrasos,
bem como gerenciar as informações de seleção, organização e roteamento dos produtos com
um mínimo de estocagem implica em muitas variáveis, como a chegada de todos os veículos
em um espaço curto de tempo, fazendo com que a implementação bem-sucedida do cross-do-
172/267 Unidade 6 • Modelos de otimização da distribuição: MilkRun, Merge-in, Transit, Cross-docking, Backhaul, Postponement
cking possa representar um grande desafio É importante ressaltar que quanto melhor
ao gestor logístico. (BARROSO, 2001) for a coordenação e o sincronismo das ope-
Assim, embora seja operacionalmente sim- rações, menor deve ser o tempo de espera
ples, o sucesso da operação de cross-do- nas docas, gerando menor necessidade de
cking demanda um alto nível de coordena- espaços, e menor deve ser os percursos e
ção entre os atores do processo, sendo tal tempos de trajetos, aumentando a produti-
coordenação, geralmente, viabilizada pela vidade dos recursos envolvidos e, em con-
utilização de ferramentas de tecnologia da sequência, os custos logísticos.
informação, transmissão eletrônica de da- Assim, os fornecedores ideais devem ser ca-
dos e identificação de produtos por cap- pazes de disponibilizar a quantidade pedi-
tura automática de dados - etiquetas com da do produto no tempo exato, configurar
códigos de barras, QRC e outras, além de seus produtos de modo eficiente quanto ao
softwares específicos de gerenciamento manuseio e identificação, dispensando cui-
de armazenagem - WMS - para coordenar dados adicionais, e possuir sistemas de tec-
o intenso e rápido fluxo de produtos entre nologia da informação que disponibilize as
as docas, e de roteirização e rastreamento informações necessárias à gestão das ope-
para compor as rotas de entrega e o acom- rações, como produtos faturados, dados do
panhamento das mesmas. veículo, horários e demais fatores que inter-
173/267 Unidade 6 • Modelos de otimização da distribuição: MilkRun, Merge-in, Transit, Cross-docking, Backhaul, Postponement
firam no fluxo das informações, fluxo este Enfim, cabe aos gestores logísticos que
que deve sincronizar todos os envolvidos no trabalham com cross-docking e seus po-
processo, coordenando o fluxo de materiais tenciais benefícios, identificarem os pon-
e, se possível, dispensando ao máximo o uso tos fracos, atualizar-se quanto aos recursos
de papéis. tecnológicos disponíveis e bem coordenar
Importante também salientar que é possí- os parâmetros entre fornecedores, clientes
vel, e também bastante comum, trabalhar e operadores logísticos envolvidos, poden-
com “cross-docking futuro”, no qual, os do tais operadores logísticos serem tercei-
produtos ao serem recebidos não são ime- rizados ou suas funções serem desempe-
diatamente movimentados para os veículos nhadas por instalações e setores da própria
de entrega local, mas permanecem em uma empresa, seja ela indústria, distribuidora ou
área predeterminada de espera para poste- grande varejista.
rior carregamento, lembrando que, quan-
to mais “futuro” for o cross-docking, maior
será a necessidade de espaço para espera e
maior será a necessidade de boa gestão dos
produtos nestas áreas de espera. (LACER-
DA, 2000)
174/267 Unidade 6 • Modelos de otimização da distribuição: MilkRun, Merge-in, Transit, Cross-docking, Backhaul, Postponement
1.3Merge-in-transit: componentes que tem suas partes produ-
zidas em diferentes plantas especializadas,
Segundo Lacerda (2000), podemos definir como acontece com empresas fabricantes
“merge- in- transit”, do inglês mesclar ou de estações de trabalho nas quais não rara-
fundir em trânsito, que, em nosso caso, tra- mente as partes - CPUs, monitores e tecla-
duzimos mais adequadamente como “jun- dos - são fabricadas em plantas diferentes
tar em trânsito”, como sendo uma extensão e devem ser consolidados antes da entrega
do conceito de cross-docking assim o ges- aos clientes finais ou pontos devarejo.
tor do processo não se limita a dividir e ro-
Tradicionalmente os componentes são con-
tear as cargas para entregas, mas também
solidados em armazéns centrais e expedi-
junta partes compondo um conjunto final
dos aos clientes a partir de seus estoques
a ser entregue ao ponto de uso ou venda,
de produtos acabados, como a maioria dos
compondo uma nova técnica para a me-
bens de consumo, o que leva a movimenta-
lhoria dos processos logísticos, além de um
ções redundantes, alto custo de estoque e
serviço adicional que muitos operadores lo-
um risco de obsolescência, particularmente
gísticos prestam a seus clientes, tendo sido
com produtos de alta tecnologia, deman-
muito aplicado à distribuição de produtos
dando adequada gestão dos estoques vi-
de alto valor agregado, formado por multi-
sando mínimos custos.
175/267 Unidade 6 • Modelos de otimização da distribuição: MilkRun, Merge-in, Transit, Cross-docking, Backhaul, Postponement
A operação Merge in Transit visa coordenar o fluxo dos componentes, gerenciando tempos de
transporte e de produção, para que tais componentes sejam consolidados em instalações próxi-
mas aos centros consumidores no momento mais próximo de sua necessidade, dentro da lógica
do Just in Time, buscando não gerar ou mitigar a geração de estoques intermediários, fazendo
com que as necessidades de coordenação sejam muito mais rigorosas que nos sistemas cross-
-docking tradicionais, fazendo com que o gestor logístico procure utilizar o melhor em recursos
de sistemas de informação para rastreamento e controle dos fluxos de informações e de mate-
riais. (LACERDA, 2000)
CENTRO
INDUSTRIA/ INDUSTRIA/
Figura 3: exemplo de esquema comparativo entre entregas convencionais versus merge-in-transit
Fonte : Desenvolvido pelo autor
176/267 Unidade 6 • Modelos de otimização da distribuição: MilkRun, Merge-in, Transit, Cross-docking, Backhaul, Postponement
um grande avanço no sentido de redução
de estoques e atendimento ao cliente, não é
uma tarefa fácil, pois exigem altíssimo nível
comprometimento na parceria entre os for-
necedores, sem o qual o sistema torna-se
completamente ineficiente, podendo gerar
estoques desnecessários na eventual falha
de entrega de qualquer um destes fornece-
dores, cabendo seu desenvolvimento e apli-
cação em produtos cujas partes possam ser
facilmente consolidadas, não se caracteri-
zando, a princípio como sendo um processo
facilmente aplicável a qualquer segmento
industrial. (LACERDA, 2000)
177/267 Unidade 6 • Modelos de otimização da distribuição: MilkRun, Merge-in, Transit, Cross-docking, Backhaul, Postponement
1.4 Backhaul ckhaul estamos tratando de produtividade
de veículos de carga e de seus custos ope-
Backhaul, que em inglês significa literal- racionais inerentes aos processos de opera-
mente “voltar atrás”, conceitualmente é o ção e gestão.
processo que define o retorno do veículo
Quando abordamos movimentos de veícu-
de transporte do ponto de destino para o
los, podemos considerar que a estrutura de
qual foi enviado e seu retorno ao ponto de
custos de tais movimentos divide-se basi-
origem, caracterizando-se como o conjun-
camente em 2 atividades distintas, porém
to de movimentos improdutivos a partir de
complementares, que são os chamados
que esse retorno ocorra com o veículo total
movimentos produtivos, ou seja, o tempo
ou parcialmente vazio. Podemos também
em que o veículo está em movimento carre-
denominar backhaul os deslocamentos im-
gado e em rota ao ponto de destino, e mo-
produtivos do veículo de sua posição atual
vimentos improdutivos, ou seja, quando o
até o local de uma nova carga, sendo que,
veículo descarregou parcialmente sua car-
quando tais deslocamentos ocorrem com o
ga e segue parcialmente carregado em di-
veículo completamente vazio, também são
reção ao próximo ponto de destino ou ainda
chamados de “deadhead ou deadheading”.
quando descarregou totalmente sua carga
Importante ressaltar que ao falarmos de ba- e segue vazio até o próximo ponto de car-
178/267 Unidade 6 • Modelos de otimização da distribuição: MilkRun, Merge-in, Transit, Cross-docking, Backhaul, Postponement
regamento ou retorna ao ponto de origem. por motivos diversos, incluindo força de lei,
Assim, aproveitando o nome que caracte- devam retornar aos pontos de origem, con-
riza o próprio conceito de improdutividade tribuindo inclusive em aspectos referentes
dos veículos de transporte, denominou-se à sustentabilidade.
backhaul a lógica que visa otimizar os pro- Traduzindo de uma forma simples, a ideia é
cessos de distribuição de produtos, fazendo aproveitar ao máximo a capacidade de car-
com que os caminhões não retornem vazios ga dos veículos fazendo com que, através
após a entrega dos produtos, mas carrega- da adequação de rotas, se consigaconciliar
dos com artigos de algum fornecedor, dessa operações de entregas e coletas, visando
forma, além de ganhos de produtividade e a máxima ocupação destes enquanto em
custos, a ação também reduz a quantidade trânsito. Todavia a execução dessa estraté-
de quilômetros rodados e a necessidade de gia operacional pode implicar em operações
transporte para retirada de produtos nos acessórias como, por exemplo a necessida-
fornecedores. Essa lógica também tem sido de de “arrumação de carga” a cada ponto
aplicada para recolhimento de equipamen- de entrega ou coleta, pois, dependendo do
tos de transporte e manuseio vazios, como tipo de veículo utilizado, como caminhões
paletes e racks metálicos, e também para baús, ao coletar produtos, determinado
coletas de resíduos ou outros materiais que produto este pode atrapalhar a entrega se-
179/267 Unidade 6 • Modelos de otimização da distribuição: MilkRun, Merge-in, Transit, Cross-docking, Backhaul, Postponement
guinte, uma vez que se posicionado à frente roteirização e rastreamento, já apresenta-
do produto a ser descarregado no destino dos anteriormente, também são vitais, par-
seguinte ou ponto, o tempo de parada pode ticularmente quando a operação desenvol-
ser maior devido a necessidade de remoção ve-se em centros urbanos, onde diversos
do produto à frente e posterior rearranjo da fatores podem contribuir para variações
carga. nas condições de trânsito.
Percebe-se que o sucesso desse tipo de es-
tratégia operacional de transporte depende
fundamentalmente de velocidade e acura-
cidade das informações e da integração de
sistemas entre os diversos elementos do
processo, embarcadores, transportadores,
clientes e fornecedores, para o ajuste fino
em relação ao compromisso no cumpri-
mento dos horários e demais parâmetros de
cada etapa da operação. Em complemento,
ferramentas relacionadas à tecnologia da
informação que compõem os processos de
180/267 Unidade 6 • Modelos de otimização da distribuição: MilkRun, Merge-in, Transit, Cross-docking, Backhaul, Postponement
1.5 Postponement cada vez mais difícil a previsão de deman-
das, agravado pela globalização do merca-
Conceitualmenteem logística, definimos do, que muitas vezes, a inclusão de deter-
“Postponement” como a lógica de poster- minadas características do próprio produto
gar até o último momento possível a rotu- dependam até do país de destino.
lação final, montagem, formulação, monta-
Dentro da Logística Industrial, sua aplicação
gem final ou deslocamento de um produto.
não é nova e vem sendo discutida há muito
O Postponement, do inglês, retardo, adia- tempo do ponto de vista de marketing e lo-
mento ou postergação de determinado gística, podendo considerar várias fases do
evento, consiste em adiar o máximo possí- processo produtivo final, como postergação
vel qualquer movimentação e/ou configura- da embalagem ao consumidor, da coloca-
ção final de produtos e serviços no proces- ção da marca e até da montagem final dos
so produtivo ou distribuição até que sejam produtos.
conhecidas ao máximo as características de
Abordando o conceito dentro do ponto de
pedido dos clientes, sendo que o produto
vista da distribuição, consiste em adiar ao
não é deslocado até que ocorra demanda.
máximo as operações de entrega de pro-
A crescente diversificação de produtos em dutos, de modo a buscar consolidar cargas
modelos, estilos e tamanhos, tem tornado e demais operações que possam envolver
181/267 Unidade 6 • Modelos de otimização da distribuição: MilkRun, Merge-in, Transit, Cross-docking, Backhaul, Postponement
o processo de distribuição, como as que tes com a maior velocidade possível.
vimos nos processos de cross-docking ou Por isso, para obter pleno sucesso na apli-
merge-in-transit, de modo a mitigar riscos cação dessa lógica, faz-se necessário o em-
e custos, garantindo o atendimento aos pa- prego de todos os recursos já citados para
râmetros e especificações dos clientes. as estratégias anteriores - MilkRun, Cros-
Não é uma tarefa fácil! s-Docking, Merge-in-Transit e Backhaul,
Em última análise, se avaliarmos a conjun- principalmente relacionados à tecnologia
ção dos processos de logística industrial e de informação para gestão do fluxo de in-
de distribuição, a ampliação do uso da pos- formações, além do compromisso de todos
tergação pode converter centros de distri- os atores do processo na consolidação e
buição e operadores logísticos em centros compartilhamento dos dados necessários à
de montagem e/ou de embalagem, fazendo perfeita gestão das operações.
com que o gestor logístico tenha como ló-
gica, adiar os processos de distribuição ao
máximo de modo a ter o máximo de infor-
mações possíveis e atualizadas, buscando
a máxima produtividade de todos os recur-
sos, pessoal e veículos, atendendo os clien-
182/267 Unidade 6 • Modelos de otimização da distribuição: MilkRun, Merge-in, Transit, Cross-docking, Backhaul, Postponement
Glossário
Doca: plataforma elevada disponível em armazéns de modo que o veículo possa encostar dei-
xando a caçamba no mesmo nível de acesso aos produtos a serem embarcados ou desembar-
cados;
Rack metálico: tipo de dispositivo padronizado ou adequado a um produto especifico, desen-
volvido para facilitar as operações de manuseio, transporte e armazenagem, podendo atuar so-
bre paletes;
QRC ou QR Code: abreviatura de “Quick Response Code”. Trata-se de código de barras dimen-
sional amplamente utilizado na gestão de produtos, podendo ser lidos por equipamentos com
câmeras digitais e celulares;
Rotear: ato ou efeito de criar rotas para veículos em processos de distribuição;
Sider: tipo de veículo, geralmente caminhões, providos de baús cujas laterais são construídas
de material que permite abertura, de modo a permitir operações de carga e descarga pelas la-
terais.
183/267 Unidade 6 • Modelos de otimização da distribuição: MilkRun, Merge-in, Transit, Cross-docking, Backhaul, Postponement
?
Questão
para
reflexão
Vimos que as estratégias de otimização apresentadas são relativa-
mente simples do ponto de vista conceitual e amplamente utilizadas,
sendo que algumas já há bastante tempo. Todavia, apesar dos resul-
tados potenciais expressivos e da aparente simplicidade, percebe-
mos que o sucesso dessas estratégias depende fundamentalmente
da integração e do comprometimento de todos os participantes do
processo, tanto no correto estabelecimento dos parâmetros quan-
to na transparência para permitir a gestão conjunta desse processo.
Assim, fica para o aluno a reflexão do posicionamento de sua empre-
sa enquanto ao potencial desenvolvimento desses processos, desde
184/267
?
Questão
para
reflexão
seu nível de integração com seus parceiros de negócios, a saber, for-
necedores de materiais, fornecedores de serviços de transporte e/
ou serviços logísticos e clientes, até a situação de desenvolvimento
de seu sistema de informações, bem como a disposição e confiança
em compartilhar dados com esses parceiros de negócios para a im-
plantação de um ou mais processos apresentados.
185/267
Considerações Finais
186/267
Referências
FARIA, Ana Cristina de; COSTA, Maria de Fátima Garneiro da; Gestão de Custos Logísticos. São
Paulo: Ed. Atlas, 2005;
SLACK, Nigel,et al; Administração da Produção. Compacta. ed. São Paulo: Atlas, 1999.
BARROSO, Fábio. A OPERAÇÃO DE CROSS-DOCKING. 2001. Disponível em: <http://www.ilos.
com.br/web/a-operacao-de-cross-docking/>. Acesso em: 02 jun. 2017.
187/267 Unidade 6 • Modelos de otimização da distribuição: MilkRun, Merge-in, Transit, Cross-docking, Backhaul, Postponement
Questão 1
1. Estratégia que tem como base a mesma lógica utilizada pelos laticínios na
coleta do leite:
a) WMS;
b) ERP;
c) MilkRun;
d) QRC;
e) Postponement.
188/267
Questão 2
2. Estratégia cuja lógica implica basicamente em descarregar os veículos
de coleta e carregar os veículos de entrega o mais rápido possível, ade-
quando aos pedidos dos clientes e sem gerar estoques:
a) Cross-docking;
b) Roteirização;
c) Integração;
d) MilkRun;
e) Plataforma de TI.
189/267
Questão 3
3. Estratégia que consiste basicamente no máximo aproveitamento do
chamado frete de retorno, visando a máxima ocupação útil dos veículos:
a) TMS;
b) Merge-in-transit;
c) Rack;
d) Backhaul;
e) SCM.
190/267
Questão 4
4. As estratégias para otimização da distribuição visam prioritariamente:
191/267
Questão 5
5. Estratégia que pode ser utilizada em processo conjunto com a monta-
gem final de produtos a serem entregues:
a) Merge-in-transit;
b) Roteirização;
c) Backhaul;
d) Armazenagem;
e) Rastreabilidade.
192/267
Gabarito
1. Resposta: C. 4. Resposta: E.
MilkRun tem como base a rota de coleta de Custos logísticos sempre devem ser objetos
leite, utilizada pelos antigos fazendeiros de avaliação para a redução de estoques,
americanos e que inspirou essa estratégia; por princípio, contribuem para a redução
destes;
2. Resposta: A.
5. Resposta: A.
Cross-docking prevê ”cruzar as docas sem
estocar”, promovendo aumento de veloci- Merge-in-transit é a estratégia que prevê a
dade das operações; composição ou montagem do produto final
em sua lógica de ação, visando redução de
3. Resposta: D. tempo para disponibilização ao cliente.
Backhaulk foi o nome adotado para a es-
tratégia que visa o máximo aproveitamento
do retorno dos veículos ao ponto de origem,
buscando a máxima produtividade destes;
193/267
Unidade 7
Logística Reversa: Opções de recuperação de produtos, reciclagem, regulamentações, sistema
de gestão da qualidade e redesenho da cadeia
Objetivos
• Trazer ao aluno a realidade que o conceito do fluxo direto de produção tem trazido como
impacto ao meio ambiente e permitindo a este refletir sobre as ações necessárias para re-
versão do processo;
• Buscar introduzir o aluno nos princípios da sustentabilidade e dos aspectos que influenciam
a cadeia produtiva, mostrando que é possível a integração através da Logística Reversa;
• Mostrar que é possível a utilização de ferramentas, sistema e processos da logística de flu-
xo direto para viabilização da Logística Reversa.
194/267
Introdução
Unidade 7 • Logística Reversa: Opções de recuperação de produtos, reciclagem, regulamentações, sistema de gestão da
195/267 qualidade e redesenho da cadeia
A ordem, antes de tudo é reduzir, reusar e 1. Logística reversa
reciclar, palavras que compõem a famosa
trilogia dos “3Rs”. Inicialmente as empresas tomaram o foco
Figura 1 – 3 Rs da Sustentabilidade – de visão sobre a logística de materiais como
um fluxo contínuo, partindo da extração das
matérias-prima mais básicas até o descar-
te do produto acabado como último estágio
do consumo, na lógica que imperava até a
década de 60 que era de fabricar e “empur-
rar” a demanda.
Com a crescente evolução tecnológica e
mudança do perfil do consumidor, fenôme-
no que estamos experimentando desde os
anos 1970, aproximadamente, os clientes ou
consumidores passaram a puxar a demanda
Fonte: (DESCONHECIDO, 2017) e as empresas passaram a produzir aquilo
que eles querem, com todas as exigências e
especificações definidas pelo mercado, po-
Unidade 7 • Logística Reversa: Opções de recuperação de produtos, reciclagem, regulamentações, sistema de gestão da
196/267 qualidade e redesenho da cadeia
rém com a missão extra de disponibilizar ou
entregar em quantidades e em locais que
estes passaram a exigir, podendo tratar-se “Logística e sua aplicação nos meios
de um local específico (armazém), no caso empresariais como o processo que
de tratar-se de insumo ou matéria-prima permite o gerenciamento da aquisi-
para indústria, ou produto acabado dire- ção, movimentação e armazenagem
to no varejo, ou ainda esse mesmo produto de materiais - matérias partes, insu-
acabado na casa ou escritório do cliente fi- mos e produtos acabados, e o flu-
nal. Até esse ponto, seguimos a mesma ló- xo de informações relacionado, do
gica do fluxo anterior relacionada ao fluxo ponto de origem ao ponto de con-
produtivo, que é extrair, beneficiar, entre- sumo, a fim de atender às necessi-
gar, utilizar e descartar. dades dos clientes.” (CHRISTOPHER,
Ainda dentro desse conceito primário, 2002 apud FARIA, 2005, p. 16)
Christopher define logística e suas aplica-
Já a chamada “Gestão da Cadeia de Abaste-
ções como como:
cimentos” ou “Supply Chain Management
– SCM” pode ser atualmente interpretada
como a integração holística dos processos
Unidade 7 • Logística Reversa: Opções de recuperação de produtos, reciclagem, regulamentações, sistema de gestão da
197/267 qualidade e redesenho da cadeia
de negócios por meio da cadeia produtiva, tante da tecnologia que faz com que a vida
envolvendo todos os níveis de fornecedores útil de uma série de produtos seja tremen-
e clientes, desde a matéria-prima mais bá- damente encurtada, aliado também a siste-
sica até a venda, entrega, uso e destino do mas logísticos que buscam cada vez mais a
produto final, com o objetivo de atender ao qualidade do serviço garantindo a acessibi-
consumidor final em todas as suas necessi- lidade dos consumidores e chegando até a
dades. escassez de algumas matérias-primas en-
O que mudou? contradas na natureza, fez com que as in-
dústrias, principalmente, reavaliassem seus
Por uma série de fatores ambientais, sociais processos produtivos e os governos pas-
e até econômicos, o fluxo de produção não sassem a perceber a importância em alterar
pode ter seu final no puro e simples descar- esse estado de coisas.
te após o uso.
Com isso, tivemos que acrescentar à defi-
O crescimento populacional aumentando nição de Supply Chain Management acima
incrivelmente a demanda, aliado ao cres- o fato desta gestão da cadeia de abasteci-
cimento do poder de consumo em função mentos ter também como missão a gestão
de novas tecnologias de produção que ba- do chamado “pós-consumo”, ou seja, ge-
rateiam o custo de venda, a evolução cons- renciar o descarte e/ou retorno desses pro-
Unidade 7 • Logística Reversa: Opções de recuperação de produtos, reciclagem, regulamentações, sistema de gestão da
198/267 qualidade e redesenho da cadeia
dutos ao fabricante ou aos centros apro-
priados para reciclagem ou descarte ade-
quado. Porém, como estamos tratando de “ o processo de planejamento, im-
toda a cadeia produtiva, devemos bem in- plementação e controle do fluxo de
cluir nessa lógica, não só a gestão direta e matérias-primas, estoque em pro-
reversa dos materiais, mas também o fluxo cesso e produtos acabados (e seu
de embalagens e outros elementos reutili- fluxo de informação) do ponto de
zados no ciclo dos processos produtivos e consumo até o ponto de origem,
de distribuição, como equipamentos uniti- com o objetivo de recapturar valor
zadores tipo paletes, contêineres e KLTs, já ou realizar um descarte adequado.”
estudados anteriormente.
Diante deste contexto, nos últimos anos a lo-
Assim, Lacerda (2002) define logística re-
gística reversa adquiriu e vem cada vez mais
versa como
adquirindo grande importância no contexto
econômico e social a nível mundial, fazendo
com que os gestores logísticos e especialis-
tas de áreas afins, motivados pelo tremendo
potencial de crescimento desta área, bus-
Unidade 7 • Logística Reversa: Opções de recuperação de produtos, reciclagem, regulamentações, sistema de gestão da
199/267 qualidade e redesenho da cadeia
quem constantemente aperfeiçoar as téc-
nicas de gestão, utilizando recursos de tec-
nologia de informação aliados às modernas
técnicas de gestão de distribuição, já vistas
anteriormente, visando cumprir as normas
e legislações específicas referentes à ges-
tão ambiental e gerar impacto positivo no
resultado das empresas, no tocante à redu-
ção de custos por meio de reuso de equipa-
mentos, reciclagem e/ou reaproveitamento
do material descartado.
Passamos, portanto,a outro patamar na
gestão dos negócios, trabalhando com a
lógica conceitual de uma cadeia produtiva
sustentável.
Unidade 7 • Logística Reversa: Opções de recuperação de produtos, reciclagem, regulamentações, sistema de gestão da
200/267 qualidade e redesenho da cadeia
1.1. Opções de recuperação de • Um destino não seguro (lixo), sendo
produtos descartado na natureza e, caso não
seja biodegradável, poluindo o am-
Todo e qualquer uso de produtos ou pro- biente;
cesso produtivo gera resíduos, pois vivemos
• Ir para um local adequado para des-
em um ambiente de transformação con-
carte, como aterros sanitários e depó-
tínua, assim como o ciclo orgânico. Vamos
sitos específicos;
focar nossa exposição apenas em resíduos e
materiais físicos derivados de produtos in- • Ou voltar a uma cadeia de distribuição
dustriais, a princípio, de qualquer natureza. e produção reversa.
Podemos assumir que após qualquer ma- É missão dos gestores logísticos atuar nas 3
terial destinado a transformação ou uso, opções acima sendo que, no primeiro caso
chegar ao seu destino, seja a indústria ou o deve seguir o mais básico dos princípios que
consumidor final, em algum momento ge- é garantir a sua não ocorrência e a destina-
rará resíduos, seja no processo produtivo ou ção adequada ou retorno à cadeia produti-
pelo uso desse consumidor final, que segui- va.
rão em três destinos possíveis: Dentro do ciclo produtivo, ou seja, ma-
térias-primas e componentes utilizados,
Unidade 7 • Logística Reversa: Opções de recuperação de produtos, reciclagem, regulamentações, sistema de gestão da
201/267 qualidade e redesenho da cadeia
podemos ter a geração de resíduos de vá- nejamento ou gestão dos estoques;
rias formas diferentes, como os seguintes • Materiais com problemas de qualida-
exemplos: de e que não podem ter uso alternati-
• Resíduos gerados dentro do processo vo.
produtivo e previstos pela Engenharia Cabe ao gestor logístico a missão de ga-
de Produtos, como cavacos metálicos, rantir a destinação própria destes resíduos,
borras plásticas em processos de in- lembrando, todavia, que a gestão da cadeia
jeção, sobras de materiais rígidos de de abastecimentos ampla - SCM tem cará-
qualquer natureza resultantes de pro- ter holístico, ou seja, envolve todos os par-
cessos de corte, usinagem etc; ticipantes do processo, fazendo com que as
• Sobras de materiais de limpeza e hi- ações para assegurar tal missão não sejam
gienização de equipamentos utiliza- de exclusiva responsabilidade deste Ges-
dos nos processos produtivos e em tor, mas sim de todos os responsáveis pelas
manutenção de equipamentos; várias atividades e etapas que envolvem a
cadeia de produção. Vejamos alguns exem-
• Estoques obsoletos e não utilizáveis plos:
de materiais de uso específico, gera-
dos em decorrência de falhas de pla- Nos casos de resíduos inservíveis e não con-
Unidade 7 • Logística Reversa: Opções de recuperação de produtos, reciclagem, regulamentações, sistema de gestão da
202/267 qualidade e redesenho da cadeia
taminados, como cavacos metálicos puros ridas, como metais sujos de óleo ou líquidos
ou resíduos plásticos não mesclados, de- químicos misturados resultantes de pro-
vem ser previstos dentro do processo pro- cessos de limpeza ou manutenção, devem
dutivo, sistemas que possibilitem a coleta também ser apropriadamente coletados e
e armazenagem destes materiais e em em- armazenados, como no exemplo anterior,
balagens específicas e locais de fácil coleta, porém, caso não possam ser devolvidos aos
de modo a minimizar interferências nesses fornecedores dos materiais originais (exem-
processos produtivos, atuando em conjunto plo devolver resíduos de metais, mesmo
com o Gestor da Produção. Quanto à desti- que contaminados com óleo) devem haver
nação dos resíduos, deve haver negociações destinos previamente desenvolvidos, com o
e desenvolvimentos prévios para retorno ao envolvimento dos Gestores de Compras e/
fornecedor ou venda às empresas que pro- ou Engenharia, por exemplo, seja para ven-
cessem tais materiais, bem como dos meios da desse material ou para destinação ade-
de manuseio e transporte destes materiais quada segundo a legislação própria vigen-
aos destinos definidos. te, como aterros específicos ou incineração,
Já nos casos de materiais contaminados com entre outras possibilidades.
outros elementos, ou seja, com característi- Nos casos de componentes e materiais ob-
cas físicas diferentes das que foram adqui- soletos, com problemas de qualidade e sem
Unidade 7 • Logística Reversa: Opções de recuperação de produtos, reciclagem, regulamentações, sistema de gestão da
203/267 qualidade e redesenho da cadeia
previsão de uso, além dos procedimentos já vos dentro das indústrias ou Centros de Dis-
descritos quanto à coleta e armazenagem, tribuição.
caso não seja possível a simples devolução Partindo agora para a análise da Logística
aos fornecedoresdos mesmos, deve-se se- Reversa do produto final, em função de si-
guir os mesmos procedimentos já apresen- nergia da cadeia e da busca pelos mínimos
tados visando garantir a destinação ade- custos, a implantação de um sistema de
quada. gestão e controle do ciclo logístico reverso
Ainda dentro do ambiente industrial, não deve procurar fazer uso da mesma tecno-
podemos esquecer o reuso de embalagens logia utilizada no ciclo logístico direto. To-
retornáveis e equipamentos de manuseio davia, quando tratamos de produto final, a
e transporte unitizadores, como paletes e princípio, estes podem ter 3 pontos de ori-
KLTs, exemplos clássicos de logística rever- gem distintos, que são a própria loja ou va-
sa e que também devem ser objeto de ges- rejo onde o consumidor devolveu o produto,
tão das operações de transporte, inclusive a unidade de assistência técnica ou a pró-
fazendo uso de modelos como Backhaul e/ pria residência ou local do cliente onde es-
ou fazendo parte dos parâmetros para ope- teja o produto. Para cada caso, cabe ao Ges-
rações de Milk Run, além das operações de tor Logístico desenvolver os recursos que
manuseio e armazenagem destes dispositi- permitam a gestão adequada destes ciclos
Unidade 7 • Logística Reversa: Opções de recuperação de produtos, reciclagem, regulamentações, sistema de gestão da
204/267 qualidade e redesenho da cadeia
reversos. natureza, sem controle, sendo que neste
Apenas como complemento, vale lembrar contexto, além da coleta urbana e parcerias
que, como já vimos, a evolução das neces- com cooperativas dos chamados “catado-
sidades humanas, redução de ciclo de vida res”, com vários exemplos e modelos dispo-
dos bens de consumo e o avanço do e-com- níveis, prevalecem as atuações de empresas
merce têm aumentado muito a frequên- especializadas na gestão destes pontos de
cia de devoluções de produtos finais o que, coleta e toda a logística de coleta e deming-
aliado ao provável interesse das empresas destinação dos resíduos coletados, além da
em fidelizar os clientes alvo via maior su- própria manutenção destes.
porte ao pós-venda, faz com que a atenção
na Logística Reversa venha se acentuando 1.2. Reciclagem
expressivamente.
A palavra reciclagem, originária do inglês
Um último elemento de captação de resí- “recycle”(re = repetir, e cycle = ciclo), surgiu
duos de produtos consumidos é a chamada no meio empresarial em meados do final
coleta seletiva, que atuando no último está- da década de 1970, a partir da constatação
gio da cadeia de consumo, na qual se aplica de que fontes conhecidas de petróleo e de
a questão de evitar o descarte não seguro outras matérias-primasnão renováveis es-
e impede o lançamento desses resíduos na
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tavam se esgotando rapidamente, e que a quando os materiais sofrem algum tipo de
necessidade de espaço para a disposiçãode processo que permite o retorno ao ciclo pro-
lixo e de outros dejetos na natureza aumen- dutivo, e o reuso ou reutilização, que signi-
tava à medida do aumento do consumo. Tais fica o simples retorno ao uso de um deter-
fatos levaram às primeiras ações e estudos minado material ou equipamento não inte-
quanto à viabilidade técnica de retornar grado ao produto final, portanto não sendo
materiais já utilizados inicialmente, fazen- consumido.
do-os retornar ao ciclo produtivo. Em um ponto de vista macro, entendemos
Em consequência, materiais que eram des- reuso sempre que um determinado bem de
cartados, portanto não representando consumo seja reutilizado por outro consu-
qualquer valor do ponto de vista econômi- midor antes de seu efetivo fim de vida útil,
co, passam a ter uma visão de revalorização como o reuso de veículos e máquinas, que
dos mesmos à medida que tais viabilidades depois defabricados e comercializados po-
técnicas começam também a apresentar- dem passar por diversos donos antes que
-se como viáveis economicamente. haja qualquer tipo de processo visando rea-
Dentro do cenário empresarial, vamos des- proveitamento de seus componentes.
tacar 2 conceitos próximos, mas distintos, Já a reciclagem implica em que os produtos
que são a reciclagem de materiais, ou seja, passem por algum tipo de processo em que
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estes são novamente convertidos em maté- novos produtos, revalorização essa obtida a
rias-primas, podendo esta, a princípio, ser partir da reintegração dosmateriais de pós-
utilizada tanto para afabricação de produto -consumo na fabricação de outros produtos
igual ou similar do qual foi originada ou ser da mesma natureza ounatureza diferente,
utilizada para a fabricação deum novo pro- substituindo a matéria-prima primária ou
duto alternativo e assumimos que tal ma- virgem pela matéria-primasecundária ou
terial sofre um processo de revalorização, reciclada.
uma vez que promove valor na cadeia de Existem casos nos quais, os 2 conceitos,
produção, assim como acontece com qual- reuso e reciclagem, podem coexistir, como
quer matéria-prima e/ou componente pro- nos casos em que ocorre o reuso de embala-
cessado em um processo produtivo. gens, que fazem parte do produto final, mas
Dessa forma, podemos entender recicla- que não são consumidas com o produto, e
gem como um sistema que busca a revalo- podem voltar ao processo produtivo sem
rização de materiais e/ou componentes, em processos de transformação. Um exemplo
que esses são extraídos industrialmente de clássico é o das garrafas de cerveja e refri-
produtos descartados, transformando-se gerantes retornáveis, no qual o processo de
em matérias-primassecundárias ou recicla- reciclagem não interfere na estrutura física
das que são reincorporadas à fabricação de da garrafa, mas em sua limpeza e esteriliza-
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ção que permita seu retorno ao ciclo produ- que viabilizem tecnicamente a reciclagem
tivo. e devem ser descartados de forma respon-
sável, sem que acarrete prejuízo ambiental,
Com isso, percebe-se que existe atualmen- fato que gera, entre outros motivos, aten-
te uma crescente tendência das empresas ção das autoridades e órgãos especializa-
passarem a integrar o ciclo reversode seus dos na geração de legislações específicas.
produtos de pós-consumo em seus pro-
cessos, uma vez que estão percebendo que
podem obter lucratividade com este ciclo,
criando grandes oportunidades de atuação
aos profissionais que venham a atuar nes-
te nicho empresarial, buscando sempre a
reciclagem de produtos de fácil reciclagem
e alto valor, principalmente, como metais
usados nas indústrias de eletrônicos, como
cobre e ouro, e de embalagens especiais,
como o alumínio.
Todavia, ainda existem produtos para os
quais não foram desenvolvidos processos
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1.3. Regulamentaçõese Siste- aplicação empresarial, desde grandes tra-
mas de gestão ambiental tados internacionais, passando por especi-
ficidades legislativas municipais, em função
Existe uma série de regulamentações apli- de vários aspectos eventualmente aplicá-
cáveis às políticas ambientais públicas e de veis a determinados municípios e regiões
de interesse.
Do ponto de vista empresarial brasileiro,
num âmbito mais geral, podemos destacar
a Lei 12.305/2010, que instituiu a Política
Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS, criada
com o objetivo de atuar sobre os principais
problemas ambientais, sociais e econômi-
cos decorrentes do manejo inadequado dos
resíduos sólidos, conforme texto oficial do
Ministério do Meio Ambiente, que cita ain-
da:
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“Prevê a prevenção e a redução na geração de resíduos, tendo como proposta
a prática de hábitos de consumo sustentável e um conjunto de instrumentos
para propiciar o aumento da reciclagem e da reutilização dos resíduos sólidos
(aquilo que tem valor econômico e pode ser reciclado ou reaproveitado) e a
destinação ambientalmente adequada dos rejeitos (aquilo que não pode ser
reciclado ou reutilizado).
Cria metas importantes que irão contribuir para a eliminação dos lixões e ins-
titui instrumentos de planejamento nos níveis nacional, estadual, microrregio-
nal, intermunicipal, metropolitano e municipal; além de impor que os particu-
lares elaborem seus Planos de Gerenciamento de Resíduos Sólidos. (AMBIEN-
TE, 2017)
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ISO9000, estabelece requerimentos para
Do ponto de vista normativo aplicado ao
direcionar a organização para o que ela
meio empresarial especificamente, temos
deva fazer, para manejar processos que in-
as normas ISO14000 que, assim como a
fluenciam o impacto das atividades da or-
equivalente para sistemas de Qualidade,
ganização no meio ambiente.
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Editado pela ISO (International Organization for Standardization) as normas ISO14000 corres-
pondem a um Sistema de Gestão Ambiental (SGA) que apresenta diretrizes para Auditorias Am-
bientais, Avaliação do Desempenho Ambiental, Rotulagem Ambiental e Análise do Ciclo de Vida
dos Produtos, especificando os requisitos relativos a um sistema de gestão ambiental, de modo a
permitir que as empresas formulem políticas e objetivos que levem em conta os requisitos legais
e as informações referentes aos impactos ambientais importantes, e cuja finalidade é equilibrar
a proteção ambiental e a prevenção de poluição com as necessidades sociais e econômicas.
De qualquer forma, o conjunto de normas e legislações específicasrelativos à gestão do meio
ambiente não deve alterar a lógica econômica da busca dos resultados através da logística re-
versa e da lógica de reuso e/ou reciclagem dos materiais. Com isso, podemos deduzir que opapel
da logística reversa na estratégia empresarial é que definirá o tipo de sistema de informações
gerenciais que será desenvolvido, que deve ser baseado no conjunto de normas a serem adota-
das e legislações a serem cumpridas, uma vez que, na logística reversa as empresas passam a ter
responsabilidade pelo retorno do produto à empresa, quer para reciclagem ou para descarte.
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Tal como um sistema de gerenciamento financeiro, que monitora receitas e
despesas e permite checagens regulares do desempenho financeiro da em-
presa, o sistema de gerenciamento ambiental (SGA), monitorando entradas e
saídas de materiais. Integra o controle ambiental nas operações rotineiras da
empresa e permite o planejamento a longo prazo das ações necessárias para
a melhoria do sistema como um todo. Um SGA é uma ferramenta para se lidar
com o impacto das atividades de uma empresa no ambiente, fornecendo uma
visão estruturada para planejar e implementar medidas de proteção ambiental.
(GIANNETTI; ALMEIDA, 2006, p. 109)
1.3. Redesenho da cadeia Começando pela ótica da gestão da coleta e
distribuição, podemos assumir que, basica-
Quanto à questão de redesenho da cadeia, mente, a logística reversa envolve os mes-
vamos analisar sob, 2 óticas distintas po- mos elementos encontrados na logística di-
rém complementares, que são a da gestão reta - armazenagem, transporte, estoques,
dos processos de coleta e distribuição dos fluxo de materiais, nível de serviço, sistemas
materiais e a outra a do processo produtivo. de informação etc., portanto, o seu serviço
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logístico deve ser bem estruturado, pois, da -consumo que apresentam grandes volu-
mesma forma que no fluxo direto, falhas no mes e pouco peso, como PET, que podem
processo podem acarretar custos extraordi- tornar o custo do ciclo logístico reverso ele-
nários ao processo. vado, muitas vezes inviabilizando as em-
Assim como na logística de fluxo direto, o presas de efetuarem este ciclo. Ou seja, os
domínio dos recursos operacionais de ges- produtos de pós-consumo, de uma manei-
tão, transportes e planejamento, são fun- ra geral, devem ser coletados nos mesmos
damentais para o sucesso operacional da locais em que foram entregues pela distri-
Logística Reversa, evitando operações de buição direta, seja nos varejos ou nas in-
retornos não planejados. Algumas medi- dústrias de uma determinada região, fazen-
das simples como, a existência de estrutura do com que, em alguns setores industriais,
adequada de gestão dos clientes com parâ- apresentem tendência a aproximar certas
metros estabelecidos para devoluções e/ou unidades industriais de reaproveitamento
o estabelecimento de políticas comerciais de matérias-primas secundárias dos cen-
prevendo retornos através de distribuidores tros urbanos, reduzindo as distâncias e os
e pontos de venda podem facilitar muito a custos de transporte.
gestão dos fluxos reversos. Tratando da ótica do processo produtivo, o
Mesmo assim, há tipos de materiais de pós- nível de complexidade e o número de parti-
Unidade 7 • Logística Reversa: Opções de recuperação de produtos, reciclagem, regulamentações, sistema de gestão da
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cipantes do processo pode aumentar. O aproveitamento de materiais reciclados pode impactar
diretamente na necessidade de atuação da própria engenharia de produto, uma vez que ade-
quações podem ser necessárias para permitir o uso dos materiais reciclados em conjunto com
o material natural ou virgem. Da mesma forma, fluxos e processos produtivos devem ser ade-
quados para recebimento de materiais reciclados em substituição ou adicionados aos produtos
naturais ou virgens, como ocorre comumente, por exemplo, nas indústrias de materiais plásticos
que trabalham com processos de injeção.
FABRICAÇÃO REUSO/DESMANCHE
VAREJO VAREJO
CONSUMO COLETA
DESTINO NÃO
DESTINO PRODUTO PÓS VENDA ENCONTRADO
Figura 2 – Modelo de fluxo reverso – Fonte: o autor (adaptado de TOLEDO et al., 2013)
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Outro aspecto que deve ser levado em consideração é o tempo total de ciclo do material, que
inclui desde o recebimento e inspeção (se caso) do material até o seu reprocessamento e uso na
cadeia produtiva, pois se os tempos de ciclos forem muito longos em função de aspectos como
falta de infraestrutura dedicada ao fluxo reverso, falta de procedimentos para tratar as exceções
ou a existência de resíduos de baixa qualidade (mal reciclados ou contaminados) que gerem re-
trabalhos ou problemas de qualidade, entre outros, podem acabar por gerar custos adicionais.
Unidade 7 • Logística Reversa: Opções de recuperação de produtos, reciclagem, regulamentações, sistema de gestão da
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Glossário
PET: sigla de Polietileno tereftalato, é um polímero termoplástico utilizado em garrafas de re-
frigerantes e outras aplicações como tecidos e enchimento de almofadas, facilmente reciclável,
mas altamente poluente pois pode permanecer até 800 anos para completa degradação;
ISO (International Organization for Standardization):é a sigla em inglês para Organização
Internacional para Padronização, sendo uma entidade internacional de padronização e nor-
matização, criada em Genebra, Suíça, em 1947, tendo como objetivo principal aprovar normas
internacionais em todos os campos técnicos, como normas técnicas e de procedimentos e pro-
cessos, e etc. No Brasil, a ISO é representada pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Téc-
nicas) (SIGNIFICADOS)
Usinagem:ato, processo ou efeito de usinar, sendo um procedimento cujo objetivo é dar forma
a uma matéria-prima, através de ferramentas ou máquinas, muito empregado no meio indus-
trial indo, por exemplo, desde a fabricação de peças para automóveis até o processo da cópia
de uma chave.
Unidade 7 • Logística Reversa: Opções de recuperação de produtos, reciclagem, regulamentações, sistema de gestão da
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?
Questão
para
reflexão
Dados os pontos discutidos sobre o potencial de atuação da Logística
Reversa, tanto em relação à coleta dos materiais pós-consumo quan-
to na integração de materiais reciclados aos processos industriais,
definindo novos modelos de produção e integrando na cadeia global
de abastecimentos - Supply Chain Management, aliada à importân-
cia que a aplicação das práticas de sustentabilidade vem tomando
no mundo atual, fica o convite à reflexão de como o aluno, tanto do
ponto de vista pessoal como dentro de sua atuação profissional, pode
contribuir para o sucesso da Logística Reversa em relação aos resídu-
os gerados por ele mesmo e pelos de sua empresa.
218/267
Considerações Finais
• Praticamente, todas as necessidades humanas precisam ser atendidas por algum tipo de pro-
duto ou serviço que cobra um preço da natureza. Sem limites, a produção de bens e serviços
acabará comprometendo a capacidade de renovação dos recursos naturais e a qualidade da
vida. Como resultado, muitos governos vêm há já algum tempo estabelecendo restrições para
a atividade econômica que tenha algum tipo de impacto sobre o ambiente. Por causa disso, as
organizações de todos os tipos precisam incluir o ambiente em suas práticas administrativas,
cabendo à Logística Reversa papel absolutamente fundamental neste processo;
• Uma boa administração da Logística Reversa pode acarretar resultados financeiros e de ima-
gem para a empresa perante seus clientes e consumidores, fazendo com que natureza ética e
ecológica da Logística Reversa pode perfeitamente ter lastro econômico;
219/267
Considerações Finais
• Um dos maiores problemas está na falta de adequação e aplicação dos sistemas informati-
zados que permitam a integração da Logística Reversa ao fluxo normal de distribuição e pro-
dução, proporcionando um vasto campo de desempenho para os modernos Gestores Logís-
ticos. Todavia, a maior barreira ainda é a falta de consciência sobre a gravidade e extensão da
Sustentabilidade e da falta da visão holística desses mesmos Gestores, de modo que possam
perceber o real potencial de atuação.
220/267
Referências
AMBIENTE, Ministério do Meio. Política Nacional de Resíduos Sólidos. 2017. Disponível em:
<http://www.mma.gov.br/cidades-sustentaveis/residuos-solidos/politica-nacional-de-residuos-
-solidos>. Acesso em: 30 maio 2017.
FARIA, Ana Cristina de; COSTA, Maria de Fátima Garneiro da; Gestão de Custos Logísticos. São
Paulo: Ed. Atlas, 2005;
GIANNETTI, Biaggio F.; ALMEIDA, Cecília M.v.b. de. Ecologia Industrial: Conceitos, Ferramentas
e Aplicações. 2. ed. São Paulo: Edgard Blucher, 2006.
LACERDA, Leonardo. Logística Reversa. 2002. Disponível em: <http://www.ilos.com.br/web/lo-
gistica-reversa/>. Acesso em: 30 maio 2017.
Unidade 7 • Logística Reversa: Opções de recuperação de produtos, reciclagem, regulamentações, sistema de gestão da
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Questão 1
1. Sigla que define a trilogia básica da Sustentabilidade - reduzir, reusar e
reciclar:
a) SGA;
b) ISO;
c) 3 Rs;
d) SCM;
e) TMS.
223/267
Questão 2
2. Quanto aos princípios de reuso e reciclagem em um processo indus-
trial, podemos afirmar:
a) Podem existir nos casos em que uma embalagem que deva conter um produto de consumo
seja coletada e deva passar por processo que possibilite sua introdução na cadeia produtiva;
b) São princípios exclusivos e não podem coexistir;
c) São princípios não aplicáveis em ambientes industriais;
d) Só podem atuar em relação a resíduos provenientes de outros processos industriais e não de
coleta seletiva de produtos pós-consumo;
e) Não podem ser aplicados na indústria alimentícia.
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Questão 3
3. Legislação brasileira que rege as diretrizes sobre destinação de resíduos
sólidos:
a) TMS;
b) PNRS;
c) ISO14000;
d) Backhaul;
e) SCM.
225/267
Questão 4
4. Norma internacional e aplicada no Brasil que normatiza especificamen-
te procedimentos de gestão relacionados ao meio ambiente:
a) ISO14000;
b) ISO9000;
c) SAAS;
d) PNRS;
e) Lei 12.305/2010.
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Questão 5
5. Estratégia de gestão de transportes que pode ser utilizada em processo
de coleta de materiais nos fornecedores e em conjunto com entregas aos
clientes:
a) SGA;
b) ISO9000;
c) Backhaul;
d) Reciclagem;
e) Remanufatura.
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Gabarito
1. Resposta: C. o reuso não deve demandar nenhum pro-
cesso específico mais complexo.
Composta pelas respectivas iniciais repeti-
das, sendo que as demais alternativas cons- 3. Resposta: B.
tituem siglas de sistemas (SGA / TMS), e
Gestão da cadeia de abastecimentos (SCM) Sigla das iniciais de Política Nacional de Re-
e do órgão internacional de padronização e síduos Sólidos, enquanto as demais alter-
normas (ISO). nativas não têm qualquer relação com le-
gislação, representando siglas de sistemas
2. Resposta: A. (TMS), gestão da cadeia de abastecimentos
(SCM), nome de normatização (ISO14000) e
Exemplo demonstrado com relação às gar- estratégia de distribuição e transporte (Ba-
rafas de cerveja, lembrando que a recicla- ckhaul).
gem envolve retorno ao ciclo produtivo de
transformação ou atuação sobre o material, 4. Resposta: A.
como acontece com as garrafas de cerveja
que devem ser lavadas e esterilizadas antes Norma ISO específica para gestão ambien-
de serem utilizadas na produção, enquanto tal, sendo a alternativa ISO9000 norma de
228/267
Gabarito
gestão da Qualidade, siglas (SAAS / PNRS) e
Lei correspondente à PNRS.
5. Resposta: C.
229/267
Unidade 8
Indicadores de desempenho de armazenagem, transporte e distribuição
Objetivos
Para controlar é necessário que se meçam parâmetros, pois você não consegue gerenciar aquilo que
você não mede, e, para medir, você precisa de dados correlacionados que lhe permitam gerenciar
qualquer processo. William Edwards Deming (1900-1993), estatístico, autor, consultor e Professor
Universitário norte americano estabeleceu em meados da década de 1950, os primeiros con-
ceitos da chamada “Qualidade Total” em que não consideramos apenas a qualidade do produto
final, mas sim a gestão da qualidade dos processos para o atingimento da qualidade do produto.
É importante ressaltar que podem também ser definidos KPIs equivalentes relacionados à gestão
da Logística Reversa, como por exemplo, a % do espaço utilizado para armazenagem de embala-
gens de retorno e % de espaço ocupado com produtos devolvidos, bem como o tempo médio de
Se os KPIs de armazenagem e transportes buscam os reflexos derivados do uso dos recursos dis-
poníveis ao Gestor Logístico, os indicadores de distribuição visam prioritariamente acompanhar
os reflexos do uso destes e de outros recursos no atendimento aos clientes, como podemos veri-
ficar nos exemplos abaixo:
256/267
Considerações Finais
• Não utilizar indicadores chaves de desempenho - KPIs em S.C.M. deixao Gestor Logístico sem
parâmetros para qualquer atuação racional e científica. Por outro lado, utilizá-los sem crité-
rio, a princípio, não temefeito algum, havendo ainda o risco de direcioná-lo para o lugarer-
rado. KPIs eficientes são aqueles que possibilitam coletar e distribuir informações relevantes
verticalmente,entre níveis, e horizontalmente, entre funções, na organização, para apessoa
certa, no momento certo, de forma rápida e precisa, capacitando gestores e colaboradores
a tomar decisõese ações alinhadas visando o alcance das metas estabelecidas; (D’ANDRÉA
NETO, 2014)
• Importante sempre salientar que a implantação e resultados dos KPIs não melhoram o de-
sempenho por si só, mas sim, análises bem elaboradas através do acompanhamento de evo-
lução e tendências que levem à tomada de ações corretivas e preventivas;
• Da mesma forma, é de suma importância que o estabelecimento de um Indicador Chave de
Processo tem que fazer jus ao nome, efetivamente traduzindo os resultados em função da
meta estabelecida e estando em consonância com a estratégia e missão definidas pela em-
presa, atuando em consonância com os demais KPIs implantados.
257/267
Referências
D’ANDRÉA NETO, Oswaldo. Faça os indicadores de desempenho trabalharem para você. 2014.
Disponível em: <http://www.logfacilba.com.br/media/Indicadores_Desempenho_trabalhando.
pdf>. Acesso em: 01 jun. 2017.
DIAS, Marco Aurélio P.; Administração de Materiais: uma abordagem Logística, 4. ed. São Pau-
lo: Ed. Atlas, 1993
FARIA, Ana Cristina de; COSTA, Maria de Fátima Garneiro da; Gestão de Custos Logísticos.São
Paulo: Ed. Atlas, 2005;
GIANNETTI, Biaggio F.; ALMEIDA, Cecília M.v.b. de. Ecologia Industrial: Conceitos, Ferramentas
e Aplicações. 2. ed. São Paulo: Edgard Blucher, 2006. 109 p.
MCLEOD, Lisa Earle. Why Metrics Drive Mediocrity. Forbes, S.i., v. 0, n. 0, p.0-0, jan. 2016. Dis-
ponível em: <https://www.forbes.com/sites/lisaearlemcleod/2015/01/26/why-metrics-drive-me-
diocrity/>. Acesso em: 02 jun. 2017.
260/267
Questão 2
2. Ciclo de melhoria contínua que utiliza os KPIs para avaliar melhoria nos
processos obtidas através das ações tomadas resultantes das análises destes
KPIs:
a) S.C.M;
b) E.D.I.;
c) Roteirização;
d) P.D.C.A.;
e) E.R.P..
261/267
Questão 3
3. Sobre os princípios que regem a implantação de KPIs, podemos afirmar:
a) Somente 1 é suficiente para gerir toda e qualquer operação;
b) É aplicável somente à Alta Direção das empresas;
c) Só pode ser apurado e controlado pelo gestor da área;
d) Não deve ter qualquer relação com as ferramentas de TI;
e) Deve ter metas estabelecidas e estar de acordo com a missão da empresa.
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Questão 4
4. Constitui exemplo de KPI utilizado para acompanhamento de desempe-
nho de operações de transportes de materiais:
a) % de posições ocupadas / total de posições disponíveis;
b) % custos de movimentação e armazenagem / faturamento;
c) Custo médio do transporte por Unidade Expedida no período;
d) % de peças rejeitadas / total de peças produzidas;
e) % de valor dos juros pagos / total de pagamentos efetuados.
263/267
Questão 5
5. KPI de distribuição que corresponde às entregas realizadas dentro do
prazo e atendendo às quantidades e especificações do pedido, buscando
aderência ao conceito “Just in Time”:
a) Custo médio por pedido;
b) % de pedidos completos e no prazo (“OTIF” - do inglês On Time in Full);
c) % de não conformidades das coletas;
d) Consumo médio total no período;
e) Custo total de manutenção de frota.
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Gabarito
1. Resposta: A. 3. Resposta: E.
Pois as demais referem-se a operações de Pois um sistema de KPIs deve ser composto
transporte e distribuição. por um conjunto com vários fatores envol-
vidos, aplicado em várias áreas e também
2. Resposta: D. para gestão ampla da empresa, devendo
visibilidade aos colaboradores e com parti-
Ciclo de Deming de melhoria contínua com cipação destes, usando ao máximo as fer-
a lógica de replanejar após a análise de fim ramentas de TI a fim de reduzir trabalho de
de ciclo, repetindo indefinidamente, sendo apuração, focando os esforços na análise
a 1ª sigla de Supply Chain Management, a destes.
2ª. e a 5ª siglas de ferramentas de TI e a 3ª,
Roteirização é a funcionalidade aplicável à 4. Resposta: C.
gestão de transportes no TMS ou disponi-
bilizada em plataforma própria que permite Pois as 2 primeiras são de armazenagem, a
planejamento de rotas. 4ª de produção e a última financeira.
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Gabarito
5. Resposta: B.
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