Aplicação da Dialética Hegeliana no Aprimoramento de Habilidades Corporativas:
Lógica, Crítica e Resolução de Problemas.
Marcos Simões Bellini: Psicólogo Organizacional Consultor em Saúde e Bem-Estar
Raciocínio dialético: é o tipo de raciocínio que parte de uma tese ou de uma
afirmação para chegar a uma antítese ou a uma negação, e depois a uma síntese ou a uma conciliação. Por exemplo, se afirmamos que o ser humano é bom por natureza, podemos chegar à negação dessa afirmação ao observar os atos cruéis que ele comete. Depois, podemos chegar a uma síntese que considere que o ser humano é capaz tanto do bem quanto do mal, dependendo das circunstâncias. O raciocínio dialético é considerado um dos mais críticos e reflexivos, ao permitir questionar as verdades absolutas e buscar novos pontos de vista. Segundo Hegel, o raciocínio dialético se refere à mesma dialética proposta por ele, mas com algumas diferenças e adaptações. A dialética hegeliana é uma forma de pensamento que busca superar as contradições e os conflitos entre as ideias, por meio de um movimento de tese, antítese e síntese. A tese é uma afirmação inicial, que gera uma negação ou uma oposição, chamada de antítese. A síntese é uma conciliação ou uma superação, que incorpora elementos da tese e da antítese, mas que também cria algo novo e superior. Para Hegel, a dialética é um processo histórico e lógico, que revela o desenvolvimento do Espírito Absoluto, a realidade última e racional do universo. O raciocínio dialético é uma forma de pensamento que usa a dialética hegeliana como um método ou uma ferramenta para questionar, analisar e resolver problemas. O raciocínio dialético não se limita à filosofia ou à história, mas pode ser aplicado a diversas áreas do conhecimento e da vida cotidiana. O raciocínio dialético não busca apenas compreender a realidade, mas também transformá-la. O raciocínio dialético também não se baseia apenas na razão, mas também na intuição, na imaginação e na emoção. Portanto, eu diria que o raciocínio dialético se refere à mesma dialética proposta por Hegel, mas com uma abordagem mais ampla, flexível e prática. Para ilustrar como o raciocínio dialético pode ser aplicado a diversas áreas do conhecimento e da vida cotidiana, eu darei um exemplo de como ele pode ajudar a resolver um problema ambiental, usando a tese, a antítese e a síntese.
- Tese: O desenvolvimento econômico é bom para a sociedade, pois gera
riqueza, emprego e bem-estar. O desenvolvimento econômico é um fator positivo, pois estimula o progresso, a inovação e a melhoria da qualidade de vida. A sociedade que busca o desenvolvimento econômico é aquela que tem capacidade, motivação e comprometimento para crescer e prosperar.
- Antítese: O desenvolvimento econômico é ruim para o meio ambiente, pois
gera poluição, desmatamento e extinção. O desenvolvimento econômico é um fator negativo, pois prejudica a saúde, a biodiversidade e a sustentabilidade. A sociedade que busca o desenvolvimento econômico é aquela que está explorando, degradando e esgotando os recursos naturais.
- Síntese: O desenvolvimento econômico é uma realidade complexa e
multifatorial, que envolve aspectos sociais, políticos e culturais. O desenvolvimento econômico pode ter efeitos positivos ou negativos, dependendo da forma como ele é planejado, executado e avaliado. A sociedade que busca o desenvolvimento econômico é aquela que precisa equilibrar as necessidades presentes e as futuras, considerando os impactos ambientais e as responsabilidades sociais. Para promover um desenvolvimento econômico sustentável, é preciso adotar medidas integradas e participativas, que envolvam os governos, as empresas e os cidadãos.
Antítese:
● O desenvolvimento econômico sustentável é uma utopia irrealizável, pois
depende de uma mudança radical na mentalidade e na cultura das pessoas, das empresas e dos governos. O desenvolvimento econômico sustentável é um fator ilusório, pois ignora as desigualdades sociais e as diferenças culturais que existem no mundo. A sociedade que busca o desenvolvimento econômico sustentável é aquela que está alienada, manipulada e submetida aos interesses do capitalismo global.
Uma possível síntese entre a síntese e essa antítese poderia ser:
● O desenvolvimento econômico sustentável é uma realidade desafiadora e
multifatorial, que envolve aspectos sociais, políticos e culturais. O desenvolvimento econômico sustentável pode ter efeitos positivos ou negativos, dependendo da forma como ele é planejado, executado e avaliado. A sociedade que busca o desenvolvimento econômico sustentável é aquela que precisa equilibrar as necessidades presentes e as futuras, considerando os impactos ambientais e as responsabilidades sociais. Para promover um desenvolvimento econômico sustentável, é preciso adotar medidas integradas e participativas, que envolvam os governos, as empresas e os cidadãos. Além disso, é preciso reconhecer e respeitar as diversidades sociais e culturais que existem no mundo, buscando formas de cooperação e solidariedade entre os povos.
Podemos seguir com raciocínio dialético, vejamos:
● Torna-se impossível respeitar e respeitar as diversidades sociais e culturais,
bem como avançar com este proposito dentro do sistema capitalista. A exemplo verificamos as tremendas desigualdades sociais, a concentração de renda, e as mudanças climáticas catastróficas, bem como, as guerras promovidas com fins de apropriação de terras, petróleo, e poder econômico.
● Síntese: O capitalismo e o desenvolvimento econômico sustentável são
realidades contraditórias e complementares, que envolvem aspectos sociais, políticos e culturais. O capitalismo e o desenvolvimento econômico sustentável podem ter efeitos positivos ou negativos, dependendo da forma como eles são planejados, executados e avaliados. A sociedade que busca o capitalismo e o desenvolvimento econômico sustentável é aquela que precisa equilibrar as necessidades presentes e as futuras, considerando os impactos ambientais e as responsabilidades sociais. Para promover um capitalismo e um desenvolvimento econômico sustentáveis mais justos e democráticos, é preciso adotar medidas integradas e participativas, que envolvam os governos, as empresas e os cidadãos. Além disso, é preciso reconhecer e respeitar as diversidades sociais e culturais que existem no mundo, buscando formas de cooperação e solidariedade entre os povos.
A dialética hegeliana é um movimento contínuo e infinito, que busca a verdade
absoluta, com a evolução do Espírito através da superação das contradições e dos opostos. A cada síntese, surge uma nova tese, que gera uma nova antítese, que gera uma nova síntese, e assim por diante. Cada síntese é mais elevada e complexa do que a anterior, pois incorpora os elementos das teses e das antíteses anteriores.